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1o ano-literatura

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Atividade de Literatura
Ensino Médio – 1ª. série
Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 6:
Dois velhinhos
fora.
Dois inválidos, bem velhinhos, esquecidos numa cela do asilo.
Ao lado da janela, retorcendo os aleijões e esticando a cabeça, apenas um consegue espiar lá
Junto à porta, no fundo da cama, para o outro é a parede úmida, o crucifixo negro, as moscas
no fio de luz. Com inveja, pergunta o que acontece. Deslumbrado anuncia o primeiro:
— Um cachorro ergue a perninha no poste. Mais tarde:
· Uma menina de vestido branco pulando corda. Ou ainda:
· Agora é um enterro de luxo.
Sem nada ver, o amigo remorde-se no seu canto. O mais velho acaba morrendo, para alegria do segundo, instalado afinal debaixo da janela.
Não dorme, antegozando a manhã. O outro, maldito, lhe roubara todo esse tempo o circo mágico do cachorro, da menina, do enterro de rico.
Cochila um instante — é dia. Senta-se na cama, com dores espicha o pescoço: no beco, muros em ruína, um monte de lixo.
(TREVISAN, Dalton. Quem tem medo de vampiro? São Paulo: Ática, 1998, p. 69.)
1. Sobre os velhinhos do texto, é correto afirmar:
a. ( ) O mais velho tem uma visão mais privilegiada que o outro, por estar ao lado da janela.
b. ( ) O mais novo tem inveja do colega que consegue captar a beleza em um monte de lixo.
c. ( ) O mais velho narra situações que enchem de alegria a vida do mais novo.
d. ( ) O mais velho não olhava através da janela, mas para dentro de si mesmo.
e. ( ) O mais novo fica com raiva quando descobre que o colega lhe contava mentiras.
Comentário: O mais velho não tinha uma visão privilegiada como o mais novo achava, mas usava a imaginação para esquecer um pouco a sua triste situação.
2. Qual provérbio abaixo pode ser utilizado como moral do texto lido?
a. ( ) Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.
b. ( ) Em casa de ferreiro, espeto de pau.
c. ( ) Se a vida lhe der um limão, faça uma limonada.
d. ( ) Pau que nasce torto, morre torto.
e. ( ) Em cavalo dado não se olha os dentes.
Comentário: O mais velho dos velhinhos soube tirar prazer (fazer uma limonada) da visão triste do lixo amontoado (o limão), por meio da imaginação.
3. Sobre a composição do texto, é correto afirmar:
a. ( ) O texto é narrado na primeira pessoa, no ponto de vista do menos velho.
b. ( ) Para o mais velho é usado o discurso indireto e, para o mais novo, o discurso direto.
c. ( ) O texto tem vários personagens, entre eles o cachorro, a menina e as pessoas do enterro.
d. ( ) O final é irônico porque não corresponde à expectativa do velho que sobrevive.
e. ( ) A situação narrada acontece em dois dias.
Comentário: O texto é narrado na terceira pessoa por um narrador observador. A fala do personagem mais velho é representada pelo discurso direto e a fala do personagem mais novo é representada pelo discurso indireto. As personagens do conto são os dois velhinhos, pois a menina, o cachorro e as pessoas do enterro fazem parte apenas do cenário narrado pelo personagem mais velho. Não é possível estabelecer no conto qual a duração da situação narrada.
4. Qual é o problema social apresentado no texto? Pode-se afirmar que é um tema universal? Justifique.
O tema tratado é o abandono dos idosos em asilos. Trata-se de um tema universal porque ocorre em todas as culturas, em maior ou menor grau. Embora trate de uma situação particular, é universal na medida em que os leitores se identificam e se emocionam com a história dos dois velhinhos. Eles não têm nome porque representam todos os velhinhos que passam pela mesma situação.
5. A que gênero literário pertence o texto? Justifique.
Pertence ao gênero conto. Trata-se de um texto curto em prosa, cuja situação se desenvolve em um espaço pequeno (em um quarto), em um tempo limitado.
6. Que relação pode ser feita entre o mais velho dos velhinhos e um artista? Explique.
O artista é aquele que tem sensibilidade para ver o mundo de forma diferente. Ele recria a realidade por meio da imaginação, transformando-a em objeto estético (obra de arte). Da mesma forma, o mais velho dos velhinhos usa a imaginação para transformar de forma positiva a realidade em que se encontra.
7. (Enem – 2002)
Érico Veríssimo relata, em suas memórias, um episódio da adolescência que teve influência significativa em sua carreira de escritor.
Lembro-me de que certa noite, eu teria uns quatorze anos, quando muito, encarregaram-me de segurar uma lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de operações, enquanto um médico fazia os primeiros curativos num pobre-diabo que soldados da Polícia Municipal haviam carneado. (...) Apesar do horror e da náusea, continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se esse caboclo pode aguentar tudo isso sem gemer, por que não hei de poder ficar segurando esta lâmpada para ajudar o doutor a costurar esses talhos e salvar essa vida? (...)
Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado até hoje a ideia de que o menos que o escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender a sua lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos nosso posto.
(VERÍSSIMO, Érico. Solo de Clarineta. Tomo I. Porto Alegre: Editora Globo, 1978.)
Neste texto, por meio da metáfora da lâmpada que ilumina a escuridão, Érico Veríssimo define como uma das funções do escritor e, por extensão, da literatura,
a. ( ) criar a fantasia.
b. ( ) permitir o sonho.
c. ( ) denunciar o real.
d. ( ) criar o belo.
e. ( ) fugir da náusea.
Comentário: A lâmpada ganha significado de conhecimento. O escritor pode ajudar as pessoas a enxergar com mais clareza os problemas, tanto pessoais quanto sociais. O texto literário, nesse sentido, funcionaria como denúncia das atrocidades e injustiças.
8. (Enem – 2009)
Se os tubarões fossem homens
Se os tubarões fossem homens, eles seriam mais gentis com os peixes pequenos?
Certamente, se os tubarões fossem homens, fariam construir resistentes gaiolas no mar para os peixes pequenos, com todo o tipo de alimento, tanto animal como vegetal. Cuidariam para que as gaiolas tivessem sempre água fresca e adotariam todas as providências sanitárias.
Naturalmente haveria também escolas nas gaiolas. Nas aulas, os peixinhos aprenderiam como nadar para a goela dos tubarões. Eles aprenderiam, por exemplo, a usar a geografia para localizar os grandes tubarões deitados preguiçosamente por aí. A aula principal seria, naturalmente, a formação moral dos peixinhos. A eles seria ensinado que o ato mais grandioso e mais sublime é o sacrifício alegre de um peixinho e que todos deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando estes dissessem que cuidavam de sua felicidade futura. Os peixinhos saberiam que este futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência.
Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos seria condecorado com uma pequena Ordem das Algas e receberia o título de herói.
BRECHT, B. Histórias do Sr. Keuner. São Paulo: Ed. 34, 2006 (adaptado).
Como produção humana, a literatura veicula valores que nem sempre estão representados diretamente no texto, mas são transfigurados pela linguagem literária e podem até entrar em contradição com as convenções sociais e revelar o quanto a sociedade perverteu os valores humanos que ela própria criou. É o que ocorre na narrativa do dramaturgo alemão Bertolt Brecht mostrada. Por meio da hipótese apresentada, o autor
a. ( ) demonstra o quanto a literatura pode ser alienadora ao retratar, de modo positivo, as relações de opressão existentes na sociedade. 
b. ( ) revela a ação predatória do homem no mar, questionando a utilização dos recursos naturais pelo homem ocidental.
c. ( ) defende que a força colonizadora e civilizatória do homem ocidental valorizou a organização das sociedadesafricanas e asiáticas, elevando-as ao modo de organização cultural e social da sociedade moderna.
d. ( ) questiona o modo de organização das sociedades ocidentais capitalistas, que se desenvolveram fundamentadas nas relações de opressão em que os mais fortes exploram os mais fracos.
e. ( ) evidencia a dinâmica social do trabalho coletivo em que os mais fortes colaboram com os mais fracos, de modo a guiá-los na realização de tarefas.
Comentário: O dramaturgo alemão Bertold Brecht é conhecido pelo teor político de suas obras. Na situação hipotética apresentada, se os homens fossem tubarões, oprimiriam os peixinhos, assim como no sistema capitalista os socialmente mais fortes exploram os mais fracos.
9. (Enem – 2009)
Texto 1
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra
Texto 2
ANDRADE, C. D. Antologia poética. Rio de Janeiro/ São Paulo: Record, 2000. (fragmento).
DAVIS, J. Garfield, um charme de gato – 7. Trad. da Agência Internacional Press. Porto Alegre, L&PM, 2000.
A comparação entre os recursos expressivos que constituem os dois textos revela que
a. (	) o texto 1 perde suas características de gênero poético ao ser vulgarizado por histórias em quadrinho.
b. (	) o texto 2 pertence ao gênero literário, porque as escolhas linguísticas o tornam uma réplica do texto 1.
c. (	) a escolha do tema, desenvolvido por frases semelhantes, caracteriza-os como pertencentes ao mesmo gênero.
d. (	) os textos são de gêneros diferentes porque, apesar da intertextualidade, foram elaborados com finalidades distintas.
e. (	) as linguagens que constroem significados nos dois textos permitem classificá-los como pertencentes ao mesmo gênero.
Comentário: O primeiro texto é um poema; já o segundo é uma história em quadrinhos. A HQ retoma o poema existencial de Drummond, com a intenção de provocar o humor.
Leia o poema a seguir para responder às questões 10 e 11.
Língua
Esta língua é como um elástico que espicharam pelo mundo.
No início era tensa, de tão clássica.
Com o tempo, se foi amaciando, foi-se tornando romântica, incorporando os termos nativos
e amolecendo nas folhas de bananeira as expressões mais sisudas.
Um elástico que já não se pode mais trocar, de tão usado;
nem se arrebenta mais, de tão forte. Um elástico assim como é a vida que nunca volta ao ponto de partida.
Gilberto Mendonça Teles. Hora aberta: poemas reunidos. Rio de Janeiro: José Olympio; Brasília: INL, 1986.
10. (UERJ – 2013) A terceira estrofe do poema Língua faz referência a uma importante transformação na expressão literária da língua portuguesa no Brasil.
Identifique o movimento artístico que se relaciona diretamente com essa transformação, situando-o cronologicamente.
O movimento artístico é o Romantismo, que, no Brasil, situa-se cronologicamente na segunda metade do século
XIX. O poema, escrito por um autor contemporâneo, lembra que aquele movimento incluiu em seu programa estético e ideológico a fixação dos padrões literários brasileiros em termos de língua, considerando tal aspecto um recurso de diferenciação e de construção da identidade do país recém-independente de Portugal. (Resposta da Comissão de Vestibular da UERJ)
11. (UERJ – 2013) Transcreva um trecho que comprove essa transformação e explique-o.
Os dois trechos da terceira estrofe que descrevem mais explicitamente esse programa são os seguintes:
· “incorporando os termos nativos”
Esse trecho indica que, no Romantismo, os escritores incorporaram à língua literária expressões e termos próprios do Brasil – portanto, diferentes dos de Portugal –, tais como as palavras indígenas e o linguajar regional.
· “e amolecendo nas folhas de bananeira / as expressões mais sisudas”
Esse trecho alude ao fato de que, no Romantismo, os escritores procuraram estabelecer relações entre a língua e a realidade brasileiras. Assim, no Brasil, a língua portuguesa deveria refletir as diferenças patentes na natureza e na população locais, aproximando-se da maneira brasileira de falar. (Resposta da Comissão de Vestibular da UERJ)
Leia o poema a seguir para responder às questões 12 a 14.
UM NOVO ÍCARO
Na margem do continente velho quebram as ondas do grande mar a água salgada é meu espelho
os cabos e rocas são meu lar
e quando levanto as asas emplumadas para voar até um utópico lugar
ouço as vozes que contam as fadas de um homem que veio tentar
o mar, o ar, o sol e o fado
de um deus sempre desejado e do futuro mais fácil
mas eu só quero chegar ao outro lado do oceano, na paisagem gentil
na terra, que chamo Brasil.
DIRK HENNRICH. Revista Nova Águia nº 2. Lisboa: 2008
12. (UERJ – 2011) O título do soneto se associa ao personagem mítico conhecido como Ícaro que, com a ajuda de asas, tentou chegar até o Sol. O "eu" que fala no poema refere-se a Ícaro como "um homem que veio tentar/o mar, o ar, o sol e o fado". Ao se comparar com ele, este "eu" se apresenta como um novo Ícaro, mas diferente do primeiro.
Transcreva o verso que marca essa diferença. Em seguida, explique-a.
Ícaro, de acordo com o poema, queria enfrentar e dominar "o mar, o ar, o sol e o fado", isto é, o próprio destino. Já o sujeito que fala no poema deseja apenas chegar ao outro lado do oceano, isto é, chegar ao Brasil, como fica demarcado no verso iniciado pelo conectivo "mas": "mas eu só quero chegar ao outro lado". Observa-se com essa oposição que o sujeito poético tem ambições menores do que as do outro homem. (Resposta da Comissão de Vestibular da UERJ)
13. Por que o poema “Um novo Ícaro” é um soneto?
É um soneto porque tem quatorze versos, distribuídos em dois quartetos e dois tercetos.
14. Sobre a estrutura do soneto, é correto afirmar:
a. ( ) Todos os versos do poema são graves.
b. ( ) O poema é composto por versos brancos.
c. ( ) As rimas dos versos dos quartetos são alternadas.
d. ( ) Todas as rimas do soneto são ricas.
e. ( ) Há no poema muitas rimas encadeadas.
Comentário: Há versos graves e agudos no poema. Ele não é composto por versos brancos, pois há rimas no final de todos os versos. As rimas dos quartetos são alternadas (a, b, a, b / c, d, c, d). Nem todas as rimas são ricas, como mar/lar e fácil/gentil. Não há no soneto rimas encadeadas (internas).

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