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HISTÓRIA DA QUÍMICA AULA 6 Prof. Eduardo Moraes Araujo CONVERSA INICIAL Muitos fatos históricos estão diretamente ligados ao avanço da Química. Sem ela, o ser humano não teria chegado à lua, não estaria pensando alcançar Marte e, na verdade, nem conseguiria ir muito longe da região onde nasceu. Vejamos: a velocidade média de atletas profissionais em uma prova de maratona é de 20 km/h, ou seja, em uma hora percorrem a distância de 20 km; portanto, mantendo esse ritmo, para percorrer uma distância de 400 km, essa pessoa levaria 20 horas – isso se fosse possível permanecer por esse tempo todo correndo na mesma velocidade, o que humanamente não é. Até os atletas profissionais percorrem a maratona, que é aproximadamente de 40 km, e chegam praticamente à exaustão, com câimbras e dores musculares; ou seja, provavelmente não conseguiriam percorrer mais uma longa distância sem parar para se recuperar. Esse exemplo mostra que a utilização de aviões, por exemplo, fez com que pudéssemos ir para longe, sem problemas. Certamente a aviação precisa de um combustível adequado, e é exatamente nesse ponto que a Química entra com sua importância, pois o avião, sem ele, não decolaria. Nesta aula, veremos algumas possibilidades de contribuição da Química com os fatos históricos importantes que foram relevantes para a humanidade. TEMA 1 – OS VIKINGS 1.1 Região geográfica Os temidos vikings eram uma remota civilização que surgiu na Escandinávia – hoje Suécia, Dinamarca e Noruega, conforme mostrada na Figura 1. Do século VIII em diante, eles deixaram a região no intuito de expandir território e se fixaram na Islândia e na Bretanha. Figura 1 – Posição geográfica da região dos vikings Crédito: João Moreira. 1.2 Navegadores A expansão dos vikings se deveu bastante às navegações. Cristóvão Colombo ficou conhecido por ter descoberto a América em 1492, mas aproximadamente 400 anos antes outros europeus já haviam estado lá, mais precisamente no Canadá – nesse caso, os vikings, cujas rotas incluíram justamente a demonstrada na Figura 2. Figura 2 – Algumas rotas realizadas pelos vikings Crédito: João Moreira. Um dos grandes problemas das viagens interoceânicas é a localização, pois, sem pontos de referência, é muito fácil de se perder. Mas como os vikings conseguiram navegar a longas distâncias sem que isso ocorresse, já que na época não se conheciam ainda os instrumentos tão necessários como bússola, astrolábio ou demais equipamentos que possibilitaram as navegações dos séculos XVI e XVII? A resposta a isso está na Química. Os vikings haviam descoberto um minério, batizado de pedra do sol, que são cristais como os formados de calcita. Trata-se de um mineral com composição química CaCO3 e que pode ser denominado cordierita ou turmalina, cujos cristais podem dividir a luz solar em dois feixes mesmo quando está nublado, possibilitando a navegação. Artigo publicado pela revista eletrônica Hypescience em 2016 trata desse assunto, e documentário produzido pelo Discovery Channel mostrou a busca pela pedra do sol. Embora esta não tenha sido encontrada nos destroços dos navios vikings naufragados, essa lenda ainda se mantém como possível explicação. Em outro documentário, “Em busca dos vikings”, produzido em 2019 também pela Discovery Channel e apresentado na série “Mundo Desconhecido”, tentou-se descobrir a prova da utilização dessa pedra, embora a única encontrada, em destroços de um navio inglês, mas não descaracterizando a lenda de sua utilização pelos vikings. Nessa série, chegaram a confeccionar e utilizar uma pedra do sol e o resultado foi surpreendentemente positivo, como diz a lenda. A utilização da pedra do sol (Figura 3) é bem simples: ela consegue produzir dois feixes visíveis pelo efeito óptico, com os quais seria possível saber a localização do sol, e com outro aparelho por eles produzido, que seria uma espécie de rosa dos ventos, conhecer a posição do norte e assim se orientarem. Figura 3 – Pedra do sol possivelmente utilizada pelos vikings em suas navegações Crédito: Oreena / Shutterstock. O artigo revista da eletrônica Hypescience cita que: Para testar a eficácia do método, os pesquisadores pediram a 10 voluntários que tentassem descobrir a posição do sol em um planetário digital, usando diferentes pontos de luz para simular o uso da pedra do Sol. Depois de 2400 testes, os voluntários tiveram 48% de resultados corretos. Os pesquisadores também notaram que os voluntários tiveram mais acertos quando o Sol virtual estava perto do horizonte. Esta condição é encontrada com frequência durante o verão nas altas latitudes, exatamente na região em que os vikings navegavam. Isso indica que estes exploradores poderiam ter usado este método nos dias nublados. (Blume, 2016) TEMA 2 – A CHEGADA DOS PORTUGUESES AO BRASIL 2.1 Quantidade de pessoas e tempo de viagem Pedro Alvares Cabral. Qual brasileiro nunca ouviu falar desse nome? Era um português, conhecido por suas aventuras em alto-mar, e no ano de 1500 chegou ao Brasil. A frota dele era formada por nove naus, que comportava 150 tripulantes cada, e três caravelas, com capacidade de transportar até 80 pessoas cada; ou seja, havia pelo menos 1.590 pessoas. O percurso demorava em média 30 dias, podendo, conforme as condições, demorar mais ou um pouco menos. Conforme documentário publicado pela BBC, a viagem de Cabral levou 44 dias (Bernardo, 2020). “Os tripulantes não desfrutavam de qualquer conforto. Pelo contrário. Como os porões dos navios eram usados para estocar os tonéis com água, mantimentos e munição, os marinheiros dormiam no convés, ao relento, em colchões de palha” (Bernardo, 2020). 2.2 Volume de água necessário para suprir a necessidade de toda a frota Agora vamos fazer uma conta simples: um ser humano deve ingerir, em média, dois litros de água por dia. Como havia aproximadamente 1.500 pessoas na frota, seriam necessários 3 mil litros de água diariamente – ou 132 mil litros durante os 44 dias que durou a viagem. Como já citado, os porões seriam o local destinado ao estoque, inclusive de água, conforme demonstra a Figura 4. Figura 4 – Porões usados para estocar mantimento, munição e água Crédito: Jefferson Schnaider. Vamos imaginar que 50% da área de estoque fosse destinada para guardar água. Sabendo que as naus podiam chegar a 35 m de comprimento, aproximadamente 5 m de largura e cerca de 2 m de altura, como visto na Figura 4, havia dois compartimentos de estoque; ou seja, o volume dessa despensa seria de 350 m³ no máximo. Nesse mesmo raciocínio, considerando os 50% de espaço para água, sobrariam 175 m³, mas se os galões ocupavam um espaço efetivo de 30%, então o total de água estocada por nau seria de 52,5 m³. Como mil litros equivalem a 1 m³, o volume de água era de 52.500 litros, quantidade insuficiente para a demanda já mostrada anteriormente. 2.3 Mas onde a química entra nessa história? A resposta é bem simples: é o que atualmente denominamos de diluição. Esse processo, em termos químicos, consiste na adição de um solvente a uma solução com o objetivo de diminuir a sua concentração. A fórmula da diluição é C1V1 = C2V2, em que C1 e C2 são as concentrações inicial e final, respectivamente, e V1 e V2, os volumes das soluções inicial e final, respectivamente. Trazendo essa informação para o contexto da viagem dos portugueses ao Brasil, a água em estoque era, em parte, utilizada para fazer a diluição da água do mar até alcançar os níveis adequados de salinidade, ou seja, torná-la consumível. O limite aceitável para o consumo humano seria de aproximadamente 28 mg/l de sólidos totais dissolvidos, os quais aproximadamente 90% seriam de sais. Então, para baixar a salinidade da água do mar (geralmente 35 g/l de sólidos dissolvidos), faremos a seguinte conta: 35g/l x 1l = 25.10-3g.V2 V2 = 1.400 litros. Na prática, para baixar a salinidade de 1 litro de água domar até o valor aceitável, seriam necessários 1.399 litros de água doce. Parece pouco, mas esse procedimento aumentaria o volume de água potável em aproximadamente 37,5 litros, o que poderia manter uma pessoa por mais três dias. Vale lembrar que a água da chuva também era utilizada para fazer esse procedimento. 2.4 Conservação dos alimentos Em média, a necessidade calórica de uma pessoa adulta é na faixa de 2 mil calorias por dia. O valor pode variar um pouco, dependendo das atividades realizadas no decorrer do dia e de alguns outros fatores específicos de seu metabolismo. Essa ingestão deve ser realizada ao longo do dia, com alimentação de quatro em quatro horas, para evitar que se permaneça muito tempo sem se alimentar. O tipo de alimentos também deve ser variado, com carboidratos, proteínas, gorduras boas e fibras. Mas, como se alimentar de forma adequada em um período longo de viagens que cruzam os mares? E como estocar alimento para grande quantidade de pessoas durante uma jornada tão prolongada? A Química entra nessa história com algumas técnicas. Uma delas é o salgamento, que causa desidratação dos alimentos faz com que demorem mais para estragar; a outra é a defumação, que também aumenta o prazo de validade. Ambas eram de grande valia naquela época, pois não havia eletricidade para se ligar um freezer, como nas navegações modernas. Essas e outras técnicas químicas geravam a possibilidade de se manterem os alimentos por mais tempo, fazendo com que pudesse ser esticada uma grande quantidade de alimentos para serem consumida no decorrer das viagens. Uma das técnicas pré-históricas muito utilizada era a desidratação de carnes pela exposição ao sol. O que chamamos de carne de sol era nada mais do que uma das técnicas de manutenção de carnes, como podemos ver na Figura 5. Figura 5 – Carne de sol em Campo Maior, no Piauí Crédito: Pedro Helder Pinheiro / Shutterstock. TEMA 3 – VIAGEM AO ESPAÇO A humanidade sempre buscou quebrar barreiras geográficas, seja por meio de meios de locomoção, seja com as próprias pernas. Talvez uma das maiores curiosidades do ser humano se refira a mergulhar no espaço e conhecer outros planetas. O filme “Gagarin: o primeiro no espaço”, de 2013, da produtora Kremlin Films, dirigido por Pavel Parkhomenko, retrata o que teria sido a primeira viagem do homem ao espaço, supostamente ocorrida em 12 de abril de 1961. 3.1 Combustível de foguete Em relação ao combustível de foguete, a revista Superinteressante (2016) cita que: A substância que faz os foguetes se moverem no espaço é o propelente, uma mistura de combustível (aquilo que vai ser queimado) com comburente (que fornece oxigênio para a reação, já que ele não está disponível no espaço). Os propelentes podem ser sólidos ou líquidos. Os líquidos se dividem em monopropelentes (combustível e comburente misturados) e bipropelentes (as duas substâncias são mantidas separadas e só se misturam no momento da utilização) [...]. Os propelentes sólidos são produzidos por um processo que faz com que uma mistura de substâncias líquidas e sólidas endureçam. Também são divididos em dois tipos: os de base dupla (combustível e comburentes unidos, como no caso da nitroglicerina e nitrocelulose) e os compósitos formados por um polímero (combustível) impregnado com um sal inorgânico (comburente). Qualquer um desses tipos de propelente funciona da mesma forma: a reação de combustão gera uma grande quantidade de gases. Quando eles são expelidos pelo foguete, criam uma força propulsiva no sentido oposto. A nitroglicerina (trinitroglicerina ou trinitrato de glicerina) é um composto químico explosivo, inicialmente denominada de piroglicerina. Ela foi descoberta pelo químico italiano Ascanio Sobrero, em 1847, pela reação de nitração (também pode ser denominada de esterificação) da glicerina, misturando-se glicerina, ácido sulfúrico e ácido nítrico, conforme demonstrado na Figura 6, a seguir. Sua fórmula molecular é igual a C3H5N3O9. Figura 6 – Reação de nitração da glicerina para formação da nitroglicerina Fonte: Araújo, 2020. 3.2 Sem oxigênio ninguém vive Um grande problema de viagens ao espaço é que lá não existe oxigênio para os astronautas respirarem; por isso, deve haver um mecanismo de produção desse gás para que seja possível essa jornada. Outra situação complexa é a produção de dióxido de carbono por meio da respiração, o que seria altamente prejudicial à saúde, quando enclausurados em uma nave espacial. Por último, e a tão importante água? Como obtê-la para hidratação dos viajantes espaciais? Quanto a esses problemas, uma das formas de resolvê-los seria por meio da reação de Sabatier. O princípio de Sabatier foi proposto pelo químico francês Paul Sabatier (1854- 1941) envolve a reação do hidrogênio com o dióxido de carbono em temperaturas e pressões elevadas na presença de um catalisador de níquel, que resulta em metano e água, conforme descrito na seguinte representação: CO2 + 4 H2 → CH4 + 2 H2O. Dois dos problemas já foram solucionados com essa reação, que seria a retirada de gás carbônico e a produção de água. Já o oxigênio para respiração seria possível por meio da eletrólise da água: 2 H2O → O2 + 2 H2 Perceba que o ciclo foi fechado, ou seja, da respiração é produzido o gás carbônico, que reage com o hidrogênio produzindo água, que, por eletrólise, produz novamente o hidrogênio e o oxigênio para respiração. O metano (CH4) poderá ser descartado no espaço ou ainda ser fonte de hidrogênio, conforme demonstra a reação: CH4 + calor → C + 2 H2 TEMA 4 – A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E O AVANÇO DA INFORMÁTICA A Revolução Industrial foi um período de grande desenvolvimento tecnológico que teve início na Inglaterra a partir da segunda metade do século XVIII com a invenção da máquina a vapor (Figura 7) por James Watt, movida por meio de reações de queima de lenha. Figura 7 – Máquina a vapor Crédito: CC/PD. Como já sabemos, as reações de combustão são do tipo exotérmica, ou seja, que liberam energia, e justamente essa energia era a utilizada para o funcionamento das máquinas. 4.1 Indústria química A Inglaterra, berço da Revolução Industrial, possuía indústria têxtil, de sabões, de vidros e siderúrgicas. A produção desses materiais necessitava de quantidades grandes de ácidos e bases, e em 1870 aproximadamente 590 mil toneladas de ácido sulfúrico (H2SO4) e 304 mil toneladas de soda cáustica (NaOH) foram produzidas por ano na Inglaterra. 4.2 Informática e eletrônicos Como praticamente em tudo, a Química é a auxiliadora ou mesmo a peça principal para os avanços tecnológicos. Um elemento que possui bastante relevância no contexto de peças eletrônicas, bastante utilizadas na indústria de computadores, é o silício. Quando ultrapuro, é importante na fabricação de semicondutores para uso em equipamentos eletrônicos. O Quadro 1 traz alguns exemplos a esse respeito. Quadro 1 – Exemplo de utilização do silício em equipamentos eletrônicos Equipamentos eletrônicos Utilização Diodo Transistores Microprocessadores Componente eletrônico Fonte: Araújo, 2020. Com o silício puro, é possível obter lâminas extremamente finas, que são aproveitadas na produção de chips com dimensões cada vez menores, usados em circuitos integrados de computadores e outros. Uma região situada na Califórnia, Estados Unidos, foi denominada de Vale do Silício, em menção à importância do elemento. Lá encontram computação e tecnologia da informação, que exigem grande demanda de silício. O silício, derivado da palavra latina pelo químico sueco Jöns Jacob Berzelius (Figura 8) em 1823. Trata mais abundante na crosta terrestre, perfazendo mais de 28% de sua massa. Figura 8 – Retrato de Jöns Jacob Berzelius Crédito: CC/PD. TEMA 5 – PRODUÇÃO DE ALIMENTOS A alimentação é peça fundamental para o sucesso da sobrevivência do ser humano. Passamos por diversas fases, desde a de nômades, que seriam andarilhos que se mudavam dolugar onde estavam assim que as reservas de alimentos cessavam até a de agricultores, que cultivavam o Componente eletrônico que é um excelente condutor Componente eletrônico que amplifica sinais elétricos Componente eletrônico que interpreta um conjunto de instruções e realiza operações lógicas e matemáticas Com o silício puro, é possível obter lâminas extremamente finas, que são aproveitadas na dimensões cada vez menores, usados em circuitos integrados de Uma região situada na Califórnia, Estados Unidos, foi denominada de Vale do Silício, em menção à importância do elemento. Lá encontram-se muitas indústrias na área de utação e tecnologia da informação, que exigem grande demanda de silício. O silício, derivado da palavra latina silex, tem o significado de "pedra dura". Foi descoberto pelo químico sueco Jöns Jacob Berzelius (Figura 8) em 1823. Trata-se do segundo elemento mais abundante na crosta terrestre, perfazendo mais de 28% de sua massa. Retrato de Jöns Jacob Berzelius PRODUÇÃO DE ALIMENTOS A alimentação é peça fundamental para o sucesso da sobrevivência do ser humano. Passamos s fases, desde a de nômades, que seriam andarilhos que se mudavam do lugar onde estavam assim que as reservas de alimentos cessavam até a de agricultores, que cultivavam o Componente eletrônico que é um excelente condutor Componente eletrônico que amplifica sinais elétricos que interpreta um conjunto de instruções e Com o silício puro, é possível obter lâminas extremamente finas, que são aproveitadas na dimensões cada vez menores, usados em circuitos integrados de Uma região situada na Califórnia, Estados Unidos, foi denominada de Vale do Silício, em se muitas indústrias na área de , tem o significado de "pedra dura". Foi descoberto se do segundo elemento PRODUÇÃO DE ALIMENTOS A alimentação é peça fundamental para o sucesso da sobrevivência do ser humano. Passamos s fases, desde a de nômades, que seriam andarilhos que se mudavam do lugar onde estavam assim que as reservas de alimentos cessavam até a de agricultores, que cultivavam o próprio alimento. Nesse caso, não era mais necessário abandonar o local, e sim mantê melhorar a qualidade do solo, por exemplo. Para essa fase de agricultura, é de grande relevância a utilização de fertilizantes, que fornecem nutrientes essenciais às plantações, tornando possível aumentar a produtividade dela. “Em 1908, o químico alemão Fritz Haber publicou [...] sugerindo a possibilidade técnica da síntese da amônia a partir do nitrogênio e do hidrogênio atmosféricos [...]. Carl Bosch transformou a possibilidade teórica [...] em uma realidade prática” (Inovação Tecnológica, 2008). Qual seria a mais importante invenção técnica do século XX? Aeroplanos, energia nuclear, voo espacial, televisão e computadores estão entre as respostas mais comuns. Porém, nenhuma destas invenções teve a fundamental importância da síntese industrial da amôn partir de seus elementos. O viver das 6 bilhões de pessoas de nosso mundo poderia ser melhor sem o Microsoft Windows e a TV de 600 canais e nem os reatores nucleares ou ônibus espaciais são determinantes críticos do bem importante mudança afetando a população mundial em 1900 para os atuais 6 bilhões 2007, p. 240) Com esse procedimento, foi possível aumentar drasticamente nível mundial. Após essas descobertas, a indústria de fertilizantes teve sua gênese, embora tenha tido um efeito colateral: a produção de explosivos em larga escala com a utilização do nitrogênio extra produzido pelo processo Ha Figura 9 – Porcentagem do consumo global de nitrogênio do processo Haber análogos) por ano (1910 a 2000) Fonte: Wikimedia, [S.d.]c. 5.1 Processo Haber-Bosch próprio alimento. Nesse caso, não era mais necessário abandonar o local, e sim mantê melhorar a qualidade do solo, por exemplo. Para essa fase de agricultura, é de grande relevância a utilização de fertilizantes, que fornecem nutrientes essenciais às plantações, tornando possível aumentar a produtividade mão Fritz Haber publicou [...] sugerindo a possibilidade técnica da síntese da amônia a partir do nitrogênio e do hidrogênio atmosféricos [...]. Carl Bosch transformou a possibilidade teórica [...] em uma realidade prática” (Inovação al seria a mais importante invenção técnica do século XX? Aeroplanos, energia nuclear, voo espacial, televisão e computadores estão entre as respostas mais comuns. Porém, nenhuma destas invenções teve a fundamental importância da síntese industrial da amôn partir de seus elementos. O viver das 6 bilhões de pessoas de nosso mundo poderia ser melhor sem o Microsoft Windows e a TV de 600 canais e nem os reatores nucleares ou ônibus espaciais são determinantes críticos do bem-estar humano. Mas a única e mai importante mudança afetando a população mundial – sua expansão de 1,6 bilhões de pessoas em 1900 para os atuais 6 bilhões – não teria sido possível sem a síntese da amônia. (Chagas, Com esse procedimento, foi possível aumentar drasticamente a produção de alimentos em nível mundial. Após essas descobertas, a indústria de fertilizantes teve sua gênese, embora tenha tido um efeito colateral: a produção de explosivos em larga escala com a utilização do nitrogênio extra produzido pelo processo Harber-Bosch. A Figura 9 ilustra esse cenário. Porcentagem do consumo global de nitrogênio do processo Haber-Bosch (e seus Bosch próprio alimento. Nesse caso, não era mais necessário abandonar o local, e sim mantê-lo e Para essa fase de agricultura, é de grande relevância a utilização de fertilizantes, que fornecem nutrientes essenciais às plantações, tornando possível aumentar a produtividade mão Fritz Haber publicou [...] sugerindo a possibilidade técnica da síntese da amônia a partir do nitrogênio e do hidrogênio atmosféricos [...]. Carl Bosch transformou a possibilidade teórica [...] em uma realidade prática” (Inovação al seria a mais importante invenção técnica do século XX? Aeroplanos, energia nuclear, voo espacial, televisão e computadores estão entre as respostas mais comuns. Porém, nenhuma destas invenções teve a fundamental importância da síntese industrial da amônia a partir de seus elementos. O viver das 6 bilhões de pessoas de nosso mundo poderia ser melhor sem o Microsoft Windows e a TV de 600 canais e nem os reatores nucleares ou estar humano. Mas a única e mais sua expansão de 1,6 bilhões de pessoas não teria sido possível sem a síntese da amônia. (Chagas, a produção de alimentos em nível mundial. Após essas descobertas, a indústria de fertilizantes teve sua gênese, embora tenha tido um efeito colateral: a produção de explosivos em larga escala com a utilização do Bosch. A Figura 9 ilustra esse cenário. Bosch (e seus O processo Haber-Bosch talvez tenha sido um dos mais importantes processos químicos de toda a história. Como já citamos, por ele se consegue produzir a amônia (NH3) em escala industrial, e pela amônia, é possível fabricar fertilizantes, que possibilitam o aumento da produção de alimentos. O que passaria para história como o Processo Harber-Bosch daria início a uma nova fase não apenas da agricultura e da indústria mundiais, mas também da própria forma de vida de nossa civilização. Hoje, um século mais tarde, bilhões de pessoas são alimentadas graças a essa descoberta. Foi a síntese da amônia que permitiu o desenvolvimento dos fertilizantes químicos nitrogenados sintéticos que hoje garantem a produtividade de quase metade de toda a agricultura mundial. (Inovação Tecnológica, 2008) O processo pode ser visualizado na Figura 10. Figura 10 – Processo de produção da amônia Crédito: Jefferson Schnaider. Pelo Diagrama de Ellingham (Figura 47) para a produção de amônia por intermédio dos gases nitrogênio e hidrogênio, é possível visualizar a relação da espontaneidade da reação pela variação livre de Gibbs (∆G), que quando tem um valor negativo, tal reação é denominada espontânea. Figura 11 – Diagrama de Ellinghampara a formação da amônia Fonte: Chagas, 2007, p. 242. Para saber mais Quer compreender um pouco mais sobre o Processo Haber? Uma boa dica é assistir ao vídeo “O equilíbrio químico – o Processo Haber”. Ele está disponível no seguinte link: <https://www.youtube.com/watch?v=hGOgK6W51qM>. Como a reação de produção de amônia é exotérmica (∆H=-45,898 kJ/mol), ela é favorecida a menores temperaturas e, conforme mostrado no diagrama, a maiores pressões. Na prática Agora é sua vez. Pesquise outros fatos históricos que só foram possíveis com a intermediação da Química, e monte um quadro como o que apresentamos nesta aula. FINALIZANDO Nesta aula, vimos que o avanço da história e a Química estão diretamente ligados. Muito do que conhecemos na atualidade ou usamos em nosso cotidiano não existira se não fosse a Química por trás de tudo. Estudar a história da humanidade é visualizar o quão importante a Química é, pois nada do que existe ou ainda existirá dificilmente não tenha essa área, diretamente ou indiretamente envolvida. REFERÊNCIAS 100 anos de síntese da amônia, a descoberta que mudou o mundo. Inovação Tecnológica, 14 out. 2008. Disponível em: <https://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=100-anos-de-sintese- da-amonia--a-descoberta-que-mudou-o-mundo&id=#.X0Y3_MhKjIU>. Acesso em: 21 set. 2020. BERNARDO, A. Os bastidores da viagem de 44 dias que levou Pedro Álvares Cabral ao Brasil. BBC News, 10 mar. 2020. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil- 51808373>. Acesso em: 21 set. 2020. BLUME, J. Antes das bússolas, vikings poderiam ter usado pedra do Sol para se localizar. Hypescience, 28 jul. 2016. Disponível em: <https://hypescience.com/pedra-do-sol-pode-ter- ajudado-na-localizacao-dos-vikings/>. Acesso em: 21 set. 2020. CHAGAS, A. P. A síntese da amônia: alguns aspectos históricos. Quim. Nova, v. 30, n. 1, p. 240-247, jan./fev. 2007. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/qn/v30n1/38.pdf>. Acesso em: 21 set. 2020. COMBUSTÍVEL do foguete pode ser líquido ou sólido. Superinteressante, 31 out. 2016. Disponível em: <https://super.abril.com.br/tecnologia/combustivel-do-foguete-pode-ser- liquido-ou-solido/>. Acesso em: 21 set. 2020. MAPA da região dos vikings. Wikimedia Commons, [S.d.]a. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Swedish_Empire_(1560-1815)_es.svg>. Acesso em: 21 set. 2020. MÁQUINA a vapor utilizada na revolução industrial. Wikimedia Commons, [S.d.]b. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:M%C3%A0quina_de_vapor.jpg>. Acesso em: 21 set. 2020. O EQUILÍBRIO químico – o Processo Haber. YouTube, 28 nov. 2012. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=hGOgK6W51qM>. Acesso em: 21 set. 2020. PORCENTAGEM do consumo mundial de nitrogênio do processo Harber-Bosch. Wikimedia Commons, [S.d.]c. Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/83/Haber-Bosch_- _pourcentage_relatif.svg>. Acesso em: 21 set. 2020. PROCESSO de síntese de amônia de Haber-Bosch. Wikimedia Commons, [S.d.]d. 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