Buscar

QUESTIONÁRIO COMPLETO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

QUESTIONÁRIO DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
1) Defina comunidade, destacando seus fatores constitutivos?
Resposta: Comunidade é um grupo de pessoas que compartilham algo em comum com uma história comum, um interesse comum, um objetivo comum, em uma determinada área geográfica ou práticas. Seus fatores constitutivos é a existência dos vínculos espontâneos entre os indivíduos de forma subjetiva e espontânea para sua caracterização, emocionais, laços culturais, sociais, religiosos e com relações de trabalho que se consubstanciam com uma forte participação de semelhantes que subsequentemente se sentem parte integrante do grupo.
2) Por que se costuma afirmar que a identidade e sentimento são palavras-chave quando se fala de comunidade?
Resposta: O sentimento aproxima os indivíduos e melhora as relações interpessoais, gerando senso não só de identidade como intensificando laços que tornam a comunidade mais forte. Quanto maior for o sentimento de identidade e de pertencimento, maior será a capacitação comunitária, promovendo uma convivência melhor das comunidades saudáveis e sustentáveis.
3) Defina sociedade, destacando seus elementos constitutivos?
Resposta: Surge da vontade legítima de um grupo de pessoas que se associam em busca de atingir determinados interesses em comum gerando um conjunto de vínculos estabelecidos por motivos políticos, econômicos, sociais e culturais. Ela constitui na busca através de diálogos e do consenso de regras e instituições para organizar suas relações, tendo em vista os interesses que os ligam em torno de acordos, pactos e princípios. Diferencia-se da comunidade que é um de seus segmentos. Ela é a junção de um grupo de comunidades políticas independentes.
4) Por que se costuma afirmar que a vontade e razão são palavras chave quando se fala de sociedade?
Resposta: O sentimento aproxima os indivíduos e melhora as relações interpessoais, gerando senso não só de identidade como intensificando laços que tornam a comunidade mais forte. Quanto maior for o sentimento de identidade e de pertencimento, maior será a capacitação comunitária, promovendo uma convivência melhor das comunidades saudáveis e sustentáveis.
5) Onde se observa um somatório artificial de valores heterogêneos e divergentes: na comunidade ou na sociedade? Esclareça.
Resposta: Na sociedade, um somatório de valores diante da presença de heterogêneos e divergentes. Isto porque seus integrantes associam-se mesmo tendo interesses heterogêneos, a fim de atingir seus objetivos a serem compartilhados.
6) Onde se observa uma integração natural de valores homogêneos e convergentes: na comunidade ou na sociedade? Esclareça.
Resposta: Na comunidade, podemos observar uma integração natural de valores homogêneos e convergentes, pois seus membros estão unidos, envolvendo identidade, laços culturais, emocionais, históricos, sociais, religiosos e familiares comuns, promovendo, portanto, a identificação da comunidade a que pertencem.
7) O que é mais correto afirmar, que é uma comunidade, ou sociedade internacional o ambiente de inserção do Direito Internacional Público? Esclareça.
Resposta: O mais correto é a sociedade internacional é o ambiente de inserção do Direito Internacional Público, pois o Direito Internacional representa o conjunto das regras das instituições jurídicas, que regem a sociedade Internacional e que tem a estabelecer a paz, a justiça e promover o desenvolvimento.
8) Considere as seguintes forças antagônicas, todas de conteúdo nacionalista: a) as revoluções, que se contrapõem à estabilidade proporcionada pela ordem pública; b) a noção de soberania, oposta à de cooperação entre os povos do mundo; c) o direito de autodeterminação dos povos, em oposição à divisão do mundo em zonas de influência. Em sua opinião, tais forças são contrárias ao estabelecimento de uma comunidade ou de uma sociedade internacional? Esclareça. 
Resposta: O Direito Internacional é o conjunto de regras e das instituições jurídicas que regem a Sociedade Internacional e que nela tendem a estabelecer a paz, a justiça, e promover o desenvolvimento. O homem é o personagem central para o cumprimento dos seus objetivos e deveres para uma sociedade harmoniosa. Portanto, as relações que se contrapõem à ordem e à justiça trazem os malefícios à Sociedade e a enfraquecem. 
A noção de soberania e o respeito às instituições e ao ser humano deve levar os povos à cooperação para uma consequente sociedade harmoniosa e solidária. Em minha opinião, tais forças são contrárias ao estabelecimento de uma comunidade e, como consequência maior, ao prejuízo, ao relacionamento comercial, econômico e financeiro entre as nações, repercutindo na Sociedade Internacional. 
9) Três correntes doutrinárias costumam explicar os fundamentos da sociedade 
Internacional. Quais são elas?	
Resposta: Concepção positivista voluntarista de Cavaglieri e Jellinek; a sociedade Internacional fundamenta-se num acordo de vontade dos Estados Soberanos. O método positivista consiste em ver o Direito, e, em particular, o Direito Internacional como um fenômeno observável e aplicar-lhe as exigências da razão. Para os Voluntaristas o fundamento último do Direito encontra-se na vontade dos sujeitos de Direito e nos acordos que eles concluem. Desta forma, o Direito Internacional não vai além da fusão da pluralidade de vontades estatais em uma vontade comum. No entanto, tal concepção é falha, pois não explica porque determinada coletividade com características próprias se insere como ente, independentemente, de aceitar as normas preexistentes e sem ter participado de sua criação. 
· Concepção lógico-jurídica de Kelsen: a Sociedade Internacional se consubstanciaria numa ordem superior que tornaria possível aos Estados se relacionarem. Esta teoria é falha, pois não explica de que forma essa ordem superior surgiria e influenciaria na formação dos Estados.
· Concepção jusnaturalista de Del Vecchio - é a teoria aceita pela maioria dos autores. Para Del Vecchio, o Homem, ser antologicamente social, somente se realizaria em sociedade e aí estaria o fundamento da Sociedade Internacional, forma mais ampla de sociedade. Esta afirmativa se baseia na unidade do gênero humano, conforme Albuquerque Mello. A partir daí o Direito Internacional encontraria o seu fundamento na “natureza humana”.
10) Em tema de fundamentos da sociedade internacional, esclareça em que consiste a doutrina positivista-voluntarista de Arrigo Cavaglieri.
Resposta: Conforme Arrigo Cavaglieri, a Sociedade internacional fundamenta-se num acordo de Vontade dos Estados Soberanos. O método positivista – voluntarista consiste em ver o Direito, e, em particular, o Direito Internacional, como um fenômeno observável e aplicar-lhe com rigor as exigências da razão. Para os voluntaristas o fundamento do direito encontra-se na vontade dos sujeitos de Direito. Desta forma, o Direito Internacional vai da fusão da pluralidade da vontade estatais em uma vontade comum. No entanto, tal concepção é falha, pois não explica porque determinada coletividade com características próprias se insere como ente independentemente de aceitar as normas preexistentes e sem ter participado de sua criação.
11) Em tema de fundamentos da sociedade internacional, esclareça em que consiste a doutrina lógico-jurídica de Hans Kelsen.
Resposta: Esta concepção lógico-jurídica de Kelsen defende que a Sociedade Internacional se consubstanciaria numa ordem superior que tornaria possível aos Estados se relacionarem. Tal teoria, no entanto, é falha, pois não explica de que forma essa ordem superior surgiria e influenciaria na formação dos Estados.
12) Em tema de fundamentos da sociedade internacional, esclareça em que consiste a doutrina jusnaturalista de Giogio del Vecchio.
Resposta: A doutrina jusnaturalista de Giogio Del Vecchio é a concepção aceita pela maioria dos autores que fundamentam a Sociedade Internacional e, consequentemente, o Direito. Del Vecchio defende que o homem é um ser ontologicamente social, realizando-se na Sociedade e que na sociedade estáo fundamento da Sociedade Internacional, forma maior de sociedade. Esta afirmativa se baseia na unidade do gênero humano e, a partir daí o Direito, particularmente o Direito Internacional, encontraria o seu fundamento na natureza humana.
13) Em tema de fundamentos da sociedade internacional, esclareça qual das três doutrinas lembradas é considerada a mais correta.
Resposta: Conforme estudos propostos, são três as doutrinas básicas que fundamentam a Sociedade Internacional, consequentemente, o Direito:
· Doutrina Positivista - Voluntarista proposta por Cavaglieri e Jellinek é falha, pois não explica porque determinada coletividade com características próprias se insere como ente, independentemente de aceitar as normas preexistentes e sem ter participado de sua criação.
· Doutrina Lógico jurídica de Kelsen: Esta doutrina também é falha, pois não explica de que forma essa ordem superior surgiria e influenciaria na formação dos Estados.
· Doutrina jusnaturalista proposta por Giogio Del Vecchio - é mais aceita. Para ele, o homem ser antologicamente social somente se realizaria em sociedade e aí estaria o fundamento da Sociedade Internacional, forma mais ampla de sociedade. Esta afirmativa se baseia na unidade do gênero humano, conforme Albuquerque de Melo. A partir daí o Direito, particularmente o Direito Internacional, encontraria o seu fundamento na chamada “natureza humana”.
14) Como se pode definir o Direito Internacional Público?
Resposta: Antes de chegar a uma definição do Direito Internacional Público, é importante anotar que Norberto Bobbio entende que o Direito não é uma normal, mas sim um conjunto coordenado de normas que constitui um sistema normativo, onde esclarece que uma norma jurídica jamais se encontra só, mas sim, que está ligada a outras normas que formam um ordenamento jurídico. E em seguimento deste ensinamento, Knubben chega-se ao que a maioria dos internacionalistas usam como fulcro para a conceituação do Direito Internacional Público. Vários autores advogam que esta conceituação pode relacionar diretamente aos sujeitos que compõem a Sociedade Internacional. Em suma, o Direito Internacional, seria o conjunto de regras e princípios que regem as relações jurídicas entre homens pertencentes a grupos políticos distintos, onde designa o sistema jurídico cuja função primordial é regular as relações entre os Estados, onde as elaborações das normas internacionais são através da diplomacia. Tais regras precisam ser ratificadas pelos Estados para terem validade jurídica interna.
15) Houve alguma evolução no conceito de Direito Internacional Público desde a enunciação de sua primeira definição? Esclareça.
Resposta: É difícil definir uma data específica quanto ao surgimento do Direito Internacional Público, pelo fato de alguns doutrinadores entenderem que a sua concepção se deu com a formação das primeiras coletividades organizadas, formadas por homens, visto a necessidade de convivência que estabeleceu relações contínuas entre si. Entretanto, a maioria dos doutrinadores conseguiram o surgimento do Direito Internacional no Tratado de Paz de Westfalia e uma minoria considera que sua origem ocorreu na Antiguidade.
16) Qual é o mais importante sujeito do Direito Internacional Público?
Resposta: O Estado é considerado o sujeito mais importante do Direito Internacional Público e é o único que possui plena capacidade jurídica de direito internacional.
17) Cite os principais sujeitos de Direito Internacional Público.
Resposta: Falar em sujeitos do direito, é basicamente compreender que essas pessoas possuem personalidade jurídica, sendo capaz de adquirir direitos e contrair obrigações. Na seara do Direito Internacional Público, ser sujeito de direito é poder agir, atuando em como polo em determinada demanda judicial, celebrando tratados internacionais. Serão considerados sujeitos de Direito Internacional Público, os estados, as organizações internacionais, os blocos internacionais e os indivíduos.
18) À existência do Direito Internacional Público, costuma-se associar três bases: a) a pluralidade de Estados soberanos; b) o comércio internacional; e, c) a existência de princípios jurídicos coincidentes entre os Estados. De que índole são tais bases?
Resposta: Existem várias teorias para determinar os alicerces do Direito Internacional, vertendo-se em duas correntes, a saber, a das teorias voluntaristas e a das teorias objetivistas. As primeiras partem do princípio de que os alicerces do Direito Internacional estão vinculados à manifestação da vontade dos Estados na submissão às regras acordadas entre os Estados em seus Tratados por consentimento ou conveniência. Já as teorias objetivistas defendem a obrigatoriedade da aplicação de normas e princípios superando, inclusive, as cartas constitucionais de cada estado já que a expressão de direitos e deveres relativos às relações internacionais suplementam as peculiaridades de cada Estado em questão, fazendo com que a norma seja preferencialmente observada, seja por obrigação, solidariedade internacional ou por aplicação de garantias de direitos internacionais
19) Como costuma ser dividida a evolução histórica do Direito Internacional Público?
Resposta: A evolução histórica do Direito Internacional Público, para alguns autores foram divididos em duas grandes épocas, onde existe para alguns existe desde a antiguidade e para outros desde a idade moderna. 
20) Há consenso doutrinário sobre a existência do Direito Internacional Público na
Antiguidade? Esclareça.
Resposta: Não, a maioria dos juristas apenas reconhece a existência de um direito internacional apenas a partir da Paz de Vestfália (1648), marco histórico do Estado-nação moderno, mesmo sendo inegável que os povos da Antiguidade mantinham relações exteriores: comerciavam entre si, enviavam embaixadores, vinculavam-se por meio de tratados e outras formas de obrigação, e assim por diante.
21) No Século XIII a.C., foi assinado um conhecido tratado entre Egípcios e Hititas,
envolvendo Ramsés II e Hatusili III. Que nome é dado a esse importante documento?
Resposta: O Tratado de Kadesh ou Tratado Egípcio-Hitita. 
22) Cite institutos presentes na Grécia Antiga que podem ser considerados indícios do surgimento de um Direito Internacional incipiente.
Resposta: Na Grécia Antiga verifica-se celebração de tratados de paz, além de possuírem verdadeiras cidades-estados, independentes umas das outras e soberanas dentro dos próprios territórios. 
23) O termo Direito das Gentes, sinônimo de Direito Internacional, tem origem na expressão Ius Gentium. O que designa originariamente esse último termo em que contexto ele se fazia presente?
Resposta: O Ius gentium ou jus gentium ("direito das gentes" ou "direito dos povos", em latim) compunha-se das normas de direito romano que eram aplicáveis aos estrangeiros. Os antigos romanos permitiam que os estrangeiros invocassem determinadas regras do direito romano de modo a facilitar as relações comerciais com outros povos. Desenvolveu-se sob a influência do pretor peregrino, em contraposição ao ius civile, isto é, o conjunto de instituições jurídicas aplicáveis aos cidadãos romanos.
24) Na Idade Média, qual foi a principal força adjuvante do Direito Internacional?
Resposta: A Igreja foi a grande influência no desenvolvimento do direito internacional durante a Idade Média. O papa era considerado o árbitro por excelência das relações internacionais e tinha a autoridade para liberar um chefe de Estado do cumprimento de um tratado.
25) Em que consistiam a Paz de Deus, a Trégua de Deus e a Guerra Justa?
Resposta A Trégua de Deus foi a estipulação, por parte da Igreja Católica, de que combates militares não poderiam ser travados entre a sexta-feira e a segunda-feira seguinte, uma forma de demonstrar a submissão dos homens, mesmo em guerra, aos ensinamentos de Cristo. 
Já a Paz de Deus era a proibição de que os guerreiros atacassem população desarmada (de modo que, se o fizessem, seriam vistos como iníquos, como homens cruéis que não eram dignos da Graça Divina)ou que atacassem as propriedades da Igreja, de modo que toda e qualquer população protegida dentro dos limites dos templos deveria ser deixada em paz e nada daquilo que a Igreja desenvolvesse poderia ser destruído pela guerra.
A guerra justa, se baseia no argumento de que a guerra deve servir à justiça e nunca atender a objetivos pessoais ou a vinganças. Ela deve atender a uma busca pela 4 manutenção do direito de uma comunidade, ou seja, a de defendê-la contra a invasão de inimigos ou a da manutenção da paz interna. A aquisição de honras e riquezas através da guerra é criticada por Agostinho; é aí que veríamos a presença do Mal, em atitudes que vão contra os desígnios de Deus, mantenedor da paz.
26) As chamadas Cruzadas consistiram num reforço ou num atraso ao surgimento do Direito Internacional como técnica jurídica internacional baseada na tolerância e na busca da harmonia dentro da diversidade?
Resposta: Sim, porque escancararam a necessidade de rompimento com o sistema feudalista. 
27) Que marco costuma ser citado como o mais seguro para o surgimento do Direito
Internacional e que importantes princípios foram formulados nesse contexto?
Resposta: A assinatura do Tratado de Westfalia, em 1648, na Idade Moderna, no qual fora reconhecida a Independência da Suíça e da Holanda, ou seja, a soberania dos Estados. 
28) Que importância teve a Revolução Francesa na história do Direito Internacional?
Resposta: No século XIX ocorre a Revolução Francesa, que é o marco inicial da Idade Contemporânea. Esta é de grande importância para o Direito Internacional Público, pois ao conduzir as unificações alemã e italiana, gerou uma série de resultados positivos utilizando o princípio das nacionalidades.
29) Que influência teve o Congresso de Viena sobre o desenvolvimento do Direito
Internacional?
Resposta: O Congresso de Viena (1815), que encerrou a era napoleônica, resultou em grande impulso para o direito internacional, na medida em que apontou na direção da internacionalização dos grandes rios europeus (Reno, Mosa etc.). 
30) Que doutrina surgiu nos EUA em oposição ao princípio do equilíbrio europeu?
Resposta: A Doutrina Monroe foi proferida pelo presidente James Monroe no dia 02 de dezembro de 1823, no Congresso norte-americano. Aparentemente, os Estados Unidos estavam fazendo frente à Europa para defender os países latinos, no entanto, o que estava sendo defendido eram somente os interesses norte-americanos.
31) Quais os mais importantes episódios do Século XX na história do Direito Internacional?
Resposta: No século XX, ocorreu a criação da Sociedade das Nações e, posteriormente, da Organização das Nações Unidas, o trabalho de codificação (por exemplo, a Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados e a Convenção sobre Direito do Mar) e a proliferação de tratados nascida na necessidade de acompanhar o intenso intercâmbio internacional do mundo contemporâneo.
32) Que importante organismo, criado após a 1.ª Guerra Mundial, destinado a evitar que se sucedessem conflitos armados entre as nações, acabou tropeçando na inexistência de sanções em caso de violação do pacto de sua criação, na retirada dos EUA, que com aquele rompeu, invocando o princípio da não intervenção, e nas condições extremas impostas à Alemanha pelo Tratado de Versailles?
Resposta: A Organização das Nações Unidas. 
33) Qual o significado da existência da ONU para o Direito Internacional?
Resposta: A ONU (Organização das Nações Unidas é a maior organização internacional do mundo. Tem como objetivos principais a manutenção da paz mundial, respeito aos direitos humanos e o progresso social da humanidade.
34) Em tema de fundamentos da obrigatoriedade do Direito Internacional para os Estados, que dois grupos de teorias se destacam?
Resposta: Quando se fala a respeito das correntes Teóricas predominantes, é possível identificar a Corrente Voluntarista (subdividida em teoria da vontade coletiva, teoria da autolimitação, teoria do consentimento dos estados e teoria da delegação do direito interno) e a corrente dos objetivistas (subdividida entre teoria do objetivismo lógico, a teoria sociológica e a teoria do direito natural). 
35) Ainda no tópico fundamentos, quais as principais linhas de pensamento voluntaristas e quais são as suas ideias centrais?
Resposta: Os voluntaristas, acreditam que a obrigatoriedade do Direito Internacional decorre da vontade dos próprios Estados. Assim, acreditam que a vontade estatal é expressa, na maior parte das vezes, em tratados ou convenções internacionais. Para esse grupo, a validade do Direito Internacional emana sempre da índole da vontade que o exprime.
36) Ainda no tópico fundamentos, quais as principais linhas de pensamento objetivistas e quais são as suas ideias centrais?
Resposta: A corrente dos objetivistas constituem reação aos voluntaristas, assim, para essa corrente, a vontade estatal não determina a obrigatoriedade do Direito Internacional.
37) Qual é a melhor concepção, em tema de fundamentos, segundo a doutrina majoritária?
Resposta: A segunda corrente, a vontade estatal não determina a obrigatoriedade do Direito Internacional.
38) Como se pode definir fonte do Direito?
Resposta: Fonte do Direito é de onde provêm o direito, a origem, nascente, motivação, a causa das várias manifestações do direito.
39) Como são classificadas as fontes do Direito Internacional Público?
Resposta: De acordo com o artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça (CIJ), as fontes do direito internacional público são três: 
a) As convenções internacionais;
b) O costume internacional;
c) Os princípios gerais do direito.
Cada uma delas é única, não existindo uma hierarquia que define uma superioridade de uma frente a outra. Além disso, vale mencionar também que estamos diante de um rol exemplificativo, sendo possível inclusive a utilização de outras fontes. A doutrina e a jurisprudência por exemplo, são fontes auxiliares do direito internacional público, podendo ser utilizadas para a resolução de algum litígio que envolva a matéria.
40) Enumere as fontes primárias apontadas pelo art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça (ECIJ)?
Resposta: As fontes primárias são as convenções Internacionais, os costumes Internacionais e os princípios gerais do Direito.
41) Enumere as fontes secundárias apontadas pelo art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça (ECIJ)?
Resposta: Jurisprudência e a Doutrina. 
42) O rol do art. 38 do ECIJ é taxativo? Esclareça.
Resposta: Não é um rol exemplificativo, visto que não esgota a possibilidade do direito surgir de outras fontes. 
43) Além daquelas constantes do rol do art. 38 do ECIJ, que outras fontes do Direito
Internacional costumam ser apontadas pela Doutrina?
Resposta: São Fontes de Direito Internacional Público aquelas estabelecidas a fim de produzir as normas que ordenarão o cenário jurídico internacional. Em outras palavras, é a fonte que faz nascer a norma.
44) Que são tratados ou convenções internacionais?
Resposta: Os documentos assinados em conferências internacionais que tratam de assuntos de interesse geral são denominados convenções ou tratados. São acordos firmados entre dois ou mais países a respeito dos mais diversos temas: como transporte, comércio, trabalho, entre outros.
45) Que é costume internacional e quais os seus elementos?
Resposta: O costume internacional é uma prática geral aceita como sendo o direito. Possui elemento material e subjetivo. O elemento material é a própria prática, ou seja, a repetição, ao longo do tempo, de um determinado modo de proceder, atuar, diante de um determinado fato.
46) Que são princípios gerais de Direito Internacional?
Resposta: Os princípios gerais principais do direito internacional em que se refere o art. 38 são: Igualdade soberana, Autonomia, não ingerência nos assuntos dos outros Estados, respeito aos direitos humanos, Cooperação internacional. 
47) Qual a importância da jurisprudência internacional no tema fontes?
Resposta: A importância é que a atividade judicial de interpretaçãode leis proporciona uma atividade de criação ou de renovação do conteúdo normativo.
48) Qual a importância da doutrina internacional no tema fontes?
Resposta: A doutrina e a jurisprudência não se enquadram como fontes imediatas de direito internacional, sendo considerados meios auxiliares para determinação de regras de direito. Não possuem caráter obrigatório ou vinculante no âmbito internacional. Sua função é a revelação das fontes de direito internacional, especialmente dos costumes.
49) A equidade é apontada como fonte do Direito Internacional? Esclareça.
Resposta: A equidade é considerada uma regra de aplicação de princípios de justiça aos casos concretos. É uma forma de resolução dos litígios, para atenuar os excessos do formalismo jurídico.
50) Qual a importância das resoluções de organismos internacionais no tema fontes?
Resposta: Há dois tipos de resoluções: as obrigatórias (ou impositivas) e as facultativas. As obrigatórias vinculam os sujeitos de Direito Internacional, já as facultativas têm caráter de recomendação, consistindo apenas em propostas de ação, possuindo força moral e política, mas não jurídica, a exemplo das resoluções da Assembleia Geral da ONU.
51) Qual a importância dos atos unilaterais no tema fontes?
Resposta: A dinâmica das relações internacionais revela que atos cuja existência tenha dependido exclusivamente da manifestação de um Estado terminam por influenciar as relações internacionais, gerando consequências jurídicas independentemente da aceitação ou envolvimento de outros entes estatais.
52) Dê exemplos de atos unilaterais.
Resposta: a) tácitos: é o consentimento de um Estado sem manifestação anunciada de sua vontade. Implica sempre em uma aceitação, jamais na discordância ou rejeição de uma situação. Exemplo por excelência de ato unilateral tácito é o silêncio. b) expressos: têm lugar com a manifestação formal dos Estados em relação a determinada pretensão sua.
53) O que significa o termo Codificação do Direito Internacional.
Resposta: De acordo com os Estatutos da Comissão do direito internacional adotada em 1947, o termo “codificação” é definido como “uma formulação e sistematização mais precisa do di- reito naquelas áreas em que há regras estabelecidas por extensa prática dos estados, precedentes e da doutrina”, e “desenvolvimento progressivo”.
54) Que papel tem a CDI da ONU na codificação?
Resposta: A CDI tem como função a codificação e desenvolvimento progressivo do direito internacional, dois conceitos esses que são intimamente interrelacionados. Por fim, o artigo trata dos temas trabalhados pela CDI, assim como questões abordadas sobre as suas atividades e necessidade.
55) Qual é, do ponto de vista prático, a fonte mais importante do Direito Internacional,
segundo a doutrina?
Resposta: Tratados ou convenções internacionais
56) Existe algum “Tratado dos Tratados”? Em caso positivo, que texto convencional é conhecido por tal alcunha?
Resposta: O conhecido como Tratados dos Tratados é a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados 
57) Como pode o ser definido o Tratado?
Resposta: É um acordo internacional, concluído por escrito, entre Estados ou entre Estados e organizações internacionais regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos.
58) Como a CVDT/69 define Tratado? Esclareça a definição.
Resposta: Segundo a CVDT, O tratado é uma convenção escrita assinada entre dois Estados e regida pelo Direito Nacional. Isto significa que os acordos entre um Estado e um organismo internacional não são considerados um tratado.
59) Em tema de Terminologia dos Tratados, para que tipo de Tratado é usado o termo
“Tratado”?
Resposta: Esta nomenclatura se incorporou com o tempo àqueles acordos mais solenes, cuja formalidade e complexidade se apresentam inegáveis. É todo acordo formal concluído entre pessoas jurídicas de direito internacional público, e destinado a produzir efeitos jurídicos. 
60) Em tema de Terminologia dos Tratados, para que tipo de Tratado é usado o termo
“Convenção”?
Resposta: É denominação geralmente reservada às espécies de tratado que criam normas gerais acerca de determinada matéria de Direito Internacional
61) Em tema de Terminologia dos Tratados, para que tipo de Tratado é usado o
“Declaração”?
Resposta: É a terminologia utilizada para os acordos que criam princípios jurídicos ou “afirmam uma atitude política comum”, isto é, firmam princípios para a Sociedade Internacional.
62) Em tema de Terminologia dos Tratados, para que tipo de Tratado é usado o termo “Ato”?
Resposta: Este termo é utilizado em geral para as circunstâncias nas quais se estabelecem regras de direito, diferenciando-se da declaração por não conter conjuntos de princípios. Importa mencionar que internacionalmente se pode observar a existência de atos que não produzem efeitos jurídicos, não sendo, portanto, tratados. Tais atos apresentam um caráter político ou moral.
63) Em tema de Terminologia dos Tratados, para que tipo de Tratado é usado o termo
“Pacto”?
Resposta: São uma forma de tratado revestido de um caráter especial de solenidade, sendo esta terminologia muito utilizada após a Primeira Guerra Mundial
64) Em tema de Terminologia dos Tratados, para que tipo de Tratado é usado o termo
“Estatuto”?
Resposta: Termo empregado para os tratados coletivos, geralmente estabelecendo normas para os tribunais internacionais permanentes, relativas à sua criação e funcionamento. 
65) Em tema de Terminologia dos Tratados, para que tipo de Tratado é usado o termo
“Protocolo”? Esclareça os dois significados da expressão.
Resposta: a) protocolo de uma conferência – que vem a ser a ata ou o resumo escrito das suas ocorrências (ex.: Protocolo de Marraqueche/94 – ata final que incorpora os resultados da Rodada do Uruguai de Negociações Comerciais Multilaterais do Gatt, para diminuição de barreiras comerciais); b) protocolo-acordo – tratado onde são criadas normas jurídicas complementares a um tratado principal – geralmente utilizado como suplemento a um acordo já existente (ex.: Protocolo de Brasília para solução de controvérsias no Mercosul – Dec. n. 922/93).
66) Em tema de Terminologia dos Tratados, para que tipo de Tratado é usado o termo
“Acordo”?
Resposta: Termo de uso livre e grande aplicação na prática internacional, sua destinação mais utilizada aponta para a especificidade do tema. No caso, matérias de ordem econômica, financeira, comercial e cultural.
67) Em tema de Terminologia dos Tratados, para que tipo de Tratado é usado o termo
“Concordata”?
Resposta: São tratados assinados pela Santa Sé (coletividade internacional com personalidade internacional anômala, configurando espécie de “Estado Teológico”, sendo o Vaticano seu complemento territorial, com menso de 1,0 km²), versando os mesmos sobre assuntos religiosos, tratando de matéria que seja da competência comum da Igreja e do Estado.
68) Em tema de Terminologia dos Tratados, para que tipo de Tratado é usado o termo
“Compromisso Arbitral”?
Resposta: Este acordo formal diz respeito às controvérsias (geralmente entre dois Estados) que posteriormente serão submetidas a um tribunal arbitral.
69) Em tema de Terminologia dos Tratados, para que tipo de Tratado é usado o termo “Troca de Notas”?
Resposta: Embora seja comum a existência da troca de notas como meio de comunicação diplomático, interessa-nos aqui aquele intercâmbio de documentos no qual está presente o ânimo relativo à realização de um acordo autêntico. De modo geral, estes acordos versarão sobre matéria administrativa, devendo-se destacar sua utilização também como instrumento destinado a concluir um compromisso internacional.
70) Em tema de Terminologia dos Tratados, para que tipo de Tratado é usado o termo
“Modus Vivendi”?
Resposta: Designa um acordo temporário, celebrado por troca de notas diplomáticas, que têm cunho administrativo.
71) Em tema de Terminologia dos Tratados, para que tipo de Tratado é usado o termo
“Carta”?
Resposta: Tratado no qual se estabelecem direitose deveres para os membros da Sociedade Internacional – também utilizado, de forma solene, para os instrumentos constitutivos de Organizações Internacionais.
72) Em tema de Terminologia dos Tratados, para que tipo de Tratado é usado o termo
“Convênio”?	
Resposta: Termo geralmente utilizado internacionalmente para tratar os pactos que versam sobre matéria cultural ou de transporte.
73) Em tema de Terminologia dos Tratados, para que tipo de Tratado é usado o termo
“Acomodação”?
Resposta: Também chamados por vezes de compromissos ou arranjos, não são espécie de tratado utilizado pelo Brasil. Têm por finalidade regulamentar a aplicação de um tratado anterior.
74) Em tema de Terminologia dos Tratados, para que tipo de Tratado é usado o termo
“Gentlemen’s Agreement”?
Resposta: Afirma a existência de normas morais relacionadas a um programa de ação política conjunta entre as partes contratantes. Por ser negociado em nome pessoal dos estadistas, fundado sobre a honra e condicionado, no tempo, à permanência de seus atores no poder, não vem sendo entendido como possuidor da natureza jurídica de tratado, não criando, desta forma, qualquer efeito jurídico para os Estados.
75) Em tema de Terminologia dos Tratados, para que tipo de Tratado é usado o termo
“Pactum de Negotiando”?
Resposta: É uma obrigação que os sujeitos de direito internacional assumem de iniciar negociações de boa-fé, com a finalidade de concluir tratado a respeito de matéria conflituosa. Não havendo conciliação, pode ser celebrado acordo internacional para divisão entre os Estados (por organização internacional.
76) Em tema de Terminologia dos Tratados, para que tipo de Tratado é usado o termo “Pactum de Contrahendo”?
Resposta: É o chamado tratado preliminar, consistindo em um acordo concluído pelos sujeitos de Direito Internacional, com compromisso de celebrar um acordo final sobre matéria em litígio.
77) Quais os critérios classificatórios dos Tratados?
Resposta: O critério para a classificação é mais utilitário do que de regime jurídico claro e diferenciador. No entanto, nessa matéria de Direito Internacional, como em outras, a doutrina vai aos poucos se fixando e justificando determinadas classificações, influenciando e sendo influenciada pelos fatos, tornando, assim, o entendimento menos variado. 
78) Quanto à forma, como podem ser classificados os Tratados?
Resposta: O tratado pode ser bilateral ou multilateral. Bilateral se somente dois são os partícipes, e multilateral nos demais casos. Alguns falam em tratados plurilaterais para especificar tratados compostos de poucos Estados - três, por exemplo -, sem clareza, no entanto, porque o prefixo "pluri" pode também aplicar-se quando dois são os Estados. Aqui, há que se ter em mente a noção anterior de "parte" em Direito, como centro de interesses, o que significa que um tratado bilateral pode ter de um lado um Estado e de outro uma organização internacional, composta de vários Estados, ou, ainda, ser concluído entre duas organizações internacionais, envolvendo, naturalmente, muitos Estados de cada lado. Em todos esses casos, existiriam duas partes e o tratado seria bilateral
79) Quanto ao conteúdo, como podem ser classificados os Tratados?
Resposta: Em relação ao conteúdo, os Tratados podem ser classificados como sendo contrato ou norma (em desuso), de acordo com a matéria: direitos humanos ou tratados gerais. Importante: tratados-norma criam regras de direito, em geral comuns às partes, sem uma contraprestação específica pelos Estados.
80) Que são “Tratados Bilaterais”?
Resposta: Tratado bilateral é um acordo entre dois Estados, visando à reciprocidade entre ambas as partes. Tratado é o termo usado para designar acordos internacionais entre países, tais recebem este nome, devido a um grande fato político em sua firmação.
81) Que são “Tratados Multilaterais”?
Resposta: Nos casos em que o acordo contempla mais de dois Estados ou Organizações. 
82) Que são “Tratados Solenes”?
Resposta: São aqueles que passam pelas seguintes fases: negociação, assinatura ou adoção, aprovação legislativa por parte do Estado interessado e, finalmente, ratificação ou adesão.
83) Que são “Acordos em forma simplificada”?
Resposta: São também conhecidos como executive agreements, concluídos, via de regra, sem intervenção do Parlamento, entrando em vigor não pela "ratificação", mas sim pela simples assinatura. Já o critério material contém enormes dificuldades, pela sua imprecisão.
84) Que são “Tratados-Lei”?
Resposta: Os pactuantes estabelecem regras gerais para nortear seus comportamentos, gerando direitos e deveres. Têm por parâmetro a ideia de lei, norma geral e abstrata.
85) Que são “Tratados-Contrato”?
Resposta: Os Estados, nesse tipo de tratado, têm objetivos desiguais, como num tratado comercial. São interesses que se complementam. O parâmetro é a própria ideia de contrato, o instituto de Direito Interno.
86) Quais são as condições de validade do Tratado?
Resposta: Ao se considerar os tratados como uma forma de acordo de vontades, a exemplo do que ocorre no direito interno com os contratos, há que se registrar que o direito estabelece condições para que este pacto tenha validade jurídica e possa, por conseguinte, produzir efeitos, exigível seu cumprimento.
87) Em que consiste, em um Tratado, a exigência de “Capacidade das Partes”?
Resposta: Traduz-se na situação jurídica que vem a revestir a parte, conferindo-lhe autorização e capacidade para celebrar tratados. Esta situação é reconhecida pelo direito internacional aos Estados soberanos, às organizações internacionais, aos belingerantes, à Santa Sé, e a outros entes internacionais que tiverem reconhecida sua personalidade jurídica internacional. Quando o Brasil comunicou ao Secretário Geral da Liga das Nações, em 1924, a intenção de o Estado Brasileiro indicar um representante permanente (Embaixador) junto àquela Organização, em Genebra, atribuiu-lhe um “status” peculiar e próprio dos Estados soberanos, como pessoa de direito internacional. Tal situação veio a ser apreciada na Carta das Nações Unidas, sendo finalmente o assunto pacificado com a Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados, atribuindo às Organizações Internacionais a habilitação para a celebração de tratados.
88) Em que consiste, em um Tratado, a exigência de “Habilitação dos Agentes Signatários”?
Resposta: Como se sabe, o Estado pode ser considerado uma “ficção jurídica”, como “pessoa”. Desta forma, aqueles que tratam dos assuntos de Estado, em nome deste, devem possuir uma espécie de “autorização”, que equivaleria a um “mandato”, ou “procuração”, a conferir-lhe poderes para tanto. Assim, o chefe de Estado o representa em primeiro plano, seguido do ministro de Estado responsável pelas relações exteriores, não raro chamado 63 de Chanceler, ou daquele agente do Estado, designado especificamente para negociar e assinar um tratado, quem deve receber deste os chamados “plenos poderes”. Por esta razão, passam a ser chamados de “plenipotenciários”. Não é demais frisar, estão dispensados da apresentação da “carta (ou instrumento) de plenos poderes”, por presunção legal de que já estão habilitados a tal pela simples função que exercem no Estado: a) Os Chefes de Estado e de Governo; b) Os Ministros das Relações Exteriores; e os c) Chefes de Missão Diplomática (Embaixadores) junto ao Estado em que se encontram acreditados; d) Os representantes do Estado para uma conferência internacional ou a uma organização internacional ou a um de seus órgãos, com a finalidade de adotar o texto de um tratado nesta conferência especifica, organização ou órgão. Deve-se salientar que, no que concerne a acordos celebrados por organismos internacionais, os Secretários Gerais e os Secretários Gerais Adjuntos encontram-se igualmente dispensados da apresentação do instrumento ou carta de “plenos poderes”, pela própria condição do cargo em que ocupam – representando no plano jurídico internacional a respectiva organização.
89) Em que consiste, em um Tratado, a exigência de “Consentimento Mútuo”?Resposta: Como a essência de um tratado, assim como ocorre geralmente nos contratos entre particulares, é o acordo de vontades, é necessário e imprescindível que este acordo de vontades não sofra nenhum tipo de vício. Da mesma forma que nos contratos, o erro, o dolo e a coação viciam um tratado, causando-lhe nulidade.
90) Quais são os vícios que contaminam, em um Tratado, o consentimento?
Resposta: O erro, o dolo e a coação. 
91) Esclareça, dentre os vícios que contaminam o consentimento para celebrar Tratados, quais geram a nulidade, quais a anulabilidade do texto convencional. 
Resposta: A CVDT só reconhece o erro de fato, não o de direito, como passível de anular um tratado. O dolo, ocorrido quando um Estado é levado a concluir um tratado mediante fraude, engano, pode ser alegado para invalidar o tratado. É nulo o tratado obtido por coação (pela força ou ameaça de uso da força) do representante do Estado ou do próprio Estado. 
92) Em que consiste, em um Tratado, a exigência de “Objeto Lícito”? 
Resposta: À semelhança do direito interno (direito das obrigações), que, no que tange aos contratos, estabelece dever o objeto destes estar de acordo com o direito e ser exequível, o direito internacional veio a instituir, no que se refere aos tratados, que o objeto destes não pode contrariar norma de direito internacional (mesmo quando esta norma lhe for posterior, chamada pela Convenção de Viena de “norma imperativa do Direito Internacional Geral”), nem ser impossível no concernente à sua realização. 
Aquela mesma Convenção vem a definir está “norma imperativa do Direito Internacional Geral”, em seu art. 53, como sendo: 
“uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional de Estados como um todo, como uma norma em que não é permitida a derrogação e a qual somente pode ser modificada por uma subsequente norma do Direito Internacional Geral tendo o mesmo caráter”. 
Não pode, ainda, o tratado contrariar a moral e os bons costumes internacionais, além de não poder conter um objeto, repita-se, que venha a ser impossível de ser realizado.
93) Em que consiste, em um Tratado, a exigência de “Objeto Possível”?
Resposta: É aquele que possa existir tanto campo físico quanto no jurídico; por fim, o objeto determinado ou determinável é aquele que possua elementos mínimos de individualização que lhe permitam caracterizá-lo. Além desses requisitos, a doutrina majoritária entende que o objeto deve ter conteúdo patrimonial. Nos contratos em que há transferência de propriedade (como na compra e venda) - denominados contratos translativos - o objeto a ser transferido deve ser alienável. No direito brasileiro, o contrato translativo de coisa inalienável é reputado como nulo.
94) De que partes principais se compõem um Tratado?
Resposta: Por regra, os tratados são escritos e se compõem de duas partes: 
· Preâmbulo geralmente contém a qualificação das partes contratantes e os objetivos essenciais do tratado, com todas as suas considerações. 
· Dispositivo contém os direitos e obrigações das partes contratantes – feito geralmente sob a forma de artigos, parágrafos, alíneas, etc.
95) Como se produzem os efeitos de um Tratado?
Resposta: Os efeitos somente serão produzidos, após a fase da ratificação do tratado internacional é a responsável por internalizar os termos do texto no direito nacional dos países signatários, ao mesmo tempo em que confere validade no âmbito internacional.
96) Em que idioma (s) costuma ser redigido um Tratado?
Resposta: Como os tratados são acordos de vontade entre Estados, não será raro, mas geralmente o habitual, que haja idiomas diferentes para cada parte contratante. Assim, criou-se a regra de que os tratados serão redigidos em tantos idiomas quantas forem as partes contratantes – princípio da igualdade jurídica entre os Estados; ou poder-se-á optar por um único idioma escolhido em comum acordo pelas partes. Daí serem compostos, em geral, de mais de um instrumento. Finalmente, as partes poderão ainda, além dos instrumentos redigidos nos idiomas das partes contratantes, eleger um terceiro para a solução de eventuais dúvidas de interpretação entre as versões das partes, o que, em geral, ocorre, como já dito. Ex.: O Brasil pode firmar um tratado com a República Popular da China, com dois instrumentos, um em português e outro em mandarim, podendo ainda as partes escolher um terceiro idioma – inglês (p.ex.), para o caso de dúvidas eventualmente criadas em interpretações das versões em português e mandarim.
97) O que é negociação?
Resposta: É a fase inicial do processo de elaboração de um tratado, sendo prerrogativa do Poder Executivo. Assim, tem competência essencial para negociar um tratado o Chefe de Estado e uma competência limitada os Ministros das Relações Exteriores. Admite-se, entretanto a participação de outros Ministros de Estado na negociação, sobretudo se o assunto for técnico. Na impossibilidade prática de o Chefe de Estado se fazer presente cada vez que o Estado for negociar um tratado, este indica seus “negociadores”. No caso de um tratado bilateral, geralmente a negociação é feita pelo Ministro de Estado das Relações Exteriores – ou seu representante – e o agente diplomático do outro Estado, que poderão ser assessorados por técnicos se o assunto assim o exigir. No caso de tratados multilaterais, a negociação vai ocorrer geralmente em convenções, conferências ou congressos internacionais. Esta fase comumente termina com a elaboração de um texto escrito que será propriamente o tratado – ou projeto de tratado, sendo rubricado pelos negociadores, ou mesmo assinado – se estes tiverem poderes para tanto ou se o tratado assim o permitir. Registre-se que, em caso de tratados multilaterais, as decisões geralmente são tomadas pela maioria das partes - 2/3 dos estados presentes e votantes - salvo se estes mesmos determinarem de outra forma.
98) Quem celebra tratados no Brasil?
Resposta: A forma da autorização parlamentar é o decreto legislativo do Congresso Nacional, pelo que, assinado o tratado pelo presidente da República, aprovado pelo Congresso Nacional, mediante decreto legislativo, segue-se a sua ratificação para realmente se incorporar ao Direito brasileiro.
99) O que é assinatura?
Resposta: A assinatura é uma fase importante do processo de celebração dos atos internacionais. 
100) Qual é a importância da assinatura?
Resposta: Sua importância reside no fato de que é com ela que se encerram as negociações e se expressa o consentimento do Estado de aderir com todo o pactuado.
101) O que é assinatura diferida?
Resposta: A assinatura diferida (adiada) pode ser definida como aquela em que se concede um prazo maior aos Estados para a assinatura do tratado, com a finalidade de permitir que outros Estados que não participaram das negociações, sejam considerados partes contratantes originárias.
102) O que é assinatura ad referendum?
Resposta: A assinatura “ad referendum” pode ocorrer quando houver necessidade de ser confirmada pelo Estado que a lançou (não o Tratado, mas a assinatura).
103) Conceitue o ato de ratificação?
Resposta: É o ato internacional pelo qual um Estado estabelece o seu consentimento em obrigar-se por um tratado.
104) Quais são os sistemas básicos de ratificação de um Tratado?
Resposta: Existem três sistemas de ratificação: o primeiro deles é o de competência exclusiva do Poder Executivo, vigente nos países autocráticos; segundo, o de competência exclusiva do Poder Legislativo, de matriz britânica; por fim, o sistema de competência mista, em que os dois poderes políticos concorrem para aquele fim. De um modo geral, as constituições democráticas adotam este último sistema: o Executivo fica encarregado de entabular negociações com os governos estrangeiros e de celebrar com eles projetos de tratados, ao passo que o Legislativo fica incumbido de posteriormente examiná-los para, uma vez averiguada a sua constitucionalidade, oportunidade e conveniência, possa o Governo, caso queira, ratificá-los,
105) Qual é a importância da ratificação?
Resposta: Aratificação serve ao controle hierárquico da legalidade e da conveniência ou oportunidade do ato. 
106) Quais as características da ratificação?
Resposta: A ratificação, tem algumas características, a saber: competência, discricionariedade e irretratabilidade.
107) De que partes é composto um instrumento de ratificação? Em que consiste cada uma delas?
Resposta: Pelo seu respectivo Direito Constitucional, estabelece o Poder competente para o procedimento da ratificação, existindo, pois, três sistemas básicos de ratificação de tratados internacionais: 
1) Competência exclusiva do Poder Executivo (monarquias absolutas e regimes totalitários). 
2) Divisão de competência entre o Executivo e Legislativo, que pode ser de duas maneiras: a) o que obriga a intervenção do Congresso apenas em alguns tratados – como na República Francesa; b) o que obriga a intervenção do Congresso em todos os tratados – como no Brasil;
3) consagrando a primazia do Legislativo – como na Suíça – onde, aliás, os tratados com prazo de vigência superior a quinze anos, devem ser submetidos a referendum popular, exceto se neles estiver contida cláusula de denúncia.
108) Como se formaliza a ratificação nos Tratados Bilaterais? E nos Multilaterais?
Resposta: Nos tratados bilaterais, estes instrumentos são trocados pelas partes, quando é então elaborada uma ata ou protocolo assinado pelos plenipotenciários. No caso dos tratados multilaterais, pela inviabilidade de se trocar os instrumentos de ratificação, uma das partes é nomeada depositário, a quem todas as demais confiarão os instrumentos. Nesse caso, o tratado se torna obrigatório para a parte a contar do depósito do instrumento de ratificação. O depositário, então vai ter como funções a de guardar o texto original do tratado multilateral, assim como o de receber e guardar os instrumentos de ratificação, comunicando os demais Estados parte. Em outros casos, é o depositário que ficará encarregado de registrar o tratado junto à ONU.
109) Como se dá o processo de ratificação no Brasil?
Resposta: No ordenamento jurídico brasileiro o Presidente da República tem competência para celebrar o tratado e, posteriormente, o Congresso Nacional irá aprová-los, mediante decreto legislativo. Após a aprovação pelo Congresso Nacional, o tratado volta para o Poder Executivo para que seja ratificado.
110) O que é referendo congressual?
Resposta: Cabe sempre ao Presidente “celebrar” os tratados e atos internacionais em geral, “ad referendum” do Congresso Nacional, a quem cabe, por sua vez, “resolver definitivamente” sobre eles, o que poderia ser chamado de referendo congressual. 
“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...) VIII – celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; (...)” 
“Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional (...). ”
Concretamente, desse conjunto normativo destacamos duas ordens de divergências: a possibilidade de celebração de acordos executivos sem aprovação congressual; e de o Congresso Nacional estabelecer ressalvas aos tratados no momento de aprová-los.
111) O que é promulgação de um Tratado?
Resposta: A promulgação pelo Presidente da República e a publicação do texto do tratado, por meio de decreto do chefe do Executivo - onde se divulga o texto integral do pacto e, também, as regras sobre sua entrada em vigor, representam a sanção definitiva.
112) O que é publicação de um Tratado?
Resposta: Trata-se de condição essencial e imprescindível para que o tratado tenha validade do âmbito interno. A publicação tem a finalidade de dar conhecimento ao povo na nova norma. Depois de publicada, por princípio, a ninguém será dado alegar o desconhecimento da norma. No caso brasileiro, deve ser publicado o Decreto Legislativo no qual o Congresso Nacional aprova o tratado (referenda), assim como o Decreto do Presidente da República que o promulga atendendo a dispositivo constitucional. O texto integral do tratado acompanha a publicação da promulgação, publicado que é no Diário Oficial da União, e incluído na ‘Coleção de Leis do Brasil”.
113) O que é registro de um Tratado? Como ele é feito e qual a sua importância?
Resposta: A Carta das Nações Unidas (1945) estabelece que todos os tratados devem ser registrados no Secretariado da ONU. Os tratados não registrados não podem ser invocados perante órgão da ONU. O registro advém do princípio que condena a diplomacia secreta.
114) Quem pode e quem deve registrar um Tratado?
Resposta: Cabe ao depositário de um tratado multilateral providenciar o seu registro. O Secretário Geral da ONU emite um certificado de registro do tratado, que é redigido nas cinco línguas oficiais da ONU: inglês, francês, espanhol, russo e chinês.
115) O que são cláusulas em um Tratado?
Resposta: É aquela constante de tratado no qual se estipula que os Estados contratantes se outorgarão “as vantagens mais consideráveis que eles já tenham concedido, ou possam vir a conceder no futuro, a um terceiro Estado, sem que seja necessária uma nova convenção entre eles”.
116) Cite as cláusulas já estudadas, esclarecendo, resumidamente, em que consiste cada uma delas.
Resposta: Cláusulas LOB: As cláusulas de LOB tem ganhado cada vez mais relevância e destaque à medida que as discussões sobre o combate ao abuso de tratados evolui. Nesse sentido, pode-se definir as cláusulas LOB como regras que visam a limitar o escopo subjetivo dos tratados, limitando, assim, sua aplicação para determinados residentes.
Cláusulas Sociais: A cláusula social é, em suma, uma tentativa de abrandar os efeitos do selvagerismo advindo da alta competitividade do sistema capitalista, impondo o respeito a direitos e condições básicas do trabalhador, que de outro modo estaria entregue a uma incontrolável exploração. 
117) Que são reservas a um Tratado?
Resposta: A reserva é uma declaração unilateral feita por um sujeito de direito internacional ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado ou a ele aderir com o objetivo de excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições em sua aplicação no Estado optante pela reserva.
118) As reservas são sempre possíveis? Esclareça.
Resposta: Não, visto que há impossibilidade de fazer reservas: 
a) quanto o tratado previr expressamente sua impossibilidade; 
b) quanto o tratado previr a possibilidade de reservas somente sobre questões preestabelecidas; c) sobre questões essenciais, cuja reserva é incompatível com o objeto ou com a finalidade do tratado.
119) Como se dá a vigência de um Tratado? Explicite as possibilidades.
Resposta: Normalmente, se prevê vigência após um mês, seis meses ou um ano da data da ratificação ou adesão. Para que o tratado entre em vigor internamente exige-se também a (iv) promulgação e publicação, por meio de decreto do chefe do Executivo, onde se divulga o texto integral do pacto.
120) Como se dá a extinção de um Tratado? Explicite as possibilidades.
Resposta: Um tratado pode ser extinto em razão da impossibilidade superveniente de cumprimento, desde que resultante da destruição ou do desaparecimento definitivo de um objeto indispensável ao respectivo cumprimento, conforme prevê o artigo 61 da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados. 
24

Continue navegando