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O PRINCÍPIO DA BOA-FÉ NAS RELAÇÕES CONTRATUAIS THE PRINCIPLE OF GOOD FAITH IN CONTRACTUAL RELATIONS João Paulo Vicente Silva Vieira1 Thiago Martins Moreira2 Pedro Morello Brendollan3 Resumo: O presente trabalho científico procura analisar princípio da boa-fé na sua forma objetiva e subjetiva, decorrendo a respeito de sua evolução histórica, bem como analisar a sua influência nas relações contratuais, seguindo a sua forma regulamentada no Código Civil (art. 422), explicando o seu conceito, adentrando nas suas diferentes formas e responsabilidades no Direito Contratual. Palavras-Chave: Boa-fé subjetiva; Boa-fé objetiva, Relaçoes Contratuais, Código de Civil. Abstract: The present scientific work seeks to analyze the principle of good faith in its objective and subjective form, taking into account its historical evolution, as well as analyzing its influence on contractual relations, following its form regulated in the Civil Code (art. 422), explaining its concept, entering into its different forms and responsibilities in Contract Law. Keywords: Subjective good faith; Objective good faith, Contractual Relationships, Civil Code. 1 Bachalerando do Curso de Direito da Faculdade Unicerrado – joãopaulovicentesvieira@gmail.com 2 Bachalerando do Curso de Direito da Faculade Unicerrado – thiago2008br@hotmail.com 3 Professor Orientador do Curso de Direito da Faculdade Unicerrado - pedrormgb@gmail.com mailto:joãopaulovicentesvieira@gmail.com mailto:thiago2008br@hotmail.com mailto:pedrormgb@gmail.com 2 1 – INTRODUÇÃO A boa – fé é um princípio perceptível desde os primórdios da humanidade, onde é possível contemplar que conforme a evolução humana, a sociedade se formou através de regras e conceitos que possibilitam uma convivência saudável entre todos os indivíduos, como por exemplo, viver honestamente, não lesar a ninguém e dar a cada um o que lhe é seu, que são conceitos fundamentais presentes em todas esferas sociais e representativos da própria boa – fé, seja na esfera política, econômica e principalmente no Direito. ( RAFAEL, 2018 ) O princípio da boa – fé sempre esteve implícito na maioria das relações jurídicas, e ao decorrer dos anos, através de inovações no âmbito jurídico brasileiro, se tornou um assunto de grande relevância para a ciência das relações contratuais. O Código Civil de 1916 adotava apenas de forma limitada o princípio da boa – fé subjetiva, que nas relações contratuais pode ser conceituada como a ignorância ou desconhecimento de um vício negocial em um relação jurídica. (MARTINEZ, 2013) Com o passar dos anos houve uma larga expansão econômica no Brasil, que consequentemente alavancou uma crescente ampliação nas relações contratuais, resultando na inclusão do aspecto objetivo da boa – fé no ordenamento jurídico bem como nas relações contratuais, e foi mediante ao Código Civil de 2002, que foi apresentada esta importante inovação para o Direito Contratual. (SANCHES, 2015) Se caracteriza por boa -fé subjetiva a situação em que um terceiro adquire algo através de qualquer relação contratual sem saber dos vícios que a inquina. Já a boa-fé objetiva se encontra expressa atualmente no Artigo 422 do Código Civil, que menciona que “os contratantes são obrigados guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios da probidade e boa-fé”, sendo assim uma exigência de uma conduta legal por parte dos contratantes em uma relação contratual. (GAGLIANO, 2010) O princípio da boa-fé vem sendo materializado na jurisprudência e na doutrina brasileira como não mais um princípio meramente norteador. Devida a sua extrema importância, a boa- fé pode ser conceituada como um princípio que deve estar obrigatoriamente presente em todas 3 as relações jurídicas e sociais, princípio este que se relaciona com a própria conduta social de cada indivíduo, onde devido a sua relevância faz se necessário cada vez mais o estudo do presente tema, devendo ser o mesmo apresentado de forma clara e efetiva, visto que se trata de um Princípio fundamental para as obrigações contratuais bem como para todas as esferas do Direito. inverter O princípio da boa-fé contratual é um assunto de grande discussão doutrinaria no âmbito jurídico brasileiro, pois se trata de um princípio fundamental para as relações contratuais e negócios jurídicos, portanto, surge a presente problemática deste projeto de pesquisa; O que é o princípio da boa-fé subjetiva e objetiva no Direito Civil? Quais fases contratuais devem estar presentes o Princípio da Boa-fé contratual? Como é feita aplicação deste princípio nas relações contratuais? Questões essas que serão sanadas ao decorrer do presente estudo. O objetivo do presente estudo consiste em apresentar e discorrer de forma ampla e de facil entendimento o princípio da boa – fé contratual presente em nosso ordenamento jurídico, tratando a respeito de suas formas objetiva e subjetiva, demosntrando a sua previsão legal em nosso ordenamento jurídico, discorrendo a respeito da responsabilidade civil e da boa-fé nas fases de contratual, e por fim, ao longo do estudo demonstrar como é feita a aplicação da boa – fé nas relações contratuais. O procedimento metodológico deste artigo pode ser classificado quanto a sua natureza como uma pesquisa básica, quanto a forma da abordagem de problemas seria uma pesquisa qualitativa e quanto aos objetivos se classifica como pesquisa descritiva, e, por fim, o procedimento técnico optado é a pesquisa bibliográfica, visando apontar qual é a melhor solução para o problema levantado. 2 - PRINCÍPIOS CONTRATUAIS Na atualidade, pode-se afirmar que os princípios são extremamentes importantes na atual legislação brasileira. Alguns doutrinadores, afirmam que o Código Civil de 2002 é um Código de Princípios, devido a presença dos mesmos serem tao abundantes em nossa legislação. 4 A Cíência do Direito, ao passar dos anos, vem evoluindo e apresentando princípios que hoje são consagrados em nossa legislação e doutrina, princípios estes que regem uma relação contratual, bem como a propria elaboração de um contrato. Nesse sentido, Flávio Tartucce (2017, p.406) diz que: Os princípios são regramentos básicos aplicáveis a um determinado instituto jurídico, no caso em questão, aos contratos. Os princípios são abstraídos das normas, dos costumes, da doutrina, da jurisprudência e de aspectos políticos, econômicos e sociais. Os princípios podem estar expressos na norma, mas não necessariamente. Pode se entender, que os princípios são normas gerais e nortedoras da matéria do Direito Contratual, e conforme diz Fabio Ulhoa (2012, p.63), “ são expressas em dispositivos de direito positivo, as quais ajudam a nortear os juízes na apreciação de demandas que versam sobre a existência, validade e cumprimento de contratos”. Complementa Paulo Nader ( 2016, p.55) a respeito dos princípios que: Ao condicionar a liberdade individual ou coletiva, o Direito visa a proporcionar as condições básicas da liberdade de todos. Tal pensamento, transposto para o plano das Obrigações, leva à criação dos diversos princípios que norteiam a liberdade na celebração dos contratos, garantindo a autonomia da vontade e ao mesmo tempo estabelecendo alguns limites. Destacam-se entre os principios normativos dos contratos, o princípio da autonomia privada, o princípio da força obrigatória dos contratos ( pacta sunt servanda ), princípio da função social dos contratos e o princípio da boa-fé objetiva, sendo este ultímo o objeto do presente estudo. 2-1– Principio da Autonomia da Vontade e Autonomia Privada Conseguimos perceber que no mundo contratual existe uma ampla liberdade para a formalização dos pactos contratuais e ajustes dos mesmos entre as partes contratantes, visto que odireito à contratação está incluso na prórpia compreensão da pessoa humana, é um direito que exige personalidade e decorre do princípio da liberdade. A autonomia da vontade, diz respeito a liberdade e o domínio da vontade dos 5 contratatantes, no qual esta liberdade de pode se dividir entre dois diferentes aspectos. Para Venosa ( 2017, p.28 ), se divide entre o “prisma da liberdade propriamente dita de contratar ou não, estabelecendo-se o conteúdo do contrato, ou pelo prisma da escolha da modalidade do contrato”. Esta liberdade contratual permite que as partes sirvam-se de modelos contratuais presentes em nosso ordenamento jurídico, ou montem uma modalidade de contrato que atende as suas necessidades. Para Rizzardo ( 2015, p.59) que “ a autonomia da vontade está ligada a liberdade de contratar, que se submete, no entanto a limites, não podendo ofernder outros princípios ligados a função social do contrato”. E complementa Flávio Tartuce ( 2017, p.408) que: Dessa dupla liberdade da pessoa, sujeito contratual, é que decorre a autonomia privada, que constitui a liberdade que a pessoa tem para regular os próprios interesses. De qualquer forma, que fique claro que essa autonomia não é absoluta, encontrando limitações em normas de ordem pública e nos princípios sociais. Contudo, a autonomia privada é o principio contratual que permite que os sujeitos contratuais possam dispor de seus próprios interesses conforme acordos realizados pelos mesmos. Porém, nao é um principio ilimitado, devendo estar sempre respeitanto a ordem pública, a moralidade, a proteção da vontade livre e consciente das partes e dos contratantes débeis. Fabio Ulhoa Coelho ( 2012, p.57). 2-2 – Princípio da Força Obrigatória do Contrato (pacta sunt servanda) “Pacta sunt servanda” se trata do princípio que dita a força obrigatória dos contratos, vulgarmente conhecido como, o contrato faz lei entre as partes, ou seja, os contratos são feitos para serem cumpridos. Segundo ORLANDO GOMES, “ o princípio da força obrigatória consubstancia-se na regra de que o contrato é lei entre as partes. Celebrado que seja, com a observância de todos os 6 pressupostos e requisitos necessários à sua validade, deve ser executado pelas partes como se as cláusulas fossem preceitos legais imperativos”. ( Apud Pablo Stolze 2017, p.97) Complementa Venosa (2017, p.29) que “não tivesse o contrato força obrigatória estaria estabelecido o caos. Ainda que se busque o interesse social, tal não deve contrariar tanto quanto possível a vontade contratual, a intenção das partes”. É atraves desse princípio, que se busca a garantir a segurança na celebração de um negocio juridico entre as partes, em vitrude de que as partes contratates estão obrigadas a cumprir o que foi acordado no contrato elaborado, com a condição de que o mesmo esteja de acordo com a lei, a moral e os bons costumes. Portanto, o principio da força obrigatória atualmente é amplamente relativizado, não sendo aplicado conforme anteriormente, existem outros princípios mais benéficos e aplicaveis atualmentes nas relaçoes contratuais, por exemplo o da boa-fé contratual. Nesse sentido Flávio Tartuce ( 2017 p.415) argumenta: O princípio da força obrigatória ou da obrigatoriedade das convenções continua previsto em nosso ordenamento jurídico, mas não mais como regra geral, como antes era concebido. A força obrigatória constitui exceção à regra geral da socialidade, secundária à função social do contrato, princípio que impera dentro da nova realidade do direito privado contemporâneo. Certo é, portanto, que o princípio da força obrigatória não tem mais encontrado a predominância e a prevalência que exercia no passado. O princípio em questão está, portanto, mitigado ou relativizado, sobretudo pelos princípios sociais da função social do contrato e da boafé objetiva. E complementa Pablo Stolze (2017, p.99) que “ o pacta sunt servanda ganhou um matriz mais discreto, temperado por mecanismos jurídicos de regulação do equilíbrio contratual”. 2-3 – Princípio da Função Social do Contrato O Princípio da função social do contrato, é um dos princípios mais relevantes no Direito contratual, pois através dele, os contratos geram efeitos que alcançam além das partes contratantes. Como foi visto anteriormente, o principio da função social do contrato, relativiza 7 outros princípios contratuais, como por exemplo, o princípio da obrigatoriedade do contrato “pacta sunt servanda”, e o da autonomia da vontade, entre outros. Nesse sentido Tartuce (2017 p.411) diz que “a palavra função social deve ser visualizada com o sentido de finalidade coletiva, sendo efeito do princípio em questão a mitigação ou relativização da força obrigatória das convenções (pacta sunt servanda).” De acordo com Paulo Nader ( 2016, p. 56): A função social do contrato exige que os acordos de vontade guardem sintonia com os interesses da sociedade, impedindo o abuso de direito. A validade dos contratos não requer apenas o cumprimento dos requisitos constantes no art. 104, da Lei Civil. Além do atendimento a estes requisitos gerais é indispensável a observância dos princípios desocialidade, que se afinam com os valores de justiça e de progresso da sociedade. O princípio da função social do contrato prega que os contratos não devem se limitar apenas aos interesses das partes, mas também devem ser benéficos a toda coletividade ou sociedade, visto que estão em constante, e são afetadas de forma indireta pelas relações contratuais. A respeito da função social do contrato Pablo Stolze (2017, p.110) diz que: A função social do contrato é, antes de tudo, um princípio jurídico de conteúdo indeterminado, que se compreende na medida em que lhe reconhecemos o precípuo efeito de impor limites à liberdade de contratar, em prol do bem comum. [...] E essa socialização traduz, em nosso sentir, um importante marco na história do Direito, uma vez que, com ela, abandonaríamos de vez o modelo clássico- individualista típico do século XIX. O princípio da função social do contrato, está positivado no artigo 421 do Código Civil de 2002, no qual dispõe que “A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato”. Desta forma, é possivel a aplicação do princípio da função social do contrato, para anular ou revisar determinada clásula contratual, que seja prejudicial a coletividade ou sociedade, mesmo que o contrato possua validade e eficácia entre as partes, o interessa da sociedade deverá ser respeitado e agir em conjunto com o interesse das partes contratantes. Complementa Fabio Ulhoa ( 2002, p.89) que: 8 A cláusula geral da função social é uma expansão da relatividade, com vistas a impedir que possam ser afetados negativamente pelo contrato quaisquer interesses públicos, coletivos ou difusos acerca dos quais não possam dispor os contratantes. [...] A função social referida na lei é uma limitação da liberdade de contratar, no sentido da invalidade dos contratos que não a cumprem. Tanto assim que considera o Código, numa regra de caráter transitório, que o contrato semfunção social é nulo por contrariar norma de ordempública (art. 2.035, parágrafo único). É importante salientar, que o princípio da função social do contrato deverá ser aplicado em consoante com o princípio da boa-fé, pois desta forma ambos atingem uma ampla eficácia em uma relação contratual. A respeito desta eficácia Flávio Tarcuce (2017, p. 415) cita que: Mais recentemente, o dispositivo foi, de forma precisa, mencionado em julgado da lavra do Ministro João Otávio de Noronha, na mesma Corte Superior. Conforme o julgador, “consoante se extrai do art. 2.035 do CC, a intangibilidade do contrato compreende integralmente os planos de sua existência e validade, mas, apenasparcialmente, o plano de sua eficácia, podendo sua força obrigatória vir a ser mitigada. E essa mitigação terá lugar quando a obrigação assumida, diante das circunstâncias postas, mostrarse inaceitável do ponto de vista da razoabilidade e da equidade, comprometendo a função social do contrato e a boafé objetiva, valores expressamente tutelados pela lei civil e pela própria CF” (STJ, REsp 1.286.209/SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, j. 08.03.2016, DJe 14.03.2016). Sendo assim, é possivel notar que a função social do contrato, age como um limitador da liberdade contratual, restringindo tudo aquilo que prejudica a sociedade, no qual a inobservancia deste princípio tem por consequencia a nulidade do negocio jurício e a responsabilidade dos contratens pela indenização dos prejuizos provocados. Fabio Ulhoa (2002, p.92). 3 - DO PRINCIPIO DA BOA - FÉ 3-1 – A Boa-fé no Direito Brasileiro e suas Funções O princípio da boa-fé surgiu foi primeiramente expresso no âmbito jurídico brasileiro através do Código Comercial de 1850, em seu artigo 131, que diz “A inteligência simples e adequada que for mais conforme a boa fé e ao verdadeiro espírito e natureza do contrato deverá sempre prevalecer à rigorosa e restrita significação das palavras”. 9 Pouco tempo depois a boa-fé reapareceu em nosso ordenamento jurídico, o Código Civil de 1916 trouxe sua previsão em seu artigo 102, restringindo apenas ao âmbito subjetivo, no qual ficava restrita a matéria de direito de família e em questões possessórias. Foi com a Constituição da República Federativa de 1988, que houve uma drástica evolução em todo ordenamento jurídico brasileiro, desta forma ocorreu o início da constitucionalização do Direito Civil. Porém, anteriormente ao Código Civil de 2002, a boa-fé apareceu em nossa legislação através do Código de Defesa do Consumidor em 1990, no qual baseava-se nas diretrizes constituicionais, e foi expressa de forma notoria em seus Art.4, III e no Artigo.51 IV, onde buscam proteger a parte vulnerável nas relações de consumo, bem como nas relações contratuais. E foi através do Código Civil de 2002, em seus Artigos 113, 187 e 422, que a surge boafé-objetiva, bem como três funções importantes do princípio, função interpretativa, integrativa e consoladora. 3-1.1 Função Interpretativa A primeira função do princípio da boa-fé objetiva, está prevista no artigo 113 do Código Cívil de 2002, que assim dispôe: “Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração”. Neste dipositivo, a boa-fé é consagrada como meio auxiliador do aplicador direito para a interpretação dos negócios, da maneira mais favorável a quem esteja de boa-fé, devendo o julgador ser guiado pela boa-fé das partes ao proferir sua decisão. Flávio Tartuce (2017, p.417). A respeito da Função Interpretativa da boa-fé Pablo Stolze (2017, p.135) diz que: O aplicador do direito tem, na boa-fé objetiva, um referencial herme nêutico dos mais seguros, para que possa extrair da norma, objeto de sua investigação, o sentido moralmente mais recomendável e socialmente mais útil. Guarda, pois, essa função, íntima conexão com a diretriz consagrada na regra de ouro 10 do art. 5.º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, segundo a qual o juiz, ao aplicar a lei, deve atender aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. Pablo Stolze (2017, p.135) 3-1.2 Função de Controle A segunda função está prevista no art.187 do Código Cívil, que diz o seguinte: “Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.” Conforme Flávio Tartuce 2017, p.418) “ uma vez que aquele que contratia a boa-fé objetiva comete abuso de direito”. Portanto, todo direito é delimitado pela boa-fé, fora ou contra a boa-fé nao exsite nenhum direito subjetivo. A respeito de sua função de controle Arnaldo Rizzardo, (2015, p.73) diz que: Na sua função de controle, limita o exercício dos direitos subjetivos, estabelecendo para o credor, ao exercer o seu direito, o dever de ater-se aos limites, traçados pela boa-fé, sob pena de uma atuação antijurídica, consoante previsto no art. 187 do Código Civil brasileiro de 2002. Evitase assim, o abuso de direito em todas as fases da relação jurídica obrigacional, orientando a sua exigibilidade (pretensão) ou o seu exercício coativo (ação)”.57 Vale salientar, que este aritgo também é fonte de deveres de conduta á relação contratual. 3-1.3 Função de Integração Por fim, o artigo 422 do Código Cívil de 2002, traz a função de integrativa da boa-fé objetiva, no qual esta expresso o seguinte: “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução,os princípios de probidade e boa-fé”. A respeito da Função de Integração da boa-fé objetiva, diz Arnaldo Rizzardo ( 2015, p. 73): A função integrativa da boa-fé, tendo por fonte o art. 422 do Código Civil brasileiro, permite a identificação concreta, em face das peculiaridades próprias de cada relação 11 obrigacional, de novos deveres, além daquelas que nascem diretamente da vontade das partes. Ao lado dos deveres primários da prestação, surgem os deveres secundários ou acidentais da prestação e, até mesmo, deveres laterais ou acessórios de conduta. Em razão da cláusula geral da boa-fé objetiva, os contratantes devem-se tanto nas negociações como na execução do contrato, mutúo respeito quanto aos direitos da outra parte. Fabio Ulhoa ( 2012, p.86) Esta função integrativa, também diz respeito a aplicação da boa fé nas fases contratuais. É possivel notar que o legistador falhou, ao prever que a boa-fé somente seria observável na conclusão e durante a execução do contrato, pois, conforme entendimento doutrinario e jurisprudencial, deverá esse princípio, incidir em todas fases contratuais. Esse entendimento é respaldado majoritariamente na doutrina brasileira, de acordo com o Enunciado n.170 do Conselho de Justiça Federal, aprovado na III Jornada de Direito Cívil, “ a boa-fé objetiva deve ser observada pelas partes na fase de negociações preliminares e após a execução do contrato, quanto tal exigência decorrer da natureza do contrato”. Também está previsto também na Jornada STJ 25, que “o art 422 do Código Civil não inviabiliza a aplicação, pelo julgador, do princípio da boa -fé nas fases pré e pós contratual.” (STJ, 2002, p.5). De acordo com Flávio Tartucce (2017) a respeito dos entendimentos acima, os enunciados apesar de semelhantes, são divergentes em seus conteudos, pois o enunciado n.25 se dirige ao juiz, enquanto ao n.170 dirige -se às partes do negócio jurídico. E complementa Pablo Stolze ( 2017, p.144) que: Deverá esse princípio – que veio delineado no Código como cláusula geral – incidir mesmo antes e após a execução do contrato, isto é, nas fases pré e pós contratual. Mesmo na fase das tratativas preliminares, das primeiras negociações, da redação da minuta – a denominada fase de puntuação – a boa-fé deve-se fazer sentir. A quebra, portanto, dos deveres éticos de proteção poderá culminar, mesmo antes da celebração da avença, na responsabilidade civil do infrator. Desta forma, a boa-fé objetiva deve estar presente em todas as fases contratuais, tanto na fase preliminar e na fase pós - contratual, cujo o descumprimento do princípio da boa-fé gera acarreta a responsabilidade civil pré contratual e pós contratual. (Maria Helena Diniz, 2017). 12 3.2 – O PRINCÍPIO DA BOA – FÉ E A PROBIDADE Maria Helena Diniz (2017), explora o princípio da boa-fé e o apresenta como um princípio fundamental do direito contratual, pois com análise nos arts 113, 187 e 422 doCC, ela fundamenta que o determinado princípio está ligado não somente a interpretação ou elaboração do contrato, mas também ao próprio interesse social de segurança nas relações contratuais, bem como ao princípio da probidade, visto que a partes sempre deverão agir com lealdade, honestidade, honra e proceder sempre com boa – fé, não sendo permitido a omissão de fatos e cláusulas contratuais que prejudicam qualquer uma das partes, onde sempre dever prevalecer o respeito e confiança entre as partes, não traindo a confiança depositada. De acordo com Maria Helena Diniz (2017, p.53): Da boa-fé (CC, arts. 113, 187 e 422), intimamente ligado não só à interpretação do contrato, mas também ao interesse social de segurança das relações jurídicas, uma vez que as partes deverão agir com lealdade, honestidade, honradez, probidade (integridade de carácter), denodo e confiança recíprocas, isto é, proceder com boa-fé, esclarecendo os fatos e o conteúdo das cláusulas, procurando o equilíbrio nas prestações, respeitando o outro contratante, não traindo a confiança depositada, procurando cooperar, eviando o enriquecimento indevido, nas divulgando infomações sigilosa, etc. Portanto a boa-fé contratual é uma norma que requer o comportamento honesto e leal dos contratantes, sendo conflitante com condutas abusivas de todos tipos, tendo por escopo gerar na relação obrigacional a confiança necessária e o equilíbrio das prestações e da distribuição dos riscos e encargos, ante a proibição do enriquecimento sem causa, tratando -se, desse modo, da boa -fé objetiva. Maria Helena Diniz (2017 p.53) Para Arnaldo Rizzardo (2017, p.31) a boa-fé e a probidade são princípios básicos que orientam a composição de um contrato, onde a segurança das relações jurídicas depende majoritariamente , da probidade e da boa-fé, ou seja da lealdade, da confiança e outras questões primordiais para a segurança de uma relação contratual. A probidade para Arnaldo Rizzardo (2017, p.31) envolve a justiça, o equilíbrio, a comutatividade das prestações, enquanto a boa-fé exige a transparência e clareza das cláusulas. A respeito da boa-fé e probidade Arnaldo Rizzardo (2017) complementa que: 13 São estes dois princípios básicos que orientam a formação do contrato. As partes são obrigadas a dirigir a manifestação da vontade dentro dos interesses que as levaram a se aproximarem, de forma clara e autentica, sem o uso de subterfúgios ou intenções outros que as não expressas no instrumento formalizado. E complementa que a “a segurança das relações jurídicas depende, em grande parte, da probidade e da boa-fé, isto é, da lealdade, da confiança recíproca, da justiça, da equivalência das prestações e contraprestações, da coerência e clarividência dos direitos e deveres”. Arnaldo Rizzardo (2017, p.31). 3.3 – Boa-fé Objetiva O princípio da boa – fé é um assunto bastante consolidado na doutrina brasileira, onde é possível notar que vários doutrinadores adotam um posicionamento similar e concreto, no qual a boa-fé e a probidade são princípios essenciais para a segurança de uma relação contratual. O Código Civil de 2002 implementou no seu texto legal o artigo 422, que trata especificamente a respeito da boa-fé, onde diz o seguinte “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão, como em execução, os princípios de probidade e boa-fé”. No mesmo tocante, Flávio Tartucce (2017, p.417 ) conceitua a boa-fé objetiva como “exigência de conduta leal dos contratantes, está relacionada com os deveres anexos ou laterais de conduta, que são ínsitos a qualquer negócio jurídico, não havendo sequer a necessidade de previsão no instrumento negocial”. Estes deveres anexos ou laterais são aqueles exigidos por meio leal as partes de uma relação jurídica, como por exemplo, o dever de respeito, dever de informar a outra parte sobre o conteúdo do contrato, de agir conforme a confiança depositada, o dever de lealdade e probidade e bem como o dever de honestidade, entre outros, onde a quebra de qualquer um desses deveres anexos gera a violação positiva do contrato, o que acarreta na responsabilidade civil objetiva daquele que desrespeita a boa-fé objetiva. A respeito da responsabilidade civil objetiva inerente a boa-fé, diz Flavio Tartucce (2017, p.417) que: 14 Repise-se, conforme o Capítulo 3 desta obra, que, a quebra desses deveres anexos gera a violação positiva do contrato, com responsabilização civil objetiva daquele que desrespeita a boafé objetiva (Enunciado n. 24 do CJF/STJ). Essa responsabilização independentemente de culpa está amparada igualmente pelo teor do Enunciado n. 363 do CJF/STJ, da IV Jornada, segundo o qual: “Os princípios da probidade e da confiança são de ordem pública, estando a parte lesada somente obrigada a demonstrar a existência da violação”. O grande mérito do último enunciado, de autoria do Professor Wanderlei de Paula Barreto, é a previsão de que a boa-fé objetiva é preceito de ordem pública. Maria Helena Diniz (2017, p. 53) complementa que “se um dos contratantes não vier a cumprir seu dever, estará ofendendo a boa-fé objetiva, caracterizando o inadimplemento do ato negocial, independentemente de culpa. A boa-fé objetiva como dita anteriormente pode ser conceituada como sendo exigência de conduta leal dos contratantes, é uma regra de agir, através de deveres de conduta que são inerentes a qualquer relação contratual e está expressa no artigo 422 do Código Civil, que como citado anteriormente, diz o seguinte: “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão, como em execução, os princípios de probidade e boa-fé”, sendo portanto uma cláusula obrigatória para as relações contratuais. A respeito da boa-fé subjetiva e objetiva Silvio de Salvo Venosa (2017, p. 30), diz o seguinte: Como o dispositivo do art. 422 se reporta ao que se denomina boa-fé objetiva, é importante que se distinga da boa-fé subjetiva. Na boa-fé subjetiva, o manifestante de vontade crê que sua conduta é correta, tendo em vista o grau de conhecimento que possui de um negócio. Para ele há um estado de consciência ou aspecto psicológico que deve ser considerado. A boa-fé objetiva, por outro lado, tem compreensão diversa. O intérprete parte de um padrão de conduta comum, do homem médio, naquele caso concreto, levando em consideração os aspectos sociais envolvidos. Desse modo, a boa-fé objetiva se traduz de forma mais perceptível como uma regra de conduta, um dever de agir de acordo com determinados padrões sociais estabelecidos e reconhecidos. Portanto, a boa-fé objetiva é um instituto que está previsto atualmente no art 422 do Código Civil, e se aplica a todos contratantes, onde o desrespeito deste princípio tem por consequência a responsabilização objetiva, independentemente de culpa do feito. 15 3.4 – Boa-fé Subjetiva O princípio da boa-fé pode se dividir na forma objetiva e subjetiva, onde ambas possuem características diversas. A boa-fé subjetiva sempre esteve presente no âmbito jurídico brasileiro, pois já vigorava mesmo no Código Civil de 1916. O princípio da boa-fé subjetiva pode ser conceituado como a incompreensão de um vício em uma relação contratual por falta de conhecimento, ou seja, a boa-fé subjetiva se caracteriza pela seriedade das intenções pelo contratante, um exemplo é uma situação em que o contratante realiza um negócio jurídico confiando que o mesmo está isento de vícios, estando então respaldado pela boa-fé subjetiva. Pablo Stolze Gagliano (2010), define a boa – fé subjetiva como “ uma situação psicilógia, um estado de ânimo ou de espírito do agente que realiza determinado ato ou vivencia data situação, sem ter ciencia do vício que a inquina”. A respeito da boa-fé subjetiva Silvio de Salvo Venosa (2017, p.30), complementa que a boa é distinguivelda boa-fé objetiva, pois na sua forma subjetiva, o manifestante de vontade ele crê que sua conduta é correta, de acordo com seu conhecimento a respeito de um negócio jurídico, onde para ele existe um estado de conciencia ou aspecto psícologico que deve ser considerado. A boa-fé subjetiva se caracteriza pela seriedade das intenções, diferente da de caráter objetivo, que indenpende do plano da consciencia. Paulo Nader ( 2016, p.60). Desta forma, a boa-fé subjetiva, se trata do desconhecimento de um vício em uma relação contratual, no qual o magistrado, analisará o comportamento do contratante, se o mesmo conduziu o negócio jurídico de forma consciente ou inconsciente em relação ao vício. 16 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS O princípio da boa-fé sempre esteve presente de forma ampla na sociedade e no Direito Contratual, mesmo que antes não houvesse menção expressa ao mesmo, sempre foi inerente a pessoa humana, até mesmo nas relações contratuais. Foi após a Constituição Federal de 1988, que a boa-fé adentrou de forma expressa em nosso ordenamento jurídico, e com a sua devida formalização no Código Civil de 2002 se tornou um dos pilares para o Direito Contratual, sendo de extrema importância para a confecção de qualquer contrato ou negócio jurídico. Conclui-se então, que o princípio da boa-fé é o pilar de segurança para toda relação contratual, pois tanto sua forma objetiva quanto subjetiva sempre estará presente na elaboração de qualquer negócio jurídico, onde as partes sempre deverão agir em respeito a boa-fé e os demais princípios que dela se derivam. O princípio da boa-fé estará sempre presente no Direito Contratual, acompanhando sua evolução e proporcionando segurança para as relações contratuais. 17 5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • Rizzardo, Arnaldo, 1942- Contratos / Arnaldo Rizzardo – 15. Ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2015. • Rizzardo, Arnaldo, 1942- Contratos / Arnaldo Rizzardo – 16. Ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017. • SANCHES, Antonio. O Princípio da boa – fé objetiva e a violação positiva do contrato na jurisprudencia atual do TJ/SP e do STJ. 9 de dezembro de 2015. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI230978,51045O+principio+da+boafe+o bjetiva+e+a+viol acao+positiva+do+contrato+na>. Acesso em: 19 de Fevereiro de 2020 • CASTRO, Daniel Penteado. O Princípio da boa – fé no Código Civil em vigor . 31 de agosto de 2004. Disponível em: <https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI6660,11049- O+principio+da+boafe+no+Codigo+Civil+em+vigor>. Acesso em: 15 de Maio de 2020. • Coelho, Fábio Ulhoa Curso de direito civil, 3 : contratos / Fábio Ulhoa Coelho. — 5. ed. — São Paulo • Tartuce, Flávio. Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce. 7. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017. • Linhares Martino Martins, Jéssica. A boa – fé objetiva e as responsabilidades civis pré e pos contratuais. 01 de outubro de 2016 .Disponível em: <https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-boa-fe-objetiva-e-as- responsabilidades- civis-pre-e-pos-contratuais/>. 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São Paulo . Editora Saraiva, 2010 • BRASIL, Rafael. Princípio da boa-fé: a importância na relação pré-contratual. 25 de junho de 2018. Disponível em: <https://blog.sajadv.com.br/principio-da-boa- fe/>. Acesso em: 14 de Fevereiro de 2020 • Venosa, Sílvio de Salvo. Direito civil: contratos / Sílvio de Salvo Venosa. – 17. ed. – São Paulo: Atlas, 2017. (Coleção Direito Civil; 3) • MARTINEZ, Vinicius. Deveres laterais decorrentes da boa-fé objetiva / Vinícius Martinez. Fundação Educacional do Município de Assis – Fema - Assis, 2013. Págs. 51. Disponível em: < https://cepein.femanet.com.br/BDigital/arqTccs/0911300958.pdf>. Acesso em: 17 de Abril de 2020. https://blog.sajadv.com.br/principio-da-boa-fe/ https://blog.sajadv.com.br/principio-da-boa-fe/ https://cepein.femanet.com.br/BDigital/arqTccs/0911300958.pdf
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