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Estratégia em Nível de Negócios Apresentação Nesta Unidade de Aprendizagem examinaremos as diferentes maneiras de pensar sobre a estratégia competitiva, as bases nas quais uma unidade de negócios pode alcançar vantagem competitiva em seu mercado. Para as organizações de serviços públicos, o equivalente são as bases nas quais a organização decide alcançar uma qualidade de serviços superior competindo com outras por financiamento, ou seja, como fornecer a melhor relação qualidade/preço. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Explicar as bases para alcançar a vantagem competitiva em termos de rotas do relógio estratégico. • Avaliar o quanto essas rotas podem fornecer uma vantagem competitiva sustentável.• Relacionar competição e colaboração.• Infográfico Veja no infográfico a seguir as estratégias em nível de negócios. Conteúdo do livro A estratégia competitiva diz respeito às bases nas quais uma unidade de negócios pode alcançar vantagem competitiva em seu mercado. Uma vez que essas estratégias são em relação ao mercado, é importante compreender os fatores decisivos de sucesso para cada posição no relógio estratégico. Os clientes na posição 1 e 2 estão primordialmente preocupados com preços, mas apenas se os benefícios do produto/serviço atenderem às suas exigências iniciais. Isso geralmente significa que os clientes enfatizam mais a funcionalidade sobre o serviço ou aspectos como design ou embalagem. Leia mais detalhes sobre este assunto em um trecho da obra Fundamentos de estratégia, dos autores Gerry Johnson, Kevan Scholes e Richard Whittington. GERRY JOHNSON KEVAN SCHOLES RICHARD WHITTINGTON FUNDAMENTOS DE ESTRATÉGIA J67f Johnson, Gerry. Fundamentos de estratégia [recurso eletrônico] / Gerry Johnson, Kevan Scholes, Richard Whittington ; tradução: Rodrigo Dubal ; revisão técnica: José Edson Lara. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Bookman, 2011. Editado também como livro impresso em 2011. ISBN 978-85-7780-800-7 1. Administração – Estratégia. I. Scholes, Kevan. II. Whittington, Richard. III. Título. CDU 005.21 Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB-10/Prov-009/10 Capítulo 6 ◆ ESTRATÉGIA EM NÍVEL DE NEGÓCIOS 171 6.2 AS BASES DA VANTAGEM COMPETITIVA: O “RELÓGIO ESTRATÉGICO” Esta seção examina as diferentes maneiras de pensar sobre a estratégia competitiva, as bases nas quais uma unidade de negócios pode alcançar vantagem competitiva em seu mercado. Para as organizações de serviços públicos, o equivalente são as bases nas quais a organização decide alcan- çar uma qualidade de serviços superior competindo com outras por finan- ciamento, ou seja, como fornecer a “melhor relação qualidade/preço”. Este livro aproveita as estratégicas genéricas “em relação ao mercado” similares àquelas usadas por Bowman e D’Aveni,1 as quais se baseiam no princípio de que a vantagem competitiva é obtida ao se fornecer aos clientes tudo o que quiserem, ou precisarem, de uma maneira melhor ou mais efeti- va do que a concorrência. De acordo com essa proposição, as categorias de Porter2 de diferenciação e foco junto a preços podem ser representadas pelo relógio estratégico (veja Figura 6.2), como discutido nas próximas seções. Em uma situação de competição, os clientes fazem escolhas com base em suas percepções value-for-money, a combinação de preços e benefícios de produtos/serviços percebidos. O “relógio estratégico” representa as dife- rentes posições num mercado em que os consumidores (ou os consumidores em potencial) possuem diferentes “exigências” em termos de value-for-mo- ney. Essas posições também representam um conjunto de exemplos das diversas estratégias competitivas seguidas por empresas em termos dessas diferentes posições no relógio estratégico. A análise a seguir de cada uma dessas estratégias também reconhece a importância dos custos de uma or- ganização – especialmente os relativos aos concorrentes. Entretanto, como será mostrado a seguir, o custo é um fato estratégico para todas as estraté- gias no relógio – não apenas para aquelas em que o principal é o preço baixo. Uma vez que essas estratégias são “em relação ao mercado”, é importan- te compreender os fatores decisivos de sucesso para cada posição no relógio. Os clientes na posição 1 e 2 estão primordialmente preocupados com preços, mas apenas se os benefícios do produto/serviço atenderem suas exigências iniciais. Isso geralmente significa que os clientes enfatizam mais a funciona- lidade sobre o serviço ou aspectos como design ou embalagem. Os clientes na posição 5, ao contrário, exigem um produto ou serviço personalizado pelo qual estão preparados a pagar um preço diferenciado. O volume da demanda num mercado provavelmente não se espalha uniformemente pelas posições no relógio. Em mercados de produtos, a demanda é substancialmente dire- cionada para as posições 1 e 2. Muitos serviços públicos também são desse tipo. Outros mercados possuem demandas significativas nas posições 4 e 5. Historicamente, os serviços profissionais eram desse tipo. Entretanto, os mer- cados mudam com o tempo. Mercados de produtos desenvolvem nichos de valor agregado que crescem enquanto as rendas disponíveis aumentam. Isso ocorreu, por exemplo, no mercado de bebidas, com as cervejas diferenciadas e as especiais. Os mercados personalizados podem se tornar mais do tipo de produtos, particularmente onde a TI é capaz de desmistificar e tornar rotinei- ro o conteúdo profissional do produto – como nos serviços financeiros. A estratégia competi- tiva diz respeito às bases nas quais uma unidade de negócios pode alcançar vantagem competitiva em seu mercado 172 FUNDAMENTOS DE ESTRATÉGIA Diferenciação Diferenciação definida Estratégias fadadas ao fracasso final “Sem enfeites” Preço baixo Híbrido Benefícios percebidos de produtos/serviços Preço 1 2 3 4 5 7 8 Alto Alto Baixo Baixo 6 Necessidades/riscos 1 “Sem enfeites” Provavelmente é específico por segmento 2 Preço baixo Risco de guerra de preços e rendimentos baixos; necessidade de ser líder em custos 3 Híbrido Base de baixo custo e reinvestimento em preço baixo e diferenciação 4 Diferenciação (a) Sem preço diferenciado Valor agregado percebido pelo usuário, produzindo benefícios de participação no mercado (b) Com preço diferenciado Suficiente percepção do valor agregado para manter o preço diferenciado 5 Diferenciação definida Valor agregado percebido para um segmento específico, garantindo o preço diferenciado 6 Preço maior/valor padrão Rendimentos mais altos se não houver concorrência; risco de perder participação no mercado 7 Preço maior/valor baixo Possível apenas em situação de monopólio 8 Valor baixo/preço padrão Perda de participação no mercado D ife re nc ia çã o Fr ac as so p ro vá ve l Nota: o relógio estratégico é uma adaptação do trabalho de Cliff Bowman (veja D. Faulkner e C. Bowman, The Essence of Competitive Strategy, Prentice Hall, 1995); Bowman, entretanto, usa a medida “Valor de Uso Percebido”. FIGURA 6.2 O relógio estratégico: opções de estratégia competitiva. Capítulo 6 ◆ ESTRATÉGIA EM NÍVEL DE NEGÓCIOS 173 Estratégias competitivas no relógio estratégico As estratégias competitivas nas redes de alimentos do Reino Unido mudaram nas três últimas décadas. A revolução dos supermercados no Reino Unido come- çou no final dos anos 1960 e nos anos 1970, quando, inicialmente, a Sainsbury’s começou a inaugurar seus supermercados. Uma vez que a principal forma de co- mércio naquela época era a mercearia de esquina, os supermercados da Sainsbury’s eram, de fato, uma estra- tégia híbrida: muito claramente diferenciados em termos de layout físico e tamanho das lojas e também na qua- lidade das mercadorias, embora também com preços mais baixos que muitos dos concorrentes tradicionais. Quanto mais e mais varejistas abriam supermerca- dos, maissurgia um padrão. A Sainsbury’s era a principal rede de supermercados diferenciados. A Tesco cresceu como um operador sem enfeites do tipo “compre muito, venda barato”. Competindo com preços mais baixos, mas também com menor qualidade do que a Sainsbury’s, ha- via uma quantidade de outros supermercados. Em meados dos anos 1990, aconteceu uma grande mudança. Sob a liderança de Ian Maclaurin, a Tesco mu- dou drasticamente sua estratégia. Aumentou significati- vamente o tamanho e o número de suas lojas, abando- nou a postura “compre muito, venda barato” e começou a oferecer uma linha de mercadorias muito mais ampla. Ainda não se igualava à Sainsbury’s em termos de quali- dade, mas aumentou sua participação no mercado à cus- ta de outros varejistas e começou a desafiar o domínio da Sainsbury’s. Entretanto, a grande novidade aconteceu quando a Tesco começou a oferecer mercadorias de qua- lidade mais alta, mas ainda com preços mais baixos do que da Sainsbury’s. Na verdade, a empresa estava então adotando uma estratégia híbrida, e ao fazer isso, con- quistou uma grande participação no mercado. No início de 2007, dominava mais de 30% do mercado de redes de alimento no Reino Unido. A Sainsbury’s, ao contrá- rio, havia visto sua participação cair para apenas 16%, enquanto buscava um modo de refazer sua imagem de qualidade diferenciada em face à tal competição. Enquanto isso, outras posições de estratégia com- petitiva haviam se consolidado. A estratégia de preços baixos estava sendo seguida pela Asda (Wal-Mart), que também possuía 16% de participação no mercado, e pela Morrisons (com 11%). No segmento “sem enfeites” estava Netto, Lidl e Aldi, todos varejistas que chegaram nos anos 90 vindos dos vizinhos europeus e com uma participação combinada de 6%. A estratégia de diferenciação já não existe em sua forma pura. O mais perto disso foi feito pela Waitrose (perto de 4%), enfatizando uma imagem de qualidade superior, mas visando a um mercado mais seleto, de classe média-alta, em locais selecionados. A postura di- ferenciada definida permaneceu sob domínio dos espe- cialistas: delicatessens e, óbvio, num contexto londrino, a Harrods Food Hall. Estratégia híbrida Tesco Estratégia de preços baixo Asda e Morrisons Estratégia “sem enfeites” Netto, Lidl, Aldi Estratégia diferenciada Waitrose Diferenciação definida Delicatessens Sainsbury’s? Waitrose Questões 1 Quem está “preso no meio do caminho” aqui? Por quê? 2 O que é justificável, uma estratégia diferenciada ou uma estratégia de preços baixos, no caso de uma estratégia híbrida bem-sucedida, similar àquela sendo seguida pela Tesco? 3 O que impede outros concorrentes de seguir a estratégia da Tesco e competir com eles de modo exitoso? (Isto é, a Tesco possui capacidades es- tratégicas que dão vantagem competitiva susten- tável?) 4 Com outro mercado a sua escolha, mapeie as po- sições estratégicas dos competidores em termos de relógio estratégico. (A Tesco é o estudo de caso do Capítulo 9.) Exemplo 6.1 174 FUNDAMENTOS DE ESTRATÉGIA Assim, o relógio estratégico pode auxiliar os gerentes a compreender a mudança de exigências de seus mercados e as escolhas que podem ser fei- tas sobre posicionamento e vantagem competitiva. Cada posição no relógio será agora discutida. 6.2.1 Estratégias baseadas em preço (rotas 1 e 2) A rota 1 é a estratégia “sem enfeites”, que combina preço baixo com be- nefícios de produto/serviço pouco percebidos e foco num segmento de mercado sensível a preços. Esses segmentos devem existir por causa dos seguintes motivos: ● A existência dos mercados de produtos. Há mercados em que os consu- midores não valorizam ou percebem diferenças na oferta de fornecedo- res distintos, de forma que o preço se torna a principal questão compe- titiva. Os gêneros alimentícios básicos – principalmente em economias em desenvolvimento – são um exemplo. ● Pode haver consumidores sensíveis a preços, que não podem, ou não que- rem, pagar por produtos de qualidade superior. Esse segmento de mer- cado pode ser pouco atraente para a maior parte dos fornecedores, mas oferece uma oportunidade para outros (Aldi, Lidl e Netto, no Exemplo 6.1, por exemplo). Nos serviços públicos, financiadores com orçamentos apertados podem decidir apoiar apenas fornecimentos de nível básico (por exemplo, óculos ou serviço odontológicos subsidiados). ● Compradores têm muito poder e/ou baixos custos de mudança, e assim há pouca escolha – por exemplo, em situações de concorrência por con- tratos com o governo. ● Oportunidades de evitar os maiores concorrentes. Onde quer que os maiores fornecedores concorram em outras bases, um segmento de preço baixo pode ser uma oportunidade para pequenos atores ou novas empresas formarem um nicho ou usar a rota 1 como ponte para estabe- lecer volume antes de tentar outras estratégias. A rota 2, a estratégia de preço baixo, busca obter um preço mais bai- xo do que os concorrentes e, ainda assim, manter benefícios de produtos ou serviços percebidos de maneira similar em relação aos outros competi- dores. Cada vez mais essa tem sido a estratégia competitiva escolhida por Asda (de propriedade da Wal-Mart) e Morrisons no setor de supermerca- dos do Reino Unido (veja o Exemplo 6.1). No setor público, uma vez que o “preço” do serviço para o provedor de fundos (geralmente o governo) são os custos de unidade da organização que recebe a receita, o equivalente são os ganhos anuais de eficiência atingidos sem perda dos benefícios percebidos. A vantagem competitiva através da estratégia de preço baixo pode ser alcançada com o foco num segmento de mercado pouco atraente para concorrentes, desse modo eliminando-se as pressões de competição que baixam os preços. Entretanto, uma situação mais comum e mais desafia- dora acontece quando há competição baseada em preços – por exemplo, no setor público e em mercados de produtos. Há duas armadilhas quando a competição se dá a partir do preço: Uma estratégia “sem enfeites” é aquela que combina preço baixo com benefícios de produto/ serviço pouco percebidos e foco num segmento de mercado sensível a preços A estratégia de preço baixo busca obter um preço mais baixo do que os concorrentes e, ainda assim, manter benefícios de produtos ou serviços percebidos de maneira similar em relação aos outros competidores Capítulo 6 ◆ ESTRATÉGIA EM NÍVEL DE NEGÓCIOS 175 ● Reduções das margens de lucro para todos. Embora possam-se obter van- tagens táticas pela redução de preço, é provável que isso seja seguido pelos concorrentes, diminuindo as margens de lucros para todos. ● Falta de habilidade para reinvestir. Baixas margens de lucro reduzem os recursos disponíveis para o desenvolvimento de produtos ou serviços e resultam em perda de benefícios percebidos do produto. Assim, a longo prazo, uma estratégia “sem enfeites” e uma estratégia de pre- ço baixo não podem ser perseguidas sem uma base de baixo custo. Entretanto, o baixo custo não é por si uma base para a vantagem. Os gerentes costumam buscar baixo custo que não proporciona vantagem competitiva. O desafio é descobrir de que maneira os custos podem ser reduzidos de modo que outros não possam fazer o mesmo e que uma estratégia de preço baixo possa resultar em vantagem sustentável. Isso é difícil, mas as maneiras possíveis são debati- das na Seção 6.3.1, a seguir. O Exemplo 6.2 também mostra como a easyJet tem procurado diminuir custos para alcançar sua estratégia “sem enfeites”. 6.2.2 Estratégias de (ampla) diferenciação (rota 4) A próxima opção é uma estratégia de (ampla) diferenciação, que forneça pro- dutos ou serviços que ofereçam benefícios diferentes daqueles dos concorren- tes e que sejam bastante valorizados pelos clientes.3 A meta é obter vantagem competitiva pela oferta de melhores produtos ou serviços pelo mesmo preço ou o aumento dos rendimentos por meio de preços levemente maiores. Nos servi- ços públicos, o equivalente é o recebimento do status de “centrode excelência”, atraindo maiores financiamentos do governo (por exemplo, universidades que tentam mostrar que são as melhores em pesquisa ou ensino do que outras). O sucesso de uma abordagem de diferenciação provavelmente depen- derá de dois fatores principais: ● Identificar e compreender o consumidor estratégico. O conceito de consu- midor estratégico é útil, uma vez que se concentra em quem é o alvo da estratégia. Entretanto, nem sempre acontece de maneira direta, como discutido na Seção 2.4.3. Para um negócio jornalístico, por exemplo, o consumidor é o leitor do jornal, o anunciante ou ambos? Eles prova- velmente têm necessidades diferentes e querem benefícios diferentes. Para um fabricante de alimentos reconhecido, trata-se do consumidor final ou do varejista? Pode ser importante que as organizações do setor público ofereçam benefícios percebidos, mas para quem? Para o usuário do serviço ou para o provedor de fundos? Entretanto, o que é valorizado pelo consumidor estratégico também pode ser perigosamente tomado como óbvio pelos gerentes, um lembrete da importância da identifica- ção dos principais fatores de sucesso (Seção 2.4.4). ● Identificar os principais concorrentes. Contra quem a organização está competindo? Na indústria da cerveja, por exemplo, atualmente há ape- nas alguns grandes competidores globais, mas há também várias cer- vejarias locais ou regionais. Os atores em cada grupo estratégico (veja Seção 2.4.1) precisam decidir quem consideram como concorrentes e, depois disso, quais as bases de diferenciação que podem ser pensadas. Uma estratégia de dife- renciação procura forne- cer produtos ou serviços que ofereçam benefícios diferentes daqueles dos concorrentes e que sejam bastante valorizados pelos clientes 176 FUNDAMENTOS DE ESTRATÉGIA A estratégia “sem enfeites” da easyJet Bases múltiplas para manter os custos reduzidos podem fornecer uma base para uma bem-sucedida estratégia “sem enfeites”. Inaugurada em 1995, a easyJet foi considerada como a frágil recém-chegada da indústria europeia de avia- ção e amplamente apontada como futuro fracasso. Mas até meados do ano 2000, essa empresa aérea sediada em Luton havia feito mais do que apenas sobreviver. Ini- ciando com seis aviões alugados operando numa única rota, chegou a 2006 com 122 aeronaves voando por 262 rotas para 74 aeroportos e transportando mais de 33 milhões de passageiros anualmente, com incríveis re- sultados financeiros: rendimentos de £ 129 milhões (R$ 368 milhões) e lucro de £ 1,619 milhão (R$ 4,6 milhões). Os princípios de sua estratégia e seu modelo de ne- gócios foram transcritos em relatórios anuais, ano após ano. Em 2006, por exemplo: ● A Internet é utilizada para reduzir custos de distribui- ção... atualmente, mais de 95% de todos os assentos são vendidos on-line, fazendo da easyJet uma das maio- res varejistas na Internet da Europa. ● Maximizar a utilização dos ativos substanciais. Voamos com nossas aeronaves de forma intensiva, com tempos de resposta rápidos a cada vez que aterrissamos. Isso nos dá um custo de unidade muito baixo. ● Viagens sem bilhete. Passageiros recebem detalhes de reserva através de uma mensagem de e-mail em vez de papel. Isso ajuda a reduzir significativamente o custo de emissão, distribuição, processamento e a conciliar mi- lhões de transações a cada ano. ● Sem “almoço grátis”. Eliminamos os serviços desne- cessários que são difíceis de administrar como comida grátis, lugares marcados, conexões de Internet e servi- ços de carga. Isso nos permite manter baixo nosso custo total de produção. ● Utilização eficiente dos aeroportos. A easyJet voa para os principais aeroportos de toda a Europa; porém com tempos de resposta rápidos e acordos de cobrança de pouso progressivos com aeroportos, é mais eficiente na comparação com as empresas de transporte tradicio- nais. (Deve-se acrescentar que, uma vez que a empresa não opera com sistema de distribuição, os passageiros têm de fazer check-in e recolher a bagagem a cada tre- cho. Isso significa que os aviões não ficam à disposição enquanto a bagagem é transferida entre os voos). Pode-se acrescentar outros fatores que contribuí- ram para os custos reduzidos: ● O foco na aeronave Airbus 319 e a retirada da “ve- lha geração” de aviões Boeing 737 indicou “uma nova frota de modernas aeronaves, seguradas por taxas bastante competitivas”, beneficiando os custos de manutenção. E, uma vez que uma quan- tidade crescente desses aviões eram de proprieda- de da easyJet, os custos de financiamento foram reduzidos. ● Um foco persistente na diminuição dos custos de permanência no solo. ● Em face dos custos crescentes de combustível, sal- vaguardas em futuras compras de combustível. Além de todos esses fatores acima, o relatório de 2006 dizia que a proposta da easyJet para o consumi- dor era definida por “baixo custo com cuidado e conveniência... Voamos para os principais destinos da Europa a partir de aeroportos locais convenientes e fornecemos um serviço de bor- do amigável. As pessoas são um diferencial-chave na easyJet e são parte integrante do nosso sucesso. Isso nos permite atrair a mais ampla gama de clientes para utilizar os nossos serviços – tanto para negócios quanto para lazer.” Fonte: relatório anual de 2006 da easyJet. Questões 1 Leia as seções 6.2.1 e 6.3.1 e identifique as ba- ses da estratégia “sem enfeites” da easyJet. 2 Seria fácil para uma empresa aerea maior, como a British Airways, imitar essa estratégia? Como? 3 Em que bases outras empresas aéreas de preço baixo poderiam competir com a easyJet? Exemplo 6.2 Capítulo 6 ◆ ESTRATÉGIA EM NÍVEL DE NEGÓCIOS 177 A Heineken parece ter decidido quem são os outros concorrentes glo- bais – Carlsberg e Anheuser Busch, por exemplo. A SABMiller fez sua busca global na base da aquisição e do desenvolvimento de marcas na- cionais, competindo com base no gosto e nas tradições locais; porém, mais recentemente, adquiriu a Miller para competir globalmente. A análise do concorrente explicada na Seção 2.4.4 (e na Figura 2.7) pode ajudar nesses dois casos: ● A dificuldade de imitação. O sucesso de uma estratégia de diferenciação deve depender do quão facilmente ela pode ser imitada pelos concor- rentes. Isso ressalta a importância das capacidades estratégicas que não podem ser copiadas, discutida na Seção 3.4.3. ● O alcance da vulnerabilidade da competição baseada em preços. Em al- guns mercados, os consumidores são mais sensíveis aos preços do que em outros. Assim, pode acontecer que as bases de diferenciação não sejam suficientes em face de preços mais baixos. Os gerentes costumam reclamar, por exemplo, que os clientes não parecem valorizar os níveis superiores de serviço oferecidos – ou, para pegar o exemplo do varejo de alimentos do Reino Unido (veja Exemplo 6.1), a Sainsbury’s podia rei- vindicar o primeiro lugar em diferenciação, com base na qualidade, mas os consumidores agora percebem que a Tesco é comparável e parece oferecer preços mais baixos. 6.2.3 A estratégia híbrida (rota 3) Uma estratégia híbrida procura simultaneamente obter diferenciação e pre- ço baixo em relação aos concorrentes. O sucesso dessa estratégia depende da capacidade de proporcionar benefícios otimizados aos consumidores junto com preços baixos e, ao mesmo tempo, conseguir rendimentos suficientes para reinvestimento, a fim de manter e desenvolver bases de diferenciação. Essa é, na verdade, a estratégia que a Tesco está procurando seguir. Pode-se argumentar que, se a diferenciação pode ser alcançada, não haveria neces- sidade de ter preços mais baixos, uma vez que seria possível obter preços ao menos iguais aos dos concorrentes, ou mesmo mais altos. De fato, é um bom assunto para se debater: uma estratégia híbrida pode ser uma estraté- gia competitiva bem-sucedida, em vez de um compromisso menos eficiente entre preço baixo e diferenciação? Se for este último, muito provavelmente não será efetivo. Entretanto,a estratégia híbrida pode ser vantajosa quando: ● Volumes muito maiores podem ser obtidos em relação aos competido- res, de modo que as margens de lucro ainda podem melhorar por causa da base de custo reduzido, parecido com o que a Tesco está conseguin- do, dada a sua participação no mercado no Reino Unido. ● As reduções de custos estão disponíveis fora das atividades diferenciadas. A IKEA, por exemplo, concentrou-se em estabelecer a diferenciação com base em marketing, linha de produtos, logística e operações de lo- jas, mas as baixas expectativas dos consumidores quanto aos níveis de serviço permitem a redução de custos, uma vez que os consumidores estão preparados para transportar e montar seus próprios produtos. Uma estratégia híbrida procura simultaneamente obter diferenciação e pre- ço baixo em relação aos concorrentes 178 FUNDAMENTOS DE ESTRATÉGIA ● É usada como estratégia de entrada num mercado com competidores esta- belecidos. Por exemplo, ao desenvolver uma estratégia global, um negó- cio pode visar a uma operação mal conduzida do portfolio de negócios de um concorrente numa área geográfica do mundo e entrar naquele mercado com um produto superior a um preço mais baixo para estabe- lecer um ponto de apoio a partir do qual pode avançar ainda mais. 6.2.4 Diferenciação definida (rota 5) Uma estratégia de diferenciação definida busca fornecer benefícios altamen- te percebidos de produtos/serviços, justificando um preço substancialmente diferente, quase sempre para um segmento seleto de mercado (ou nicho). Po- dem ser produtos diferenciados e com marca muito valorizada, por exem- plo. Os fabricantes de cervejas diferenciadas, uísques de puro malte e vinhos de um chateaux específico procuram convencer aqueles consumidores que valorizam ou se consideram capazes de perceber a qualidade de que seus produtos são suficientemente diferenciados dos de seus concorrentes para justificar os preços significativamente mais altos. Nos serviços públicos, os centros de excelência (como um museu especializado) recebem financiamen- to significativamente mais alto do que a maior parte dos provedores comuns. Entretanto, a diferenciação definida levanta algumas questões importantes: ● Uma escolha deve ser feita entre uma estratégia de foco (posição 5) e uma diferenciação ampla (posição 4). Uma empresa que segue uma es- tratégia de crescimento internacional pode ter de escolher entre esta- belecer vantagem competitiva com base num produto ou marca global comum (rota 4) ou adaptá-los a mercados específicos (rota 5). ● Tensões entre uma estratégia de foco e outras estratégias. Por exemplo, fabricantes de carro com sedes espalhadas, como a Ford, adquiriram marcas renomadas, como Jaguar e Aston Martin, mas aprenderam que tentar gerenciá-las do mesmo modo que mercados de carros populares não era possível. Até 2007, a Ford havia vendido a Aston Martin e estava procurando vender as outras marcas. Essas tensões limitam o grau de diversidade do posicionamento estratégico que uma organização pode sustentar, uma questão importante para a estratégia em nível corporati- vo, discutida no Capítulo 7. ● Possível conflito com as expectativas dos stakeholders. Um serviço de biblioteca pública, por exemplo, pode ser mais eficiente em termos de custos se concentrar seus esforços de desenvolvimento em serviços de informações on-line baseadas em TI. Entretanto, isso muito possivel- mente entrará em conflito com seu propósito de inclusão social, uma vez que irá excluir as pessoas que não versadas em TI. ● Dinâmicas de crescimento para novos empreendimentos. Novos empreen- dimentos geralmente começam de modo bastante definido – oferecendo produtos ou serviços inovadores para atender necessidades específicas. Há a possibilidade, no entanto, de ser difícil encontrar modos de crescer. Ir da rota 5 para a rota 4 significa baixar os preços e consequentemente os custos, ao mesmo tempo mantendo os recursos de diferenciação. Uma diferenciação definida busca fornecer benefícios altamente percebidos de produtos/ serviços, justificando um preço substancialmente diferente, quase sempre para um segmento seleto de mercado (ou nicho) Capítulo 6 ◆ ESTRATÉGIA EM NÍVEL DE NEGÓCIOS 179 ● As mudanças do mercado podem acabar com as diferenças entre os seg- mentos, deixando a organização aberta demais para uma competição muito mais ampla. Os clientes podem não querer pagar preços diferen- ciados enquanto os recursos das ofertas “normais” estão melhorando. Ou o mercado pode ser mais segmentado por ofertas ainda mais diferencia- das dos concorrentes. Os restaurantes sofisticados, por exemplo, têm sido alvo da elevação de padrões em toda a parte e pelo advento dos restau- rantes de “nicho” que se especializam em determinados tipos de comida. 6.3 SUSTENTANDO A VANTAGEM COMPETITIVA As organizações que tentam alcançar a vantagem competitiva esperam preservá-la com o passar do tempo, e muito do que foi escrito sobre estra- tégia competitiva considera a necessidade da sustentabilidade como uma expectativa central. Esta seção baseia-se explicação da Seção 3.2 sobre ca- pacidade estratégia para avaliar como a sustentabilidade pode ser possível. 6.3.1 Sustentando a vantagem baseada no preço Uma organização em busca da vantagem competitiva por meio de preços baixos pode conseguir sustentar isso de várias maneiras; ● Operar com margens de lucro mais baixas pode ser possível para uma empresa que tiver volumes de vendas bem acima daqueles da concor- rência ou que seja capaz de proporcionar subsídios cruzados para uma unidade de negócio de algum lugar de seu portfolio (veja a Seção 7.5 para mais exames de estratégias de portfolio). ● Uma estrutura exclusiva de custo. Algumas empresas podem ter aces- so exclusivo a canais de distribuição de baixo custo, serem capazes de obter matéria-prima a preços mais baixos do que os concorrentes ou estarem localizadas numa área onde o custo de mão de obra é baixo. ● Capacidades organizacionalmente específicas podem existir para uma empresa que consegue diminuir custos por meio de sua cadeia de valor. De fato, Porter define liderança em custos como “aquele produtor de baixo custo em sua indústria... (que) deve encontrar e explorar todos os recursos de vantagem de custos”4 (veja a Seção 3.3 e a Figura 3.3). É claro que se alguma dessas duas últimas abordagens for seguida, sig- nifica que as áreas operacionais de custo baixo realmente irão resultar em vantagens de custo que garantem verdadeiras vantagens de preço sobre a concorrência. Também é importante que os concorrentes achem difícil imitar essas vantagens, como visto no Capítulo 3. Isso exige uma menta- lidade na qual a inovação em redução de custos é considerada essencial para a sobrevivência. Um exemplo é a RyanAir no setor de aviação de baixo preço “sem enfeites”, que, em 2006, declarou ser sua ambição conseguir um dia oferecer voos grátis para seus passageiros. ● Foco em segmentos de mercado em que o preço baixo seja particular- mente valorizado pelo consumidor, mas que o mesmo não aconteça Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Dica do professor Neste vídeo discutimos os diferentes tipos de estratégia competitiva, demostrando sua aplicabilidade nas organizações. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/e9b7c9017b4792b18ce9fa9f353bc45b Na prática Veja a seguir um exemplo de quais bases múltiplas para manter os custos reduzidos podem fornecer uma base para uma bem-sucedida estratégia "sem enfeites". Etapas do planejamento estratégico Apresentação O planejamento estratégico nas organizações desenvolve uma direção a ser seguida, em que são tomadas decisões e alocados recursos necessários para atingir o objetivofinal. Assim, torna-se essencial seu desenvolvimento de forma cautelosa e eficiente, em que suas etapas para elaboração dependerão do modelo de negócio da empresa. As empresas atuais acabam baseando as estratégias para guiar seus negócios em três níveis: estratégia corporativa, estratégia competitiva e estratégia funcional. Nesta Unidade de Aprendizagem, você identificará as principais etapas do planejamento estratégico, além de compreender o que é estratégia corporativa, estratégia competitiva e estratégia funcional e de perceber a relevância do mantra “planejar, depois agir”. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Analisar as principais etapas do planejamento estratégico e possíveis variações.• Definir estratégia corporativa, estratégia competitiva e estratégia funcional.• Explicar a importância do mantra "planejar, depois agir" e as ferramentas que podem ajudar a empresa a colocá-lo em prática. • Infográfico Você sabia que o planejamento estratégico precisará ser revisto de tempo em tempo? O planejamento estratégico é um momento de análise, debate, avaliação e orientação sobre as direções do negócio. Sendo assim, torna-se imprescindível revê-lo a cada ano que se passa, averiguando o que foi atingido e o que deverá ser modificado ou criado para o próximo ano. No infográfico a seguir, você conhecerá algumas etapas para auxiliar no desenvolvimento do planejamento estratégico. Confira. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/c6d9becd-b236-4ca7-98dd-1de0ea66cf3f/0e851cf6-b9d0-49e9-9c30-ba08e071b9f0.png Conteúdo do livro Você sabia que as organizações poderão basear-se em algumas etapas para auxiliar no desenvolvimento e na implementação de seu planejamento estratégico? Apesar de não existir um modelo predefinido de etapas para as empresas se fundamentarem, torna-se indispensável que sigam uma sistemática para suas ações, indo de acordo com as características da organização, como natureza, porte, cultura, clima, etc. No capítulo Etapas do planejamento estratégico, da obra Planejamento estratégico, você estudará as principais etapas do planejamento estratégico, os três níveis de estratégias que as organizações se baseiam — corporativa, competitiva e funcional —, além de entender o significado do mantra “planejar, depois agir”. Boa leitura. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Arianne Guazzelli Etapas do planejamento estratégico Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir as principais etapas do planejamento estratégico e possíveis variações. Descrever as estratégias corporativa, competitiva e funcional. Reconhecer a importância da máxima “planejar, depois agir” e as ferramentas que possibilitam a sua prática. Introdução O planejamento estratégico visa assumir padrões decisivos para o di- recionamento das atitudes da organização em relação ao seu plano, de modo a proporcionar uma previsão acerca do futuro da empresa, independentemente do seu porte. Contudo, não há um modelo pre- estabelecido para auxiliá-la no desenvolvimento desse planejamento, de forma que cada organização deve adequá-lo de acordo com as suas especificidades mediante certa flexibilidade no processo de elaboração, pois readequações de novas estratégias podem surgir no decorrer do desenvolvimento da execução. Neste capítulo, estudaremos as etapas do planejamento estraté- gico e conheceremos em maiores detalhes as estratégias corporativa, competitiva e funcional. Por fim, refletiremos acerca da importância da máxima “planejar, depois agir” e verificaremos quais são as ferramentas que possibilitam a sua prática no cotidiano da empresa. Estágios do planejamento estratégico Oliveira (2004) afi rma que o planejamento estratégico é a ação administra- tiva que defi ne a melhor direção que a empresa deve seguir com o intuito de otimizar o seu grau de interação entre os ambientes interno e externo, o que acarreta desempenhar as suas atividades de maneira inovadora e diferenciada, sendo capaz de infl uenciar todos da organização. Para que a elaboração e a implementação desse planejamento seja mais efi ciente, algumas fases são adotadas. A seguir, examinaremos cada uma delas. 1. Diagnóstico estratégico. Etapa na qual a organização busca explicar como se encontra. O diagnóstico deve ser elaborado por indivíduos que possuem diversas informações dentro da organização, como líderes e gestores, pois elas devem ser suficientes para analisar e conferir todos os aspectos relativos às realidades interna e externa da empresa. Esse diagnóstico se subdivide em quatro etapas: ■ Identificação da visão — Interessa-se pelos limites que os gestores da organização conseguem visualizar ao longo dos anos por meio de uma abordagem mais ampla. ■ Análise externa — Avista os riscos e as oportunidades presentes no ambiente da organização, bem como as melhores maneiras de proteger-se ou desfrutar dessas situações. As oportunidades são entendidas como a força ambiental que a organização não consegue controlar, o que pode gerar benefícios para o desenvolvimento es- tratégico desde que analisadas e aproveitadas de forma satisfatória enquanto persistirem. Outra força incontrolável é a ameaça, que gera obstáculos à ação estratégica e pode ou não ser impedida, conforme o momento em que é identificada. ■ Análise interna — Momento em que os pontos fortes, fracos e neutros da organização devem ser verificados. O ponto forte corresponde à diferenciação obtida pela organização, isto é, uma variável que pode ser controlada e é capaz de gerar vantagem operacional no ambiente da empresa. Ao contrário, o ponto fraco é uma circunstância ina- dequada que pode causar desvantagem operacional nesse ambiente. Por sua vez, o ponto neutro diz respeito a um aspecto identificado e que não pode ser classificado como forte ou fraco imediatamente após a sua identificação, pois a organização ainda não dispõe de critérios de avaliação para isso. ■ Análise dos concorrentes — É realizada por meio da análise externa, com um estudo detalhado cujo produto identifique as vantagens competitivas da própria organização. 2. Missão da empresa. Determina a razão de ser da organização, o seu posicionamento frente à concorrência e a sua postura estratégica, que Etapas do planejamento estratégico2 equivale à forma mais adequada para que a organização alcance os seus objetivos com base nas situações interna e externa reconhecidas na fase anterior de diagnóstico estratégico. 3. Instrumentos prescritivos e quantitativos. Nessa fase, o exame deve indagar como chegar à situação desejada. Podemos dividir essa etapa com base em dois instrumentos que se relacionam: os prescritivos e os quantitativos. Os instrumentos prescritivos explicitam o que deve ser executado pela organização para que ela alcance os objetivos estipulados na sua missão a partir da sua postura estratégica: ■ construção de propósitos, desafios e metas; ■ criação de estratégias e políticas funcionais; ■ desenvolvimento de projetos e planos de ação. Já os instrumentos quantitativos acometem as projeções econômico- -financeiras do planejamento orçamentário, que devem estar relacionadas à estrutura da organização. Ambos os tipos de instrumentos são indispensáveis para o desenvolvimento dos planos de ação e extremamente significativos, pois interligam o planejamento estratégico ao operacional. 4. Controle e avaliação. Averigua a trajetória da organização em direção à situação esperada por intermédio de processos de comparação do desempenho real com os objetivos, desafios, metas e projetos criados para a avaliação de desempenho, análise de desvio de objetivos, desafios, metas e projetos estabelecidos, e ação corretiva face aos resultados en- contrados. Em suma, deve-se avaliar oscustos em relação aos benefícios. Pereira (2010), por seu turno, apresenta apenas três momentos para o desenvolvimento do planejamento estratégico, conforme veremos a seguir. 1. Diagnóstico estratégico. A empresa deve apurar se de fato encontra-se no momento ideal para desenvolver o seu planejamento estratégico, de forma que necessita analisar se está passando por circunstâncias de turbulência, o que não corresponde à ocasião ideal para isso, pois todo o processo poderia ser inviabilizado. Ademais, a organização só deve iniciar a elaboração desse planejamento quando todos os responsáveis concordarem em implantar o processo e estiverem conscientes de que precisarão se envolver totalmente nisso. 3Etapas do planejamento estratégico 2. Formulação das etapas do processo de planejamento estratégico: após a discussão conjunta e o planejamento verbal, o plano deve ser formalizado por escrito. As etapas são: ■ declaração de valores, também chamados de crenças, princípios, políticas, filosofia, ideologia, etc., que explicitam elementos para que todos da organização distingam o que é correto e o que é errado para, assim, guiar as ações e operações da empresa; ■ determinação da missão e da visão da organização; ■ estipulação de fatores críticos de sucesso, que são os requisitos de sobrevivência da empresa, devidamente definidos pela organização de acordo com as condições atuais de mercado; ■ análise de fatores externos (oportunidades e ameaças) e internos (pontos fortes, fracos e neutros); ■ desenvolvimento da matriz SWOT (strengths, weaknesses, oppor- tunities e threats, conhecida como FOFA em língua portuguesa), pela qual se procura elevar as oportunidades e controlar as ameaças; ■ elaboração de questões estratégicas a partir das estratégias elenca- das, estratégias acerca do que fazer e ações estratégicas acerca de como fazer. 3. Implementação e controle do processo de planejamento estratégico: ocorre a implementação, o acompanhamento e o controle do planeja- mento estratégico e a empresa passa a receber os resultados, ou seja, finalmente executa o seu planejamento. No esquema a seguir, podemos conferir os três questionamentos basilares que devem guiar o planejamento estratégico de qualquer organização. Vejamos: Onde estamos? > Para onde queremos ir? > Como chegaremos lá? No cenário em que vivemos, é indispensável que as organizações realizem o planejamento estratégico, independentemente de qual for a sua escolha em relação a um modelo estruturado formal para elaborá-lo. Entretanto, existe a necessidade real de aceitação e credibilidade na sua elaboração, além do suporte de todas as lideranças da organização, já que as ações desenvolvidas orientarão a empresa nos anos seguintes. Com isso, as questões referentes a método, criação e organização do planejamento devem estar de acordo com a realidade da organização, tanto no que tange a respeitar e integrar processos de decisão e modelos de estruturação que já existiam, quanto agir sobre esses quesitos. Etapas do planejamento estratégico4 Para que a organização obtenha sucesso no desenvolvimento e na implantação do seu planejamento estratégico, existem alguns pontos que podem auxiliá-la, tais como conquistar aceitação e motivação interna para elaborar e implantar o planeja- mento; elaborar objetivos claros, alcançáveis, flexíveis e traduzidos em ações a serem desenvolvidos; contar com um bom esquema de plano operacional para permitir a consecução dos objetivos; executar o acompanhamento e o controle periódicos com vistas a correções que julgar necessárias. Estratégias: corporativa, competitiva e funcional Segundo Swaim (2011), diversos especialistas apontaram que a planejamento estratégico, a estratégia pura e outros elementos são frutos do pensamento estratégico. A característica da estratégia desenvolvida deriva da natureza da empresa, tendo em vista que cada organização é única e apresenta espe- cifi cidades mesmo quando diversifi cada. Johnson (2011), por sua vez, propõe que atualmente as organizações baseiam-se em três níveis de estratégias para guiar os seus negócios: corporativa, competitiva e funcional. Estratégia corporativa Considerada de nível superior, a estratégia corporativa trata do alcance total da empresa e defi ne a importância das suas diversas divisões ou unidades de negócio. Essa estratégia pode compreender questões acerca da diversidade dos bens ou serviços, da cobertura geográfi ca e das inúmeras divisões da organização. Muitas empresas fundamentam as suas decisões de venda de negócios no nível corporativo (JOHNSON, 2011). Swaim (2011) explica que a estratégia corporativa se dirige à organização como um todo, ou seja, a empresa enquanto negócio único. O seu desenvolvi- mento é guiado pelo diretor executivo em colaboração com outros membros, tais como as pessoas presentes no conselho de administração. De acordo com Johnson (2011), a estratégia corporativa considera as ex- pectativas dos líderes, donos, acionistas e da bolsa de valores. Além disso, ela pode estar presente de maneira explícita ou implícita em uma missão que retrate as perspectivas desejadas. Para que seja clara e eficaz, faz-se necessário que o conjunto de negócios inclusos seja definido, pois esse será o suporte 5Etapas do planejamento estratégico para outras decisões estratégicas. Segundo o autor, especialmente quando a estratégia inclui vários negócios, ela deve estar alinhada com todos os outros níveis estratégicos da empresa, com destaque para o competitivo. A título de exemplificação, temos o caso da Yahoo!, empresa na qual as relações com os anunciantes on-line estão presentes em diversas unidades de negócio, de modo que usar, aprimorar e proteger a marca é indispensável a todas as unidades. Assim, a estratégia corporativa em relação à marca deve dar suporte a todos os níveis de estratégias, sejam elas competitivas, funcionais ou operacionais, garantindo que as suas estratégias corporativas não prejudiquem a organização como um todo ou alguma unidade do negócio. Swaim (2011) afirma que a estratégia corporativa deve compreender es- tratégias para cada negócio de uma empresa que apresenta diversas unidades. Todavia, cada unidade de negócio compreende questões diferenciadas que deverão atentar-se. Por exemplo, a General Eletrics cogita negociar uma subsi- diária de utensílios domésticos, que é um setor de enorme competição, dada a sua sustentação no preço, e que se encontra em declínio. Nesse caso, os líderes responsáveis devem desenvolver a estratégia como se a empresa apresentasse apenas um negócio e com foco no desenvolvimento e no fortalecimento da posição competitiva da organização no mercado nesse momento. Estratégia competitiva Para Johnson (2011), a estratégia competitiva também pode ser denominada estratégia a nível de negócio, pois aborda o modo como as diversas ativida- des presentes na estratégia corporativa devem competir nos seus mercados específi cos. Já no setor público, a estratégia competitiva é tratada como um conjunto de resoluções acerca do modo como as unidades podem proporcionar os melhores serviços, o que normalmente compreende questões relativas a estratégias de inovação, preços, diferenciação por qualidade superior ou por algum canal de distribuição novo. A estratégia competitiva abrange a empresa como um todo, de maneira que as decisões estratégicas se associam a unidades estratégicas de negócios próprias no interior de toda a organização. Uma unidade estratégica de negó- cios é a divisão de uma empresa para qual existe um mercado diferenciados de bens e serviços que varia em outras unidades estratégicas de negócios. Por exemplo, o grande site Yahoo! divide as suas unidades estratégicas de negócios em Yahoo! Music e Yahoo! Photos para abranger diferentes nichos de mercado em si, conforme a necessidade. Já em empresas menores que com- preendem apenas um ramo de negócio, muitas vezes as estratégias corporativa Etapasdo planejamento estratégico6 e competitiva são as mesmas. Entretanto, ainda assim é essencial identificar a estratégia corporativa a ser adotada, pois ela proporciona a organização da estrutura para, então, definir quais são as outras oportunidades de negócios que podem ser incluídas ou excluídas. Assim, a estratégia competitiva pode ser desenvolvida com embasamento e, por conseguinte, pode render possíveis frutos positivos para a organização. Estratégia funcional Como o próprio nome indica, Swaim (2011) estabelece que a estratégia funcio- nal compreende as funções da organização, tais como marketing, produção, operação, fi nanças, etc. Assim, as estratégias mais comuns desenvolvidas nas empresas são as fi nanceiras e aquelas relativas a recursos humanos, distribui- ção, tecnologia, marketing e produção, cuja responsabilidade cabe aos líderes de cada setor. Já os gerentes das unidades operacionais, como distritos, fábricas e regiões, são os responsáveis por desenvolver as estratégias dessas unidades. Nesse nível de estratégia, ocorre o desenvolvimento e o gerenciamento de recursos para que as unidades de negócios sejam executadas de maneira eficiente. Nessa etapa, os processos de negócio e a cadeia de valores são defi- nidos, além de um grupo de programas de ação empregado em diversas áreas semelhantes para alcançar resultados desejados pela organização ser elaborado com o objetivo de enfrentar a concorrência ou desenvolver competências únicas. Dessa forma, a estratégia funcional compreende a extremidade operacional da empresa, na qual as estratégias abarcam as divisões presentes na organização e atentam à sua execução nos níveis corporativo e competitivo em termos de pessoal, recursos e processos. Como exemplo de estratégia funcional, temos as operações do Yahoo! em relação a layout, design e renovação. Ao analisarmos a maioria das empresas, podemos perceber que as estratégias bem-sucedidas costumam depender fortemente das deliberações desempenhadas ou ações que ocorrem a nível funcional (JOHNSON, 2011). Independentemente da estratégia selecionada e da forma como a empresa irá implantá-la nos negócios, a sua elaboração é indispensável. Ascender de modo progressivo a cada nível para a construção dos planos a serem desenvolvidos e introduzidos pode facilitar o seu diálogo, levando a uma maior probabilidade de eficiência da estratégia. Além disso, uma estratégia empresarial é forte quando desenvolve vantagem duradoura e é entendida como fraca quando tem por consequência uma desvantagem competitiva. Assim, torna-se indispensável atentar às amplas definições de estratégia (SWAIM, 2011). 7Etapas do planejamento estratégico A estratégia corporativa auxilia a organização a entender o seu mercado de atuação, uma vez que sinaliza de quais nichos a empresa deve ou não participar, além de permitir a análise acerca da possibilidade de adição de novos negócios ou eliminação de outros já existentes. Essa estratégica preocupa-se com o escopo corporativo, além do relacionamento entre as suas partes e os métodos para a gestão tanto do escopo e quanto dos relacionamentos. “Planejar, depois agir” Segundo Mintzberg (2006), há alguns anos o planejamento estratégico tra- dicional era visto como um processo deliberado, de forma que a primeira preocupação da organização deveria ser pensar para somente então agir. Assim, antes era preciso planejar todas as estratégias para, depois, iniciar a sua implementação. Tal entendimento estava presente na maioria dos estudos sobre estratégia e privilegiava o ato de pensar em relação ao de executar, já que se acreditava que era possível tomar decisões acerca do desconhecido antes mesmo de experimentá-lo. Todavia, a estratégia representa um processo de aprendizagem e, portanto, não exige grande complexidade inicial, pois se desenvolve aos poucos mediante o aprendizado baseado nos atos e nas experiências da organização e dos seus consumidores. Posto isso, Mintzberg (2006) sugere algumas ações para o desenvolvimento do que ele chama de “planejar”: Escolher entre estabilidade e mudança. O planejamento formal auxilia a “programar a estratégia criada” e não a gerar uma nova estratégia, pois pode levar a ultrapassar as estratégias já existentes ou até mesmo a copiar aquelas adotadas pela concorrência. Detectar a descontinuidade. Ser capaz de perceber as mudanças no ambiente configura-se como o verdadeiro desafio da estratégia, o que requer investigar os padrões do momento e compreender os seus aspec- tos principais. O know-how tende a se enfraquecer durante os longos períodos de estabilidade que as organizações experimentam. Conhecer o negócio. É indispensável sempre investigar e captar in- formações que os concorrentes não visualizam, além de desenvolver conhecimento pessoal, ou seja, sentimento de negócio. Etapas do planejamento estratégico8 Administrar os padrões. O ponto central da estratégia encontra-se na capacidade de visualizar padrões emergentes e, assim, auxiliá-los a ter forma ou eliminá-los com a consciência sobre a dificuldade de avaliar o novo, embora certa previsão do futuro possa ser concebida com base nos problemas que se apresentam no presente. Reconciliar mudança e continuidade. Algumas ideias inovadoras devem ser arquivadas até que a empresa esteja preparada para uma revolução estratégica ou, então, para um momento de divergência, pois “a vida é vivida para a frente, mas é entendida em retrospectiva”. Com o nosso mercado cada vez mais exigente, surge o ciclo PDCA a fim de melhorar os resultados do processo estratégico. Segundo Vieira Filho (2010), esse método ultrapassa a máxima “planejar, depois agir”, pois compreende outras etapas essenciais, que são: planejar, executar, controlar e agir, originando a sigla a partir dos termos em língua inglesa plan (“planejar”); do (“executar”), check (“controlar”) e act (“agir”). O ciclo PDCA tem se destacado no ambiente organizacional como um método gerencial que visa a melhoria de ações e soluções de problemas, uma vez que se converte em suporte de melhoria contínua e pode ser adotado em qualquer espécie de empresa, seja ela organização privada, sem fins lucrativos ou, ainda, em um setor público. Esse método cuida de todo o processo de melhoria contínua por meio de três passos (MATTOS, 2010): 1. aproveitar ao máximo as informações acerca de equipes, orçamento e planos atuação disponíveis para o desenvolvimento; 2. possuir a convicção de que o planejamento é um compromisso geral e não uma missão de certa área; 3. interpretar o andamento de uma obra enquanto planejamento, pois nem sempre o cronograma das obras conta com metas que serão atingidas, o que torna indispensável conferir novamente o que já foi realizado. Cada vez que o ciclo PDCA é utilizado para a resolução de um problema, para a melhoria contínua ou para a padronização de um processo, a complexi- dade da resolução do ciclo total eleva-se. Os planos tornam-se mais atrevidos e com maior grau de complexidade de implementação; as metas, mais difíceis de serem alcançadas; o treinamento e a qualificação, mais exigentes; etc. Para Lima (2006), esse ciclo uniformiza os dados do controle da qualidade, difi- culta a ocorrência de erros lógicos nas análises e permite que as informações sejam compreendidas de maneira mais fácil. Além disso, ele também pode 9Etapas do planejamento estratégico ser empregado como facilitador na transição em prol de uma administração voltada à melhoria contínua. Já Silva (2006) entende a metodologia PDCA como um recurso de gestão que descreve o caminho para que os objetivos traçados sejam atingidos, uma vez que o ciclo é constantemente utilizado para rever os objetivos quando eles já foram alcançados e para continuar o padrão ao voltar à fase de planejamento realizado. Nesse planejamento, são organizadas faixas aceitáveis de valores (nível de controle) como um objetivo, isto é, a faixa de padrão admissível para certoitem de controle (LIMA, 2006). O intuito das empresas é gerar valor econômico, o que significa promover a evolução do seu patrimônio líquido. Logo, torna-se imprescindível que os gestores estabeleçam de maneira clara as metas e os resultados esperados por meio de ferramentas de gestão que visem planejá-las e controlá-las. Fonte: Souza (2018). JOHNSON, G. Fundamentos de estratégia. Porto Alegre: Bookman, 2011. LIMA, R, A. Como a relação entre clientes e fornecedores internos à organização pode contribuir para a garantia da qualidade: o caso de uma empresa automobilística. Ouro Preto: UFOP, 2006. MINTZBERG, H. O processo da estratégia. Porto Alegre: Bookman, 2006. OLIVEIRA, D. P. R. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2004. PEREIRA, M. F. Planejamento estratégico: teorias, modelos e processo. São Paulo: Atlas, 2010. SILVA, J. A. Apostila de controle da qualidade I. Juiz de Fora: UFJF, 2006. SOUZA, A. Planejar antes de agir. Administradores, João Pessoa, 12 jan. 2018. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/empreendedorismo/planejar-antes- -de-agir/108749/>. Acesso em: 25 set. 2018. SWAIM, R. W. A estratégia segundo Drucker: estratégias de crescimento e insights de marketing. Rio de Janeiro: LTC, 2011. Etapas do planejamento estratégico10 VIEIRA FILHO, G. Gestão da qualidade total: uma abordagem prática. 3. ed. São Paulo: Alínea, 2010. Leituras recomendadas ANSOFF, I. H. Administração estratégica. São Paulo: Atlas, 1990. MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B.; LAMPEL, J. Safari da estratégia. Porto Alegre: Bookman, 2010. THOMPSON JUNIOR, A. A.; STRICKLAND, A. J. Planejamento estratégico: elaboração, implementação e execução. São Paulo: Pioneira, 2000. WRIGHT, P.; KROLL, M. J.; PARNELL, J. A Administração estratégica: conceitos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2000. 11Etapas do planejamento estratégico Dica do professor Os cenários interno e externo da empresa poderão influenciar diretamente nas novas decisões a serem empregadas no planejamento estratégico. Esse processo realiza o papel de informar todos os outros projetos da empresa, sendo uma espécie de condutor de todos os planos de ação. Você sabia que a organização poderá criar as suas etapas para elaborar seu planejamento estratégico? Na Dica do Professor, você verá um pouco mais sobre o planejamento estratégico e as suas etapas. Acompanhe, a seguir. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/a428bed7c6c904c8c0577ec2dceb5dc6 Na prática O planejamento estratégico é uma ferramenta ou processo que auxilia a organização a revisar sua atuação no mercado e a definir seus objetivos e táticas para alcançá-los, bem como seus controles para garantir a execução e a comunicação a todos os interessados. O desenvolvimento e a revisão desse processo devem ocorrer de forma periódica e estruturada em alguns passos. Diante disso, clique em “Saiba mais” e confira abaixo mais informações sobre essas etapas. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Independentemente do tamanho ou segmento da organização, o planejamento estratégico é fundamental nos dias atuais. A sobrevivência de uma empresa no mercado está relacionada à estratégia por ela adotada. A forma como uma empresa se coloca e se protege de ameaças é o que assegura sua competitividade. Além disso, por meio do planejamento estratégico, é possível encontrar as oportunidades necessárias para o estabelecimento e crescimento do negócio. Por exemplo, quando a empresa "x" resolve fechar parcerias com seus fornecedores, comprando mais itens por um valor menor, para conseguir realizar promoções e enfrentar a nova concorrência de sua região, essas promoções podem acabar rendendo mais faturamento e, consequentemente, benefícios para a organização. O processo engloba várias etapas, como o estudo de pontos fortes, fraquezas, oportunidades e ameaças, além do planejamento das ações futuras de uma maneira priorizada e realista. Na prática, observe uma das estratégias adotadas pela BuzzFeed para enfrentar as adversidades de seu ambiente externo. https://grupoa-edtech.grupoa.education/object/Kogb8N4ST02hm8Q1CoHfkg Planejamento estratégico Apresentação Você sabia que o termo planejamento estratégico surgiu como uma crítica ao urbanismo moderno? Esse planejamento rompeu com a ideia dos planos urbanos de larga escala, garantindo planos menores e específicos para cada porção da cidade. Nesta Unidade de Aprendizagem, apresentaremos detalhes do planejamento estratégico, seus objetivos principais e relevância para o planejamento de grandes cidades. Você vai observar o desafio de redefinir o cenário globalizado de cidades cada vez mais complexas que por vezes determinam e influenciam outras localidades ou até um país inteiro, como é o caso do plano estratégico feito pela cidade de Barcelona, na Itália. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer a definição de planejamento estratégico.• Listar os objetivos e a importância do planejamento estratégico.• Identificar um exemplo de planejamento estratégico.• Infográfico O planejamento estratégico é contrário ao planejamento global e abrangente, pois entende que cada área da cidade merece atenção especial, visto que tem suas particularidades. Portanto, ele apresenta algumas características específicas. Confira no infográfico a seguir com mais detalhes. Conteúdo do livro O planejamento nomeado estratégico, assim como a atividade global de planejar, tem por objetivo melhorar as cidades, garantindo espaços mais adequados para seus moradores. A diferença entre esse planejamento e os demais é que o planejamento estratégico foca em frações das cidades para resolver aos poucos os problemas de cada parte; já o planejamento global pensa na cidade como um todo e de uma só vez. Com o intuito de reforçar seus conhecimentos, leia o capítulo sobre Planejamento Estratégico, da obra Planejamento Urbano. Boa leitura. PLANEJAMENTO URBANO Vanessa Guerini Scopell Planejamento estratégico Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer a de� nição de planejamento estratégico. Listar os objetivos e a importância do planejamento estratégico. Identi� car um exemplo de planejamento estratégico. Introdução Você sabia que o termo planejamento estratégico surgiu como uma crítica ao urbanismo moderno? Este planejamento rompeu com a ideia dos planos urbanos de larga escala, garantindo planos menores e específicos para cada porção da cidade. Neste capítulo, você vai estudar detalhes do planejamento estraté- gico, seus objetivos principais e sua relevância para o planejamento de grandes cidades. Além disso, você conhecerá um pouco sobre os planos estratégicos feitos pela cidade de Barcelona, na Espanha. O que é planejamento estratégico? O planejamento é uma atividade complexa e que pode ser realizada a partir de variados enfoques e métodos. Essa atividade foi evoluindo ao longo dos anos, tendo em vista as fases e mudanças nas cidades. No final da década de 1980 e início da década de 1990, surgiu um enfoque de planejamento estratégico que vem exercendo grande influência na forma como o planejamento urbano é feito. Conforme consta na Resolução nº 34/2005 do Conselho das Cidades, o Plano Diretor deve prever, no mínimo “[...] os objetivos, temas prioritários e estratégias para o desenvolvimento da cidade e para a reorganização territorial do município, considerando sua adequação aos espaços territoriais adjacentes [...] (BRASIL, 2005, art. 1, inc. III). Isso significa que, mesmo o planejamento sendo global, ele deve estabelecer estra- tégias que podem ser pontuais, a fim de resolver problemas mais específicos.Cap_12_Planejamento_Urbano.indd 1 30/01/2018 17:27:37 O termo “planejamento estratégico” despontou a partir do urbanismo pós-moderno, que foi uma ruptura da ideia do planejamento modernista, o qual defendia uma organização e desenvolvimento das cidades por meio de planos urbanos de larga escala. O planejamento pós-moderno, contrário ao seu antecessor, sustentava a ideia de que a cidade deveria ser tratada como mercadoria, alegando ser importante o melhoramento específico de partes das cidades e a ocupação dos espaços vazios. Sendo assim, a ideia do planejamento estratégico é trabalhar com pontos ou temas específicos, melhorando, aos poucos, frações das cidades. Conforme Kaufman e Jacobs (1987), o planejamento estratégico repre- senta uma transposição dos conceitos do planejamento de empresas para o planejamento urbano, considerado um processo de elaboração de estratégias para pontos das cidades, na qual se define a relação entre a organização e o ambiente, bem como os objetivos organizacionais e definição de estratégias para a resolução das questões principais. A partir dos anos 1980, as cidades passaram a ser vistas e organizadas sob uma nova perspectiva, não sendo consideradas apenas como um lugar onde acontecem as relações sociais, econômicas e políticas, mas também como um produto, uma mercadoria. Nesse sentido, o planejamento estratégico surge como uma ação que busca valorizar áreas especificas das cidades com base em projetos de revitalização que objetivam qualificar esses locais a fim de torná-lo atrativos para moradores e visitantes, tendo em vista sempre o melhoramento da imagem da cidade, vendendo-a para as pessoas. Segundo Lefebvre (2006, p. 54), neste momento, “[...] a produção deixa de ser apenas na cidade para ser da própria cidade, ou seja, a cidade deixa de ser apenas o lugar onde o capital pode se realizar para se tornar, ela mesma, o produto indispensável para a manutenção e ampliação do capital [...]”. Assim, passa a ser importante um planejamento das cidades para que elas atendam as necessidades de seus moradores: “Para cumprir a sua função, para garantir a qualidade de vida de seus habitantes, as cidades precisam tomar consciência de si mesmas, observar-se como seres vivos e tratar de coordenar esforços para alcançar objetivos comuns a todos os seus habitantes e agentes sociais [...]” (MOTA, 1981, p. 15). Dessa forma, é importante planejar a cidade em todos os seus aspectos, mas desde que isso possa ser realizado aos poucos e por partes ou temas, conforme a premissa do planejamento estratégico, garantindo, assim, planos específicos voltados para cada realidade. Com a globalização, essa tarefa se torna ainda mais árdua, já que o tempo se acelera e os fluxos que estruturam a rede também se alteram com intensa rapidez, o que produz um ambiente Planejamento estratégico2 Cap_12_Planejamento_Urbano.indd 2 30/01/2018 17:27:38 extremamente mutável. Portanto, a transformação constante faz que com as estratégias gerais, e muitas vezes globais, de planejamento percam o valor usual em pouco tempo, de modo que se torna importante planejar estrategicamente e pontualmente, considerando essa flexibilidade. É importante ressaltar que a cidade contemporânea está na era da globa- lização e ainda muito voltada para o comércio, sendo uma cidade-empresa, diferentemente da cidade-fábrica da era maquinista. Nessa perspectiva, o plane- jamento estratégico pode ser definido como intervenções urbanas específicas, normalmente ligadas a partes das cidades e elaboradas a partir de projetos de revitalização e requalificação urbana. Esse planejamento se preocupa em produzir projetos pontuais, de menor escala em relação às intervenções modernas, intervindo, geralmente, em áreas degradadas e obsoletas. O planejamento estratégico tem como função principal promover as cidades, a partir de uma organização particular e exclusiva de algumas de suas porções, tornando-as atrativas para seus usuários, turistas e investidores. A ideia é passar a imagem de uma cidade empreendedora, socialmente integrada, que oferece qualidade de vida e um clima favorável aos negócios. Este planejamento é diferente do planejamento global e abrangente, pois entende que cada área da cidade merece atenção especial, visto que têm suas particularidades. De qualquer forma, toda e qualquer atividade de planejar, mesmo tendo suas especificidades, está dentro de um planejamento global. Conforme Bryson e Roering (2004), esse planejamento apresenta uma ênfase maior em: Ações voltadas para cada realidade; Agentes da sociedade que têm interesse ou podem influenciar no pro- cesso de planejamento; Atenção às deficiências e potencialidades de cada área. O planejamento estratégico de um município é mais que um plano de gover- no, uma vez que seu horizonte temporal é maior do que qualquer mandato, é também uma proposta da sociedade para o futuro do local e visa garantir uma continuidade no planejamento municipal independente de quem esteja no poder; busca espelhar uma visão de futuro compartilhada entre os agentes envolvidos no processo de sua elaboração e implementação; busca a valo- rização, a atração e a localização de diferentes investimentos no território municipal, passa a inserir a cidade no mercado mundial de cidades, fazendo os governos locais operarem em sinergia com a lógica público-privada (FER- NANDES, 2008, p. 26). É importante ressaltar que apesar de o planejamento estratégico ser es- pecifico e pontual, ele leva em consideração aspectos físicos, geográficos, 3Planejamento estratégico Cap_12_Planejamento_Urbano.indd 3 30/01/2018 17:27:38 econômicos, políticos e sociais de cada porção ou assunto, relacionando-os a todo o território, não tratando as partes como isoladas, mas sim como com- ponentes de um todo urbano. Muitos planos diretores dos municípios se intitulam como Planos Diretores Integrados. Isso é uma maneira de res- saltar que esse instrumento de política pública urbana foi pensado e articulado para que todos os aspectos (físico, econômico, social e político) estejam presentes na formu- lação de diretrizes que contribuam para o melhoramento das cidades. O Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI) é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. O Estatuto da Cidade estabelece que o Plano Diretor é um instrumento da política urbana de planejamento mu- nicipal, além de reiterar o preceito constitucional de que a propriedade urbana somente cumprirá sua função social quando atender às exigências fundamentais de ordena- ção da cidade expressas no plano diretor, assegurando o atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça social e ao desenvolvimento das atividades econômicas, dentre outros. Acesse o link ou o código a seguir e conheça mais sobre o PDDI. https://goo.gl/YhQvH9 Objetivos e importância do planejamento estratégico O planejamento nomeado estratégico, assim como a atividade global de planejar, tem por objetivo melhorar as cidades, garantindo espaços mais adequados para seus moradores. A diferença entre esse planejamento e os demais é que o planejamento estratégico foca em frações das cidades para resolver, aos poucos, os problemas de cada parte; já o planejamento global pensa na cidade como um todo e de uma só vez. De qualquer forma, todo planejamento global requer a ajuda de planos estratégicos, já que essas atividades fazem Planejamento estratégico4 Cap_12_Planejamento_Urbano.indd 4 30/01/2018 17:27:38 parte de um conjunto. Conforme cita Lopes (1998, p. 89), o planejamento estratégico tem por objetivo principal “[...] a coordenação dos vários níveis e funções estratégicas de uma organização em um projeto global, considerando quatro pontos principais, que são a missão, onde queremos ir; as estratégias, como chegar lá; o orçamento, o que podemos fazer; o controle, como medir o andamento do processo.” Adequandoesse objetivo para o planejamento das cidades, pode-se dizer que a missão do planejamento estratégico consiste em tornar a cidade, a partir de suas frações, adequada às necessidades e aos anseios da população, considerando uma gestão democrática de recursos e investimentos, garan- tindo espaços salubres e adequados para todos, de forma igualitária e justa, contribuindo, desse modo, para a qualidade de vida dos centros urbanos. Para isso, o planejamento estratégico trata das áreas das cidades com base em suas particularidades; para Faria (2009, p. 165) “[...] as estratégias englobam as ações que devem ser executadas para se atingir a cidade melhorada, mas tais ações não devem ser aplicadas indiscriminadamente; pelo contrário, devem atender à realidade de cada lugar específico.” Além do seu intuito principal de melhoramento das condições e áreas dos centros urbanos, o planejamento estratégico, segundo Saboya (2008), apresenta algumas características próprias. São elas: Incorporação da análise do contexto externo; Ênfase na competitividade entre cidades – as cidades são tratadas como um produto e são entendidas como parte de um amplo contexto que gera competição entre os centros urbanos; Foco nos pontos fortes e nos pontos fracos – não leva em consideração apenas suas deficiências, mas destaca suas potencialidades a fim de que aquela cidade ou porção se sobressaia em relação às demais; Orientação à ação e aos resultados – se concentra em ações a serem adotadas e nos resultados concretos alcançados a curto, médio e longo prazo, não esperando uma cidade ideal somente com objetivos para longo prazo; Participação dos atores envolvidos nos processos urbanos – aqueles cidadãos que serão diretamente atingidas pelos resultados do processo de planejamento urbano devem participar de maneira ativa da formulação do plano estratégico; Relação com o planejamento sistêmico – considera que todos os aspectos das cidades têm uma relação entre si e que cada um pode influenciar os demais; 5Planejamento estratégico Cap_12_Planejamento_Urbano.indd 5 30/01/2018 17:27:38 Ênfase na atuação sobre pontos-chave – apesar de levar em consideração os diferentes pontos de vista, enfatiza os aspectos considerados estrutu- rais, ou seja, aqueles que são capazes de exercer maior influência sobre os demais. “Portanto, a atuação do planejamento estratégico não se dá sobre todos os pontos importantes, mas apenas sobre aqueles que têm a capacidade de atuar como catalisadores de mudanças importantes, cha- mados também de fatores críticos” (KAUFMAN; JACOBS, 1987, p. 52). Tendo em vista suas características, para que seja eficaz, o planejamento estratégico precisa seguir algumas etapas. Conforme sugere Bryson (2004), as etapas para o planejamento estratégico são: 1. Iniciar e pactuar um processo de planejamento estratégico: nessa etapa, é preciso haver um acordo entre os principais atores sobre a necessidade de um plano estratégico e sobre as etapas gerais a serem cumpridas, como forma de obter comprometimento com o processo. É nessa etapa, também, que deve ser feita uma análise dos stakeholders, entendidos como “[...] uma pessoa, grupo ou organização que possa demandar atenção, recursos ou resultados de uma organização (ou outra entidade), ou que é de alguma maneira afetada por suas ações” (BRYSON, 2004, p. 35). 2. Identificar os requisitos legais: nesse item, são listados e analisados todos os requisitos que o município deve obedecer, tais como condi- cionantes, restrições, expectativas, objetivos, entre outros. 3. Esclarecer a missão e os valores: essa fase deixa explicita e clara a missão do plano, que pode ser entendida como o intuito máximo do mesmo, e os valores, que são os princípios considerados primordiais para que a organização cumpra sua missão. 4. Avaliar os ambientes interno e externo: essa etapa busca examinar oportunidades e perigos que se apresentam para o centro urbano. Conforme Saboya (2008, p. 1): [...] as ameaças podem ser entendidas como uma condicionante desfavorável imposta por um acontecimento do entorno, enquanto oportunidade pode ser definida como o inverso, ou seja, como uma ocasião para se alcançar uma vantagem compe- titiva (uma possibilidade de conseguir recursos financeiros através de um edital, por exemplo). A análise interna envolve a avaliação dos pontos fortes e fracos do município ou da organização. Essa avaliação, entretanto, para ter sentido, precisa estar integrada à análise externa, visto que os pontos fortes e fracos de uma cidade adquirem Planejamento estratégico6 Cap_12_Planejamento_Urbano.indd 6 30/01/2018 17:27:39 real significado quando comparados aos das suas competidoras”. Güell (1997, p. 36) complementa que “[...] um ponto forte pode ser neutralizado pela existência do mesmo ponto forte em outra cidade ou, por outro lado, pode acontecer o inverso: a importância de um ponto fraco pode ser amenizada pela existência do mesmo ponto fraco nas suas concorrentes [...]”. 5. Identificar as questões estratégicas: o principal objetivo dessa etapa é concentrar a atenção e os esforços naqueles itens realmente impor- tantes para o município ou para a organização, tendo em vista evitar o desperdício de recursos (humanos, financeiros, etc.) em ações que tendem a não apresentar os melhores resultados. 6. Formular as estratégias para responder às questões: essa etapa tem por intuito formular estratégias que respondam às questões identificadas na etapa anterior. Bryson (2004, p. 46) diz que “[...] uma estratégia pode ser definida como um padrão de objetivos, políticas, programas, ações, decisões ou alocação de recursos que definem o que uma organização é, o que ela faz, e porque ela o faz [...]”. 7. Revisar e adotar as estratégias ou o plano estratégico: nesse mo- mento, o plano estratégico passa pela aprovação dos órgãos competentes para, então, poder ser implementado. É nesse momento que podem ser solicitados alguns ajustes ou alterações. 8. Definir a visão de futuro: trata-se de uma descrição de como será o município ou a área após serem implementadas as estratégias do plano, podendo ser considerado um prognóstico daquela porção. “Sua principal função é comunicar o que se espera dos atores e motivá-los através de uma visão inspiradora e clara sobre o futuro desejado [...]” (SABOYA, 2008, p. 1). 9. Desenvolver um processo de implementação do plano estraté- gico: nesse momento, são elaborados os detalhes de cada ação estratégica planejada, especificando os atores responsáveis por realizar cada ação, meta, objetivo específico, cronograma e organização dos recursos. 10. Reavaliar as estratégias e o processo de planejamento estratégico: é importante que, depois de algum tempo de implementação das estra- tégias, seja feita uma avaliação dos resultados alcançados com vistas a subsidiar ajustes ou mesmo outros processos de planejamento estra- tégico. Conforme ressalta Güell (1997, p. 29), “[...] é importante que as estratégias adotadas sejam divulgadas para toda a população, de forma a envolver a população na sua implementação e no monitoramento dos resultados obtidos [...]”. 7Planejamento estratégico Cap_12_Planejamento_Urbano.indd 7 30/01/2018 17:27:39 O cumprimento das etapas desse planejamento garante que seu objetivo principal seja atingido. Esse tipo de planejamento, por lidar com áreas ou temas específicos e por partes, pode ser considerado eficaz justamente por trabalhar com segmentos, o que facilita a resolução de determinado problema para que, então, se parta para a resolução de outro. Plano estratégico de Barcelona O cenário de globalização das cidades, as alterações na economia e a intensi- dade das informações trazem à tona centros urbanos cada vez mais complexos em suas estruturas. Isso torna a gestão pública e a administração das cidades um desafi o, pois, segundo Fernandes (2008, p. 14), a “[…] redefi nição de gestão urbana deverá levar em conta os
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