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DESCRIÇÃO Conceitos de iluminação, lâmpadas elétricas e luminárias, descrição de sistemas de aterramento e princípios de segurança em instalações elétricas. PROPÓSITO Conhecer os principais conceitos envolvidos nos projetos de iluminação (tipos de lâmpadas e luminárias, cálculo luminotécnico) e aterramento em instalações elétricas industriais, compreendendo a importância da segurança nas instalações, a partir dos efeitos da corrente elétrica e seus efeitos danosos ao corpo humano. PREPARAÇÃO Antes de iniciar este estudo, tenha em mãos papel e caneta para anotações e uma calculadora. Você também pode usar a calculadora do seu computador ou celular. Iluminação, Aterramento e Segurança em Instalações Elétricas OBJETIVOS MÓDULO 1 Descrever tipos de lâmpadas e luminárias utilizadas na iluminação industrial MÓDULO 2 Definir sistemas de aterramento em instalações elétricas MÓDULO 3 Descrever os riscos da eletricidade e segurança em instalações elétricas MÓDULO 1 Descrever tipos de lâmpadas e luminárias utilizadas na iluminação industrial Iluminação Industrial: lâmpadas e luminárias INTRODUÇÃO Imagem: Adobe Stock Toda e qualquer edificação necessita de um sistema de iluminação para fornecer um ambiente de trabalho e bem-estar agradável aos usuários. A iluminação do ambiente deve considerar uma diversidade de fatores, como o tipo de atividade a ser executada no local, as cores de paredes, teto e piso do ambiente, que definem a refletância da luz incidida pelos equipamentos de iluminação, basicamente lâmpadas e luminárias. O NÍVEL DE PRECISÃO DAS TAREFAS EXECUTADAS NOS AMBIENTES DEFINE O MELHOR PROJETO DE ILUMINAÇÃO. Para que a iluminação da instalação seja ideal, é necessário, por exemplo, haver: 1. Um nível de iluminamento adequado. 2. Uma distribuição espacial homogênea da luz sobre o ambiente. 3. A escolha da cor de luz mais indicada para a tarefa a ser executada. 4. A escolha correta de aparelhos de luminária. 5. A previsão de iluminação de acesso e emergência. ATENÇÃO Para execução de um projeto luminotécnico, é imprescindível dispor das plantas do local, de modo a conhecer as dimensões dos ambientes e suas devidas disposições para o aproveitamento máximo da luz natural, por exemplo. Imagem: Shutterstock.com Alguns conceitos que envolvem projetos luminotécnicos são muito importantes para entender as características dos principais equipamentos de iluminação: lâmpadas e luminárias. Veremos, agora, alguns conceitos básicos. LUZ Imagem: Adobe Stock É a fonte de energia em forma de ondas eletromagnéticas que ocorrem em diversos comprimentos de onda. Apenas uma faixa de comprimentos de onda é visível aos olhos humanos. Esse comprimento de onda é a distância entre duas cristas (ou dois vales) sucessivos de uma onda, em um gráfico de espaço e amplitude. O PRODUTO ENTRE O COMPRIMENTO DA ONDA LUMINOSA E SUA FREQUÊNCIA É UMA CONSTANTE DENOMINADA DE VELOCIDADE DA LUZ. C= Λ ×F Onde: f = frequência da onda, em Hz; λ = comprimento de onda, em m; c = velocidade da luz (3 × 108m / s). EXEMPLO Normalmente, o ser humano tem a capacidade de reconhecer as cores dos objetos que são refletidas aos seus olhos. Por exemplo, um objeto de cor amarela só é visto pelos olhos humanos por ser capaz de refletir melhor a luz em comprimentos de onda próximos da cor amarela. FLUXO LUMINOSO (Ψ) É a potência da onda eletromagnética emitida por uma fonte luminosa em qualquer direção do espaço. O fluxo luminoso (ψ) é medido em lúmens, que representa conceitualmente a quantidade de luz irradiada através da abertura de 1m ² feita na superfície de uma esfera de 1m de raio por uma fonte luminosa de 1 candela posicionada em seu centro interior. Uma fonte de 1 candela emite uniformemente o equivalente a 12,56 lúmens. É IMPORTANTE RESSALTAR QUE, APESAR DE SER UMA FORMA DE POTÊNCIA, O FLUXO LUMINOSO NÃO PODE SER MEDIDO EM WATTS, VISTO QUE É UMA GRANDEZA DEPENDENTE DA SENSIBILIDADE DO OLHO HUMANO, QUE VARIA ENTRE OS OBSERVADORES. ILUMINÂNCIA (E) Também conhecida por iluminamento e medida em lux, é a relação entre o fluxo luminoso e a área da superfície em torno do ponto de luz. Desse modo, em uma superfície plana de 1m ² , iluminada perpendicularmente por uma fonte de luz, apresenta uma iluminância de 1 lux: E = Ψ S LUX Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Onde: ψ = fluxo luminoso, em lúmens; S = área da superfície iluminada, em m ² . EFICIÊNCIA LUMINOSA (Η) É a relação entre o fluxo luminoso emitido por uma fonte luminosa e a potência elétrica, em watts, consumida para seu funcionamento. Do ponto de vista de projeto de iluminação, a eficiência luminosa é de grande importância, pois permite definir os melhores equipamentos a serem utilizados, como o tipo de lâmpada e a luminária. QUANTO MAIOR A EFICIÊNCIA LUMINOSA, MAIOR A RELAÇÃO DE CUSTO E EFICÁCIA DO PROJETO LUMINOTÉCNICO. Η = Ψ P LÚMENS / W ψ = fluxo luminoso, em lúmens; P = potência elétrica absorvida pela fonte luminosa, em watts. [ ] [ ] LÂMPADAS E LUMINÁRIAS Imagem: Adobe Stock As lâmpadas elétricas são os equipamentos responsáveis pela fonte de luz em uma instalação elétrica. Com o auxílio das luminárias, fornecem a melhor disposição, direção e distribuição luminosa nos ambientes, além de permitir uma fácil manutenção, proteção física das lâmpadas, proporcional conforto visual e estético no local. As lâmpadas elétricas podem ser basicamente de três tipos: Imagem: Adobe Stock Incandescentes Imagem: Adobe Stock De descarga Imagem: Adobe Stock De estado sólido (LEDs) LÂMPADAS INCANDESCENTES As lâmpadas incandescentes têm sido cada vez menos vistas em instalações de iluminação, tanto residenciais como industriais. Em virtude de sua baixa eficiência luminosa, vida útil reduzida quando comparada a outros tipos de lâmpada e elevados custos de manutenção, as lâmpadas incandescentes hoje em dia se limitam a aplicações específicas, como estufas, uso automotivo, iluminação de vitrines, entre outros. SAIBA MAIS As restrições de uso desse tipo de lâmpada podem ser encontradas na Portaria no 1.007, de 31 de dezembro de 2010, do então Ministério de Minas e Energia, que trata da retirada progressiva desses equipamentos do mercado. A principal característica das lâmpadas incandescentes é que sua luz advém do aquecimento de um filamento (normalmente de tungstênio) percorrido por uma corrente elétrica. Geralmente são compostas de um bulbo de vidro, uma base de cobre e um conjunto de peças que contêm o filamento. A Figura 1 ilustra uma lâmpada incandescente comum. Imagem: Creder (2004). Figura 1: Lâmpada incandescente. As lâmpadas halógenas são um tipo especial de lâmpada incandescente, constituídas por um tubo de quartzo, dentro do qual existe um filamento de tungstênio e partículas de iodo adicionadas ao gás. SUA PRINCIPAL VANTAGEM EM RELAÇÃO ÀS INCANDESCENTES COMUNS É QUE POSSUEM MAIOR VIDA ÚTIL, ALTA EFICIÊNCIA LUMINOSA E ÓTIMA REPRODUÇÃO DE CORES. NO ENTANTO, NECESSITAM DE RECEPTÁCULOS ESPECÍFICOS PARA SUA INSTALAÇÃO, O QUE DIFICULTA SEU USO COMUM. A Figura 2 ilustra uma lâmpada incandescente halógena do tipo dicroica. Imagem: Creder (2004). Figura 2: Lâmpada halógena (dicroica). LÂMPADAS DE DESCARGA Existem vários os tipos de lâmpadas de descarga, que funcionam basicamente pela passagem de uma descarga elétrica em um meio de gases metálicos, como mercúrio, sódio, xenônio etc. O maior benefício das lâmpadas de descarga está associado ao seu reduzido custo de manutenção. A vida útil dessas lâmpadas depende do tipo, variando de 7.500 horas até 24.000 horas. Entre os tipos mais comuns, temos: LÂMPADAS FLUORESCENTES As lâmpadas fluorescentes consistem em um bulbo cilíndrico de vidro, cujas extremidades possuem eletrodos metálicos de tungstênio, por onde circula a corrente elétrica. No interior dessas lâmpadas, há vapores à baixa pressão, e as paredes do vidro são pintadas commateriais fluorescentes (cristais de fósforo). Essas lâmpadas necessitam de dispositivos auxiliares para acionamento, o starter e o reator. Apesar de não permitirem a reflexão de algumas cores, são muito utilizadas em residências, como em cozinhas e banheiros. Em virtude de sua elevada eficiência luminosa, são utilizadas em escritórios, lojas etc. A Figura 3 ilustra uma lâmpada fluorescente. Imagem: Shutterstock.com Figura 3: Lâmpada fluorescente. LÂMPADAS DE VAPOR DE MERCÚRIO As lâmpadas de vapor de mercúrio também utilizam o princípio de descarga elétrica através de gases para emitir luz. Dentro do tubo é colocada uma pequena quantidade de mercúrio, cuja função é facilitar a descarga inicial. As lâmpadas de vapor de mercúrio têm uma elevada eficiência luminosa. No entanto, esta eficiência reduz progressivamente ao longo de sua vida útil. Esse tipo de lâmpada leva um tempo entre 5 a 10 minutos para ser religada, tempo necessário para reionização do mercúrio no interior do tubo. A Figura 4 ilustra uma lâmpada do tipo vapor de mercúrio. Imagem: Shutterstock.com Figura 4: Lâmpada a vapor de mercúrio. LÂMPADAS DE VAPOR DE SÓDIO As lâmpadas de vapor de sódio também são exemplos de lâmpadas de descarga. São comumente instaladas para aplicação de ambientes externos, pois apresentam excelente eficiência luminosa. As lâmpadas de vapor de sódio de baixa pressão emitem luz monocromática (luz amarela), por isso são muito utilizadas para iluminação pública, que necessitam de um menor índice de reprodução de cores. Sua vida útil varia entre 18.000 horas e 24.000 horas. Imagem: Shutterstock.com Figura 5: Lâmpada de vapor de sódio utilizada em iluminação pública. LÂMPADAS DE ESTADO SÓLIDO (LEDS) As lâmpadas de estado sólido, ou de LED (Light Emitting Diode) são basicamente um diodo semicondutor que, quando energizado, emite luz visível. Embora a luz emitida pelas lâmpadas de LED não seja monocromática, a faixa de cores visível é bastante estreita e depende do processo de dopagem do material semicondutor que a constitui. OS LEDS TÊM MUITAS VANTAGENS SOBRE AS LÂMPADAS INCANDESCENTES E DE DESCARGA, VISTO QUE NÃO POSSUEM FILAMENTO QUE SE QUEIMA, NEM NECESSITAM DE DISPOSITIVOS AUXILIARES PARA ACIONAMENTO (ALÉM DA FONTE). APRESENTAM ELEVADA VIDA ÚTIL, MAS SUA PRINCIPAL VANTAGEM É A GRANDE EFICIÊNCIA LUMINOSA. Em função das novas tecnologias disponíveis para equipamentos de iluminação, estima-se que mais de 20% de toda a iluminação pública seja feita com lâmpadas de LED. A Figura 6 ilustra uma lâmpada de LED. Imagem: Shutterstock.com Figura 6: Lâmpada de LED. LUMINÁRIAS Imagem: Adobe Stock As luminárias são equipamentos destinados à fixação das lâmpadas em edificações, devendo apresentar características como facilitar a instalação e manutenção das lâmpadas, modificar o fluxo luminoso, direcionando-o para aplicações específicas, além de proporcionar um aspecto agradável e conforto ambiental ao usuário do ambiente. Para iluminação em geral, as luminárias podem ser classificadas em função do direcionamento do fluxo luminoso. A Figura 7 ilustra a classificação das luminárias pelo seu tipo disponível no mercado. Imagem: Guia da Engenharia Figura 7: Tipos de luminárias. ILUMINAÇÃO DE INTERIORES E EXTERIORES Imagem: Adobe Stock Para a definição do melhor aparelho e sua disposição de iluminação, é necessário considerar alguns requisitos importantes, principalmente em iluminação industrial. É importante utilizar, sempre que for possível, sensores de presença para acionar os circuitos de iluminação, o que reduz o custo da energia utilizada. ATENÇÃO Utilizam-se lâmpadas incandescentes apenas para iluminação de emergência ou para iluminar máquinas específicas. Em virtude de o pé-direito ser, geralmente, entre 3 e 9 metros para instalações industriais, deve-se estabelecer a altura adequada para que chegue luz suficiente no plano de trabalho do local. Em espaços com pé-direito inferior a 6 metros, utilizar lâmpadas fluorescentes. Já, para espaços com pé-direito superior a 6 metros, utilizar lâmpadas de descarga de alto fluxo luminoso. Já as regiões exteriores das edificações são normalmente iluminadas por projetores fixados em postes ou nas laterais das paredes dos prédios industriais. A Tabela 1 apresenta o nível de iluminância adequado para áreas exteriores. Áreas Iluminâncias (lux) Depósitos ao ar livre 10 Parques de estacionamento 50 Vias de tráfego 70 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela 1: Nível de iluminamento de áreas externas. Elaborada por: Isabela Oliveira Guimarães SOFTWARES PARA CÁLCULO LUMINOTÉCNICO Há diversos softwares gratuitos disponíveis para cálculo luminotécnico. Muitos fabricantes de equipamentos como lâmpadas e luminárias mantêm esses softwares que calculam a quantidade adequada de pontos de iluminação com base nos requisitos de iluminância do ambiente e das características do local. Nesses softwares, são consideradas também as características fotométricas das luminárias a ser utilizadas. Entre eles, podemos citar Relux, Dialux, Visual Lighting Software e Lúmen Micro. SAIBA MAIS Para conhecer os níveis adequados de iluminância para cada ambiente, é necessário consultar os valores estabelecidos em norma. A NBR 5413 – Iluminância de Interiores delimita requisitos para a iluminância adequada em diversos tipos de atividade com base na idade, velocidade e precisão do observador. No entanto, essa norma foi descontinuada e, desde 2013, a NBR ISSO 8995 – Iluminação de ambientes de trabalho é utilizada para definição da iluminância adequada para projetos de iluminação interior. MÉTODO DOS LÚMENS Entre os métodos de cálculo luminotécnico, o método dos Lúmens fornece um resultado de iluminância que deve ser obtido para determinado ambiente, com base nas especificações e características fotométricas de equipamentos especificados. Para o cálculo de iluminação com esse método é importante ter um levantamento a respeito das características construtivas da instalação e conhecer a frequência de manutenção e limpeza do espaço para estimar um fator de depreciação dos equipamentos (ou fator de manutenção). CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS Dimensões e classificação de acordo com NBR ISO 8998, conhecer o percentual de refletância das superfícies (piso, teto e paredes) A DETERMINAÇÃO DO FLUXO LUMINOSO É BASICAMENTE DADA PELA EQUAÇÃO A SEGUIR. ΨT = E × S FU × FD Onde: ψt = fluxo total a ser emitido pelas lâmpadas; E = iluminância requerida pelo ambiente, de acordo com a NBR ISSO 8995; S = área do ambiente; javascript:void(0) Fu = fator de utilização do ambiente; Fd = fator de depreciação da luminária. Veja, a seguir, as definições de ‘Fator de depreciação’ e ‘Fator de utilização’. Fator de depreciação O fator de depreciação mede a relação entre o fluxo luminoso emitido pela lâmpada ao final do período necessário para manutenção e o início de sua operação. A tabela 2 apresenta os fatores de depreciação com base no nível de limpeza do ambiente e intervalo de manutenções. AMBIENTE 2.500h 5.000h 7.500h Limpo 0,95 0,91 0,88 Normal 0,91 0,85 0,80 Sujo 0,80 0,66 0,57 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela 2: Fatores de manutenção recomendados. Elaborada por: Isabela Oliveira Guimarães Fator de utilização O fator de utilização é a relação entre o fluxo luminoso que chega ao plano de trabalho e o que é emitido pelas luminárias. Esse fator depende das dimensões do ambiente, do tipo de luminária utilizada e das cores do local, que definem os percentuais de refletância. Vejamos um exemplo que detalha a aplicação do método dos lúmens no projeto de iluminação de um galpão industrial. Exemplo 1 Imagem: Adobe Stock Deseja-se iluminar um galpão industrial cujas dimensões são 10m por 15m e uma altura de 7m, destinado à construção/montagem de veículos. Considerando que esse galpão possui tetobranco, paredes claras, piso escuro e plano de trabalho a uma altura de 1m, determine a quantidade de luminárias necessárias para iluminar esse ambiente. As luminárias utilizam lâmpadas de vapor de mercúrio de 400W. Esse galpão é considerado um ambiente limpo com manutenção periódica de 7.500h. SOLUÇÃO Pela equação de fluxo luminoso: ψt = E × S Fu × Fd Onde: E = 500 lux, com base na iluminância descrita para a atividade segundo a NBR ISSO 8995; S = A × B = 10 × 15 = 150m ² ; Fd = 0,57, com base na Tabela 2. Para o cálculo do fator de utilização, é necessário determinar o índice do local (k): k = A × B Hlp × A + B( ) Onde: k = índice do recinto; A e B = comprimento e largura do recinto, em m; Hlp = altura da fonte de luz sobre o plano de trabalho, em m. k = 10 × 15 ( 7 - 1 ) × ( 10 + 15 ) = 1,0 As refletâncias médias em função das cores do ambiente são: TETO Branco: ρ = 70%; Claro: ρ = 50%; Escuro: ρ = 30% PAREDE Clara: ρ = 50%; Escura: ρ = 30% PISO Escuro: ρ = 10% Para o galpão do exemplo, as refletâncias de teto, parede e piso são, respectivamente, 70%, 50% e 10%. A partir dos dados da luminária a seguir, é possível determinar o fator de utilização: Teto (%) 70 70 70 Parede (%) 50 30 10 50 30 10 30 10 Piso (%) 10 10 10 K Fator de utilização (x0,01) - Fu 0,60 39 35 31 38 34 31 34 31 0,80 46 42 38 45 41 38 41 38 1,00 52 47 44 51 47 44 46 44 Teto (%) 70 70 70 Parede (%) 50 30 10 50 30 10 30 10 Piso (%) 10 10 10 K Fator de utilização (x0,01) - Fu 1,25 57 53 50 55 52 49 51 49 1,50 60 56 54 59 56 53 55 53 2,00 65 62 60 64 61 59 60 58 2,50 68 65 63 66 64 63 63 62 3,00 70 68 66 68 66 65 65 64 4,00 72 70 69 70 69 68 68 67 5,00 73 71 70 71 70 69 69 68 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela 3: Cálculo do fator de utilização para a luminária. Elaborada por: Isabela Oliveira Guimarães Considerando o índice do recinto K = 1,0 e as refletâncias de 50%, 30% e 10%, respectivamente, a Tabela 3 fornece o valor de 52 (x0,01) para o fator de utilização da luminária, conforme destacado em vermelho: Fu = 0 , 52 A iluminância será, portanto: ψt = 500 × 150 0,52 × 0,57 = 253.036 lúmens Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Cada lâmpada (de 400W) possui um fluxo luminoso de 22.000 lúmens. Dessa forma, o número de luminárias necessário para iluminar esse galpão será de: Nlu = ψt Nla × ψl = 253.036 1 × 22.000 = 11,5 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Considerando uma lâmpada por luminária e arredondando Nlu para um número inteiro par, são necessárias doze luminárias para distribuição homogênea da luz no galpão. ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA Imagem: Adobe Stock Um bom sistema de iluminação, principalmente em instalações industriais, precisa fornecer equipamentos para evacuação em caso de emergência. Desse modo, os equipamentos de iluminação devem garantir uma evacuação segura das áreas em risco e clarear os ambientes na passagem dos usuários, de modo a se evitar acidentes no percurso. As áreas mais importantes para instalação de iluminação de emergência são: Corredores Auditórios Salas de máquinas Salas de reunião Setores de produção de materiais combustíveis e gasosos A iluminância para emergência desses lugares varia de 5 lux para áreas de permanência e trânsito de pessoas a 50 lux para setores de produção. A Tabela 4 apresenta os valores mínimos de iluminância de emergência para alguns tipos de ambiente. Ambiente Iluminância (lux) Auditórios, salas de recepção 5 Corredores, refeitórios, salões, iluminação externa 10 Almoxarifados, escritórios, escadas, elevadores 20 Corredores de saída de pessoal, subestação, salas de máquinas 50 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Tabela 4: Iluminância mínima para iluminação de emergência. Elaborada por: Isabela Oliveira Guimarães Os sistemas de iluminação de emergência são normalmente alimentados por um banco de baterias, mas podem ser encontrados também com geradores auxiliares. ATENÇÃO Alguns setores industriais necessitam de energia intermitente por trabalharem com cargas importantes. Nesses casos, os sistemas de iluminação de emergência devem possuir um sistema ininterrupto (nobreak), cujas baterias são dimensionadas para atender ao tempo necessário até a operação dos geradores auxiliares. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. A ESCOLHA DOS APARELHOS DE ILUMINAÇÃO PARA UM AMBIENTE DEVE CONSIDERAR AS CARACTERÍSTICAS FOTOMÉTRICAS DAS LÂMPADAS E DO ESPAÇO FÍSICO. DO PONTO DE VISTA DA RELAÇÃO CUSTO POR EFICÁCIA DE ILUMINAÇÃO, UM PROJETO LUMINOTÉCNICO DEVE CONSIDERAR O USO DE LÂMPADAS COM ALTA EFICIÊNCIA LUMINOSA. ENTRE OS TIPOS DE LÂMPADA A SEGUIR, A QUE NORMALMENTE APRESENTA MAIOR EFICIÊNCIA É: A) Incandescente B) Fluorescente C) Vapor de sódio D) LED E) Vapor de mercúrio 2. O MÉTODO DOS LÚMENS É UM MÉTODO MATEMÁTICO SIMPLES PARA DEFINIÇÃO DA ILUMINÂNCIA MÍNIMA DOS AMBIENTES COM BASE NAS CARACTERÍSTICAS DO LOCAL E DOS APARELHOS DE LUMINÁRIAS UTILIZADOS. ALÉM DE CONHECER AS DIMENSÕES DO AMBIENTE PARA DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DO LOCAL (𝑘), O PROJETISTA DEVE BUSCAR INFORMAÇÕES DO FABRICANTE DOS APARELHOS PARA DEFINIÇÃO DO FATOR DE UTILIZAÇÃO E CONHECER O FATOR DE DEPRECIAÇÃO DO EQUIPAMENTO PARA AQUELA APLICAÇÃO. ENTENDE-SE POR FATOR DE DEPRECIAÇÃO COMO: A) A relação entre o fluxo luminoso e a potência elétrica. B) A relação entre o fluxo luminoso final e inicial da operação do equipamento. C) A relação entre o fluxo luminoso e a área do ambiente. D) A relação entre o fluxo luminoso e a altura do plano de trabalho. E) A relação entre o fluxo luminoso e a quantidade de lâmpadas por aparelho. GABARITO 1. A escolha dos aparelhos de iluminação para um ambiente deve considerar as características fotométricas das lâmpadas e do espaço físico. Do ponto de vista da relação custo por eficácia de iluminação, um projeto luminotécnico deve considerar o uso de lâmpadas com alta eficiência luminosa. Entre os tipos de lâmpada a seguir, a que normalmente apresenta maior eficiência é: A alternativa "D " está correta. Entre os tipos de lâmpada apresentados, as lâmpadas incandescentes são as de menor eficiência. As lâmpadas de descarga, como as fluorescentes e vapor de gases (mercúrio e sódio), apresentam elevada eficiência. No entanto, ao considerarmos a relação de custo e eficácia, as lâmpadas de LED apresentam melhor desempenho, por isso têm sido amplamente utilizadas em diversas aplicações. 2. O método dos lúmens é um método matemático simples para definição da iluminância mínima dos ambientes com base nas características do local e dos aparelhos de luminárias utilizados. Além de conhecer as dimensões do ambiente para determinação do índice do local (𝑘), o projetista deve buscar informações do fabricante dos aparelhos para definição do fator de utilização e conhecer o fator de depreciação do equipamento para aquela aplicação. Entende-se por fator de depreciação como: A alternativa "B " está correta. O fator de utilização é a relação entre o fluxo luminoso que chega ao plano de trabalho e o que é emitido pelas luminárias. Esse fator depende das dimensões do ambiente, do tipo de luminária utilizada e das cores do local, que definem os percentuais de refletância. MÓDULO 2 Definir sistemas de aterramento em instalações elétricas Sistemas de Aterramento INTRODUÇÃO Imagem: Adobe Stock Um bom projeto de instalação elétrica deve prever a existência de sistemas de aterramento, não apenas para funcionamento correto dos equipamentos, mas para segurança dos usuários. Um sistema de aterramento tem como principais objetivos: A garantia de segurança para atuação de dispositivos de proteção. Servir de escoamento de descargas elétricas através de sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA). Equipotencialização da área do projeto. Proteção dos indivíduos contra contatos acidentais compartes energizadas. TIPOS DE ATERRAMENTOS ELÉTRICOS Imagem: Adobe Stock Os aterramentos elétricos podem ser do tipo: Funcional Consiste na ligação à terra de um condutor (normalmente o neutro) para operação de circuitos monofásicos com retorno à terra (MRT). Para proteção Consiste na ligação das massas à terra para proteção contra choques elétricos. Há ainda os aterramentos de trabalho, que são provisórios e têm o objetivo de garantir a segurança de equipes durante ações de manutenção da instalação elétrica. SAIBA MAIS Características, tipos e definições relacionadas aos aterramentos elétricos são regidos pelas normas NBR 5410:2004 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão e NBR 5419:2005 – Proteção de Estruturas contra Descargas Atmosféricas. PROTEÇÃO CONTRA CONTATOS INDIRETOS Imagem: Adobe Stock A situação de acidente mais comum em instalações elétricas é, sem dúvida, o contato acidental do operador com partes energizadas, como carcaças de equipamentos. Nessas situações, o corpo humano fica submetido a uma diferença de potencial entre a parte energizada e a terra. Esse tipo de contato indireto ocorre por uma falha, visto que o equipamento pode ter perdido sua isolação e esteja a ponto de causar uma descarga elétrica. UM SER HUMANO É CAPAZ DE SUPORTAR, SEM CAUSAR DESCONFORTO OU DANOS FÍSICOS, CORRENTES ALTERNADAS DE ATÉ 25MA, SENDO QUE ENTRE 15MA E 25MA PODE HAVER DIFICULDADES EM SOLTAR O OBJETO ENERGIZADO EM CASO DE CONTATO INDIRETO. CORRENTES ACIMA DESSE VALOR PODEM CAUSAR GRAVES DANOS À PESSOA, ENTRE ELES, LESÕES MUSCULARES, QUEIMADURAS E ATÉ MESMO PARADAS CARDIORRESPIRATÓRIAS. A pessoa exposta a um contato indireto pode ser submetida a dois tipos de tensão. TENSÃO DE TOQUE (OU DE CONTATO) TENSÃO DE PASSO TENSÃO DE TOQUE (OU DE CONTATO) É aquela em que o corpo humano está sujeito ao entrar em contato com as partes metálicas. TENSÃO DE PASSO Ocorre quando o indivíduo se encontra no interior de uma malha de terra e ocorre uma descarga elétrica, o que faz com que seus dois pés fiquem submetidos a essa diferença de potencial. Para reduzir o perigo potencial das tensões de passo, é comum, por exemplo, em subestações, uma camada de brita com espessura de 20cm para aumentar a isolação com a malha de aterramento, conforme ilustrado na Figura 9. Imagem: Mamede Filho (2013). Figura 9: Operador em uma malha de terra. ATERRAMENTO DE EQUIPAMENTOS No passado, era comum a existência de malhas de aterramento distintas para equipamentos de baixa tensão, de alta tensão e para proteção contra descargas atmosféricas (conexão dos para-raios). No entanto, hoje é consenso entre os projetistas que a interligação de malhas de aterramento promove maior eficácia e segurança para a instalação. SAIBA MAIS Essa prática é inclusive recomendada pelas normas NBR 5410 e NBR 5419. Impreterivelmente, devem ser ligados à malha de aterramento: 1. Neutro do transformador; 2. Para-raios dos ramais de ligação; 3. Carcaça de transformadores, motores, disjuntores etc.; 4. Elementos metálicos de suporte aos equipamentos elétricos; 5. Estruturas metálicas em geral. A interligação de sistemas de aterramento traz benefícios como a equipotencialização das massas, unificação de referências de terra e redução da resistência de aterramento. Um sistema de aterramento é composto basicamente de quatro elementos, como veremos a seguir. Imagem: Mamede Filho (2013). Figura 10: Hastes de terra prolongável (superior) e normal (inferior). ELETRODOS DE ATERRAMENTO Também denominados eletrodos verticais, podem ser construídos de aço galvanizado ou aço cobreado. Os eletrodos de aço galvanizado costumam sofrer corrosão com o tempo, o que pode causar aumento na resistência de aterramento. A Figura 10 ilustra dois tipos de eletrodos de aterramento. Imagem: Shutterstock.com CONDUTORES DE ATERRAMENTO São os condutores utilizados para interligar eletrodos. Normalmente, utilizam-se condutores de 25mm² em virtude das elevadas correntes de curto-circuito que eventualmente possam ocorrer. Imagem: Mamede Filho (2013). Figura 11: Conector parafusado e por solda. CONECTORES São os elementos metálicos que conectam os condutores e os eletrodos nas emendas ou derivações. Esses conectores podem ser parafusados ou por solda, conforme ilustrado na Figura 11. Imagem: Shutterstock.com CONDUTORES DE PROTEÇÃO São os condutores que interligam os equipamentos à malha de aterramento. A seção mínima dos condutores de proteção é delimitada pela NBR 5410. ESQUEMAS DE ATERRAMENTO A NBR 5410 estabelece que as instalações elétricas de baixa tensão devem possuir, para os aterramentos funcionais e de proteção, três esquemas básicos de ligação à terra. O que difere esses esquemas é a situação de ligação da fonte de alimentação e das massas na malha de aterramento. Os sistemas são classificados a partir de uma simbologia de letras. 1ª LETRA Diz respeito à situação da fonte de alimentação em relação à terra. T – O ponto é diretamente aterrado. I – O ponto é isolado ou aterrado através de uma impedância. 2ª LETRA Diz respeito à situação das massas em relação à terra. T – As massas são diretamente aterradas. N – As massas são ligadas ao ponto de aterramento da fonte (sem aterramento próprio). I – As massas não estão aterradas (estão isoladas). OUTRAS LETRAS Dizem respeito à forma de aterramento das massas, utilizando o aterramento da fonte de alimentação. S – Condutor neutro e proteção (PE) separados. C – Condutor neutro e proteção comuns (mesmo condutor – PEN). javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) De acordo com a norma, as massas metálicas devem ser ligadas a condutores de proteção de modo a compor uma rede de aterramento. Dessa forma, os dispositivos de proteção devem desligar automaticamente a fonte de alimentação do circuito sempre que ocorrer uma falta entre a parte energizada e a massa que deu origem à tensão de toque perigosa. ESQUEMA TT O esquema TT, ilustrado na Figura 12, possui um ponto da fonte de alimentação diretamente aterrado e as massas também diretamente aterradas e em pontos distintos da alimentação. Todas as massas devem ser ligadas a um ponto único de aterramento para evitar o surgimento de tensões de passo. No esquema TT, a proteção deve ser feita por dispositivos diferenciais-residuais (DR), pois é o único meio adequado para proteção contra choques elétricos. Em virtude dos pontos distintos de aterramento da fonte e das massas, é recomendado para sistemas em que a alimentação e as cargas estiverem distantes uma da outra. Imagem: NBR 5410 (p.16). Figura 12: Esquema TT. ESQUEMA TN Nos esquemas do tipo TN a fonte de alimentação é diretamente aterrada e as massas são ligadas a esse ponto por condutores de proteção, podendo ser único ou em condutores separados. Esse esquema pode ser dividido em três, conforme descrito a seguir. TN-S O condutor neutro (N) e condutor proteção (PE) são separados. Imagem: ABNT (2004). Figura 13: Esquema TN-S. No esquema TN-S (Figura 13), a proteção deve ser feita por dispositivos DR e são utilizados quando a distância entre a fonte de alimentação e a carga estão próximas, em função da necessidade dos condutores de neutro e proteção ligados no mesmo ponto. TN-C Os condutores de neutro e proteção são comuns (PEN). Extraído de: ABNT (2004). Figura 14: Esquema TN-C. O esquema TN-C (Figura 14) não admite a instalação de dispositivos DR e a proteção deve ser feita por disjuntores convencionais. Nesse esquema, deve-se ter maior precaução quanto à integridade do condutor neutro, visto que, em caso de rompimento, a instalação torna-se potencialmente perigosa. TN-C-S Parte do circuito tem neutro e proteção separados, e outra parte, têm neutros comuns. Figura 15: Esquema TN-C-S. Extraído de: NBR 5410 (p.16). No caso do esquema TN-C-S (Figura 15), que é uma combinação dos esquemas TN-C e TN-S, é importante que o TN-C nunca seja utilizado a jusante (após) o esquemaTN-S. A proteção deve ser feita por dispositivos DR. ESQUEMA IT Ilustrado na Figura 16, o esquema IT não possui nenhum ponto da fonte de alimentação diretamente aterrado, estando totalmente isolada ou aterrada por uma impedância. ATENÇÃO Por esse motivo, o condutor neutro não é instalado ao longo dos circuitos, sendo necessárias manutenção rigorosa e medições periódicas da resistência de isolação. É utilizado onde é indispensável um fornecimento ininterrupto, como em hospitais, industriais etc. Fonte: NBR 5410 (p.16). Figura 16: Esquema IT. CÁLCULO DA MALHA DE TERRA A definição dos parâmetros de uma malha de aterramento envolve o cálculo de dimensionamento de condutores e eletrodos, com base nas características do solo e das correntes de curto-circuito envolvidas. No que diz respeito ao solo, é importante que se obtenha maior homogeneidade possível. Dessa forma, torna-se necessário realizar medições da resistividade do solo, normalmente feitas com instrumentos do tipo Megger. Imagem: Adobe Stock MÉTODO DE WENNER O Método de Wenner é um dos mais utilizados para medição da resistência de aterramento. Esse método consiste em fincar quatro eletrodos de teste alinhados no terreno e separados por uma distância normalmente três vezes o tamanho do eletrodo. Os dois eletrodos extremos são ligados aos terminais de corrente do instrumento, e os eletrodos mais internos são ligados aos terminais de potencial, conforme ilustrado na Figura 17. Fonte: Mamede Filho (2013). Figura 17: Medição da resistividade do solo. Para se obter acurácia nas medições, é importante que os eletrodos estejam alinhados e equidistantes. Para cada espaçamento dos eletrodos deve-se ajustar o medidor até que seja indicado valor zero com o equipamento ligado. Se o indicador apresentar oscilações contínuas, alguma interferência externa pode estar atrapalhando a medição. Diversos fatores podem influenciar a medição de resistividade do solo como: Imagem: Adobe Stock A composição química predominante do terreno, em função da presença de sais dissolvidos e ácidos que normalmente se agregam ao solo. Imagem: Adobe Stock A umidade também é um fator que altera a resistividade do solo, principalmente quando seu valor fica abaixo dos 20%. O percentual normal de umidade do solo varia entre 10% em períodos secos e 35% em períodos chuvosos. Imagem: Adobe Stock A temperatura pode afetar a resistividade quando abaixo de 0°C. Acima desse valor, a resistência de aterramento se reduz. O cálculo da malha de terra requer o conhecimento de importantes parâmetros: 1. Resistividade aparente do solo; 2. Resistividade da camada superior do solo; 3. Resistividade do material da instalação em contato com a terra; 4. Máxima corrente de curto-circuito fase-terra; 5. Tempo de duração da corrente de curto-circuito fase-terra. A RESISTÊNCIA DA MALHA DE TERRA, CORRESPONDENTE AOS CONDUTORES HORIZONTAIS, É DADA POR: Rm = ρa 4R + ρa Lcm Ω Onde: Rm = resistência da malha de terra; ρa = resistividade aparente do solo; R = raio da área destinada à malha, em m; Lcm = comprimento do condutor de malha, em m. A resistividade aparente do solo é a resistividade vista por um sistema particular de aterramento. Desse modo, um solo homogêneo pode ter valores distintos de resistividade vistos por malhas diferentes. Para ser considerado dentro de valores aceitáveis, a resistência de malha de terra deve ser baixa. EXEMPLO A resistividade aparente do solo é a resistividade vista por um sistema particular de aterramento. Desse modo, um solo homogêneo pode ter valores distintos de resistividade vistos por malhas diferentes. Para ser considerado dentro de valores aceitáveis, a resistência de malha de terra deve ser baixa. [ ] Rm ≤ 10 Ω ⇒ subestações de 15KV a 36KV Rm ≤ 5 Ω ⇒ subestações de 69 KV acima SISTEMAS DE ATERRAMENTO COM ELETRODOS VERTICAIS O aterramento com eletrodos verticais é muito aplicado em pequenas subestações de distribuição utilizadas em edificações residenciais, comerciais e industriais. PARA SE DETERMINAR O VALOR DA RESISTÊNCIA DE ATERRAMENTO DE UM ELETRODO VERTICAL, TEM- SE A SEGUINTE EQUAÇÃO: Rel = ρa 2 πLh × ln 400 Lh 2,54 Dh Ω Onde: Lh = comprimento cravado da haste, em m; Dh = diâmetro equivalente da haste, em polegadas. O melhor valor para uma resistência de aterramento não existe. Idealmente, o valor da resistência de uma malha de terra deveria ser de zero ohm. No entanto, isso jamais será possível, de modo que o valor mais adequado depende do tipo de instalação. SAIBA MAIS O setor de comunicação frequentemente utiliza o valor máximo de 5 Ω. O objetivo principal é conseguir obter o valor mais baixo possível, considerando os fatores econômicos e características do solo. ( ) [ ] MEDIDAS DE SEGURANÇA DURANTE MEDIÇÃO DE ATERRAMENTO O procedimento de medição de uma malha de terra pode parecer uma tarefa simples e sem perigo. No entanto, em algumas situações, pode ser perigoso o aparecimento de potenciais que exponham o operador do equipamento a acidentes. De modo a evitar essas situações e acidades, algumas medidas podem ser tomadas: Desconectar os condutores de aterramento e neutro de transformadores ligados à malha. Evitar medições em dias de condições atmosféricas adversas, devido à possibilidade de ocorrência de descargas atmosféricas. Utilizar vestimenta adequada como calçados e luvas próprios ao trabalho; Não tocar nos condutores dos eletrodos. Evitar a circulação de animais e pessoas que não façam parte do trabalho. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. OS SISTEMAS DE ATERRAMENTO PODEM SER CLASSIFICADOS EM RELAÇÃO À FORMA COMO A FONTE DE ALIMENTAÇÃO E AS MASSAS ESTÃO CONECTADAS COM A TERRA. EM RELAÇÃO AO ESQUEMA TN-C É INCORRETO AFIRMAR QUE A) os condutores neutro e de proteção elétrica são comuns. B) é recomendado em circuitos em que há possibilidade de rompimento de neutro. C) não admite o uso de dispositivos DR. D) a fonte de alimentação é diretamente aterrada. E) a proteção deve ser feita por disjuntores convencionais. 2. O VALOR DA RESISTÊNCIA DE ATERRAMENTO PODE SER INFLUENCIADO POR UMA SÉRIE DE FATORES. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE NÃO REPRESENTA UMA CARACTERÍSTICA CAPAZ DE ALTERAR O VALOR DA RESISTÊNCIA DA MALHA DE TERRA. A) Temperatura B) Umidade C) Pressão atmosférica D) Presença de sais minerais no solo E) Homogeneidade do solo GABARITO 1. Os sistemas de aterramento podem ser classificados em relação à forma como a fonte de alimentação e as massas estão conectadas com a terra. Em relação ao esquema TN-C é incorreto afirmar que A alternativa "B " está correta. No esquema TN-C, a fonte de alimentação está diretamente aterrada e o aterramento das massas é feito juntamente com o condutor neutro. Nessa situação, caso ocorra o rompimento do fio neutro, há um risco de surgimento de potenciais perigosos caso o usuário toque as partes metálicas das massas protegidas, levando a uma descarga elétrica. 2. O valor da resistência de aterramento pode ser influenciado por uma série de fatores. Assinale a alternativa que não representa uma característica capaz de alterar o valor da resistência da malha de terra. A alternativa "C " está correta. Entre as alternativas apresentadas, a pressão atmosférica não contribui para a variação do valor da resistência de uma malha de terra. No entanto, temperatura, umidade, composição química e homogeneidade do solo influenciam diretamente no valor da resistência de aterramento. MÓDULO 3 Descrever os riscos da eletricidade e segurança em instalações elétricas Segurança em Instalações Elétricas INTRODUÇÃO Imagem: Adobe Stock Sem dúvida, a energia elétrica foi uma das descobertas mais importantes da humanidade. Sem ela, praticamente nenhuma atividade hoje em dia feita pela sociedade seria possível. No entanto, o uso da eletricidade deve ser sempre acompanhado de cuidados em virtude dos potenciais riscos associados que podem levar a acidentes fatais.O PERIGO DO CONTATO COM A ELETRICIDADE EXISTE PORQUE OS SENTIDOS HUMANOS NÃO PODEM PERCEBER A PRESENÇA DE ELETRICIDADE, VISTO QUE SE TRATA DO MOVIMENTO DE CARGAS ELÉTRICAS EM UM MATERIAL CONDUTOR. A INTENSIDADE DESSE MOVIMENTO É CHAMADA DE CORRENTE ELÉTRICA, E É PRINCIPALMENTE A CORRENTE QUE DEFINE O GRAU DE RISCO DE UM CHOQUE ELÉTRICO. EFEITOS DA ELETRICIDADE NO CORPO HUMANO Todas as atividades biológicas do ser humano são estimuladas ou controladas por impulsos de corrente elétrica. Caso a intensidade desses impulsos seja alterada em razão de sobreposição de outras fontes de carga elétrica, o organismo certamente sofrerá alterações, e as funções vitais do corpo humano podem ser comprometidas, o que pode levar o indivíduo à morte, dependendo do tempo de exposição a esses pulsos de corrente. A corrente elétrica essencialmente pode produzir os efeitos descritos a seguir. EFEITO JOULE A circulação de corrente elétrica em um material condutor induz a produção de calor em função das colisões de elétrons livres com os átomos dos condutores. EFEITO ELETROMAGNÉTICO Criação de um campo magnético em torno dos condutores em que circulam as correntes elétricas. EFEITO ELETROQUÍMICO A corrente elétrica pode produzir reações químicas ao circular por soluções eletrolíticas. Um exemplo é a aplicação de eletricidade em processos de galvanoplastia e cromação de metais. EFEITO LUMINOSO Ao circular por meios gasosos, a corrente elétrica produz luz, como é o caso das lâmpadas de vapor de mercúrio, vapor de sódio e fluorescentes, citadas no Módulo 1. EFEITO FISIOLÓGICO Ação sobre o sistema nervoso muscular e cardíaco decorrente da passagem de corrente elétrica em organismos vivos. Do ponto de vista da segurança dos usuários de instalações elétricas, os efeitos fisiológicos mais importantes que devem ser conhecidos são a tetanização, parada cardiorrespiratória, queimaduras e a fibrilação ventricular. TETANIZAÇÃO A tetanização consiste no fenômeno de contração muscular decorrente da passagem de uma corrente elétrica. Ao ser submetido a um fluxo de cargas elétricas, o músculo se contrai e, em seguida, volta a sua condição de repouso. Caso haja estímulos elétricos seguidos, os efeitos de contração muscular podem se somar, o que é denominado contração tetânica. As frequências tradicionais das redes elétricas (50Hz ou 60Hz) são suficientes para produzir contração tetânica, a depender da intensidade da corrente elétrica a que o músculo está submetido e a resistência elétrica do corpo humano, que naturalmente diminui com a intensidade da tensão. PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA Para correntes elétricas muito altas, as contrações podem ser tão violentas que podem levar a pessoa a se movimentar várias vezes e até mesmo ser lançada a certa distância, com o objetivo de se livrar do choque elétrico. O limite de corrente que uma pessoa pode suportar depende de diversos fatores, mas está entre 10mA e 16mA para corrente alternada e entre 50mA e 75mA para corrente contínua. Correntes inferiores a esses limites normalmente não provocam alterações graves nos tecidos musculares, embora possam causar contrações musculares e levar a ferimentos por movimentos bruscos. Dentre os órgãos vitais do corpo humano está o coração, que é essencialmente um músculo, e sofre diretamente com a passagem de corrente e pulsos elétricos. Caso o contato com as partes energizadas favoreça a passagem da corrente pelo órgão, a pessoa pode entrar em parada cardiorrespiratória. Essas correntes produzem asfixia na pessoa, pois a contração leva à paralisia dos centros nervosos que comandam os músculos ligados à respiração. Desse modo, no primeiro atendimento a uma pessoa vítima de descarga elétrica, é importante que seja feita uma manobra de respiração artificial (boca a boca) para evitar lesões irreversíveis a tecidos cerebrais. QUEIMADURAS Conforme citado anteriormente, a passagem de corrente elétrica no corpo humano produz calor por Efeito Joule, o que pode produzir queimaduras, dependendo de sua intensidade. A pele possui elevada resistência elétrica e os tecidos internos, baixa resistência. Isso faz com que a densidade de cargas elétricas seja maior nos tecidos mais externos, o que pode provocar lesões importantes, principalmente em áreas de contato pequenas. Em altas tensões, o calor decorrente dos efeitos térmicos da corrente pode levar à destruição de tecidos superficiais e mais profundos, provocando o rompimento de artérias e consequente hemorragia. Normalmente, as lesões produzidas por correntes elevadas são profundas e de difícil tratamento. FIBRILAÇÃO VENTRICULAR A fibrilação ventricular é uma alteração dos impulsos elétricos que chegam ao coração, fazendo com que os ventrículos tremam inutilmente. É, sem dúvida, o mais grave efeito da passagem de corrente elétrica pelo corpo humano. O músculo cardíaco, denominado miocárdio, contrai-se em uma frequência em torno de 60 a 90 vezes por minuto, o que corresponde aos batimentos cardíacos normais de uma pessoa. Se a atividade de pulsos elétricos advém de uma fonte que não seja o nódulo sinoatrial situado na parte superior do átrio direito, as fibras do coração começam a receber sinais elétricos excessivos e irregulares, passando a contrair-se de forma desordenada. Com uma fibrilação ventricular, o coração já não pode mais exercer sua função natural de bombeamento sanguíneo. Esse fenômeno é um dos maiores causadores de acidentes com eletricidade em instalações de todos os tipos, especialmente industriais, em que as intensidades de tensão e corrente costumam ser maiores que em instalações residenciais. Dependendo das circunstâncias, a fibrilação ventricular pode ser irreversível. No entanto, por meio de uma carga elétrica violenta, realizada pelas equipes médicas utilizando o aparelho desfibrilador, pode ser possível reverter o processo. Tal aparelho utiliza dois eletrodos aplicados ao tórax, responsáveis por provocar a descarga elétrica, conforme ilustrado na Figura 18. Fonte: Shutterstock.com Figura 18: Utilização de um desfibrilador. Apesar da possibilidade de reversão por práticas médicas, a fibrilação ventricular pode ser considerada fatal, visto que dificilmente haverá pessoas especializadas e equipamento biomédico disponíveis para prestar atendimento em tempo mínimo: três minutos sem atividade cardíaca, normalmente, são suficientes para provocar danos cerebrais irreversíveis. IMPEDÂNCIA DO CORPO HUMANO O corpo humano é formado por uma diversidade muito grande de tecidos orgânicos cujas resistividades são variáveis. Normalmente, os tecidos da pele, dos ossos e do tecido adiposo são os que apresentam maior resistividade. Do ponto de vista elétrico, o corpo humano pode ser representado por um conjunto de resistores e capacitores, conforme ilustrado na Figura 19. A corrente elétrica se divide no “nó” de entrada e converge no “nó” de saída. Imagem: Isabela Oliveira Guimarães Figura 19: Impedância do corpo humano. A resistência no corpo humano apresenta valores típicos em função do caminho percorrido pela corrente elétrica. Por exemplo: Entre mão e pé: 1.000 Ω a 1.500 Ω . Entre mão e mão: 1.000 Ω a 1.500 Ω . Entre mão e tórax: 450 Ω a 700 Ω . Essa resistência, naturalmente, não é constante e varia de pessoa para pessoa. As principais variáveis que influenciam no valor da resistência elétrica no corpo humano estão descritas a seguir. ESTADO DA PELE A umidade diminui a resistência do corpo e o suor pode agravar a situação em caso de choque, pois aumenta a concentração de sais minerais condutores. Regiões de pele endurecida apresentam maior resistência elétrica. LOCAL DE CONTATO A resistência depende do trajeto da corrente, que, por sua vez, depende das partes do corpo em que ocorre o contato com a parte energizada. ÁREA DE CONTATO Quanto maior a área em contato com a parte energizada, menor será a resistência do corpo. PRESSÃO DE CONTATO Quanto maior a pressão de contato,menor a resistência elétrica do corpo. A pressão de contato é maior quando são utilizadas ferramentas portáteis, que são seguradas firmemente pelo usuário. DURAÇÃO DO CONTATO Ao prolongar o tempo de contato, a resistência diminui e maiores são os riscos de queimaduras. O CHOQUE ELÉTRICO Imagem: Adobe Stock O choque elétrico é um efeito fisiológico do corpo humano, resultante da passagem de uma corrente elétrica, podendo provocar efeitos graves que podem ser fatais, conforme descritos anteriormente. Em uma situação de descarga elétrica, o corpo humano se comporta como um condutor. ATENÇÃO Em choques elétricos é de fundamental importância conhecer as condições em que a pessoa se encontra. O contato com partes energizadas não protegidas promove uma diferença de potencial perigosa, que pode se originar em decorrência de diversas situações. Geralmente, a ocorrência de um acidente com eletricidade é decorrente de uma sucessão de erros na concepção de projeto ou de preparo do operador. Entre essas situações, podemos citar como exemplo: Instalações mal projetadas e mal dimensionadas; Contatos acidentais devido a falhas de isolação; Falta de aterramento ou aterramento inadequado; Uso de equipamentos danificados; Falta de utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados; Rompimento de circuitos por caminhões ou equipamentos passantes; Falta de sinalização e orientação, entre outros. Imagem: Shutterstock.com Apesar de ser tratado de modo geral, um choque elétrico pode ser do tipo estático ou dinâmico. Choque elétrico estático É causado por dispositivos armazenadores de energia, como um capacitor. Esses dispositivos estão presentes em uma grande quantidade de equipamentos domésticos ou utilizados no segmento comercial como refrigeradores, ventiladores, entre outros, que podem oferecer risco ao usuário se forem manuseados incorretamente. Choque elétrico dinâmico É provocado quando o usuário toca um elemento da rede elétrica. Esse tipo de choque traz grande risco à integridade, pois é intermitente, ou seja, constantemente alimentado de corrente elétrica. Por esse motivo, é tão importante um bom projeto de dispositivos de proteção e aterramentos elétricos. AÇÕES DE PROTEÇÃO CONTRA CHOQUES ELÉTRICOS Em virtude da importância da eletricidade na vida das pessoas e da grande quantidade de equipamentos elétricos disponíveis para uso, são muitas as regulamentações que tratam da segurança em instalações elétricas. Caso não sejam adotadas as medidas adequadas de proteção previstas por norma, os riscos de ferimentos e até morte dos usuários podem ser muito altos. Os choques elétricos podem ocorrer por contatos diretos com partes energizadas, como quadros de distribuição, barramentos de circuitos em geral, ou por contatos indiretos, por exemplo, quando um operador toca em uma carcaça de equipamento acidentalmente energizada por falha do sistema de aterramento e sistema de proteção. É IMPORTANTE DESTACAR QUE O PERIGO NÃO ESTÁ NECESSARIAMENTE NO ATO DE TOCAR UMA PARTE ENERGIZADA DA INSTALAÇÃO, MAS DE CRIAR UMA DIFERENÇA DE POTENCIAL AO TOCAR OS OBJETOS, O QUE CRIARIA CAMINHO DE CONDUÇÃO DE CORRENTE ELÉTRICA. CONDUÇÃO DE CORRENTE ELÉTRICA Essas situações foram descritas no Módulo 2, referentes à tensão de toque e tensão de passo. CONTATOS DIRETOS E INDIRETOS javascript:void(0) Os contatos diretos geralmente ocorrem por negligência ou imprudência do usuário; já os contatos indiretos são mais imprevisíveis, pois podem ser ocasionados por falhas da instalação, e, por esse motivo, são os mais perigosos. SAIBA MAIS A NBR 5410:2004 estabelece princípios fundamentais relativos à proteção básica e proteção supletiva contra choques elétricos. A proteção básica trata da proteção contra contatos diretos, garantida pela qualidade dos componentes e por sua disposição física: Imagem: Adobe Stock Isolação das partes vivas; Barreiras ou invólucros de proteção; Obstáculos; Instalação fora do alcance de pessoas; Dispositivos diferenciais residuais de proteção; Limitação de tensão. A proteção supletiva contra contatos indiretos é prevista por meio de medidas que incluem a equipotencialização e o seccionamento automático do circuito de alimentação, emprego de isolação suplementar e separação elétrica. AÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM CASOS DE CHOQUE ELÉTRICO Conforme descrito anteriormente, os acidentes com eletricidade oferecem perigo à vida da vítima em decorrência dos efeitos da corrente elétrica no corpo humano, principalmente, os efeitos nos músculos cardíacos e queimaduras. No entanto, é preciso ter muita atenção e prudência no atendimento de uma vítima de choque elétrico, pois a pessoa que está socorrendo também corre grandes riscos. Entre os sintomas característicos que podem ser primeiramente observados em uma vítima de descarga elétrica podemos citar os seguintes: Imagem: Adobe Stock Mal-estar geral; Náusea; Câimbras musculares; Ardência ou falta de sensibilidade na pele; Falta de ar (dispneia); Arritmias (ritmo irregular dos batimentos cardíacos). Antes de socorrer a vítima, é de extrema importância que a fonte do choque elétrico seja desligada. Caso o choque ocorra em uma região protegida por circuitos internos, desligue imediatamente todos os disjuntores e interruptores da instalação antes de tocar a pessoa. SE O ACIDENTE FOR EM UMA REGIÃO FORA DO DOMÍNIO DE UMA INSTALAÇÃO DE BAIXA TENSÃO, POR EXEMPLO, RELACIONADO ÀS REDES DE DISTRIBUIÇÃO, ENTRE EM CONTATO IMEDIATAMENTE COM O CORPO DE BOMBEIROS E A EMPRESA RESPONSÁVEL PELO FORNECIMENTO DE ENERGIA PARA PROVIDENCIAR O SECCIONAMENTO DA REDE. Caso não seja possível, tente retirar a vítima da fonte de energia utilizando luvas de borracha grossa ou materiais isolantes secos (cabos de vassoura, tapetes de borracha, cordas etc.), afastando a vítima do fio exposto ou aparelho elétrico, conforme ilustrado na Figura 20. É importante jamais tocar a pessoa ainda em contato com as partes energizadas. Imagem: Shutterstock.com Figura 20: Procedimento para afastar a vítima do choque elétrico. Em caso de parada cardiorrespiratória, iniciar imediatamente as manobras de ressuscitação, insistindo até a chegada de uma equipe médica especializada. Após obtido êxito e a pessoa voltar a respirar, verifique a existência de possíveis queimaduras, fraturas ou lesões decorrentes da queda durante o acidente. ATENÇÃO De acordo com as emergências médicas, devem ser atendidas primeiro hemorragias externas e edemas de pulmão, manobra de ressuscitação, fraturas e queimaduras, nessa ordem. A ressuscitação cardiorrespiratória (RCR) deve ser iniciada o mais rápido possível, pois os centros vitais do sistema nervoso ainda continuam em atividade após a parada. A Figura 21 ilustra um procedimento básico em uma RCR para atendimento de uma vítima em parada cardiorrespiratória. Figura 21: Manobra de atendimento a uma vítima de para cardiorrespiratória. Fonte: Shutterstock.com A RCR não é capaz de evitar lesões cerebrais por períodos prolongados. Com o passar do tempo de manobra, o ritmo de circulação sanguínea no cérebro vai diminuindo até se tornar ineficaz. Desse modo, é muito importante buscar atendimento dos serviços de emergência com suporte avançado, para aplicação de desfibrilação para reversão da parada. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. O CHOQUE ELÉTRICO É UM DOS PRINCIPAIS CAUSADORES DE ACIDENTES FATAIS EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS, PRINCIPALMENTE EM SITUAÇÕES DE OPERAÇÃO INADVERTIDA DOS EQUIPAMENTOS OU MÁS CONDIÇÕES DOS SISTEMAS DE PROTEÇÃO. ENTRE OS EFEITOS OCASIONADOS PELA PASSAGEM DE CORRENTE ELÉTRICA NO CORPO HUMANO, PODE-SE CITAR, EXCETO: A) Parada cardiorrespiratória B) Queimaduras C) Arritmia cardíaca D) Fraturas E) Dispneia 2. OS PRIMEIROS ATENDIMENTOS A UMA VÍTIMA DE CHOQUE ELÉTRICO PODEM SER DETERMINANTES PARA PRESERVAÇÃO DE SUA VIDA. EM CASO DE RECONHECIMENTO DE SITUAÇÃO DE PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR) EM UMA VÍTIMA DE CHOQUE ELÉTRICO,A PRIMEIRA AÇÃO A SE TOMAR DEVE SER: A) Iniciar as manobras de ressuscitação. B) Verificar presença de hemorragias externas ou edemas pulmonares. C) Afastar a vítima da fonte de choque elétrico. D) Verificar presença de queimaduras. E) Verificar fraturas ao longo do corpo da vítima. GABARITO 1. O choque elétrico é um dos principais causadores de acidentes fatais em instalações elétricas, principalmente em situações de operação inadvertida dos equipamentos ou más condições dos sistemas de proteção. Entre os efeitos ocasionados pela passagem de corrente elétrica no corpo humano, pode-se citar, exceto: A alternativa "D " está correta. O choque elétrico provoca alterações nos tecidos orgânicos devido à passagem de corrente elétrica que altera o comportamento das células no corpo humano. O tecido ósseo é um dos que apresentam maior resistividade elétrica; portanto, um choque elétrico não é capaz de provocar fraturas. No entanto, é preciso ressaltar que uma eventual queda devido ao choque elétrico pode ocasionar fraturas. 2. Os primeiros atendimentos a uma vítima de choque elétrico podem ser determinantes para preservação de sua vida. Em caso de reconhecimento de situação de parada cardiorrespiratória (PCR) em uma vítima de choque elétrico, a primeira ação a se tomar deve ser: A alternativa "C " está correta. Apesar da urgência em iniciar os procedimentos de respiração artificial em uma vítima de choque elétrico, a primeira ação que se deve tomar é afastar a pessoa da fonte geradora de descarga elétrica. Desse modo, cessa-se a origem dos danos na vítima e é afastado o risco potencial de choque para quem está prestando os primeiros socorros. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste conteúdo, abordamos os principais conceitos sobre projetos de iluminação industrial e proteção das instalações, tratando principalmente dos equipamentos de iluminação, sistemas de aterramento e requisitos de segurança para evitar acidentes com eletricidade. No Módulo 1, vimos as grandezas fotométricas e como elas são importantes na definição das lâmpadas e luminárias mais adequadas para cada ambiente, em função das características do local e da atividade a ser executada naquele ambiente. No Módulo 2, foram apresentados os tipos de aterramento previstos pela NBR 5410:2004 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão, necessários para prover a proteção adequada dos equipamentos e usuários das instalações. Ainda pensando na segurança do operador, no Módulo 3, tratamos dos efeitos que a corrente elétrica produz no corpo humano, destacando os perigos potenciais de choques elétricos e quais ações tomar para evitar acidentes. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Norma Brasileira NBR 5410 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão. 2. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Manual de primeiros socorros. Rio de Janeiro: NUBio, 2003. CAVALIN, G.; CERVELIN, S. Instalações elétricas prediais: teoria e prática. Curitiba: Base, 2010. COTRIM, A. A. M. B. Instalações elétricas. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 2003. CREDER, H. Instalações elétricas. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2004. KAWASAKI, J. Métodos de cálculo luminotécnico. O Setor Elétrico, n. 74, maio 2012. MAMEDE FILHO, J. Instalações elétricas industriais. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013. NISKIER, J.; MACINTYRE, A. J. Instalações elétricas. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013. EXPLORE+ ABNT, Norma Brasileira NBR 5413 – Iluminância de Interiores, 1992. ABNT, Norma Brasileira ISSO 8995-1 – Iluminação de Ambientes de trabalho – Parte 1: Interior, 1ª edição, 2013. CONTEUDISTA Isabela Oliveira Guimarães CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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