Buscar

PRINCIPIO DE PACTA SUNT SERVANDA NO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

O princípio do Pacta Sunt Servanda é um dos pilares fundamentais do Direito Internacional Público. Esse princípio estabelece que os tratados e acordos internacionais livremente celebrados pelas partes devem ser cumpridos de boa-fé. Significa que as partes contratantes devem honrar as obrigações assumidas e respeitar os compromissos estabelecidos no momento da celebração do tratado (GIARETTON, 2012).
O termo "Pacta Sunt Servanda" deriva do latim e pode ser traduzido como "os pactos devem ser cumpridos". Esse princípio reflete a importância da estabilidade e da segurança nas relações internacionais. Ele sustenta a confiança entre os Estados e busca garantir a previsibilidade e a certeza nas relações jurídicas internacionais.
Para compreender melhor o princípio do Pacta Sunt Servanda, é necessário entender o contexto em que ele se insere. O Direito Internacional Público é um conjunto de normas e princípios que regem as relações entre os Estados. Essas normas podem ser estabelecidas por meio de tratados, convenções, acordos e outras formas de compromisso internacionais (JORGE JUNIOR, 2013).
Ao celebrar um tratado, as partes envolvidas estabelecem obrigações mútuas e criam direitos e deveres recíprocos. O princípio do Pacta Sunt Servanda garante que essas obrigações sejam respeitadas e cumpridas pelas partes contratantes. Ele impede que as partes se desvinculem unilateralmente dos compromissos assumidos, a menos que haja consentimento mútuo ou outras circunstâncias previstas no próprio tratado ou no Direito Internacional.
Uma das razões pelas quais o princípio do Pacta Sunt Servanda é considerado fundamental no Direito Internacional Público é a necessidade de preservar a estabilidade e a ordem nas relações internacionais. Ao cumprir seus compromissos, os Estados evitam a incerteza e a insegurança nas relações bilaterais e multilaterais, fortalecendo a confiança mútua e promovendo a paz e a cooperação (ALVES, 2010).
O princípio do Pacta Sunt Servanda também contribui para a preservação da igualdade entre os Estados. Ao obrigar todas as partes a cumprirem seus compromissos, independentemente do tamanho, da influência ou do poderio econômico, esse princípio promove a igualdade soberana entre os Estados e a não discriminação nas relações internacionais.
No entanto, é importante ressaltar que o princípio do Pacta Sunt Servanda não é absoluto. Existem circunstâncias em que o cumprimento estrito de um tratado pode se tornar impossível ou excessivamente oneroso para uma das partes. Nesses casos, o Direito Internacional prevê a possibilidade de invocação de certos mecanismos para lidar com essas situações, como a rebus sic stantibus (mudança das circunstâncias) ou a cláusula de força maior.
A cláusula de força maior permite que uma parte se liberte de suas obrigações em caso de eventos imprevisíveis e irresistíveis, como guerras, catástrofes naturais ou mudanças políticas radicais. Já a doutrina da rebus sic stantibus permite que uma parte suspenda ou modifique as obrigações de um tratado quando ocorrerem mudanças significativas nas circunstâncias originais que tenham sido essenciais para a celebração do tratado (TARTUCE, 2019).
Esses mecanismos de exceção têm o objetivo de preservar o equilíbrio e a justiça nas relações internacionais, permitindo que as partes se adaptem às mudanças imprevistas e não fiquem presas a obrigações que se tornaram excessivamente onerosas ou impossíveis de cumprir.
No entanto, a invocação desses mecanismos não deve ser feita de forma arbitrária. É necessário que existam fundamentos legítimos e comprovados para justificar a não aplicação do princípio do Pacta Sunt Servanda. O Direito Internacional estabelece critérios rigorosos para a invocação dessas exceções, a fim de evitar abusos e garantir que a estabilidade e a segurança jurídica sejam preservadas (ALMEIDA, 2022).
Em suma, o princípio do Pacta Sunt Servanda é um dos princípios fundamentais do Direito Internacional Público. Ele estabelece que os tratados e acordos internacionais devem ser cumpridos de boa-fé, garantindo a estabilidade, a segurança e a previsibilidade nas relações entre os Estados. Esse princípio contribui para a igualdade soberana dos Estados e promove a confiança mútua, essenciais para a paz e a cooperação internacionais. No entanto, é importante que existam mecanismos adequados para lidar com situações excepcionais em que o cumprimento estrito do tratado se torna impossível ou excessivamente oneroso.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Felipe Cunha de Almeida. O RIGOR E A MITIGAÇÃO DO PACTA SUNT SERVANDA NA REVISÃO CONTRATUAL À LUZ DO ENTENDIMENTO DO STJ. Revista Páginas de Direito, Porto Alegre, ano 22, nº 1570, 17 de Fevereiro de 2022.
ALVES, Ester Beiriz Viana. O PACTA SUNT SERVANDA X A FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO: Uma análise do art. 421 do Código Civil Brasileiro. 2010.
GIARETTON, Rogério Luís. A liberdade de contratar e a relativização do Pacta Sunt Servanda. 2012.
JORGE JÚNIOR, Alberto Gosson. Direito dos contratos – São Paulo: Saraiva, 2013.
TARTUCE, Flávio. Direito civil: teoria geral dos contratos e contratos em espécie. v. 03. 14. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 02.

Continue navegando