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ADRIANA MARINHO TELES TCC

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Centro Universitário Leonardo da Vinci 
Curso Bacharelado em Serviço Social 
 
 
ADRIANA MARINHO TELES 
(0410) 
 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO TCC 
MULHER VITÍMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PAIÇANDU-PR 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
ADRIANA MARINHO TELES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO TCC 
MULHER VITÍMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à disciplina de TCC – do Curso 
de Serviço Social – do Centro Universitário 
Leonardo da Vinci – UNIASSELVI, como 
exigência parcial para a obtenção do título 
de Bacharel em Serviço Social. 
 
Nome do Tutor – Ana Cristina da Silva 
Gomes 
 
 
 
 
 
 
 
PAIÇANDU 
2020 
 
3 
 
MULHER VITÍMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR 
 
 
 
 
POR 
 
 
 
 
ADRIANA MARINHO TELES 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado 
do grau de Bacharel em Serviço Social, 
sendo-lhe atribuída à nota “______” 
(_____________________________), pela 
banca examinadora formada por: 
 
 
 
 
 
 ___________________________________________ 
Presidente: Prof. (a) Esp. Ana Cristina da Silva Gomes– Orientador Local 
 
 
 
 
 ____________________________________________ 
Membro: Me. Taís Luiz de Almeida 
 
 
 
 
 ____________________________________________ 
Membro: Esp. Jaqueline Franco dos Reis de Lima 
 
 
 
 
 
 
PAIÇANDU-PR 
24 de junho de 2020 
4 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
Dedico primeiro lugar a Deus a oportunidade de dar continuidade aos meus 
estudos. Agradeço meu esposo que me possibilitou estudar até minha graduação 
me incentivando a avançar nos meus estudos mais e mais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
A Deus por ter me dado sabedoria, força e conhecimento para enfrentar os 
desafios e obstáculos que encontrei ao longo desta caminhada que foram quatro 
anos de desafios que a vida nos proporciona sempre para o melhor. 
Ao meu esposo Milson pelo apoio, sempre incentivando nos momentos mais 
difíceis pela contribuição sem medidas para tornar esse sonho realidade, e minhas 
filhas, genros, netas e netos, os quais sempre serei grata, meu muito obrigado serei 
eternamente agradecida. 
À Professora Ana Cristina da Silva Gomes pela sua dedicação, 
compreensão, paciência de trazer todo seu conhecimento técnico - científico, além 
de experiências profissionais que nos deixam como exemplo profissional a ser 
seguido. 
A Equipe Técnica do Centro de Referência Especializada de Assistência 
Social (CREAS) de Paiçandu: em especial a assistente social Edmara, pela 
contribuição em todo o meu estágio no processo de formação de aprendizagem e 
formação profissional, principalmente por proporcionar a vivência de toda a teoria e 
prática. Aqui deixo meu muito obrigado a todas vocês. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Que os vossos esforços desafiem as 
impossibilidades, lembrai-vos de que as 
grandes coisas do homem foram 
conquistadas do que parecia impossível. 
(Charles Chaplin) 
7 
 
 
 RESUMO 
 
 
Ao longo da história da sociedade brasileira, a mulher sempre viveu uma fase de 
inserção social, rompendo paradigmas de trabalhos e adotando posturas inovadoras 
perante conceitos ultrapassados como estrutura familiar e empoderamento feminino. 
Mesmo diante deste cenário, a violência doméstica perante a mulher é um fator 
preocupante ao governo. Onde os agressores em sua maioria das vezes se dão por 
maridos, namorados ou ex-companheiro. Assim a legislação política criou 
normativas e centros de atendimentos com objetivo de orientar, assessorar, atender 
e erradicar a violência contra a mulher. O estudo tem como objetivo geral buscar 
conhecimento de forma ampla, a fim de agregar informações em favor das usuárias 
vitimadas que são atendidas pelo serviço CREAS de Paiçandu baseado na Lei 
n°11.340. Apresentando como objetivos específicos: a) levantar embasamento de 
conceitos junto a fontes bibliográficas; b) demonstrar a importância da Lei Maria da 
Penha; c) descrever o Empoderamento da Mulher vítima de violência na garantia de 
seus direitos. A metodologia sustenta o desenvolvimento do artigo estão embasados 
em pesquisa bibliográfica, de caráter exploratório e natureza qualitativa. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Violência Doméstica. Lei 11.340/06. Rede de Atendimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 9 
2 APRESENTAÇÃO DO TEMA .............................................................................. 12 
2.1 Lei 11.340/06 – Maria da Penha ......................................................................... 12 
2.2 A atuação do Assistente Social nas questões da violência doméstica contra a 
mulher ....................................................................................................................... 16 
2.3 O Centro de Referência especializado de assistências e os casos de violência 
contra mulher ............................................................................................................ 22 
2.4 História da Mulher no Brasil e seus direitos ao longo da historia ........................ 26 
Constituição Federal 1934 ...................................................................................... 27 
2.5 Conceito de Família ............................................................................................ 29 
2.6 Conceito de violência .......................................................................................... 31 
3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO SOCIAL.
 .................................................................................................................................. 33 
4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 35 
5 OBJETIVOS ......................................................................................................... 39 
5.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 39 
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 39 
6 METODOLOGIA DE PESQUISA ......................................................................... 40 
7 ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA ............................................................. 41 
7.1 APRESENTAÇÃO DOS DADOS ........................................................................ 42 
7.2 ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................... 42 
7.3 RESULTADOS .................................................................................................... 43 
7.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ..................................................................... 44 
8 CONCLUSÕES .................................................................................................... 48 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 49 
 
 
 
 
9 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
O estudo no Centro de Referência Especializado de Assistência Social 
CREAS de Paiçandu, durante todo o meu estágio levou-me ao desenvolvimento de 
meu TCC com o tema “Mulher vítima de Violência doméstica e familiar, que são 
atendidas no CREAS na visão da equipe técnica em diversas formas levando-se em 
consideração o sistema patriarcal que nós mulheres estamos naturalmente 
submetidas sendo legitimada por um discurso sutil e ideológico capaz de dilatar o 
conjunto de expressões das desigualdades e dar continuidadea descriminação das 
mulheres. Desta forma, sendo a violência contra as mulheres um fenômeno 
democrático que transcende a classe social raça, etnia, idade, nacionalidade entre 
outros. É importante ressaltar que a iniquidade entre os sexos existe deste os 
tempos remotos, no entanto atualmente as mulheres estão participando 
decisivamente no mercado de trabalho e contribuído pela busca da igualdade dos 
direitos. 
 A desigualdade de gênero atinge as mulheres independentes de cor, religião 
condições sociais e se manifesta em situações de humilhações como característica 
o estupro, ameaças, assédios, ofensas morais. E podem ser também através da 
manipulação e de isolamento das vítimas que busca torna-se subordinadas ao 
agressor aonde o homem historicamente é o chefe da casa, o possuidor da força 
física, como forma de impor e cobrar o comportamento adequado percebe-se os 
prejuízos que a violência causa no desenvolvimento social e psicológico. 
 O CREAS é uma unidade pública estatal, de abrangência municipal ou 
regional, referência para a oferta de trabalho social para as famílias e indivíduos em 
situação de risco pessoal e social por violação de direitos, demandam intervenções 
especializadas no âmbito do SUAS. Sua gestão e funcionamento compreendem um 
conjunto de aspectos, tais como: infraestrutura e recursos humanos compatíveis 
com os serviços ofertados trabalham em rede, articulação com as demais unidades 
e serviços da rede socioassistencial, demais políticas públicas e órgãos de defesa 
de direitos, além da organização de registro de informação e o desenvolvimento de 
processos de monitoramento e avaliação das ações realizadas. 
10 
 
 A minha motivação para a construção desta pesquisa está pautada em 
analisar como se dão as relações no espaço familiar onde se vivenciam as 
violências domésticas. A unidade concedente para a pratica de estágio 
supervisionado obrigatório ocorreu no CREAS de Paiçandu, com as demandas 
registradas de violência doméstica despertaram interesse em tratar de tal fenômeno. 
As políticas públicas contribuem para o engajamento da sociedade, bem 
como o esclarecimento para mulheres aos seus direitos, minoração do seu 
sofrimento para o tratamento aos agressores com o intuito de promover o 
decréscimo de tal fenômeno, no qual possibilitara quantificar os “riscos” e “medidas 
de proteção” associadas as variáveis atores envolvidos em ocorrência da violência e 
de forma resumida, resultados que mostram que o relacionamento de cunho 
amoroso apresenta–se com maior categoria de risco se comparado a qualquer outro 
tipo de relacionamento, inclusive os que envolvem parentesco. 
A luta pela defesa da igualdade de direitos e oportunidades para as mulheres 
não é recente e tão pouco nova. Em todas as épocas históricas, sempre houve 
mulheres que se posicionaram contra as injustiças e desigualdades, levando-nos a 
apensar que esta é uma batalha tão antiga quando à própria humanidade. 
O objetivo desta pesquisa está pautado em analisar, estudar as políticas de 
enfrentamento da violência contra a mulher a partir das observações feitas no 
Centro de Referência Especializada de Assistência Social de Paiçandu PR, 
enquanto os objetivos específicos tratado neste trabalho são: identificar as violências 
cotidianas sofrida pelas mulheres utilizada no mesmo, e descreve as principais 
ações realizadas e promover o Empoderamento da Mulher. 
A metodologia utilizada nesta pesquisa baseou-se na pesquisa qualitativa, 
através de pesquisas bibliográficas e a partir da entrevista com vítimas de violência 
doméstica atendidas pela equipe técnica do CREAS de Paiçandu levando em 
consideração numa abordagem qualitativa de análise e reflexão de dados, 
realizando visita domiciliares as famílias acompanhadas pelo CREAS conforme a 
necessidade de cada um quando necessário, realizando encaminhamento 
monitorado para rede socioassistencial, demais políticas públicas setoriais e órgãos 
de defesa de direito. 
Os serviços e programas e projetos ofertados em rede que são as principais 
atribuições são a acolhida, escuta qualificada, acompanhamento especializado e 
11 
 
oferta de informações e orientações. O atendimento individual e\ou familiar, 
considerando as especificidade e particularidade de cada um. 
A metodologia utilizada no desenvolvimento desse projeto de TCC se apoiou 
em pesquisas documentais e bibliográficas da leitura específica do assunto. A 
pesquisa documental realizada foi fundamental para a construção da base 
metodológica que orientou e direcionou as proposições, argumentações e 
posicionamento desse trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
2 APRESENTAÇÃO DO TEMA 
 
 
A escolha do tema do trabalho de projeto de conclusão de Curso ocorreu em 
virtude da minha inserção como estagiária no Centro de Referência Especializada 
de Assistência Social CREAS da cidade de Paiçandu. Durante o estágio 
supervisionado foi possível observar e vivenciar experiências que me instigaram a 
estudar e analisar de forma mais profunda o significado da atuação do assistente 
social no que tange aos atendimentos prestados para a mulher vítima de violência 
doméstica e familiar e explanar sobre a Lei n°11.340. Lei Maria da Penha dentro 
desse tema foi definida como objeto de estudo os impactos e os desafios do 
assistente Social em atender a demanda atualmente e o desafio da mulher superar a 
violência doméstica e seguir em frente. 
2.1 Lei 11.340/06 – Maria da Penha 
Sendo marcado por uma cultura secular de dominação machista e violência 
domésticas, o contexto social brasileiro. Sendo reconhecida a existência de uma 
sociedade desigual, justifica a criação pelas políticas públicas da Lei Maria da 
Penha, com objetivo de promover os direitos fundamentais femininos perante a 
dignidade humana, tendo no mesmo patamar homens e mulheres (ÁVILA, 2007) 
Em agosto de 2006 O Presidente da República sancionou a Lei 11.340 de 
2006- Lei Maria da Penha que foi uma das principais vitórias alcançada pelas 
mulheres no Brasil. 
 A Lei Maria da Penha tem como principal objetivo garantir direitos 
fundamentais a todas as Mulheres têm a meta de prevenir e eliminar todas as 
formas de violência contra mulher, com vistas a punir os agressores e dando 
proteção à assistência as mulheres em situação de violência. Conforme a Lei: 
 
Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação 
sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos 
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe 
asseguradas oportunidades e facilidades para viver sem violência, 
preservar sua saúde física mental e seu aperfeiçoamento moral, 
intelectual e social. (Artigo 2º, a Lei Maria da Penha nº 11.340\2006) 
(Brasil, 2006). 
 
13 
 
 Conforme Dias (2019), a Lei 11.340/06 batizado como “Lei Maria da Penha”, 
os intuitos de proteção que são demonstrados nela, buscam delimitar o conceito 
“violência doméstica”. A compreensão inserida no contexto familiar, da relação 
intima de afeto, seja de namoro, na unidade doméstica. Sendo importante para que 
a lei seja aplicada reconhecer os autores da violência, quem é o sujeito ativo e 
passivo e que relações de poder estão vinculadas aos indivíduos. 
Para Mata (2006), a Lei Maria da Penha é considerada um marco na proteção 
à mulher, ocorrendo amadurecimento durante anos sobre a aplicação das leis, onde 
se pensou em construir um atendimento especializado as vítimas de violência, 
garantido os direitos a vítima. 
A Lei Maria da Penha, tem como objetivo atender as necessidades das 
mulheres que sofrem violência domésticas, com isso prevenir comportamentos que 
perante a sociedade são discriminados e pela legislação são prestadas as vítimas 
(MATA, 2006). 
A Lei Maria da Penha somou as conquistas alcançadas pelas mulheres ao 
longo do tempo e fez com que a categoria despertasse para lutar por políticaspúblicas que atendesse para lutar por políticas públicas que atendessem suas 
necessidades básicas, sendo encorajadas a participarem de movimentos que visem 
ao fim da violência como todo, garantindo conquistas e efetivação dos seus direitos. 
Deste modo se observa que: 
 
Com a evidente discriminação e violência contra mulheres o Estado 
interveio através da Lei 11.340\2006- Lei’’ Maria da Penha’’ para 
coibir os diversos tipos de violência, fazendo então, com que as 
mulheres se sentissem mais seguras, resgatando a cidadania e a 
dignidade dessas cidadãs que, na maioria das vezes, sofrem caladas 
(SOUZA, 2008). 
 
Vê-se, portanto, que é de grande relevância a existência dessa lei, que 
através dela se efetivou formas de punição aos agressores, além de criar medidas 
protetivas a fim de garantir a integridade física e psicológica da vítima (ZANATTA; 
SCHNEIDER, 2017, P.80) 
A Lei Maria da Penha define como violência doméstica e familiar contra a 
mulher ato ou conduta baseada no gênero e cause danos ou sofrimento físico, 
sexual, psicológico e até morte da mulher, sendo na unidade doméstica, em 
14 
 
qualquer relação intima de afeto ligada a mulher ou no âmbito familiar (art. 5° da Lei 
11.340/06). 
Art. 5. Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica 
e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada 
no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual 
ou psicológico e dano moral ou patrimonial: 
I - No âmbito da unidade doméstica, compreendida como o 
espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem 
vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; 
 II - No âmbito da família, compreendida como a comunidade 
formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, 
unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade 
expressa; 
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor 
conviva ou tenha convivido com a ofendida, 
independentemente de coabitação. Parágrafo único. As 
relações pessoais enunciadas neste artigo independem de 
orientação sexual. 
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo 
independem de orientação sexual. 
A Lei 11.340 de 2006 deu aplicabilidade a dignidade a igualdade de gênero. A 
lei reafirma o artigo 226, parágrafo 8º, da Constituição, através de seu artigo 3º, 
parágrafo 2º, qual é o dever da sociedade, do Estado e da família em relação a criar 
condições necessárias a vida digna e a convivência familiar da mulher (DIAS, 2019, 
p. 74-75). 
 A Lei Maria da Penha criou um sistema jurídico com regras e procedimento 
específicos a violência de gênero, ampliando o amparo da mulher em relação a 
violência. Criou-se mecanismos contra a violência da mulher e promover a 
igualdade. A lei é direcionada especificamente a mulheres, corrigindo a 
desigualdade de gênero perante a sociedade (DAY et al, 2003, p. 10) 
A Lei possui medidas preventivas e protetivas, com o objetivo de enfrentar 
fatores socioculturais em relação a violência de gênero. Assim o 1º artigo apresenta: 
Art. 1º a lei cria mecanismos para prevenir a violência doméstica e familiar 
contra a mulher, ressaltado nos termos do § 8.º do art. 226 da Constituição Federal, 
da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a 
Mulher, da Convenção Interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência 
contra a mulher, no Brasil dispõe assim a criação de Juizados de Violência 
15 
 
Doméstica e Familiar contra a mulher, estabelecendo medidas de proteção e 
assistência às mulheres em situação de perigo (BRASIL, 2006). 
As medidas protetivas que a Lei classificou, se dá pelas medidas que obrigam 
que o agressor e as que obrigam a ofendida. No artigo 22 as medidas são as que 
obrigam o agressor, sendo elas: afastamento do lar; proibição de contato com 
familiares e ofendida; suspensão ou restrição do porte de armas; restrição ou 
suspensão de visita a menores. As medidas que obrigam o agressor, foi elaborado 
pelo legislador a partir do conhecimento de atitudes e relatos de vítimas de violência 
doméstica e familiar. A violência doméstica e familiar junto a figura da mulher ocorre 
principalmente no interior do lar em que residem, sendo muito comum o agressor se 
aproveitar o contexto da convivência e dos laços familiares para aterrorizar a mulher, 
fazendo com que não realize a denúncia as autoridades. A mulher muitas vezes 
sofrendo a repreensão do agressor, não consegue acabar com a relação, aceitando 
assim o papel de vítima perante a violência doméstica (CHILETTO, 2007, p. 29-30). 
Já o artigo 23 apresenta as medidas protetivas voltadas a mulher, como: 
encaminhamento da agredida e seus familiares ao programa de proteção; 
recondução ao domicílio após afastamento do agressor do lar e da família; 
garantindo a mulher a guarda dos filhos e alimentos; separação de corpos, etc. 
(DIAS, 2019, p. 74-75). 
Vale ressaltar que as medidas protetivas permitem que o julgador utilize as 
contra o agressor, conforme a proteção necessária junto a agredida, quanto a 
segurança dela e de seus familiares, de seu patrimônio. Com o fundamento da 
proteção perante a integridade física, psíquica, sexual e patrimonial da mulher, o juiz 
poderá aplicar medidas protetivas de forma acumulada, de acordo com as 
peculiaridades do caso e as respostas do agressor perante a ordem judicial (DIAS, 
2019, p. 67-68). 
Um dos pontos mais importante quanto as medidas protetivas a violência da 
mulher na Lei Maria da Penha é a capacidade de resguardar a integridade da mulher 
desde seu primeiro contato junto a delegacia. Os artigos 18 a 21 da Lei demonstra 
que o procedimento deve ser usado pelo juiz na aplicação da proteção. Cabe ao juiz 
conceder as medidas protetivas, mediante ao pedido da mulher ou conforme o 
requerimento do Ministério Público (artigo 19, caput, da Lei 11.340/2006). Podendo 
ser revogadas a qualquer momento por serem de caráter provisório ou serem 
16 
 
substituídas por outras de maior caráter, de modo a proteger a mulher agredida, 
podendo levar a agressão a prisão preventiva (artigo 20 da Lei 11.340/2006). 
Conforme o artigo 129, § 9º, do Código Penal a pena máxima de prisão de 
homens referente a violência da mulher, aumento de um ano a três anos, sendo 
ainda aplicável o artigo 69, parágrafo único, da Lei 9.099/95 que possibilita o 
afastamento do agressor do lar como medida cautelar (artigo 129 da Lei 
11.340/2006). 
A Lei Maria da Penha não exclui o homem do sistema de proteção dos diretos 
humanos, nem retira sua dignidade humana. O homem continua sendo protegido 
quanto a esfera penal. A lei não cria crimes para tutelar a mulher como sujeito 
passivo, nem estabelece penas maiores por crimes cometidos a mulheres. Os tipos 
penais são os mesmos que protegem homens e mulheres (LIMA, 2011) 
A Lei Maria da Penha, que prevê a violência contra a mulher é tratada em 
muitos casos como um problema complexo, sendo originado de uma relação afetiva 
marcada pela desigualdade de gêneros. Perante o ponto de vista do movimento das 
mulheres, é injustificável questões de agressão da mulher e questões familiares 
sendo tratadas em instâncias distintas da relação que a originou, a agressão 
(CAMPOS e CARVALHO, 2011, p. 149) 
 
2.2. A atuação do Assistente Social nas questões da violência doméstica contra a 
mulher 
 
O grande desafio enfrentado pelos assistentes sociais e profissionais que 
atuam junto ao combate à violência doméstica contra a mulher, a criação de rede de 
serviços, como programas e projetos de diversas áreas que compõem a política 
pública de atendimento ao combate à violência. 
Segundo Iamamoto e Carvalho (1983), a profissão Serviço Social surgiu 
devido a contingenciais geradas pelo capitalismo, o profissional de Serviço Social 
atua no âmbito das relações humanas e deve contribuir para que seja garantido o 
direito dos sujeitos. O objetivo do Serviço Social é a “Questão Social” e suas 
expressõessociais diversas áreas. 
A profissão do assistente social é uma forma de intervenção ideológica da 
vida na classe trabalhadora, não é uma forma de exercer a caridade. Os efeitos da 
17 
 
profissão são políticos, enquadrando os trabalhadores nas relações sociais vigentes, 
onde é perceptível a mútua colaboração entre capital e trabalho (IAMAMOTO, 2007). 
Com o desenvolvimento do Brasil e a criação de instituições, a profissão de 
serviço social é inscrita na divisão sócio técnica do trabalho, com a perspectiva de 
assistencialismo e favorecimento da sociedade. De acordo com SILVA (2006), a 
profissão de serviço social vincula-se a criação de instituições estatais, paraestatais 
assistenciais. 
Assim os assistentes sociais voltados ao cumprimento das determinações de 
Instituições assistenciais e previdenciárias realizam o cumprimento de classes 
dominantes, respondendo a pressão dos trabalhadores atendendo medidas 
paliativas para que o processo de desenvolvimento do Estado continue. 
No Brasil, o Movimento de Reconceituação do Serviço Social, passa por uma 
dinâmica junto ao contexto histórico da sociedade e o amadurecimento político e 
ideológico dos assistentes sociais (SILVA, 2006). 
A profissão do serviço social tem como embasamento a realidade vivida pela 
sociedade brasileira, onde conquistou amadurecimento e contribuindo com a 
formulação de mudanças como teorias, novas metodologias demonstrando um novo 
posicionamento perante o aspecto político da profissão (SILVA, 2006). 
Para que se tenha uma atuação comprometida no Serviço Social se faz 
necessário ética. A ética e a política assumem amplas dimensões em diversas 
profissões ao longo da história. Assim a profissão de Serviço Social possui um 
Código de Ética, sendo este reformulado em 1993. 
O Código de ética novo foi instituído pela resolução CFESS nº237/93 de 
março de 1993, abordando a perspectiva para uma atuação profissional 
comprometida com a classe trabalhadora, com ética, liberdade, emancipação, 
democracia, autonomia, o pluralismo e a não discriminação. Valores estes atribuídos 
ao plano de trabalho de assistentes sociais em busca da igualdade, fim da 
exploração; a fim de cultivar a uma sociedade igualitária com respeito (SILVA, 2006) 
Para Iamamoto (2001), o Serviço Social contemporâneo apresenta um 
posicionamento ético político definido pela categoria, contando com profissionais 
adeptos. Ressaltando a ética revolucionária junto a profissão em busca de 
efetivação dos direitos sociais e a defesa da minoria. 
De acordo com o projeto da profissão, se construiu alternativas e estratégias 
com ética, tendo a questão social a frente. Para Iamamoto (2001), a questão social é 
18 
 
entendida como sendo um conjunto de expressões de desigualdade da sociedade, 
onde os assistentes sociais trabalham com diversas áreas em relação a questão 
social. O Serviço Social apresenta como uma das áreas de atendimento às vítimas 
de violência doméstica. 
De acordo com o Instituto Patrícia Galvão uma pesquisa realizada em 2004 
apresentou: a violência doméstica contra mulheres ocorre em todo mundo, 
indiferente de classe social, etnias e grau de escolaridade. Recebe o nome de 
agressão doméstica, porque na grande maioria das vezes ocorre a violência dentro 
dos lares; sendo por maridos, namorados, companheiros e ex-companheiro. A cada 
segundo uma mulher é agredida, conforme os índices apresentados em relação a 
violência contra a mulher. 
Para Venturi e Recamán (2004), entre as violências, a mais comum se dá por 
empurrões, coisas quebradas e agressões verbais, roupas rasgadas. Os autores 
ressaltam que 6,8 milhões de mulheres brasileiras, saem da agressão vivas, mais já 
foram espancadas pelo menos uma vez na vida. 
A vida coletiva em sociedade se dá pelas regras sociais ou comportamentos 
culturais. A família se dá por uma instituição mais autoritária, e aterrorizantes para 
algumas mulheres e crianças, com agressões escondidas dentro dos lares, sendo 
erguido um muro perante o silêncio, impedindo a explicitação da violência doméstica 
contra a mulher e crianças (SILVA, 2006) 
A violência doméstica ocorre sempre ao silêncio, dentro dos lares, sendo 
diferente da violência em âmbito público que ocorre com pessoas diversificadas. A 
violência familiar apresenta a agressão, abuso sexual, pancadas contra mulheres e 
crianças (SAFFIOTI, 1995) 
O profissional de Serviço Social possui muitos desafios, enfrentando o 
combate contra a violência. O serviço de assistentes sociais, seja ele na área de 
segurança pública, na área da saúde e na área de assistência social não 
conseguem atender às mulheres de forma integral (BOURDIEU, 2005) 
Dentre os desafios, um dos maiores perante o trabalho desenvolvido pelos 
assistentes sociais junto o combate à violência se dá por construir uma rede de 
atendimento efetiva entre instituições e profissionais. Os serviços disponíveis 
atendem com déficit as vítimas, sendo no sistema de saúde, de assistência e 
segurança pública (WAISELFISZ, 2012). 
19 
 
De acordo com Iamamoto (2012), o papel do profissional de assistência social 
não trabalha com fragmentos da realidade social, atendendo demandas individuais 
que analisadas demonstram situações que não são exclusivas de um indivíduo 
determinado. 
Para Campos (2007), os profissionais de assistência social são qualificados 
para atuar em espaços que priorizem a proteção da mulher quanto a situações de 
violência, como atuar no enfretamento de questões de desigualdade de gêneros. 
Assim o profissional quando leva em consideração os usuários sob uma 
perspectiva teórico-critica, interveem na realidade de forma mais concreta; 
descobrindo novas expressões no campo de questões sociais (IAMAMOTO, 2012) 
Desde os primórdios do Serviço social é observado que as conquistas da 
profissão acontecem constantemente com a conquista dos movimentos feminista, e 
efetivando direitos e priorizando o valor na sociedade. Com base nisso, até hoje os 
Assistentes Sociais trilham sua atuação nessa perspectiva e cada vez mais se 
atualizando frente às transformações frente à sociedade. 
A profissão exerce um papel de defesa perante os direitos da mulher junto a 
política. Para Lisboa e Pinheiro (2005) o Código de ética do Assistente Social tem 
sido um marco orientador para os profissionais, determinando assim a postura a ser 
adotada perante os onze princípios fundamentais. 
Para Saffioti (2004), o Serviço Social tem como foco o combate à violência 
doméstica, prestando atendimento à mulher vítima de violência, em favor da 
construção de uma sociedade justa. Assim a profissão está sendo valorizada e 
requisitada, conquistando espaço e demonstrando a assistência social. A atuação do 
serviço social está embasada em três dimensões: dimensão teórico metodológica, 
ético política e dimensão técnico operativa. 
Junto as demandas profissionais do Serviço Social a dimensão técnico-
operativa auxilia na atuação e intervenção às demandas apresentadas pela 
sociedade. Sendo o conjunto de instrumentais variados, devendo ser utilizado 
corretamente o instrumental que auxiliará na intervenção, o assistente social 
articulará sua escolha as dimensões teóricas e etiopolítica. O cotidiano do 
profissional impõe limites, desafios e oportunidades, tendo assim elemento como 
reflexão, criticidade e investigação primordiais para articular essas dimensões 
(BARROSO, 2002). 
20 
 
Já os instrumentais técnicos operativos são utilizados na atuação profissional 
do assistente social junto ao atendimento as mulheres junto a violência doméstica, 
sendo: entrevista, reuniões em grupo, equipes multifuncionais, visitas domiciliares, 
parecer social, documentação, relatórios, pesquisa, projetos, planejamento de 
programas, articulação em redes e construção de indicadores (LISBOA E 
PINHEIRO, 2005). 
Segundo Lisboa e Pinheiro (2005), o manuseio desses instrumentais, o 
posicionamento ético políticoe a ética profissional são fundamentais para 
estabelecer estratégias e criar demanda profissional, em vista ao compromisso no 
combate à violência doméstica. 
Assim Campos (2007), o instrumental exercita a ética, pois o profissional 
escuta os problemas da vítima sem julgamentos, mantendo sempre a relação de 
respeito com a usuária dos serviços. A postura ética e o projeto político são 
fundamentais à medida que o profissional tem no instrumental contribuindo a 
construir o fortalecimento das mulheres por meio de informações sobre seus direitos 
sociais, realizando o encaminhamento necessário para os profissionais. 
Para Barroco (2008), a ética se objetiva a intervenção profissional, de forma 
teórica por meio da concepção ética crítica e histórica e na prática por meio de 
ações que viabilizem os indivíduos quanto a suas capacidades, suas necessidades e 
direitos. Já a ética profissional possui um objetivo ético-político, buscando alargas as 
bases sociais na sociedade, junto aos movimentos e defensores dos valores e 
projeto. 
A ética por partes dos assistentes sociais se dá por outros instrumentais, que 
auxiliam no processo como: elaboração de relatórios e documentos, onde são 
descritas situações de riscos e vulnerabilidade em que as mulheres e filhos se 
encontram. Assim a ética é um instrumento do compromisso profissional e pessoal 
do Assistente Social, onde Lisboa e Pinheiro (2005), mesmo que nem sempre as 
condições de trabalho são favoráveis, o orçamento da área é reduzido e as 
situações de agressões atendidas sempre causam desgaste físico e emocional nos 
profissionais. Cabe assim aos assistentes sociais a clareza de saber utilizar os 
instrumentais de forma coerente, correlacionando com as orientações teórico-
metodológicas, que estão inserida no projeto ético-político da profissão, com objetivo 
de incentivar a agredida a realizar o registro da queixa, orientar sobre os seus 
direitos, elaborar parecer e encaminhar a vítima a programas assistenciais. 
21 
 
O profissional utiliza alguns instrumentos técnicos operativos para uma 
melhor avaliação e intervenções. A entrevista é um dos instrumentais mais utilizados 
pelo profissional, onde se desenvolve através do processo de escuta inicial e 
observação técnicas. Outro instrumental comum é a visita domiciliar, essa é utilizada 
para conhecer a realidade qual o sujeito vive. Os Assistentes sociais no seu espaço 
de trabalho contêm inúmeras informações e conhecimento sobre os usuários os 
quais atende (CAMPOS, 2007) 
O profissional utiliza alguns de seus instrumentos e técnica para minimizar os 
impactos sofridos pela vítima e consequentemente que não seja reproduzida aos 
filhos, fazendo com que essa vítima seja orientada e respaldada de seus direitos 
para que consiga assim deixar de aprisionar-se da atual situação vivida, sobre isso a 
autora abaixo discorre: 
 
Por isso, para o assistente social, é essencial o conhecimento da 
realidade em que atua a fim de compreender como os sujeitos 
sociais experimentam e vivenciam as situações sócias. No caso, 
trabalhando com a temática da violência contra a mulher, o 
profissional de serviço social necessita aprofundar seu conhecimento 
sobre as múltiplas determinações que decorrem da mesma (LISBOA, 
PINHERO, 2005, P, 203). 
 
Para Campos (2007), existem também possibilidades de o profissional 
trabalhar com grupos principalmente nos casos de mulheres que sofreram violência 
doméstica, o trabalho realizado com grupos pode ser feito de várias formas, sendo 
que as mais comuns é introduzir abordagens temáticas e rodas de conversas, visitas 
a contribuir para retirá-las do processo de angustia, baixa autoestima e a condição 
de violência que está inserida. 
Lisboa e Pinheiro (2005), a troca de informações entre elas no grupo é 
fundamental para se fortalecerem, assim como troca de experiência, para ser 
encorajadas a sair da situação atual. Os grandes desafios enfrentados pela 
profissional são de auxiliar a vítima de violência doméstica na questão de abrigá-la 
em um local seguro no primeiro momento da violência sofrida. No que se refere aos 
encaminhamentos o profissional deverá ter amplo conhecimento na rede de serviço 
da sua cidade, é relevante dizer, que o encaminhamento acontece após o processo 
de acolhida e orientação a mulher. Assim como a possível denúncia ao órgão 
competente se for o caso. 
22 
 
A Lei nº 12.435/2011 sobre a organização da Assistência Social, define o 
Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS, sendo uma 
unidade pública estatal abrangendo município e regional, tendo como papel a oferta 
de trabalho social especializado em situações de risco pessoal, social ou violação 
aos direitos. 
As unidades de Saúde também se caracterizam como porta de entrada 
preferencial, para que a vítima tenha os primeiros cuidados no caso da violência 
física, também o CREAS que é uma unidade estatal responsável pela oferta de 
orientação e apoio especializados e continuados a indivíduos e famílias com seus 
direitos violados. 
Além disso, o profissional vem buscando fazer trabalhos onde beneficiem 
essas mulheres, sempre validando seus direitos e orientando a agir da melhor 
maneira para conseguir seus objetivos. 
Neste sentido a violência doméstica contra a mulher tornou-se objeto de 
atuação profissional do assistente social, enquanto desafio posto no cotidiano, o 
qual formula um conjunto de reflexão e intervenção desse profissional. 
2.3 O Centro de Referência especializado de assistências e os casos de violência 
contra mulher 
O Centro de Referência Especializada de Assistência Social – CREAS- 
constitui-se numa unidade pública e estatal onde se ofertam serviços especializados 
e continuados as famílias e individuo nas diversas situações de violações de direitos. 
Como unidade de referência deve promover a integração de esforços, recursos e 
meios para enfrentar a dispersão dos serviços e potencializar ações para os 
usuários, onde é de fundamental importância articular os serviços sócios 
assistenciais da proteção social básica e especial, com políticas públicas e órgãos 
do Sistema de Garantia de Direitos ao cidadão (MDS, 2011). 
O Objetivo do CREAS é ofertar serviço Especializado e continuado que 
possam contribuir para: 
Assegurar proteção social imediata e atendimento interdisciplinar ás 
pessoas em situação de violência visando sua integridade física, 
mental e social: Fortalecer os vínculos familiares e a capacidade 
protetiva da família; fortalecer as redes sociais de apoio da família; 
processar a inclusão das famílias no sistema de proteção social e 
nos serviços públicos, conforme necessidades- Reparar de danos e 
da incidência de violação de direitos. Prevenir a reincidência de 
violação de direitos. (MDS, 2011). 
23 
 
A organização do CREAS no país junto ao MDS com objetivo de subsidiar a 
implementação, criou em 2011 um manual de orientações técnicas. No manual 
encontra-se as competências do órgão gestor; quanto a infraestrutura, identificação, 
recursos humanos no CREAS, monitoramento, avaliação e controle social, diretrizes 
para o funcionamento do CREAS (MDS, 2011). 
O MDS aponta como eixos norteadores do trabalho desenvolvido no CREAS, 
como: território e localização do CREAS; atenção especializada e qualificação do 
atendimento; direitos socioassistenciais; mobilização; participação social em rede e 
centralidade da família. Quando ocorre intervenções mais complexas, há orientação 
especializada que prevê a qualificação no atendimento. Assim a equipe deve possuir 
conhecimento com base teórico metodológicas e ético-políticas, instrumentos 
técnicos e operativos, proporcionando assim uma aproximação junto a vítima (MDS, 
2011) 
Referente ao território do CREAS, há necessidade de conhecer o lugar onde 
será instalado a fim de atender as necessidades quanto a infraestrutura. Outro 
aspecto importante do território se dápelo conhecimento dos aspectos geográficos, 
econômicos, densidade populacional, cultura, valores; favorecendo a compreensão 
dos riscos e fatores que contribuem para as situações de violência doméstica e 
familiar. Para que seja feito o planejamento, a localização de cada CREAS se faz 
necessário realizar um diagnóstico junto a características dos riscos pessoais e 
sociais por violações do território e a comunidade ao seu redor (BEHRING, 2011) 
O MDS compreende que os direitos socioassistenciais que são ofertados pelo 
CREAS, são: atendimento digno, respeitoso e atencioso; acesso a rede de serviço 
de acordo com necessidade; acesso a informações referente ao direito primário do 
cidadão, principalmente para aqueles que enfrentam problemas de leitura, limitações 
físicas, acesso à informação; a convivência familiar e comunitária e a oferta de 
serviços qualificados (BRASIL, 2011). 
As orientações técnicas salientam como se deve ser o desenvolvimento de 
trabalhos sociais nestes centros de atendimento. Sendo três dimensões norteadoras 
para o profissional: acolhida, articulação com a rede, acompanhamento 
especializado. A colhida é o primeiro contato individual com a família, tendo objetivo 
de aproximação, compreensão perante a situação da vítima, não adotando postura 
de discriminação. A acolhida acontece durante todo o acompanhamento realizado 
pelos profissionais (BRASIL, 2011). 
24 
 
Já o acolhimento especializado, compreende atendimento de forma contínua 
segundo as demandas de cada situação, onde são apresentados como exemplos: 
visitas domiciliares; acompanhamento jurídico-social; atendimentos individuais e 
familiares; entre outros. Quando as demandas ultrapassarem as competências do 
CREAS, a vítima deve ser encaminhada para serviços, programas da rede 
socioassistencial da política pública e órgãos de defesa de direito. Onde o 
monitoramento e acompanhamento pelo CREAS continua a fim de verificar seu 
desdobramento perante os serviços da rede e cuidados com a vítima (BRASIL, 
2011). 
Em relação a competência do órgão gestor da política do CREAS em relação 
a Assistência Social, as orientações se dão: orientação, definição referente ao 
território de abrangência, dados de vigilância socioassistencial e a possibilidade da 
participação dos usuários; planejamento das unidades do CREAS e serviços a 
serem ofertados, assim como o monitoramento e avaliação do centro; gestão 
administrativa, financeira e orçamentária dos recursos, assegurando o cumprimento 
da lei orçamentária anual assegurando assim recursos para o CREAS; provimento 
de materiais de infra estrutura; gestão de recursos humanos (carreira, cargos e 
salários); medidas referente a capacitação e educação permanente dos profissionais 
(BRASIL, 2011). 
Referente a infraestrutura, identificação e recursos humanos do CREAS a 
MDS observa se o espaço físico oferece dimensões para os ambientes necessários; 
se as instalações são adequadas não implicando em prejuízos das ações e serviços 
a serem ofertados. O planejamento da implantação ou adequação do CREAS inclui 
em seu projeto a previsão de funcionamento do centro (BRASIL, 2011). 
Couto (2008) ressalta que o CREAS oferece os seguintes serviços: proteção 
e atendimento especializado a famílias e indivíduos (PAEFI); serviços especializados 
em pessoas em situações de rua; serviço especializado em abordagem social; 
serviços de proteção social para pessoas com deficiências, sendo idosos e suas 
famílias; serviço de proteção social a adolescentes que cumprem medida 
socioeducativa de liberdade assistida (LA) e prestação de serviços à comunidade 
(PSC). 
Os serviços com intervenções mais qualificadas e complexas, devem 
funcionar de maneira articulada com os serviços de proteção social básica, 
demandando de um conjunto de serviços e atenções especificas de acordo com o 
25 
 
caso reportado, mas serão as vítimas acompanhados pelos CREAS (BEHRING, 
2011) 
O CREAS não deve estar submetido a dependência da gestão do município 
para desempenhar a prestação de seus serviços. Sua gestão é de natureza estatal, 
sendo as condições subjetivas e objetivas fazendo com que a qualidade nos 
serviços se mantenha. Assim pode-se citar como exemplos: computadores, 
instalações apropriadas, instrumentais, veículos para realização de visitas 
domiciliares, etc. (BRASIL, 2011). 
O objetivo geral que nos mostra assim os CREAS se dão pela prevenção ao 
combate à violação de Direitos, que possui uma equipe multiprofissional que possui 
como papel a orientação, acompanhamento psicossocial e jurídico a todos os 
indivíduos que possuem seus direitos violados. Já os objetivos específicos podemos 
destacar: (BRASIL, 2011) 
 Assegurar a proteção social e atendimento as pessoas em situações de 
violência de direitos; 
 Construir uma rede de serviços permitindo a garantia dos direitos 
fundamentais de pessoas violadas; 
 Reestabelecer o direito à convivência familiar e comunitária das pessoas 
violentadas, por meio de ações sociais; 
 Identificar fenômenos e riscos decorrentes; 
 Prevenir e interromper o ciclo de violência perante os indivíduos vítimas; 
 Sensibilizar a população em relação a violação de direitos, quanto a 
importância de denunciar casos de violação; 
 Contribuir para a devida responsabilização perante os agressores; 
 Proporcionar a todas as vítimas de agressões atendimento aos serviços do 
CREAS; 
 Inserir família em programas da comunidade geradores de renda e cursos 
profissionalizantes; 
 
Para Behring (2011), além de crianças e adolescentes, no CREAS devem ser 
atendidos famílias e indivíduos que vivenciam violação de direito por ocorrência de: 
violência física, psicológica e negligência; violência sexual: abuso e/ou exploração 
sexual; afastamento do convívio familiar devido à aplicação de medida sócio 
26 
 
educativa ou medida de proteção; tráfico de pessoas; situação de rua e 
mendicância; abandono; vivencia de trabalho infantil; discriminação em decorrência 
da orientação sexual e/ou raça/etnia; descumprimento das condições do Programa 
Bolsa Família. CREAS oferta acompanhamento técnico especializado desenvolvido 
por ema equipe multiprofissional, de modo a potencializar a capacidade de proteção 
a família e favorecer reparação da situação de violência vivida. 
O atendimento é prestado no CREAS ou pelo deslocamento de equipes em 
territórios e domicílios, e os serviços devem funcionar em estreita articulação com o 
Poder Judiciário, Ministério Público, Conselho Tutelares e outras Organizações de 
Defesa de Direitos. É articulado ainda aos demais serviços sócios assistenciais e 
outras políticas no intuito de estruturar uma rede efetiva de proteção (COUTO, 2008) 
Para mulheres violentadas o atendimento no CREAS é feito através de 
acompanhamento a ela e aos seus filhos, visando à garantia dos direitos, prevenção 
e enfrentamento da violência. 
 
 
2.4 História da Mulher no Brasil e seus direitos ao longo da história 
De acordo com MOREIRA (2016), 
A sociedade contemporânea confere as mulheres um novo papel no 
Brasil e no mundo. As últimas décadas foram marcadas por 
profundas transformações que impactaram nas vidas das mulheres. 
Após a conquista do direito do voto feminino. A revolução sexual a 
partir dos anos 60 permitiu as mulheres uma progressiva a forte 
inserção no mercado de trabalho. Existe uma caminhada a percorrer 
os salários ainda são desiguais. As mulheres Brasileiras, embora 
sejam mais da metade da população, ocupam apenas 14% das 
cadeiras na câmara dos Deputados. A luta pelos direitos da mulher é 
permanente. Há aspectos econômicos, sociais e culturais. 
 Para compreender melhor a história da mulher no Brasil, seus direitos ao 
longo da história e suas conquistas de direitos em busca da igualdade de gêneros se 
faz necessário um apanhado pelas cartas magnas brasileiras. 
Constituição Imperial de 1824 
Na primeira constituição Nacional, o Brasilestava sob o centro da Monarquia, 
os descendentes da Família Real portuguesa governavam o país depois da 
27 
 
independência política em 1822. O papel da mulher na sociedade era mínimo em 
detrimento a posição masculina, entretanto, no que se referia a sucessão imperial, 
as normas permitiam que uma mulher governasse o país. 
O texto constitucional menciona a mulher apenas ao dispor a 
sucessão imperial (art,116 e seguintes). Nesse momento 
constitucional, eram os cidadãos homens com 25 anos ou mais e 
todos que tivessem renda de 100 mil-réis, mas em 1881 foi proibido o 
voto dos analfabetos. As mulheres e os escravos não eram 
considerados cidadãos, sendo os excluídos políticos no período 
imperial, (SANTOS, 2009,3) 
 
 Constituição Federal 1891 
Em 15 de novembro de 1889 foi proclamada, através de um golpe, a 
República no Brasil. A forma de governo muda, porém, não se percebe um ganho 
em direitos iguais, prevalecendo ainda o poder econômico na mão dos fazendeiros e 
de uma nascente elite industrial. A princípio, a mulher continua na mesma posição 
social de antes, porém com a instalação de indústrias nos grandes centros, era 
crescente o número de mulheres que iam ao trabalho, atitudes que mais tarde, 
colaborariam para a conquista do voto. 
 
Constituição Federal 1934 
Com grande influência externa, a constituição dos Estados Unidos do Brasil, 
consagrou a isonomia entre os sexos, consolidou as leis trabalhistas e deu a mulher 
o direito de votar e ser votada, conformando uma lei eleitoral de 1932. 
Tinha como principais inovações a introdução do voto secreto e o 
sufrágio feminino, a criação da justiça do trabalho, definição dos 
direitos constitucionais do trabalhador (jornada de 8 horas diárias, 
repouso semanal e férias remuneradas) e previdência social. Na 
constituinte de 1934, dois anos após autorização no nível federal, 
houve uma representante do sexo feminino, a primeira deputada do 
Brasil: Carlota Pereira de Queiros. (SANTOS, 2009,7) 
Constituição Federal de 1937 
Outorgada pelo presidente Getúlio Vargas Dornelles, CF de 37 teve 
característica antidemocráticas, pois configurava, no país, uma ditadura. E mesmo 
28 
 
com a conquista de alguns direitos a mulher ainda assumia um papel passivo na 
sociedade, todas elas eram consideradas com pilar fundamental da família 
guardiões do lar (SANTOS, 2009, 8). Herança do império e também do ideal cristão 
que predominava sobre o país. 
 
 A Constituição Federal de 1946 
Conhecida como CF Populista, pois depois de alguns anos de ditadura, o 
Brasil voltara a respirar ares democráticos, retomando as vitorias relacionadas a 
igualdade. Porém, não se alcançou muito espaço, pois a sociedade brasileira ainda 
carregava o “gene’’ patriarcal, de modo que a participação social era minada em 
detrimento das oligarquias que ainda estavam arraigadas no poder. Porém foi sob a 
vigência desta carta, que as mulheres endossaram grandes lutas a favor de mais 
direitos civis, dentre eles o Estatuto da Mulher casada em 1962 e o início e a Lei do 
divórcio que seria aprovada em 1977. 
 
Constituição Federal de 1967 
Não se pode esperar muito de uma constituição elaborada dentro de um 
regime Ditatorial, tendo em vista a repressão. Contudo, as mulheres se organizavam 
em diferentes grupos e frentes para protestar contra o Regime, sobretudo aqueles 
que tiveram seus maridos mortos ou torturados. Simultaneamente, nos EUA e na 
Europa o feminismo tomava corpo e garantia para as mulheres, mais espaço e 
diretos na sociedade. 
 
Constituição Federal de 1988 
Dentre as constituições do Brasil, a de 88 de longe a mais democrática, pois 
sua elaboração teve participação direta da sociedade. Assim sendo, todos os grupos 
considerados minoritários, tiveram a partir do artigo 5º seus direitos garantidos e 
depois deles várias outras legislações que garantem a igualdade entre todos os 
cidadãos brasileiros sem nenhuma distinção de qualquer natureza. Não foi diferente 
29 
 
com as mulheres, em duas décadas de vigência, nunca o gênero feminino 
consolidou tanto espaço na sociedade. 
 
2.5 Conceito de Família 
Por isso, deixará o homem pai e mãe e se unira à sua mulher, tornando-se os 
dois uma só carne. (Gêneses Capitulo 2 versículos 24). 
De acordo com a Bíblia sagrada Deus criou o homem a sua imagem e 
semelhança, e Deus viu que não era bom que o homem ficasse só, fez com que o 
homem caísse em sono profundo e de sua costela, fez a mulher. E ordenou que 
multiplicasse e enchesse a terra. 
Historicamente a família sempre esteve ligada a Ideia sacralizada. Mesmo 
atualmente, com tantos avanços sociais, muitos defendem a família heterossexual, 
matrimonializada e hierarquizada. Esse é um pensamento ligado ao tempo de 
estreitamento entre o Estado e a Igreja em que as “leis divinas" norteava as 
questões familiares. Trazemos traços de um direito matrimonializada, patriarcal, 
hierarquizado, patrimonial e heterossexual. (DIAS, Berenice, 2009, VENOSA, 2008). 
A família é a primeira constituição formada na terra. A família é considerada 
um dos principais agentes da socialização e da reprodução de valores e padrões 
culturais dos indivíduos, já que nesse cenário se tecem relações que envolvem 
posições etárias, posições sexuais, produtoras e reprodutoras das representações 
sociais que justificam e orientam diversas práticas familiares e sociais. 
Vemos atualmente mudanças constitucionais que são as medidas de apoio 
familiares dirigidas particularmente para as crianças. Além das transformações nos 
arranjos familiares, também vêm surgindo mudanças constitucionais na esfera 
familiar. 
Nos tempos atuais, tanto na Constituição quanto no Código Civil a 
família não é mais aquela que, com qualificação de legitima, era 
formada pelo casamento e constituía o eixo central do direito de 
família (IAMAMOTO, 2004, p.39). 
Com essa nova conjectura constitucional do conceito de família vislumbrou 
um olhar mais democrático, menos discriminatório. O exemplo disso tem-se a 
30 
 
“pessoa” como referência não mais o “homem” e também a mudança da 
terminologia de “pátrio poder” para “poder familiar”. 
A Constituição Federal Brasileira de 1988 reconhece a importância da família. 
No artigo 226, no qual declara que a família é a base da sociedade, tem especial 
proteção do Estado. Já a Declaração dos Direitos Humanos revela que a família é o 
núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito a proteção da sociedade e 
do estado. Também é reafirmada a importância da família no Estatuto da Criança e 
do Adolescente (ECA), LOAS E Estatuto do Idoso. 
Art. 19 do ECA. Toda criança ou todo adolescente tem direito a 
ser criado e educado no seio da sua família e, 
excepcionalmente, em família substituta, assegurada a 
convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da 
presença de pessoas dependentes de substancias 
entorpecentes. 
Com base nisso, Dias ((d) 2013: 54) assegura que: 
“A Constituição, ao esgaçar o conceito de família, 
elencou como entidade familiar a comunidade formada por 
qualquer dos pais e seus descendentes (CF 226 § 4º). O 
enlaçamento dos vínculos familiares constituídos por um dos 
genitores com seus filhos, no âmbito da especial proteção do 
Estado, atende a uma realidade que precisa ser arrostada. Tais 
entidades familiares receberam em sede doutrinária o nome de 
família monoparental, como forma de ressaltar a presença de 
somente um dos pais na titularidade do vínculo familiar. 
 Salienta ainda Dias ((d) 2013) que esse tipo de formação familiar se dá 
quando existe morte de um dos genitores, separação ou divorcio ou até mesmo 
quando é feita adoção por pessoa solteira: 
 
 
 
31 
 
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no seu artigo 4º discorre: 
É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do 
Poder Público assegurar com absoluta prioridade, a efetivação dos 
direitos referentes à saúde, à alimentação,à educação, ao esporte, 
ao lazer, à profissionalização, à cultura, à liberdade e a convivência 
familiar e comunitária. (BRASIL, 1990). 
 MARCHESI (2004) nos diz que a educação não é uma tarefa que a escola 
possa realizar sozinha sem a cooperação de outras instituições e, a nosso ver, a 
família é a instituição que mais perto se encontra da escola. O sonho de cada família 
é poder viver junta e feliz, num lar tranquilo e pacífico, em que os pais têm 
oportunidade de criar os filhos da melhor maneira possível, ou de os orientar e 
ajudar a escolher as suas carreiras, dando-lhes o amor e carinho que desenvolverá 
neles um sentimento de segurança e de autoconfiança. MANDELA Nelson, África do 
Sul / estadista, Nobel da paz 1918/2013. 
Ao longo dos anos ouve transformações, a família vem sendo alterada. A 
família tradicional, família nuclear, composta por pai, provedor da casa; mãe, 
cuidadora da família, e seus filhos foram sendo substituída por novos tipos de 
família. 
 
2.6 Conceito de violência 
 O termo violência se origina do latim violêntia, que do modo geral, expressa o 
ato de violar o outro ou a si mesmo. O termo ainda nos faz concluir que a natureza 
da violência reside no fato de que, por meio da força, tal ação possa ter como 
consequência tanto danos físicos, quanto psíquicos, caracterizando assim como 
atitudes contrárias a liberdade, e integridade do outro. 
 Apesar disso, as características gerais do termo variam conforme o tempo, o 
espaço, seguindo padrões culturais preestabelecidos em cada pais, cidade, ou 
grupos sociais em uma determinada época. De acordo com o dicionário Michaelis 
(2019) o termo violência pode ser conceituado da seguinte maneira: 
 
 
32 
 
Violência (substantivo feminino) 
1 Qualidade ou característica de violento. 2 Ato de crueldade. 3 
Emprego de meios violentos. 4 Fúria repentina. 5 Juro Coação que 
leva uma pessoa à sujeição de alguém. ESPRESSÕES, violência 
arbitrária, Jur. Prática criminosa cometida por alguém do meio 
jurídico, que se vale de seu cargo. Violência carnal, Jur. Ato sexual 
no qual se emprega a força; estupro. Não violência: refeição 
positivada violência em qualquer circunstância. ETIMOLOGIA, lat. 
violêntia. (MICHAELIS, 2019). 
 
Michaelis conceitua de maneira genética o termo, atribuído algumas 
interpretações jurídicas do termo para incluir no seu conceito algumas formas de 
violência, já que o Dicionário Online de Português destaca outros conceitos do 
termo: 
Significado de Violência, substantivo feminino. Qualidade ou caráter 
de violento, do que age com força, ímpeto. Ação violenta, agressiva, 
que faz uso da força bruta: cometer violências. (Jurídico). 
Constrangimento físico ou moral exercido sobre alguém que obriga 
essa pessoa a fazer o que lhe é imposto: violência física, violência 
psicológica. Ato de crueldade, de perversidade, de tirania: regime de 
violência. Ato de oprimir, de sujeitar alguém a fazer alguma coisa 
pelo uso da força; opressão, tirania: violência contra a mulher. Ato ou 
efeito de violentar, de violar, de praticar estupro. Etimologia (origem 
da palavra violência). Do latim violentia e a “qualidade de violento’’. 
(DICIONARIO OLINE DE PORTUGUES, 2019). 
No entanto, para Paviane ((2016), pag.08), o conceito de violência é ambíguo, 
complexo, implica vários elementos e posições teóricas e variadas maneiras de 
solução ou eliminação. As formas de violência são tão numerosas, que é difícil 
elencá-las de modo satisfatório. O senso comum refere-se ao termo de modo 
superficial, parcial e simplificado, porém classificar as formas de violência depende 
de uma série de critérios que considerem a realidade dos envolvidos em atos 
violentos, e o modo de combatê-los. Essa necessidade de conceituação de violência 
é importante para que se possam identificar suas mais variadas formas. 
Entre as mais diversas formas de violência podemos aqui destacar as 
diferentes modalidades de violência contra a mulher, como violência doméstica, o 
assédio sexual, o abuso sexual, a exploração sexual, a importunação sexual, o 
estupro, e o feminicídio. Muitos desses conceitos são relativamente novos, ou 
ganharam uma conotação mais grave recentemente, haja vista que a violência 
33 
 
contra mulher esteve, durante muitos anos, amparada com a cultura patriarcal cristã 
que propagou na grande mídia por meio dos mais diversos meios de comunicação, 
presente, implícita, ou explicitamente em jornais, novelas, folhetins revistas entre 
outros. 
3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO SOCIAL. 
 
 
Desde os tempos remotos a violência já fazia presente na vida das pessoas, 
não apenas no Brasil como também nos demais países. A violência doméstica 
contra a mulher na maioria dos casos é praticada pelo companheiro, marido, pai, 
padrasto. 
No geral a violência doméstica pode acontecer com qualquer sujeito, ela é 
fenômeno complexo e multicausal que abrange diversas tipologias, independente de 
gênero, classe social, faixa etária, raça, orientação sexual, dentre outras. 
A cada ano mais de um milhão de pessoas perdem a vida, e muitas 
sofrem ferimentos não fatais resultantes de auto de agressões, de 
interpessoais ou de violência coletiva. Em geral, estima-se que a 
violência seja uma das principais causas de morte de pessoas entre 
a 15 e 44 anos em todo o mundo. (DAHLBERG, KRUG, 2007, 
p,1164). 
Tapas, empurrões murros, estupros e tiros são característica comuns de 
violências praticadas contra a mulher. Há também uma violência que e pouca 
divulgada que é a violência psicológica ela não deixa marcas físicas cicatrizes 
internas que destroem a auto estima as vitima por toda vida. O agressor usa meios 
de descriminação, podendo ser, humilhação, desespero ou culpabilização das 
vítimas e entre outras. A violência psicológica pode levar a vítima, além do 
sofrimento, intenso, chegar a tentar suicídio (KASHANI; ALLAN, 1998). 
À Maioria das mulheres que sofrem violência não recorrem às delegacias de 
polícia para denunciar, devido a vergonha que sentem perante a sociedade, e por 
dependerem financeiramente do agressor ou achar que eles possam mudar 
futuramente, sobre a violência diz: 
“(...) a afirmação da agressão é a imposição da vontade de uma 
pessoa sobre a outra, sem, no entanto, respeitar os limites físicos e 
morais, podendo existir na forma física contra a pessoa e contra bens 
verbal, contra pessoa’’ (SILVA, 1992, p. 239). 
34 
 
 
Nos poucos casos que solicitam ajuda, em grande escala é para outra mulher 
da família, como a mãe ou irmã, as vezes amiga próxima ou vizinha. Foi realizada 
uma pesquisa pela IBGE2 onde consta que em 2011 a central de atendimento à 
mulher (Ligue 180), da Secretaria de políticas para as mulheres-SPM registrou 75 
mil relatos de violência contra mulher. Destes, cerca de 60% foram de violência 
física, 24% violência psicológica e 11% violência moral. Na maioria dos casos, o 
agressor era o companheiro, conjugue ou namorado (74,6%); a mulher relacionava-
se com o agressor há 10 anos ou mais (40,6%); a violência ocorria desde o início da 
relação (38,9%) e sua frequência era diária (58,6%). 
Em 52,9% dos casos, as mulheres percebiam risco de morte e em 2\3 das situações 
os filhos presenciavam a violência (66,1%). (IBGE, 2012). 
É conveniente ressaltar, que a violência cometida contra a mulher, seja ela 
qual for, é uma das piores formas de violação dos direitos humanos, ‘’ uma vez que 
extirpa os seus direitos desfrutar da liberdade fundamentais, afetando a sua 
dignidade e a autoestima’’ (PAULA, 2012:03). 
Percebe-se a grande dificuldade, é que na maioria das vezes, as mulheres 
estão envolvidas também emocionalmente com seus maridos ou companheiros, o 
que resulta em ocultação de denúncias. Hoje essa realidade existe, embora, com 
alguns avanços e parte desse público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
4 JUSTIFICATIVA 
 
Após o levantamento de demandas observado no estágio II noCREAS de 
Paiçandu, onde semanalmente foram realizadas as aulas práticas do Estagio 
curricular, foi possível graças às atividades que são desenvolvidas pela equipe 
técnica do CREAS, os atendimentos diariamente as mulheres vítimas de violência, 
que chegam à procura do serviço, visitas realizadas e escuta qualificada, 
atendimento a algumas mulheres que vieram encaminhadas de outros serviços para 
serem acompanhadas 
O trabalho realizado pela equipe técnica nasceu a partir da necessidade de 
atender as mulheres que sofreram algum tipo de violência bem como: física, 
psicológica, patrimonial, moral, sexual e de ameaças sendo estas as mais comuns 
atendidas pelo setor. 
Estudos apontam que o Brasil é um dos países com maior número de 
mulheres vitimadas, esta prática se apresenta de diversas formas, trazendo para as 
mulheres vitimadas consequências graves: 
(...) a violência contra mulher produz consequência emocionais 
devastadoras, muitas vezes irreparáveis, e impactos graves sobre a 
(...) mais de 40% das ações violentas resultam em lesões corporais 
graves decorrentes de socos, tapas, chutes, amarramento, 
queimaduras, espancamentos e estrangulamentos. (Cartilha direito 
da mulher. Pag. 05 anos 2006). 
Na prática o trabalho realizado pela equipe técnica do CREAS não se resume 
somente em organizar temas e as atividades de grupo, mas também realizar busca 
ativa para a participação efetiva das mulheres vitimadas sendo que os temas 
abordados são de diversos de caráter educativos por suas particularidades e social 
por estar agregada a política nacional de Assistência Social. Segundo a tipificação 
Nacional de Serviços sócio assistenciais (2009), as mulheres vítimas de violência 
devem ser atendidas atraves do serviço de proteção e atendimento especializado a 
famílias e indivíduos – PAEF. (Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. 
Repressão I 2014PG. 45) 
A equipe técnica do CREAS realiza as intervenções de grupo Socioeducativo, 
abordando temas pertinentes ao convívio sócio familiar, envolvendo ajuda dos 
profissionais das áreas: saúde, educação e demais políticas, para que os usuários 
36 
 
possam resgatar sua autoestima, recebendo orientações sobre seus direitos, bem 
como fortalecimento de vínculos familiares. 
O reconhecimento da assistência social enquanto política pública de direitos, 
inscrita na constituição de 1988 e, também, o processo democrático e participativo 
que resultou na elaboração e aprovação de alguns de seus principais marcos 
normativos. Na sequência, evidencia a organização do (SUAS) e os avanços 
trazidos pela Lei n º 12.435, de 6 de junho de 2011 (Lei SUAS), ressaltando, em 
seguida, as proteções afiançadas aos cidadãos no âmbito da política pública. 
O Centro de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS) oferta 
obrigatoriamente o serviço de proteção e atendimento especializado a família e 
indivíduos (PAEF). Serviço voltado para famílias e pessoas que estão em situação 
de risco social ou tiveram seus direitos violados. Oferece apoio, orientação e 
acompanhamento para a superação dessas situações por meio da promoção de 
direitos, da preservação e do fortalecimento das relações familiares e sociais. 
Segundo a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (2009), as 
mulheres vítimas de violência devem ser atendidas através do Serviço de Proteção e 
Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos – PAEFI. 
A prática dos Assistentes Sociais no Centro de Referência Especializada de 
Assistência Social (CREAS), um dos serviços da Assistência Social dentro da 
proteção especial de alta complexidade, é de suma importância visto que esses 
profissionais participam do processo de enfrentamento das várias expressões da 
“questão social” emanadas da relação antagônica entre capital e trabalho. 
Faz uma reflexão sobre a importância da prática profissional do Assistente 
Social nesta instituição, utilizando-se da teoria como embasamento para 
compreender a relação de operacionalização das tarefas dentro do sistema de 
proteção especial, pois este é um serviço da assistência social que tem atendido 
diariamente inúmeras situações de violações de direito a qual uma parte da 
população de Paiçandu – PR enfrenta no dia a dia. 
Neste sentido, esta pesquisa partira da necessidade de investigar os meios 
de proteção em favor da mulher vítima de violência doméstica com base na lei 
11.340/2006. A qual Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar 
contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da 
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as 
Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a 
37 
 
Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência 
Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código 
Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências. 
O referido projeto está sendo desenvolvida na área de proteção especial de 
alta complexidade em que se refere aos atendimentos as usuárias, no Centro de 
Referência Especializada de Assistência Social (CREAS) as Mulheres vítimas de 
violência. Por isso o projeto de intervenção teve como tema “Empoderamento da 
Mulher Vítima de Violência” visto que em todos os estágios foi à demanda que mais 
atendi junto com a equipe técnica do CREAS. 
 
O trabalho do assistente social Além de orientar e encaminhar os cidadãos 
para os serviços da assistência social ou demais serviços públicos existentes no 
município, o CREAS também se oferece informações, orientação jurídica, apoio à 
família, apoio no acesso à documentação pessoal e estimula a mobilização 
comunitária. 
Através da pesquisa bibliográfica foi possível expandir o conhecimento a 
respeito do Centro de Referência especializada de assistência social CREAS e 
conhecer e orientar sobre a Lei 11.340, bem como orientar as usuárias. Nessa etapa 
do trabalho, o projeto de pesquisa do TCC será constituído por três capitulo, no 
primeiro dele uma reflexão sobre a conjuntura histórica, violência contra a mulher: 
políticas públicas e medidas protetivas na contemporaneidade. 
No Brasil A violência contra a mulher é produto de uma construção histórica 
— portanto, passível de desconstrução — que traz em seu seio estreita relação com 
as categorias de gênero, classe e raça/etnia e suas relações de poder. Por 
definição, pode ser considerada como toda e qualquer conduta baseada no gênero, 
que cause ou passível de causar morte, dano ou sofrimento nos âmbitos: físico, 
sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública quanto na privada. 
A violência é um fenômeno social e universal que atinge populações de todas 
as classes, religiões e culturas, com diferenciais por gênero, idade e etnia para 
Organização Mundial da saúde (OMS), ‘a violência é o uso intencional da força física 
ou poder, real ou em ameaça, contra si próprio ou contra outra pessoa grupo ou 
comunidade, resultando ou que tenha a possibilidade de resultar em lesão, morte, 
dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação’ (SILVA ET. al, 2013). 
38 
 
Assim como, a violência doméstica é toda e qualquer ação ou omissa, que 
acarreta prejuízos na liberdade e no desenvolvimento dos envolvidos, sejam eles 
membros da mesma família ou agregados e visitantes esporádicos. Assim, tais atos 
podem ser cometidos dentro ou fora do lar e consistem, na grande maioria dos 
casos, em agressões físicas, psicológicas, sexual e negligência (SALIBA et al. 2007: 
DAY et AL,2003 citado por PORTO, 2014). 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou em 2002 um relatório 
intitulado “Relatório Mundial sobre Violência e Saúde”. Neste relatório, a violência é 
Conceituada como “o uso intencional da força física ou do poder, real ou ameaça, 
contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma com unidade, que 
resulte outenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, 
deficiência de desenvolvimento ou privação” (ZUMA, 2005, p. 02 apud FONSECA, p 
.307, 2012). 
Ainda, segundo estudo da organização das Nações Unidas (ONU) de 2006, ‘’ 
violência contra a mulher é todo ato de violência praticado por motivo de gênero, 
dirigido contra mulher (GADONI–COSTA: DELL’ AGLIO, 2010, p. 152 citado por 
FONSECA, p,308, 2 012). 
 Diante de tais conceitos deliberados acerca da temática, levando em 
consideração que a temática foi por anos desconhecida da sociedade, sendo 
inserida nos estudos acadêmicos como uma das formas mais horríveis de violações 
dos direitos humanos, necessitando diante disso de intensa mobilização Social. A 
violência doméstica e familiar é um problema universal que atinge milhões de 
pessoas, na maioria das vezes silenciosa, devido ao medo das vítimas em denunciar 
seus agressores. Este fato é muito importante ser visto como meio de estabelecer 
vínculos e confiança e empatia nas relações entre serviço de saúde, profissionais e 
usuários, acolhimento deve ser assegurado como prática que garanta uma 
assistência humanizada e resolutiva as vítimas de violência. 
 
 
 
 
 
39 
 
5 OBJETIVOS 
 
 
5.1 OBJETIVO GERAL 
O estudo apresenta como objetivo geral buscar conhecimento de forma 
ampla, a fim de agregar informações em favor das usuárias vitimadas que são 
atendidas pelo serviço CREAS de Paiçandu-PR baseado na Lei 11.340. 
 
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
Para que seja atingido o objetivo geral proposto, ele abordará os seguintes 
objetivos específicos 
 Levantar embasamento de conceitos junto a fontes bibliográficas; 
 Demonstrar a importância da Lei Maria da Penha; 
 Propor o Empoderamento da Mulher vítima de violência na garantia de seus 
direitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
6. METODOLOGIA DE PESQUISA 
 
 
A metodologia sustenta o desenvolvimento do artigo estão embasados em 
pesquisa bibliográfica com diversos autores e especialistas que abordam os 
aspectos voltados ao tema a ser desenvolvidos de caráter exploratório e natureza 
qualitativa. E também pesquisas questionário entrevistas, etc. 
O procedimento para elaboração do trabalho é considerado uma pesquisa 
bibliográfica, sendo que para Cervo (2000), a pesquisa bibliográfica “explica o 
problema a partir de referências bibliográficas publicados através de documentos ou 
artigos científicos.” 
A presente pesquisa tem caráter exploratório, pois de acordo com Gil (2007, 
p.41) este tipo de pesquisa: 
 [...] tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o 
problema, a fim de constituir hipóteses. Estas pesquisas têm como 
objetivo principal aprimorar ideias; descobertas. Sendo o 
planejamento bastante flexível, possibilitando que surjam 
considerações dos mais variados aspectos do fato estudado. 
Onde toda pesquisa utiliza-se de métodos, técnicas e procedimentos para se 
alcançar o objetivo proposto. O estudo em questão utiliza de método dedutivo, pois 
conforme Martins (2002, p. 34), “esse método é definido como um conjunto de 
proposições particulares contidas em verdades universais”. Assim o estudo 
assemelha-se neste método, com o intuito de analisar a amplitude das 
fundamentações teóricas, a fim de apresentar aos objetivos propostos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
7 ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA 
 
 
Nesta pesquisa foi utilizado como procedimento para coleta pelos dados, a 
entrevista com a assistente social. Os dados da pesquisa foram analisados de 
forma qualitativa. 
Para obtenção dos dados da presente pesquisa foram utilizados os 
seguintes procedimentos, observação direta com os usuários, pesquisa de campo e 
pesquisa bibliográfica a partir de livros, documentos e sites. 
O objetivo da pesquisa foi de analisar o trabalho com as vítimas de violência 
doméstica que são atendidada no serviço. A Centro de Referência Especializada 
atende pessoas de todo munícipio de Paiçandu e destrito de Agua Boa, a área de 
abrangência Municipal Populacão estimada 41.281 mil habitantes fonte de dados 
populacional: IBGE- Estimativas populacinais para os municipios. Atualizado em 30 
de agosto de 2019. 
As demanda atendidas no CREAS de paiçandu são de Proteção Especial de 
alta e média complexidade. 
Orientação e apoio sociofamiliar, plantão social; abordagem de Rua; 
cuidados no domicilio serviço de habitação na comunidade das pessoas com 
deficiência; Medidas socio educativas em meio aberto (PSC Prestação de Serviço a 
liberdade comunidade e LA- Liberdade Assistida). Direcionalmente legal de vítimas 
de violência; acompanha e desenvolve ações para diminuir o desrespeito 
preservado ao direitos humanos; Atendimento integral institucional. 
O CREAS atende pessoas em todas faixa etárias, crianças, adolecentes, 
jovens, mulheres, idosos, pessoas com deficiência e familias, pessoas que por 
algum motivos tiveram seus direitos violados. 
A instituição é constituida por nove funcionários: Secretária, coordenadora 
duas assistentes sociais, duas pscicólogas e uma estágiaria de Serviço social e a 
zeladora e motorista, no período matutino e vespertino. Trabalha seis horas por 
plantão com cada jornada semanal de 30hs. 
Quanto as condições de trabalho a assistente sócial referem-se que tem 
uma boa condição de trabalho na sede do CREAS. 
Para a realização deste trabalho utilizou-se da observação do campo de 
estágio, pesquisa bibliográfica como vários autores, assim como a aplicação do 
42 
 
questionário com uma Assistente Social. Posteriormente feita análise dos dados, 
com o objetivo de compreender como se desenvolve o trabalho deste profissional 
junto com as vítimas de violência doméstica no âmbito suas verificando as 
particularidades se dá neste contexto profissional. 
 
 
7.1 APRESENTAÇÃO DOS DADOS 
 
A apresentação e organização dos dados coletados na pesquisa teve a 
finalidade de responder o objetivo proposto. 
Durante a pesquisa percebeu-se a realidade investigada “violência 
doméstica” uma demanda do serviço social, e os usuarios(a) são atendedidos no 
Centro de Referência Especializada de Assistencia Social (CREAS) do municipio de 
Paiçandu, são atendidos pela equipe técnica multiprofissional, iniciando pelo serviço 
social em seguida pelo psicólogo que conforme cada caso será encaminhado a 
rede de cuidados as mulheres vítimas de violência de Paiçandu e dependendo a 
necessidade são encaminhadas para serem atendidas nos outros Serviços. 
 
7.2 ANÁLISE DOS DADOS 
 
Identificada a análise dos dados e os objetivos principais. Percebeu-se 
através da observação e intervenções e atendimento do Serviço social e da fala da 
Assistente Social o possicionamento as demandas atendidas é um desafio 
indentificado na entrevista com a Assistente Social do CREAS de Paiçandu, que o 
profissional deve atuar, apresentando soluções e ações de enfrentamento das 
expressões das questões sociais. Contudo, no que diz respeito as demandas do 
CREAS, pode-se observar que a demanda é grande, mas o recurso para se 
trabalhar as demandas é pouco. Portanto não se chega ao objetivo de atender as 
necessidades básicas da população atendida, faz se necessário elaborar estratégias 
para alcançar recursos buscando a melhoria da qualidade de vida das 
famílias na comunidade e conscientização das mesmas. 
43 
 
Entre outros desafios que são identificados tais como: a baixa remuneração 
do trabalho, aumento e diversificação das atividades, redução de pessoas e carga 
horária execessiva. 
Segundo as atribuições do serviço social, na unidade cabe ao setor as ações 
de encaminhamento e articular junto a rede as vitimas de violência doméstica. Umas 
das principais estratégias usada pelo Assistente Social com a equipe multidisciplinar 
para a atuação na intervenção junto com as demandas e vítimas de violência 
doméstica.

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