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Aula 8-Aconselhamento

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Aconselhamento
Aula 8: Aconselhamento cristão de con�ssão católica
Apresentação
Nesta aula, faremos uma imersão no aconselhamento pastoral de con�ssão católico, que segue a tradição dos Pais da
Igreja. Este também é compreendido e praticado como direção espiritual, como reconciliação das criaturas com o criador.
Veremos também que vivemos uma situação de total terceirização de responsabilidade, onde a culpa é sempre do outro.
As ondas liberal e neoliberal levaram a um completo relaxamento da consciência, a um minimalismo onde tudo é
permitido e nada é pecado. Até mesmo os cristãos parecem nunca ter lido esta máxima paulina:
"Tudo me é permitido", mas nem tudo convém. "Tudo me é permitido", mas eu não deixarei que nada domine.
1Cor 6.12
Objetivos
Explicar a origem e evolução do aconselhamento cristão de con�ssão católica;
Identi�car os fundamentos bíblicos e teológicos do sacramento da reconciliação como aconselhamento cristão da
práxis pastoral católica;
Analisar teologicamente a direção espiritual como serviço de ajuda na experiência e vivência de Deus como Deus da
vida liberta (Ex 3,1-10) e plena (Jo 10,10).
Palavras iniciais
O aconselhamento pastoral de con�ssão católico é feito sistematicamente de três maneiras: Através da orientação espiritual,
do sacramento da reconciliação e da unção dos enfermos ou “extrema unção”.
 
Nesta aula, falaremos sobre os dois primeiros como formas de ajudar o cristão a fazer o seu exame de consciência e buscar a
reconciliação consigo mesmo, com o próximo, com a criação (mundo, natureza, ecologia, meio-ambiente) e com Deus.
Direção espiritual
Esta é uma das práticas religiosas mais antigas da humanidade. Um estudo histórico do fenômeno religioso nos revela que em
religiões indígenas, orientais e africanas, sempre houve grandes líderes espirituais.
Clique nos botões para ver as informações.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Na mística oriental, temos os grandes Gurus. Conta-se que por muitos e muitos anos, um jovem passava por um local
onde �cava um destes Gurus e sempre o “provocava” para que lhe falasse de seu Deus para ele, mas o Guru se recusava.
Após anos de insistência, o Guru conduziu o jovem a um lago e o segurou pela cabeça, afundando-a na água. Quando ele
estava quase morrendo afogado, o Guru arrastou a sua cabeça para fora, esperou que retomasse o fôlego e perguntou-
lhe: “O que você mais desejou quando estava imerso na água, o jovem respondeu, ar, então, retomou o Sábio Guru, quando
desejares Deus tanto quanto desejou o ar neste momento, retorne aqui que falarei sobre ele para você e com você.”
O guru e o jovem 
Na mística indígena também há estes grandes personagens da espiritualidade, os Pajés, verdadeiros conselheiros
espirituais da comunidade. Responsáveis pela tradição de seu povo, pela harmonia com o meio-ambiente, com a fauna, a
�ora, a ecologia e sobretudo pela harmonia e comunhão com o transcendente.
 Nas religiões de matrizes africanas igualmente encontramos grandes lideranças espirituais: Preto-Velho, Babalorixá ou
pai de santo e tantos outros títulos de pessoas com autoridade espiritual para orientar suas comunidades no caminho do
sagrado.
Outros personagens da espiritualidade 
Intolerância religiosa
Este tema foi, por muito tempo, vítima de preconceito e discriminação, de intolerância religiosa no Brasil. Isso por conta de uma
ação pastoral cristã desinformada, que diabolizou e satanizou a espiritualidade afro-brasileira e africana.
 
Não podemos esquecer que a primeira experiência monoteísta foi vivida no Egito. Aquenaton, faraó da XVIII dinastia que
morreu em 1334 ou 1336 a. C., decretou pela primeira vez na história da humanidade o culto monoteísta.
A teologia cristã hoje tem a missão de contribuir para a erradicação de todo tipo de intolerância religiosa e buscar na prática
ecumênica a verdade sobre Deus.
A prática da direção espiritual não é exclusividade cristã nem foi iniciada
pela prática pastoral cristã. Aliás, a nossa experiência nesta área é jovem se
comparada com estes povos. No entanto, o cristianismo logo no início
desenvolveu esta prática pastoral. Os anacoretas e cenobitas, os padres do
deserto são os pais da orientação espiritual cristã. Depois, Agostinho de
Hipona, Ambrósio de Milão e São Bento são grandes paradigmas de
diretores espirituais.
Leitura
O papel da direção espiritual.
Sacramento da reconciliação: Fundamentos bíblicos
A con�ssão particular dos pecados, reconciliação ou sacramento da penitência, ou ainda sacramento do perdão − segundo a
teologia católica −, envolve o perdão do pecado ou dos pecados perante o sacerdote, padre, presbítero, bispo, arcebispo,
cardial, Papa ou ministro de Deus que, no momento da con�ssão oricular, atua em nome de Jesus Cristo.
Houve o pecado, faltas confessadas, orienta o penitente, dá uma penitência (reparação, ressarcimento (Lc 19,1-10). Este
homem de Deus: Sacerdote, Bispo, Arcebispo, Cardial ou o próprio Papa é chamado de confessor, pois é um instrumento da
reconciliação da “alma humana” com Deus e testemunha da compaixão e da misericórdia divina.
Esta modalidade de aconselhamento pastoral é praticada também em igrejas ortodoxas e em algumas comunidades religiosas
da Igreja Anglicana. Deve haver o máximo sigilo, o chamado segredo de con�ssão. Se o confessor revelar o pecado e o
pecador, será punido com a excomunhão.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Atenção
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Fundamentos bíblicos do sacramento da reconciliação
A Sagrada Escritura é rica de textos e episódios que fundamentam esta prática eclesial da Igreja Católica. Vejamos alguns
exemplos em Lv 26,40; Nm 5, 7; Jó 40,14; Sl 32,5; 145,11; Pv 28,13; Dn 9,4; Mt 10,32; 16,13-20; 18,15-22; Lc 12,8; Jo 1,20; At 19,18;;
Tg 5,13-16; 1Jo 1,9).
Re�exão
Façamos uma re�exão teológica sobre Mt 16,13-20 e Tg 5,13-16. Iniciemos por Mt 16,13-20: Estamos no contexto da crise da
Galileia, mais especi�camente em Cesareia de Felipe. Jesus de Nazaré chega à metade de seu ministério e, segundo os
exegetas, entra em crise de identidade, pois as duas naturezas estão em diálogo dentro da Segunda Pessoa da Trindade, então
Jesus pergunta como as pessoas o veem.
 
Segundo a teologia de Mateus, são diversas visões sobre Jesus. Pedro revela a verdadeira identidade: “Tu és o Messias, o Filho
do Deus vivo” (v. 16). Com toda certeza, segundo a exegese, Jesus precisa ouvir esta resposta, pois o povo de Deus estava
confundindo a sua pessoa e a sua missão ou com um revolucionário-guerreiro (Lc 22,47-51) ou com um político
assistencialista (Jo 6,25-27) ou como um blasfemo ( Mt 26,57-68; Lc 4,28-30; 11,14-22).
É teologicamente relevante que neste contexto Jesus de Nazaré confere aos seus seguidores, na pessoa de Pedro, o poder de
perdoar pecados em nome Dele. Ou seja, aquele que foi escolhido, chamado, preparado (ungido) se torna um Alter Cristi, outro
Cristo, com poder de perdoar até pecados (Mc 11,20-26; Mt 17,14-21; 21,18-22), ou seja, fazer coisas maravilhosas tal qual
Jesus de Nazaré fez, até perdoar pecados (Mt 9,1-8).
“E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho
do Deus vivo.
E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu,
Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue,
mas meu Pai, que está nos céus.
Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra
edi�carei a minha igreja, e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela;
E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que
ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares
na terra será desligado nos céus.”
Mateus 16.16-19.
Saiba mais
A preocupação de Wesley está ligada com o ethos, com o caráter, pois, segundo Paulo, Deus escolhe o fraco para confundir o
forte (1Cor 1,17-31). O que dizer da escolha de Davi como Rei de Israel, aparentemente o menos indicado (1Sm 16,1-13)? Para ser
um agente de pastoral, segundo Wesley, é necessário possuir a graça de Deus, ter recebido oDom e dar frutos no Espírito.
Teologia católica
Segundo o Novo Catecismo da Igreja católica nos números 1423-1424, são seis os nomes dados a este sacramento. O
primeiro é sacramento da conversão, porque ele realiza sacramentalmente o apelo de Jesus à conversão, à metanoia, bem
como o esforço do �lho perdido à casa do Pai (Lc 15) da qual o pecador se afastou pelo pecado.
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O segundo é sacramento da penitência, “porque consagra uma
caminhada pessoal e eclesial de conversão, de arrependimento e de
satisfação por parte do cristão pecador (Jn 1-4; Mc 14,3-9; Mt 26,6-
13; Lc 7,36-49).
Veja no caso de Jonas como o arrependimento humano chama a misericórdia divina. Igualmente a pecadora arrependida de Lc
7, 36-49 como a citada por Jesus como modelo, exemplo, paradigma de metanoia. Arrependimento não é �ngimento,
camu�agem ou dissimulação, mudança na aparência, mas uma transformação interior, espiritual. Veja ainda Lc 15,11-32 no
exemplo do �lho perdido. Às vezes, para o pecador ter humildade e se arrepender, precisa alimentar-se com os porcos.
Um terceiro nome para este sacramento é penitência. De acordo com os arquivos do vaticano disponíveis no site La Santa
Sede, o catecismo consagra uma caminhada pessoal e eclesial de conversão, de arrependimento e de satisfação por parte do
cristão pecador. Também é chamado de sacramento da con�ssão porque o reconhecimento, a con�ssão dos pecados perante
o sacerdote é um elemento fundamental deste sacramento.
 
Ainda de acordo com esses arquivos, é con�ssão como reconhecimento e louvor da santidade de Deus e de sua misericórdia
para com o pecador. É conhecido ainda como sacramento do perdão, porque, “pela absolvição sacramental do sacerdote, Deus
concede ao penitente o perdão e a paz”. Por �m, na teologia católica, segundo o Novo Catecismo, este sacramento também é
chamado de sacramento da reconciliação por reconciliar o cristão pecador com Deus.
Comentário
É teologicamente relevante que este sacramento exige conversão no sentido de metanoia, de mudança qualitativa interior, ou seja,
a verdadeira mudança humana é de dentro para fora; não pode ser lobo em pele de cordeiro (Mt 7,15-23). É um novo nascimento,
que agora exige cortar o cordão umbilical com o pecado social.
Leitura
Pecado e conversão
Despertar de uma nova vida
Nesta perspectiva, o aconselhamento católico através do sacramento da reconciliação, além do reconhecimento do pecado,
desperta uma consciência ética e moral de que estamos a caminho do Novo Jardim do Éden, da Nova Terra Prometida, do
Reino de Deus vivido e anunciado por Jesus de Nazaré.
 
O ser humano não nasce pronto, mas se humaniza ao longo de sua vida na busca da perfeição Mt 5,48: “Sede vós pois
perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.”
 
Espiritualmente também a pessoa humana deve evoluir na direção da perfeição, segundo a teologia do Evangelho de Mateus. O
livro de Levítico usa uma linguagem teológica e, na terminologia deste autor, Deus nos chama à santidade aqui e agora. Lv 19,2:
“Fala a toda a congregação dos �lhos de Israel, e dize-lhes: Santos serão, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo.”
Esta é uma das razões de muitas inquietações e das angústias
humanas. A busca pela perfeição genética, evolução antropológica,
sobretudo na viagem interminável na história na direção de efetivar
em cada um e em todos a santidade, a Imagem e Semelhança da
Trindade. Paulo, em Ef 4,17-6,1-24, fala da vida nova em Cristo.
Consciência
Segundo o Novo Catecismo da Igreja Católica, esta consciência − que não é complexo de culpa psicanalítico − é a do �lho e
�lha de Deus em rota de coalisão com a Nova Aliança entre Deus e a humanidade, selada na doação total de Jesus Cristo.
 
A consciência nova, não alienada, não tranquila, mas indignada e humilhada. Para que se efetive a graça de Deus na vida do
pecador, é necessária a contrição ou “dor da alma e uma detestação do pecado cometido, com o propósito de não mais pecar.”
Nos números 1451-1454, a�rma a teologia católica no Novo Catecismo:
“1451. Entre os atos do penitente, a contrição ocupa o
primeiro lugar. Ela é «uma dor da alma e uma detestação do
pecado cometido, com o propósito de não mais pecar no
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futuro» (43).
1452. Quando procedente do amor de Deus, amado sobre
todas as coisas, a contrição é dita «perfeita» (contrição de
caridade). Uma tal contrição perdoa as faltas veniais: obtém
igualmente o perdão dos pecados mortais, se incluir o
propósito �rme de recorrer, logo que possível, à con�ssão
sacramental (44).
1453. A contrição dita «imperfeita» (ou «atrição») é, também
ela, um dom de Deus, um impulso do Espírito Santo. Nasce
da consideração da fealdade do pecado ou do temor da
condenação eterna e das outras penas de que o pecador está
ameaçado (contrição por temor). Um tal abalo da consciência
pode dar início a uma evolução interior, que será levada a
bom termo sob a ação da graça, pela absolvição sacramental.
No entanto, por si mesma, a contrição imperfeita não obtém o
perdão dos pecados graves, mas dispõe para obtê-lo no
sacramento da Penitência (45).
1454. É conveniente que a recepção deste sacramento seja
preparada por um exame de consciência, feito à luz da
Palavra de Deus. Os textos mais adaptados para este efeito
devem procurar-se no Decálogo e na catequese moral dos
evangelhos e das cartas dos Apóstolos: sermão da
montanha e ensinamentos apostólicos (46).”
La Santa Sede, s/d.
Segundo o Novo Catecismo da Igreja Católica, para que o pecador faça a experiência da misericórdia no sacramento da
reconciliação, é necessária a con�ssão dos pecados que liberta a alma, a consciência, o espírito humano. A con�ssão ou
acusação dos pecados diante do sacerdote é conditio sine qua non para esta experiência do amor misericordioso de Deus:
“1455. A con�ssão (a acusação) dos pecados, mesmo de um
ponto de vista simplesmente humano, liberta-nos e facilita a
nossa reconciliação com os outros. Pela con�ssão, o homem
encara de frente os pecados de que se tornou culpado;
assume a sua responsabilidade e, desse modo, abre-se de
novo a Deus e à comunhão da Igreja, para tornar possível um
futuro diferente.
1456. A con�ssão ao sacerdote constitui uma parte essencial
do sacramento da Penitência: «Os penitentes devem, na
con�ssão, enumerar todos os pecados mortais de que têm
consciência, após se terem seriamente examinado, mesmo
que tais pecados sejam secretíssimos e tenham sido
cometidos apenas contra os dois últimos preceitos do
Decálogo (47); porque, por vezes, estes pecados ferem mais
gravemente a alma e são mais perigosos que os cometidos à
vista de todos» (48):
«Quando os �éis se esforçam por confessar todos os pecados
de que se lembram, não se pode duvidar de que os
apresentam todos ao perdão da misericórdia divina. Os que
procedem de modo diverso, e conscientemente ocultam
alguns, esses não apresentam à bondade divina nada que
ela possa perdoar por intermédio do sacerdote. Porque, "se o
doente tem vergonha de descobrir a sua ferida ao médico, a
medicina não pode curar o que ignora"» (49).”
Paulo
Por último, nos números 1459 e 1460, o Novo Catecismo fala da satisfação. Segundo este documento, o pecado não só
prejudica o pecador, mas também o próximo. É preciso reparar a ofensa à criação ou a agressão ao meio ambiente, a
destruição da fauna e da �ora, sobretudo a Deus.
Em Lc 15,11-32, o �lho perdido reconhece que não é digno de ser chamado
mais de �lho. A reparação, o ressarcimento ou, como diz o catecismo, a
satisfação se dá em quatro direções. Em primeiro lugar consigo mesmo,
pois o pecador vivia uma vida de aparência, não humana. Pós-pecado, ele
terá uma vida nova (Ef 4,17-6,1-24). O pecador não era livre, mas escravo do
pecado, portanto, não era feliz. Liberto, conhece a felicidade da vida plena
(Jo 10,10).
Tinha relações interpessoais tóxicas, con�itivas. Agora viverá na harmonia, na comunhão, na paz, no amor, no perdão (Mt 5,20-
48; 18,15-35; At2,42-47; 4,32-34). Era agressivo em relação à criação, destruidor do meio ambiente, agora leva uma vida
sustentável.
Estava distante de Deus como o �lho perdido (Lc 15, 11-32), agora retornou para a casa paterna, vivendo a verdadeira vida que
é sua comunhão com a Trindade, porque está em comunhão consigo, com o próximo e com o criador.
Atividade
1. A tese a seguir é da teologia católica sobre a dinâmica pecado-arrependimento-con�ssão-reparação-conversão. Após leitura e
análise crítica, assinale a alternativa verdadeira:
“A penitência que o confessor impõe deve ter em conta a situação pessoal do penitente e procurar o seu bem espiritual. Deve
corresponder, quanto possível, à gravidade e natureza dos pecados cometidos. Pode consistir na oração, num donativo, nas obras
de misericórdia, no serviço do próximo, em privações voluntárias, sacrifícios e, sobretudo, na aceitação paciente da cruz que
temos de levar. Tais penitências ajudam-nos a con�gurar-nos com Cristo, que, por Si só, expiou os nossos pecados (58) uma vez
por todas. Tais penitências fazem que nos tornemos co-herdeiros de Cristo Ressuscitado, «uma vez que também sofremos com
Ele» (Rm 8, 17) (59)”
(La Santa Sede, s/d.)
Segundo a teologia católica, a palavra penitência nesta perspectiva é sinônima ou antônima de:
a) Antônimo de paixão, crucifixão e ressurreição.
b) Sinônimo de satisfação, ressarcimento e restituição.
c) Antônimo de satisfação, ressarcimento e restituição.
d) Sinônimo de escravidão, opressão e exclusão.
2. Sobre a teologia do sacramento da reconciliação no Novo Catecismo da igreja Católica disponíveis na página La Santa Sede,
coloque V se a asserção for verdadeira e F se a asserção for falsa:
I. (   ) Sem ser estritamente necessária, a con�ssão das faltas quotidianas (pecados veniais) é contudo vivamente recomendada
pela Igreja. (54) Com efeito, a con�ssão regular dos nossos pecados veniais ajuda-nos a formar a nossa consciência, a lutar
contra as más inclinações, a deixarmo-nos curar por Cristo, a progredir na vida do Espírito. Recebendo com maior frequência,
neste sacramento, o dom da misericórdia do Pai, somos levados a ser misericordiosos como Ele (55):
II. (   ) Aquele que confessa os seus pecados e os acusa, já está de acordo com Deus. Deus acusa os teus pecados; se tu também
os acusas, juntas-te a Deus. O homem e o pecador são, por assim dizer, duas realidades distintas. Quando ouves falar do homem,
foi Deus que o criou: Quando ouves falar do pecador, foi o próprio homem quem o fez. Destrói o que �zeste, para que Deus salve o
que fez
III. (   ) É conveniente que a recepção deste sacramento seja preparada por um exame de consciência, feito à luz da Palavra de
Deus. Os textos mais adaptados para este efeito devem procurar-se no Decálogo e na catequese moral dos evangelhos e das
cartas dos Apóstolos: Sermão da montanha e ensinamentos apostólicos.
IV. (   ) Segundo o mandamento da Igreja, «todo o �el que tenha atingido a idade da discrição, está obrigado a confessar �elmente
os pecados graves, ao menos uma vez ao ano» (50). Aquele que tem consciência de haver cometido um pecado mortal, não deve
receber a sagrada Comunhão, mesmo que tenha uma grande contrição, sem ter previamente recebido a absolvição sacramental
(51); a não ser que tenha um motivo grave para comungar e não lhe seja possível encontrar-se com um confessor (52). As
crianças devem aceder ao sacramento da Penitência antes de receberem pela primeira vez a Sagrada Comunhão (53).
V.(   ). Só Deus perdoa os pecados (34). Jesus, porque é Filho de Deus, diz de Si próprio: «O Filho do Homem tem na terra o poder
de perdoar os pecados» (Mc 2, 10) e exerce este poder divino: «Os teus pecados são-te perdoados!» (Mc 2, 5) (35). Mais ainda: Em
virtude da sua autoridade divina, concede este poder aos homens para que o exerçam em seu nome.
a) Apenas as alternativas I, II e III são verdadeiras.
b) As alternativas I, II, III, IV e V são falsas.
c) As alternativas I, II, III, IV e V são verdadeiras.
d) Somente as alternativas III, IV e V são falsas.
3. Sobre o sacramento da reconciliação, assinale a alternativa falsa:
a) A confissão ao sacerdote não constitui uma parte essencial do sacramento da Penitência: «Os penitentes não devem, na confissão,
enumerar todos os pecados mortais de que têm consciência, após se terem seriamente examinado, mesmo que tais pecados sejam
secretíssimos e tenham sido cometidos apenas contra os dois últimos preceitos do Decálogo; porque, por vezes, estes pecados ferem
mais gravemente a alma e são mais perigosos que os cometidos à vista de todos».
b) Segundo o Novo Catecismo da Igreja católica nos números 1423-1424, são seis os nomes dados para este sacramento. Primeiro é
sacramento da conversão, porque ele realiza sacramentalmente o apelo de Jesus à conversão, à metanoia, bem como o esforço do filho
perdido à casa do Pai (Lc 15) da qual o pecador se afastou pelo pecado.
c) O segundo é o sacramento da penitência, “porque consagra uma caminhada pessoal e eclesial de conversão, de arrependimento e de
satisfação por parte do cristão pecador (Jn 1-4; Mc 14,3-9; Mt 26,6-13; Lc 7,36-49). Veja no caso de Jonas como o arrependimento
humano chama a misericórdia divina. Igualmente a pecadora arrependida de Lc 7, 36-49 como a citada por Jesus como modelo, como
exemplo, como paradigma de metanoia. Arrependimento não é fingimento, camuflagem ou dissimulação, mudança na aparência, mas
uma transformação interior, espiritual. Veja ainda Lc 15,11-32) no exemplo do filho perdido, às vezes para o pecador ter humildade e se
arrepender, precisa alimentar-se com os porcos.
d) Segundo a teologia de Mateus (Mt 6,1-18), como processo a conversão inicia com a esmola silenciosa, com a oração “privada” ou
particular em silêncio e em segredo, no quarto com a porta fechada, e com o jejum que somente Deus sabe. Não é dieta, não é regime,
mas jejum, a pessoa deixa de tomar alimento para oferecer ao próximo necessitado e fazer um sacrifício agradável a Deus. Mantenho
minha vida de oração permanente e não somente nos momentos de crise ou de dificuldade. Uma oração silenciosa, mas confiante.
4. Segundo este autor, “o pecado é apenas um obstáculo que bloqueia o caminho de libertação e do crescimento integral da
pessoa humana, portanto, o aconselhamento é a libertação de, é libertação em direção a vida plena e libertação para. É libertação
para solicitude e competência crescentes para um modo de vida criativo.” É libertação para a vida no Espírito consubstanciada no
serviço amoroso. É libertação de todas as forças negativas nas pessoas, nos relacionamentos, grupos e instituições que sufocam
o pleno desenvolvimento das potencialidades humanas.
a) Howard J. Clinebell
b) Sigmund Freud
c) Joy Adams
d) Jean Piaget
5. Sobre a direção espiritual como aconselhamento pastoral de con�ssão católica, assinale a alternativa verdadeira:
a) A pedagogia da prática sacramental católica leva o cristão a reconciliar-se consigo mesmo, com o próximo, com a criação e com Deus.
É uma terapêutica teológica da consciência cristã. Os estudiosos da bioética estão muito preocupados porque atualmente, segundo eles,
as pessoas não fazem mais exame de consciência. Ou seja, erram, desobedecem a lei natural, a lei civil e a lei de Deus, cometem injustiças,
cometem pecado, não pedem desculpas e menos ainda perdão. No máximo justificam porque cometeram tal ato.
b) Tanto o sacramento da reconciliação quanto a direção espiritual são didáticas, metodologias de diagnósticos desta consciência e
terapêutica para o encontro com a verdade, com a vida nova no Espírito. São práticas de ajuda que levam à libertação da escravidão do
relativismo, do materialismo, do consumismo da indiferença (Ex 3), ao compromisso com o próximo (Lc 10,25-37) e à vida plena (Jo 10,10).
A vida nova no Espírito do ressuscitado (Ef 4-6; Gl 5-6).
c) Quando as pessoas erram, ofendem o próximo ou cometem o pecado, no máximo justificam seus atos. É o que a psicanálise chama de
racionalização, isto é, um mecanismode defesa que esconde algo pior do que o diagnosticado feito por Karl Marx no século XIX, a
alienação-sócio-econômica-política. É uma alienação também na linha da filosofia de Hegel. Além desta constatação empírica de Marx, há
uma alienação espiritual na qual a consciência contemporânea está mergulhada, como Narciso, no seu próprio individualismo e egoísmo.
E, como Caim, ninguém é responsável por ninguém.
d) Segundo o estudo nesta aula sobre direção espiritual as letras a, b e c são verdadeiras.
Notas
Referências
BÍBLIA ONLINE. Disponível em: https://www.bibliaonline.com.br/acf. Acesso em: 06 jan. 2020.
BOCK, A. M. B., et al. Psicologias: Uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 2002.
CARPIGIANI, B. Psicologia: Das raízes aos movimentos contemporâneos. São Paulo: Pioneira, 2001.
CLEBSCH, William R.; JAEKLE, Charles R. Pastoral Care in Historical Perspective. New Jersey: Prebtice-Hall, 1964.
CLINEBELL, Howard J. Aconselhamento pastoral: Modelo centrado em libertação e crescimento. São Paulo: Sinodal, 1987;
Paulinas e Sinodal, 2000.
COLLINS, G.R. Aconselhamento cristão. São Paulo: Vida Nova, 2011.
DAVIDOFF, L.L. Introdução à psicologia. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 2001.
FRISEN, Albert. Cuidando do ser: Treinamento em aconselhamento pastoral. Curitiba: Esperança, 2002.
HURDING, Roger F. A árvore da cura. São Paulo: Vida Nova, 1994.
INTERSABERES (Org.). Práticas pastorais. Curitiba: InterSaberes, 2015.
LA SANTA SEDE. A celebração do mistério cristão. Disponível em:
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SHENEIDER, H. C.; ZWETSCH, R. E. (org) Teologia prática no contexto da América Latina. São Leopoldo: Sinodal, 1998.
Próxima aula
Origem e evolução da reforma protestante;
A contribuição cristã reformada para o aconselhamento pastoral;
A interface das abordagens psico-espiritual, católica e reformada no aconselhamento integral.
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Assista ao vídeo Santa unção dos enfermos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=kxqOwHdVKME;
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