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1 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: CONHECER, COMBATER, COIBIR. A atuação do assistente social e o funcionamento da rede de enfrentamento do estado de Mato Grosso do Sul. 1 Talitha Falcão Macedo de Andrade e Silva 2 Edmara Martins de Souza 3 RESUMO O objetivo do artigo é propor conhecimento acerca da violência contra a mulher de modo geral no âmbito social, contextualizando a sua origem e relacionando com os tempos atuais, explicitando os tipos de violências, o ciclo da violência, os danos causados por ela, como romper e se manter fora do ciclo. Assim como, ressaltar o papel do(a) assistente social perante essa questão, em como o mesmo deve e pode proceder diante um caso. Levando em consideração a demarcação do estado de Mato Grosso do Sul, sendo o pioneiro na criação da Casa da Mulher Brasileira, ressaltando que é uma fonte expansiva de dados e pesquisas, tendo um destaque e reconhecimento nacional e internacional no incentivo ao combate e a prevenção. Dentro desta perspectiva, abordando como é realizado o atendimento, acolhimento e encaminhamento das requerentes, as medidas cabíveis às ocorrências, informando como é realizados os procedimentos na aplicação da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06), como são efetivadas a proteção às mulheres que sofrem violência independentemente do local e da sua relação com o autor, discorrendo desde a fase inicial da denúncia, até medidas mais rigorosas, tais quais as medidas protetivas. Assim como, desmistificando todas as informações incorretas que cercam as medidas protetivas. PALAVRAS-CHAVE: Assistente Social. Violência contra a Mulher. Rede de enfrentamento. Mato Grosso do Sul. _________________________ INTRODUÇÃO Por séculos as mulheres vêm sendo vítimas de algum tipo de violência, sendo ela realizada majoritariamente pelo público masculino. Isso se deve ao fato de que nossa 1 Trabalho de Conclusão do Curso de Serviço Social, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, 2023. 2 Acadêmica do curso de Serviço Social da Universidade Católica Dom Bosco Email:talithafalcaom@hotmail.com 3 Docente do curso de Serviço Social da Universidade Católica Dom Bosco – UCDB. Graduada em Serviço Social. Mestre em Psicologia. Orientadora do Trabalho de Conclusão de Curso. Email:edmaramartins@ucdb.br 2 sociedade é acometida por uma cultura extremamente machista, patriarcal e dominadora que perpassa geração em geração e se estende até os tempos atuais. Podendo ela ocorrer no âmbito doméstico, familiar, local de trabalho ou qualquer outro ambiente, assim como independe o vínculo familiar ou afetivo com o agressor. Ressaltando o papel dominante do gênero masculino diante a sociedade, enquanto o gênero feminino está fadado à sensação de insegurança e impotência diante a sociedade e principalmente, diante o poder judiciário. No Brasil, a violência contra a mulher tem respaldo legal através da lei Maria da Penha Lei 11.340, sancionada em 2006, da qual se refere à criação de mecanismos para coibição e prevenção à violência doméstica e familiar contra a mulher. Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social. (BRASIL, 2006, p 15). A violência de gênero contra a mulher foi reconhecida como uma questão de saúde pública, vista como uma epidemia invisível, tornando-se uma grande preocupação para a saúde da população brasileira e para o setor de saúde, pois provoca lesões e traumas físicos e danos emocionais, deixando um lastro de problemas, afetando indivíduos, famílias, grupos e a sociedade como um todo (OLIVEIRA, 2006). No Mato Grosso do Sul, a Casa da Mulher Brasileira, foi a primeira unidade a ter instituída no Brasil em 3 de fevereiro de 2015, sendo a pioneira em âmbito nacional nas politicas públicas de enfrentamento a violência contra a mulher, oferecendo um atendimento integral, humanizado e especializado para auxiliar as mulheres que se encontram no ciclo da violência ou que tiveram seus direitos cerceados pelo fato de serem mulheres. Portanto, o estado de Mato Grosso do Sul, além de ser o pioneiro na criação e institucionalização de um espaço reservado às mulheres, com politicas públicas que atendem não somente as mulheres, também oferece suporte familiar a todos os envolvidos: a vítima, o agressor e os familiares. Todo esse trabalho é realizado por uma extensa rede de enfrentamento oferecida pelo Estado de Mato Grosso do Sul, que conta com o trabalho especializado e fornecido pelo Governo Estadual de Mato Grosso do Sul, Ministério Público, Tribunal de Justiça, Defensoria Pública e iniciativas privadas. Das quais é realizado um trabalho multidisciplinar, com uma vasta equipe profissional com capacidade para lidar com efetividade a questão da violência. 3 Com isso, o papel do assistente social é inegável, visto que, o profissional é uma peça-chave para o engendramento das politicas públicas, para o entendimento e a contextualização histórica-social que envolve o assunto, para as mediações: a identificação da violência, realizando o acolhimento, atendimento, esclarecimento e encaminhamento das usuárias. O profissional assume uma relevância diante o trabalho multiprofissional. Portanto, acentuo que a origem do interesse pelo assunto, diz respeito à realização do estágio supervisionado, do qual me proporcionou um conhecimento acerca da importância do Serviço Social, uma vez que o mesmo é a porta de entrada das politicas públicas e por ser o requisitado pela sociedade para o atendimento das demandas sociais. Trabalho esse realizado pelo profissional a fim de auxiliar, esclarecer e encaminhar os indivíduos para a solução de suas problemáticas. Ademais, fez-se necessário um estudo e uma pesquisa acerca dos meios de intervenção do (a) Assistente Social frente às questões de violência contra a mulher no estado de Mato Grosso do Sul. Diante toda a problemática no tocante aos meios de enfrentamento, inibição e prevenção, considerando a ampla rede de apoio e suporte, é indagado, qual o papel e a intervenção do (a) assistente social perante a demanda e quais os meios de atendimento? Nesse sentido, o estudo tem como objetivo geral: Conscientizar sobre a violência contra a mulher: o que é, como e o porquê ocorre; O impacto da violência na vida da mulher. E como objetivo específico: Salientar a importância do (a) assistente social perante as abordagens e abordar as intervenções do (a) assistente social com mulheres em situação de violência, seja ela doméstica, familiar ou de qualquer relação; Descrever o funcionamento das redes de apoio de enfrentamento no Mato Grosso do Sul. A pesquisa se dará por meio de estudos e pesquisas independentes, sendo embasada em autores que abordam a temática em âmbito geral e nacional, porém utilizando- os como exemplo para a demarcação estadual, visto que, não há autores que abordam a temática especificamente no estado de Mato Grosso do Sul. Tais quais os autores são: MINAYO, SAFFIOTI, GRANJA, DIAS, SOUZA e demais. Será fundamentada através de autores, artigos científicos, livros, cartilhas, scielo e sites oficiais como: Não Se Cale/ /Governo de Mato Grosso do Sul, Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP), Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher da Defensoria Pública (NUDEM), onde é fornecidos dados e planilhas datados a partir de 2015. 4 Sendo assim, a pesquisa tem como finalidade, um processo inicial para a obtenção de conhecimentos prévios e que estão sendo disponibilizados,porém mais voltados ao atendimento especifico de um estado. Portanto, com o conhecimento amplo e geral acerca do assunto, a pesquisa bibliográfica pode auxiliar no engendramento de novas perspectivas, ideias. Assim como, ressaltar quais os pontos mais abordados da temática e os menos abordados. 1. O QUE É A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER Segundo Saffioti (2001), a violência de gênero é compreendida como uma relação com base na desigualdade de poder sendo sustentada por uma lógica machista. Historicamente falando, a violência contra a mulher advém de um cenário do qual era estabelecida uma estrutura machista, patriarcal, misógina e conservadora que se baseava em um fundamentalismo religioso opressivo, coercivo e autoritário, do qual sempre colocava a figura feminina em um papel de oprimida, submissa, subjugada e inferiorizada, que perpetuam até os tempos atuais, expondo a quão retrógrada a sociedade ainda se mantém, apontando a existência das discriminações entre os gêneros, as classes e as raças e evidenciando a distinções sociais, das quais geram uma pirâmide social. Como podemos exemplificar logo abaixo: Ao abordarem acerca das relações dos gêneros, Granja e Medrado (2009) apontaram que a diferenciação dos gêneros favorece a lógica comportamental violenta, uma vez que, há determinado tempo atrás, havia uma concepção geral de que a mulher era vista como um objeto de posse, e que, devido a este fator era justificável e tolerável diante os conceitos morais e éticos da época. Esse complexo de superioridade do homem se estabeleceu sob a base argumentativa de que as mulheres geneticamente são destinadas as tarefas domésticas e à maternidade, tornando-se discrepante a função social de cada ser, a qual limitava a mulher aos afazeres 5 familiares e domésticos, enquanto o homem era um sujeito de direitos, por ser o provedor devido à sua condição de força física exercida no trabalho. Por seguinte, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) elaborou a Recomendação Nº 9 de 08/03/2007 da qual recomenda aos Tribunais de Justiça a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e a adoção de outras medidas, tendentes à implementação das políticas públicas, que visem a garantia dos direitos humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares previstas na Lei Maria da Penha. Portanto, através do Conselho Nacional de Justiça podemos tipificar as formas de expressões das violências, sendo elas: Violência contra a mulher: Qualquer conduta discriminatória ou agressiva que seja ocasionada pelo simples fato da vítima ser do sexo feminino. Violência doméstica: É quando a violência ocorre no ambiente doméstico, ou em uma relação de familiaridade, afetividade ou coabitação. Violência familiar: Ocorre nas relações entre os membros familiares, formada por vínculos de parentesco (pai, mãe, filha, marido, sogra, padrasto ou outros). Violência física: Ação que causa dano à integridade física de uma pessoa. Violência institucional: Violência motivada por desigualdades de gênero, étnico-raciais, e econômicas. Essas desigualdades se formalizam e institucionalizam na esfera pública e privada. Violência moral: Ato de caluniar, difamar ou injuriar a honra e reputação da mulher. Violência patrimonial: Ato que implique dano, subtração, destruição ou retenção de objetos, bens pessoais e documentos pessoais. Violência psicológica: Ação com o objetivo de controlar as ações da mulher, comportamentos, crenças e decisões por meio da coerção, manipulação, humilhação, isolamento ou qualquer outra conduta que implique prejuízo à saúde psicológica. Violência sexual: Ato de obrigar uma pessoa à uma relação sexual contra a sua vontade, fazendo uso de força física, coerção, chantagem, manipulação e ameaça. 6 2. VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: CONTEXTO HISTÓRICO, COMO E POR QUÊ OCORRE Diferentemente do que se acreditava em décadas passadas, o gênero diz respeito às práticas e construções sociais e culturais, sendo um processo dinâmico e constante. Dessa forma, o processo de constituição dos papéis de gênero é mutável em cada sociedade e de contínua construção ao longo da vida dos sujeitos. Assim, o gênero não somente é determinante no aspecto social e nos comportamentos, bem como é na constituição da subjetividade, da identidade, das concepções e crenças, das formas de sofrimento dos sujeitos e até mesmo das possíveis vivências que estes possam vir a experimentar (LOURO, 1995). Tal imposição de dominância é historicamente perpassada de geração em geração devido a uma cultura machista e patriarcal, da qual estabeleceu que as mulheres devessem ter um espaço delimitado perante o espaço masculino, o poder exercido pelo marido, que é o chefe da casa, o provedor, cabendo à mulher reconhecer e se colocar no seu lugar e na sua função social (ARTHUR; MEJIA, 2006). Segundo Dias (2010) o homem cresceu com o pensamento de que ao se tornar adulto, seria a figura patriarcal imposta pela sociedade, e sua futura mulher seria submissa às suas vontades. A mulher era vista como sem autonomia, não podendo manifestar suas ideias e vontades. Apesar da luta social para combater as desigualdades entre os gêneros, ainda se cultiva o ideal de que o homem é o ser majoritário da família. As desigualdades e violências entre os gêneros, somente se fixaram e são cultuados devido à ampla estrutura que foi construída socialmente e culturalmente pelo patriarcado, sistema esse de funcionamento sociopolítico e econômico pautado na dominação e exploração de minorias, como crianças e mulheres, que são colocadas como objetos de poder do homem (SOUZA, 2015). Todavia, apesar da conscientização acerca da temática. Quando abordamos o assunto para a sociedade, notamos a existência de um receio, desinformação, pré-conceitos e desconhecimento sobre as legislações, direitos previstos, como funciona a rede de enfrentamento, como proceder após as denúncias e etc. Assim como, também há um temor social, quanto à eficácia das medidas protetivas e da lei, o temor em denunciar e pela demora nas solicitações e concessões das medidas protetivas em decorrer de um feminicídio. Todo esse pensar social, ocorre devido ao fator da qualidade da divulgação em campanhas, que, apesar de serem amplamente divulgadas em vários meios de comunicação, infelizmente não é acessível a todos, não sendo em grande parte compreendida. 7 Com isso, é necessário atingir a todos os públicos das diversas faixas etárias e níveis escolares e sociais, através de mensagens claras, objetivas e simples sobre o funcionamento da Lei Maria da Penha em como e onde denunciar, ressaltando sempre a eficácia das políticas públicas quanto à vulnerabilidade da mulher em situação de violência, alegando que a mesma estará sob cuidados do Estado caso seja necessário, que a vítima terá todo acolhimento e amparo social necessário, para que possa ter a consciência do ciclo da violência, para rompê- lo e se manter fora dele. Assim como, também é de suma importância, ressaltar que a Lei Maria da Penha não é exclusivamente utilizada por relações maritais. Sempre levando em consideração o fato de que a violência não é totalmente compreendida por todos, cada indivíduo possui um conceito e uma experiência, é importante sempre evidenciar as particularidades dos casos, visto que, em suma, as vítimas possuem uma grande dificuldade em se reconhecer enquanto vítimas, devido à culpabilização que é imposta ao gênero feminino em todos os cenários de abuso. Assim ressalta Saffioti, que a as agressões no relacionamento, torna-o uma prisão, da qual cabe ao homem o papel e o dever de agredir, e à mulher o de obedecer e se calar, pois assim foi determinado pelos gêneros (SAFFIOTI, 2004). Contudo, a violência contra a mulher é um dos pontos de maior destaqueno setor jurídico e social, devido aos altos índices de reincidência da violência doméstica e familiar, uma vez que as mulheres são consideradas por alguns homens, o sexo frágil e intelectualmente incapaz, ou seja, caracterizando a desigualdade de gênero entre o homem e a mulher. (MEIJA, 2006). Apesar da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) enfatizar a questão e dar maior visibilidade ao assunto, diversos autores discorrem que, apesar do alcance da lei nas questões femininas, pouco se fala ou se sabe das politicas voltadas à reeducação e ressocialização dos agressores, sendo essa uma área escassa em estudos e intervenções quando é comparada com as ações voltadas a mulher enquanto vítima. 2.1 Ciclo da Violência O ciclo da violência refere-se à violência da qual o agressor é o companheiro. O termo ‘’ciclo’’ refere-se ao fato de que as agressões ocorrem continuamente com altos e baixos, condenando o relacionamento em dois momentos: os períodos em que conflitos são gerados e intensificados gerando a agressividade, seguido da remissão, o convívio está pacifico e há harmonia. Com isso, devido à reconciliação, muitas mulheres acabam dando uma nova oportunidade ao cônjuge e desistindo do inquérito policial. Esse pensamento 8 também se deve ao fato de que, muitas agressões ocorrem quando o companheiro está bêbado, drogado, com problemas no local de trabalho ou dificuldades financeiras, o que por si só, acaba por justificar as agressões, uma vez que, quando ele não está em alguma dessas situações, o mesmo é um homem bom, e com isso, acaba aprisionando a mulher em uma falsa expectativa de mudanças positivas. Diante a continuidade dos confrontos e da romantização e esperança, a mulher se aprisiona em um ciclo contínuo. Logo abaixo, poderemos visualizar o ciclo: FONTE: ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO PGE-MS 1ª fase - Tensão: onde é gerado o desentendimento, com crescimento gradativo dos embates, podendo durar vários dias e até meses. É a fase que acontece vários xingamentos, críticas, ataques verbais, ofensas, humilhações psicológicas e pequenos incidentes de agressões físicas, como tapas e empurrões; Além disso, a mulher começa a ficar observando os comportamentos do companheiro, que se torna mais agitado, com isso, a mesma começa a se preocupar com o parceiro, negando ou mascarando os abusos e tentando controlar a situação tentando evitar qualquer provocação que posa levá-lo a ira. Acontecendo os pequenos atos, ela justificará e se denominará a culpada, tendo em vista que, a mesma possuía a consciência do estado desequilibrado do companheiro e suspostamente causou o ataque. Partindo assim, para a segunda fase. 2ª fase – Agressão: dentre todas as fases, esta é a mais curta, normalmente dura um dia. Nesta fase, a mulher sofre graves danos físicos, podendo em alguns casos, levá-la à óbito. Após a agressão física intensiva, a mulher entra em um estado mental de ansiedade, culpabilização, tristeza, raiva de sí, medo, receios e a negação dos atos, que a fará negar a seriedade dos danos causados pelo agressor e com isso a expectativa de que ela passe logo para a terceira fase. 9 3ª fase – Lua de Mel: é a fase onde começa a harmonia entre o casal, o agressor começa a demonstrar culpa, arrependimento e promessas de mudanças, agindo de maneira mais calma e amorosa. Ao certo, não se pode afirmar quanto tempo em média pode durar a fase lua de mel, até que o próximo incidente ocorra, podendo ela durar dias, semanas, meses e anos. Nesta fase o homem passa a fazer com que a companheira sinta-se especial e amada, ressaltando os bons momentos da relação que foram anteriores as violências, consequentemente, o agressor inicialmente acredita que irá conseguir controlar sua raiva e não agredir mais. A mulher começa a se sentir responsável pelo marido, pois o mesmo demonstra a dependência emocional com a mulher. Em determinado ponto, o relacionamento retorna a primeira fase, posterior a segunda e quando se vê, a mulher está dentro do ciclo da violência, sem expectativas positivas, sem saúde mental e física para conseguir romper. 3. IMPACTO DA VIOLÊNCIA NA VIDA DA MULHER Ao observar como ocorre o ciclo da violência, para quem está de fora dele, cabe o questionamento, por qual motivo as mulheres se submetem e aceitam pacificamente os abusos até o momento que se torna algo insustentável? Ao adentrar no contexto histórico, notamos que as mulheres são vítimas de violência, seja ela no ambiente doméstico, familiar, de trabalho ou social. O que, ao aprofundar no assunto, regressamos aos tempos primitivos, que se baseava na lei da sobrevivência, na lei dos mais fortes, que era exercida predominantemente pelo gênero masculino. Contudo, tal perspectiva nos acomete até os tempos atuais, onde os homens são objetos de dominância e poder, e as mulheres objeto de submissão e subjugação. Com isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu a violência como uso intencional da força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação (KRUG, 2002). Segundo Minayo (2004), ela se torna um tema mais ligado à saúde por estar associada à qualidade de vida que é afetada devido consequências causadas pelas lesões físicas e psíquicas, das quais necessitam de uma maior atenção e cuidados dos serviços médicos. As consequências das violências perpetradas sobre a mulher acabam, certamente, se estendendo aos serviços públicos de saúde. Guedes, Silva e Fonseca (2009) retrataram em uma de suas obras, que a violência afeta drasticamente o processo saúde-doença e que durante 10 a sua vivência, as mulheres que são violentadas apresentam um dano maior em sua saúde física e mental, exigindo um custeamento maior, tendo em vista que buscam os serviços de saúde com maior frequência do que as demais. Poderemos observar na tabela, alguns possíveis riscos expostos à saúde da mulher: Por seguir, no campo da saúde, são evidenciados alguns aspectos que paralisam e fortalecem a violência, são eles: primeiramente, o fato de que grande parte das mulheres se recusam a prestar queixas contra o agressor; segundo, a predominância dos estereótipos que designam as mulheres o lugar de obediência e submissão. Portanto, mesmo quando há a identificação, falta o saber profissional em como agir, tendo em vista que, se trata de uma situação de extrema vulnerabilidade, dependência emocional e financeira, que geram um temor e uma sensação de incapacidade, e tal assunto, exige o acompanhamento de profissionais especializados no atendimento, do contrário, pode fortalecer ainda mais a sensação de desamparo e julgamento, com isso, fazendo com que a mesma retorne e permaneça ao ciclo da violência. Neste sentido, o Sistema de Saúde (SUS) pode funcionar como uma ferramenta fundamental no combate à violência, tendo em vista que, os Serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) é a porta de entrada e possuem um grande contato com o a população feminina. Uma vez que está previsto no Art. 9º da Lei 11.340/06: A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de forma articulada e conforme os princípios e as 11 diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso. 4. LEI MARIA DA PENHA (Lei 11.340/06) A violência contra a mulher se constitui em um grave problema ético, moral e social, da qual atinge as mais diversas classes sociais, ocorrendo majoritariamente no núcleo familiar, sendo o companheiroo principal agressor. Com isso, foi constatada a necessidade de uma lei que oferecesse uma maior proteção à integridade da mulher em seu contexto familiar e doméstico. Adentrando na Legislação Brasileira, é denominado na Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) que: Art. 5º: Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação (BRASIL, 2006, p.15). No Brasil, na expectativa de minimizar as atrocidades que acometiam as mulheres, foi exigido ao setor jurídico um olhar com maior rigorosidade diante os crimes, em 2006 é criada a Lei Maria da Penha (Lei 11.340), com a finalidade de prevenir, combater e punir crimes contra o gênero feminino. A lei é disposta de diversas ações e medidas com a finalidade de proteção. De lá para cá, a lei sofreu algumas alterações, proporcionando uma maior segurança e suporte. Sendo as principais, no caso da mulher: o encaminhamento a serviços de saúde para acompanhamentos médicos e psicológicos, assessoria jurídica gratuita, criação de instituições especializadas no atendimento à mulher, criação da Secretaria de Políticas à Mulher. Já para o autor, é criado mecanismos de responsabilização, como por exemplo: acompanhamento psicossocial e obrigatoriedade da participação em grupos reflexivos com a finalidade da reeducação e recuperação, afastamento do agressor no local de trabalho e da residência através de medidas protetivas, apreensão de arma de fogo, prisão preventiva, e uma das ultimas alterações sendo: 12 § 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência física, sexual ou psicológica e dano moral ou patrimonial a mulher fica obrigado a ressarcir todos os danos causados, inclusive ressarcir ao Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com a tabela SUS, os custos relativos aos serviços de saúde prestados para o total tratamento das vítimas em situação de violência doméstica e familiar, recolhidos os recursos assim arrecadados ao Fundo de Saúde do ente federado responsável pelas unidades de saúde que prestarem os serviços (BRASIL, 2019). Posteriormente, em 2015 entrava em vigor a Lei do Feminicídio (Lei 13.104/15), da qual classifica como crime hediondo o homicídio praticado em decorrência do fator discriminatório do gênero, misoginia e menosprezo. Todavia, as diferentes expressões da violência significam novos desafios a serem superados. Tendo em vista que um episódio de agressão doméstica, dificilmente se manterá em um único acontecimento isolado. Em geral, são processos violentos impregnados nas relações (Diniz & Angelim, 2003). Portanto, raramente ocorre somente uma forma de violência, pois uma é o agravo e a consequência da outra. Mesmo que a violência física esteja se sobressaindo a olhos nus, a violência psicológica e moral estará sempre presente, assim como são antecipadas à física. A violência psicológica, segundo a Lei Maria da Penha, é a que mais possui queixas e a que possui um maior dano, entretanto, a mais difícil de ser identificada na prática. E que, nas práticas jurídicas, é a mais difícil em ser denunciada, comprovada e analisada (Oliveira, 2008). De acordo com o ministro Sebastião Reis Júnior: "O que se exige é um nexo de causalidade entre a conduta criminosa e a relação de intimidade pré-existente, gerada pelo convívio doméstico, sendo desnecessário coabitação ou convívio contínuo entre o agressor e a vítima, podendo o contato ocorrer de forma esporádica". A aplicação da Lei Maria da Penha pode ser direcionada a qualquer pessoa, inclusive por outra mulher, desde que possua uma relação familiar ou afetiva com a vítima. Para o relator, ministro Felix Fischer, a função da Lei Maria da Penha é proteger a mulher da violência doméstica e familiar, sendo ela cometida no âmbito doméstico, familiar ou de qualquer relação íntima com o agressor. Fischer citou que é considerado a abrangência da lei as esposas, companheiras ou amantes, bem como a mãe, filhas, netas, sogra, avó ou qualquer outra mulher que mantenha vínculo familiar ou afetivo com o agressor. Também é possível enquadrar na lei, a genitora que sofre violência de seus filhos, agressões cometidas por ex-namorados ou ex-marido. 13 Corroborou o ministro Napoleão Nunes Maia Filho: ‘’A Lei 11.340/06 buscou proteger não só a vítima que coabita com o agressor, mas também aquela que, no passado, já tenha convivido no mesmo domicílio, contanto que haja nexo entre a agressão e a relação íntima de afeto que já existiu entre os dois. Para a lei é irrelevante o tempo de dissolução do vínculo conjugal, se a conduta tida como criminosa está vinculada à relação de afeto que houve entre as partes ‘’. 4.1 Medidas Protetivas Trata-se de uma medida de urgência concedida à vítima, podendo solicitá-la por meio da delegacia ou do Ministério Público, que encaminhará a solicitação ao juiz. A lei determina que as autoridades judiciais devem decidir o pedido no prazo de 48 horas. A lei determina obrigações ao agressor, como afastamento do lar, proibição de contato com a requerente, bem como medidas que asseguram a proteção da ofendida, como por exemplo, encaminhá-la junto com seus dependentes a programa oficial de proteção, determinar a recondução da vítima ao seu domicílio. As medidas protetivas têm um prazo inicial de 3 meses, podendo ser estendidas há 2 anos, consequentemente após o prazo, a requerente deve procurar novamente o Ministério Público para prorrogar as medidas, caso necessite. Os bens materiais da vítima podem ser protegidos por meio das medidas protetivas também. Sendo realizado um bloqueio nas contas bancárias, restituindo os bens que foram indevidamente subtraídos pelo agressor e prestação de caução provisória, mediante depósito judicial. A lei também permite que, dependendo da gravidade do caso, o juiz pode aplicar medidas mais urgentes, como a recondução da vítima e seus dependentes para seu domicílio após o afastamento do agressor, podendo ser solicitado o serviço da policia para acompanhar o retorno, sem prejuízos materiais, assegurando a guarda de seus filhos e prescrevendo a pensão alimentícia. 5. SERVIÇO SOCIAL E A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER No âmbito profissional, o Assistente Social, tem atuado com programas de atenção às mulheres, tais quais como a violência, aborto legal, planejamento familiar, de distribuição de 14 auxílios, programas de incentivo aos estudos, ao mercado de trabalho, ao empreendedorismo e etc. O Serviço Social tem atuado de maneira ativa quanto as criticas ao viés liberal, no entanto, sem aprofundar em uma perspectiva feminista. Entretanto, devido as lutas e aos ideais feministas ligados à corrente marxista, que contribuíram para o avanço e para a implementação de politicas que proporcionem uma igualdade social. O movimento feminista cada vez mais tem ressaltado a posição social das mulheres perante a sociedade, assim como, ao exigir politicas publicas que sejam eficazes e solutivas. Tendo em vista que deve-se manter o senso ético quanto ao entendimento acerca de classes, gêneros e raças. Com isso, se faz necessário a presença de profissionais que atuam no campo social. Segundo Cisne (2004), o Serviço Social é caracterizado pela a sua ‘’feminização’’, tendo em vista que o campo profissional émajoritariamente feminino, por realizar o trabalho através das relações sociais, em que o gênero compõe uma das dimensões esféricas. 5.1 Atuação do Assistente Social O(A) assistente social diante um caso de violência doméstica, realiza sua intervenção através da rede de atendimento, onde o trabalho é também realizado por uma equipe multidisciplinar para orientar e encaminhar diante a situação de vulnerabilidade. O assistente social é uma peça fundamental para a politica, tendo em vista seu conhecimento a respeito das mais variadas formas de violação a integridade física, psicológica e moral. A rede de atendimento é pactuada pela articulação entre as instituições governamentais e as politicas destinadas ao combate à violação dos direitos humanos. A rede é composta pincipalmente pelas áreas da Saúde, Justiça, Segurança Pública e da Assistência Social. Dando ênfase ao setor da Assistência Social, a Lei Maria da Penha, garante em seu art.9: A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso (Brasil, 2006). Dentro dessa rede, o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), é tido como a porta de entrada da Assistência Social, onde o assistente social realiza sua intervenção a fim de fortalecer vínculos familiares por meio dos grupos ou de atendimentos individualizados. Através do CRAS, a usuária pode ser encaminhada aos demais serviços da rede. O CRAS é localizado em pontos estratégicos de áreas de maior vulnerabilidade social, e por meio dos 15 atendimentos, a mesma pode obter a consciência de sua situação, ser encorajada e buscar a sua liberdade reagindo e rompendo com os hábitos, sendo encaminhada ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), onde é oferecido um serviço mais específico e contínuo ao indivíduo e sua família, assegurando a sua proteção social, por meio de uma equipe multiprofissional. O atendimento do CREAS na rede de atendimento à mulher, tem uma maior articulação. O assistente social, enquanto profissional, deve estar empenhado em promover a liberdade e a justiça social, pelo fato de estar a par das lutas, das conquistas politicas e das legislações direcionadas ao enfrentamento. O mesmo deve ter conhecimento acerca de suas instrumentalidades para a sua intervenção, a fim de amenizar ou finalizar a situação de vulnerabilidade. Sendo um dos instrumentos, a entrevista social, onde é realizada a triagem dos atendimentos, podendo ser evidenciada a violência, na qual o profissional deve realiza-la com uma escuta qualificada, obtendo assim o fortalecimento do vínculo proporcionando conforto e segurança para que a usuária possa se expressar, sempre respeitando as limitações da mesma. A visita domiciliar também serve como um instrumento com a finalidade de aprofundar em sua perícia, visto que, o mesmo estará com a usuária em seu ambiente familiar observando como é a rotina familiar. Reuniões em grupo também é uma excelente ferramenta para a conscientização e para dar voz, tendo em vista que, muitas mulheres sentem-se sozinhas e incompreendidas, e ao ver outras mulheres que compartilham a mesma dor, sentem-se mais acolhidas e compreendidas, assim como é possível haver troca de experiências e o fortalecimento através da sororidade. Um dos pontos dos quais o profissional pode e deve expressar, é os possíveis sinais de que o homem tem um potencial agressor, são eles: comportamento controlador, rápido envolvimento amoroso, expectativas irreais, descontrole emocional, agressões verbais, comportamentos de negação e dependência emocional e econômica. Sendo assim, os profissionais devem estar atentos aos possíveis e mínimos sinais. Podem cotidianamente promover campanhas coletivas e individuais de incentivo às denúncias e a permanência das mesmas, ações para identificação de danos físicos e psicológicos, orientando os diversos profissionais de como proceder diante a identificação, que no caso, é acolher, oferecer os possíveis cuidados imediatos, suporte psicológico e emocional. 6. REDE DE ENFRENTAMENTO DO MATO GROSSO DO SUL 16 A Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar foi criada através do Provimento do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJMS), n° 244/11 para atender a Resolução n°128 do Conselho Nacional de Justiça e para exercer o compromisso do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul em relação à garantia dos direitos das mulheres. Dentre os projetos promovidos pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar com o objetivo de prevenir e reduzir a violência, as principais ações são: Grupo Reflexivo Atitude: grupo oferecido às mulheres que solicitaram a revogação das medidas protetivas, um espaço com uma roda de conversa para abordar a temática com a finalidade de estimular o empoderamento e a autoconfiança. É realizado por uma psicóloga e uma assistente social que realizaram uma escuta qualificada com os participantes. Dialogando Igualdades: grupo oferecido aos agressores que possuem medidas protetivas, com a finalidade de promover atividades e diálogos para conscientizar sobre a violência e a desigualdade social. Mãos EmPENHAdas: Proporciona aos profissionais da beleza um curso profissionalizante para que possam atuar como agentes de prevenção e combate, orientando-os a identificar e orientar. KUNHÃ KUERY! NHÃMBOPAHA JEIKO ASY – Mulher! Chega de Violência! (em Guarani): projeto voltado à população indígena, através da divulgação de conteúdos gravados e transcritos nas línguas indígenas. O material é divulgado por meio da rádio, TV e nas redes sociais do TJMS. Os áudios são produzidos e gravados pela Secretaria de Comunicação do TJMS contando com um profissional indígena para a tradução para o Guarani. EmPENHAdas pela Educação: ação voltada para a educação escolar, capacitando educadores para serem divulgadores dos conhecimentos dos programas Maria faz a Diferença na Escola e Projeto Mulheres Inspiradoras. Maria Faz a Diferença na Escola realiza palestras para os estudantes e professores de escolas municipais, estaduais e particulares, com o objetivo de promover um espaço de discussões e reflexões sobre gênero. O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, juntamente com a Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar e com a Secretaria de 17 Comunicação, promovem ações que reforçam as estratégias do Poder Judiciário no combate e prevenção, sendo realizada por projetos e ações organizada por instituições governamentais e não governamentais, para sensibilizar a sociedade quanto a modificação da estrutura social, promovendo a cultura da paz e da igualdade de gênero e empoderamento das mulheres. 6.1 Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (NUDEM) O Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher da Defensoria Pública (NUDEM) foi instaurado pela DPGE nº81/2014, sendo realizada somente no Estado de Mato Grosso do Sul. Possui como desígnio o atendimento às mulheres em situação de violência por gênero, atuando de modo individual ou coletivo, sendo realizada por defensores públicos do estado inteiro para atuarem em defesa das vítimas de violências sexuais, obstétricas, doméstica e familiar. Ao se tratar de violência doméstica, o NUDEM acompanha as mulheres nos processos e nas tramitações, solicitam medidas protetivas de urgência ou outras medidas que visam a garantia da integridade e atuam nos processos de feminicídio em defesa da vítima e de sua memoria. Ademais, o NUDEMpromove operações de incentivo ao rompimento do ciclo da violência doméstica, são eles: divórcio, dissolução de união estável, guarda dos filhos, alimentos e partilha de bens. O NUDEM atua fortemente na divulgação da temática por meio de cartilhas, folders, capacitações profissionais, rodas de conversa e qualquer meio necessário para atingir o público alvo. O Serviço Social do NUDEM como função o amparo à mulher, fornecendo informações, acolhimento e acompanhamento, além de realizar e cooperar com trabalhos e pesquisas. Os principais canais de denúncias são: Central de Atendimento à Mulher disque 180, um serviço do governo federal, que funciona 24h, todos os dias, onde são prestadas informações, orientações e feitas denúncias (que podem ser anônimas). Em situações de urgência e emergência, quando uma agressão estiver acontecendo, ligue 190. Todas as unidades da Polícia Militar e as Delegacias de Polícia Civil do Estado estão aptas a receber/orientar mulheres em situação de violência. No site www.pc.ms.gov.br da Polícia Civil é possível fazer denuncia on-line através da Delegacia Virtual. https://www.pc.ms.gov.br/ 18 A Defensoria Pública do seu município pode orientar quanto à questões jurídicas e está atendendo pela plataforma de atendimento virtual: www.defensoria.ms.def.br ou através da Central de Relacionamento com o Cidadão (CRC), por meio de ligação telefônica para o número 129 ou envio de e-mail para: crc@defensoria.ms.def.br O Tribunal de Justiça possibilita o pedido de medidas protetivas de urgência online através do link: https://sistemas.tjms.jus.br/medidaProtetiva/. O Ministério Público do seu município pode receber denúncias, dar informações e orientações às mulheres em situação de violência. E em tempos de pandemia está atendendo por meio do e-mail: ouvidoria@mpms.mp.br ou através do formulário disponível no link: https://www.mpms.mp.br/ouvidoria/cadastro-manifestacao e nos telefones 127 e 0800-647-1127. Aplicativo MS DIGITAL, que facilita o acesso da população aos serviços essenciais de forma digital, sendo que os ícones Segurança e Mulher MS trazem orientações e possibilidade de denúncia on-line. Portanto, devido aos meios para a realização da denúncia, cabe ao profissional, diante as necessidades e acessibilidade do usuário, apresentar as possibilidades de denúncia e proteção, orientando por qual meio de comunicação o mesmo pode e deve solicitar. Levando sempre em consideração, o fato de que a vítima pode estar sem algum meio de comunicação via telefone, algum meio de transporte, ou até mesmo sem condições de comparecer presencialmente aos locais. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante todo o trabalho realizado nesta pesquisa através de leituras e práticas, podemos compreender como é realizada a atuação do assistente social perante tal demanda e como funcionam as politicas públicas voltadas à inibição de prevenção da violência contra a mulher, principalmente no Estado de Mato Grosso do Sul. Conforme demonstrou o estudo, a violência contra a mulher é um mecanismo de manipulação e opressão que condenam as mulheres há séculos e se mantém até os tempos atuais. Sendo um problema de cunho politico, que expõe os valores éticos, morais e sociais. Toda essa exposição consumada por anos, resulta em consequências e prejuízos não só para os envolvidos, mas para a sociedade e o Estado. Dentre os sentimentos expressados pelas file:///C:/Users/6215/Downloads/www.defensoria.ms.def.br mailto:crc@defensoria.ms.def.br mailto:crc@defensoria.ms.def.br http://sistemas.tjms.jus.br/medidaProtetiva/ https://www.mpms.mp.br/ouvidoria/cadastro-manifestacao 19 vítimas, podemos destacar: sentimentos de humilhação, ira, vergonha, impotência, preocupações, medos que causam o isolamento social e familiar, culpabilização, depressão, ansiedade, transtornos pós-traumáticos, dentre outros. Todos os sintomas, necessitam de um acompanhamento médico e psicológico adequado para que possam oferecer uma melhor qualidade de vida e fazer com que a mesma recupere a sua esperança em dias melhores, a sua autonomia e independência emocional e financeira. Devido a seriedade do tema, nota-se a importância de políticas de intervenções realizadas por diversos setores e por diversos profissionais para a realização, fiscalização e cumprimentos dos regimes legais. Ressaltando a importância do assistente social, visto que é um agente mediador das politicas e das ações. Em conclusão, um profissional do Serviço Social deve estar amplamente qualificado para a realização do trabalho e com um rico conhecimento não só acerca dos meios de atuação, mas também a par de todo o contexto histórico-social que é carregado pela violência de gênero contra a mulher. Prestando sempre um atendimento acolhedor, empático, humanizado e sem pré-conceitos ou pré-julgamentos, salientando-se que cada caso é individualizado e cada caso requer uma medida cabível, respeitando o Código de Ética e atuando com respeito e profissionalismo. REFERÊNCIAS BALBINOTTI, Izabele. A violência Contra a mulher como expressão do Patriarcado e do Machismo. Revista Da ESMESC, 2018. Disponível em: https://revista.esmesc.org.br/re/article/view/191. Acessado em: 14 de mar.2023. BARROS, Aldierica Pissioli Menezes. Gênero e violência contra a mulher: As políticas públicas de enfrentamento no Mato Grosso do Sul (2015-2020). Trabalho de Conclusão de Curso/ Universidade de Mato Grosso do Sul/ Pós-Graduação em Políticas Públicas, Cultura e Sociedade, 2020. Disponível em: https://posgraduacao.uems.br/uems-sigpos/portal/trabalho- arquivos/download/3154. Acessado em: 14 de mar.2023. BORGES, Maria Alice Pereira. Serviço Social e a discussão de gênero: Algumas aproximações. 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