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DIRETRIZES DA LUDOTERAPIA Importância da Entrevista Lúdica Formação do profissional ■ O psicólogo que conduz a hora de jogo diagnóstica, precisa ter conhecimentos essenciais da psicologia evolutiva, conhecimentos básicos de fisiologia, neurologia e psicomotricidade para identificar e descrever o que é adequado à etapa evolutiva em que a criança se encontra. E. O. C. A. (Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem ) e Caixa Lúdica https://www.youtube.com/watch?v=vRMMro2zGdg Pres te a tenç ão n o quã o ric a é e ssa exp eriê ncia !! https://www.youtube.com/watch?v=vRMMro2zGdg O que observar? ■ Escolha do material, da atividade (quais brinquedos e ou jogos) ■ Organização para tirar, usar e guardar ■ Modalidade do brinquedo e o uso que faz dele (preferências) ■ Motricidade ■ Personificação ■ Criatividade – plasticidade X fixação ■ Capacidade simbólica ■ Tolerância à frustração ■ Adequação à realidade ■ Papéis apresentados ■ Ansiedade, timidez, paralisia, agitação, agressividade, iniciativa ou paciência. Análise e Interpretação da hora diagnóstica ■ Familiaridade com o material teórico de cunho analítico (Freud, Melanie Klein e Arminda Aberastury) ■ Kornblit(1978) salienta que a análise da hora de jogo permite: – Conceituar o conflito atual do paciente. – Colocar em evidências os principais mecanismos de defesa e ansiedade. – Ansiedade de contratransferência com o terapeuta. – Fantasia de doença e cura. ■ O terapeuta fica alerta para reconhecer os sentimentos que a criança está exprimindo e os reflete de forma que a possibilite obter uma visão interior do seu comportamento. ■ Reconhecimento de sentimentos negativos e positivos!!! Reconhecimento e Reflexão de Sentimentos ■ As perguntas objetivas da criança devem ser respondidas de maneira direta. ■ Isto permite a criança ir adiante, partindo daquele ponto. ■ A resposta do terapeuta deve incluir o símbolo usado pela criança (projeção / mecanismo de defesa). Reconhecimento e Reflexão de Sentimentos Vamos ver esses vídeos! ■ Video 4 da unidade 1 do ambiente virtual e ■ Psicoterapia com crianças - A observação lúdica, o brincar e os testes (vídeo 1) – 26 min https://www.youtube.com/watch?v=K_t6GljYeiI Leitura complementar: AS CONSULTAS TERAPÊUTICAS E A PSICANÁLISE DE WINNICOTT. https://www.youtube.com/watch?v=K_t6GljYeiI Estudo de Caso 1 ■ Marcelo, menino, 4 a e 11 m. ■ Queixa: dificuldade para se separar da mãe, tanto em casa, como na escola. ■ Entrevista lúdica: Assumiu o papel de um gigante muito forte, bravo, malvado e corajoso que entra na casa da família de bonecos à noite, quando todos dormem, para derrubar, esconder e trocar todos os objetos de lugar, deixando tudo bagunçado, espalhado! ■ PR expressa claramente satisfação ao espalhar os brinquedos e chama a ação de “o temporal do gigante” Intervenção do terapeuta ■ Psicólogo intervém sobre a proximidade do final da entrevista. ■ Marcelo olha ao redor, junta brinquedos, refaz cenário da casa e diz: “O gigante sumiu, ele fez uma mágica e desapareceu. Agora as pessoas vão acordar e o pai vai ficar muito bravo! A mãe fica junto com o filho para tomar café da manhã na mesa que já está arrumada.” ■ PR fica se desculpando com o terapeuta dizendo que vai arrumar o restante do material Material evocado para o trabalho com PR ■ Dificuldade para enfrentar frustrações e ansiedades diante as exigências dos pais para ter mais autonomia. ■ O que gera inseguranças e o desejo de manter o aconchego materno. ■ Ao se envolver com o comando de brincar como desejasse, liberou onipotência para fazer tudo o que não seria aprovado pelas figuras de autoridade – o testar da criança, forma de mostrar descontentamento, castigo, sofrimento pelo mau ato Interpretação ■ Extravasa conteúdos agressivos de ataque e domínio (ID- impulsos), durante o sono da autoridade (superego) ■ Quando a realidade se impõe – a mágica ameniza o caos, faltam-lhe recursos racionais e próprios ou socialmente aceitos para lidar com a dificuldade de separação, gerando muita culpa na criança. ■ Repara, conserta o ambiente – como forma de aplacar a culpa provocada por impulsos agressivos Nessa personificação, Marcelo projetou fantasias e desejos, representando simbolicamente os conteúdos internos Estudo de caso 2 – Encenação ■ João, 6 anos – medo de dormir sozinho e do escuro, necessitando dormir com os pais. ■ Na entrevista lúdica pega na caixa diversas formas e monta um quarto. Nele coloca uma cama de casal, duas mesinhas, 2 abajures. Pega também os bonecos da família e, enquanto monta, fala: ■ J: Este é o pai. Esta é a mãe. Sabe? Eles vão ter um filho! ■ P: É mesmo? ■ J: Claro, você não reparou? ■ P: E você, como reparou? ■ J: Olhe, fique quieta que a criança precisa dormir (fala em voz baixa). Ele vai entrar na cama deles. Ele agora está quietinho entre os dois (coloca um boneco pequeno entre os pais e cobre a cama com um pano). Psiu! Silêncio! Vou pegar outro brinquedo. (João vai até o armário, mexe nos brinquedos de forma ansiosa e pega um jacaré e também um pequeno boneco a quem denomina de “diabo”). ■ J: Olha o que vai acontecer! O diabo está tentando entrar no quarto ■ P: E daí? ■ J: Quer pegar a mãe do garoto, quer tirá-la da cama, mas isso não vai acontecer porque... Olha! O jacaré lhe morde a perna ( faz a encenação) e o arrasta para fora do quarto. Quase perdeu a perna! Mas agora deu! Está tudo em paz! Quem quer se arriscar em uma análise do momento que PR está passando do desenvolvimento? Quais sentimentos envolvidos, recursos egóicos, mecanismos de defesa e o que podemos explorar nessa cena? Uma leitura psicanalítica da sessão ■ João expressou conteúdos conflitivos, de forma simbólica – criança na fase edípica, com traços fóbicos, que teme ser abandonada ou rejeitada pela mãe. ■ Preocupação com a relação afetivo-sexual dos pais. Fantasia da cena primária – invadido por sentimentos de ansiedade, ciúme, frustração frente aos rivais ( pai e novo filho). ■ Precisa se defender, com uma dose de atuação, invadindo a cama dos pais. ■ Simbolicamente se transforma em diabo para roubar a mãe do pai, mas a culpa e ansiedade de castração facilitam o deslocamento do poder da lei do pai para o jacaré, estabelecendo a ordem através do castigo.
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