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Leia o trecho a seguir. Agora, vamos parafraseá-lo. Este trecho se encontra na página 49 da obra mencionada após o texto. “Ler pode ser uma fonte de alegria. Pode ser. Nem sempre é. Livros são iguais à comida. Há os pratos refinados, como o cailles au sarcophage, especialidade de Babette, que começam por dar prazer ao corpo e terminam por dar alegria à alma. E há as gororobas, malcozidas, empelotadas, salgadas, engorduradas, que além de produzir vômito e diarreias no corpo produzem perturbações semelhantes na alma. Assim também os livros. Ler é uma virtude gastronômica: requer uma educação da sensibilidade, uma arte de discriminar os gostos. O chef prova os pratos que prepara antes de servi-los. O leitor cuidadoso, de forma semelhante, prova um canapé do livro, antes de se entregar à leitura.” ALVES, Rubem. Entre a ciência e a sapiência: o dilema da educação. 6. ed. São Paulo: Loyola, 2001. Você poderá iniciar a sua paráfrase da seguinte maneira: De acordo com Alves (2001, p. 49), ................................ Segundo Alves (2001, p. 49), .......................................... Para Alves (2001, p. 49), ................................................ Entre parênteses, mencione o ano em que a obra foi editada ou reeditada e a página em que se encontra o trecho. A seguir, informe o que o autor afirma ou aponta ou ressalta. Utilize o verbo adequado. Eis alguns: analisar, refletir sobre, comparar, distinguir, apontar, afirmar, salientar, ressaltar, questionar, informar, entre outros. Vejamos: De acordo com Alves (2001, p. 49), ler pode ou não ser uma fonte de alegria. Indique a página com a abreviatura p. somente. É mais usada esta abreviatura. A partir desta primeira frase, não mais repita o nome do autor, tampouco o chame de “ele”, chame-o de “esse autor”. Você poderá repetir o nome do autor caso mude de página ou caso coloque o nome de outro autor logo a seguir. Se isso não ocorrer, continue a reescritura do texto, tendo o cuidado de verificar de quem é a voz que faz tais afirmações todo o tempo. E também não utilize mais de uma vez a expressão “esse autor” durante a execução do trabalho. Atenção: não use inadequadamente os verbos “definir” e “colocar”. Definir – conceitualizar. Colocar - Pôr em algum lugar, pôr, botar. Evite: “O autor coloca...”; “...o autor faz uma colocação...” etc. Continuemos! De acordo com Alves (2001, p. 49), ler pode ou não ser uma fonte de alegria. Esse autor salienta que os livros são iguais à comida e, para provar tal afirmação, compara os pratos refinados e os não refinados aos livros, argumentando que, se o alimento não for bom, causará mal-estar no corpo e na alma; da mesma forma, se o livro não for bom, causará sensações semelhantes às provocadas por tal alimento (idem). E conclui que ler é uma virtude gastronômica, pois demanda uma educação da sensibilidade, sugerindo que o leitor cuidadoso deve provar um pouco do livro antes de lê-lo, assim como o chef de cozinha prova o alimento antes de servi-lo (ibidem). Prezado leitor(a), é preciso compreender que não se trata de um modelo o trecho parafraseado. Trata-se de uma entre as possíveis leituras. Vamos conferir se há presença da voz do autor no texto parafraseado, respondendo às perguntas a seguir: Quem afirma que ler pode ou não ser uma fonte de alegria? Quem salienta que os livros são iguais à comida? Quem compara os pratos refinados e os não refinados aos livros? Quem conclui que ler é uma virtude gastronômica? Quem sugere que o leitor cuidadoso deve provar um pouco do livro antes de lê-lo? A resposta a tais questões deve ser sempre: Alves, o autor. Repetimos que não é de bom-tom chamar o autor somente pelo primeiro nome (ou chamá-lo “ele”), a não ser que este seja uma pessoa do seu convívio. Observe que você pode, também, iniciar a sua paráfrase com o nome do autor. Vejamos: Alves (2001, p. 49) afirma que ler pode ou não ser uma fonte de alegria. (Observe que, neste caso, não há vírgula separando o nome do autor e o verbo afirmar. Não há vírgula entre o sujeito e o predicado.) Observe, também, que, após o nome de Alves (o autor), você deverá colocar um verbo que exprima a ação realizada. Assim, Alves (2001, p.49) afirma......... (o quê?) Alves (2001, p.49) analisa ........ (o quê?) Alves (2001, p. 49) descreve ......(o quê?) Alves (2001, p. 49) reflete sobre...(o quê?) Alves (2001, p. 49) salienta ........(o quê?) Alves (2001, p.49) ressalta ..... ... (o quê?) Alves (2001, p. 49) critica ...........(o quê?) Alves (2001, p. 49) compara ........(o que com o quê?), entre outras ações. ATENÇÃO: Caso queira utilizar o verbo “analisar”, saiba que este verbo significa “decompor em partes”. Se o autor estiver decompondo algo, um assunto, em partes, logo, estará analisando. Para corroborar o que afirmamos até o momento, citamos a definição de Othon Garcia sobre o termo paráfrase. “(...) a paráfrase corresponde a uma espécie de tradução dentro da própria língua, em que se diz, de maneira mais clara, num texto B, o que contém um texto A, sem comentários marginais, sem nada acrescentar e sem nada omitir do que seja essencial, tudo feito com outros torneios de frase e, tanto quanto possível, com outras palavras, e de tal forma que a nova versão — que pode ser sucinta sem deixar de ser fiel — evidencie o pleno entendimento do texto original.” (GARCIA. 2010, p. 185). (GARCIA, O. M. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro: Lexikon, 2010). Observe que a citação de um texto deve vir entre aspas e com indicação do autor do texto, o ano da publicação e o número da página da qual foi extraída.
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