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5ºAula
O ecossistema das águas
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
• conhecer as características e distribuição da água no mundo;
• entender os padrões de potabilidade da água;
• compreender como ocorre o processo de eutrofização dos corpos hídricos.
Caros(as) alunos(as), 
Nesta aula, iremos estudar sobre a água, que é o principal 
recurso do planeta, responsável pela vida animal e vegetal, bem 
como sua distribuição no planeta e seu índice de qualidade 
(IQA). Vamos ver também um dos principais impactos nos 
corpos hídricos, a eutrofização. Boa leitura!
Bons estudos!
32Ciências do Ambiente
Seções de estudo
1- Características e distribuição hídrica 
2- Qualidade da Água 
3- Eutrofi zação dos corpos hídricos 
1 - Características e distribuição 
hídrica
 
A água é a principal substância química existente na Ter-
ra, ela é responsável pela vida no planeta. Composta por duas 
moléculas de hidrogênio e uma de oxigênio, unidos por uma 
ligação covalente.
A molécula da água é angular, o que a permite dissolver 
diversas substâncias e ser conhecida por “solvente universal”.
 A água está presente no meio ambiente e nos seres vi-
vos. Em um adulto a água representa cerca de 60% do seu 
peso e em bebês 70%. É o elemento mais abundante e im-
portante do corpo humano, sendo essencial para transportar 
alimentos, oxigênio e sais minerais, além de estar presente em 
todas as secreções (como o suor e a lágrima), no plasma san-
guíneo, nas articulações, nos sistemas respiratório, digestivo e 
nervoso, na urina e na pele.
A água é encontrada na natureza na forma sólida, líquida 
e gasosa, presente em lagos, rios, oceanos, superfície terrestre 
e atmosfera. 
A água também é encontrada nos seres vivos, onde de-
sempenha diversas funções, como transportar substâncias 
pelo corpo, regulação térmica do organismo, eliminação de 
substâncias tóxicas ou em excesso e dissolução de substâncias 
para a realização de reações metabólicas. 
Cientistas estimam que o nosso planeta tem três quartos de sua 
massa só de água (1,36 x 1018m3), ou seja, 1 trilhão e 360 bilhões 
de quilômetros cúbicos, com 1,5 x 1012 metros cúbicos em estado 
livre no planeta. Os mares e os oceanos contêm cerca de 97,4 % 
de toda essa massa, formada pela água salgada. 2 % da água total 
está estocada sob a forma de neve ou gelo, no topo das grandes 
cadeias de montanhas ou nas zonas polares. Assim apenas cerca de 
0,6 % do total encontra-se disponível como água doce nos aqüíferos 
subterrâneos (0,5959 %), os rios e lagos superfi ciais (0,0140%) e na 
atmosfera na forma de vapor d’água (0,001 %). A maior parte das 
águas subterrâneas encontra-se em condições inadequadas ao 
consumo ou em profundezas que inviabilizam sua exploração.
Disponível em : http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/
Agua01.html. Acesso em 10 Out. 2018.
Figura1. Fonte: http://aguascomvida.blogspot.com/p/agua-no-planeta-agua-
desempenha-um.html. Acesso em: 10 out.2018.
A água está distribuída de forma irregular no planeta. 
Existem lugares com secas extremas, onde as plantas e ani-
mais buscam soluções hídricas para manter a vida, e outros 
locais com água abundante, gerando problemas de cheias e 
inundações. 
O Brasil é privilegiado e contempla cerca de 12% da dis-
ponibilidade de água mundial, considerado o país com maior 
volume per capita. Porém a distribuição é irregular no territó-
rio, onde o Norte concentra o volume mais abundante, segui-
do das regiões agrícolas Centro-oeste, Sul e Sudeste, a região 
Nordeste apresenta regiões secas e semiáridas.
Distribuição de água no mundo
•	 Pouca ou nenhuma escassez de água: recursos hídricos 
abundantes relativos ao uso. Menos de 25% da água de rios é 
retirada para uso humano.
•	 Escassez econômica de água: recursos hídricos são abundantes 
em relação ao uso de água, com menos de 25% da água dos rios 
retirada para uso humano, mas a subnutrição existe. As áreas 
poderiam ser benefi ciadas pelo desenvolvimento de fontes 
adicionais de água tratada, mas há falta de recursos.
•	 Escassez física de água: mais de 75% do fl uxo dos rios 
destinados a agricultura, indústria ou uso doméstico (contando 
com reciclagem de fl uxos).
•	 Próximo da escassez física de água: mais de 60% do fl uxo dos 
rios destinados a alguma atividade. Essas bacias hidrográfi cas 
devem enfrentar escassez física de água no futuro próximo.
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/reporterbbc/
story/2006/08/060821_faltaaguarelatoriofn.shtml. Acesso em: 11 out. 2018 
2- Qualidade da Água
A água pode ser classifi cada de acordo com sua quan-
tidade e por sua qualidade. A quantidade pode ser expressa 
em metros cúbicos ou litros encontrados em um determinado 
corpo hídrico, e a qualidade é classifi cada de acordo com a 
potabilidade de uma determinada amostra de água.
Para consumo dos seres vivos em geral, a água precisa 
estar em condições adequadas, possuir uma qualidade deter-
minada, evitando a proliferação de doenças de origem hídrica. 
Para ser potável a água precisa atender alguns padrões de 
análise. A Portaria Nº 2.9148/2011 dispõe sobre os procedi-
mentos de controle e de vigilância da qualidade da água para 
consumo humano e seu padrão de potabilidade.
A Portaria Nº 2.9148/2011 dispõe também, que com-
33
pete às Secretarias de Saúde dos Municípios exercerem a vigi-
lância da qualidade da água em sua área de competência, em 
articulação com os responsáveis pelo controle da qualidade da 
água para consumo humano.
O principal método de análise de água utilizado no Brasil 
é o IQA (Índice de Qualidade das Águas), que foi desenvolvi-
do por pesquisadores especialistas na área, levando em conta 
os principais parâmetros para classifi cação de contaminação 
por efl uentes, especialmente por esgotos, não levando em 
conta alguns contaminantes tóxicos, como metais pesados, 
pesticidas, e compostos orgânicos. 
Cada parâmetro tem um peso, determinados por 142 
profi ssionais da área da qualidade água, onde classifi cavam a 
importância de 35 parâmetros, podendo atribuir um grau de 
importância de 1 a 5. Como resultado gerou a lista dos 9 prin-
cipais parâmetros.
Segundo a Agência Nacional das Águas (ANA, 2019), a 
realização da análise é feita através da análise de uma amostra 
de água contendo as características físicas, químicas e bioló-
gicas, levando em conta os seguintes parâmetros: Oxigênio 
dissolvido, coliformes termotolerantes, Potencial hidrogeni-
ônico, Demanda Bioquímica de Oxigênio, Temperatura, Ni-
trogênio total, Fósforo total, Turbidez e Resíduo total. 
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/290245/1/images/4/
INDICE+DE+QUALIDADE+DA+%C3%81GUA.jpg. Acesso em: 23 Out. 2019.
De acordo com o peso de cada parâmetro é feito o cálcu-
lo da qualidade da água, utilizando a seguinte fórmula: 
 Onde:
IQA = Índice de Qualidade das Águas. Um número en-
tre 0 e 100;
qi = qualidade do i-ésimo parâmetro. Um número entre 
0 e 100, obtido do respectivo gráfi co de qualidade, em função 
de sua concentração ou medida (resultado da análise);
wi = peso correspondente ao i-ésimo parâmetro fi xado 
em função da sua importância para a conformação global da 
qualidade, isto é, um número entre 0 e 1. Fonte: IQA. Dispo-
nível em: pnqa.ana.gov.br. Acesso em: 12 out. 2018.
Os valores do IQA são classifi cados em faixas, que va-
riam entre os estados brasileiros (tabela a seguir).
Fonte: http://pnqa.ana.gov.br/indicadores-indice-aguas.aspx. 
Acesso em: 12 out. 2018.
3- Eutrofi zação dos corpos hídricos 
Efl uentes industriais e domésticos lançados em corpos 
hídricos podem gerar severos danos à vida aquática. Um 
problema corriqueiro é a eutrofi zação, que propícia o apare-
cimento de algas, devido à alta carga orgânica e inorgânica 
lançada por fontes poluidoras. 
A adição de nutrientes inorgânicos e de matéria orgâni-
ca aumenta a fotossíntese e a respiração nos corpos d’água. 
Esta é uma situação chamada de eutrofi zação, e é uma condi-
ção para um processamento de energia de alto metabolismo(BEYERS; ODUM, 1994).
Atualmente, a eutrofi zação é reconhecida como um dos 
problemas mais importantes concernentes à qualidade de 
água. Dentre os fatores que infl uenciam a eutrofi zação, além 
das concentrações de fósforo e nitrogênio, podem ser citados 
a velocidade da água, a vazão, a turbidez, a profundidade do 
curso de água, a temperatura entre outros (LAMPARELLI, 
2004).
Segundo Wetzel (1993) a eutrofi zação é um dos estados 
da sucessão natural dos ecossistemas aquáticos. Segundo CA-
LIJURI et al. (1999), o sistema aquático pode ser considerado 
eutrófi co quando suporta proliferação massiva de cianobacté-
rias e diminuição de oxigênio no hipolímnio. Estas fl orações 
são caracterizadas pelo intenso crescimento na superfície da 
água e formação de uma densa camada com espécies de am-
pla tolerância às alterações ambientais.
Um dos impactos mais preocupantes da aceleração do 
processo de eutrofi zação é o aumento da probabilidade de 
ocorrência de fl orações de algas, principalmente as cianobac-
térias potencialmente tóxicas, as quais podem alterar a qua-
lidade das águas, sobretudo no que tange ao abastecimento 
público (BARRETO, 2013).
 Nos últimos 20 anos, o processo de eutrofi zação tem 
se acelerado em reservatórios brasileiros devido aos seguintes 
fatores: aumento do uso de fertilizantes nas bacias hidrográfi -
cas, aumento da população humana, elevado grau de urbani-
zação sem tratamento de esgotos domésticos e intensifi cação 
de algumas atividades industriais que levam excessiva carga de 
fósforo, nitrogênio e matéria orgânica para essas represas. Ao 
mesmo tempo, o uso múltiplo tem se intensifi cado, tornando 
34Ciências do Ambiente
muito complexo o gerenciamento de represas e de bacias hi-
drográfi cas (INSTITUTO INTERNACIONAL DE ECO-
LOGIA, 2000).
Segue os efeitos da Eutrofi zação segundo o Instituto In-
ternacional de Ecologia (2000):
• Anoxia (ausência de oxigênio dissolvido), que cau-
sa a morte de peixes e de invertebrados e também 
resulta na liberação de gases tóxicos com odores de-
sagradáveis;
• Florescimento de algas e crescimento incontrolável 
de outras plantas aquáticas;
• produção de substâncias tóxicas por algumas espé-
cies de cianofíceas;
• altas concentrações de matéria orgânica, as quais, se 
tratadas com cloro, podem criar compostos carci-
nogênicos;
• deterioração do valor recreativo de um lago ou de 
um reservatório devido à diminuição da transparên-
cia da água;
• acesso restrito à pesca e às atividades recreativas de-
vido ao acúmulo de plantas aquáticas;
• menor número de espécies de plantas e animais (bio-
diversidade);
• alterações na composição de espécies daquelas mais 
importante para as menos importantes (em termos 
econômicos e valor proteico);
• depleção de oxigênio, nas camadas mais profundas, 
durante o outono em lagos e reservatórios de regiões 
temperadas;
• diminuição da produção de peixes causada por de-
pleção de oxigênio na coluna d’água.
Figura1. Fonte: http://ecologia.ib.usp.br/lepac/conservacao/ensino/
es_eutrofi zacao.htm. Acesso em: 18 de out. 2018.
As estratégias de controle de eutrofi zação usualmente adotadas 
podem ser classifi cadas em duas categorias amplas (THOMANN e 
MUELLER, 1987; VON SPERLING, 1995):
•	 medidas preventivas (atuação na bacia hidrográfi ca): redução 
das fontes externas
•	 medidas corretivas (atuação no lago ou represa): processos 
mecânicos, químicos e biológicos.
a. Medidas preventivas: As medidas preventivas, as quais 
compreendem a redução do aporte de fósforo através 
de atuação nas fontes externas, podem incluir estratégias 
relacionadas aos esgotos ou à drenagem pluvial. 
Controle dos esgotos:
•	 Tratamento dos esgotos a nível terciário com remoção de 
nutrientes;
•	 Tratamento convencional dos esgotos e lançamento a jusante 
da represa;
•	 Exportação dos esgotos para outra bacia hidrográfi ca que não 
possua lagos ou represas;
•	 Infi ltração dos esgotos no terreno.
•	 Controle da drenagem pluvial:
•	 Controle do uso e ocupação do solo na bacia;
•	 Faixa verde ao longo da represa e tributários;
•	 Construção de barragens de contenção.
b. Medidas corretivas
As medidas corretivas a serem adotadas podem incluir uma ou mais 
das seguintes estratégias 
(VON SPERLING, 1995):
Processos mecânicos:
Aeração; Desestratifi cação; Aeração do hipolímnio; Remoção dos 
sedimentos; Cobertura dos sedimentos; Retirada de águas profundas; 
Remoção de algas; Remoção de macrófi tas e Sombreamento.
Processos químicos:
Precipitação de nutrientes; Uso de algicidas; Oxidação do sedimento 
com nitratos e Neutralização.
Processos biológicos:
Biomanipulação; Uso de cianófagos; Uso de peixes herbívoros.
Disponível em: http://www.etg.ufmg.br/wp-content/uploads/2016/06/eutrofi z.
doc. Acesso em: 18 out. 2018.
Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar 
esta aula, vamos recordar alguns pontos importantes:
Retomando a aula
1. Características e distribuição hídrica 
A água é a principal substância química existente na Ter-
ra, ela é responsável pela vida no planeta. A agua é distribuí-
da de forma incorreta no planeta. Existem lugares com secas 
extremas, onde as plantas e animais buscam soluções hídricas 
para manter a vida, e outros locais com água abundante, ge-
rando problemas de cheias e inundações.
2. Qualidade da água
Para ser potável a água precisa atender alguns padrões de 
análise. A Portaria Nº 2.9148/2011 dispõe sobre os procedi-
mentos de controle e de vigilância da qualidade da água para 
consumo humano e seu padrão de potabilidade.
O principal método de análise de água utilizado no Brasil 
é o IQA (Índice de Qualidade das Águas), que foi desenvolvi-
do por pesquisadores especialistas na área, levando em conta 
os principais parâmetros para classifi cação de contaminação 
por efl uentes, especialmente por esgotos.
3.Eutrofi zação de corpos hídricos 
O sistema aquático pode ser considerado eutrófi co 
quando suporta proliferação massiva de cianobactérias e di-
minuição de oxigênio no hipolímnio. Estas fl orações são ca-
35
racterizadas pelo intenso crescimento na superfície da água e 
formação de uma densa camada com espécies de ampla tole-
rância às alterações ambientais.
Um dos impactos mais preocupantes da aceleração do 
processo de eutrofi zação é o aumento da probabilidade de 
ocorrência de fl orações de algas, principalmente as cianobac-
térias potencialmente tóxicas, as quais podem alterar a qua-
lidade das águas, sobretudo no que tange ao abastecimento 
público. 
Agência Nacional das Águas. Índice de Qualidade 
de Água - Média da Série Disponível. Disponível 
em: http:/dadosabertos.ana.gov.br/datasets/
c822af8e6f4a4b259adf2d0fa66d8947_0. Acesso em: 18 out. 
2018.
PORTARIA Nº 2.914, DE 12 DE DEZEMBRO 
DE 2011. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html.Acesso 
em: 18 out. 2018.
Vale a pena acessar
Reportagem sobre Crise Hídrica – Disponível em: 
https://globoplay.globo.com/v/6889779/?fbclid=IwAR2
9gWmEx5g0iRQ6RQlEi--MmrJ1oKatsgRzTxdoZTYTuo
BMxfoNjJZU46A. Acesso em: 18 out. 2018.
Vale a pena assistir
EUTROFIZAÇÃO DOS CORPOS D’ÁGUA - 
Disponível em: http://www.etg.ufmg.br/wp-content/
uploads/2016/06/eutrofiz.doc. Acesso em: 18 out. 2018.
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