Buscar

1.1-Conhecimento do Sade SUS, Organizao e principios do SUS, Controle social do SUS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DOMINA CONCURSOS 
 
 
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3 
 
Conhecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) 
O Sistema Único de Saúde (SUS) é o conjunto de todas as ações e serviços de saúde prestados por 
órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das 
fundações mantidas pelo Poder Público. 
Há um tempo atrás, a saúde era encarada apenas como a ausência de doenças, o que nos legou um 
quadro repleto não só das próprias doenças, como desigualdade, insatisfação dos usuário, exclusão, baixa 
qualidade e falta de comprometimento profissional. No entanto, este conceito foi ampliado, ao serem 
definidos os elementos condicionantes da saúde, que são: 
• Meio físico (condições geográficas, água, alimentação, habitação, etc); 
• Meio sócio-econômico e cultural (emprego, renda, educação, hábitos, etc); 
• Garantia de acesso aos serviços de saúde responsáveis pela promoção, proteção e recuperação da 
saúde. 
Ou seja, de acordo com a nova concepção de saúde, compreende-se que “os níveis de saúde da 
população expressam a organização social e econômica do país". 
As reinvidicações do movimento que recebeu o nome de “Movimento Sanitarista” foram apresentadas na 8° 
Conferência Nacional de Saúde, em 1986. Sendo que mais tarde, na Constituição de 1988 foram definidas 
as ações relativas ao SUS, sendo considerado de “relevância pública”, ou seja, é atribuído ao Poder 
Público a regulamentação, a fiscalização e o controle das ações e dos serviços de saúde, independente da 
execução direta do mesmo. 
Juntamente com o conceito ampliado de saúde, o SUS traz consigo dois outros conceitos importantes: o de 
sistema e a idéia de unicidade. A idéia de sistema significa um conjunto de várias instituições, dos três 
níveis de governo e do setor privado contratado e conveniado, que interagem para um fim comum. Já na 
lógica de sistema público, os serviços contratados e conveniados seguem os mesmos princípios e as 
mesmas normas do serviço público. Todos os elementos que integram o sistema referem-se ao mesmo 
tempo às atividades de promoção, proteção e recuperação da saúde. 
Em todo o país, o SUS deve ter a mesma doutrina e a mesma forma de organização, sendo que é definido 
como único na Constituição um conjunto de elementos doutrinários e de organização do sistema de saúde, 
os princípios da universalização, da eqüidade, da integralidade, da descentralização e da participação 
popular. 
Podemos entender o SUS da seguinte maneira: um núcleo comum, que concentra os princípios 
doutrinários, e uma forma e operacionalização, os princípios organizativos. 
Princípios Doutrinários 
• Universalização: a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este 
direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, 
independentemente de sexo, raça, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais. 
• Eqüidade: o objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de todas as pessoas possuírem 
direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em outras palavras, 
eqüidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior. 
• Integralidade: este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas 
necessidades. Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção 
de doenças, o tratamento e a reabilitação. Juntamente, o principio de integralidade pressupõe a articulação 
da saúde com outras políticas públicas, para assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas 
que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos. 
 DOMINA CONCURSOS 
 
 
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4 
 
Princípios Organizativos 
Estes princípios tratam, na realidade, de formas de concretizar o SUS na prática. 
• Regionalização e Hierarquização: os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de 
complexidade, circunscritos a uma determinada área geográfica, planejados a partir de critérios 
epidemiológicos, e com definição e conhecimento da população a ser atendida. A regionalização é um 
processo de articulação entre os serviços que já existem, visando o comando unificado dos mesmos. Já a 
hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção e garantir formas de acesso a serviços que 
façam parte da complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos disponíveis numa dada região. 
• Descentralização e Comando Único: descentralizar é redistribuir poder e responsabilidade entre os três 
níveis de governo. Com relação à saúde, descentralização objetiva prestar serviços com maior qualidade e 
garantir o controle e a fiscalização por parte dos cidadãos. No SUS, a responsabilidade pela saúde deve 
ser descentralizada até o município, ou seja, devem ser fornecidas ao município condições gerenciais, 
técnicas, administrativas e financeiras para exercer esta função. Para que valha o princípio da 
descentralização, existe a concepção constitucional do mando único, onde cada esfera de governo é 
autônoma e soberana nas suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a participação da 
sociedade. 
• Participação Popular: a sociedade deve participar no dia-a-dia do sistema. Para isto, devem ser criados 
os Conselhos e as Conferências de Saúde, que visam formular estratégias, controlar e avaliar a execução 
da política de saúde. 
A expressão ‘Sistema Único de Saúde’ (SUS) alude em termos conceituais ao formato e aos processos 
jurídico-institucionais e administrativos compatíveis com a universalização do direito à saúdee em termos 
pragmáticos à rede de instituições – serviços e ações – responsável pela garantia do acesso aos cuidados 
e atenção à saúde. Os termos que compõem a expressão ‘SUS’, espelham positivamente críticas à 
organização pretérita da assistência médico-hospitalar brasileira. 
 ‘Sistema’, entendido como o conjunto de ações e instituições, que de forma ordenada e articulada 
contribuem para uma finalidade comum, qual seja, a perspectiva de ruptura com os esquemas assistenciais 
direcionados a segmentos populacionais específicos, quer recortados segundo critérios socioeconômicos, 
quer definidos a partir de fundamentos nosológicos. 
‘Único’ referido à unificação de dois sistemas: o previdenciário e o do Ministério da Saúde e secretarias 
estaduais e municipais de saúde, consubstanciada na incorporação do Instituto Nacional de Assistência 
Médica da Previdência Social (Inamps) pelo Ministério da Saúde e na universalização do acesso a todas 
ações e cuidados da rede assistencial pública e privada contratada e ao comando único em cada esfera de 
governo. 
‘Saúde’ compreendida como resultante e condicionante de condições de vida, trabalho e acesso a bens e 
serviços e, portanto, componente essencial da cidadania e democracia e não apenas como ausência de 
doença e objeto de intervenção da medicina; a saúde, tomada como medida de determinações sociais e 
perspectiva de conquista da igualdade, contrapõe-se ao estatuto de mercadoria assistencial que lhe é 
conferido pela ótica economicista, tal como definida na VIII Conferência Nacional de Saúde é “a resultante 
das condições de alimentação, habitação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, 
liberdade, acesso e posse da terra e acesso aos serviços de saúde”. 
A primeira e maior novidade do Sistema Único de Saúde é seu conceito de saúde. Esse “conceito ampliado 
de saúde”, resultado de um processo de embates teóricos e políticos, como visto anteriormente, traz 
consigo um diagnóstico das dificuldades que o setor da saúde enfrentou historicamente e a certeza de que 
a reversão deste quadro extrapolava os limites restritos da noção vigente. 
 
Encarar saúde apenas como ausência de doenças evidenciou um quadro repleto não só das próprias 
doenças, como de desigualdades, insatisfação dos usuários, exclusão, baixa qualidade e falta de 
comprometimentoprofissional. 
 DOMINA CONCURSOS 
 
 
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5 
 
Para enfrentar essa situação era necessário transformar a concepção de saúde, de serviços de saúde e, 
até mesmo, de sociedade. Uma coisa era se deparar com a necessidade de abrir unidades, contratar 
profissionais, comprar medicamentos. Outra tarefa é conceber a atenção à saúde como um projeto que 
iguala saúde com condições de vida. 
Ao lado do conceito ampliado de saúde, o Sistema Único de Saúde traz dois outros conceitos importantes: 
o de sistema e a ideia de unicidade. A noção de sistema significa que não estamos falando de um novo 
serviço ou órgão público, mas de um conjunto de várias instituições, dos três níveis de governo e do setor 
privado contratado e conveniado, que interagem para um fim comum. 
 
Na lógica do sistema público, os serviços contratados e conveniados são seguidos dos mesmos princípios 
e das mesmas normas do serviço público. Os elementos integrantes do sistema referem-se, ao mesmo 
tempo, às atividades de promoção, proteção e recuperação da saúde. 
 
Esse sistema é único, ou seja, deve ter a mesma doutrina e a mesma forma de organização em todo país. 
Mas é preciso compreender bem esta ideia de unicidade. Em um país com tamanha diversidade cultural, 
econômica e social como o Brasil, pensar em organizar um sistema sem levar em conta essas diferenças 
seria uma temeridade. 
 
O que é definido como único na Constituição é um conjunto de elementos doutrinários e de organização do 
Sistema Único de Saúde, os princípios da universalização, da equidade, da integralidade, da 
descentralização e da participação popular. Esses elementos se relacionam com as peculiaridades e 
determinações locais, por meio de formas previstas de aproximação de gerência aos cidadãos, seja com 
descentralização político-administrativa, seja por meio do controle social do sistema. 
 
O Sistema Único de Saúde pode, então, ser entendido a partir da seguinte imagem: um núcleo comum 
(único), que concentra os princípios doutrinários, e uma forma de organização e operacionalização, os 
princípios organizativos. A construção do SUS norteia-se, baseado nos seus preceitos constitucionais, 
pelas seguintes doutrinas: 
 
• Universalidade: É a garantia de atenção à saúde, por parte do sistema, a todo e qualquer cidadão (“A 
saúde é direito de todos e dever do Estado” – Art. 196 da Constituição Federal de 1988). 
 
Com a universalidade, o indivíduo passa a ter direito de acesso a todos os serviços públicos de saúde, 
assim como aqueles contratados pelo poder público de saúde, independente de sexo, raça, renda, 
ocupação ou outras características sociais ou pessoais. Saúde é direito de cidadania e dever do Governo: 
Municipal, Estadual e Federal. 
 
• Equidade: O objetivo da equidade é diminuir desigualdades. Mas isso não significa que a equidade seja 
sinônima de igualdade. Apesar de todos terem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e por isso 
têm necessidades diferentes. Então, equidade é a garantia a todas as pessoas, em igualdade de 
condições, ao acesso às ações e serviços dos diferentes níveis de complexidade do sistema. 
 
O que determinará as ações será a prioridade epidemiológica e não o favorecimento, investindo mais onde 
a carência é maior. Sendo assim, todos terão as mesmas condições de acesso, more o cidadão onde 
morar, sem privilégios e sem barreiras. Todo cidadão é igual perante o SUS e será atendido conforme suas 
necessidades até o limite do que o sistema pode oferecer para todos. 
 
• Integralidade: As ações de promoção, proteção e reabilitação da saúde não podem ser fracionadas, 
sendo assim, os serviços de saúde devem reconhecer na prática que: se cada pessoa é um todo indivisível 
e integrante de uma comunidade, as ações de promoção, proteção e reabilitação da saúde também não 
podem ser compartimentalizadas, assim como as unidades prestadoras de serviço, com seus diversos 
graus de complexidade, configuram um sistema capaz de prestar assistência integral. 
 
Ao mesmo tempo, o princípio da integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras políticas 
públicas, como forma de assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas que tenham 
repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos. 
 DOMINA CONCURSOS 
 
 
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6 
 
 
Para organizar o SUS a partir dos princípios doutrinários apresentados e considerando-se a ideia de 
seguridade social e relevância pública existem algumas diretrizes que orientam o processo. Na verdade, 
trata-se de formas de concretizar o SUS na prática. 
 
• Regionalização e hierarquização: Os serviços devem ser organizados em níveis de complexidade 
tecnológica crescente, dispostos em uma área geográfica delimitada e com a definição da população a ser 
atendida. 
 
Planejados a partir de critérios epidemiológicos, implica na capacidade dos serviços em oferecer a uma 
determinada população todas as modalidades de assistência, bem como o acesso a todo tipo de tecnologia 
disponível, possibilitando alto grau de resolutividade (solução de problemas). 
 
A rede de serviços, organizada de forma hierarquizada e regionalizada, permite um conhecimento maior da 
situação de saúde da população da área delimitada, favorecendo ações de atenção ambulatorial e 
hospitalar em todos os níveis de complexidade. 
 
Deve o acesso da população à rede se dar por intermédio dos serviços de nível primário de atenção, que 
devem estar qualificados para atender e resolver os principais problemas que demandam os serviços de 
saúde. Os demais deverão ser referenciados para os serviços de maior complexidade tecnológica. Estes 
caminhos somam a integralidade da atenção com o controle e a racionalidade dos gastos no sistema. 
Organização e Princípios do SUS 
Durante os últimos anos o processo de implantação e consolidação do Sistema único de Saúde-SUS, 
desde sua concepção na Constituição Federal, em 1988, vem sendo objeto de inúmeros instrumentos 
normativos, como forma de regulamentar esse sistema e colocar em prática os objetivos, diretrizes e 
princípios do mesmo. 
 
A Constituição Federal que é considerada o marco jurídico inicial, onde “nasce o SUS”, traz em seus 
artigos 196 ao 200, o “registro do SUS”, o artigo 198 da CF, traz em seu texto as Diretrizes e alguns dos 
princípios do SUS, conforme podemos verificar abaixo: 
 
“Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e 
constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: 
I - Descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
II - Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços 
assistenciais; 
III - participação da comunidade. ” 
 
Uma vez constituído o SUS, houve a necessidade de regulamentação, o que aconteceu em 1990, com a 
promulgação das duas Leis Orgânicas da Saúde (LOS): 
 
1. Lei 8.080/90 que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a 
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. 
 
2. Lei 8.142/90 que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde 
(SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras 
providências. 
 
Os Princípios do SUS 
 
Os princípios e diretrizes do SUS estão na Constituição Federal de 1988, regulamentados e “reafirmados” 
no capítulo II, artigo 7º da lei 8.080/90. 
 
“Capítulo II 
Dos Princípios e Diretrizes 
 DOMINA CONCURSOS 
 
 
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7 
 
 
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que 
integram o Sistema Único de Saúde - SUS são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no 
artigo 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios. 
 
I - Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência; 
II - Integralidadede assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços 
preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de 
complexidade do sistema; 
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral; 
IV - Igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie; 
V - Direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; 
VI - Divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e sua utilização pelo usuário; 
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a 
orientação programática; 
VIII - participação da comunidade; 
IX - Descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo: 
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; 
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde; 
X - Integração, em nível executivo, das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico; 
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, na prestação de serviços de assistência à saúde da população; 
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e 
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos.” 
 
Os princípios do sus são cobrados em provas. Muitos certames utilizam em questões a divisão teórica dos 
princípios: 
 
1- Doutrinários (universalidade, integralidade e equidade*); 
2- Organizativos: todos os outros que constam no art. 7 desta lei. 
 
No total são 13 princípios/diretrizes. Falarei um pouco, dos mais importantes: 
 
A universalidade é um princípio finalístico, ou seja, é um ideal a ser alcançado, indicando, portanto, uma 
das características do sistema que se pretende construir e um caminho para sua construção. Para que o 
SUS venha a ser universal é preciso se desencadear um processo de universalização, isto é, um processo 
de extensão de cobertura dos serviços, de modo que venham, paulatinamente, a se tornar acessíveis a 
toda a população. 
Para isso, é preciso eliminar barreiras jurídicas, econômicas, culturais e sociais que se interpõem entre a 
população e os serviços.A primeira delas, a barreira jurídica, foi eliminada com a Constituição Federal de 
88, na medida em que universalizou o direito à saúde, e com isso, eliminou a necessidade do usuário do 
sistema público colocar-se como trabalhador ou como “indigente”, situações que condicionavam o acesso 
aos serviços públicos antes do SUS. 
 
 Universalidade: Acesso Para Todos Os Cidadãos; 
 
A noção de integralidade diz respeito ao leque de ações possíveis para a promoção da saúde, prevenção 
de riscos e agravos e assistência a doentes, implicando a sistematização do conjunto de práticas que vem 
sendo desenvolvidas para o enfrentamento dos problemas e o atendimento das necessidades de saúde. A 
integralidade é (ou não), um atributo do modelo de atenção, entendendo-se que um “modelo de atenção 
integral à saúde” contempla o conjunto de ações de promoção da saúde, prevenção de riscos e agravos, 
assistência e recuperação. Um modelo “integral”, portanto, é aquele que dispõe de estabelecimentos, 
unidades de prestação de serviços, pessoal capacitado e recursos necessários, à produção de ações de 
saúde que vão desde as ações inespecíficas de promoção da saúde em grupos populacionais definidos, às 
ações específicas de vigilância ambiental, sanitária e epidemiológica dirigidas ao controle de riscos e 
danos, até ações de assistência e recuperação de indivíduos enfermos, sejam ações para a detecção 
 DOMINA CONCURSOS 
 
 
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8 
 
precoce de doenças, sejam ações de diagnóstico, tratamento e reabilitação. 
 
O princípio da equidade, mais um dos princípios finalísticos do SUS e, atualmente, o tema central em todos 
os debates sobre as reformas dos sistemas de saúde no mundo ocidental. A noção de equidade diz 
respeito à necessidade de se “tratar desigualmente os desiguais” de modo a se alcançar a igualdade de 
oportunidades de sobrevivência, de desenvolvimento pessoal e social entre os membros de uma dada 
sociedade. O ponto de partida da noção de equidade é o reconhecimento da desigualdade entre as 
pessoas e os grupos sociais e o reconhecimento de que muitas dessas desigualdades são injustas e 
devem ser superadas. Em saúde, especificamente, as desigualdades sociais se apresentam como 
desigualdades diante do adoecer e do morrer, reconhecendo-se a possibilidade de redução dessas 
desigualdades, de modo a garantir condições de vida e saúde mais iguais para todos. 
 
A descentralização da gestão do sistema implica na transferência de poder de decisão sobre a política de 
saúde do nível federal (MS) para os estados (SES) e municípios (SMS). Esta transferência ocorre a partir 
da redefinição das funções e responsabilidades de cada nível de governo com relação à condução político 
administrativa do sistema de saúde em seu respectivo território (nacional, estadual, municipal), coma 
transferência, concomitante, de recursos financeiros, humanos e materiais para o controle das instâncias 
governamentais correspondentes. 
 
A regionalização e a hierarquização dos serviços, dizem respeito à forma de organização dos 
estabelecimentos (unidades de unidades) entre si e com a população usuárias. 
 
- A regionalização dos serviços implica a delimitação de uma base territorial para o sistema de saúde, que 
leva em conta a divisão político- administrativa do país, mas também contempla a delimitação de espaços 
territoriais específicos para a organização das ações de saúde, subdivisões ou agregações do espaço 
político-administrativo. 
 
- A hierarquização dos serviços, por sua vez, diz respeito à possibilidade de organização das unidades 
segundo grau de complexidade tecnológica dos serviços, isto é, o estabelecimento de uma rede que 
articula as unidades mais simples às unidades mais complexas, através de um sistema de referência (SR) 
e contrarreferência(CR) de usuários e de informações. O processo de estabelecimento de redes 
hierarquizadas pode também implicar o estabelecimento de vínculos específicos entre unidades (de 
distintos graus de complexidade tecnológica) que prestam serviços de determinada natureza, como por 
exemplo, a rede de atendimento a urgências/emergências, ou a rede de atenção à saúde mental. 
A integração entre as ações promocionais, preventivas e curativas diz respeito à possibilidade de se 
estabelecer um perfil de oferta de ações e serviços do sistema que contemple as várias alternativas de 
intervenção sobre os problemas de saúde em vários planos de sua “história (natural) social”, abarcando 
intervenções sobre condições de vida, riscos e danos à saúde. Cabe registrar a distinção entre 
“integralidade” e “integração”, termos que por vezes se confundem no debate acerca da organização dos 
 DOMINA CONCURSOS 
 
 
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9 
 
serviços de saúde. Se a integralidade, como posto anteriormente, é um atributo do modelo, algo que o 
modelo de atenção à saúde “deve ser”, a integração é um processo, algo “a fazer” para que o modelo de 
atenção seja integral. Nesse sentido, a integração envolve duas dimensões: uma dimensão “vertical”, 
proporcionada pelo estabelecimento da hierarquização dos serviços (SR e CR), que permite a produção de 
ações de distinta complexidade (primária, secundária, terciária) em função da natureza do problema que se 
esteja enfrentando, e uma integração “horizontal”, que permite a articulação, no enfrentamento do 
problema, de ações de distinta natureza (promoção, prevenção, recuperação). 
Regionalização da Assistência à Saúde 
 
A regionalização no Sistema Único de Saúde constitui estratégia prioritária para garantir o direito à saúde, 
reduzir desigualdades sociais e territoriais, promover a equidade e a integralidade daatenção, racionalizar 
os gastos, otimizar os recursos e potencializar o processo de descentralização. 
A regionalização oferece os meios para melhorar a coordenação e integração do cuidado em saúde e os 
custos e proporciona escala mais adequada e maior participação dos cidadãos no processo de tomada de 
decisão. Contudo, a regionalização, apesar dos benefícios, apresenta desafios, tais como as dificuldades 
para integrar e coordenar as ações e serviços, em diferentes espaços geográficos, com distintas gestões e 
gerências para atender as necessidades de saúde e demandas da população na escala, qualidade e 
custos adequados. Para isso, requer a existência de sistemas de informação em tempo real para orientar a 
tomada de decisão e a busca constante de alternativas para otimizar recursos e organizar a gestão 
compartilhada (Brasil,2009). 
 
A regionalização da saúde na regulamentação do SUS 
 
 Constituição Federal – Art. 198 
As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um 
sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: 
I - Descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
II –Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços 
assistenciais; 
III - participação da comunidade. (Brasil, 1998). 
 
Lei nº 8.080/1990 – Art. 7º 
 
As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o 
Sistema Único de Saúde (SUS) são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da 
Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios: [...] a) ênfase na descentralização dos 
serviços para os municípios; b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde; [...]. 
(BRASIL, 1990). 
 
NOB-SUS 01/93 – Item g da Introdução – Portaria GM/MS n. 545/1993 Item g) 
 
A regionalização deve ser entendida como uma articulação e mobilização municipal que leve em 
consideração características geográficas, fluxo de demanda, perfil epidemiológico, oferta de serviços e, 
acima de tudo, a vontade política expressa pelos diversos municípios de se consorciar ou estabelecer 
qualquer outra relação de caráter cooperativo (BRASIL,1993). 
 
NOB-SUS 01/96 – Item 4 – Portaria GM/MS n. 2203/1996 
 
A totalidade das ações e de serviços de atenção à saúde, no âmbito do SUS, deve ser desenvolvida em um 
conjunto de estabelecimentos, organizados em rede regionalizada e hierarquizada e disciplinados segundo 
subsistemas, um para cada município – o SUS-Municipal – voltado ao atendimento integral de sua própria 
população e inserido de forma indissociável no SUS, em suas abrangências estadual e nacional (BRASIL, 
1996). 
 
NOAS-SUS 01/2001 e NOAS-SUS 01/2002 
 DOMINA CONCURSOS 
 
 
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10 
 
 
[...] para o aprofundamento do processo de descentralização, deve-se ampliar a ênfase na regionalização e 
no aumento da equidade, buscando a organização de sistemas de saúde funcionais com todos os níveis de 
atenção, não necessariamente confinados aos territórios municipais e, portanto, sob responsabilidade 
coordenadora da SES. [...](BRASIL, 2001). 
 
1. Estabelecer o processo de regionalização como estratégia de hierarquização dos serviços de saúde e de 
busca de maior equidade. [...] 
2. Instituir o Plano Diretor de Regionalização – PDR como instrumento de ordenamento do processo de 
regionalização da assistência em cada estado [...] (BRASIL, 2001). 
 
? Pacto pela Saúde – Item 2, Diretrizes para a Gestão do SUS, Pacto de Gestão, Portaria GM/ MS n. 
399/2006 
 
A Regionalização é uma diretriz do Sistema Único de Saúde e um eixo estruturante do Pacto de Gestão e 
deve orientar a descentralização das ações e serviços de saúde e os processos de negociação e 
pactuação entre os gestores. Os principais instrumentos de planejamento da Regionalização são o Plano 
Diretor de Regionalização – PDR –, o Plano Diretor de Investimentos – PDI – e a Programação Pactuada e 
Integrada da Atenção à Saúde – PPI [...] (BRASIL, 2006b). 
 
Decreto Federal N° 7.508/11 
 
Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, 
delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e 
infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e 
a execução de ações e serviços de saúde (art. 2°, I) 
 
O Decreto estabelece a Comissão Intergestores Regional e delibera sobre todos os aspectos operacionais 
de serviços de saúde na região (aloca recursos financeiros na região; distribui serviços, acompanha o 
desenvolvimento e a produção de serviços da rede, aclara o plano de saúde para as regiões). 
O pressuposto da região é a organização da rede de atenção, o Decreto define quais são os compromissos 
com e dos municípios de cada região em termos de saúde. 
 
Objetivos da Regionalização 
 
1. Garantir acesso, resolutividade e qualidade às ações e serviços de saúde cuja complexidade e 
contingente populacional transcendam a escala local/municipal. 
2. Garantir o direito à saúde, reduzir desigualdades sociais e territoriais e promover a equidade. 
3. Garantir a integralidade na atenção à saúde por meio da organização de redes de atenção à saúde 
integradas. 
4. Potencializar o processo de descentralização, fortalecendo estados e municípios para exercerem papel 
de gestores e organizando as demandas nas diferentes regiões. 
5. Racionalizar os gastos e otimizar os recursos, possibilitando ganhos em escala nas ações e serviços de 
saúde de abrangência regional (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). 
 
Os Gestores do SUS em Cada Esfera de Governo 
 
A nova concepção do sistema de saúde, descentralizado e administrado democraticamente com a 
participação da sociedade organizada, prevê mudanças significativas nas relações de poder político e na 
distribuição de responsabilidades entre o Estado e a sociedade e entre as distintas esferas de governo – 
nacional, estadual e municipal –, cabendo aos gestores setoriais papel fundamental na concretização dos 
princípios e das diretrizes da reforma sanitária brasileira. 
 
O processo de descentralização em saúde no Brasil envolve não apenas a transferência de serviços, mas 
também de responsabilidades, poder e recursos da esfera federal para a estadual e a municipal 
(LECOVITZ; LIMA; MACHADO, 2001). 
 DOMINA CONCURSOS 
 
 
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11 
 
Para que se possa discutir o papel de cada esfera de governo no SUS, é importante definir quem são os 
gestores do Sistema Único de Saúde e o que são as funções gestoras no SUS. 
 
Os gestores do SUS são os representantes de cada esfera de governo designados para o desenvolvimento 
das funções do Executivo na saúde: no âmbito nacional, o Ministro da Saúde; no âmbito estadual, o 
Secretário de Estado da Saúde, e no municipal, o Secretário Municipal de Saúde. 
 
A atuação do gestor do SUS efetiva-se por meio do exercício das funções gestoras na saúde. As funções 
gestoras podem ser definidas como “um conjunto articulado de saberes e práticas de gestão, necessários 
para a implementação de políticas na área da saúde” (SOUZA, 2002). 
 
Definir o papel e as atribuições dos gestores do SUS nas três esferas de governo significa identificar as 
especificidades da atuação no que diz respeito a cada uma dessas macro funções gestoras, de forma 
coerente com a finalidade de atuação do Estado em cada esfera governamental, com os princípios e os 
objetivos estratégicos da política de saúde, e para cada campo da atenção na saúde (promoção da saúde, 
articulação intersetorial, vigilância sanitária, vigilância epidemiológica, saúde do trabalhador, assistência à 
saúde, entre outros) (LECOVITZ; LIMA; MACHADO, 2001). 
 
Esse processo tem sido orientado pela Legislação do SUS e pelas Normas Operacionais que, ao longo do 
tempo, têm definido as competências de cada esfera de governo e as condições necessárias para que 
estados e municípiospossam assumir suas funções no processo de implantação do SUS 
Para se iniciar a discussão é possível partir de uma definição conceitual dada por Cipriano Vasconcelos e 
Dário Pasche (2006), os quais apontam que: “O Sistema Único de Saúde (SUS) é o arranjo organizacional 
do Estado brasileiro que dá suporte à efetivação da política de saúde no Brasil, e traduz em ação os 
princípios e diretrizes desta política. Compreende um conjunto organizado e articulado de serviços e ações 
de saúde, e aglutina o conjunto das organizações públicas de saúde existentes nos âmbitos municipal, 
estadual e nacional, e ainda os serviços privados de saúde que o integram funcionalmente para a 
prestação de serviços aos usuários do sistema, de forma complementar, quando contratados ou 
conveniados para tal fim” 
Nasceu na década de oitenta, fruto da reivindicação social da sociedade civil através de movimentos pela 
reforma sanitária, sendo institucionalizado quando da promulgação da Constituição Nacional de 1988. É 
possível dizer que o SUS tem como objetivo integrar e coordenar as ações de saúde nas três esferas do 
governo. O artigo 4° da Lei 8.080/90 afirma que: O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por 
órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das 
fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde – SUS. Em sua concepção, é 
importante apontar que o SUS são se trata de um sistema de serviços assistencialistas, mas que visa 
“articular e coordenar ações promocionais e de prevenção, como as de cura e reabilitação.” (Ibidem, p. 
532). 
O SUS traria uma nova concepção de saúde agora ampliada, pois passaria a considerar também outros 
fatores que, direta ou indiretamente, estariam associados ao se pensar a saúde e qualidade de vida como 
aspectos econômicos, sociais, culturais e biotecnológicos (estes aspectos serão tratados mais 
pontualmente no tópico a seguir). Somado a isso, estaria também uma visão integrada das ações e dos 
serviços de saúde. Logo, o caráter inovador estaria na criação de condições para a superação de uma 
visão de saúde pública que se concentrava na doença. 
São 3 os princípios doutrinários que conferem legitimidade ao SUS: a universalidade, a integralidade e a 
equidade. A universalidade está ligada à garantia do direito à saúde por todos os brasileiros, sem acepção 
ou discriminação, de acesso aos serviços de saúde oferecidos pelo SUS. O significado deste princípio é 
extremamente relevante para a consolidação da democracia, pois, partir de então, não apenas as pessoas 
com carteira assinada (ligadas à previdência) poderiam contar com tais serviços, mas toda a população. 
Outro princípio fundamental é integralidade. Tal conceito parte da ideia de que existem várias dimensões 
que são integradas envolvendo a saúde dos indivíduos e das coletividades. 
 DOMINA CONCURSOS 
 
 
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12 
 
Assim, o SUS procura ter ações contínuas no sentido da promoção, da proteção, da cura e da reabilitação. 
Como apontam Vasconcelos e Pasche (2006, p. 535), “esse princípio orientou a expansão e qualificação 
das ações e serviços do SUS que ofertam desde um elenco ampliado de imunizações até os serviços de 
reabilitação física e mental, além das ações de promoção da saúde de caráter nacional intersetorial.” Da 
mesma forma, a equidade “como princípio complementar ao da igualdade significa tratar as diferenças em 
busca da igualdade” (ELIAS, 2008, P. 14). Assim, este princípio veio ao encontro da questão do acesso aos 
serviços, acesso muitas vezes prejudicado por conta da desigualdade social entre os indivíduos. Neste 
sentido, fala-se em prioridade no acesso às ações e serviços de saúde por grupos sociais considerados 
mais vulneráveis do ponto de vista socioeconômico. 
Na obra A saúde como direito e como serviço, Amélia Cohn (1991, p. 25) afirma que: “Constituir, portanto, 
a saúde como ‘um direito de todos e dever do Estado’ implica enfrentar questões tais como a de a 
população buscar a utilização dos serviços públicos de saúde tendo por referência a sua proximidade, 
enquanto para os serviços privados a referência principal consiste em ‘ter direito’. Da mesma forma, e 
exatamente porque essas questões remetem à tradição brasileira de direitos sociais vinculados a um 
contrato compulsório de caráter contributivo, contrapostos a medidas assistencialistas aos carentes, a 
equidade na universalização do direito à saúde está estreitamente vinculada às mudanças das políticas de 
saúde no interior de um processo de alteração da relação do Estado com a sociedade, o que vale dizer, da 
alteração do sistema de poder no país.” 
Para além destes três princípios básicos para se pensar o SUS, é também relevante apontar outro aspecto 
como o direito à informação, requisito importante - do ponto de vista democrático - para vida do cidadão 
usuário do sistema. É fundamental que as informações acerca da saúde individual e coletiva sejam 
divulgadas pelos profissionais da saúde, os quais são assim responsáveis pela “viabilização deste direito” 
(VASCONCELOS e PASCHE, 2006, p. 536). 
Além dos princípios, do ponto de vista do funcionamento do SUS, deve-se considerar suas diretrizes 
organizativas, as quais buscam garantir um melhor funcionamento do sistema, dentre as quais estão: a 
descentralização com comando único, a regionalização e hierarquização dos serviços e participação 
comunitária. 
O processo de descentralização tinha como objetivo alcançar a municipalização da gestão dos serviços, o 
que certamente representou a quebra de um paradigma. Assim, para cada esfera de poder regional (União, 
Estado e Município) haveria um responsável local, mas articulado com as outras esferas. Ao se falar da 
descentralização faz-se necessário pensar na regionalização. Como apontam Vasconcelos e Pasche 
(2006), o objetivo da regionalização é ajudar na melhor e mais racional distribuição dos recursos entre as 
regiões, seguindo a distribuição da população pelo território nacional. Já com relação à hierarquização, o 
que se almeja é ordenar o sistema por “níveis de atenção e estabelecer fluxos assistenciais entre os 
serviços de modo que regule o acesso aos mais especializados, considerando que os serviços básicos de 
saúde são os que ofertam o contato com a população e são os de uso mais frequente”. (Ibidem, p. 536). 
Outra diretriz muito importante ao SUS e que, certamente, está ligada também a uma mesma raiz 
democrática pertinente ao sistema é a participação comunitária e a criação dos conselhos. A participação 
comunitária foi assegurada por lei (8.142/1990), o que valoriza a ideia de democracia participativa. Neste 
mesmo sentido da valorização do SUS como um patrimônio e responsabilidade de todos, foram criados em 
2006 três pactos: o Pacto pela vida, o Pacto em defesa do SUS e o Pacto de Gestão do SUS. Do ponto de 
vista da concepção das políticas para saúde, todos devem ser considerados. 
Por fim, há também uma preocupação com a questão da Integração. “A integração de recursos, de meios e 
de pessoal na gestão do sistema é preconizada nas leis e normas como condição básica para assegurar 
eficácia e eficiência ao sistema” (Ibidem, p. 537). Da mesma forma, para a além da compreensão dos 
princípios e das diretrizes organizativas do SUS, é importante destacar a questão da racionalização do 
sistema com vistas ao melhor desempenho e atendimento de seus objetivos. 
Logo, o que se pode concluir é que a concepção de um sistema único de saúde e sua institucionalização 
por meio da Constituição foram um dos maiores avanços na luta pela construção de um país mais justo e 
menos desigual. Se ainda existem problemas no atendimento público da saúde – e não são poucos, é 
 DOMINA CONCURSOS 
 
 
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13 
 
inegável o fato de que, a despeito disso, o SUS contribuiu para o fortalecimento da cidadania nacional, uma 
vez que o direito ao atendimento à saúde é um importantíssimodireito social. 
Controle Social do SUS 
A lei 8142/90, determina duas formas de participação da população na gestão do Sistema Único de Saúde 
– SUS: Conferências de Saúde e Conselhos de Saúde. Conferências de Saúde – no artigo 1º da 8142/90 
parágrafo 1º diz: 
– A Conferência de Saúde reunir-se-á cada 4(quatro) anos com a representação dos vários segmentos 
sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos 
níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por este ou pelo 
Conselho de Saúde. 
Conselhos de Saúde – no artigo 1º da 8142/90 parágrafo 2º diz: 
– O Conselho de Saúde, é um órgão colegiado de caráter permanente e deliberativo do Sistema Único de 
Saúde- SUS 
O colegiado do Conselho de Saúde é composto por: 
– 25% de representantes do governo e prestadores de serviços, 25% de profissionais de saúde e 50% de 
usuários, atua na formulação e proposição de estratégias e no controle da execução das políticas de 
saúde, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cuja decisões serão homologadas pelo chefe do 
poder legalmente constituído em cada esfera de governo. 
A Resolução nº 333 de 04/11/2003, do Conselho Nacional de Saúde aprova diretrizes para a Criação , 
reformulação , estruturação e funcionamento dos Conselhos de Saúde. 
Direitos Dos Usuários Do SUS 
A “Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde” traz informações para que você conheça seus direitos na 
hora de procurar atendimento de saúde. Ela reúne os seis princípios básicos de cidadania que asseguram 
ao brasileiro o ingresso digno nos sistemas de saúde, seja ele público ou privado. A Carta é uma 
importante ferramenta para que você conheça seus direitos e, assim, ajude o Brasil a ter um sistema de 
saúde ainda mais efetivo. 
Os princípios da Carta são: 
1. Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e organizado aos sistemas de saúde 
2. Todo cidadão tem direito a tratamento adequado e efetivo para seu problema 
3. Todo cidadão tem direito ao atendimento humanizado, acolhedor e livre de qualquer discriminação 
4. Todo cidadão tem direito a atendimento que respeite a sua pessoa, seus valores e seus direitos 
5. Todo cidadão também tem responsabilidades para que seu tratamento aconteça da forma adequada 
6. Todo cidadão tem direito ao comprometimento dos gestores da saúde para que os princípios anteriores 
sejam cumpridos 
É garantido aos cidadãos a participação social no Sistema Único de Saúde na Lei nº8142/90, configurando 
o controle social. A participação da população pode se dar de duas formas: nos Conselhos de Saúde e nas 
Conferências de Saúde. 
O Conselho de Saúde é responsável por denifir as diretrizes norteadoras para elaboração do Plano de 
Saúde, aprovar ou reprovar o Plano de Saúde e o Relatório de Gestão, fiscalizar a execução das Políticas 
Públicas de saúde além de formular e propor estratégias para a execução destas, consubstanciar a 
participação organizada da sociedade na administração da saúde, entre outras atribuições. O Conselho é 
composto de forma paritária: 50% usuários (representantes de entidades e movimentos sociais) e 50% 
prestadores de serviços, representantes do governo e profissionais de saúde. A Lei Complementar 
nº141/12 Art 44 garante ao cidadão que o gestor do SUS de cada ente da Federação disponibilizará ao 
Conselho de Saúde um programa permanente de educação em saúde para qualificar a participação social 
nas atribuições do Conselho. 
 DOMINA CONCURSOS 
 
 
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 14 
 
As Conferências de Saúde são intâncias colegiadas com a missão de avaliar a situação de saúde e propor 
diretrizes para a formulação da política de saúde nos três niveis de governo, as conferências são abertas 
para a participação da população. Ocorrem a cada 4 anos. 
Com isso temos as ferramentas para participar efetivamente da elaboração/execução das políticas públicas 
de saúde, garantindo políticas mais eficazes, eficientes e com maior efetividade para a população! 
O Que é Controle Social? 
Significa a participação da sociedade na elaboração e execução das políticas públicas no Brasil, sua 
gestão, controle administrativo-financeiro, monitoramento dos planos e programas de saúde, que se 
associa à redemocratização do país. 
Diante da precariedade da infraestrutura para o atendimento às necessidades, e o acirramento de tensões 
formaram-se conselhos, que eram estruturas populares e informais. 
Refletindo estes movimentos, a Constituição de 1988, por meio da Lei Orgânica da Saúde (Lei No. 
8142/90), criou uma nova institucionalidade no poder público, marcada por duas importantes inovações: a 
descentralização que propunha a transferência de decisões para estados e municípios, e a valorização da 
participação popular no processo decisório por meio dos Conselhos de Saúde, como acontece no Sistema 
Único de Saúde (SUS). 
O controle social no SUS se dá por meio dos Conselhos de Saúde, em suas diversas modalidades, como o 
Conselho Nacional, Conselhos Estaduais, Municipais, Locais, e das Comunidades Indígenas. E também, 
em especial, das Conferências de Saúde (Nacionais, Estaduais e Municipais), dentre outras modalidades. 
A relevância dessa participação se justifica na busca da equidade e justiça social e na ideia de que as 
decisões em saúde não obedecem necessariamente à uma racionalidade técnica. 
Controle Social na Saúde do Trabalhador 
Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador – CIST 
A comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador - CIST está prevista na Lei nº 8.080, de 19 de setembro 
de 1990 tendo como atribuições: Elaboração de Normas Técnicas e estabelecimento de padrões de 
qualidade para promoção da saúde do trabalhador (art.15,VI); Participar da formulação e na implementação 
das políticas relativas às condições e aos ambientes de trabalho (art.16,II,d); Participar da definição de 
normas, critérios e padrões para o controle das condições e dos ambientes de trabalho (art.16,V). 
Foi criada com o objetivo de participar em conjunto com entidades representativas dos empregados, 
empregadores, instituições da sociedade civil e órgãos públicos, direta ou indiretamente responsáveis pela 
preservação e recuperação da saúde. 
A sua composição não segue a paridade do Conselho de Saúde. Porém deve ser o mais representativa 
possível tendo em sua composição as entidades/gestores ligados à política de Saúde do Trabalhador 
(Secretárias de Educação, Meio Ambiente, na Saúde, Vigilâncias, CERESTs e outras áreas que tenham a 
ver, movimento sindical, empregadores). 
Em Sua Composição É Essencial Que Haja Conselheiros De Saúde. 
Das principais ações e atividades recentes na área de Saúde do Trabalhador, destacam-se as referentes 
ao desenvolvimento da Vigilância em Saúde do Trabalhador e a implantação da Rede Nacional de Atenção 
em Saúde do Trabalhador, RENAST. 
Por considerar a área de S.T. como de práticas eminentemente intersetoriais, desde 1990, a Lei Nº 8.142, 
previu a criação e funcionamento das Comissões Intersetoriais de Saúde do Trabalhador, CIST, como 
assessoras dos conselhos de saúde. 
 
 DOMINA CONCURSOS 
 
 
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 15 
 
O controle social deverá ser exercido na RENAST por meio do controle direto das ações desses Centros de 
Referência, pela participação efetiva das organizações dos trabalhadores na definição das prioridades de 
intervenção, no acompanhamento da implementação da Política de Saúde do Trabalhador, na legitimação 
e no controle da aplicação dos recursos específicos de modo que assegure que as atividades sejam 
consoantes com a realidade do sistema produtivo local e das necessidades dos trabalhadores. 
Finalidade e Composição 
Tem por finalidade de discutir, propor, acompanhar e avaliar a política de saúde do trabalhador para o 
Estado de Mato Grosso e defender o direito do trabalhador, formal ou informal, urbano ou rural, residente 
no Estado de Mato Grosso, para que tenha amplo acesso ao Sistema Único de Saúde - SUS,seja nas 
ações de prevenção, seja nas de atendimento e reabilitação. 
Atualmente, a sua composição está definida na Resolução CES nº 015, de novembro de 2009. São 27 
membros titulares e seus respectivos suplentes, sendo: 14 (quatorze) representantes das Instituições de 
trabalhadores (as) do Estado de Mato Grosso: Sindicatos Estaduais, Centrais Estaduais e Federações; 08 
(oito) representantes de Instituições Públicas que faz interface no setor de saúde, trabalho e meio 
ambiente; 03 (três) representantes de Classe Patronal; e 03 (três) Conselheiros representantes do 
Conselho Estadual de Saúde (CES/MT). Esta composição inclui a articulação intersetorial necessária para 
o acompanhamento das ações em Saúde do Trabalhador. 
Ao estabelecer como princípio organizativo do Sistema Único de Saúde (SUS) a participação comunitária, a 
Constituição Federal de 1988 apontou para a relevância da inserção da população brasileira na formulação 
de políticas públicas em defesa do direito à saúde. Além disso, atribuiu importância a instâncias populares 
na fiscalização e controle das ações do Estado, considerando as especificidades de cada região brasileira. 
A participação social é também denominada “participação comunitária” no contexto da saúde, sendo 
estabelecida e regulada pela Lei nº 8.142/90, a partir da criação de Conselhos de Saúde e Conferências de 
Saúde, nas três esferas de governo, bem como de colegiados de gestão nos serviços de saúde. Busca-se, 
desta maneira, que atores sociais historicamente não incluídos nos processos decisórios do país 
participem, com o objetivo de influenciarem a definição e a execução da política de saúde. 
Os Conselhos de Saúde são órgãos deliberativos que atuam como espaços participativos estratégicos na 
reivindicação, formulação, controle e avaliação da execução das políticas públicas de saúde. Já 
as Conferências de Saúde consistem em fóruns públicos que acontecem de quatro em quatro anos, por 
meio de discussões realizadas em etapas locais, estaduais e nacional, com a participação de segmentos 
sociais representativos do SUS (prestadores, gestores, trabalhadores e usuários), para avaliar e propor 
diretrizes para a formulação da política de saúde. 
Juntamente com a gestão destas instâncias e de outras redes de articulação em prol da garantia da 
participação social, o desafio que se coloca é a criação de uma eficiente rede de informação e 
comunicação ao cidadão sobre estes espaços de participação. E mais, do cidadão perceber-se como ator 
fundamental na reivindicação pelo direito à saúde. 
A participação social no SUS é um princípio doutrinário e está assegurado na Constituição e nas Leis 
Orgânicas da Saúde (8.080/90 e 8.142/90). 
O Controle Social no SUS é um dos principais instrumentos para promover a democratização da saúde, 
propiciando a participação efetiva da sociedade na busca da garantia dos direitos conquistados 
constitucionalmente. 
Visando a participação mais efetiva da comunidade, oProjeto de Gênero e Políticas Públicas, realizado 
pelo Cepat/CJ-Cias, na Casa do Trabalhador e formado por moradores da região do Sítio Cercado 
(Regional Bairro Novo), vem debatendo as Políticas Públicas, objetivando uma interação com outros 
fundamentos do processo de democratização, como a descentralização, regionalização e mudança de 
cultura. 
 DOMINA CONCURSOS 
 
 
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 16 
 
Neste contexto, o SUS representa o resultado da política pública de proteção social, universalista e 
equitativa, com ampla participação da sociedade na discussão, formulação, gestão e controle da política 
pública de saúde, cujos princípios estão definidos na Constituição de 1988. 
Promover a gestão participativa no SUS fortalece o incremento das demandas coletivas nas ações de 
governo, propiciando espaços coletivos de formulação conjunta das políticas de saúde, criando 
sustentação para os programas e políticas propostas, assegurando a inclusão de novos atores políticos e 
possibilitando a escuta das necessidades por meio da interlocução com a comunidade, movimentos sociais 
e entidades da sociedade, ampliando, desse modo, a esfera pública e conferindo maior densidade ao 
processo de redemocratização da sociedade brasileira. 
Na organização dos serviços, a tarefa que se apresenta é a construção da integralidade, promovendo a 
equidade e a atenção humanizada à saúde. A gestão participativa constitui-se estratégia transversal, 
presente nos processos cotidianos da gestão do SUS. Formular e deliberar juntos significa mais do que 
realizar o controle social – e este é o efetivo desafio apresentado. 
Os fundamentos legais instituem os Conselhos e Conferências de Saúde, que vêm mobilizando 
trabalhadores de saúde, gestores e usuários no controle social do SUS. No entanto, a democracia 
participativa ainda precisa de maior fortalecimento e, no tocante ao controle social no SUS, precisamos de 
uma maior ampliação de espaços públicos de construção e pactuação da política de saúde, fortalecendo 
seus espaços e mobilizando a população em torno do direito à saúde. Este processo, além de promover a 
equidade, também conduzirá a um espaço de inclusão e diálogo com grupos populacionais socialmente 
excluídos. 
Vamos falar de Controle Social? Tema constante em provas e que também deve ser pauta de rodas de 
conversas entre profissionais de saúde e usuários do SUS. 
O controle social é um processo no qual a população participa, por meio de representantes, na definição, 
execução e acompanhamento de políticas públicas, as políticas de governo. 
A saúde tem sido referida como o bem mais precioso de uma nação, sendo responsabilidade de todos – 
estado e sociedade. Nessa estrutura, de um lado está a emergência das necessidades da população em 
relação à saúde e de outro a intervenção do estado, definindo estratégias de ações em resposta a essas 
necessidades, destacando-se, nesse processo, o andamento dos fatos políticos e econômicos, que ora 
levam a avanços, ora a retrocessos nas políticas de saúde em nosso país. 
O Sistema Único de Saúde é um exemplo desse processo, tendo sido criado em 1988, com a atual Carta 
Magna, que até os dias atuais não foi ainda implementado em sua magnitude. Contudo, estabeleceu o 
controle social sobre as políticas de saúde, e que somente será possível efetivamente com a organização 
popular. 
O controle social pode ser entendido como a fiscalização direta da sociedade civil nos processos de gestão 
da coisa pública, a apropriação pela sociedade organizada, dos meios e instrumentos de planejamento, 
fiscalização e análise das ações e serviços de saúde (CORREIA, 2000). 
O controle social traz a possibilidade de a sociedade civil interagir com o governo para estabelecer 
prioridades e definir políticas de saúde que atendam às necessidades da população, tendo como estratégia 
para sua viabilização os canais de participação institucional, tais como os conselhos de saúde e as 
conferências de saúde 
A Lei n. 8.142/1990, resultado da luta pela democratização dos serviços de saúde, representa uma vitória 
significativa. A partir deste marco legal, foram criados os Conselhos e as Conferências de Saúde como 
espaços vitais para o exercício do controle social do Sistema Único de Saúde (SUS). 
Quando conquistamos esses espaços de atuação da sociedade na lei, começou a luta para garanti-los na 
prática. Os Conselhos de Saúde foram constituídos para formular, fiscalizar e deliberar sobre as políticas 
de saúde. Deliberar acerca das políticas de saúde é uma grande conquista da sociedade. 
 DOMINA CONCURSOS 
 
 
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 17 
 
Garantir a implementação das deliberações é uma disputa permanente em defesa do SUS. É por isso que 
a promoção do conhecimento sobre a saúde no País e o papel dos Conselhos de Saúde implicam no 
fortalecimento do SUS. 
O Conselho Nacional de Saúde, ao reestruturar as Diretrizes Nacionais para o Processo de Educação 
Permanente no Controle Social do Sistema Único de Saúde, dá um passo importantena valorização da 
saúde no Brasil. É de responsabilidade do CNS elaborar, em conjunto com o Ministério da Saúde, a Política 
Nacional de Educação Permanente para o Controle Social do SUS. O reconhecimento da rica diversidade 
regional do País, com suas especificidades locais, estabelece e incentiva que os Conselhos Municipais e 
Estaduais de Saúde também elaborem suas políticas e planos de ação, apoiados pelos gestores 
municipais e estaduais (BRASIL,2006). 
• O Controle Social é uma diretriz e princípio do SUS e sua regulamentação se dá através da Lei Orgânica da 
Saúde – 8.142/90. De acordo com a lei em questão, o SUS tem duas instâncias colegiadas: os conselhos de 
saúde – em caráter permanente, e as Conferências de Saúde – que, de forma ordinária, devem acontecer a cada 
4 anos em todas as esferas de governo. (SOUZA,2016). 
A Lei Orgânica N. 8.142, de 1990 
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde – SUS e sobre as 
transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde, e dá outras providências. 
 
O controle social é uma diretriz e princípio do SUS. É o mecanismo de participação da comunidade nas ações de 
saúde em todas as esferas de governo. De forma institucionalizada temos: os conselhos e as conferências de 
saúde. 
Art. 1º – O Sistema Único de Saúde – SUS de que trata a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, 
contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as 
seguintesinstâncias colegiadas: 
I – A Conferência de Saúde, e 
II – O Conselho de Saúde. 
______________________________________________________________________________________ 
 
______________________________________________________________________________________ 
 DOMINA CONCURSOS 
 
 
WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 18 
 
 
§ 1º – A Conferência de Saúde reunir-se-á cada 4 anos com a representação dos vários segmentos 
sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos 
níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por este ou pelo 
Conselho de Saúde. 
Importantíssimo sabermos que nós, cidadãos, temos papel relevante na construção das decisões e no 
acompanhamento das atividades da administração pública. Isso é democracia. Isso é controle social. Está 
previsto na Constituição Federal que todos temos direito à informação, em outras palavras, os gestores 
devem prestar contas do que fazem. Isso dá direto ao cidadão de escolher de quatro em quatro anos em 
quem vai votar, e também de acompanhar de perto o seu desempenho durante o mandato. 
Quanto mais informado o cidadão, melhores condições este tem de avaliar e apontar falhas nos processos 
decisórios dos seus representantes, diminuindo assim a corrupção e os escândalos e garantindo a lisura e 
eficiência do sistema. Os conselhos de saúde e os sindicatos são exemplos de controle social, assim como 
o Ministério Público, o Poder Legislativo e o Tribunal de Contas. 
E é justamente pensando sobre esse aspecto que questionamos a estadualização com posterior entrega 
de comando para as OS (Organizações Sociais) dos prontos-socorros dos municípios de Cuiabá e Várzea 
Grande. A tomada de decisão foi unilateral, a população não foi consultada, mas nem por isso vai se tornar 
passiva. Formou-se um Comite em Defesa do SUS (Sistema Único de Saúde), que congrega várias 
entidades, e que em um ato de protesto abraçará o pronto-socorro municipal de Cuiabá, no dia 9 de 
novembro, às 9h. Ato este que é um retrato da democracia participativa. É como disse Palma Filho: “Só as 
práticas sociais levam à verdadeira cidadania". 
 Uma das grandes interrogações que paira a mente dos envolvidos no processo é: já que o repasse de 
verbas para as OSs é de três vezes o valor da tabela do SUS, porque o município, com o auxílio do Estado, 
não assume a gerência e proporciona ao usuário uma saúde de qualidade ao usuário? Esta é uma dúvida 
que com certeza gostaríamos de dirimir. Mas nem só de protestos vive a saúde pública. No dia 28 de 
outubro comemoramos o Dia do Funcionário Público. Parabéns, principalmente aos que se dedicam à 
carreira da saúde pública, e que, ao contrário do que reza o senso comum, há muitos profissionais 
comprometidos, apaixonados e que exercem a sua profissão com competência e orgulho, pensando que o 
ator principal e foco de todas as suas ações é o usuário. 
E também manifesto o meu mais sincero sentimento de agradecimento ao CRO (Conselho Regional de 
Odontologia), na pessoa do seu presidente e de sua diretoria, que proporcionaram aos nossos pares, 
cirurgiões-dentistas, muitos aliás servidores estaduais e municipais, uma festa de comemoração pelo 25 
em outubro, dia do cirurgião-dentista, cujo presente maior é a cada vez mais sólida união da 
classe. Unidos, informados, politizados, podemos contribuir para uma saúde pública de mais qualidade. 
______________________________________________________________________________________

Outros materiais