Buscar

557_Elementos de Cartografia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 124 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 124 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 124 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Créditos e CopyrightElementos de Cartografia
SANTOS, Clézio dos.
                   Elementos de Cartografia.  Revisado por Jenifer Sabatini. Santos: Núcleo de Educação a Distância da UNIMES, 2014. 137p. (Material didático. Curso de geografia).
                 Modo de acesso: www.unimes.br
                  1. Ensino a distância.  2. Geografia.   3. Elementos de Cartografia.  I. Título
                                                                                               CDD 910
Este curso foi concebido e produzido pela Unimes Virtual. Eventuais marcas aqui publicadas são pertencentes aos seus respectivos proprietários.
A Unimes Virtual terá o direito de utilizar qualquer material publicado neste curso oriunda da participação dos alunos, colaboradores, tutores e convidados, em qualquer forma de expressão, em qualquer meio, seja ou não para fins didáticos.
Copyright (c) Unimes Virtual
É proibida a reprodução total ou parcial deste curso, em qualquer mídia ou formato.
 
Sumário
Aula 01_A relação entre Geografia e Cartografia.	5
Aula 02_O que é Cartografia?	9
Aula 03_Definição de Cartografia.	12
Aula 04_História da Cartografia I	15
Aula 05_História da Cartografia II	21
Aula 06_A Cartografia no Brasil.	25
Aula 07_Elementos da cartografia: A Escala.	28
Aula 08_Generalização Cartográfica.	34
Aula 09_A Simbologia Cartográfica.	38
Aula 10_A cartografia moderna e a cartografia topográfica	43
Aula 11_Cartografia topográfica e o sistema de curvas de nível	45
Aula 12_Operações topográficas	49
Aula 13 _Séries cartográficas I	52
Aula 14_Séries cartográficas II	56
Aula 15_A rede geográfica.	61
Aula 16_Projeções Cartográficas I	66
Aula 17_Projeções Cartográficas II	70
Aula 18_Bases teóricas e metodológicas da cartografia I	77
Aula 19_As Bases teóricas e metodológicas de Cartografia II	82
Aula 20_Representação Gráfica	86
Aula 21_Representação Gráfica II	90
Aula 22_Os Métodos de Representação em Cartografia Temática	92
Aula 23_As escolas da Cartografia	95
Aula 24_A graficacia e o ensino de Cartografia	99
Aula 25_A Cartografia e a teoria da comunicação gráfica	101
Aula 26_Os diferentes mapas e os diferentes usos da cartografia	105
Aula 27_Cartografia como linguagem visual	108
Aula 28_A Cartografia e a teoria da representação gráfica	110
Aula 29_Cartografia Temática da Geografia: uma cartografia crítica	112
Aula 30_A cartografia escolar	114
Aula 31_Cartografia e novas tecnologias	116
Aula 32_O uso de Cartografia e Multimídia para o Ensino de Geografia	120
Núcleo de Educação a Distância
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
Aula 01_A relação entre Geografia e Cartografia.
 
Vamos dar início à disciplina de cartografia no curso de licenciatura em geografia. Vêm às questões: O que é Cartografia? Por que estudamos Cartografia num curso de Geografia?
O representar sempre foi uma necessidade do homem. RAISZ (1953) defende que a Cartografia é a mais antiga forma de expressão humana como uma atividade imprescindível pela necessidade de reconhecer e dominar o território. O homem representa graficamente seu esforço, o seu lugar.
Para HARLEY (1991:5):
Os mapas sempre existiram, ou, pelo menos, o desejo de balizar o espaço sempre esteve presente na mente humana. A apreensão do meio ambiente e a elaboração de estruturas abstratas para representá-lo foram uma constante da vida em sociedade, desde os primórdios da humanidade até os nossos dias.
 
A esta necessidade e vontade de balizar o espaço na mente humana, temos como resultado os testemunhos iniciais da representação gráfica e cartográfica realizada por meio do mapa. Discutimos a importância do mapa na produção do conhecimento geográfico como demonstração de sua realidade. Tratar esta importância não é uma grande novidade, porém ganha novas conotações e interpretações ao longo do tempo, produto de uma necessidade constante da sociedade em querer representar axiomas, aflições, precisões, ideologias e interpretações do mundo.
Portanto, a concepção da relação entre a Geografia e a Cartografia é essencial para entender como se desenvolveram esses ramos do conhecimento. Se as atividades de registro, inventário e representação gráfica dos lugares foram denominadas de Geografia, desde os tempos antigos, em determinado momento histórico, a Cartografia separa-se da Geografia, tornando uma disciplina específica.
Seguiremos em um breve incurso pela história do pensamento geográfico e da Cartografia, para entender como a realidade relevo é apreendida e representada graficamente pela sociedade ao longo do tempo. Esse incurso revela períodos expressivos da relação entre a Geografia e a Cartografia e pode ser dividida em duas partes. A primeira investiga, por meio da história da Cartografia, os modos que o relevo é concebido graficamente, sobressaindo o desenvolvimento de distintas técnicas e destacando a representação topográfica do relevo. A segunda parte busca, por meio da história do pensamento geográfico, reaver aspectos importantes do entendimento da realidade relevo.
A história da Cartografia foi trabalhada segundo o enfoque de HARLEY (1991), como linguagem visual de todas as civilizações, procurando evitar a visão eurocêntrica.
Desde os primeiros mapas, como o esquema interpretativo da placa de argila de GA-SUR, na Babilônia (3.800 a.C.), um dos mais antigos do mundo, o relevo já é representado, como podemos ver no esquema interpretativo, na forma de “escamas sobrepostas”. Mesmo em mapas com datas mais antigas como o de Çatal Höyük, na Turquia (6.000 a.C.), há a representação de um elemento do relevo: o vulcão Hasan Dag. Isso evidencia que a realidade relevo está presa ao pensamento humano, inserido na vida cotidiana.
Durante a antiguidade, Cartografia e Geografia se confundiam:
Se considerarmos a origem etimológica da palavra GEO (terra) GRAPHEIM (desenho, gravura), Geografia perdurou por séculos como representação da terra, representações estas resultantes do conhecimento que se foi adquirindo paulatinamente. (GIRARDI, 1992).
No período Greco romano, houve intensa produção de material gráfico-cartográfico. O “desenho” da Terra se tornou mais claro e preciso com o desenvolvimento de cálculos matemáticos.
Durante a idade média, na Europa, toda a produção científica sobre o mundo e, especialmente, as representações gráficas do relevo declinam. A igreja é dominante, o clero assume todas as indagações humanas, por meio de interpretações bíblicas temos um contexto social, econômico e religioso distinto onde se sobressai o isolamento. A representação gráfica do relevo como elemento do mundo natural é “barrado” e sua representação não aparece mais nos mapas deste período. É possível perceber nos chamados mapas “T em O”, com Jerusalém no meio, o Paraíso na parte superior (Oriente), além de marcar o mundo conhecido até o momento: Europa, Ásia e África divididas pelo Mediterrâneo, o Nilo e Tanais.
Neste período, contudo, a Cartografia se desenvolve e, consequentemente, a representação gráfica em outros lugares, principalmente com povos que desempenhavam intensa atividade econômica, como os Árabes.
Porém, a representação gráfica do relevo continua com a visão perspectiva e imprecisa.
 
A partir do século XVI esta situação se modifica. O comércio se intensifica entre a Europa e o Oriente, e as peregrinações aos lugares santos são decisivas para a retomada das representações gráficas do território.
Segundo FERREIRA & SIMÕES (1990) “A concepção Geográfica do mundo aumenta mais rapidamente no primeiro quartel no século XVI do que em qualquer outra época”. Entretanto, podemos notar que a representação gráfica do relevo não se altera muito. Ainda temos o “Grafismo” tomando conta, o “desenho” da costa se aperfeiçoa, porém o conteúdo e o volume não.
O período que marca a desarticulação do feudalismo, a transição para o capitalismo e a formação de impérios coloniais, trazem profundas mudanças na economia e na organização política que refletiam também nas transformações no plano científico e filosófico. (GIRARDI, 1992).
No início do século XIX, com as especializaçõesdentro dos ramos científicos, a Geografia passa a assumir sua posição enquanto ciência. “Era necessário haver possibilidade. Popularizou as cartas e os Atlas”. (MORAES, 1985).
Com a necessidade cada vez maior das espacializações florescem as ciências especializadas, produzindo obras únicas, os primeiros censos, necessidade de reconhecimento e domínio dos territórios refletido no aparecimento dos primeiros mapas temáticos e a Cartografia enquanto Ciência1, desvinculada da Geografia, no final do século XIX.
A Cartografia se estabelece enquanto Ciência e, por outro lado, como instrumento técnico às Ciências que tem no espaço seu campo de estudo, em especial, a Geografia.
MAX ECKERT foi um dos primeiros autores a definir a Cartografia desvinculada da Geografia, considerando como uma mistura de ciência e arte: Ciência pela preocupação com a exatidão, segundo as leis da matemática e da geometria; e arte pelo aspecto visual. Esta definição data do século XX.
A primeira metade do século XX marcou profundas mudanças mundiais no campo científico, das artes e político. Temos o surgimento do que denominamos Cartografia Contemporânea.
ROBISON (1969) aponta como agentes contribuintes e muitos deles decisivos para o desenvolvimento da Cartografia, como: a invenção do aeroplano e a ocorrência das duas guerras mundiais. Muitos países passaram a se preocupar com levantamentos mais precisos, em escala de detalhe de seus territórios, desenvolvendo serviços especializados de topografia e Geodésia, geralmente vinculadas às Forças Armadas.
1 Segundo GIRARDI (2000:42) a Cartografia como Ciência foi bastante discutida nas décadas de 1960-1970, prevalecendo três grandes abordagens: como ciência formal, defendida por Kretschmer, dentre outros, na qual se enfatiza a forma da representação e não o seu conteúdo como campo científico da Cartografia; ciência reflexiva, defendida por Salichtchev, dentre outros, para quem a Cartografia só se realiza na interface com as Ciências Sociais e Naturais; e Ciência da comunicação, defendida por Morrison, dentre outros, na qual era considerado o campo da comunicação como a base científica.
Aula 02_O que é Cartografia?
 
Seja bem-vinda (o) à nossa segunda aula. Estaremos juntos desvendando essa área de conhecimento denominada de cartografia relacionada diretamente à geografia e dotada de uma linguagem própria, que é a visual. A Unidade I propõe-se a situar a cartografia historicamente, apresentar os elementos principais que compõem o seu conhecimento enquanto linguagem visual e, a partir deste ponto, discutir sobre a sua importância na formação de professores de Geografia. Questões como: O que é Cartografia na atualidade, quais as suas características enquanto linguagem gráfica e qual a relação entre Cartografia e o ensino de Geografia estão presentes nessa unidade.
Mas o que é cartografia?
Inúmeros autores procuram definir o que é cartografia, porém encontramos desde definições que defendem a cartografia como um conhecimento apenas técnico e outras que as consideram apenas como resultado da produção artística. Dentre as inúmeras definições, utilizaremos a adotada pela Associação Internacional de Cartografia (AIC):
A cartografia é um conjunto de operações científicas, artísticas e técnicas produzidas a partir de resultados de observações diretas ou de explorações de documentação, tendo em vista a elaboração de cartas, plantas e outros tipos de apresentação e também a sua utilização.
Conceito Moderno de Cartografia
Usualmente encontramos o conceito de cartografia como: “Organização, apresentação, comunicação e utilização da geoinformação nas formas visual, digital ou táctil, que inclui todos os processos de preparação de dados, no emprego e estudo de todo e qualquer tipo de mapa”.
Conceito Moderno de Mapa
Exposição da realidade geográfica, instrumento para comunicar geograficamente nas modalidades visual, digital e tátil.
O caráter matemático científico da cartografia
A Cartografia - com a sua aparência e técnica próprias e evidentes - não pode compor uma ciência, como a Geografia. Também não representa uma arte, da preparação criativa, singular, capaz de produzir distintas emoções, de acordo com os diferentes seres que captam. Não se trata de arte, nem de ciência, entretanto é um método científico que se designa a anunciar eventos e fenômenos observados.
Para exemplificar, podemos tratar a carta topográfica que explana graficamente, isto é, com o uso de traços, pontos, figuras geométricas, cores, entre outros, a configuração de uma parte da superfície terrestre, tal como está posta e, com precisão matemática, sempre ajustada com a escala.
Os dados que a cartografia faz uso para representar a realidade, alcançados, seja por levantamentos clássicos, ou por meio de sensoriamento remoto, são preparados metodicamente no sentido de explanar, com lealdade, eventos e fenômenos como se apresentam na ocasião da coleta de dados.
Exemplo: As migrações, que ocorrem em determinada época em um lugar do Brasil ou do mundo, são um fenômeno que o geógrafo analisa e explica cujos dados o cartógrafo distribui num mapa, metodicamente, mediante simbologia adequada, com o auxílio de normas matemáticas, retratando o fenômeno sucedido naquele espaço de tempo, naquele território.
Os dois exemplos dados de finalidade e forma distintas não podem proporcionar ao usuário dois tipos de leitura. O método gráfico de que a cartografia se ampara é um método científico que só pode ser decodificado, racionalmente, de um modo uniforme.
Mapas, cartas e plantas.
Mapas: representação gráfica, normalmente em uma superfície plana e com escala determinada, das particularidades naturais e artificiais, terrestres, subterrâneas ou de outros planetas. A representação dos acidentes geográficos ocorre dentro da mais rígida localização provável, relacionados, em geral, a um sistema de referência de coordenadas.
Carta: representação dos aspectos naturais e artificiais do planeta, designada a fins práticos da atividade humana, o que permite avaliar precisamente distâncias, direções e a localização geográfica das áreas; representação plana, na maioria das vezes, em média ou grande escala, de uma parte da Terra, subdividida em folhas, de configuração sistemática, correspondendo a um plano nacional ou internacional. Nome tradicionalmente empregado na qualificação do documento cartográfico de esfera naval. É empregado no Brasil ainda como sinônimo de mapa.
Planta: representação cartográfica, comumente em escala grande, designada a informar muitos detalhes, objetivando, por exemplo, a cadastros urbanos, fins econômico-sociais, militares, entre outros.
Espero que tenha gostado de nossa aula. Qualquer dúvida entre em contato conosco!
Aula 03_Definição de Cartografia.
 
A cartografia, durante todo o processo de estruturação, obteve muitas alterações no nível de concepção, área de abrangência e papel. Segundo Simielli (1986), pelas definições de Cartografia, podemos notar a evolução que a Ciência cartográfica passou e vem passando ao longo de sua estruturação. Trataremos algumas definições, uma vez que já fizemos uma pequena incursão na história da Cartografia. Retomaremos as mais atuais por sua importância neste andamento de discussão teórico-metodológica e que oferecem outros subsídios. Além da arte e da técnica, há uma preocupação com o uso e a eficácia da Cartografia.
 
Para Salichtchev (1954 apud. SALICHTCHEV 1973):
Cartografia é a ciência dos mapas geográficos com um método especial de representação da realidade, incluindo nas suas metas tanto o estudo completo de mapas geográficos como a formulação de métodos e processos da sua confecção e uso.
O autor já nota, desde 1954, o contexto da realidade, presença fundamental na definição da Cartografia.
 
A definição da ASSOCIAÇÃO CARTOGRÁFICA INTERNACIONAL (1966);
Cartografia é o conjunto de estudos e das operações científicas, artísticas e técnicas que, a partir dos resultados das observações diretas ou de exploração de uma documentação, intervém na elaboração de cartas,plantas e outros modos de expressão, como também sua utilização.
 
Na acepção da ICA/ACI, de 1966, a Cartografia não é uma ciência, mas um conjunto de estudos e de operações científicas, artísticas e técnicas. Na definição de 1991 mantém-se esta concepção de Cartografia, além de fixar a Cartografia como uma disciplina. É interessante que a maior associação científica desse campo não considere a Cartografia como Ciência.
 Para Salichtchev (1973):
A Cartografia é a ciência da representação e do estudo da distribuição espacial dos fenômenos naturais e sociais, suas relações e suas transformações ao longo do tempo, por meio de representações cartográficas – modelos icônicos – que reproduzem este ou aquele aspecto da realidade de forma gráfica e generalizada.
Nessa acepção, percebemos a conservação da reprodução da realidade graficamente e generalizada, abarcando visivelmente as distribuições espaciais dos fenômenos sociais e naturais. Definição que se aproxima muito da Geografia, temos presentes dois elementos essenciais para essa Ciência - a relação Natureza-Sociedade.
Já para Taylor (1991):
cartografia seria a organização, apresentação, comunicação e utilização da informação georreferenciadas nas formas visual, digital ou táctil, que inclui todos os processos de preparação de dados no emprego de todo e qualquer tipo de mapa.
 
Na acepção de Taylor, as formas de representação recebem conotações distintas como as formas, visual, digital ou tátil. Nesta concepção, a função de destaque do mapa na Cartografia fica evidente. 
As diversas definições explanam os distintos enfoques pelos quais esta Ciência tem passado nos últimos tempos. A preocupação com os usuários passa a ser crucial. A Cartografia não é mais algo concluído e inalterado, pode ter uma interlocução entre o produtor do mapa e o usuário. Essas acepções assinalam posições teóricas e metodológicas evidentes frente ao contexto social que os autores ou instituições permaneciam ou permanecem envolvidos.
A definição de Salichtchev (op.cit) é importante, porque a Cartografia não é puramente uma técnica insensível ao conteúdo transmitido. Ela almeja representar e pesquisar conteúdos espaciais por meio de modelos icônicos e não pode fazê-lo sem conhecimento da essência dos fenômenos que são representados, nem sem o apoio das Ciências que os pesquisam.
Já na definição de Taylor (op.cit), vemos a inquietação com a informática e o desempenho relevante do procedimento de preparo do mapa nesse momento. Seguimos essa última acepção de Cartografia neste trabalho por evidenciar o mapa e referir muitas linguagens como visual, digital e táctil como formas de expressar a organização, representação e utilização da informação notadamente referenciada.
Taylor deixa claro que a Cartografia progride na discussão para além da técnica e arte, reforçando sua função estruturadora, organizadora e comunicadora de informações em distintas mídias, abrangendo ainda os processos de elaboração de dados na constituição de todos os modelos de mapas envolvidos inteiramente com seu conteúdo. Se a cartografia almeja abarcar os processos relacionados à preparação de informações para apontar seus conteúdos, deve utilizar o conhecimento da essência dos fenômenos que são representados com o apoio das ciências que analisam.
Em Lacoste (1976), podemos notar um esquema capaz de explanar como a pluralidade dos mapas temáticos para um único território pode compartilhar da abordagem geográfica, para a qual não só conjugamos as intersecções dos distintos conjuntos espaciais que cada tema delineia como também articulamos os vários níveis escalares de representação combinados com a ordem de grandeza da manifestação dos fenômenos analisados naqueles temas.
Aula 04_História da Cartografia I
Na aula de hoje, veremos que a confecção de mapas parece ser anterior à escrita. Há muitos registros que comprovam que os mais variados povos nos legaram mapas, tais como: babilônios, egípcios, astecas, chineses, além de outros, cada qual refletindo aspectos culturais próprios de sua sociedade.
 
(...) a necessidade de estudar as condições políticas e econômicas da época em que as cartas foram traçadas e até o que se pode averiguar da biografia dos cartógrafos, deixa-nos aperceber o âmbito social que as condicionou. O homem nunca poderá fugir à paixão avassaladora e salutar de conhecer a sua própria história. Não conseguirá fazê-lo mais agradavelmente do que através do estudo, mesmo ligeiro, de sequência de cartas antigas em que os antepassados registraram, com mais ou menos fantasia ou realidade, as suas concepções e conhecimentos geográficos. (CORTESÃO 1960, p.33-34)
 
Os mapas concebem uma configuração do saber, um fruto cultural dos povos, e não um mero efeito de uma propagação tecnológica a partir de um foco europeu. Cada cultura manifesta sua particularidade cartográfica, pouco a pouco se torna uma linguagem visual mais genérica do que se imaginava antes. Até os produtos cartográficos atuais, com o uso de satélites e da informática, são construções sociais. É necessário refletir sobre o fato de cada cultura ter percepções do espaço e do tempo diferenciadas, que não devem ser depreciadas e, ainda menos, confrontadas ou avaliadas segundo modelos europeus ocidentais.
 
Confecção de mapas pelos povos
Os chineses e gregos
A China pode ser mencionada como mais uma região em que a Cartografia oriental deixou marcas de amplo valor histórico. A cartografia chinesa era muito desenvolvida bem antes que na Europa principiasse a se sobressair as primeiras produções nesta área de conhecimento. Em vários lugares da China foram descobertos documentos muito remotos que confirmam a apreensão dos governantes em mapear riquezas naturais de diversas áreas daquele país.
Na China antiga, vários mapas apresentavam desígnios cadastrais, demarcação de fronteiras, como documentos burocráticos, projetos para preservação das águas, meios para sujeição de impostos, estratégia militar, reconstrução da Geografia, testemunhos de seguimento cultural confirmada pela presença de sepulturas, instrumentos de adivinhação, presságio astrológico de fenômenos celestes e também amparo contra forças sobrenaturais.
 
Os gregos foram extremamente importantes no desenvolvimento da Cartografia ocidental, conferindo a eles o estabelecimento das bases científicas da Cartografia moderna. Diversos estudiosos gregos tiveram trabalhos que marcaram o processo de desenvolvimento das técnicas da cartografia. Podemos citar Anaximandro de Mileto (611 a 547 a.C.), criador do reconhecido mapa que concebia o mundo então conhecido - regiões da Europa e Mar Mediterrâneo, e de Hecateu de Mileto, seu contemporâneo, que aprimorou o mapa.
Mapa Grego - Hecateu de Mileto – século IV a.C
Neste período, aproximadamente no século IV a.C., havia muitas especulações sobre o formato da Terra. Uma delas expunha que o planeta, como criação divina, precisaria ser esférico, uma vez que a esfera era a forma geométrica mais perfeita. É claro que essa posição iria influenciar a confecção de mapas. Constituíram também as acepções das linhas da rede geográfica: equador, trópicos, meridianos, círculos polares.
Eratóstenes de Cirene (276 a 196 a.C.), que também foi deveras importante, chegou a conduzir a biblioteca do museu de Alexandrina. Por meio do que conhecia sobre geometria, aferiu a circunferência da Terra, alcançando um resultado próximo dos 46 mil quilômetros.
Os franceses e portugueses
A Cartografia francesa igualmente registrou pessoas famosas na história dos mapas, como a família Sanson, em que principalmente Nicolau Sanson (1600-1667) foi a maior expressão. Por eles foi publicado grande número de mapas e atlas, percebendo, entretanto, a influência da cartografia dos países baixos, sobretudo de Mercator.
A Cartografia brasileira foi bastante influenciada pela portuguesa desde o início da história colonial. A extensão ultramarina e a navegação marcaram fortemente o modo prático da cartografia de Portugal do período dessa política, sendo intensa a produção de mapasmarítimos apontando o desenho das costas e o delineamento de continentes e ilhas.
Com a fundação da Imprensa Régia, principiam os trabalhos de publicação de mapas nacionais, enquanto que o Real Arquivo Militar ficaria responsável pela conservação de nosso acervo, assim, apoiando a impressão de mapas novos, como o da planta da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, em 1812.
 
Os Maias e astecas
Embora necessite de estudos mais aprofundados, sabemos que os povos maias e astecas no México tinham uma tradição cartográfica rica. Refere-se ao explorador Hernán Cortes, espanhol, aproximadamente em 1522, que requereu a Montezuma (Imperador asteca) notícia sobre algum lugar em que pudessem aportar seus navios em segurança. Chegou-lhe um mapa, projetado em um pano, que identificava toda a área litorânea com seus diversos acidentes geográficos. A agilidade com que a notícia foi levada a Cortés mostra que os astecas conservavam seus manuscritos preservados de modo que pudessem ser consultados e copiados facilmente.
Os Árabes
Os árabes igualmente se sobressaíram, no passado, especialmente como geógrafos, tendo muitos trabalhos dessa natureza muito importantes, principalmente na Idade Média, quando no ocidente, de controle cristão, ocorreu um processo retrógrado nas ciências em geral.
Apreendendo a importância dos conhecimentos remotos, sobretudo dos gregos e, de modo peculiar, das obras de Cláudio Ptolomeu, objetivando integrá-los à cultura muçulmana, os árabes foram estimulados a traduzir tesouros científicos da antiguidade, resguardando esses conhecimentos e enriquecendo com seus próprios estudos.
Alguns estudiosos afirmam que Bagdá e Damasco se formaram em verdadeiros polos de saber durante séculos VII e XII, aproximadamente.
Os árabes, envolvidos em conquistas territoriais, necessitaram estimar os recursos das novas terras, assim como inserir um sistema fiscal e tributário mais competente, o que favoreceu o desenvolvimento da Cartografia e também da Matemática, Astronomia e Geografia.
Al-Idrisi (1099 – 1166)
 
 
A decadência da cartografia na Idade Média
A partir de Ptolomeu, há um período de declínio marcado pela Idade Média no qual até sua grande obra foi vedada no mundo ocidental de controle da igreja católica romana, pois representava uma espécie de enciclopédia científica que em muitas feições não condizia com essa religião.
A Cartografia da Baixa Idade Média, cristianizada, foi uma das mais pobres, tendo como exemplo a obra chamada de "Topografia Cristã", do frade Cosmas Indicopleustes editada aproximadamente em 535. A obra nega a existência de antípodas (lugar diametralmente oposto a outro no globo terrestre) e a ideia da esfericidade dos céus e da Terra. Outro retrocesso cartográfico encontra-se nos mapas que apresentavam a simplicidade e a simetria da distribuição das terras, o que igualmente interessava à igreja romana, principalmente no momento em que a terra santa era posta no centro das representações.
Na aula de hoje conhecemos como era realizada a confecção de mapas pelos mais diferentes povos. Espero que tenha gostado!
Aula 05_História da Cartografia II
 
Em nossa quinta aula, podemos notar que aconteceram mudanças de enfoque das representações gráficas do mapa topográfico para o do relevo, ou seja, para um mapa temático. Tivemos o surgimento da Cartografia Temática, uma cartografia historicamente sucessiva à visão topográfica do mundo, essencialmente analógica.
Podemos ver, nesta breve incursão pela história da Cartografia, que a realidade relevo sempre esteve presente e foi expressa de formas diferentes. Em poucos momentos podemos falar de uma história do pensamento cartográfico, diferente da história do pensamento geográfico que o faremos a seguir. Todavia é fundamental essa reflexão para conhecer mais profundamente a Cartografia. Então acompanhe o texto!
Vidal de La Blache acarreta no final do século XIX a escola regional, que foi importante matiz da organização e inspiração da Geografia científica brasileira. Nesta escola de pensamento geográfico, a Cartografia era intensamente utilizada. A imagem cartográfica era o instrumento legitimador do método geográfico do período, uma vez que a identidade da região era fruto da síntese conseguida na sobreposição de mapas temáticos. O mapa do relevo por prover elementos físicos primordiais para o entendimento da região seria um dos elementos que auxiliariam na síntese. Isto é, o princípio da estruturação do procedimento de sobreposição, partindo do entendimento da paisagem.
Posteriormente a esse período, no chamado período de renovação da Geografia, a Cartografia teve papéis diferentes dentro das diversas correntes. Destacaremos duas correntes que polarizaram mais as discussões, a “Geografia Pragmática” e a “Geografia Crítica”.
Dentro da chamada Geografia Pragmática, encontra-se a Cartografia como apoio para a construção de modelos matemáticos. Essa tendência se confirma no momento com o uso maciço dos Sistemas de Informações Geográficas (SIGs)1. Para GIRARDI (2000), a fixação da cartografia como base de modelos matemáticos para utilização dos Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) é na essência uma aproximação com a escola vidalina, com maior sofisticação tecnológica, porém com menor vinculação a um método geográfico, muito mais evidente na escola francesa/vidalina quanto na proposta de hartshorniana.
Na Geografia Crítica, deparamos com uma situação bem diferenciada. Uma obra clássica dessa linha, o livro de Lacoste (1988), originalmente publicado em 1976, A Geografia – serve, em primeiro lugar, para fazer guerra - tece incontáveis criticas aos métodos, procedimentos e atitudes políticas da Geografia até o momento. Incidem sobre as atividades cartográficas e, principalmente, os mapas nos trabalhos geográficos, as relações de poder e opressão. A cartografia passou a ser uma ferramenta a mais de opressão, tanto nas mãos dos professores como na do Estado. Nas palavras do autor, tanto para a “geografia dos professores” como para a “geografia dos estados maiores”.
A Cartografia neste período também buscava estruturar-se como campo específico do saber, solicitando para si o domínio de todas as etapas do processo cartográfico,  desde a produção até o estudo dos usos do mapa.
A Geografia deixou de ser a construtora e se transformou em usuária dos mapas, o que poderia servir de base para uma crítica das representações gráficas e cartográficas. Para alguns autores como Guelke (1981) e Girard (1997,2000), a Geografia não passou a ser uma usuária e sim uma consumidora de mapas. O mapa-ilustração é percebido como consumo e boa parte dos geógrafos o comete, pondo mapas em suas obras somente para obter conotação geográfica em suas obras. O uso possui sentido de emprego consciente de algo, o que implica noção crítica do que se está empregando.
 
Quando a Geografia se engaja no movimento de transformação social (Geografia Crítica), poderíamos ter mais condições para a elaboração de análise crítica das representações gráficas e cartográficas.2
Devemos destacar o único grande projeto dentro da Geografia Crítica, que foi a Semiologie Graphique, de Jacques Bertin (1967), linha que procuramos seguir no decorrer de nossa pesquisa.
Os mapas temáticos, na sua variedade, muitas vezes são avaliados como objetos geográficos, ao mesmo tempo em que o geógrafo é exposto como o especialista mais adequado para tal tarefa. Esse entendimento parece extrapolada. Na realidade, os mapas temáticos interessam à geografia no grau em que, não só abordam de modo conjugadamente um mesmo território, mas ainda o consideram em diferentes escalas (LACOSTE, 1976) e (MARTINELLI, 1991).
 
Atualmente, é complicado não falar da Cartografia no ensino de Geografia, especialmente com o predomínio das novas tecnologias na conjuntura educacional. A relação da Cartografia com a tecnologia, pela infocartografia, continua como um amplo ramo ambicionado por numerosos profissionais. Para MACHADO (1990), os softwares (programas de computadores) ajudam na aquisição, registro, armazenamento,processamento, recuperação e visualização de dados de forma automatizada. A infocartografia atenua o tempo entre a organização de dados e a sua representação gráfica.
Entretanto, nos alerta MACHADO (op.cit.:46):
 
Pressupomos que toda esta parafernália tecnológica seja capaz de proporcionar uma forma crítica de representar graficamente uma determinada informação, de maneira que a sua natureza não seja desvirtuada. Antes de tudo deve viabilizar uma conexão entre a ideia e a imagem. Entretanto, é preciso estarmos atentos ao processamento e a qualidade destes novos produtos digitais. Pois, sabemos que a sua evolução dos programas para construir mapas de certa forma vem exigindo novos conceitos baseados nos novos produtos e nas novas metodologias, além do que tal fato tem contribuído, em especial, para a mobilização de abordagens totalmente novas para o processo cartográfico.
 
Estudar Cartografia, para a Geografia, é instruir-se de normas de construção de mapas, suas diferenças, a utilização de cada tipo de produto e, hoje, técnicas computadorizadas. Isso deve ser analisado e ensinado como conteúdo técnico, mas não basta. Temos que perceber a Cartografia como construção social, não como alguma coisa pronta, acabada e estática. A Cartografia não é simplesmente um aglomerado de técnicas, ela constrói, reconstrói e acima de tudo revela informações.
Para MARTINELLI (2000:224):
 
Como em toda a produção do saber, também a Cartografia teria seus grandes avanços nas inovações em estreita consonância com as mais significativas transformações da vida material da sociedade. Este desenvolvimento, portanto, não pode ser entendido nem explicado fora do contexto do processo de desenvolvimento das forças produtivas e relações de produção. 
 
 
1 A relação entre o método geográfico e o Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) são trabalhados em Taylor (1991); para esse autor, essa relação existe porém é pouco discutida e até muitas vezes negada em favor da técnica.
2 SOUZA (1994) em seu artigo intitulado: “A Cartografia e o movimento de renovação da Geografia brasileira”, procura discutir as representações sobre a cartografia, construídas no interior do movimento de renovação da geografia nacional, abordando os preconceitos e o desconhecimento da relação Geografia e Cartografia.
Aula 06_A Cartografia no Brasil.
A Cartografia, no Brasil, teve seu desenvolvimento a partir da Segunda Guerra Mundial em função dos interesses militares. Instituições como os atuais: Instituto Cartográfico da Aeronáutica (ICA), Diretoria do Serviço Geográfico do Exército (DSG) e Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) foram as principais responsáveis pela execução da Cartografia Sistemática do País, objetivando mapear todo o território nacional, em escalas de 1: 50.000 a 1: 250.000. Tudo isso, você irá acompanhar a partir de agora!
Origem e evolução da Cartografia no Brasil
·   1890 – 31 de maio – Criou-se o Serviço Geográfico Militar, anexo ao Observatório Astronômico, "para a execução dos trabalhos geodésicos e geográficos da República dos Estados Unidos do Brasil".
·   1896 – O Estado Maior do Exército incumbiu-se da elaboração da Carta Geral da República.
·    1903 – Na cidade de Porto Alegre, instalou-se a Comissão da Carta Geral do Brasil. Também foi instituído o Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil, sob a direção do geólogo norte-americano Orville A. Derby – Função: Produção da Carta Geológica.
·   1922 – Foi constituído o Serviço Geográfico do Exército e eliminada a Comissão da Carta Geral com as responsabilidades desta, absorvidas por aquela. Este ano também marca o começo da Carta do Brasil ao Milionésimo (primeiro "retrato cartográfico de corpo inteiro" do país), editada pelo Clube de Engenharia, em celebração ao centenário da Independência.
·    1935 – A Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) foi a inicial, dentre as organizações cartográficas brasileiras, a oferecer um plano cartográfico, o Plano Cartográfico Náutico.
·    1936 – Foi instalado o Instituto Nacional de Estatística e Cartografia.
- 1937 – Nasce a primeira empresa privada, no mercado brasileiro, destinada à execução de levantamentos aerofotogramétricos cujas apreensões básicas eram voltadas para a prestação de serviços em Cartografia.
·   1938 – Instituto Nacional de Estatística e o Conselho Brasileiro de Geografia foram agrupados ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. O primeiro projeto do IBGE: "Determinação das Coordenadas das Cidades e Vilas".
·   1940 – Pela primeira vez na história da Estatística Brasileira, os dados de coleta e tabulações do censo foram referenciados a uma base cartográfica sistematizada, pelo menos quanto às categorias administrativas: Municipais e Distritais – Cidades e Vilas. A partir deste momento era assegurado o georreferenciamento das estatísticas brasileiras.
·   1945 – O Secretário Geral do Conselho Nacional de Geografia, Cristóvão Leite de Castro, expôs um Plano Cartográfico de abrangência nacional subdividido em programas diferentes cuja composição era determinada em termos do grau de evolução dos procedimentos de ocupação territorial.
·   1946 – O Conselho de Segurança Nacional constitui comissão para fixar "normas para a uniformização da cartografia brasileira" e metodologias para a coordenação dos trabalhos cartográficos. Ainda, ao IBGE é atribuída a Coordenação da Cartografia Brasileira. Iniciam-se os trabalhos de mapeamento, na escala topográfica de 1: 250.000, do vale do Rio São Francisco, em território da Bahia.
·   1961 – O Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA) forma um grupo de trabalho com a finalidade de constituir as "Bases e Diretrizes de uma Política de Coordenação e Planejamento do Levantamento Cartográfico Brasileiro".
·   1962 – O IBGE passa a operar nas escalas maiores de 1:250.000, ou seja, em paralelo aos trabalhos nas escalas ao milionésimo; 1:500.000 e 1:250.000. Passou a reger as atividades necessárias à produção dos documentos nas escalas de 1:50. 000 e 1:100. 000, antes restritos à atuação do Serviço Geográfico do Exército.
·   1964 – O IBGE estrutura e concretiza a linha de instrumentos fotogramétricos e expande a atuação de suas unidades de levantamentos geodésicos, de modo a atender ao apoio terrestre para as operações fotogramétricas.
·   1966/1967 – O Presidente Castelo Branco funda outro grupo de trabalho para determinar as Diretrizes e Bases da Política Cartográfica Nacional. Conserva a atuação descentralizada das instituições cartográficas do governo federal e especifica a coordenação da Política Cartográfica Nacional como atribuição da Comissão de Cartografia (COCAR) inserida na estrutura do IBGE. A COCAR foi estruturada de modo a que todos os Ministérios que ampliassem ou demandassem serviços cartográficos lá permanecessem representados, pois o objetivo principal do Decreto se resumia em Organizar o Sistema Cartográfico Nacional no que dizia respeito a União. O elenco de representantes era complementado por assentos conferidos à iniciativa privada, através da atual Associação Nacional das Empresas de Levantamentos Aeroespaciais (ANEA) e ao IBGE que compuseram exceção à representação ministerial.
·   1972 – Projeto RADAM – Radar da Amazônia - aplicação pioneira de sensores aerotransportados radargramétricos. Posteriormente, o projeto foi desdobrado a todo território nacional – RADAMBRASIL. Em 1985 o projeto foi eliminado.
·   1975 – Expediu-se um decreto para retirar a COCAR da estrutura da Fundação e posicioná-la na Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral da Presidência da República – SEPLAN.
·   1978 a 1981 – Intensificaram as atividades cartográficas sob a organização do Programa de Dinamização da Cartografia – PDC, ressaltando o mapeamento em escalas topográficas de vastas regiões da Amazônia Legal e o complemento das folhas das cartas nas escalas de 1:50. 000 e 1:100. 000 das regiões centro-sul e nordeste.
·   1975 a 1985 - Pode-se assegurar que foi o momento de mais intensa produção cartográfica, produto da modernização dos equipamentos eprocessos de produção.
·   1985 – Criou-se o Ministério da Ciência e Tecnologia ao qual ficou submetida a COCAR na condição de órgão autônomo.
·   1990 – Desativou-se a COCAR. Consequência de protestos da comunidade cartográfica preocupada na manutenção da COCAR junto à SEPLAN.
1994 – O Governo Federal designa a Comissão Nacional de Cartografia (CONCAR) em moldes semelhantes àquela dos anos de 1960. Conserva a estrutura da representação ministerial com as mesmas exceções, IBGE, como provedor de apoio administrativo, e ANEA. E a subordinação regressa a área do planejamento agora no Ministério do Planejamento e Orçamento.
Aula 07_Elementos da cartografia: A Escala.
Na aula de hoje, falaremos um pouco sobre “Escala” e suas classificações. Acompanhe!
A escala é a relação que existe entre a distância de dois pontos quaisquer do mapa com a correspondente distância na superfície da Terra. Explanada, em geral, por fração, constitui que essa fração representa a relação entre as distâncias lineares da carta e as mesmas distâncias da natureza, ou melhor, é uma fração em que o numerador (sempre a unidade) representa uma distância no mapa e o denominador a distância correspondente no terreno, tantas vezes maior, na realidade, quanto indica o valor representado no denominador.
Se, por exemplo, a escala é de 1: 50.000, determinamos que qualquer medida linear na carta é, no terreno, 50.000 vezes maior. Se, na mesma carta, tomarmos uma distância de dois centímetros, esta corresponderá, no terreno, a 100.000 centímetros, que são iguais a 1000 metros, ou seja, 1 km.
Classificação das escalas
As escalas podem ser classificadas em numéricas e gráficas e podem ser diferenciadas pela denominação de escala grande e escala pequena.
a) Escala numérica
A numérica vem representada pelo enunciado da própria fração, utilizando a linguagem matemática. A forma de representação no Brasil e na maioria dos países é, por exemplo, 1: 100. 000.
Uma escala numérica tem a grande vantagem de informar imediatamente o número de reduções que a superfície real sofreu. Por sua vez, é imprópria para reproduções de mapas através de processos fotocopiadores quando há uma ampliação ou uma redução do original.
Escala Numérica
b) Escala gráfica
A escala gráfica utiliza-se da linguagem gráfica e é representada por um segmento de reta graduado. Usando-se a escala gráfica, poderemos medir diretamente no mapa quaisquer distâncias no terreno na medida representada. Ainda poderá existir, além das divisões da parte direita do zero, subdivisões ao lado esquerdo do zero a fim de realizar aproximações.
Como experiência: no mapa mural do Brasil mais comum, que é o de escala 1:5.000.000 e que dispõe igualmente da escala gráfica, poderemos descobrir a distância em linha reta, por exemplo, entre Brasília e São Paulo. Com uma simples tira de papel, marcamos com um lápis esse alinhamento. Com essa tira, iremos marcar, sobre a escala gráfica, à distância em quilômetros. Obteremos 875 km.
Escala Gráfica
 
c) Escala maior ou escala menor?
Escalas diferentes indicam maior ou menor redução. Em razão disso, são usadas as expressões Escala Maior e Escala Menor para fazer comparações entre várias escalas. Uma escala será maior quando indicar menor redução. Por sua vez, uma escala será menor quando indicar mais redução.
Na relação de escalas a seguir, a maior será 1:5.000 e a menor será 1:5.000.000:
1:5.000(maior)
1:50.000
1:500.000
1:5.000.000(menor)
Entendendo a escala
Na utilização de mapas, surgem alguns problemas. Em geral, eles se aludem a três elementos: a medida do terreno (D), a medida no mapa (d) e o denominador da escala (E). Eis as relações:
a) conhecidas a distância no terreno (D) e a escala (E), determinar a distância no mapa (d).
Partindo da fórmula básica, temos: E = D / d, ou seja, d = D / E;
Exemplo: Dada uma situação hipotética em que a escala utilizada no mapa é de 1:100.000 e a distância real, 10 km, encontrar a distância no mapa em cm.
Primeiro, devemos fazer a transformação na mesma unidade de medida. Se for pedido em cm, transformar 10 km em cm, utilizando a tabela que segue abaixo. 10 km é o mesmo que 1.000.000 cm.
d = D / E
d = 1.000.000 / 100.000
d = 10 cm
Portanto, é preciso traçar uma reta de 10 cm no mapa para representar 10 km.
b) conhecidas a distância no mapa (d) e a escala (E), determinar a distância no terreno (D).
Partindo da fórmula básica, temos: E = D / d, ou seja, D = E x d;
Exemplo: Dada a suposição que temos um mapa com escala 1: 100.000 e com distância entre dois pontos medindo 8 cm, é preciso saber qual a distância real em km.
D = E x d
D = 100.000 x 8
D = 800.000
Como foi pedido em Km, devemos transformar, utilizando a tabela que segue abaixo, sendo que o resultado será de 8 km, portanto a distância real do terreno é de 8 km.
c) conhecidas a distância no terreno (D) e a distância no mapa (d), determinar a escala (E).
Partindo da fórmula básica, temos: E = D / d, ou se preferir E = D: d.
Exemplo: Partindo de uma situação em que a distância linear, entre uma cidade e outra, é de 100 km e ela foi representada no mapa por 10 cm, temos que encontrar a escala utilizada.
O primeiro passo é, portanto, transformar na mesma unidade 100 km em cm, o que, utilizando a tabela abaixo, resultará em 10.000.000 cm.
O segundo passo é aplicar a fórmula:
E = D / d
E = 10.000.000 / 10
E = 1.000.000
Portanto, a escala é de 1: 1.000.000
Quando é preciso transformar as unidades de medida, temos que ter em mente a tabela abaixo: 
Qualquer dúvida entre em contato conosco através de nosso ambiente virtual de aprendizagem. 
Aula 08_Generalização Cartográfica.
 
Nesta aula conversaremos sobre a generalização Cartográfica, Escala e Legibilidade Gráfica, Omissão Seletiva, Simplificação, Combinação, Agregação ou Agrupamento (gráfica), Reclassificação (semântica e gráfica) e Exagero e Deslocamento.
Keates (1989) comenta que a generalização toma lugar no contexto do projeto do mapa ao reunir as necessidades do usuário. O processo de generalização carrega a visualização das imagens e faz com que o usuário grave melhor o mapa registrado em sua memória. A generalização concretizada de maneira adequada resultará em uma mensagem espacial que é eficazmente estruturada pelo leitor. Por outro lado, generalização exagerada pode ocasionar imagens do mapa que contém poucas informações úteis que não transferem o conhecimento.
O processo de seleção na operação de generalização em projetos cartográficos inicia a atividade de produção do mapa. A seleção envolve decisões claras considerando: o espaço geográfico a ser mapeado, a escala, a projeção e o aspecto do mapa, as variáveis que são apropriadas para o propósito deste e qualquer classificação de dados e métodos de amostragem que devam ser empregados. O processo de seleção é crítico e pode envolver o trabalho com o autor do mapa ou o usuário. A atividade de seleção requer do cartógrafo o mínimo de familiaridade com o conteúdo do mapa. Por exemplo, o mapa topográfico visa dar uma representação completa do terreno, incluindo detalhes culturais e naturais; já no caso do mapa temático (ex: mapa geológico), os detalhes culturais são menos importantes e somente aqueles necessários à orientação deverão ser mostrados.
Segundo Keates (1989), as definições de generalização baseiam-se em dois grupos:
• Escala e Legibilidade Gráfica: acarretam condições. A diferença entre as escalas do mapa e do fenômeno na realidade controla o espaço disponível, que é a condição mínima para a legibilidade gráfica;
• Características Essenciais e Importância: é fundamentalmente formada por julgamentos os quais refletem a necessidade de reter as características essenciais (em termos de forma e configuração) do fenômeno representado e ainda o fato de que algumas situações são julgadas como sendo mais importantes que as outras, ambas dentro da mesma classe geral e entre classes. Entretanto, algumas coisas serão retidas, outras excedidas e, se necessário, realçadas dentro do projeto do mapa.
De acordo com Keates (1989), os processosque constituem a aplicação da generalização são:
• Omissão Seletiva: a fim de se conservar a legibilidade e clareza do mapa, certos aspectos por meio do processo de seleção podem ser omitidos, mesmo que sejam de categorias contidas no mapa;
• Simplificação: seleção e classificação são exemplos de simplificação, porém esta pode ainda tomar outras formas. Um exemplo pode ser a suavização de linhas naturais feitas pelo homem no mapa para suprimir detalhes desnecessários. Simplificação seria o processo no qual uma linha reta entre dois pontos é simplificada de forma que esta conserva a posição planimétrica correta. Na simplificação, as feições precisam ser mostradas, contudo as que são muito pequenas ou muito complexas para aparecerem em amplo detalhe devem ser simplificadas. A escala é o principal fator envolvido. Este processo é muito usado em linhas e bordas, por exemplo, uma linha reta permanecerá reta, porém poderá diminuir seu tamanho; já uma linha altamente irregular sofrerá uma redução progressiva no comprimento e suas pequenas irregularidades serão removidas. Durante a diminuição é importante que as características das feições se conservem, ou seja, evitar substituir linhas irregulares por curvas suavizadas e que o exagero tenha que ser introduzido em alguns casos;
• Combinação ou Agregação ou Agrupamento (gráfica) e Reclassificação (semântica e gráfica): é um processo no qual os objetos são colocados em grupo de feições e a informação é agrupada através da identificação dos limites do grupo. A combinação reduz a complexidade da imagem do mapa, ajuda a organizar a informação mapeada e auxilia na comunicação;
• Exagero e Deslocamento: talvez seja a mais complexa. Sempre que uma classe de feições é importante no conteúdo de um mapa, preserva-se a informação de localização, independente do espaço proporcionado pela escala. O desenvolvimento de um mapa precisa de simbolização, já que não é possível criar uma imagem reduzida da realidade sem projetar um conjunto de símbolos que representa os objetos no mundo real. Os símbolos são exagerados para aparecer legíveis, isto é, devem ter um tamanho mínimo que depende dos limites da percepção. Esta operação abrange deslocamento de feições. É importante ressalvar que os pontos trigonométricos nunca devem ser deslocados. Na hierarquia da restrição do deslocamento de feições, rios vêm em segundo lugar; isto é, outras feições têm de ser deslocadas em função de rios.
Edifícios sempre serão deslocados em função do deslocamento de feições lineares. Como a generalização de um elemento afetará a generalização de outros, é necessário seguir uma correta sequência no procedimento. A informação topográfica básica é trabalhada primeiramente. Como as locações de muitas feições culturais são relativas a feições físicas, a generalização de feições físicas é a primeira tarefa. As ordens usuais são: as feições hidrográficas (linhas costeiras e drenagem), seguidas por curvas de nível e pontos cotados. Modificações em linhas costeiras e canais de drenagem têm sido feitos conforme a necessidade de outras feições. Por exemplo, um limite pode ser definido parcialmente seguindo um rio e parcialmente seguindo uma bacia hidrográfica. Sua posição, entretanto, move de acordo com a generalização dessas feições.
Em mapas de pequenas escalas, onde muitas edificações podem ser indicadas por símbolos pontuais, devem ser colocados em correta relação com o terreno. Feições que não são conectadas a lugares habitados, tais como, ruas, caminhos, deveriam ser consideradas depois ou em combinação com a generalização das edificações. Áreas de vegetação e uso do solo, nas quais as regiões desenvolvidas são usualmente delimitadas por cercas, estradas e outras feições topográficas, são consideradas por último, porque suas linhas dependem da posição cultural e física da feição. Em escalas médias e grandes, muitos limites internos menores são posicionados em relação à superfície das feições, incluindo estradas, riachos e cercas e pode somente ser compilado quando o resto da informação está completo.
Feições representadas por símbolos pontuais como também construções individuais têm de ser colocadas em relação correta à topografia. A água deve permanecer adjacente ao riacho e deve ser posicionada de acordo com o curso do riacho como aparece no mapa base. Se uma construção se estende entre um rio e uma estrada, deve-se manter esta posição. As estradas devem permanecer alinhadas ao eixo da estrada, deslocando-as, se necessárias, para acomodar o símbolo de uma estrada larga.
Aula 09_A Simbologia Cartográfica.
 
Bos (1984) argumenta que um mapa representa feições ou fenômenos por símbolos, que é uma categoria particular dos signos. A representação humana, a expressão e a comunicação são concretizadas por meio do uso de signos. Com signos é possível referir, descrever e organizar conceitos. O mais desenvolvido e universalmente empregado sistema de signos é aquele da linguagem que parece ser básico para todas as formas de expressão humana e comunicação. Signos que são utilizados graficamente em um espaço bidimensional preparado operam de modo distinto da usada na linguagem verbal. Embora o termo "linguagem" seja comumente empregado para se referir a qualquer sistema de signos, as diversidades entre descrição verbal e gráfica são mais importantes do que suas similaridades.
Tais símbolos, também mencionados como signos convencionais, agem por classificação, isto é, eles ajuntam ocorrências individuais ou feições dentro dos grupos de acordo com determinadas características que eles todos participam. A presença de um símbolo para um canal sobre um mapa manifesta onde qualquer aspecto que pode ser classificado como um canal incide. Isto não os difere em termos de suas alterações secundárias, mas coloca-os numa mesma categoria. Tais categorias podem ser extremamente gerais e isto se aproveita para muitas feições topográficas, tais como rios, construções individuais, áreas de florestas etc. Estas descrições são fundamentalmente qualitativas, concentrando na distinção dos objetos pelo tipo ou pelo caráter. Se o aspecto particular é importante no teor do mapa, mesmo ao ponto de estar sendo a sua maior informação, então a categoria geral pode ser subdividida em um número de subclasses. Estas subclasses podem ser distinguidas ou por uma diferença na qualidade ou tipo; ou por uma diferença na quantidade ou valor.
O grupo de símbolos representando distintos tipos e classes de rodovias podem distinguir entre rodovias em tempo regular e rodovias para qualquer tempo (uma diferença física na construção e na superfície), pela colocação em uma hierarquia de rodovias (uma classificação de valor), pelo número de pistas (uma taxa numérica) ou pela largura da rodovia (uma classificação por dimensão física), ou geralmente um ajuste de todos estes fatores. É importante que os fatores empregados na classificação sejam adequados para a informação e função; não se são qualitativos ou quantitativos.
De acordo com suas características dimensionais, os símbolos cartográficos podem ser classificados como:
• Símbolos Pontuais: utilizados para indicar a localização e identificação ou outra característica da feição de pequenas extensões territoriais com relação à escala do mapa; o aspecto da escala é importante;
• Símbolos Lineares: usados sempre que a feição a ser apresentada tenha característica linear, tais como ruas, estradas de ferro e rios; outros casos são as linhas usadas como limite, que podem ser consideradas como parte de uma área e incluem, por exemplo, limites de florestas, linhas costeiras de lagos;
• Símbolos de Área: utilizados para representar feições de áreas admiravelmente amplas, novamente, em relação à escala do mapa. A forma e superfície do símbolo área são, é claro, determinados pelas propriedades da feição no terreno e a escala do mapa.
De acordo com a forma, os símbolos cartográficos são comumente agrupados em 3 categorias principais:
• Símbolos Pictóricos ou Descritivos: de acordo com Bos (1984), os símbolospictóricos são símbolos que de um modo realista ou simplificado, estilizado, representam o que devem significar. A Figura 4.1 mostra vários exemplos de símbolos pictóricos que podem ser utilizados para representação cartográfica. Comparado com os símbolos de uma simples forma circular ou quadrada, os símbolos pictóricos são antes espaciais, isto é, eles ocupam usualmente um espaço grande no mapa. Em geral, pode-se dizer que quão menos os símbolos pictóricos são generalizados, mais espaço ele ocupa. Em um mapa de escala 1:100.000 um símbolo de 5 x 5 mm ocupa na realidade uma área de 500 x 500 m, que é possivelmente maior que a dimensão da feição real. Consequentemente, outros detalhes não podem ser mostrados no lugar, pois devem ser cobertos pelo símbolo pictorial e isso não deve fundamentalmente ser qualificado como uma desvantagem do símbolo pictorial;
Figura 4.1 - Símbolos Pictóricos
Fonte: Bos (1984)
• Símbolos Geométricos ou Abstratos: segundo Bos (1984), os símbolos geométricos possuem formato regular tal como um círculo, um quadrado, um triângulo, um hexágono etc.
A Figura 4.2 mostra exemplos de símbolos formados geometricamente. Quando olhamos esses símbolos, fica nítido que nenhum sentido claro pode estar ligado a eles. Contrariamente aos símbolos pictóricos, não há similaridade com a feição, um círculo pode representar uma cidade no mapa, em outros pode representar uma torre, uma parada, um buraco, o lugar de uma indústria etc. Por conseguinte, símbolos geométricos geralmente têm que ser explicados na legenda do mapa. Muitos símbolos geométricos são relativamente fáceis de desenhar e geralmente vários tipos estão disponíveis como símbolos de transferência em folhas feitas comercialmente, podem existir nos templates ou são incorporados nos instrumentos de marcação de fototipo. Com respeito à localização deles no mapa, pode ser dito que símbolos geométricos têm exatidão relativamente adequada na posição deles, até o ponto em que o centro dos símbolos concorda com a localização exata. Por causa da sua forma geométrica, é simples para o usuário idealizar o ponto central e deste modo a sua localização. Inversamente dos símbolos pictóricos, os símbolos geométricos, devido a sua forma irregular e simples, não ocupam grande espaço no mapa e, assim, não cobrem outros detalhes (depende da escala do mapa). Símbolos geométricos podem ser aplicados para informação de localização de pontos, de uma extensão em forma de linha ou uma distribuição de área.
 
Figura 4.2 - Símbolos Geométricos
Fonte: Bos (1984)
• Símbolos Alfanuméricos: o terceiro grupo de símbolos são aqueles compostos de letras e números. Frequentemente, abreviaturas são empregadas para dar a identificação das feições peculiares. Uns destes podem ser localizados em mapas topográficos e em plantas de cidades. Códigos de letras e números são comumente utilizados nos mapas de recursos naturais, por exemplo, mapas de solo, mapas geológicos, mapas de vegetação para explicar símbolos de áreas complexas ou até dar informações adicionais. Muitas vezes, letras e números são coloridos, entretanto, às vezes, diversas cores são utilizadas nos mapas, portanto as diferenças entre eles serão muito pequenas e o usuário terá que conferir a legenda sempre. Uma letra ou um número pode ajudar na leitura do mapa. Quando aplicado a áreas, a localização de símbolos alfanuméricos não necessita ser extremamente exata. Em amplas áreas o símbolo pode ser repetido; em pequenas áreas não há muito espaço para símbolos, logo este tem que ser posto fora da área indicado por uma reta ou uma linha fina. Quando aplicado à informação pontual, a localização do símbolo letra ou número não é exato e na maioria das vezes é o próprio símbolo pontual.
Exemplo: Um símbolo em forma de um círculo pequeno ou triângulo marca sua própria posição. Na observação anteriormente feita com respeito a símbolos alfanuméricos interessa de fato que estes não sejam os únicos elementos compostos por letras e números no mapa. Letras são amplamente aplicadas na maioria dos mapas geográficos como nomes de cidades, vilas, montanhas, rios etc. Considerando os prós e os contras dos símbolos alfanuméricos, podemos dizer:
• são na maioria fáceis de entender;
• são fáceis de produzir;
• a legibilidade pode ser afetada por outro texto no mapa;
• a qualidade da localização nem sempre é boa.
Aula 10_A cartografia moderna e a cartografia topográfica
 
 
A História da Cartografia e da representação gráfica do relevo tem uma relação direta entre a História da Geografia e da Cartografia. Podemos identificar como um corte cronológico que fizemos para chegar à Cartografia Moderna. 
Quanto à representação gráfica do relevo, o momento que antecede ao da chamada “Cartografia Moderna” marca a representação perspectiva, sem precisão qualquer, somente visualizando os acidentes topográficos em termos de alturas abstratas.
Joly (1982) comenta que um dos papéis essenciais da Cartografia Moderna é a representação objetiva, exata e precisa das formas materiais e dos objetos reais que se localizam na superfície da terra, ou seja, das características concretas do espaço geográfico.
Por ser um dos papéis primordiais da Cartografia, igualmente é uma das grandes dificuldades para se representar o relevo do terreno. Raisz (1953) fala que a dificuldade principal é de que estamos habituados a ver as montanhas de baixo e resulta estranheza sua visão vertical; mesmo não se tratando de montanhas e sim de pequenas elevações, sempre temos o campo de visão preso à escala humana (a escala do homem) e à visão horizontal (presa na linha do horizonte).
As dificuldades e necessidades levam-nos a elaboração de mapas e outras representações gráficas do relevo.
A elaboração de mapas deve ser antecedida de medidas precisas, destinadas a estabelecer sobre o território analisado uma rede de pontos de referência cuja posição está rigorosamente determinada sobre um Geoide. Estas medidas constituem as operações da Geodésia. Depois, o estabelecimento das operações Topográficas de levantamento sobre o terreno, fotografias aéreas ou imagens de satélites e operações cartográficas propriamente proferidas.
 
A representação gráfica do relevo deve respeitar os dados essenciais: o valor geométrico e volumétrico das massas e vertentes e o modelado topográfico.
O valor geométrico proporciona em parte pelas cotas de altitude que são “assimiladas” para observação dos distintos pontos das redes Geodésia e Topográfica, com a precisão própria no método de levantamento.
O volume e as vertentes representam-se através das curvas de nível, traçadas a uma equidistância conveniente e reduzidas quanto maior for a escala.
O modelado topográfico ou modelado de detalhe é representado de diversas formas, por meio das várias técnicas, desde a forma artística em perspectiva até sistemas mais precisos privilegiando a técnica.
O relevo de uma região pode ser concebido por meio de diversas técnicas, das mais simples às mais complexas, empregando desde instrumentais simples no campo até aparelhos elaborados tanto no campo como no gabinete.
Dentre as várias técnicas de representação gráfica do relevo podemos destacar: o desenho da paisagem, sistemas Lehman, Hachuras, sombreamento plástico, iluminação vertical e oblíqua, o sombreamento com traços normais, curva de nível, cores hipsométricas, curvas de nível com iluminação oblíqua, curvas horizontais de croquização, métodos estereográfico, método Tanaka Kitiro, mapas morfográficos ou fisiográficos, cantografia, perfil topográfico, bloco diagrama, método tracográfico, modelo digital de terreno, dentre outros.
O campo das técnicas de representação gráfica do relevo é vasto, razão pela qual optamos por delimitar algumas representações para melhor trabalhá-las e refletir sobre sua representação.
Aula 11_Cartografia topográfica e o sistema de curvas de nível
 
O sistema mais utilizado para representar o relevo do terreno nos mapas e cartas topográficas são as curvas de nível, que são isolinhas de valores de uma carta que exprime alturasde pontos relacionados a uma mesma superfície de referência (“Datum vertical”). As curvas de nível estão mais próximas entre si quanto mais íngreme é o terreno, aparecendo deste modo mais obscuro nas zonas íngremes do mapa. Todas as curvas de nível são horizontais e normais à direção em que corre a água. Entre as curvas de nível pode-se encontrar a cota de um ponto qualquer e o ângulo da vertente também é facilmente determinado.
 
Perfil topográfico
Fonte da imagem: http://geographicae.files.wordpress.com/
 
Na imagem acima, podemos perceber que as curvas de nível foram demarcadas com a equidistância de 10 metros para que fosse traçado o perfil topográfico.
O espaçamento entre as curvas de nível é chamado de equidistância e sua fixação depende da escala do mapa, da importância do relevo e da precisão do levantamento. Em termos gerais, as curvas de nível estão menos próximas nos terrenos planos e mais próximas nos terrenos montanhosos. As curvas de nível com equidistâncias menores dão maior plasticidade e precisão aos mapas, porém requerem maior trabalho de campo e de gabinete.
Várias técnicas de representação do relevo se prendem ao sistema das curvas de nível, funcionando como base para inúmeras representações.
O emprego da curva de nível, segundo De Biasi (1972), começa com os arquitetos que trabalhavam nas construções das antigas embarcações utilizando um sistema de “curvas de nível” para mostrar as carenas de um navio.
As notícias mais remotas que se conhecem sobre as curvas de nível dizem respeito ao engenheiro holandês N. Cruquius (1728), que empregou as curvas de nível pela primeira vez para representar o fundo do rio Merwede, voltado para a navegação. Buache (1737) empregou as curvas de nível para indicar as diferentes profundidades do canal da mancha, bem antes de as curvas serem empregadas nos mapas terrestres.
Na primeira metade do séc. XVIII foi feita menção à “primeira carta da França em curva de nível”, confeccionada por Dupain-Triel (1791).
Por bastante tempo, estudiosos da representação gráfica do relevo não fizeram senão anotar sobre uma carta muitos pontos sem a preocupação de ligar os de igual cota. Esta técnica foi posteriormente entendida e, com isso, analisamos melhor o relevo de uma região que antes era representado sem qualquer continuidade.
 
O relevo é a única superfície estatística que é materializada na natureza, ao passo que as outras superfícies estatísticas não podem ser conhecidas senão por intermédio de métodos de sondagem (DE BIASI 1972).
 
Uma isolinha perde todo o seu valor se não for parte de um conjunto maior, pois isoladamente nada constitui. Ressaltamos que qualquer fenômeno só terá validade quando tiver justaposição de várias curvas. À medida que temos a continuidade do fenômeno que será representado, a própria representação gráfica deve consentir a sucessão da informação. A curva de nível força uma visualização corrente unida a uma sucessão de curvas de nível. A criação da imagem do relevo primeiramente passaria pela criação da imagem topográfica local e posteriormente correlacionaria à superposição de informação.
 
A cartografia do período moderno começou com as grandes realizações do séc. XIX e caracteriza-se pela progressiva divergência das duas grandes tendências cartográficas que se estruturaram durante os séculos XVII e XVIII: a cartografia topográfica e a temática. Segundo Joly (1982), 
essa dualidade normalmente admitida obedece a um abuso de linguagem e ao mesmo tempo uma deficiência da linguagem corrente, pois o adjetivo ‘topográfico’ tem o sentido preciso de representação exata e detalhada de um lugar e ‘temático’, tem o significado vago e bastante polêmico.
 
Essa confusão prende-se ao fato de que todo mapa, até mesmo o topográfico, elucida um ‘tema’, porém o vocábulo “temático” considera todo o mapa cuja intenção seja distinta da puramente topográfica.
Para Oliveira (1993) a cartografia topográfica é a “parte da cartografia relativa ao planejamento, execução e impressão de cartas topográficas”.
O que diferencia a cartografia topográfica da temática são os objetivos particulares, os métodos e técnicas aplicadas na construção e a formação e qualificação dos profissionais encarregados de realizá-las.
Para Raisz (op.cit), o mapa é uma percepção mais elementar, uma representação convencional da superfície da Terra vista de cima e reúne elementos para identificação dos detalhes mais importantes. Contudo, ao ponderar sobre mapas topográficos, estamos nos referindo a elementos específicos de identificação a serem representados. Joly (1983) define mapas topográficos como “uma representação exata e detalhada da superfície terrestre, referente à posição, forma, dimensões e identificações dos acidentes do terreno, assim como dos objetos concretos que se encontram permanentemente sobre ela”.
Os mapas topográficos são mapas utilitários no qual podemos identificar todos os elementos imediatamente visíveis na paisagem e realizar medidas precisas de ângulos, distâncias, diferentes níveis e áreas. A exatidão das medidas varia com a escala. A linguagem técnica cartográfica só considera mapas topográficos os que possuem escala entre 1:10.000 e 1:100.000.
Quando confrontamos a definição de Joly e as características de um mapa topográfico, podemos apreender a fala de Moreira (1996) “a Geografia leu o mundo frente a paisagem, através da representação”. Este mesmo autor nos faz refletir e nos questionar se a Geografia leu e/ou lê o mundo como se estivesse lendo uma carta topográfica. Moreira também nos chama a atenção para o sentido descritivo e geometrismo de nossa cartografia, do nosso instrumental geográfico de análise do mundo, resultando na redução do espaço ao espaço do tempo, um espaço estático e preso a cronologias.
As definições de mapa de Raisz (op.cit) e mapa topográfico de Joly (op.cit) estão presos à cartografia realista europeia (Cartografia Moderna) e não comungam por completo com a definição de mapa de Harley (1991:7).1 Este autor define mapa como: “representação gráfica que facilita a compreensão espacial de objetos, conceitos, condições, processo e fatos do mundo humano”.
Para podermos avançar no entendimento da realidade relevo, vamos ver algumas operações topográficas e adentrar mais na Cartografia Moderna por ser esta a mais presente no ensino brasileiro.
 
1 HARLEY (1991) parte da convicção de que cada sociedade tem e teve sua própria forma de perceber e de produzir imagens espaciais, chegando a essa simples e ampla definição de mapa, procurando aplicar a todas as culturas de todos os tempos, e não apenas a era moderna.
Aula 12_Operações topográficas
 
 
Na aula de hoje, falaremos um pouco sobre o que são as operações topográficas.
As operações topográficas consistem, em um primeiro momento, determinar rigorosamente a posição de cada um dos pontos característicos da superfície a cartografar, por referência, uma rede de coordenadas geográficas obtidas por métodos geodésicos, depois representar graficamente os detalhes e as formas do terreno, em um sistema de projeções apropriado, a uma escala dada e segundo uma legenda convencional. As operações são de dois tipos: planimétricas e altimétricas.
Operações planimétricas ou Levantamento do plano consistem na determinação e transcrição sobre o mapa de contornos figurativos dos objetos concretos, naturais ou artificiais, permanentes ou temporais, que existem sobre o terreno quando se efetua o levantamento.
Temos algumas técnicas de levantamentos planimétricos, dentre eles: Caminhamento principal ou secundário. O principal consiste num conjunto de visadas sucessivas e interligadas de maneira a formar uma poligonal fechada em si mesma e o secundário, idem ao anterior, a formar uma poligonal aberta, ligando pontos já determinados na principal.
Irradiação: Processo de visadas radiais a partir de um ponto privilegiado da topografia, admitindo por meio do mesmo fazer o giro do horizonte em 360°.
Intersecção: Processo de levantamento a partir de uma base de comprimento conhecido, ou de pontos fora daárea a ser levantada, podendo ser através da intersecção direta (base) ou inversa (pontos de coord. conhecidos).
Combinados: Combinando os processos anteriores como caminhamento e irradiação, caminhamento e intersecção.
Operações altimétricas ou nivelação consistem da determinação das altitudes, ou cotas, dos pontos característicos e situados planimetricamente. A origem das medidas altimétricas é conseguida pelo nível médio das marés, medição através do marégrafo, período de observação, dentre outras constatações. A origem das medidas que determinam as diferenças altimétricas do relevo é conseguida pelo datum vertical. No Brasil, a origem das medidas altimétricas é dada pelo marégrafo de Imbituba, SC. (cota zero).
O estabelecimento das diferenças altimétricas dos pontos locados planimetricamente é feito a partir de uma marca geodésica de coordenadas apreciadas e cota altimétrica estabelecida.
Dentre as técnicas de levantamento altimétrico ou nivelamentos, destacam: Levantamento geodésico: efetuado através de medidas topográficas com a ajuda de um teodolito para medir a altura de um ponto.
Barométrico: Nivelamento através de um barômetro, de preferência de mercúrio, para registrar as diferenças de pressão atmosférica.
Geométrico: Pode ser chamado de nivelamento de precisão, as leituras são realizadas em milímetros por meio de aparelho ótico nível. Como ferramenta auxiliar de medida, utiliza-se a mira.
Atualmente são empregadas duas classes de métodos topográficos: os métodos topográficos clássicos, por levantamento direto sobre o terreno, e os métodos foto topográfico por tratamento e exploração de uma cobertura estereoscópica através de trabalho no gabinete.
O conhecimento sobre as várias técnicas e métodos de levantamento, com caráter de extrema precisão matemática, auxilia-nos enquanto Geógrafos e professores de Geografia a pensar o mapa de base topográfica enquanto cronologia estática e de que forma esta representação pode nos auxiliar a apreender da realidade relevo e sua representação gráfica presentes em nossa sociedade.
Aula 13 _Séries cartográficas I
 
Uma série cartográfica constitui a sistematização de um conjunto de mapas, objetivando definir a padronização de sua representação. Essa sistematização é necessária quando a escala utilizada não é capaz de abarcar toda a região a ser mapeada, seja um estado, um país ou até o mundo todo quando então a área será coberta por várias folhas.
Do dicionário cartográfico temos: "Série (cartográfica). Conjunto de folhas de formato uniforme e na mesma escala, com título e índice de referência, cobrindo uma região, um Estado, um País, um continente ou o globo terrestre. Em geral, usa-se, abreviadamente, série”.
 
Sistematização das séries cartográficas pelo IBGE
a) Mapeamento topográfico.
Mapeamento sistemático de caráter permanente atualizado periodicamente em diferentes escalas. A coletânea de cartas abrange ampla parte do território nacional.
Neste mapeamento foram concebidas as informações relativas tanto aos aspectos físicos do terreno, como hidrografia, vegetação e relevo, como aos aspectos culturais, como obras públicas e edificações, rodovias, ferrovias e aeroportos. Contém, também, a toponímia dos acidentes geográficos e pontos de controle geodésicos usados no mapeamento.
b) Carta internacional do mundo ao milionésimo - Projeção policônica.
Editada pela primeira vez em 1909 pelo Clube de Engenharia, passando em 1939 para a responsabilidade do IBGE. A edição da primeira folha ocorreu em 1948. A coleção de 46 folhas abrange todo o território nacional e é editada decenalmente.
c) Cartas topográficas
Escala 1: 250000. Projeção Universal Transversa de Mercator - UTM. 
Editada a partir de 1949. Interrompida na década de 1950, sua edição foi reiniciada em 1972. A coleção de folhas abrange 80,72% do território nacional. 
Escala 1: 100000. Projeção UTM.
Principiada em 1908 pela Comissão da Carta Geral do Brasil.
Foi editada a partir de 1965 pelo IBGE. A coleção de folhas abrange 75,39% do território nacional.
 
Escala 1: 50 000. Projeção UTM.
Teve início em 1922 pela Diretoria do Serviço Geográfico do Ministério do Exército. Editada a partir de 1963 pelo IBGE. A coleção de folhas abrange 13,9% do território nacional.
Escala 1: 25 000. Projeção UTM.
Editada a partir de 1984 pelo IBGE. A coleção de folhas abrange o Distrito Federal e parte do Estado de Goiás e das regiões Nordeste e Sul.
d) Carta planimétrica
Escala 1:250 000. Projeção UTM. 1973-1978.
Criada pelo extinto Projeto RADAMBRASIL, com apoio em interpretação de mosaicos semicontrolados de imagem de radar, na escala 1: 250 000 fotos multiespectrais e trabalhos de campo. O conjunto de folhas abrange parte das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
 
e) Carta imagem de radar
Escala 1: 250 000. Projeção UTM. 1978-1983.
Preparada pelo extinto Projeto RADAMBRASIL e impressa pela Diretoria do Serviço Geográfico do Ministério do Exército, com base em interpretação de mosaicos semicontrolados de imagem de radar, na escala 1: 250 000 fotos multiespectrais e trabalhos de campo.
Conjuga elementos cartográficos planimétricos com a imagem de radar, o que ressalta o relevo. Algumas folhas oferecem altimetria. A coleção de folhas compreende parte das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.
 
A Carta internacional ao milionésimo
Uma das séries mais empregadas pelos Geógrafos é a da Carta Internacional do Mundo (CIM) ou Carta do Mundo ao Milionésimo, da qual se derivou a Carta do Brasil ao Milionésimo. Faz parte de um plano mundial que teve origem numa convenção internacional, realizada em Londres, Inglaterra, no mês de novembro de 1909, quando se estabelece padrões técnicos para a confecção de folhas na escala de 1:1.000.000 (daí a expressão milionésimo), cobrindo boa parte da superfície terrestre. As dimensões das folhas foram fixadas em 6 graus de longitude por 4 graus de latitude.
Quanto à denominação e localização das folhas, foi estabelecido um código combinando letras e números:
- S ou N para indicar sul ou norte;
- letras A  a V para indicar os limites de latitude;
- números de 1 a 60 para indicar os fusos que partem do antimeridiano de Greenwich na direção oeste-leste.
A projeção cartográfica escolhida primeiramente foi a policônica com a alteração do traçado dos meridianos para retas para que a junção das folhas adjacentes pudesse ser facilitada. Apesar de tudo, ainda foram descobertos problemas para esta junção. Atualmente, se utiliza a projeção cônica, conforme Lambert, matematicamente mais simples de acordo com a indicação da Conferência das Nações Unidas sobre a CIM, em agosto de 1962. A projeção de Lambert é utilizada até as latitudes de 84 graus norte e 80 graus sul. As folhas das regiões polares usam a projeção Estereográfica Polar.
Exemplo: Esquema da Zona 23
Esta zona é limitada pelos meridianos de 42 e 48 graus oeste. Seu meridiano central é o de 45 graus. Como ocorre para todas as demais zonas, está igualmente dividida em faixas de 4 graus de latitude, que são identificadas pelas letras A, B, C, etc. Uma folha cuja referência seja SF-23 quer dizer:
- S = hemisfério sul;
- F = faixa entre 20 e 24 graus de latitude;
- 23 = número da zona que fica entre 42 e 48 graus de longitude oeste
 
Aula 14_Séries cartográficas II
 
Na aula de hoje, veremos quais são as especificações para carta internacional ao milionésimo.
Especificações para carta internacional ao milionésimo
As especificações instituídas para realização da Carta Internacional ao Milionésimo apresentaram determinados desígnios gerais, como:
1) Produzir uma carta de uso comum para comportar pesquisas preliminares relativas a investimentos e projetos de diversas ordens;
2) Atender as precisões de especialistas vinculados a diversos campos do conhecimento humano;
3) Consentir o desencadeamento de diferentes séries a partir da CIM;
4) Produzir uma base por meio da qual possam ser preparados mapas temáticos de diversas ordens, tais como: recursos naturais, população, solo, geologia etc.
A Organização das Nações

Continue navegando