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VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER CONHECER, COMBATER, COIBIR. A atuação do assistente social e o funcionamento da rede de enfrentamento do estado de Mato Grosso do Sul

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1 
 
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: CONHECER, COMBATER, COIBIR. 
A atuação do assistente social e o funcionamento da rede de enfrentamento do estado de Mato Grosso 
do Sul.
1
 
 
Talitha Falcão Macedo de Andrade e Silva 
2
 
Edmara Martins de Souza
3
 
 
 
RESUMO 
O objetivo do artigo é propor conhecimento acerca da violência contra a mulher de modo geral no 
âmbito social, contextualizando a sua origem e relacionando com os tempos atuais, explicitando os 
tipos de violências, o ciclo da violência, os danos causados por ela, como romper e se manter fora do 
ciclo. Assim como, ressaltar o papel do(a) assistente social perante essa questão, em como o mesmo 
deve e pode proceder diante um caso. Levando em consideração a demarcação do estado de Mato 
Grosso do Sul, sendo o pioneiro na criação da Casa da Mulher Brasileira, ressaltando que é uma fonte 
expansiva de dados e pesquisas, tendo um destaque e reconhecimento nacional e internacional no 
incentivo ao combate e a prevenção. Dentro desta perspectiva, abordando como é realizado o 
atendimento, acolhimento e encaminhamento das requerentes, as medidas cabíveis às ocorrências, 
informando como é realizados os procedimentos na aplicação da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06), 
como são efetivadas a proteção às mulheres que sofrem violência independentemente do local e da sua 
relação com o autor, discorrendo desde a fase inicial da denúncia, até medidas mais rigorosas, tais 
quais as medidas protetivas. Assim como, desmistificando todas as informações incorretas que cercam 
as medidas protetivas. 
PALAVRAS-CHAVE: Assistente Social. Violência contra a Mulher. Rede de enfrentamento. Mato 
Grosso do Sul. 
_________________________ 
 
INTRODUÇÃO 
Por séculos as mulheres vêm sendo vítimas de algum tipo de violência, sendo ela 
realizada majoritariamente pelo público masculino. Isso se deve ao fato de que nossa 
 
1
 Trabalho de Conclusão do Curso de Serviço Social, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, 2023. 
2
 Acadêmica do curso de Serviço Social da Universidade Católica Dom Bosco 
Email:talithafalcaom@hotmail.com 
3
 Docente do curso de Serviço Social da Universidade Católica Dom Bosco – UCDB. Graduada em Serviço 
Social. Mestre em Psicologia. Orientadora do Trabalho de Conclusão de Curso. Email:edmaramartins@ucdb.br 
2 
 
sociedade é acometida por uma cultura extremamente machista, patriarcal e dominadora que 
perpassa geração em geração e se estende até os tempos atuais. Podendo ela ocorrer no âmbito 
doméstico, familiar, local de trabalho ou qualquer outro ambiente, assim como independe o 
vínculo familiar ou afetivo com o agressor. Ressaltando o papel dominante do gênero 
masculino diante a sociedade, enquanto o gênero feminino está fadado à sensação de 
insegurança e impotência diante a sociedade e principalmente, diante o poder judiciário. 
No Brasil, a violência contra a mulher tem respaldo legal através da lei Maria da 
Penha Lei 11.340, sancionada em 2006, da qual se refere à criação de mecanismos para 
coibição e prevenção à violência doméstica e familiar contra a mulher. 
 
 Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação 
sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos 
fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as 
oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde 
física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social. 
(BRASIL, 2006, p 15). 
 
A violência de gênero contra a mulher foi reconhecida como uma questão de 
saúde pública, vista como uma epidemia invisível, tornando-se uma grande preocupação para 
a saúde da população brasileira e para o setor de saúde, pois provoca lesões e traumas físicos 
e danos emocionais, deixando um lastro de problemas, afetando indivíduos, famílias, grupos e 
a sociedade como um todo (OLIVEIRA, 2006). 
No Mato Grosso do Sul, a Casa da Mulher Brasileira, foi a primeira unidade a ter 
instituída no Brasil em 3 de fevereiro de 2015, sendo a pioneira em âmbito nacional nas 
politicas públicas de enfrentamento a violência contra a mulher, oferecendo um atendimento 
integral, humanizado e especializado para auxiliar as mulheres que se encontram no ciclo da 
violência ou que tiveram seus direitos cerceados pelo fato de serem mulheres. 
Portanto, o estado de Mato Grosso do Sul, além de ser o pioneiro na criação e 
institucionalização de um espaço reservado às mulheres, com politicas públicas que atendem 
não somente as mulheres, também oferece suporte familiar a todos os envolvidos: a vítima, o 
agressor e os familiares. Todo esse trabalho é realizado por uma extensa rede de 
enfrentamento oferecida pelo Estado de Mato Grosso do Sul, que conta com o trabalho 
especializado e fornecido pelo Governo Estadual de Mato Grosso do Sul, Ministério Público, 
Tribunal de Justiça, Defensoria Pública e iniciativas privadas. Das quais é realizado um 
trabalho multidisciplinar, com uma vasta equipe profissional com capacidade para lidar com 
efetividade a questão da violência. 
3 
 
Com isso, o papel do assistente social é inegável, visto que, o profissional é uma 
peça-chave para o engendramento das politicas públicas, para o entendimento e a 
contextualização histórica-social que envolve o assunto, para as mediações: a identificação da 
violência, realizando o acolhimento, atendimento, esclarecimento e encaminhamento das 
usuárias. O profissional assume uma relevância diante o trabalho multiprofissional. 
Portanto, acentuo que a origem do interesse pelo assunto, diz respeito à realização 
do estágio supervisionado, do qual me proporcionou um conhecimento acerca da importância 
do Serviço Social, uma vez que o mesmo é a porta de entrada das politicas públicas e por ser 
o requisitado pela sociedade para o atendimento das demandas sociais. Trabalho esse 
realizado pelo profissional a fim de auxiliar, esclarecer e encaminhar os indivíduos para a 
solução de suas problemáticas. Ademais, fez-se necessário um estudo e uma pesquisa acerca 
dos meios de intervenção do (a) Assistente Social frente às questões de violência contra a 
mulher no estado de Mato Grosso do Sul. 
Diante toda a problemática no tocante aos meios de enfrentamento, inibição e 
prevenção, considerando a ampla rede de apoio e suporte, é indagado, qual o papel e a 
intervenção do (a) assistente social perante a demanda e quais os meios de atendimento? 
Nesse sentido, o estudo tem como objetivo geral: Conscientizar sobre a violência 
contra a mulher: o que é, como e o porquê ocorre; O impacto da violência na vida da mulher. 
E como objetivo específico: Salientar a importância do (a) assistente social perante as 
abordagens e abordar as intervenções do (a) assistente social com mulheres em situação de 
violência, seja ela doméstica, familiar ou de qualquer relação; Descrever o funcionamento das 
redes de apoio de enfrentamento no Mato Grosso do Sul. 
A pesquisa se dará por meio de estudos e pesquisas independentes, sendo 
embasada em autores que abordam a temática em âmbito geral e nacional, porém utilizando-
os como exemplo para a demarcação estadual, visto que, não há autores que abordam a 
temática especificamente no estado de Mato Grosso do Sul. Tais quais os autores são: 
MINAYO, SAFFIOTI, GRANJA, DIAS, SOUZA e demais. 
Será fundamentada através de autores, artigos científicos, livros, cartilhas, scielo e 
sites oficiais como: Não Se Cale/ /Governo de Mato Grosso do Sul, Tribunal de Justiça de 
Mato Grosso do Sul (TJMS), Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP), 
Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher da Defensoria Pública 
(NUDEM), onde é fornecidos dados e planilhas datados a partir de 2015. 
4 
 
Sendo assim, a pesquisa tem como finalidade, um processo inicial para a obtenção 
de conhecimentos prévios e que estão sendo disponibilizados,porém mais voltados ao 
atendimento especifico de um estado. 
Portanto, com o conhecimento amplo e geral acerca do assunto, a pesquisa 
bibliográfica pode auxiliar no engendramento de novas perspectivas, ideias. Assim como, 
ressaltar quais os pontos mais abordados da temática e os menos abordados. 
 
1. O QUE É A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER 
Segundo Saffioti (2001), a violência de gênero é compreendida como uma relação 
com base na desigualdade de poder sendo sustentada por uma lógica machista. Historicamente 
falando, a violência contra a mulher advém de um cenário do qual era estabelecida uma 
estrutura machista, patriarcal, misógina e conservadora que se baseava em um 
fundamentalismo religioso opressivo, coercivo e autoritário, do qual sempre colocava a figura 
feminina em um papel de oprimida, submissa, subjugada e inferiorizada, que perpetuam até os 
tempos atuais, expondo a quão retrógrada a sociedade ainda se mantém, apontando a 
existência das discriminações entre os gêneros, as classes e as raças e evidenciando a 
distinções sociais, das quais geram uma pirâmide social. Como podemos exemplificar logo 
abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao abordarem acerca das relações dos gêneros, Granja e Medrado (2009) apontaram 
que a diferenciação dos gêneros favorece a lógica comportamental violenta, uma vez que, há 
determinado tempo atrás, havia uma concepção geral de que a mulher era vista como um 
objeto de posse, e que, devido a este fator era justificável e tolerável diante os conceitos 
morais e éticos da época. 
Esse complexo de superioridade do homem se estabeleceu sob a base argumentativa 
de que as mulheres geneticamente são destinadas as tarefas domésticas e à maternidade, 
tornando-se discrepante a função social de cada ser, a qual limitava a mulher aos afazeres 
5 
 
familiares e domésticos, enquanto o homem era um sujeito de direitos, por ser o provedor 
devido à sua condição de força física exercida no trabalho. 
Por seguinte, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) elaborou a Recomendação Nº 9 de 
08/03/2007 da qual recomenda aos Tribunais de Justiça a criação dos Juizados de Violência 
Doméstica e Familiar contra a Mulher e a adoção de outras medidas, tendentes à 
implementação das políticas públicas, que visem a garantia dos direitos humanos das 
mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares previstas na Lei Maria da Penha. 
Portanto, através do Conselho Nacional de Justiça podemos tipificar as formas de expressões 
das violências, sendo elas: 
 Violência contra a mulher: Qualquer conduta discriminatória ou agressiva que seja 
ocasionada pelo simples fato da vítima ser do sexo feminino. 
 Violência doméstica: É quando a violência ocorre no ambiente doméstico, ou em uma 
relação de familiaridade, afetividade ou coabitação. 
 Violência familiar: Ocorre nas relações entre os membros familiares, formada por 
vínculos de parentesco (pai, mãe, filha, marido, sogra, padrasto ou outros). 
 Violência física: Ação que causa dano à integridade física de uma pessoa. 
 Violência institucional: Violência motivada por desigualdades de gênero, étnico-raciais, e 
econômicas. Essas desigualdades se formalizam e institucionalizam na esfera pública e 
privada. 
 Violência moral: Ato de caluniar, difamar ou injuriar a honra e reputação da mulher. 
 Violência patrimonial: Ato que implique dano, subtração, destruição ou retenção de 
objetos, bens pessoais e documentos pessoais. 
 Violência psicológica: Ação com o objetivo de controlar as ações da mulher, 
comportamentos, crenças e decisões por meio da coerção, manipulação, humilhação, 
isolamento ou qualquer outra conduta que implique prejuízo à saúde psicológica. 
 Violência sexual: Ato de obrigar uma pessoa à uma relação sexual contra a sua vontade, 
fazendo uso de força física, coerção, chantagem, manipulação e ameaça. 
 
 
 
 
 
 
6 
 
2. VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: CONTEXTO HISTÓRICO, COMO E POR 
QUÊ OCORRE 
Diferentemente do que se acreditava em décadas passadas, o gênero diz respeito às 
práticas e construções sociais e culturais, sendo um processo dinâmico e constante. Dessa 
forma, o processo de constituição dos papéis de gênero é mutável em cada sociedade e de 
contínua construção ao longo da vida dos sujeitos. Assim, o gênero não somente é 
determinante no aspecto social e nos comportamentos, bem como é na constituição da 
subjetividade, da identidade, das concepções e crenças, das formas de sofrimento dos sujeitos 
e até mesmo das possíveis vivências que estes possam vir a experimentar (LOURO, 1995). 
Tal imposição de dominância é historicamente perpassada de geração em geração 
devido a uma cultura machista e patriarcal, da qual estabeleceu que as mulheres devessem ter 
um espaço delimitado perante o espaço masculino, o poder exercido pelo marido, que é o 
chefe da casa, o provedor, cabendo à mulher reconhecer e se colocar no seu lugar e na sua 
função social (ARTHUR; MEJIA, 2006). 
Segundo Dias (2010) o homem cresceu com o pensamento de que ao se tornar adulto, 
seria a figura patriarcal imposta pela sociedade, e sua futura mulher seria submissa às suas 
vontades. A mulher era vista como sem autonomia, não podendo manifestar suas ideias e 
vontades. Apesar da luta social para combater as desigualdades entre os gêneros, ainda se 
cultiva o ideal de que o homem é o ser majoritário da família. 
As desigualdades e violências entre os gêneros, somente se fixaram e são cultuados 
devido à ampla estrutura que foi construída socialmente e culturalmente pelo patriarcado, 
sistema esse de funcionamento sociopolítico e econômico pautado na dominação e exploração 
de minorias, como crianças e mulheres, que são colocadas como objetos de poder do homem 
(SOUZA, 2015). 
Todavia, apesar da conscientização acerca da temática. Quando abordamos o assunto 
para a sociedade, notamos a existência de um receio, desinformação, pré-conceitos e 
desconhecimento sobre as legislações, direitos previstos, como funciona a rede de 
enfrentamento, como proceder após as denúncias e etc. Assim como, também há um temor 
social, quanto à eficácia das medidas protetivas e da lei, o temor em denunciar e pela demora 
nas solicitações e concessões das medidas protetivas em decorrer de um feminicídio. Todo 
esse pensar social, ocorre devido ao fator da qualidade da divulgação em campanhas, que, 
apesar de serem amplamente divulgadas em vários meios de comunicação, infelizmente não é 
acessível a todos, não sendo em grande parte compreendida. 
7 
 
Com isso, é necessário atingir a todos os públicos das diversas faixas etárias e níveis 
escolares e sociais, através de mensagens claras, objetivas e simples sobre o funcionamento da 
Lei Maria da Penha em como e onde denunciar, ressaltando sempre a eficácia das políticas 
públicas quanto à vulnerabilidade da mulher em situação de violência, alegando que a mesma 
estará sob cuidados do Estado caso seja necessário, que a vítima terá todo acolhimento e 
amparo social necessário, para que possa ter a consciência do ciclo da violência, para rompê-
lo e se manter fora dele. Assim como, também é de suma importância, ressaltar que a Lei 
Maria da Penha não é exclusivamente utilizada por relações maritais. Sempre levando em 
consideração o fato de que a violência não é totalmente compreendida por todos, cada 
indivíduo possui um conceito e uma experiência, é importante sempre evidenciar as 
particularidades dos casos, visto que, em suma, as vítimas possuem uma grande dificuldade 
em se reconhecer enquanto vítimas, devido à culpabilização que é imposta ao gênero 
feminino em todos os cenários de abuso. 
Assim ressalta Saffioti, que a as agressões no relacionamento, torna-o uma prisão, da 
qual cabe ao homem o papel e o dever de agredir, e à mulher o de obedecer e se calar, pois 
assim foi determinado pelos gêneros (SAFFIOTI, 2004). 
Contudo, a violência contra a mulher é um dos pontos de maior destaqueno setor 
jurídico e social, devido aos altos índices de reincidência da violência doméstica e familiar, 
uma vez que as mulheres são consideradas por alguns homens, o sexo frágil e 
intelectualmente incapaz, ou seja, caracterizando a desigualdade de gênero entre o homem e a 
mulher. (MEIJA, 2006). 
Apesar da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) enfatizar a questão e dar maior 
visibilidade ao assunto, diversos autores discorrem que, apesar do alcance da lei nas questões 
femininas, pouco se fala ou se sabe das politicas voltadas à reeducação e ressocialização dos 
agressores, sendo essa uma área escassa em estudos e intervenções quando é comparada com 
as ações voltadas a mulher enquanto vítima. 
2.1 Ciclo da Violência 
O ciclo da violência refere-se à violência da qual o agressor é o companheiro. O 
termo ‘’ciclo’’ refere-se ao fato de que as agressões ocorrem continuamente com altos e 
baixos, condenando o relacionamento em dois momentos: os períodos em que conflitos são 
gerados e intensificados gerando a agressividade, seguido da remissão, o convívio está 
pacifico e há harmonia. Com isso, devido à reconciliação, muitas mulheres acabam dando 
uma nova oportunidade ao cônjuge e desistindo do inquérito policial. Esse pensamento 
8 
 
também se deve ao fato de que, muitas agressões ocorrem quando o companheiro está bêbado, 
drogado, com problemas no local de trabalho ou dificuldades financeiras, o que por si só, 
acaba por justificar as agressões, uma vez que, quando ele não está em alguma dessas 
situações, o mesmo é um homem bom, e com isso, acaba aprisionando a mulher em uma falsa 
expectativa de mudanças positivas. Diante a continuidade dos confrontos e da romantização e 
esperança, a mulher se aprisiona em um ciclo contínuo. 
 Logo abaixo, poderemos visualizar o ciclo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FONTE: ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO PGE-MS 
 
1ª fase - Tensão: onde é gerado o desentendimento, com crescimento gradativo dos 
embates, podendo durar vários dias e até meses. É a fase que acontece vários xingamentos, 
críticas, ataques verbais, ofensas, humilhações psicológicas e pequenos incidentes de 
agressões físicas, como tapas e empurrões; Além disso, a mulher começa a ficar observando 
os comportamentos do companheiro, que se torna mais agitado, com isso, a mesma começa a 
se preocupar com o parceiro, negando ou mascarando os abusos e tentando controlar a 
situação tentando evitar qualquer provocação que posa levá-lo a ira. Acontecendo os 
pequenos atos, ela justificará e se denominará a culpada, tendo em vista que, a mesma possuía 
a consciência do estado desequilibrado do companheiro e suspostamente causou o ataque. 
Partindo assim, para a segunda fase. 
2ª fase – Agressão: dentre todas as fases, esta é a mais curta, normalmente dura um 
dia. Nesta fase, a mulher sofre graves danos físicos, podendo em alguns casos, levá-la à óbito. 
Após a agressão física intensiva, a mulher entra em um estado mental de ansiedade, 
culpabilização, tristeza, raiva de sí, medo, receios e a negação dos atos, que a fará negar a 
seriedade dos danos causados pelo agressor e com isso a expectativa de que ela passe logo 
para a terceira fase. 
9 
 
3ª fase – Lua de Mel: é a fase onde começa a harmonia entre o casal, o agressor 
começa a demonstrar culpa, arrependimento e promessas de mudanças, agindo de maneira 
mais calma e amorosa. Ao certo, não se pode afirmar quanto tempo em média pode durar a 
fase lua de mel, até que o próximo incidente ocorra, podendo ela durar dias, semanas, meses e 
anos. Nesta fase o homem passa a fazer com que a companheira sinta-se especial e amada, 
ressaltando os bons momentos da relação que foram anteriores as violências, 
consequentemente, o agressor inicialmente acredita que irá conseguir controlar sua raiva e não 
agredir mais. A mulher começa a se sentir responsável pelo marido, pois o mesmo demonstra 
a dependência emocional com a mulher. 
Em determinado ponto, o relacionamento retorna a primeira fase, posterior a segunda e 
quando se vê, a mulher está dentro do ciclo da violência, sem expectativas positivas, sem 
saúde mental e física para conseguir romper. 
 
 
3. IMPACTO DA VIOLÊNCIA NA VIDA DA MULHER 
Ao observar como ocorre o ciclo da violência, para quem está de fora dele, cabe o 
questionamento, por qual motivo as mulheres se submetem e aceitam pacificamente os abusos 
até o momento que se torna algo insustentável? 
Ao adentrar no contexto histórico, notamos que as mulheres são vítimas de violência, 
seja ela no ambiente doméstico, familiar, de trabalho ou social. O que, ao aprofundar no 
assunto, regressamos aos tempos primitivos, que se baseava na lei da sobrevivência, na lei dos 
mais fortes, que era exercida predominantemente pelo gênero masculino. Contudo, tal 
perspectiva nos acomete até os tempos atuais, onde os homens são objetos de dominância e 
poder, e as mulheres objeto de submissão e subjugação. Com isso, a Organização Mundial da 
Saúde (OMS) definiu a violência como uso intencional da força física ou do poder, real ou 
em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, 
que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, 
deficiência de desenvolvimento ou privação (KRUG, 2002). 
Segundo Minayo (2004), ela se torna um tema mais ligado à saúde por estar associada 
à qualidade de vida que é afetada devido consequências causadas pelas lesões físicas e 
psíquicas, das quais necessitam de uma maior atenção e cuidados dos serviços médicos. 
As consequências das violências perpetradas sobre a mulher acabam, certamente, se 
estendendo aos serviços públicos de saúde. Guedes, Silva e Fonseca (2009) retrataram em 
uma de suas obras, que a violência afeta drasticamente o processo saúde-doença e que durante 
10 
 
a sua vivência, as mulheres que são violentadas apresentam um dano maior em sua saúde 
física e mental, exigindo um custeamento maior, tendo em vista que buscam os serviços de 
saúde com maior frequência do que as demais. 
Poderemos observar na tabela, alguns possíveis riscos expostos à saúde da mulher: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por seguir, no campo da saúde, são evidenciados alguns aspectos que paralisam e 
fortalecem a violência, são eles: primeiramente, o fato de que grande parte das mulheres se 
recusam a prestar queixas contra o agressor; segundo, a predominância dos estereótipos que 
designam as mulheres o lugar de obediência e submissão. Portanto, mesmo quando há a 
identificação, falta o saber profissional em como agir, tendo em vista que, se trata de uma 
situação de extrema vulnerabilidade, dependência emocional e financeira, que geram um 
temor e uma sensação de incapacidade, e tal assunto, exige o acompanhamento de 
profissionais especializados no atendimento, do contrário, pode fortalecer ainda mais a 
sensação de desamparo e julgamento, com isso, fazendo com que a mesma retorne e 
permaneça ao ciclo da violência. 
Neste sentido, o Sistema de Saúde (SUS) pode funcionar como uma ferramenta 
fundamental no combate à violência, tendo em vista que, os Serviços de Atenção Primária à 
Saúde (APS) é a porta de entrada e possuem um grande contato com o a população feminina. 
Uma vez que está previsto no Art. 9º da Lei 11.340/06: A assistência à mulher em situação de 
violência doméstica e familiar será prestada de forma articulada e conforme os princípios e as 
11 
 
diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no 
Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas públicas de proteção, e 
emergencialmente quando for o caso. 
 
4. LEI MARIA DA PENHA (Lei 11.340/06) 
A violência contra a mulher se constitui em um grave problema ético, moral e social, 
da qual atinge as mais diversas classes sociais, ocorrendo majoritariamente no núcleo 
familiar, sendo o companheiroo principal agressor. Com isso, foi constatada a necessidade de 
uma lei que oferecesse uma maior proteção à integridade da mulher em seu contexto familiar 
e doméstico. 
Adentrando na Legislação Brasileira, é denominado na Lei Maria da Penha (Lei 
11.340/06) que: 
Art. 5º: Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar 
contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause 
morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou 
patrimonial: I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o 
espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, 
inclusive as esporadicamente agregadas; II - no âmbito da família, 
compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se 
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por 
vontade expressa; III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o 
agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de 
coabitação (BRASIL, 2006, p.15). 
No Brasil, na expectativa de minimizar as atrocidades que acometiam as mulheres, foi 
exigido ao setor jurídico um olhar com maior rigorosidade diante os crimes, em 2006 é criada 
a Lei Maria da Penha (Lei 11.340), com a finalidade de prevenir, combater e punir crimes 
contra o gênero feminino. A lei é disposta de diversas ações e medidas com a finalidade de 
proteção. De lá para cá, a lei sofreu algumas alterações, proporcionando uma maior segurança 
e suporte. Sendo as principais, no caso da mulher: o encaminhamento a serviços de saúde para 
acompanhamentos médicos e psicológicos, assessoria jurídica gratuita, criação de instituições 
especializadas no atendimento à mulher, criação da Secretaria de Políticas à Mulher. Já para o 
autor, é criado mecanismos de responsabilização, como por exemplo: acompanhamento 
psicossocial e obrigatoriedade da participação em grupos reflexivos com a finalidade da 
reeducação e recuperação, afastamento do agressor no local de trabalho e da residência 
através de medidas protetivas, apreensão de arma de fogo, prisão preventiva, e uma das 
ultimas alterações sendo: 
12 
 
§ 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência física, sexual 
ou psicológica e dano moral ou patrimonial a mulher fica obrigado a 
ressarcir todos os danos causados, inclusive ressarcir ao Sistema Único de 
Saúde (SUS), de acordo com a tabela SUS, os custos relativos aos serviços 
de saúde prestados para o total tratamento das vítimas em situação de 
violência doméstica e familiar, recolhidos os recursos assim arrecadados ao 
Fundo de Saúde do ente federado responsável pelas unidades de saúde que 
prestarem os serviços (BRASIL, 2019). 
Posteriormente, em 2015 entrava em vigor a Lei do Feminicídio (Lei 13.104/15), da 
qual classifica como crime hediondo o homicídio praticado em decorrência do fator 
discriminatório do gênero, misoginia e menosprezo. 
Todavia, as diferentes expressões da violência significam novos desafios a serem 
superados. Tendo em vista que um episódio de agressão doméstica, dificilmente se manterá 
em um único acontecimento isolado. Em geral, são processos violentos impregnados nas 
relações (Diniz & Angelim, 2003). 
Portanto, raramente ocorre somente uma forma de violência, pois uma é o agravo e a 
consequência da outra. Mesmo que a violência física esteja se sobressaindo a olhos nus, a 
violência psicológica e moral estará sempre presente, assim como são antecipadas à física. A 
violência psicológica, segundo a Lei Maria da Penha, é a que mais possui queixas e a que 
possui um maior dano, entretanto, a mais difícil de ser identificada na prática. E que, nas 
práticas jurídicas, é a mais difícil em ser denunciada, comprovada e analisada (Oliveira, 
2008). 
De acordo com o ministro Sebastião Reis Júnior: "O que se exige é um nexo de 
causalidade entre a conduta criminosa e a relação de intimidade pré-existente, gerada pelo 
convívio doméstico, sendo desnecessário coabitação ou convívio contínuo entre o agressor e a 
vítima, podendo o contato ocorrer de forma esporádica". A aplicação da Lei Maria da Penha 
pode ser direcionada a qualquer pessoa, inclusive por outra mulher, desde que possua uma 
relação familiar ou afetiva com a vítima. 
Para o relator, ministro Felix Fischer, a função da Lei Maria da Penha é proteger a 
mulher da violência doméstica e familiar, sendo ela cometida no âmbito doméstico, familiar 
ou de qualquer relação íntima com o agressor. Fischer citou que é considerado a abrangência 
da lei as esposas, companheiras ou amantes, bem como a mãe, filhas, netas, sogra, avó ou 
qualquer outra mulher que mantenha vínculo familiar ou afetivo com o agressor. Também é 
possível enquadrar na lei, a genitora que sofre violência de seus filhos, agressões cometidas 
por ex-namorados ou ex-marido. 
13 
 
Corroborou o ministro Napoleão Nunes Maia Filho: ‘’A Lei 11.340/06 buscou 
proteger não só a vítima que coabita com o agressor, mas também aquela que, no passado, já 
tenha convivido no mesmo domicílio, contanto que haja nexo entre a agressão e a relação 
íntima de afeto que já existiu entre os dois. Para a lei é irrelevante o tempo de dissolução do 
vínculo conjugal, se a conduta tida como criminosa está vinculada à relação de afeto que 
houve entre as partes ‘’. 
 
4.1 Medidas Protetivas 
Trata-se de uma medida de urgência concedida à vítima, podendo solicitá-la por meio 
da delegacia ou do Ministério Público, que encaminhará a solicitação ao juiz. A lei determina 
que as autoridades judiciais devem decidir o pedido no prazo de 48 horas. 
A lei determina obrigações ao agressor, como afastamento do lar, proibição de contato 
com a requerente, bem como medidas que asseguram a proteção da ofendida, como por 
exemplo, encaminhá-la junto com seus dependentes a programa oficial de proteção, 
determinar a recondução da vítima ao seu domicílio. 
As medidas protetivas têm um prazo inicial de 3 meses, podendo ser estendidas há 2 
anos, consequentemente após o prazo, a requerente deve procurar novamente o Ministério 
Público para prorrogar as medidas, caso necessite. 
Os bens materiais da vítima podem ser protegidos por meio das medidas protetivas 
também. Sendo realizado um bloqueio nas contas bancárias, restituindo os bens que foram 
indevidamente subtraídos pelo agressor e prestação de caução provisória, mediante depósito 
judicial. A lei também permite que, dependendo da gravidade do caso, o juiz pode aplicar 
medidas mais urgentes, como a recondução da vítima e seus dependentes para seu domicílio 
após o afastamento do agressor, podendo ser solicitado o serviço da policia para acompanhar 
o retorno, sem prejuízos materiais, assegurando a guarda de seus filhos e prescrevendo a 
pensão alimentícia. 
 
 
5. SERVIÇO SOCIAL E A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER 
No âmbito profissional, o Assistente Social, tem atuado com programas de atenção às 
mulheres, tais quais como a violência, aborto legal, planejamento familiar, de distribuição de 
14 
 
auxílios, programas de incentivo aos estudos, ao mercado de trabalho, ao empreendedorismo e 
etc. 
O Serviço Social tem atuado de maneira ativa quanto as criticas ao viés liberal, no 
entanto, sem aprofundar em uma perspectiva feminista. Entretanto, devido as lutas e aos 
ideais feministas ligados à corrente marxista, que contribuíram para o avanço e para a 
implementação de politicas que proporcionem uma igualdade social. O movimento feminista 
cada vez mais tem ressaltado a posição social das mulheres perante a sociedade, assim como, 
ao exigir politicas publicas que sejam eficazes e solutivas. Tendo em vista que deve-se manter 
o senso ético quanto ao entendimento acerca de classes, gêneros e raças. Com isso, se faz 
necessário a presença de profissionais que atuam no campo social. 
Segundo Cisne (2004), o Serviço Social é caracterizado pela a sua ‘’feminização’’, 
tendo em vista que o campo profissional émajoritariamente feminino, por realizar o trabalho 
através das relações sociais, em que o gênero compõe uma das dimensões esféricas. 
 
5.1 Atuação do Assistente Social 
O(A) assistente social diante um caso de violência doméstica, realiza sua intervenção 
através da rede de atendimento, onde o trabalho é também realizado por uma equipe 
multidisciplinar para orientar e encaminhar diante a situação de vulnerabilidade. O assistente 
social é uma peça fundamental para a politica, tendo em vista seu conhecimento a respeito das 
mais variadas formas de violação a integridade física, psicológica e moral. A rede de 
atendimento é pactuada pela articulação entre as instituições governamentais e as politicas 
destinadas ao combate à violação dos direitos humanos. A rede é composta pincipalmente 
pelas áreas da Saúde, Justiça, Segurança Pública e da Assistência Social. 
Dando ênfase ao setor da Assistência Social, a Lei Maria da Penha, garante em seu 
art.9: 
A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será 
prestada de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes 
previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, 
no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas 
públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso (Brasil, 2006). 
Dentro dessa rede, o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), é tido como 
a porta de entrada da Assistência Social, onde o assistente social realiza sua intervenção a fim 
de fortalecer vínculos familiares por meio dos grupos ou de atendimentos individualizados. 
Através do CRAS, a usuária pode ser encaminhada aos demais serviços da rede. O CRAS é 
localizado em pontos estratégicos de áreas de maior vulnerabilidade social, e por meio dos 
15 
 
atendimentos, a mesma pode obter a consciência de sua situação, ser encorajada e buscar a 
sua liberdade reagindo e rompendo com os hábitos, sendo encaminhada ao Centro de 
Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), onde é oferecido um serviço mais 
específico e contínuo ao indivíduo e sua família, assegurando a sua proteção social, por meio 
de uma equipe multiprofissional. O atendimento do CREAS na rede de atendimento à mulher, 
tem uma maior articulação. 
O assistente social, enquanto profissional, deve estar empenhado em promover a 
liberdade e a justiça social, pelo fato de estar a par das lutas, das conquistas politicas e das 
legislações direcionadas ao enfrentamento. O mesmo deve ter conhecimento acerca de suas 
instrumentalidades para a sua intervenção, a fim de amenizar ou finalizar a situação de 
vulnerabilidade. Sendo um dos instrumentos, a entrevista social, onde é realizada a triagem 
dos atendimentos, podendo ser evidenciada a violência, na qual o profissional deve realiza-la 
com uma escuta qualificada, obtendo assim o fortalecimento do vínculo proporcionando 
conforto e segurança para que a usuária possa se expressar, sempre respeitando as limitações 
da mesma. A visita domiciliar também serve como um instrumento com a finalidade de 
aprofundar em sua perícia, visto que, o mesmo estará com a usuária em seu ambiente familiar 
observando como é a rotina familiar. Reuniões em grupo também é uma excelente ferramenta 
para a conscientização e para dar voz, tendo em vista que, muitas mulheres sentem-se 
sozinhas e incompreendidas, e ao ver outras mulheres que compartilham a mesma dor, 
sentem-se mais acolhidas e compreendidas, assim como é possível haver troca de experiências 
e o fortalecimento através da sororidade. 
Um dos pontos dos quais o profissional pode e deve expressar, é os possíveis sinais de 
que o homem tem um potencial agressor, são eles: comportamento controlador, rápido 
envolvimento amoroso, expectativas irreais, descontrole emocional, agressões verbais, 
comportamentos de negação e dependência emocional e econômica. 
Sendo assim, os profissionais devem estar atentos aos possíveis e mínimos sinais. 
Podem cotidianamente promover campanhas coletivas e individuais de incentivo às denúncias 
e a permanência das mesmas, ações para identificação de danos físicos e psicológicos, 
orientando os diversos profissionais de como proceder diante a identificação, que no caso, é 
acolher, oferecer os possíveis cuidados imediatos, suporte psicológico e emocional. 
 
 
6. REDE DE ENFRENTAMENTO DO MATO GROSSO DO SUL 
 
16 
 
 
A Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar 
foi criada através do Provimento do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJMS), n° 
244/11 para atender a Resolução n°128 do Conselho Nacional de Justiça e para exercer o 
compromisso do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul em relação à garantia dos direitos 
das mulheres. 
Dentre os projetos promovidos pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação 
de Violência Doméstica e Familiar com o objetivo de prevenir e reduzir a violência, as 
principais ações são: 
 Grupo Reflexivo Atitude: grupo oferecido às mulheres que solicitaram a revogação das 
medidas protetivas, um espaço com uma roda de conversa para abordar a temática com a 
finalidade de estimular o empoderamento e a autoconfiança. É realizado por uma 
psicóloga e uma assistente social que realizaram uma escuta qualificada com os 
participantes. 
 Dialogando Igualdades: grupo oferecido aos agressores que possuem medidas protetivas, 
com a finalidade de promover atividades e diálogos para conscientizar sobre a violência e 
a desigualdade social. 
 Mãos EmPENHAdas: Proporciona aos profissionais da beleza um curso profissionalizante 
para que possam atuar como agentes de prevenção e combate, orientando-os a identificar e 
orientar. 
 KUNHÃ KUERY! NHÃMBOPAHA JEIKO ASY – Mulher! Chega de Violência! (em 
Guarani): projeto voltado à população indígena, através da divulgação de conteúdos 
gravados e transcritos nas línguas indígenas. O material é divulgado por meio da rádio, 
TV e nas redes sociais do TJMS. Os áudios são produzidos e gravados pela Secretaria de 
Comunicação do TJMS contando com um profissional indígena para a tradução para o 
Guarani. 
 EmPENHAdas pela Educação: ação voltada para a educação escolar, capacitando 
educadores para serem divulgadores dos conhecimentos dos programas Maria faz a 
Diferença na Escola e Projeto Mulheres Inspiradoras. Maria Faz a Diferença na Escola 
realiza palestras para os estudantes e professores de escolas municipais, estaduais e 
particulares, com o objetivo de promover um espaço de discussões e reflexões sobre 
gênero. 
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, juntamente com a Coordenadoria 
Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar e com a Secretaria de 
17 
 
Comunicação, promovem ações que reforçam as estratégias do Poder Judiciário no combate e 
prevenção, sendo realizada por projetos e ações organizada por instituições governamentais e 
não governamentais, para sensibilizar a sociedade quanto a modificação da estrutura social, 
promovendo a cultura da paz e da igualdade de gênero e empoderamento das mulheres. 
6.1 Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (NUDEM) 
O Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher da Defensoria 
Pública (NUDEM) foi instaurado pela DPGE nº81/2014, sendo realizada somente no Estado 
de Mato Grosso do Sul. Possui como desígnio o atendimento às mulheres em situação de 
violência por gênero, atuando de modo individual ou coletivo, sendo realizada por defensores 
públicos do estado inteiro para atuarem em defesa das vítimas de violências sexuais, 
obstétricas, doméstica e familiar. 
Ao se tratar de violência doméstica, o NUDEM acompanha as mulheres nos processos 
e nas tramitações, solicitam medidas protetivas de urgência ou outras medidas que visam a 
garantia da integridade e atuam nos processos de feminicídio em defesa da vítima e de sua 
memoria. 
Ademais, o NUDEMpromove operações de incentivo ao rompimento do ciclo da 
violência doméstica, são eles: divórcio, dissolução de união estável, guarda dos filhos, 
alimentos e partilha de bens. O NUDEM atua fortemente na divulgação da temática por meio 
de cartilhas, folders, capacitações profissionais, rodas de conversa e qualquer meio necessário 
para atingir o público alvo. O Serviço Social do NUDEM como função o amparo à mulher, 
fornecendo informações, acolhimento e acompanhamento, além de realizar e cooperar com 
trabalhos e pesquisas. Os principais canais de denúncias são: 
 Central de Atendimento à Mulher disque 180, um serviço do governo federal, que 
funciona 24h, todos os dias, onde são prestadas informações, orientações e feitas 
denúncias (que podem ser anônimas). 
 Em situações de urgência e emergência, quando uma agressão estiver acontecendo, ligue 
190. 
 Todas as unidades da Polícia Militar e as Delegacias de Polícia Civil do Estado estão 
aptas a receber/orientar mulheres em situação de violência. 
 No site www.pc.ms.gov.br da Polícia Civil é possível fazer denuncia on-line através da 
Delegacia Virtual. 
https://www.pc.ms.gov.br/
18 
 
 A Defensoria Pública do seu município pode orientar quanto à questões jurídicas e está 
atendendo pela plataforma de atendimento virtual: www.defensoria.ms.def.br ou através 
da Central de Relacionamento com o Cidadão (CRC), por meio de ligação telefônica para 
o número 129 ou envio de e-mail para: crc@defensoria.ms.def.br 
O Tribunal de Justiça possibilita o pedido de medidas protetivas de urgência online 
através do link: https://sistemas.tjms.jus.br/medidaProtetiva/. 
 O Ministério Público do seu município pode receber denúncias, dar informações e 
orientações às mulheres em situação de violência. E em tempos de pandemia está 
atendendo por meio do e-mail: ouvidoria@mpms.mp.br ou através do formulário 
disponível no link: https://www.mpms.mp.br/ouvidoria/cadastro-manifestacao e nos 
telefones 127 e 0800-647-1127. 
 Aplicativo MS DIGITAL, que facilita o acesso da população aos serviços essenciais de 
forma digital, sendo que os ícones Segurança e Mulher MS trazem orientações e 
possibilidade de denúncia on-line. 
Portanto, devido aos meios para a realização da denúncia, cabe ao profissional, 
diante as necessidades e acessibilidade do usuário, apresentar as possibilidades de 
denúncia e proteção, orientando por qual meio de comunicação o mesmo pode e deve 
solicitar. Levando sempre em consideração, o fato de que a vítima pode estar sem algum 
meio de comunicação via telefone, algum meio de transporte, ou até mesmo sem 
condições de comparecer presencialmente aos locais. 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Diante todo o trabalho realizado nesta pesquisa através de leituras e práticas, podemos 
compreender como é realizada a atuação do assistente social perante tal demanda e como 
funcionam as politicas públicas voltadas à inibição de prevenção da violência contra a mulher, 
principalmente no Estado de Mato Grosso do Sul. 
Conforme demonstrou o estudo, a violência contra a mulher é um mecanismo de 
manipulação e opressão que condenam as mulheres há séculos e se mantém até os tempos 
atuais. Sendo um problema de cunho politico, que expõe os valores éticos, morais e sociais. 
Toda essa exposição consumada por anos, resulta em consequências e prejuízos não só 
para os envolvidos, mas para a sociedade e o Estado. Dentre os sentimentos expressados pelas 
file:///C:/Users/6215/Downloads/www.defensoria.ms.def.br 
mailto:crc@defensoria.ms.def.br
mailto:crc@defensoria.ms.def.br
http://sistemas.tjms.jus.br/medidaProtetiva/
https://www.mpms.mp.br/ouvidoria/cadastro-manifestacao
19 
 
vítimas, podemos destacar: sentimentos de humilhação, ira, vergonha, impotência, 
preocupações, medos que causam o isolamento social e familiar, culpabilização, depressão, 
ansiedade, transtornos pós-traumáticos, dentre outros. Todos os sintomas, necessitam de um 
acompanhamento médico e psicológico adequado para que possam oferecer uma melhor 
qualidade de vida e fazer com que a mesma recupere a sua esperança em dias melhores, a sua 
autonomia e independência emocional e financeira. 
Devido a seriedade do tema, nota-se a importância de políticas de intervenções 
realizadas por diversos setores e por diversos profissionais para a realização, fiscalização e 
cumprimentos dos regimes legais. Ressaltando a importância do assistente social, visto que é 
um agente mediador das politicas e das ações. 
Em conclusão, um profissional do Serviço Social deve estar amplamente qualificado 
para a realização do trabalho e com um rico conhecimento não só acerca dos meios de 
atuação, mas também a par de todo o contexto histórico-social que é carregado pela violência 
de gênero contra a mulher. Prestando sempre um atendimento acolhedor, empático, 
humanizado e sem pré-conceitos ou pré-julgamentos, salientando-se que cada caso é 
individualizado e cada caso requer uma medida cabível, respeitando o Código de Ética e 
atuando com respeito e profissionalismo. 
 
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