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6 cartografia e novas tecnologias

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CARTOGRAFIA E NOVAS 
TECNOLOGIAS
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
Autora: Rosemy da Silva Nascimento 
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Dr. Malcon Tafner
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel
Equipe Multidisciplinar da 
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Cristina Danna Steuck
 Prof.ª Jociane Stolf
Revisão de Conteúdo: Prof. Vilmar Klemann
Revisão Gramatical: Prof.ª Teresa Pfiffer Franco
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
912
N244c Nascimento, Rosemy da Silva
Cartografia e Novas Tecnologias / Rosemy da Silva 
Nascimento. Centro Universitário Leonardo da Vinci Indaial : 
Grupo UNIASSELVI, 2010. x
 125 p. : il.
 ISBN 978-85-7830-262-7
1. Cartografia 2. Geografia. 3 Geopolítica
I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
II Núcleo de Ensino a Distância III. Título.
Copyright © UNIASSELVI 2010
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Rosemy da Silva Nascimento
Graduada em Geografia (Bacharelado e 
Licenciatura) pela UFF-RJ, mestre em Cadastro 
Técnico Multifinalitário - Engenharia Civil - e doutora 
em Gestão Ambiental - Engenharia de Produção e 
Sistemas pela UFSC. Atua profissionalmente como 
Professora Adjunta III do Departamento de Geociências 
da UFSC, desenvolvendo o ensino, pesquisa e extensão 
em Cartografia Temática e Escolar, Análise de Imagens 
de Sensoriamento Remoto e Educação Ambiental tanto 
na Graduação em Geografia quanto na Pós-Graduação 
em Geografia na linha de pesquisa Geografia em 
Processos Educativos e Análise Ambiental. Coordena o 
Projeto LABTOY - Laboratório Tecnológico de Recursos 
Instrucionais em Geociências e é integrante do LabTATE 
(www.labtate.ufsc.br). Participa de diversas bancas 
acadêmicas, desde Trabalho de Conclusão de Curso - 
TCC, Dissertação de Mestrado, como Tese de Doutorado. 
Também é membro da Comissão Interinstitucional de 
Educação Ambiental de Santa Catarina - CIEA-SC. 
Publicou e participou de diversos trabalhos científicos, 
como: artigos, vídeos científicos do Instituto LARUS 
para RBS-TV, e livros, como: “Atlas Ambiental 
do Município de Florianópolis-SC” e “RPPN 
Morro das Aranhas”. Atua como voluntária 
do Instituto LARUS - Pesquisa, Proteção e 
Educação Ambiental, assumindo a Diretoria 
de Produção Científica (www.larus.com.br).
Sumário
APRESENTAÇÃO ......................................................................7
CAPÍTULO 1
A Terra na Cartografia ..........................................................9
CAPÍTULO 2
A Cartografia dos Temas Geográficos .............................47
CAPÍTULO 3
A Cartografia no Ensino da Geografia ..............................73
CAPÍTULO 4
Cartografia e Geotecnologias ...........................................97
APRESENTAÇÃO
O presente caderno de estudos visa trazer algumas informações sobre 
a disciplina CARTOGRAFIA E NOVAS TECNOLOGIAS, distribuídas em 4 
capítulos, buscando sempre um elo desse conteúdo com o ensino de Geografia, 
conforme a proposta do curso. A divisão em capítulos sugere que você possa 
entender as questões da representação da Terra em mapas e até em imagens de 
satélite, apoiadas em várias tecnologias, tão usadas atualmente.
Para isto, o capítulo 1, intitulado “A Terra na Cartografia”, apresenta um breve 
histórico de como a humanidade resolveu transformar uma informação em forma 
de esfera num plano, podendo até medir distâncias e áreas, marcar horários e 
criar outras representações cartográficas para facilitar nosso dia a dia.
O capítulo 2, “A Cartografia dos Temas Geográficos”, vai um pouco além. 
Mostra como essas representações são transformadas em informações visuais, 
como símbolos e cores; como os mapas devem ser apresentados; e também 
como os temas geográficos devem ser abordados, conforme a dimensão espacial 
dos produtos cartográficos.
Já o capítulo 3, “A Cartografia no Ensino da Geografia”, exibe o momento 
em que nós, professores, fazemos uma reflexão do processo de ensino e 
aprendizagem na Geografia, quando trazemos a Cartografia como uma grande 
aliada neste processo. E, para isto, descrevemos um pouco a Cartografia Escolar 
no Ensino Fundamental e seus ciclos, conforme os Parâmetros Curriculares 
Nacionais - PCNs.
Finalizando este caderno, entraremos nas Geotecnologias, apoiadas na 
Cartografia tradicional, migrando para o mundo digital e alçando voos terrestres e 
orbitais com as imagens de satélite. E é claro, mostrando a aplicabilidade dessas 
tecnologias como ferramenta para o ensino de Geografia. Esperamos que a nossa 
disciplina possa despertar um grande interesse pela Cartografia e pelas novas 
tecnologias, para que possam ser aplicadas com êxito no âmbito escolar.
Um bom aprendizado! 
CAPÍTULO 1
A Terra na Cartografia
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Entender o processo da cartografia como ciência 
materializada nos produtos cartográficos.
 3 Aplicar no ensino de geografia as dimensões espaciais e outras características 
dos fenômenos geográficos representados nos produtos cartográficos.
10
 Cartografia e Novas Tecnologias
11
A Terra na Cartografia Capítulo 1 
Contextualização 
A Terra na Cartografia - iniciam-se estes estudos através de uma jornada 
literária por mais uma maravilha do conhecimento humano, que é entender 
como o Planeta Terra ou parte dele foram e são representados ao longo dos 
registros cartográficos. São histórias fantásticas que, desde a mais remota 
tecnologia, apresentavam de alguma forma a apropriação da natureza pela 
humanidade. 
Este capítulo começa com um breve histórico dos primeiros registros da 
história da Cartografia e vai navegando pelas ciências que ajudam o fazer 
cartográfico, como preconizam os seus objetivos. São estas e outras abordagens 
que procuramos dispor de forma didática e dialógica, visando ser mais uma 
contribuição para as práticas didático-pedagógicas em Geografia.
Breve Histórico
Cada um de nós ou cada lugar tem um endereço. É com este raciocínio 
que começamos a imaginar onde fica localizado, quem são os vizinhos, o que 
tem em cada localidade e como faremos para chegar lá. E para não esquecer, 
começamos a desenhar esses caminhos de forma reduzida, o que podemos 
chamar de mapas. 
Desde a pré-história as pessoas também registravam seus endereços, 
trajetos, paisagens, lugares, em diversos materiais, como nas paredes de 
cavernas, em placas de argila, varetas de bambus, pele de animais, etc. Conforme 
Francischett (2000), os mapas primitivos também se assemelhavam com as 
plantas das cidades modernas e, geralmente, eram usados em rituais sagrados, 
sem a intenção de serem preservados após a cerimônia, o que dificulta descobrir 
a origem dessas representações cartográficas. 
Como exemplo desses registros ao longo da história primitiva da humanidade, 
temos uma representação cartográfica feita pelos índios norte-americanos, em 
pele de búfalo, que possui um desenho esquemático, com cores, para definir as 
áreas de caça e pastagem para a sua subsistência. Ele está exposto no Museu da 
América, em Madri.
 
12
 Cartografia e Novas Tecnologias
Figura 1 – Mapa em couro de búfalo
Fonte: GEORAMA (1967, p. 1).
Um outro exemplo de mapa primitivo é um mapa de bambu ou fibras 
de palmeira, entrecruzadas com pedrinhas, que os aborígines da ilha 
Marshall construíram para demonstrar os movimentos marinhos e direções 
das correntes, para auxiliar na pesca. E as pedrinhas seriam as ilhas que 
compunham o arquipélago, no Oceano Pacífico. Essa trama não era fácil de 
entender, esses povos tinham que ter um profundo conhecimento do mar, 
para usá-la com eficiência. Este mapa estáno Museu de South Kensington, 
na Inglaterra.
 
Figura 2 - Mapa de bambu ou fibra de palmeira de um arquipélago no Oceano Pacífico
Fonte: GEORAMA (1967, p. 4).
Outro mapa, encontrado a cerca de 500 anos a.C., foi o 
Mesopotâmico de Ga-Sur, que foi feito numa placa de argila 
cozida e mostra uma cadeia de montanhas e um rio no meio delas, 
que se acredita ser o Rio Eufrates. Este exemplar encontra-se no 
Departamento de Antiguidades Asiáticas, no Museu Britânico. 
 
Outro mapa, 
encontrado a cerca de 
500 anos a.C., foi o 
Mesopotâmico de Ga-
Sur, que foi feito numa 
placa de argila cozida.
13
A Terra na Cartografia Capítulo 1 
Figura 3: Mapa Mesopotâmico Ga-Sur
Fonte: GEORAMA (1967, p. 14).
Francischett (2000) acrescenta que, no Brasil, nos fins do século XIX, os 
nossos antepassados indígenas também traçavam seus mapas com rios e 
afluentes, nos quais as primeiras expedições portuguesas se orientavam pelo 
território brasileiro. 
À medida que se descobriam outros materiais, continuava-
se a desenhar, mas muitos desses registros não tinham nenhuma 
preocupação de serem precisos; serviam meramente para não 
esquecer onde ficavam os lugares e o que continham. E a palavra 
mapa foi criada pelos cartagineses, e significava “toalha de mesa”. 
Pois era nas toalhas das antigas tabernas ou barzinhos da época dos 
descobrimentos que os aventureiros desenhavam suas rotas e navegações. Os 
egípcios chamavam carta, que significava papiro ou papel, onde eram registradas 
as propriedades (OLIVEIRA, 1993, p. 17).
Com o passar do tempo, a função de fazer carta exigia a aplicação de várias 
técnicas e métodos científicos, como a Astronomia, Matemática e 
Geodésia, que auxiliavam essas anotações a terem precisão, dando 
origem ao que conhecemos hoje de Cartografia.
Definição
Como em qualquer área, com a Cartografia evoluiram também 
as definições, porém, a mais clássica contida nos dicionários traz 
a significação muito simplória, como “Arte ou ciência de compor 
cartas geográficas; tratado sobre mapas”. Aos poucos, foram-se 
incorporando algumas palavras, porém, ainda muito sintéticas com 
A palavra mapa 
foi criada pelos 
cartagineses, e 
significava “toalha
de mesa”.
“Cartografia é 
organização, 
apresentação, 
comunicação 
e utilização da 
geoinformação 
nas formas digital 
ou tátil, que inclui 
todos os processos 
de preparação de 
dados, no emprego 
e estudo de todo 
e qualquer tipo de 
mapa” (ICA, 1989).
14
 Cartografia e Novas Tecnologias
relação ao que realmente representa a Cartografia. Para uniformizar a definição, 
a Associação Cartográfica Internacional – ICA, na Conferência Internacional 
da ICA, em 1989, em Budapeste, recomendou a definição de Cartografia como 
sendo a “Organização, apresentação, comunicação e utilização da geoinformação 
nas formas digital ou tátil, que inclui todos os processos de preparação de dados, 
no emprego e estudo de todo e qualquer tipo de mapa”. (ICA, 1989). 
Mas, em vários documentos encontra-se a palavra carta e mapa, 
como sinônimos. Então, existe diferença entre carta e mapa?
Oliveira (1993, p. 31-36) lembra que, na história da Cartografia, a diferença 
entre mapa e carta foi notada quando os portugueses começaram a chamar 
os mapas de navegação de Cartas de Marear. Mais tarde, os outros mapas 
terrestres também eram chamados de cartas, fazendo uma grande confusão. 
Por exemplo, os ingleses chamam tudo de mapa e os alemães tudo de carta. 
No Brasil, o termo carta e mapa foi diferenciado em função do tamanho do 
desenho, ou seja, da escala de representação do terreno. Alguns autores junto 
a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT - também reforçam essa 
diferenciação, conceituando mapa como uma representação gráfica de qualquer 
tema geográfico, em formato de papel e digital, em escalas pequenas, como os 
mapas temáticos dos Atlas. E a carta é uma representação gráfica de qualquer 
tema geográfico, em formato de papel ou digital, em escalas médias e grandes, 
permitindo análises mais detalhadas dos objetos, como cartas para visualizar 
áreas urbanas, detalhes de quadras, ruas, etc.
A título de curiosidade, outros mapas podem ser vistos nos sites:
• http://www.cartografiaescolar.ufsc.br/evolucao_primeiros_mapas.htm
• http://www.ibge.gov.br/mapas_ibge
Além das cartas e dos mapas, a Cartografia também possibilita 
representar o espaço geográfico em outros produtos como plantas, 
perfis topográficos, croquis, gráficos, maquetes geográficas, 
globos terrestres, imagens terrestres, aéreas e de satélites, textos 
e outros recursos que utilizam a linguagem cartográfica. Esta 
linguagem tem uma função que é comunicar sobre as informações 
A linguagem 
cartográfica tem 
uma função que é 
comunicar sobre 
as informações 
geoespaciais.
15
A Terra na Cartografia Capítulo 1 
geoespaciais, de onde surge a necessidade do uso eficiente desses produtos para 
que, consequentemente, ocorra um aprendizado adequado.
Forma da Terra 
Neste item, vamos recorrer a alguns autores como Bakker (1965), 
Raisz (1969), Oliveira (1993) e Duarte (2006), que já consagraram, 
em suas bibliografias, com muita propriedade, a questão da forma e 
dimensão do Planeta Terra, as linhas imaginárias que o dividem em 
hemisférios, polos, fusos e outros desenhos.
Com o advento das tecnologias aeroespaciais, hoje fica mais fácil 
desenhar a forma da Terra, que é apenas dela. Mas, há muitos anos 
atrás, a Terra já era observada e recebeu vários registros, como o de 
Pitágoras (528 a.C.), que introduziu o conceito de forma esférica, de onde derivou 
o conhecimento que consideramos hoje, cientificamente, para pensar a Terra 
matematicamente.
Mas, por que “matematicamente”? 
Pensemos a forma da Terra sem água, com as irregularidades desenhadas 
pelas montanhas e depressões abissais e, acima de tudo, achatada nos polos. 
Tudo isto decorrente das alterações sofridas pelos movimentos inerentes ao 
planeta em relação ao sistema solar e movimentos tectônicos, desde a sua 
formação geológica. 
Observe a imagem a seguir. 
 
Figura 4 – Geoide
Fonte: Disponível em: <http://www.esa.int/esaCP/SEM5P11A90E_
Netherlands_1.html>. Acesso em: 10 ago. 2009.
Pitágoras introduziu 
o conceito de 
forma esférica, de 
onde derivou o 
conhecimento que 
consideramos hoje, 
cientificamente, 
para pensar a Terra 
matematicamente.
16
 Cartografia e Novas Tecnologias
Esta imagem é a forma da Terra, denominada Geoide. Ela é caracterizada 
pela sua superfície irregular, contendo um oceano hipotético em repouso. Esta 
imagem é uma referência clássica para todas as características topográficas da 
Terra. 
No entanto, como medir matematicamente uma superfície tão 
irregular?
Realmente, pensar matematicamente ou sistematicamente esta forma não 
ajuda quando se trata de se localizar, medir distâncias, áreas, etc. Por este motivo, 
a fim de simplificar um sistema para se localizar ou Sistema de Coordenadas, 
foram adotados alguns cálculos matemáticos simples, como a Terra sendo 
representada de forma esférica e achatada nos pólos. Como também trouxessem 
problemas nas medições, tornou-se necessário buscar modelos ainda mais 
simples, conforme pode ser visto na figura a seguir. 
 
Figura 5 – Geoide comparado com o elipsoide da esfera e a terra
Fonte: Disponível em: <http://www.fe-lexikon.info/lexikon-g.
htm#geoid>. Acesso em: 10 ago. 2009.
Em função do descrito anteriormente, surge a figura geométrica ELIPSE ou 
ELIPSOIDE que, ao girar em seu eixo menor (movimento de rotação), achata os 
polos, formando um volume, denominado elipsoide de revolução. 
17
A Terra na Cartografia Capítulo 1 
Figura 6 – Elipsoide e a forma da Terra
Fonte: Disponível em: <http://nacc.upc.es/tierra/node10.html>. Acesso em: 10 ago. 2009.
Observe o desenho esquemático a seguir e compare as linhas que desenham 
a superfície terrestre. Verifique que a simplificação da linha do elipsoide facilitará 
os cálculospara a representação cartográfica. 
 
Figura 7 - Topografia da Terra, Geoide e o Elipsoide
Fonte: Disponível em: <http://nacc.upc.es/tierra/node10.html>. Acesso em: 10 ago. 2009.
 
Por isso, quando os meios de comunicação se referem à Terra 
como imagem, eles no-la mostram como se fosse uma bola perfeita.
18
 Cartografia e Novas Tecnologias
Figura 8 – Imagem da Terra como uma esfera perfeita
Fonte: CD-ROM. Atlas Geográfico Digital. São Paulo. Estadão
Sistemas de Coordenadas
Podemos pensar num Sistema de Coordenadas como uma forma de localizar 
a posição de algum ponto sobre uma figura esférica ou em um elipsóide, através 
de um sistema cartesiano e curvilíneo. No mesmo raciocínio, podemos pensar no 
velho jogo da batalha naval, que determina linha e coluna para encontrar o alvo.
Figura 9 – Jogo Batalha naval
Fonte: Disponível em: <http://papeis.blogs.sapo.
pt/108703.html>. Acesso em: 12 ago. 2009.
Na modelagem do nosso planeta como uma esfera terrestre 
empregamos este sistema de coordenadas, desenhando sobre 
a Terra linhas imaginárias, denominadas de MERIDIANOS e 
PARALELOS. 
Na modelagem 
do nosso planeta 
como uma esfera 
terrestre empregamos 
este sistema de 
coordenadas, 
desenhando 
sobre a Terra 
linhas imaginárias, 
denominadas de 
MERIDIANOS e 
PARALELOS.
19
A Terra na Cartografia Capítulo 1 
Os MERIDIANOS são as linhas imaginárias que circundam a Terra, 
dividindo-a em semicírculos máximos de polo a polo e tendo um meridiano como 
marco inicial: o meridiano de GREENWICH = 00. 
 
Figura 10 – Meridianos de referências
Fonte: Disponível em: <http://www.k12science.org/ciberaprendiz/
latylong/merypar.htm#>. Acesso em: 12 ago. 2009.
Os PARALELOS são linhas imaginárias que circundam a Terra, 
perpendiculares aos meridianos, tendo como marco inicial o EQUADOR = 00, que 
divide a Terra em dois hemisférios: SUL e NORTE. Em ambos os hemisférios os 
círculos dos paralelos vão diminuindo em direção aos polos.
 
Figura 11 – Paralelos de referência
Fonte: Disponível em: <http://www.k12science.org/ciberaprendiz/
latylong/merypar.htm#>. Acesso em: 12 ago. 2009.
E em determinados pontos da Terra, outros círculos também foram nomeados, 
como o TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO e CIRCULO POLAR ANTÂRTICO, no 
hemisfério sul, e TRÓPICO DE CANCER e CIRCULO POLAR ARTICO, no 
hemisfério norte. Observe a figura a seguir:
20
 Cartografia e Novas Tecnologias
 
Figura 12 – Desenho esquemático de algumas linhas 
imaginárias nominadas da rede de coordenadas
Fonte: Disponível em: <http://www.sofi.com.br/node/369>. Acesso em: 12 ago. 2009.
Observando o desenho a seguir, podemos concluir que os 
meridianos e os paralelos formam uma rede que cobre a Terra, 
permitindo confeccionar mapas e localizar lugares.
 
Figura 13 – Meridianos e Paralelos
Fonte: Disponível em: <http://nautilus.fis.uc.pt/astro/hu/magn/
images/imagem61.jpg>. Acesso em: 12 ago. 2009.
Coordenadas Geográficas
As Coordenadas Geográficas de um lugar qualquer, na superfície terrestre, 
derivam da rede geográfica formada pelas linhas imaginárias, que são os 
PARALELOS E MERIDIANOS. Neste sistema, os paralelos são as LATITUDES e 
os meridianos são as LONGITUDES. 
A LATITUDE é a distância linear, medida em graus, minutos e segundos, 
numa esfera ou elipsoide, ao norte ou sul do Equador. A latitude varia de 0º (zero 
Os meridianos e os 
paralelos formam 
uma rede que cobre 
a Terra, permitindo 
confeccionar mapas e 
localizar lugares.
21
A Terra na Cartografia Capítulo 1 
graus) a 90º (noventa graus), para o norte ou para o sul, a partir do Equador, que 
tem, convencionalmente, latitude 0º (zero graus). 
Figura 14 – Latitudes e seus ângulos de referência
Fonte: Disponível em: <http://portalgeo.rio.rj.gov.br/
armazenzinho/web/>. Acesso em: 12 ago. 2009.
A LONGITUDE é a distância linear medida em graus, minutos e segundos 
numa esfera ou elipsóide, a leste ou a oeste do meridiano de referência, 
denominado de Greenwich. A longitude varia de 0º a 180º graus.
Figura 15 – Longitudes e seus ângulos de referência
Fonte: Disponível em: <http://portalgeo.rio.rj.gov.br/
armazenzinho/web/>. Acesso em: 12 ago. 2009.
Figura 16 – Coordenadas Geográficas
Fonte: Disponível em: <http://www.k12science.org/ciberaprendiz/
latylong/latylong.htm#>. Acesso em: 12 ago. 2009.
22
 Cartografia e Novas Tecnologias
Além deste Sistema de Coordenadas Geográficas, que são medidas em 
graus, minutos e segundos, há um Sistema UTM – Projeção Universal Transversal 
de Mercator, que permite localizá-las em metros. 
Sobre este assunto você poderá obter mais informações no site:
http://www.unb.br/ig/glossario/verbete/coordenadas_utm.htm
Fusos Horários
O planeta Terra, por se assemelhar a uma forma esférica e realizar o 
movimento de rotação (movimento que a Terra realiza em torno de seu próprio 
eixo), uma parte fica iluminada, que é o dia, enquanto a outra fica escura, que é 
a noite. À medida em que o movimento se realiza, áreas que estavam iluminadas 
vão gradativamente perdendo luminosidade, ou seja, onde é manhã, logo passa a 
ser tarde, e assim por diante. Nesta sensação de claro e escuro, nossas vidas se 
organizam, nos dando uma noção de tempo.
De acordo com o pensamento de Appelt (2002), “antes do século 19, cada 
localidade dispunha da sua hora local, pois existia um relógio central que marcava 
a hora oficial. Esta era acertada para o meio-dia, assim que o Sol atingia o zênite 
(ponto mais alto)”. Em vista disto, os antigos viajantes tinham que acertar o relógio 
toda vez que chegavam a uma cidade nova. 
Com o passar do tempo, muitos países sentiram necessidade 
de criar a sua hora local, como aconteceu na Inglaterra, Escócia e 
País de Gales. Em 1878, o Canadá sugeriu um sistema internacional 
de fusos horários e, em 1883, os norte-americanos aceitaram esta 
proposta, quando então, as linhas de trem passaram a utilizar 
os fusos. Mas, somente em 1894, foi realizada a Conferência 
Internacional do Primeiro Meridiano, em Washington, nos Estados 
Unidos, para padronizar a utilização mundial da hora legal. 
Definiram, então, que a longitude 0° passaria pelo Observatório 
Real de Greenwich e os outros fusos seriam contados positivamente para leste, e 
negativamente para oeste, até ao Meridiano de 180º - o Antimeridiano, situado no 
Oceano Pacífico - onde seria a Linha Internacional de Data. 
Seguindo o pensamento do Canadá, os fusos horários obedecem ao 
movimento de rotação, que é responsável pelo surgimento dos dias e das 
A longitude 0° passaria 
pelo Observatório Real 
de Greenwich e os 
outros fusos seriam 
contados positivamente 
para leste, e 
negativamente para 
oeste, até ao Meridiano 
de 180º.
23
A Terra na Cartografia Capítulo 1 
noites. O Planeta Terra, numa volta completa, possui 360° e o dia é composto 
por 24 horas. Então, dividindo 360° por 24, totalizamos 15° para cada hora, 
correspondendo a um fuso horário que originou o sistema de fusos horários. E 
cada fuso horário mostra a hora, que não é a mesma em todos os lugares do 
mundo.
Os FUSOS HORÁRIOS estão relacionados com a rede geográfica e 
compreende 24 fusos. Cada um deles corresponde a uma faixa imaginária, 
traçada de um polo ao outro. Em direção a leste, as horas são positivas e, a 
oeste, são negativas, em relação ao meridiano central de Greenwich = 0 hora, 
conforme pode ser observado na figura que segue. E toda porção terrestre que se 
estabelece nessa faixa possui o mesmo horário. 
Figura 17 – Fusos Horários no Mundo
Fonte: Disponível em: <http://www.santiagosiqueira.pro.br/brasil/
fuso_horario/fuso_horario.htm>. Acesso em: 12 ago. 2009.
Em países com extensões territoriais, como Canadá, Estados Unidos e 
Brasil, ocorre a existência de vários fusos, o que dificulta as relações humanas em 
diversos setores, principalmente de comunicação. No Brasil, por exemplo, havia 
quatro fusos horários, mas, em 2008, passaram para três, conforme a reportagema seguir, de abril de 2008.
EXTRA, EXTRA, EXTRA...
Lula aprova redução de fusos horários em três Estados
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou ontem (24), 
sem vetos, a lei que reduz de quatro para três o número de fusos 
horários usados no Brasil. A mudança, que tem prazo de 60 dias para 
entrar em vigor, atingirá municípios nos Estados do Acre, Amazonas 
e Pará e será publicada no “Diário Oficial” da União de hoje. Dentro 
24
 Cartografia e Novas Tecnologias
desse prazo, os 22 municípios do Acre ficarão com diferença de uma 
hora em relação a Brasília --hoje são duas horas a menos. Municípios 
da parte oeste do Amazonas, na divisa com o Acre, sofrerão a mesma 
mudança, o que igualará o fuso dos Estados do Acre e do Amazonas. 
A mudança na lei também fará com que o Pará, que atualmente tem 
dois fusos horários, passe a ter apenas um. Os relógios da parte 
oeste do Estado serão adiantados em mais uma hora, fazendo com 
que todo o Pará fique com o mesmo horário de Brasília. O projeto, 
de autoria do senador Tião Viana (PT-AC), foi aprovado no Senado 
em 2007. Ao tramitar na Câmara, foi alvo de pressão de emissoras 
de televisão. O lobby foi por conta da entrada em vigor de portaria 
do Ministério da Justiça que determinou a exibição do horário de 
programas obedecendo à classificação indicativa. Parlamentares 
da região Norte ainda pressionam o governo em virtude das regras 
da classificação indicativa. Ela determina que certos programas 
não indicados para menores de 14 anos, por exemplo, não possam 
ser exibidos em todo o território nacional no mesmo horário, já que 
existem diferenças de fuso.
Fonte: FOLHA DE S. PAULO (Ed.). Lula aprova redução de fusos horários em três 
Estados. Folha de S. Paulo, Brasília, 25 abr. 2008. Disponível em: <http://www1.
folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u395534.shtml>. Acesso em: 5 ago. 2009.
A seguir a nova conformação dos fusos horários no Brasil.
 
Figura 18 – Fusos Horários do Brasil
Fonte: Disponível em: <http://profgustavoborges.blogspot.com/2008/04/
brasil-tera-apenas-tres-fusos-horarios.html>. Acesso em: 5 set. 2009.
A 30º de Greenwich, o Brasil tem as regiões das Ilhas Oceânicas atrasadas 
25
A Terra na Cartografia Capítulo 1 
duas horas. A 45º de Greenwich, o Brasil tem os estados entre as linhas verdes, 
atrasados três horas. A 60º de Greenwich, os demais estados ficam atrasados 
quatro horas, sendo eles os Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, 
Amazonas, Rondônia, Roraima e Acre. 
O horário oficial utilizado como base para todo o território brasileiro 
é o de Brasília, que se mantém atrasado três horas em relação ao 
meridiano de Greenwich.
É bom lembrar que durante o horário de verão, é acrescida uma 
hora neste atraso, a fim de diminuir o consumo de energia elétrica da 
região.
Projeções Cartográficas e suas 
Características
Como vimos anteriormente, a Terra, como um esferóide, tem o globo como 
a figura que mais se aproxima da sua forma. Porém, ao se projetar ou desenhar 
as imagens desse globo para um plano, temos algumas dificuldades de manter 
as formas, áreas, entre outros aspectos, que poderão se deformar. Pensando 
no contexto de projeção, significa lançar-se. E, no sentido cartográfico, significa 
representar matematicamente a esfericidade com informações topográficas num 
plano. Nesse momento surgem diversas formas de projetar a superfície terrestre 
no plano, que o produto gerado será o mapa.
Figura 19 - Esferoide e um plano
Fonte: Disponível em: <http://www.esteio.com.br/newsletters/
paginas/006/o-propr.htm>. Acesso em: 5 set. 2009.
Os cartógrafos ou qualquer profissional habilitado, ao projetar um 
mapa, devem assegurar a relação entre as posições na superfície da Terra 
É bom lembrar que 
durante o horário de 
verão, é acrescida 
uma hora neste 
atraso, a fim de 
diminuir o consumo 
de energia elétrica 
da região.
26
 Cartografia e Novas Tecnologias
e os pontos correspondentes no mapa. Esta correlação se dá pela escolha 
de qual Projeção Cartográfica será mais adequada, pois transformar 
matematicamente partes da Terra esférica num plano, mantendo as relações 
espaciais, requer algumas escolhas que são classificadas quanto ao tipo de 
MÉTODO, de SUPERFÍCIE DE PROJEÇÃO e das PROPRIEDADES de cada 
projeção.
a) Método
Quanto ao Método, podem ser: Geométricas - que utilizam princípios 
geométricos projetivos; e Analíticas - que usam as formulações matemáticas.
b) Superfície de Desenvolvimento
A maioria das projeções é derivada de fórmulas matemáticas, mas 
algumas são mais fáceis de visualizar quando projetadas em uma superfície 
de desenvolvimento, que possui propriedades geométricas diferentes, como, 
por exemplo, o Cilindro, o Cone e o Plano (Azimutal ou zenital), conforme a 
figura a seguir.
 
Figura 20 – Superfícies de desenvolvimento
Fonte: Disponível em: <http://www.esteio.com.br>. Acesso em: 12 ago. 2009.
Essas superfícies são chamadas de desenvolvimento, pois o prefixo des, 
significa ausência. Ou seja, imaginemos uma superfície cilíndrica envolvendo 
a Terra, na qual são desenhados os mares e cada continente, para depois 
desenvolvê-la, ou seja, sem envolver, apenas abri-la num plano. O mesmo 
acontece com as outras superfícies.
c) Propriedades
No processo de transformação de uma superfície esférica para uma plana, 
27
A Terra na Cartografia Capítulo 1 
haverá sempre alguma distorção nas relações geométricas. Ou seja, não é 
possível manter todas as distâncias e ângulos, corretamente, em um mapa, pois, 
sempre que houver a feitura de qualquer mapa, a escolha da projeção deverá 
priorizar a minimização de uma distorção em alguma propriedade, ao invés de 
maximizar a deformação em outras. E as projeções mais utilizadas são as que 
preservam a área, a escala, a forma, a direção e a distância. 
• Área – Preservam as áreas, mas distorcem a escala, os ângulos e a forma. 
• Escala – Mantém-se a escala em qualquer ponto e direção. Meridianos e 
paralelos interceptam-se em ângulos retos. A forma é preservada localmente, 
apesar de nenhuma projeção mostrar corretamente a escala em todo o mapa, 
e embora para várias projeções existam uma ou mais linhas, no mapa, no 
qual a escala poderá estar correta.
• Formas - Algumas projeções de mapa são conformes, o que significa que os 
ângulos locais são preservados. Portanto, pequenas formas são corretamente 
representadas, embora em todas as projeções as grandes formas sejam 
distorcidas.
• Direção – A direção de um ponto a outro do mapa é preservada, normalmente 
relativa ao centro do mapa.
• Distância - Uma projeção é dita equidistante quando representa distâncias 
em escala do centro da projeção para qualquer outro lugar no mapa.
O mais importante, para entendermos o que caracteriza as 
projeções cartográficas dos mapas, é considerar as propriedades 
geométricas em suas relações entre a esfera terrestre e um plano.
d) Propriedades Geométricas
As propriedades geométricas são classificadas em:
• Equivalente – São projeções que não deformam as áreas, mas alteram a forma.
• Equidistante – Os comprimentos são representados em escala uniforme; isto 
é, não apresentam deformações lineares.
28
 Cartografia e Novas Tecnologias
• Conforme – Esta projeção não deforma os ângulos, e, em decorrência desta 
propriedade, não deforma pequenas áreas. A escala mantém-se a mesma em 
qualquer ponto.
• Afiláticas – Conhecida como arbitrária, por não possuir nenhuma das 
propriedades anteriores. Nessa projeção, as áreas, os ângulos e os 
comprimentos não são conservados. Esta projeção se destina à confecção de 
mapas específicos, como para fins náuticos e aeronáuticos.
Algumas Projeções e Aplicações
Lembre-se de que a proposta da projeção cartográfica num 
processo matemático, tem sua funcionalidade na manutenção 
das propriedades geométricas. Este processo permite a criação 
de inúmeros tipos de projeções para representar alguns aspectos 
geográficosdo globo terrestre. A seguir, veremos alguns mapas 
construídos com base em diversas projeções e algumas aplicações.
a) Projeções Cilíndricas
As Projeções Cilíndricas utilizam um cilindro que pode ser colocado em 
diversas posições, sendo equatorial (eixo do cilindro é paralelo ao eixo da Terra), 
transversal (eixo do cilindro é perpendicular ao eixo da Terra) e oblíqua ou 
horizontal (eixo do cilindro é inclinado ao eixo da Terra).
 
Figura 21 – Tipo de Projeção Cilíndrica Equatorial
Fonte: Disponível em: <www.geomundo.com.br/
geografia-30156.htm>. Acesso em: 12 ago. 2009.
Observe a figura anterior e veja que os Meridianos de longitude são linhas 
retas, igualmente espaçadas, e perpendiculares ao Equador. E os Paralelos 
de latitude são representados como linhas retas paralelas ao Equador e tendo 
Projeção cartográfica 
num processo 
matemático, tem 
sua funcionalidade 
na manutenção 
das propriedades 
geométricas.
29
A Terra na Cartografia Capítulo 1 
o mesmo comprimento do Equador. Este tipo de representação apresenta uma 
distorção.
b) Projeção de Mercator
Cita a história que Gerardus Mercator Rupelmundanus foi um cartógrafo belga 
que, em 1569, revolucionou a cartografia ao conseguir a façanha de representar 
o globo terrestre em um retângulo plano, a “Projeção de Mercator”, na época, 
chamado por ele de “Nova et aucta orbis terrae descriptio ad usum navigantium 
emendate accommodata”. (REINHARTZ; SAXON, 1998, p. 21).
Sua projeção foi, por séculos, utilizada na navegação (como o nome original 
sugeria), fazendo com que todas as cartas náuticas usadas até então se tornassem 
obsoletas, e até hoje continua sendo usada em muitos atlas e, praticamente, em 
todos os mapas de fusos horários.
Mas, como toda projeção cartográfica, a de Mercator possui uma distorção, só 
que nos polos. Devido à forma como são representados, os continentes afastados 
da linha do Equador (Europa, Groenlândia, etc.) ficam maiores do que realmente 
apresentam. Um exemplo clássico é a Groenlândia que, na Projeção de Mercator 
sugere ser maior que a América do Sul, quando, na verdade, é o inverso.
O efeito dessa projeção é a distorção na medição das distâncias, que se 
torna mais intensa quanto maior for a latitude do trajeto medido. 
 
Figura 22 – Projeções de Mercator ou Cilíndrica Equatorial
Fonte: IBGE (2007).
c) Projeção de Peters 
30
 Cartografia e Novas Tecnologias
A partir da projeção de Mercator foram geradas milhares de projeções, 
porém, a mais polêmica é a projeção de Peters. A projeção de Peters foi criada 
por Arno Peters, em 1973. 
 
Figura 23 – Projeção Cilíndrica Equivalente de Peters
Fonte: IBGE (2007).
É uma projeção cilíndrica tangente aos polos, parecida com a de Mercator, 
mas é diferente na representação de tamanho entre os continentes, sem se 
preocupar com a equivalência das distâncias. Devido a estas mudanças nas 
posições dos meridianos e paralelos, a Europa e a União Soviética apresentam-
se menores e a África ocupa o centro da projeção. Esta projeção é muito usada 
em questões geopolíticas, pois é tida como uma projeção “terceiro-mundista”. Ela 
apresenta uma proporção real entre os continentes, onde os países de primeiro 
mundo não são maiores que os países do terceiro-mundo.
A título de curiosidade, a Projeção de Peters foi utilizada politicamente pelo 
Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), como uma tentativa de sensibilizar 
os países do primeiro mundo acerca da pobreza dos outros países. 
d) Projeções Cônicas
Para as Projeções Cônicas utiliza-se um cone como superfície 
de projeção e pode ser colocado em diversas posições em relação 
à esfera terrestre, sendo normal (eixo do cone paralelo ao eixo 
da Terra); transversal (eixo do cilindro é perpendicular ao eixo da 
Terra); e oblíqua (eixo do cone é inclinado ao eixo da Terra).
Ela apresenta uma 
proporção real entre 
os continentes, onde 
os países de primeiro 
mundo não são 
maiores que os países 
do terceiro-mundo.
31
A Terra na Cartografia Capítulo 1 
 
Figura 24 - Tipo de Projeção Cônica
Fonte: Disponível em: <www.geomundo.com.br/
geografia-30156.htm>. Acesso em: 12 ago. 2009.
Os paralelos (linhas de latitude) são representados por arcos circulares 
concêntricos e os meridianos (linhas de longitude) por retas radiais 
igualmente espaçadas.
Conforme a figura anterior, um mapa com este tipo de projeção apresenta 
uma distorção menor, numa faixa estreita ao longo do paralelo, aumentando ao 
se distanciar do mesmo. Como exemplo, temos a projeção cônica equivalente 
de Alber.
Figura 25 – Projeção Cônica de Alber
Fonte: Disponível em: <http://www.esteio.com.br>. Acesso em: 12 ago. 2009.
e) Projeções Planas ou Azimutais
As Projeções Planas ou Azimutais utilizam um plano de referência, podendo 
usar três posições que podem ser: polar (superfície plana tangente ao pólo); 
equatorial (superfície plana tangente ao equador); e oblíqua (superfície plana 
tangente a qualquer ponto da Terra).
32
 Cartografia e Novas Tecnologias
 
Figura 26 – Tipo de Projeção Plana Polar
Fonte: Disponível em: <www.geomundo.com.br/
geografia-30156.htm>. Acesso em: 12 ago. 2009.
Projeções Azimutais são projeções sobre um plano tangente ao esferoide 
em um ponto. No tipo normal (ou polar), o ponto de tangência representa o polo 
norte ou sul e os meridianos de longitude são linhas retas radiais que partem 
deste ponto, enquanto paralelos de latitude aparecem como círculos concêntricos. 
A distorção no mapa aumenta, conforme se distancia do ponto de tangência. 
Considerando que a distorção é mínima perto do ponto de tangência, as 
projeções azimutais são apropriadas para representar áreas que têm extensões 
aproximadamente iguais nas direções norte-sul ou leste-oeste.
f) Projeção Azimutal Equidistante Polar
A Terra, nesta projeção, é representada sobre um círculo plano e são mais 
adequadas para polos, hemisférios ou continentes. E há distorções nas bordas.
 
Figura 27 – Projeção Azimutal Equidistante Polar
Fonte: IBGE (2007).
Há outras projeções como a de Moolweide, Goode, Holzel, 
como pode ser visto a seguir. E também existem as projeções que 
33
A Terra na Cartografia Capítulo 1 
usam superfícies poli-superficiais, Aplicam-se várias superfícies, 
como: cone-policônica; cilindro-policilíndrica, etc. Enfim, na literatura 
cartográfica já foram catalogadas mais de 300 tipos de projeções, 
mas poucas são realmente utilizadas. 
 
Figura 28 – Projeção de Moolweide, Goode, modificada de Moolweide e Holzel
Fonte: Ferreira (2003).
Escala e suas Aplicações
Antes de entrarmos no conceito clássico para falar sobre escala em 
Cartografia, é interessante fazermos uma comparação com algumas coisas que 
estão bem próximas, como nossas mãos. Se eu pedir que façam um desenho da 
mão, muitos irão contorná-la, outros a farão em tamanho menor, ou até mesmo do 
tamanho de uma folha A4. Observe as imagens que seguem, e compare-as.
O que tem de diferente da menor mão para a maior?
 
Figura 29 – Mãos 
Fonte: Disponível em: <www.meionorte.com>. Acesso em: 13 ago. 2009.
Podemos fazer várias observações, mas uma delas é que os detalhes 
do desenho vão se perdendo ao longo da diminuição da representação; em 
compensação, conseguimos olhar todo o desenho mais rapidamente. Já, na 
imagem próxima ao tamanho natural, temos mais informações visuais, como 
traços, forma, cores, tonalidades, etc. Então, podemos concluir que a escala está 
diretamente ligada à proporção de tamanho de qualquer coisa. Ou seja, a escala 
é um método de ordenação de grandezas, que podem ser utilizadas em vários 
34
 Cartografia e Novas Tecnologias
processos, como nos desenhos, ou em outros que permitem comparação.
E na Cartografia? Como podemos descrever a escala?
 
Mapas ou globos, que são produtos da Cartografia, trazem em tamanho 
reduzido a representação da superfícieou parte da Terra. Nessa redução se 
mantém a proporção do espaço representado. E para isto utiliza-se a escala. 
Figura 30 – Parte de um mapa em escala diferente
Fonte: Disponível em: <www.uff.br/geoden>. Acesso em: 13 ago. 2009.
Tipos de Escala
As escalas podem se apresentadas de duas formas: escala numérica ou 
escala gráfica. 
 
 
Geralmente a escala localiza-se na parte inferior do mapa, das 
plantas, etc.
a) Escala Numérica 
A escala numérica ou fracionária é representada através de fração, onde 
35
A Terra na Cartografia Capítulo 1 
os numeradores são os valores medidos no mapa, e os denominadores, no 
terreno.
A escrita se faz da seguinte forma:
Numérica = 1:50.000 ou Fracionária = 1/50.000. 
Por exemplo, na escala, 1:50.000 significa que uma medida no mapa, 
equivale a 50.000 unidades da mesma medida sobre o terreno. 1cm no mapa 
corresponde a 50.000 cm no terreno, ou seja, transformando cm em metros, 
significa que 1 cm no mapa corresponde a 500 m no terreno. Geralmente, as 
unidades do numerador são expressas em milímetros ou centímetros. E, no 
denominador, em metros ou quilômetros. A aplicação delas geralmente se dá em 
mapas de escala grande. 
b) Escala Gráfica
A escala gráfica é um segmento de reta graduado com a referência métrica 
para as medidas gráficas (do mapa), onde se representam as medidas do objeto 
real. O uso desta escala permite ao usuário identificar diretamente a medida real.
Observe o desenho da régua gráfica e verifique que cada pedacinho desta 
régua mede 1 cm (dependendo da alteração do tamanho deste desenho, essa 
medida mudará). Num mapa com esta escala gráfica, 1 centímetro no papel 
corresponde a 20 quilômetros no terreno.
 
No desenho a seguir observe um mapa onde a distância real do ponto “A” ao 
“B” não seja conhecida. Com o auxílio de uma fita de papel calculou-se 4,7 cm de 
distância entre os pontos. Correlacionando a fita com a escala gráfica, pode-se 
observar que cada fração ou pedacinho da escala gráfica mede 10m, totalizando 
94m, no terreno.
36
 Cartografia e Novas Tecnologias
 
Figura 31- Cálculo da escala
Fonte: Disponível em: <www.geociencia.xpg.com.
br>. Acesso em: Acesso em: 13 ago. 2009.
No caso de um rio, que é curvo, utiliza-se um barbante. Depois coloca-se 
na régua ou escala gráfica para mensurar. Existem equipamentos que auxiliam a 
medir as curvas diretamente, como os curvímetros. É interessante lembrar que, na 
confecção de um mapa, reduzimos para representar os fenômenos geográficos; 
logo, precisão não há, o que se tolera é o mínimo de erro. Ou seja, as medidas se 
aproximam do real. 
 
Figura 32 – Curvímetro
Fonte: Disponível em: <www.gamesandfun.pt>. Acesso em: Acesso em: 13 ago. 2009.
Então, lembre-se, em ambos os métodos mecânicos as 
distâncias são aproximadas, e não verdadeiras.
37
A Terra na Cartografia Capítulo 1 
Variação de Escalas
Os produtos cartográficos apresentam diversas escalas, que podemos 
classificar em: pequenas, médias e grandes escalas. Dependerá do objetivo do 
produto. Não há uma classificação convencionada sobre a variação das escalas; 
o que há é uma comparação do quanto algo foi pouco ou muito reduzido. Por 
exemplo, as escalas acima de 1:250.000 são consideradas pequenas por 
permitirem pouco detalhe e os objetos ficarem muito pequenos, porém, elas 
permitem uma visão geral de um grande espaço, como se pode verificar nos 
globos e Atlas. As médias, que estão entre 1:250.000 até 1:25.000, são muito 
usadas para os mapas topográficos e temáticos. E as escalas grandes, que 
apresentam detalhes e pouca redução, usadas para representar plantas urbanas, 
arquitetônicas e de equipamentos e objetos, encontram-se entre as de 1:20.000, 
1:5.000, 1:500... até a menor. O quadro a seguir resume esta observação e 
sintetiza que com denominador maior a escala é considerada pequena. Por 
exemplo, a escala 1:25.000 é maior que a 1:1.000.000.
CATEGORIA
GRANDE = É uma escala 
maior com pouca redução.
MÉDIA = intermediária.
PEQUENA = É uma escala 
menor com muita redução.
ESCALA
1:2 até 1:20.000
Maiores de 1:20.000 
até 1:250.000
Acima de 1:250.000
PRODUTOS
Plantas de cidade, 
arquitetônica e de objetos.
Mapas Topográficos 
e Temáticos
Globos, Atlas e Maquetes 
Geográficas, etc.
VARIAÇÃO DE ESCALA
Observe os mapas do município de Cornélio Procópio-PR e veja que cada 
mapa tem um propósito, seja para mostrar os detalhes do centro de Cornélio 
Procópio, como na escala 1:50.000, ou quando mostra os municípios vizinhos, 
como na escala 1:1.000.000. 
Figura 33 - Parte de mapas com várias escalas
Fonte: Disponível em: <www.prof2000.pt/users/elisabethm/geo7/
escalas.htm>. Acesso em: Acesso em: 28 set. 2009.
38
 Cartografia e Novas Tecnologias
Cálculo da Escala 
Matematicamente, podemos definir o quanto as medidas foram reduzidas 
através do cálculo da escala, usando a seguinte fórmula:
 
 
Substituindo “N” na fórmula, temos: 
Onde:
E = Escala 
N = denominador da escala
D = Mesma distância real no terreno
d = Mesma distância gráfica no desenho
Num mapa, com escala 1:50.000, como saberemos calcular a 
distância real que foi reduzida cinquenta mil vezes? 
Por exemplo, uma distância gráfica neste mapa mede 2cm, então, quanto 
será no terreno?
Lembre-se da fórmula: 
Então:
E= 1:50.000
d = 2 cm
D = não sei! 
 
Logo:
D = 50.000 X 2 cm
D = 100.000 cm ou 1.000 m ou 1 km 
Resposta: A distância real será de 1 km, quando no mapa 1:50.000 mede 2 
cm.
Onde:E = E =
1 D
D
d d
E =E =
N E
1 E
50.000
1
D
D
d
E =
=
d = 2 cm
39
A Terra na Cartografia Capítulo 1 
E quando não sei a escala, mas tenho a distância gráfica de 5 
cm e a distância real de 2,5 km?
É muito simples, vamos usar a fórmula:
 
E = d
D
E = d (5 cm) / D (2,5 km - passo tudo para cm, ficando 250.000 )
Então tenho:
E = 5 cm/250.000cm 
E = Como a escala é uma proporção, o numerador sempre deverá ser = 
1. Então dividiremos 5 por ele mesmo, ou seja 5cm/5 = 1cm. E o denominador 
250.000 cm também será dividido pelo mesmo 5, que será = 50.000 cm. Na fração 
os cm se cortam, por estarmos dividindo.
Então a escala será:
E = 1/50.000
 
Atividade de Estudos: 
1) Calcule um percurso terrestre que, no mapa, mede 2,3 cm e, na 
escala, 1:100.000. 
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
2) Qual é a escala de um mapa se a referência for da régua abaixo?
0 500 1.000 m
1 cm = 500 metros
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
40
 Cartografia e Novas Tecnologias
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 
Alguns Produtos da Cartografia 
Como vimos anteriormente, a Cartografia tem uma relação 
muito próxima com a nossa, através dos registros gráficos deixados 
em diversos locais e materiais. Com o passar do tempo foram 
aumentando as necessidades humanas e com elas os seus registros 
cartográficos, que, diante disto, precisaram de maior rigor científico. 
Muitos estudos, experiências e formas de representar a Terra 
foram surgindo, tanto que, atualmente, temos diversos produtos 
cartográficos nos auxiliando cotidianamente.
Pode-se dizer que, entre as várias formas de representar o espaço geográfico, 
temos, além dos mapas, plantas, croquis, globos, perfis topográficos, maquetes e 
outros meios que utilizam a linguagem cartográfica. A função dessa linguagem é a 
comunicação de informações sobre o que existe nasuperfície da Terra, para que 
mais pessoas tenham acesso ao conhecimento. 
A seguir, mostraremos alguns produtos que irão nos ajudar no 
decorrer da disciplina.
a) Mapa 
São representações em papel ou em meio digital que possuem uma 
projeção, redução (escala) e um sistema de signos. Os mapas podem apresentar 
informações topográficas e temáticas. O mapa topográfico traz informação 
a cerca do tipo de relevo através das curvas de nível, avaliação de direções e 
distâncias (planialtimétricas). Também trazem alguns limites políticos, localidades, 
rede viária e de drenagem. O mapa temático utiliza uma base cartográfica com 
informações do mapa topográfico e acrescenta outro tema geográfico, como: 
cobertura vegetal (mapa a seguir), geologia, hidrografia, população, economia, 
Experiências e formas 
de representar a Terra 
foram surgindo, tanto 
que, atualmente, 
temos diversos 
produtos cartográficos 
nos auxiliando 
cotidianamente.
41
A Terra na Cartografia Capítulo 1 
uso do solo, etc.
 
Figura 34 – Mapa Rodoviário do Estado do Rio de Janeiro
Fonte: Disponível em: <www.mapas-rio.com/mapa-
rodoviario.htm>. Acesso em: 28 set. 2009.
b) Planta
É uma representação em papel ou em meio digital, utilizado quando se 
necessita detalhamento do terreno e, geralmente, são maiores que 1:10.000. 
Pode-se observar informações de quadra, lote e até edificações.
 
Figura 35 – Planta cartográfica de uma área do bairro de Madureira, no Rio de Janeiro-RJ
Fonte: Disponível em: <http://portalgeo.rio.rj.gov.br/
armazenzinho/web/>. Acesso em: 16 jul. 2009.
c) Croqui
São desenhos preliminares, sem nenhum ou pouco comprometimento de 
precisão. 
 
42
 Cartografia e Novas Tecnologias
Figura 36 – Croqui da corrida do Dia Olímpico elaborado pela 
Associação Distrital de Atletismo de Leiria – Portugal
Fonte: Disponível em: <http://www.adal.pt/cdo2006_
percurso.htm>. Acesso em: 16 jul. 2009.
d) Perfil Topográfico
É a representação gráfica de um corte vertical do terreno, numa direção 
determinada por uma linha que tem um início “A” e um fim “B”. Geralmente o 
corte é perpendicular às curvas de nível. As curvas de nível são linhas imaginárias 
do terreno, e todos os pontos da linha têm a mesma altitude, acima ou abaixo 
do nível médio do mar. As curvas de nível desenhadas no mapa de forma 
bidimensional, permitem a confecção dos mapas topográficos, facilitando uma 
leitura tridimensional do relevo.
Figura 37 – Desenho esquemático de dois perfis topográficos
Fonte: Disponível em: <geographicae.wordpress.com>. Acesso em: 16 jul. 2009.
e) Maquete Geográfica
Maquete Geográfica ou Modelo Topográfico Reduzido é uma miniatura de 
qualquer parte da superfície terrestre, vista em três dimensões-3D, construída 
conforme os preceitos cartográficos e que apresenta algum aspecto geográfico 
43
A Terra na Cartografia Capítulo 1 
(NASCIMENTO, 2003).
 
Figura 38 – Foto da Maquete Geográfica do Município de Florianópolis-SC 
Fonte: produzida pela Professora Dra. Rosemy Nascimento e equipe
 Nascimento (2003).
f) Globo Terrestre
É uma esfera com vários símbolos e cores, que representa a Terra em 
miniatura, seus continentes, mares, coordenadas geográficas, além de permitir 
o estudo dos fusos horários, movimentos terrestres, como rotação e translação, 
e suas consequências, etc. O uso do globo tem que estar de acordo com o que 
ele transmite, pois perde-se muitas informações com a redução dos elementos 
representados.
 
Figura 39 – Globo terrestre
Fonte: Disponível em: <http://www.ruadireita.com/images/
product/479/218f0656d798cc6e2bd3ec2b6481a0cf.jpg>. Acesso em: 16 jul. 2009.
44
 Cartografia e Novas Tecnologias
Atividade de Estudos: 
1) Descreva o que você entendeu por Cartografia?
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
2) Qual a diferença entre carta, mapa e planta?
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
Algumas Considerações
Como podemos verificar, as representações cartográficas materializadas nos 
produtos da Cartografia podem e devem ser usados para diversos fins; porém, há 
a necessidade de sabermos o que usar, para que usar e como usar. Principalmente 
no ensino de Geografia, cuja perspectiva de análise do espaço está também sob 
a ótica temporal, o uso da cartografia pode contemplar essas duas dimensões. É 
importante ressaltar que, para os professores desenvolverem atividades didáticas 
específicas com o uso de qualquer material cartográfico, eles devem dominar 
os conceitos básicos de Cartografia necessários para a leitura e elaboração de 
mapas, ter noção de escala, legenda, orientação, plano de visão, representação 
gráfica dos fenômenos geográficos, entre outros. É importante lembrar também 
que a Cartografia tem como base a organização, a apresentação, a comunicação 
e a utilização da geoinformação. Hoje temos uma gama de produtos que usamos 
para representar a Terra em miniatura, seja no plano bidimensional ou em 3D 
(tridimensional). Mas para entender o que cada um mostra, temos que saber o 
que significam os números, as cores, os símbolos que fazem parte da linguagem 
cartográfica.
O capítulo seguinte trará um pouco mais da Cartografia, já no aspecto de 
comunicação da informação visual geográfica. 
45
A Terra na Cartografia Capítulo 1 
Referências
APPELT, Rudolf. História com Ciência: Afinal foram apenas 79 dias!. Ciênciaj, n. 
27, online, jun. 2002. Bimestral. Disponível em: <http://www.ajc.pt/cienciaj/n27/
hciencia.php>. Acesso em: 19 out. 2009.
BAKKER, Múcio P. R. de. Cartografia: noções básicas. DHN - Diretoria de 
Hidrografia e Navegação. Rio e Janeiro, 1965.
DUARTE, Paulo A. Fundamentos de cartografia. Florianópolis, Ed. da UFSC, 
2006. 
FERREIRA, Graça M.L. Atlas Geográfico. Comunicação cartográfica: Marcelo 
Martinelli. Espaço Mundial. Editora Moderna. São Paulo, 2003.
FRANCISCHETT, Mafalda Nesi. Representações Cartográficas e o Ensino de 
Geografia. Boletim de Resumos da II Jornada Científica de Geografia - VII 
Semana de Geografia da UEPG. Ponta Grossa, 2000, p. 89-90. 
GEORAMA. História da Cartografia. Rio de Janeiro: CODEX S. A., 1967.
IBGE. Atlas Geográfico Escolar. 4 ed. Rio de Janeiro, 2007.
ICA. International Cartographic Association. Hungria: Budapeste, 1989. 
Disponível em: <http://cartography.tuwien.ac.at/cartoheritage/> Acesso em: 20 
set. 2009.
NASCIMENTO, Rosemy da Silva. Instrumentos para prática de educação 
ambiental formal com foco nos recursos hídricos. Florianópolis, 2003. 239 f. 
Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico. 
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção.
OLIVEIRA, Cêurio. Curso de Cartografia Moderna. Rio de Janeiro: Fundação 
IBGE, 1993.
RAISZ, Erwin J. Cartografia geral. Rio de Janeiro: Científica, 1969.
REINHARTZ, Dennis; SAXON, Geraldo D. The Mapping of the Entradas into 
the Greater Southwest. Okla: University of Oklahoma Press, 1998.
46
 Cartografia e Novas Tecnologias
CAPÍTULO 2
A Cartografia dos Temas 
Geográficos
A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Entender que há um processo de alfabetização cartográfica para uma efetiva 
comunicação cartográfica. 
 3 Fazer análises e distinções dos produtos cartográficos como recursos didáticos 
aplicados ao ensino de Geografia.
48
 Cartografia e Novas Tecnologias
49
A Cartografia dos Temas Geográficos Capítulo 2 
ContextualizaçãoA partir de agora trataremos de entender a comunicação cartográfica presente 
nos produtos cartográficos, que nos auxiliam, e muito, no ensino de Geografia.
Este capítulo traz a Cartografia dos temas geográficos, que nos possibilitam 
ir além “do ver”, para o “conhecer”, através do alfabeto cartográfico. O uso e 
o entendimento da linguagem cartográfica e a proposta da representação dos 
fenômenos geográficos, contidos nos mapas e nos outros produtos, são resultado 
de um envolvimento dos professores, como promotores deste conhecimento 
para os alunos, que deverão estar aptos a reconhecer, interpretar, problematizar, 
fazer análises críticas de vários fenômenos geográficos dos diversos produtos 
cartográficos e até levantar hipóteses sobre a origem de uma determinada 
paisagem. Mas todo esse processo dependerá de um professor preparado, 
atuante, criativo e atualizado em seus conhecimentos cartográficos e geográficos. 
Então, vamos em frente, pois para um bom entendimento da cartografia, há a 
necessidade de um bom preparo na comunicação cartográfica.
Comunicação Cartográfica 
Toda comunicação envolvida nas relações humanas tem, como princípio, 
compreender, interpretar, elaborar e modificar informações. Um processo de 
comunicação ocorre da seguinte forma:
Há alguém que envia uma mensagem e outro recebe.
O EMISSOR = Elabora e põe em circulação a mensagem.
A MENSAGEM = É a informação que o material pretende comunicar através 
de um signo ou mais. Podemos dizer que a ação do signo é estar no lugar de 
algo que seja capaz de interpretar essa relação.
O RECEPTOR = Assimila e interpreta a mensagem. 3 
Por exemplo: A palavra ideia pode estar representada por uma lâmpada 
em cima da cabeça do nosso mascote, o que pode significar a descoberta de 
EMISSOR MENSAGEM RECEPTOR
50
 Cartografia e Novas Tecnologias
algo. A lâmpada, neste caso, está simbolicamente no lugar da ideia; portanto, 
não significa que ele precise de uma lâmpada. Mas, é preciso que exista 
uma convenção desta informação para que a mensagem seja recebida com 
sucesso.
Comunicar é a ação de fazer circular uma informação, em forma 
de mensagem, que permite compartilhar com outros indivíduos uma 
determinada realidade representada na mensagem.
Na Cartografia também há uma linguagem específica. Uma mensagem cheia 
de signos, criada e recebida, que denominamos de comunicação cartográfica. 
Ela também acontece sinteticamente em três etapas. Na primeira, entra a pessoa 
que faz o produto cartográfico, que geralmente é o cartógrafo ou alguém que 
tem conhecimento da linguagem cartográfica para confeccionar o produto. Em 
seguida, o produto em si, que podem ser mapas, maquetes geográficas, globos, 
etc. E o usuário, que deve entender para que serve o produto assim como os 
significados dos diversos signos cartográficos contidos nele.
Muito estudiosos, como Jaques Bertin (1966), Kolacny (1977), Salichtchev 
(1978), Robinson (1995), e os brasileiros: Profa. Dra. Livia de Oliveira (1978), 
Prof. Dr. Marcelo Martinelli (1985), Profa. Dra. Maria Elena Simielli (1986), já 
se preocupavam com o processo de comunicação cartográfica e a aplicação 
no âmbito escolar, principalmente, com a realidade de quem faz o produto e de 
quem o usa. Na questão dos mapas, esclarece Simielli (2007, p. 77), o nosso 
cotidiano está repleto de mapas e o cartógrafo deve estar atento às necessidades 
dos usuários, assim como conhecer subjetivamente o indivíduo que vai utilizar 
o mapa. E o mapa, neste processo de comunicação, deverá servir tanto para 
transmissão, como para leitura dos seus símbolos. 
Lembre-se!!! Aqui usei o mapa como exemplo, mas temos 
outros produtos cartográficos que já apresentamos no capitulo 1 
e que também devem trazer esta proposição. Por isso, daqui em 
diante, vou me referir também aos outros produtos, como a qualquer 
recurso didático cartográfico, com enfoque escolar, tendo em vista 
que a nossa disciplina está direcionada ao Curso de Metodologia de 
Ensino de Geografia. 
51
A Cartografia dos Temas Geográficos Capítulo 2 
Na leitura dos produtos cartográficos, os símbolos devem trazer 
as significações que a Cartografia permite, para que o usuário possa 
entender onde é, o que é e até possíveis correlações, conforme 
a temática proposta. É importante ressaltar que a Cartografia, até 
meados do século XIX, tinha a preocupação de indicar apenas 
onde ficavam os lugares. Após este período, começaram a registrar 
também o que tinham, a quantidade e em que ordem apresentavam 
as informações dos fenômenos geográficos nesses lugares, 
batizando este ramo do conhecimento cartográfico de Cartografia 
Temática. Salichtchev (1978, p. 93) conceituou-a como sendo a 
“representação cartográfica por signos gráficos e generalizados da 
distribuição espacial dos fenômenos da natureza e da sociedade, 
suas relações e transformações ao longo do tempo”. 
Alguns autores se dedicaram a sistematizar os signos gráficos a serem 
utilizados, adequadamente, na Cartografia Temática, usando a semiótica como 
referência metodológica. Na literatura, temos Jaques Bertin, considerado o 
Pai da Semiologia Gráfica, que desenvolveu inúmeras pesquisas referentes 
à linguagem gráfica na Cartografia, nos diagramas, na percepção visual e na 
transcrição cartográfica, entre outras. No Brasil, temos o Prof. Dr. Marcelo 
Martinelli que, desde a década de 80, veio publicando diversas pesquisas e 
livros sobre a Cartografia da Geografia; orientações semiológicas para Atlas 
temáticos; CartografiaTemática, diversos Atlas e outras riquezas literárias. Diante 
dessas contribuições, Martinelli (2003, p.15) resume que a “Cartografia Temática 
ampliou o horizonte da informação geográfica, possibilitando o além ‘do ver’ para 
o ‘conhecer’. E para conhecer os fenômenos geográficos através dos signos 
cartográficos devemos buscar a base no alfabeto cartográfico”. 
O Alfabeto Cartográfico
 
O alfabeto cartográfico é composto por uma série de signos, como 
desenhos, cores, letras, números e outras variáveis visuais. E o ato de 
entender estes signos passa pelo processo de alfabetização, a partir 
do qual o usuário dos produtos cartográficos passa a entender e utilizar 
este alfabeto como código de comunicação. Além de ler, ele deve ter 
a capacidade de interpretar, compreender, correlacionar e produzir 
conhecimento a cerca dos fenômenos geográficos. Podemos dizer que 
a maior parte da informação, ou o dicionário deste alfabeto cartográfico, 
repleto de signos, encontra-se na legenda. 
Cartografia Temática 
representação 
cartográfica por 
signos gráficos e 
generalizados da 
distribuição espacial 
dos fenômenos 
da natureza e 
da sociedade, 
suas relações e 
transformações ao 
longo do tempo.
O usuário 
dos produtos 
cartográficos deve 
ter a capacidade 
de interpretar, 
compreender, 
correlacionar 
e produzir 
conhecimento 
a cerca dos 
fenômenos 
geográficos.
52
 Cartografia e Novas Tecnologias
A legenda é a parte de um mapa ou outro produto cartográfico 
que contém todos os signos e cores convencionais do mapa em 
questão.
E para construir a legenda, usamos como base os estudos de Bertin (1966, 
p. 60), pois, diz ele,
A representação gráfica constitui um dos sistemas de signos 
básicos concebidos pela mente humana para armazenar, 
entender e comunicar informações essenciais. Como uma 
“linguagem” para o olho, a representação gráfica beneficia por 
suas características ubíquas de percepção visual. Como um 
sistema monossêmico, ela forma a porção racional do mundo 
da imagem.
Para esse autor, os signos do alfabeto cartográfico assumem uma condição 
visual baseada em três dimensões: as Propriedades Perceptivas, o Modo de 
Implantação e as Modulações Visuais.
a) Propriedades Perceptivas 
Esta dimensão é a classificação do tema geográfico,que pode apresentar 
características QUALITATIVAS, QUANTITATIVAS, ORDENADAS e de FLUXOS. 
• Tema geográfico qualitativo – Quando os dados e/ou fenômenos geográficos 
são diferentes. Como, por exemplo, tipos de cobertura vegetal, tipos de 
produção agrícola, atividades profissionais, etc.
 
• Tema geográfico quantitativo – Os dados e/ou fenômenos geográficos 
apresentam quantidades (números). Como por exemplo, número 
populacional, tonelagens de alguma produção agrícola, número de escolas de 
um determinado lugar, etc.
• Tema geográfico ordenado – Os dados e/ou fenômenos geográficos 
apresentam uma hierarquia (ordem), que pode ser com coisas diferentes 
(qualitativa) ou quantidades (quantitativa). Como, por exemplo, uma premiação 
com medalha de ouro, prata e bronze. Apesar de serem diferentes, possuem 
uma ordem de classificação. Outro exemplo são as altitudes, além de serem 
numéricas, 10 metros, 20 metros, 30 metros, etc. elas seguem uma ordem, 
pois não é possível passar de 10 metros para 30 metros sem antes passar 
53
A Cartografia dos Temas Geográficos Capítulo 2 
pelos 20 metros.
• Tema geográfico de fluxos – Os dados e/ou fenômenos geográficos 
demonstram que houve a movimentação de algo, de um lugar para outro. 
Os elementos podem ser diferentes (qualitativo) ou conter quantidades 
(quantitativo). Antigamente quando não havia a disponibilidade da 
movimentação de imagens, como na televisão e na informática, nós os 
chamávamos de mapas dinâmicos. Mas esta denominação está sendo usada 
quando há realmente movimento com os elementos dos mapas.
b) Modo de Implantação
O Modo de Implantação tem a ver com a escala do mapa, pois nele 
serão materializados os elementos do tema geográfico, através de PONTO, 
LINHA e ÁREA ou ZONA. Por exemplo, observe a legenda a seguir e veja 
que a evolução urbana e os espaços verdes estão sendo representados 
como área. As rodovias e ferrovias por linhas, e igreja, bombeiro, 
hipódromo, por signos pontuais.
Figura 40 – Legenda Geral do Mapa Ambiental de Londrina – PR
Fonte: Disponível em: <http://confins.revues.org/.../5900/
img-2-small480.jpg>. Acesso em: 12 ago. 2009.
54
 Cartografia e Novas Tecnologias
c) Modulações Visuais
As Modulações Visuais foram definidas por Jaques Bertin (1966 apud 
MARTINELLI, 1991) e até hoje são utilizadas na comunicação cartográfica. Elas 
são apresentadas através dos Modos de Implantação (ponto, linha e área ou 
zona) que variam visualmente em seis categorias, denominadas de Variáveis 
Visuais. Alguns autores que deram continuidade às pesquisas nesta área 
implementaram mais variáveis, mas Bertin consagrou apenas seis modulações 
sensíveis à visão, que são: Tamanho, valor, granulação, cor, orientação e 
forma. 
 
Figura 41 – Variáveis Visuais
 Fonte: Bertin (1966 apud MARTINELLI, 1991, p. 15).
A escolha dessas modulações visuais e o modo de implantação 
dependerão da temática geográfica. Ela conduzirá como será 
constituída a legenda de seu mapa.
55
A Cartografia dos Temas Geográficos Capítulo 2 
Por exemplo,observemos a variável visual:
Tamanho - O tamanho do signo, que pode ser ponto ou linha, varia 
conforme a informação quantitativa do dado a ser representado, que se encontra 
na legenda.
 
 
Figura 42 – Variável visual tamanho
Fonte: Bertin (1966 apud MARTINELLI, 1991, p. 15).
Valor - Variações da tonalidade - Podem auxiliar nas informações ordenadas 
e quantitativas.
 
Figura 43 – Variável visual valor
Fonte: Bertin (1966, MARTINELLI, 1991, p. 15).
Granulação ou textura – Apresenta uma informação visual, que varia no 
espaçamento entre os desenhos. Esta variável requer prudência em seu uso, para 
não provocar confusão na disseminação da informação, que pode ser qualitativa 
ou ordenada.
 
Figura 44 – Variável visual granulação ou textura
Fonte: Bertin (1966, apud MARTINELLI, 1991, p. 15).
Cor – As cores podem mostrar coisas diferentes para a informação 
qualitativa. E na variação das cores do arco-íris, para a ordem. E, na tonalidade, 
para a quantidade.
 
56
 Cartografia e Novas Tecnologias
Figura 45 – Variável visual cor
Fonte: Bertin (1966 apud MARTINELLI, 1991, p. 15).
Orientação – Corresponde às variações de posição entre o vertical, o oblíquo 
e o horizontal e é usado em mapas monocromáticos com informação qualitativa. 
Seu uso também requer prudência.
 
Figura 46 – Variável visual orientação
Fonte: Bertin (1966 apud MARTINELLI, 1991, p. 15).
Forma – Apresenta os diversos tipos de desenhos, como formas geométricas, 
ou ilustrativos, ou pictóricos, como igrejas, escolas, restaurantes, etc.
 
Figura 47 – Variável visual forma
Fonte: Bertin (1966 apud MARTINELLI, 1991, p. 15).
Os Temas Geográficos e as 
Modulações Visuais
A Geografia, no seu percurso histórico, tem também a Cartografia como 
aliada aos seus propósitos como ciência e educação, pois é nela que os temas 
são representados, buscando o saber pensar e repensar o espaço, por meio 
das transformações econômicas, sociais, culturais, políticas e ambientais. Saber 
pensar o espaço, para nele se organizar. 
 
57
A Cartografia dos Temas Geográficos Capítulo 2 
Figura 48 – Geografia e suas representações
Fonte: Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/7a12/sobre_ibge/default.
php?id_tema_menu=4>. Acesso em: 18 ago. 2009.
E para representar a Geografia no seu amplo espectro, a 
Cartografia, como um meio de transmissão do conhecimento, é 
possível afirmar que cada produto tem seu autor, um propósito e um 
tema. Archela e Tréry (2008) afirmam que a elaboração de mapas 
temáticos, por exemplo, passa por várias etapas: coleta de dados, 
análise, interpretação e representação das informações sobre um 
mapa base topográfico.
Os temas geográficos tanto podem ser de natureza física (geologia, 
hidrografia, cobertura vegetal, temperatura, etc), como referente à sociedade 
(população, nível escolar, economia, política, etc), e ambiental (cobertura e uso do 
solo, degradação, capacidade de uso do solo, etc.).
É importante ressaltar que as questões ambientais estão 
vinculadas na relação da sociedade com a natureza. 
a) Tema Geográfico Qualitativo
Nos produtos cartográficos os temas geográficos qualitativos devem 
utilizar as variáveis visuais: cor, forma e orientação, através dos três modos 
de implantação: pontual, linear e zonal. Um fenômeno qualitativo, como fauna 
ameaçada de extinção, possui vários animais e estes devem se traduzir em 
símbolos ou cores diferentes. 
A Cartografia, 
como um meio de 
transmissão do 
conhecimento, é 
possível afirmar 
que cada produto 
tem seu autor, um 
propósito e um 
tema.
58
 Cartografia e Novas Tecnologias
 
Figura 49 – Mapa da fauna brasileira
Fonte: Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/
biblioteca/index.html>. Acesso em: 18 ago. 2009.
Como este tema aborda elementos diferentes, tanto pode ser apresentado 
num único mapa e legenda, denominado de Exaustivo, como também permite 
a apresentação isolada de vários mapas. Neste caso, cada elemento da legenda 
pode ser apresentado em mapas únicos e menores, chamados de Seletivos, e 
que podem ficar ao lado do mapa exaustivo, conforme pode ser observado no 
mapa de impactos ambientais no Brasil.
Figura 50 – Mapa temático impactos ambientais – Brasil
Fonte: Ferreira (1998).
59
A Cartografia dos Temas Geográficos Capítulo 2 
b) Tema Geográfico Ordenado
Nesta modalidade, tanto podemos trabalhar com informações qualitativas 
quanto quantitativas. Mas o dado ou fenômeno geográfico deverá expressar uma 
hierarquia, ou seja, uma sequência ordenada de cores, representando altitudes e 
profundidades que estão contidos na legenda. 
 
Figura 51 – Mapa temático sobre a hipsometria (altitude e batimetria) - Brasil
Fonte: IBGE (2007).
c) TemaGeográfico Quantitativo
As informações quantitativas podem ser representadas pelas variáveis 
visuais (tamanho), em signos pontuais (conforme podemos observar nos mapas 
de produção de laranja no Brasil) e lineares.
 
60
 Cartografia e Novas Tecnologias
Figura 52 – Mapa da Produção Agrícola do Brasil – 2003.
Fonte: IBGE (2007).
E quando for para representar áreas, usa-se a tonalidade de uma cor, como 
no mapa a seguir, que mostra a concentração populacional do Município de 
Florianópolis.
 
Figura 53 – Mapa da Concentração Populacional no 
Município de Florianópolis - SC em 2000
Fonte: Nascimento (2001).
61
A Cartografia dos Temas Geográficos Capítulo 2 
d) Tema Geográfico de Fluxos 
Os mapas de fluxos mostram dados e/ou fenômenos geográficos, que 
se deslocam através de setas gráficas ou pictóricas. O deslocamento deverá 
demonstrar o local de origem e destino dos dados qualitativos e/ou quantitativos. 
Observe o mapa de importação e exportação com a saída e entrada nos portos 
brasileiros.
 
Figura 54 – Mapa de importação e exportação do Brasil
Fonte: IBGE (2007).
Apresentação de um Mapa Temático 
Quando olhamos um mapa em livros, revistas, jornais, etc, observamos 
que por trás daquela imagem existe muita informação cartográfica, mas, em 
alguns veículos de comunicação, alguns códigos são suprimidos, como escala, 
orientação, fonte, etc, o que na Cartografia são consideradas prioritárias para 
entender a que o mapa se propõe como recurso de representação da informação 
geográfica. Mas, com a disseminação da comunicação cartográfica para os 
profissionais da era da informação, alguns mapas já estão se enquadrando na 
cartografia temática. Conforme a reportagem da jornalista Ana Estela de Sousa 
Pinto, escrita no jornal da Folha. 
62
 Cartografia e Novas Tecnologias
“Mapas temáticos sobre o Brasil” faz o mapeamento de diversos 
assuntos, como crescimento populacional, resultados de eleições, 
incidência da criminalidade e educação e serve de ferramenta 
aos jornalistas para a produção de reportagens. Ele integra o 
projeto internacional “Mapeamento dos meios de comunicação nas 
Américas”, que busca investigar a relação entre democracia e meios 
de comunicação no Canadá e 11 países da América Latina. Todos 
os mapas podem ser reproduzidos para fins jornalísticos, desde 
que citada a fonte. Há versões em alta resolução disponíveis para 
download. Se você quiser obter mais informação acesse o site:
http://novoemfolha.folha.blog.uol.com.br/arch2008-12-21_2008-
12-27.html
Figura 55 – Mapa temático junto à reportagem
Fonte: Disponível em: <http://www.mediamap.org.br/img/mapas/
homicidios/Taxa_homicidios_2006.jpg>. Acesso em: 18 ago. 2009.
63
A Cartografia dos Temas Geográficos Capítulo 2 
Nogueira (2009), no capitulo 10, “A concepção de mapas” do seu 
livro “Cartografia: representação, comunicação e visualização de dados 
espaciais”, traz uma série de informações referentes ao uso público 
dos mapas, que serão julgados pelo aspecto visual e sua utilidade. 
Mas aquele profissional que está envolvido com a produção acadêmica 
deverá ter um comprometimento maior ao utilizar a informação 
geográfica, que a use de forma adequada para saber representá-la 
cartograficamente.
Além disso, conheça as três dimensões consagradas por Bertin 
(1966), com referência às Propriedades Perceptivas dos temas 
geográficos, do Modo de Implantação das entidades gráficas: ponto, 
linha e área, e as suas Modulações Visuais, que variam no tamanho, valor, 
granulação, cor, orientação e na forma. Com a era da informação, a televisão 
e a informática revolucionaram a maneira de ver os mapas, que podem ser 
classificados em mapas estáticos e dinâmicos. Os estáticos são mapas parados, 
sem qualquer movimento dos elementos constituintes. Já os dinâmicos permitem 
uma animação dos signos contidos nos mapas. 
Componentes de um Mapa Temático
Os mapas temáticos para a Cartografia devem possuir alguns elementos 
que possam auxiliar a comunicação da linguagem cartográfica. 
Principalmente por ser exclusivamente visual, a qualidade e objetividade 
da informação deve ser a mais simples possível. Por exemplo, se um 
mapa tiver muitos desenhos, símbolos, linhas, molduras, e o leitor tiver 
que olhar a todo momento a legenda para entender o mapa, este, com 
certeza, não foi elaborado com base na comunicação cartográfica. Por 
isso, é importante entender a importância de alguns elementos básicos 
que compõem um mapa temático, como moldura, mapa base, título, 
malha de coordenadas, legenda, orientação, escalas, fonte dos dados 
e outras informações.
a) Moldura
A moldura geralmente enquadra o desenho do mapa base (limite político e, 
às vezes, a rede viária principal e hidrográfica), o título, a malha de coordenadas, 
orientação geográfica, as escalas numérica e/ou gráfica e a legenda. A fonte dos 
dados, com data dos dados originais e outras informações, fica fora da moldura, 
geralmente abaixo.
Com a era da 
informação, 
a televisão e 
a informática 
revolucionaram a 
maneira de ver os 
mapas, que podem 
ser classificados em 
mapas estáticos e 
dinâmicos.
Os estáticos são 
mapas parados.
Elementos básicos 
que compõem um 
mapa temático, 
como moldura, 
mapa base, 
título, malha de 
coordenadas, 
legenda, orientação, 
escalas, fonte dos 
dados e outras 
informações.
64
 Cartografia e Novas Tecnologias
Observe o mapa a seguir e verifique seus componentes e entenda a sua 
finalidade.
Figura 56 – Mapa Temático dos ambientes da Bacia 
Hidrográfica do Pântano do Sul em 2001
Fonte: Nascimento (2003).
b) Mapa Base
O mapa que recebe o tema deverá se enquadrar na escala que se queira 
apresentar. As informações deverão ser claras quanto à divisão política, aos 
limites fronteiriços e aos pontos geográficos que se achar conveniente incluir. 
Para alguns temas, é importante que a rede viária principal e a hidrografia 
estejam relacionadas. Como é o caso da Geologia, para a qual a rede hidrográfica 
é importante, pois possibilita fazer uma série de análises, como o tipo de solo, por 
exemplo, mas a rede viária, não necessariamente. Em alguns casos, como nos 
mapas de cobertura e uso do solo, ambas devem estar representadas, a rede 
hidrográfica e a viária.
c) Título
O título deverá ser objetivo e curto, contendo apenas o local, tema e período. 
65
A Cartografia dos Temas Geográficos Capítulo 2 
O período deverá ser conforme a coleta do dado, pois há informações que mudam 
periodicamente, como as metereológicas.
Ex: Brasil – População Residente - 2000. 
 Previsão de Chuvas – São Paulo – 20/08/2009.
d) Malha de Coordenadas Geográficas ou UTM
Esta pode vir apenas enquadrando o limite da área, com uma cruzeta no 
canto superior direito e outra no canto inferior esquerdo, ou o inverso, informando 
a posição das coordenadas geográficas, com latitude e longitude, com os graus, 
minutos e segundos ou UTM, em metros. Não há necessidade do traçado da 
longitude e latitude por cima da base cartográfica.
e) Orientação 
A orientação é a indicação do Norte. Geralmente coloca-se a letra “N” em 
cima da seta, mas nunca embaixo. Às vezes, encontramos a Rosa dos Ventos 
com os pontos cardeais, para indicação das direções. 
 
Figura 57 – Rosa-dos-Ventos
Fonte: A autora.
Muitos mapas não trazem a orientação, mas é importante a sua inserção, 
principalmente, se um professor do ensino fundamental for usar um mapa para 
ensinar cartografia ou outro assunto semelhante.
f) Escalas Numéricas e/ou Gráficas
 
A inserção das escalas numéricas e gráficas será conforme à proporção do 
mapa, como já vimos anteriormente, pois um mapa traz, em tamanho reduzido, 
a representação da superfície ou parte da Terra. E nessa redução se mantém a 
proporção do espaço representado. A aplicação da escala numérica geralmente 
é para mapas de escala grande de até 1:20.000. E a gráfica, para mapas com 
66

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