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aula 06 - HISTORIA DA QUIMICA

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HISTÓRIA DA QUÍMICA 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Eduardo Moraes Araujo 
CONVERSA INICIAL 
Muitos fatos históricos estão diretamente ligados ao avanço da Química. Sem ela, o ser 
humano não teria chegado à lua, não estaria pensando alcançar Marte e, na verdade, nem 
conseguiria ir muito longe da região onde nasceu. Vejamos: a velocidade média de atletas 
profissionais em uma prova de maratona é de 20 km/h, ou seja, em uma hora percorrem a 
distância de 20 km; portanto, mantendo esse ritmo, para percorrer uma distância de 400 km, 
essa pessoa levaria 20 horas – isso se fosse possível permanecer por esse tempo todo 
correndo na mesma velocidade, o que humanamente não é. Até os atletas profissionais 
percorrem a maratona, que é aproximadamente de 40 km, e chegam praticamente à exaustão, 
com câimbras e dores musculares; ou seja, provavelmente não conseguiriam percorrer mais 
uma longa distância sem parar para se recuperar. 
Esse exemplo mostra que a utilização de aviões, por exemplo, fez com que pudéssemos ir 
para longe, sem problemas. Certamente a aviação precisa de um combustível adequado, e é 
exatamente nesse ponto que a Química entra com sua importância, pois o avião, sem ele, não 
decolaria. 
Nesta aula, veremos algumas possibilidades de contribuição da Química com os fatos 
históricos importantes que foram relevantes para a humanidade. 
TEMA 1 – OS VIKINGS 
1.1 Região geográfica 
Os temidos vikings eram uma remota civilização que surgiu na Escandinávia – hoje Suécia, 
Dinamarca e Noruega, conforme mostrada na Figura 1. Do século VIII em diante, eles 
deixaram a região no intuito de expandir território e se fixaram na Islândia e na Bretanha. 
Figura 1 – Posição geográfica da região dos vikings 
 
Crédito: João Moreira. 
1.2 Navegadores 
A expansão dos vikings se deveu bastante às navegações. Cristóvão Colombo ficou 
conhecido por ter descoberto a América em 1492, mas aproximadamente 400 anos antes 
outros europeus já haviam estado lá, mais precisamente no Canadá – nesse caso, os vikings, 
cujas rotas incluíram justamente a demonstrada na Figura 2. 
Figura 2 – Algumas rotas realizadas pelos vikings 
 
Crédito: João Moreira. 
Um dos grandes problemas das viagens interoceânicas é a localização, pois, sem pontos de 
referência, é muito fácil de se perder. Mas como os vikings conseguiram navegar a longas 
distâncias sem que isso ocorresse, já que na época não se conheciam ainda os instrumentos 
tão necessários como bússola, astrolábio ou demais equipamentos que possibilitaram as 
navegações dos séculos XVI e XVII? 
A resposta a isso está na Química. Os vikings haviam descoberto um minério, batizado de 
pedra do sol, que são cristais como os formados de calcita. Trata-se de um mineral com 
composição química CaCO3 e que pode ser denominado cordierita ou turmalina, cujos 
cristais podem dividir a luz solar em dois feixes mesmo quando está nublado, possibilitando a 
navegação. 
Artigo publicado pela revista eletrônica Hypescience em 2016 trata desse assunto, e 
documentário produzido pelo Discovery Channel mostrou a busca pela pedra do sol. Embora 
esta não tenha sido encontrada nos destroços dos navios vikings naufragados, essa lenda 
ainda se mantém como possível explicação. Em outro documentário, “Em busca dos 
vikings”, produzido em 2019 também pela Discovery Channel e apresentado na série 
“Mundo Desconhecido”, tentou-se descobrir a prova da utilização dessa pedra, embora a 
única encontrada, em destroços de um navio inglês, mas não descaracterizando a lenda de sua 
utilização pelos vikings. Nessa série, chegaram a confeccionar e utilizar uma pedra do sol e o 
resultado foi surpreendentemente positivo, como diz a lenda. 
A utilização da pedra do sol (Figura 3) é bem simples: ela consegue produzir dois feixes 
visíveis pelo efeito óptico, com os quais seria possível saber a localização do sol, e com outro 
aparelho por eles produzido, que seria uma espécie de rosa dos ventos, conhecer a posição do 
norte e assim se orientarem. 
Figura 3 – Pedra do sol possivelmente utilizada pelos vikings em suas navegações 
 
Crédito: Oreena / Shutterstock. 
O artigo revista da eletrônica Hypescience cita que: 
Para testar a eficácia do método, os pesquisadores pediram a 10 voluntários que tentassem 
descobrir a posição do sol em um planetário digital, usando diferentes pontos de luz para 
simular o uso da pedra do Sol. Depois de 2400 testes, os voluntários tiveram 48% de 
resultados corretos. Os pesquisadores também notaram que os voluntários tiveram mais 
acertos quando o Sol virtual estava perto do horizonte. Esta condição é encontrada com 
frequência durante o verão nas altas latitudes, exatamente na região em que os vikings 
navegavam. Isso indica que estes exploradores poderiam ter usado este método nos dias 
nublados. (Blume, 2016) 
TEMA 2 – A CHEGADA DOS 
PORTUGUESES AO BRASIL 
2.1 Quantidade de pessoas e tempo de viagem 
Pedro Alvares Cabral. Qual brasileiro nunca ouviu falar desse nome? Era um português, 
conhecido por suas aventuras em alto-mar, e no ano de 1500 chegou ao Brasil. A frota dele 
era formada por nove naus, que comportava 150 tripulantes cada, e três caravelas, com 
capacidade de transportar até 80 pessoas cada; ou seja, havia pelo menos 1.590 pessoas. 
O percurso demorava em média 30 dias, podendo, conforme as condições, demorar mais ou 
um pouco menos. Conforme documentário publicado pela BBC, a viagem de Cabral levou 44 
dias (Bernardo, 2020). “Os tripulantes não desfrutavam de qualquer conforto. Pelo contrário. 
Como os porões dos navios eram usados para estocar os tonéis com água, mantimentos e 
munição, os marinheiros dormiam no convés, ao relento, em colchões de palha” (Bernardo, 
2020). 
2.2 Volume de água necessário para suprir a necessidade 
de toda a frota 
Agora vamos fazer uma conta simples: um ser humano deve ingerir, em média, dois litros de 
água por dia. Como havia aproximadamente 1.500 pessoas na frota, seriam necessários 3 mil 
litros de água diariamente – ou 132 mil litros durante os 44 dias que durou a viagem. Como já 
citado, os porões seriam o local destinado ao estoque, inclusive de água, conforme demonstra 
a Figura 4. 
Figura 4 – Porões usados para estocar mantimento, munição e água 
 
Crédito: Jefferson Schnaider. 
Vamos imaginar que 50% da área de estoque fosse destinada para guardar água. Sabendo que 
as naus podiam chegar a 35 m de comprimento, aproximadamente 5 m de largura e cerca de 2 
m de altura, como visto na Figura 4, havia dois compartimentos de estoque; ou seja, o volume 
dessa despensa seria de 350 m³ no máximo. Nesse mesmo raciocínio, considerando os 50% 
de espaço para água, sobrariam 175 m³, mas se os galões ocupavam um espaço efetivo de 
30%, então o total de água estocada por nau seria de 52,5 m³. Como mil litros equivalem a 1 
m³, o volume de água era de 52.500 litros, quantidade insuficiente para a demanda já 
mostrada anteriormente. 
2.3 Mas onde a química entra nessa história? 
A resposta é bem simples: é o que atualmente denominamos de diluição. Esse processo, em 
termos químicos, consiste na adição de um solvente a uma solução com o objetivo de 
diminuir a sua concentração. A fórmula da diluição é C1V1 = C2V2, em que C1 e C2 são as 
concentrações inicial e final, respectivamente, e V1 e V2, os volumes das soluções inicial e 
final, respectivamente. 
Trazendo essa informação para o contexto da viagem dos portugueses ao Brasil, a água em 
estoque era, em parte, utilizada para fazer a diluição da água do mar até alcançar os níveis 
adequados de salinidade, ou seja, torná-la consumível. 
O limite aceitável para o consumo humano seria de aproximadamente 28 mg/l de sólidos 
totais dissolvidos, os quais aproximadamente 90% seriam de sais. Então, para baixar a 
salinidade da água do mar (geralmente 35 g/l de sólidos dissolvidos), faremos a seguinte 
conta: 
35g/l x 1l = 25.10-3g.V2 
V2 = 1.400 litros. 
Na prática, para baixar a salinidade de 1 litro de água domar até o valor aceitável, seriam 
necessários 1.399 litros de água doce. Parece pouco, mas esse procedimento aumentaria o 
volume de água potável em aproximadamente 37,5 litros, o que poderia manter uma pessoa 
por mais três dias. Vale lembrar que a água da chuva também era utilizada para fazer esse 
procedimento. 
2.4 Conservação dos alimentos 
Em média, a necessidade calórica de uma pessoa adulta é na faixa de 2 mil calorias por dia. O 
valor pode variar um pouco, dependendo das atividades realizadas no decorrer do dia e de 
alguns outros fatores específicos de seu metabolismo. 
Essa ingestão deve ser realizada ao longo do dia, com alimentação de quatro em quatro horas, 
para evitar que se permaneça muito tempo sem se alimentar. O tipo de alimentos também 
deve ser variado, com carboidratos, proteínas, gorduras boas e fibras. 
Mas, como se alimentar de forma adequada em um período longo de viagens que cruzam os 
mares? E como estocar alimento para grande quantidade de pessoas durante uma jornada tão 
prolongada? A Química entra nessa história com algumas técnicas. Uma delas é o 
salgamento, que causa desidratação dos alimentos faz com que demorem mais para estragar; 
a outra é a defumação, que também aumenta o prazo de validade. Ambas eram de grande 
valia naquela época, pois não havia eletricidade para se ligar um freezer, como nas 
navegações modernas. 
Essas e outras técnicas químicas geravam a possibilidade de se manterem os alimentos por 
mais tempo, fazendo com que pudesse ser esticada uma grande quantidade de alimentos para 
serem consumida no decorrer das viagens. 
Uma das técnicas pré-históricas muito utilizada era a desidratação de carnes pela exposição 
ao sol. O que chamamos de carne de sol era nada mais do que uma das técnicas de 
manutenção de carnes, como podemos ver na Figura 5. 
Figura 5 – Carne de sol em Campo Maior, no Piauí 
 
Crédito: Pedro Helder Pinheiro / Shutterstock. 
TEMA 3 – VIAGEM AO ESPAÇO 
A humanidade sempre buscou quebrar barreiras geográficas, seja por meio de meios de 
locomoção, seja com as próprias pernas. Talvez uma das maiores curiosidades do ser humano 
se refira a mergulhar no espaço e conhecer outros planetas. 
O filme “Gagarin: o primeiro no espaço”, de 2013, da produtora Kremlin Films, dirigido por 
Pavel Parkhomenko, retrata o que teria sido a primeira viagem do homem ao espaço, 
supostamente ocorrida em 12 de abril de 1961. 
3.1 Combustível de foguete 
Em relação ao combustível de foguete, a revista Superinteressante (2016) cita que: 
A substância que faz os foguetes se moverem no espaço é o propelente, uma mistura de 
combustível (aquilo que vai ser queimado) com comburente (que fornece oxigênio para a 
reação, já que ele não está disponível no espaço). Os propelentes podem ser sólidos ou 
líquidos. Os líquidos se dividem em monopropelentes (combustível e comburente 
misturados) e bipropelentes (as duas substâncias são mantidas separadas e só se misturam no 
momento da utilização) [...]. Os propelentes sólidos são produzidos por um processo que faz 
com que uma mistura de substâncias líquidas e sólidas endureçam. Também são divididos em 
dois tipos: os de base dupla (combustível e comburentes unidos, como no caso da 
nitroglicerina e nitrocelulose) e os compósitos formados por um polímero (combustível) 
impregnado com um sal inorgânico (comburente). Qualquer um desses tipos de propelente 
funciona da mesma forma: a reação de combustão gera uma grande quantidade de gases. 
Quando eles são expelidos pelo foguete, criam uma força propulsiva no sentido oposto. 
A nitroglicerina (trinitroglicerina ou trinitrato de glicerina) é um composto químico 
explosivo, inicialmente denominada de piroglicerina. Ela foi descoberta pelo químico italiano 
Ascanio Sobrero, em 1847, pela reação de nitração (também pode ser denominada de 
esterificação) da glicerina, misturando-se glicerina, ácido sulfúrico e ácido nítrico, conforme 
demonstrado na Figura 6, a seguir. Sua fórmula molecular é igual a C3H5N3O9. 
Figura 6 – Reação de nitração da glicerina para formação da nitroglicerina 
 
Fonte: Araújo, 2020. 
3.2 Sem oxigênio ninguém vive 
Um grande problema de viagens ao espaço é que lá não existe oxigênio para os astronautas 
respirarem; por isso, deve haver um mecanismo de produção desse gás para que seja possível 
essa jornada. Outra situação complexa é a produção de dióxido de carbono por meio da 
respiração, o que seria altamente prejudicial à saúde, quando enclausurados em uma nave 
espacial. Por último, e a tão importante água? Como obtê-la para hidratação dos viajantes 
espaciais? 
Quanto a esses problemas, uma das formas de resolvê-los seria por meio da reação de 
Sabatier. O princípio de Sabatier foi proposto pelo químico francês Paul Sabatier (1854-
1941) envolve a reação do hidrogênio com o dióxido de carbono em temperaturas e pressões 
elevadas na presença de um catalisador de níquel, que resulta em metano e água, conforme 
descrito na seguinte representação: 
CO2 + 4 H2 → CH4 + 2 H2O. 
Dois dos problemas já foram solucionados com essa reação, que seria a retirada de gás 
carbônico e a produção de água. 
Já o oxigênio para respiração seria possível por meio da eletrólise da água: 
2 H2O → O2 + 2 H2 
Perceba que o ciclo foi fechado, ou seja, da respiração é produzido o gás carbônico, que reage 
com o hidrogênio produzindo água, que, por eletrólise, produz novamente o hidrogênio e o 
oxigênio para respiração. 
O metano (CH4) poderá ser descartado no espaço ou ainda ser fonte de hidrogênio, conforme 
demonstra a reação: 
CH4 + calor → C + 2 H2 
TEMA 4 – A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
E O AVANÇO DA INFORMÁTICA 
A Revolução Industrial foi um período de grande desenvolvimento tecnológico que teve 
início na Inglaterra a partir da segunda metade do século XVIII com a invenção da máquina a 
vapor (Figura 7) por James Watt, movida por meio de reações de queima de lenha. 
Figura 7 – Máquina a vapor 
 
Crédito: CC/PD. 
Como já sabemos, as reações de combustão são do tipo exotérmica, ou seja, que liberam 
energia, e justamente essa energia era a utilizada para o funcionamento das máquinas. 
4.1 Indústria química 
A Inglaterra, berço da Revolução Industrial, possuía indústria têxtil, de sabões, de vidros e 
siderúrgicas. A produção desses materiais necessitava de quantidades grandes de ácidos e 
bases, e em 1870 aproximadamente 590 mil toneladas de ácido sulfúrico (H2SO4) e 304 mil 
toneladas de soda cáustica (NaOH) foram produzidas por ano na Inglaterra. 
4.2 Informática e eletrônicos 
Como praticamente em tudo, a Química é a auxiliadora ou mesmo a peça principal para os 
avanços tecnológicos. Um elemento que possui bastante relevância no contexto de peças 
eletrônicas, bastante utilizadas na indústria de computadores, é o silício. Quando ultrapuro, é 
importante na fabricação de semicondutores para uso em equipamentos eletrônicos. O 
Quadro 1 traz alguns exemplos a esse respeito. 
Quadro 1 – Exemplo de utilização do silício em equipamentos eletrônicos 
Equipamentos 
eletrônicos 
Utilização 
Diodo 
Transistores 
Microprocessadores Componente eletrônico 
Fonte: Araújo, 2020. 
Com o silício puro, é possível obter lâminas extremamente finas, que são aproveitadas na 
produção de chips com dimensões cada vez menores, usados em circuitos integrados de 
computadores e outros. 
Uma região situada na Califórnia, Estados Unidos, foi denominada de Vale do Silício, em 
menção à importância do elemento. Lá encontram
computação e tecnologia da informação, que exigem grande demanda de silício.
O silício, derivado da palavra latina 
pelo químico sueco Jöns Jacob Berzelius (Figura 8) em 1823. Trata
mais abundante na crosta terrestre, perfazendo mais de 28% de sua massa. 
Figura 8 – Retrato de Jöns Jacob Berzelius
Crédito: CC/PD. 
TEMA 5 – PRODUÇÃO DE ALIMENTOS 
A alimentação é peça fundamental para o sucesso da sobrevivência do ser humano. Passamos 
por diversas fases, desde a de nômades, que seriam andarilhos que se mudavam dolugar onde 
estavam assim que as reservas de alimentos cessavam até a de agricultores, que cultivavam o 
Componente eletrônico que é um excelente condutor
Componente eletrônico que amplifica sinais elétricos
Componente eletrônico que interpreta um conjunto de instruções e 
realiza operações lógicas e matemáticas 
Com o silício puro, é possível obter lâminas extremamente finas, que são aproveitadas na 
dimensões cada vez menores, usados em circuitos integrados de 
Uma região situada na Califórnia, Estados Unidos, foi denominada de Vale do Silício, em 
menção à importância do elemento. Lá encontram-se muitas indústrias na área de 
utação e tecnologia da informação, que exigem grande demanda de silício. 
O silício, derivado da palavra latina silex, tem o significado de "pedra dura". Foi descoberto 
pelo químico sueco Jöns Jacob Berzelius (Figura 8) em 1823. Trata-se do segundo elemento
mais abundante na crosta terrestre, perfazendo mais de 28% de sua massa. 
Retrato de Jöns Jacob Berzelius 
 
PRODUÇÃO DE ALIMENTOS 
A alimentação é peça fundamental para o sucesso da sobrevivência do ser humano. Passamos 
s fases, desde a de nômades, que seriam andarilhos que se mudavam do lugar onde 
estavam assim que as reservas de alimentos cessavam até a de agricultores, que cultivavam o 
Componente eletrônico que é um excelente condutor 
Componente eletrônico que amplifica sinais elétricos 
que interpreta um conjunto de instruções e 
 
Com o silício puro, é possível obter lâminas extremamente finas, que são aproveitadas na 
dimensões cada vez menores, usados em circuitos integrados de 
Uma região situada na Califórnia, Estados Unidos, foi denominada de Vale do Silício, em 
se muitas indústrias na área de 
 
, tem o significado de "pedra dura". Foi descoberto 
se do segundo elemento 
PRODUÇÃO DE ALIMENTOS 
A alimentação é peça fundamental para o sucesso da sobrevivência do ser humano. Passamos 
s fases, desde a de nômades, que seriam andarilhos que se mudavam do lugar onde 
estavam assim que as reservas de alimentos cessavam até a de agricultores, que cultivavam o 
próprio alimento. Nesse caso, não era mais necessário abandonar o local, e sim mantê
melhorar a qualidade do solo, por exemplo.
Para essa fase de agricultura, é de grande relevância a utilização de fertilizantes, que 
fornecem nutrientes essenciais às plantações, tornando possível aumentar a produtividade 
dela. “Em 1908, o químico alemão Fritz Haber publicou [...] sugerindo a possibilidade 
técnica da síntese da amônia a partir do nitrogênio e do hidrogênio atmosféricos [...]. Carl 
Bosch transformou a possibilidade teórica [...] em uma realidade prática” (Inovação 
Tecnológica, 2008). 
Qual seria a mais importante invenção técnica do século XX? Aeroplanos, energia nuclear, 
voo espacial, televisão e computadores estão entre as respostas mais comuns. Porém, 
nenhuma destas invenções teve a fundamental importância da síntese industrial da amôn
partir de seus elementos. O viver das 6 bilhões de pessoas de nosso mundo poderia ser 
melhor sem o Microsoft Windows e a TV de 600 canais e nem os reatores nucleares ou 
ônibus espaciais são determinantes críticos do bem
importante mudança afetando a população mundial 
em 1900 para os atuais 6 bilhões 
2007, p. 240) 
Com esse procedimento, foi possível aumentar drasticamente
nível mundial. Após essas descobertas, a indústria de fertilizantes teve sua gênese, embora 
tenha tido um efeito colateral: a produção de explosivos em larga escala com a utilização do 
nitrogênio extra produzido pelo processo Ha
Figura 9 – Porcentagem do consumo global de nitrogênio do processo Haber
análogos) por ano (1910 a 2000) 
Fonte: Wikimedia, [S.d.]c. 
5.1 Processo Haber-Bosch
próprio alimento. Nesse caso, não era mais necessário abandonar o local, e sim mantê
melhorar a qualidade do solo, por exemplo. 
Para essa fase de agricultura, é de grande relevância a utilização de fertilizantes, que 
fornecem nutrientes essenciais às plantações, tornando possível aumentar a produtividade 
mão Fritz Haber publicou [...] sugerindo a possibilidade 
técnica da síntese da amônia a partir do nitrogênio e do hidrogênio atmosféricos [...]. Carl 
Bosch transformou a possibilidade teórica [...] em uma realidade prática” (Inovação 
al seria a mais importante invenção técnica do século XX? Aeroplanos, energia nuclear, 
voo espacial, televisão e computadores estão entre as respostas mais comuns. Porém, 
nenhuma destas invenções teve a fundamental importância da síntese industrial da amôn
partir de seus elementos. O viver das 6 bilhões de pessoas de nosso mundo poderia ser 
melhor sem o Microsoft Windows e a TV de 600 canais e nem os reatores nucleares ou 
ônibus espaciais são determinantes críticos do bem-estar humano. Mas a única e mai
importante mudança afetando a população mundial – sua expansão de 1,6 bilhões de pessoas 
em 1900 para os atuais 6 bilhões – não teria sido possível sem a síntese da amônia. (Chagas, 
Com esse procedimento, foi possível aumentar drasticamente a produção de alimentos em 
nível mundial. Após essas descobertas, a indústria de fertilizantes teve sua gênese, embora 
tenha tido um efeito colateral: a produção de explosivos em larga escala com a utilização do 
nitrogênio extra produzido pelo processo Harber-Bosch. A Figura 9 ilustra esse cenário. 
Porcentagem do consumo global de nitrogênio do processo Haber-Bosch (e seus 
 
 
Bosch 
próprio alimento. Nesse caso, não era mais necessário abandonar o local, e sim mantê-lo e 
Para essa fase de agricultura, é de grande relevância a utilização de fertilizantes, que 
fornecem nutrientes essenciais às plantações, tornando possível aumentar a produtividade 
mão Fritz Haber publicou [...] sugerindo a possibilidade 
técnica da síntese da amônia a partir do nitrogênio e do hidrogênio atmosféricos [...]. Carl 
Bosch transformou a possibilidade teórica [...] em uma realidade prática” (Inovação 
al seria a mais importante invenção técnica do século XX? Aeroplanos, energia nuclear, 
voo espacial, televisão e computadores estão entre as respostas mais comuns. Porém, 
nenhuma destas invenções teve a fundamental importância da síntese industrial da amônia a 
partir de seus elementos. O viver das 6 bilhões de pessoas de nosso mundo poderia ser 
melhor sem o Microsoft Windows e a TV de 600 canais e nem os reatores nucleares ou 
estar humano. Mas a única e mais 
sua expansão de 1,6 bilhões de pessoas 
não teria sido possível sem a síntese da amônia. (Chagas, 
a produção de alimentos em 
nível mundial. Após essas descobertas, a indústria de fertilizantes teve sua gênese, embora 
tenha tido um efeito colateral: a produção de explosivos em larga escala com a utilização do 
Bosch. A Figura 9 ilustra esse cenário. 
Bosch (e seus 
O processo Haber-Bosch talvez tenha sido um dos mais importantes processos químicos de 
toda a história. Como já citamos, por ele se consegue produzir a amônia (NH3) em escala 
industrial, e pela amônia, é possível fabricar fertilizantes, que possibilitam o aumento da 
produção de alimentos. 
O que passaria para história como o Processo Harber-Bosch daria início a uma nova fase não 
apenas da agricultura e da indústria mundiais, mas também da própria forma de vida de nossa 
civilização. Hoje, um século mais tarde, bilhões de pessoas são alimentadas graças a essa 
descoberta. Foi a síntese da amônia que permitiu o desenvolvimento dos fertilizantes 
químicos nitrogenados sintéticos que hoje garantem a produtividade de quase metade de toda 
a agricultura mundial. (Inovação Tecnológica, 2008) 
O processo pode ser visualizado na Figura 10. 
Figura 10 – Processo de produção da amônia 
 
Crédito: Jefferson Schnaider. 
Pelo Diagrama de Ellingham (Figura 47) para a produção de amônia por intermédio dos gases 
nitrogênio e hidrogênio, é possível visualizar a relação da espontaneidade da reação pela 
variação livre de Gibbs (∆G), que quando tem um valor negativo, tal reação é denominada 
espontânea. 
Figura 11 – Diagrama de Ellinghampara a formação da amônia 
 
Fonte: Chagas, 2007, p. 242. 
Para saber mais 
Quer compreender um pouco mais sobre o Processo Haber? Uma boa dica é assistir ao vídeo 
“O equilíbrio químico – o Processo Haber”. Ele está disponível no seguinte link: 
<https://www.youtube.com/watch?v=hGOgK6W51qM>. 
Como a reação de produção de amônia é exotérmica (∆H=-45,898 kJ/mol), ela é favorecida a 
menores temperaturas e, conforme mostrado no diagrama, a maiores pressões. 
Na prática 
Agora é sua vez. Pesquise outros fatos históricos que só foram possíveis com a intermediação 
da Química, e monte um quadro como o que apresentamos nesta aula. 
FINALIZANDO 
Nesta aula, vimos que o avanço da história e a Química estão diretamente ligados. Muito do 
que conhecemos na atualidade ou usamos em nosso cotidiano não existira se não fosse a 
Química por trás de tudo. Estudar a história da humanidade é visualizar o quão importante a 
Química é, pois nada do que existe ou ainda existirá dificilmente não tenha essa área, 
diretamente ou indiretamente envolvida. 
REFERÊNCIAS 
100 anos de síntese da amônia, a descoberta que mudou o mundo. Inovação Tecnológica, 14 
out. 2008. Disponível em: 
<https://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=100-anos-de-sintese-
da-amonia--a-descoberta-que-mudou-o-mundo&id=#.X0Y3_MhKjIU>. Acesso em: 21 set. 
2020. 
BERNARDO, A. Os bastidores da viagem de 44 dias que levou Pedro Álvares Cabral ao 
Brasil. BBC News, 10 mar. 2020. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-
51808373>. Acesso em: 21 set. 2020. 
BLUME, J. Antes das bússolas, vikings poderiam ter usado pedra do Sol para se localizar. 
Hypescience, 28 jul. 2016. Disponível em: <https://hypescience.com/pedra-do-sol-pode-ter-
ajudado-na-localizacao-dos-vikings/>. Acesso em: 21 set. 2020. 
CHAGAS, A. P. A síntese da amônia: alguns aspectos históricos. Quim. Nova, v. 30, n. 1, p. 
240-247, jan./fev. 2007. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/qn/v30n1/38.pdf>. 
Acesso em: 21 set. 2020. 
COMBUSTÍVEL do foguete pode ser líquido ou sólido. Superinteressante, 31 out. 2016. 
Disponível em: <https://super.abril.com.br/tecnologia/combustivel-do-foguete-pode-ser-
liquido-ou-solido/>. Acesso em: 21 set. 2020. 
MAPA da região dos vikings. Wikimedia Commons, [S.d.]a. Disponível em: 
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Swedish_Empire_(1560-1815)_es.svg>. Acesso 
em: 21 set. 2020. 
MÁQUINA a vapor utilizada na revolução industrial. Wikimedia Commons, [S.d.]b. 
Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:M%C3%A0quina_de_vapor.jpg>. 
Acesso em: 21 set. 2020. 
O EQUILÍBRIO químico – o Processo Haber. YouTube, 28 nov. 2012. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=hGOgK6W51qM>. Acesso em: 21 set. 2020. 
PORCENTAGEM do consumo mundial de nitrogênio do processo Harber-Bosch. 
Wikimedia Commons, [S.d.]c. Disponível em: 
<https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/83/Haber-Bosch_-
_pourcentage_relatif.svg>. Acesso em: 21 set. 2020. 
PROCESSO de síntese de amônia de Haber-Bosch. Wikimedia Commons, [S.d.]d. 
Disponível em: 
<https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Haber_process#/media/File:Haber-
Bosch_it.svg>. Acesso em: 21 set. 2020. 
RETRATO de Jöns Jacob Berzelius. Wikimedia Commons, [S.d.]e. Disponível em: 
<https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d0/J%C3%B6ns_Jacob_Berzelius_Y_J
ean_Haagen.jpg>. Acesso em: 21 set. 2020. 
ROTAS dos vikings. Wikimedia Commons, [S.d.]f. Disponível em: 
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Territories_and_Voyages_of_the_Vikings_blank.
png>. Acesso em: 21 set. 2020.

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