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Microbiologia Geral e Biossegurana (UniFatecie) (1) (1)

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Prévia do material em texto

Microbiologia Geral
e Biossegurança
Professora Dra. Aline José Maia
Reitor 
Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino
Prof. Ms. Daniel de Lima
Diretor Financeiro
Prof. Eduardo Luiz
Campano Santini
Diretor Administrativo
Prof. Ms. Renato Valença Correia
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Coord. de Ensino, Pesquisa e
Extensão - CONPEX
Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
Coordenação Adjunta de Ensino
Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman 
de Araújo
Coordenação Adjunta de Pesquisa
Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme
Coordenação Adjunta de Extensão
Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves
Coordenador NEAD - Núcleo de 
Educação à Distância
Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
Web Designer
Thiago Azenha
Revisão Textual
Kauê Berto
Projeto Gráfico, Design e
Diagramação
André Dudatt
2021 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2021 Os autores
Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade 
exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi-
tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem 
a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
UNIFATECIE Unidade 1 
Rua Getúlio Vargas, 333
Centro, Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 2 
Rua Getúlio Vargas, 333
Centro, Paranavaí, PR
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UNIFATECIE Unidade 3 
Rua Getúlio Vargas, 333
Centro, Paranavaí, PR
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UNIFATECIE Unidade 4 
Rua Getúlio Vargas, 333
Centro, Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
www.unifatecie.edu.br/site
As imagens utilizadas neste
livro foram obtidas a partir 
do site Shutterstock.
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP 
 
M217m Maia, Aline José 
 Microbiologia geral e biossegurança / . Paranavaí: 
 EduFatecie, 2021. 
 110 p. : il. Color. 
 
 
1. Microbiologia. 2. Biossegurança. I. Centro Universitário 
 UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título. 
 
 CDD : 23 ed. 616.079 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 
 
 
AUTORA
Professor Dr. Aline José Maia
 
Doutora em Agronomia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) – área de 
concentração Proteção de Plantas. Possui mestrado em Agronomia pela Universidade 
Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO) – área de concentração Produção vegetal. É 
formada em Agronomia pela Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO).
 
O endereço de acesso: http://lattes.cnpq.br/4683408883039820
 
Amplo conhecimento laboratorial manutenção básica de laboratório, segurança no 
laboratório, esterilização e técnicas de assepsia, tipos de meio de cultura, preparo de meio 
de cultivo de fungos e bactérias, condições de crescimento de patógenos, métodos de 
isolamento de fungos e bactérias, Postulado de Koch (regras de prova de patogenicidade), 
técnicas de inoculação, manutenção e preservação de culturas, controle de microrganismos 
in vitro. E também atua nos seguintes temas: proteção de planta, propagação, fruticultura, 
controle fitossanitário e manejo orgânico em videiras. 
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo (a)!
Caro (a) aluno (a)! Seja bem-vindo à disciplina de microbiologia. Esta disciplina 
abordará diversos assuntos a respeito dos microrganismos. Os microrganismos são seres 
que não são observados a olho nú, nós precisamos de ferramentas para observá-los, para 
verificar suas diversas formas, reprodução, aspectos bioquímico-fisiológicos e seu relacio-
namento com o hospedeiro sendo benéfica ou prejudicial.
Para estudarmos o mundo dos organismos microscópicos, nosso curso será dividi-
do em quatro unidades:
Na unidade I apresenta conceito de microbiologia, um breve histórico e marcos da 
microbiologia. Nesta unidade, também estudaremos a classificação dos seres vivos e as 
características gerais dos microrganismos como bactérias, protozoários, fungos e vírus, 
bem como os microrganismos no cotidiano.
A unidade II abordará a caracterização e controle dos microrganismos, entendendo 
como obtém uma cultura pura e quais os meios são utilizados para o cultivo de microrga-
nismos, bem como os elementos químicos e condições físicas necessários para o cultivo 
de microrganismos. Para termos sucesso no isolamento é necessário saber como é feito o 
preparo dos microrganismos para serem visualizados no microscópio e vamos ver também 
como é feito o controle dos microrganismos. 
Na unidade III e IV vamos tratar dos principais grupos de microrganismos. Ao longo 
da unidade III, vamos destacar A organização celular, reprodução, crescimento, variabilidade 
genética e principais grupos de bactérias, assim como as principais características dos proto-
zoários. Na unidade IV, vamos estudar as principais características morfológicas, fisiológicas, 
reprodutivas e a classificação de fungos e as principais características dos vírus.
Que você alcance junto conosco, bons resultados ao percorrer esta jornada de 
conhecimento e que juntos consigamos alcançar os maiores sucessos em multiplicar os 
conhecimentos sobre tantos assuntos abordados em nosso material. Esperamos contribuir 
para seu crescimento pessoal e profissional.
 
Abraços e excelente estudo!
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 3
Introdução à Microbiologia
UNIDADE II ................................................................................................... 23
Caracterização e Controle dos Microrganismos
UNIDADE III .................................................................................................. 53
Principais Grupos de Microrganismos
UNIDADE IV .................................................................................................. 83
Principais Grupos de Microrganismos
3
Plano de Estudo:
A seguir apresenta-se os seguintes tópicos que você estudará nesta unidade:
● O que é microbiologia e sua aplicação;
● Histórico da microbiologia;
● Classificação dos seres e característica geral dos microrganismos;
● Microrganismos no cotidiano.
Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender as principais características da microbiologia como ciências. 
● Conhecer a perspectiva histórica da microbiologia.
● Diferenciar célula eucarionte de procarionte 
● Caracterizar os principais grupos de microrganismo 
● Exemplificar a função dos microrganismos no ambiente
UNIDADE I
Introdução à Microbiologia
Professora Dra. Aline José Maia
4UNIDADE I Introdução à Microbiologia
INTRODUÇÃO
Prezado (a) aluno (a) nesta primeira unidade do livro será apresentado a microbio-
logia como ciências. 
No primeiro tópico a ser tratado traz a compreensão que a microbiologia estuda 
organismos pequenos, que não são visíveis a olho nu pelo homem, somente com a ajuda 
do microscópio. Este foi um tópico elaborado com o intuito de sensibilizá-lo (a) sobre a im-
portância da microbiologia e que sem a invenção do microscópio seria impossível observar 
estes seres tão pequenos.
No tópico seguinte serão abordados assuntos que tratam do surgimento da micro-
biologia como ciência. A descoberta do mundo microbiano inclui histórias dos primeiros 
cientistas que optaram por estudar a microbiologia, sendo eles motivados por suas desco-
bertas, o que levou a algumas verdades serem reconhecidas.
Em seguida, em um terceiro tópico, será abordado a diferença entre as células 
eucariontes e procariontes. Neste tópico convido você a conhecer as características dos 
grupos de microrganismos procariotos e as características dos grupos dos microrganismos 
eucariotos, uma vez que, com o avanço da microscopia foi possível distinguir a célula mi-
crobiana nestas duas categorias.
Para finalizar esta unidade, trataremos sobrea contribuição dos microrganismos 
no nosso cotidiano: fertilidade do solo, reciclagem de substâncias e participação de ciclos 
bioquímicos. Os microrganismos, também podem contribuir com a fabricação de produtos 
como iogurtes, vinhos, queijos, vinagres e pães. Além disso, tratarei de algumas informa-
ções sobre os microrganismos que causam doenças em humanos, animais e plantas. 
Espero que seja uma leitura agradável e que contribua para o seu desenvolvimento.
5UNIDADE I Introdução à Microbiologia
1. O QUE É MICROBIOLOGIA E SUA APLICAÇÃO
Para iniciarmos, vamos fazer a seguinte pergunta:
O que é microbiologia?
Se fragmentarem a palavra, microbiologia, vamos ver que temos um conjunto de 
termos que denotam micróbio. Esta palavra, micróbio, tem origem grega onde mikros signi-
fica pequeno e bio significa vida. Assim, microbiologia é a ciência que estuda os organismos 
pequenos, e suas atividades biológicas.
Organismos microscópicos são organismos que não são observados a olho nu, 
precisamos de uma ferramenta para observar estes organismos pequenos. Para termos 
noção do tamanho destes seres, vamos imaginar uma escala, e que a menor parte da 
escala é um angstrom que é igual a 10-10 metros, isso é muito pequeno, nossos olhos 
não conseguem identificar estruturas menores que um milímetro. Para isso, precisamos de 
técnicas que auxiliam na visualização destes microrganismos.
Entre as técnicas mais usadas na microbiologia tem a microscopia de Luz e a 
Eletrônica. Estes equipamentos permitem visualizarmos estruturas que são impossíveis de 
enxergar a olho nu. Quando comparamos uma célula vegetal com a célula animal conse-
guimos fazer esta diferenciação com o microscópio de Luz, se quisermos maiores detalhes, 
por exemplo de uma partícula viral vamos precisar de um microscópio eletrônico, pois é 
uma partícula muito pequena, menor bem menor que a célula vegetal e animal.
6UNIDADE I Introdução à Microbiologia
Portanto, antes de surgir a microscopia, não existia a microbiologia, pois era impos-
sível de visualizar os microrganismos.
A partir do surgimento do microscópio foi obtendo-se maiores informações para 
caracterizar os microrganismos. As características que permitem classificá-los são: Carac-
terísticas culturais (exigência nutricional e ambiental); Características morfológicas (forma 
da célula e colônia); Características metabólicas (reações bioquímicas para sobrevivência); 
Características antigênicas (componente celular que são semelhantes entre espécies); 
Características genéticas (caracterização do genoma); Potencial de causar doenças (ho-
mens, animais e plantas); Características ecológicas (relação entre os microrganismos e 
sua ocorrência natural) e a classificação taxonômica (grupos de microrganismos). Todas 
estas características abrangem a microbiologia básica.
E por meio do conhecimento obtido na microbiologia básica podemos utilizar estes 
princípios básicos e aplicar os microrganismos às suas finalidades específicas, ou seja, 
a microbiologia básica fornece os princípios fundamentais para a microbiologia aplicada. 
Enquanto que a microbiologia básica estuda a natureza fundamental, as propriedades de 
microrganismo, a microbiologia aplicada usa os microrganismos nas mais diversas áreas 
da medicina, agricultura, indústrias e ambiente.
Os microrganismos são capazes de sintetizar várias substâncias químicas como 
ácido cítrico e antibióticos (Penicilina). Também tem microrganismos que são cultivados em 
grande escala para suplementação alimentar de humanos e animais. Certos microrganis-
mos têm a capacidade de fermentar material orgânico, produzindo o gás metano.
Além da indústria, os microrganismos podem ser utilizados para alterar ambientes 
específicos, como exemplo, bactérias que extraem cobre e ferro de minérios de baixa qua-
lidade. Os microbiologistas de solo, que buscam microrganismos para degradar poluentes 
específicos como inseticidas e herbicidas. Ainda tem a área do controle biológico, na qual 
os microrganismos controlam pragas e doenças em plantas.
Você percebe, caro aluno (a) a importância das duas áreas, microbiologia básica 
e aplicada? Uma vez que os microrganismos estão sempre conosco, seja na produção de 
substâncias químicas de interesse na indústria ou por causarem doenças.
7UNIDADE I Introdução à Microbiologia
2. HISTÓRICO DA MICROBIOLOGIA
Querido (a) acadêmico (a), falamos no início do primeiro tópico que a microbiologia 
surgiu após a invenção do microscópio, por isso neste segundo tópico vamos abordar a 
trajetória da microbiologia como ciência, mencionando os cientistas que mais contribuíram 
para o reconhecimento da microbiologia como ciências.
A história da microbiologia começa quando Robert Hooke em 1665 decide fazer algo 
interessante. Com um conjunto de lentes de aumento ele visualiza uma fatia de cortiça e 
vê grandes emaranhados e que os emaranhados são unidos por unidades que se repetem. 
Assim, ele compara-se com as células de animais e plantas, que são também formados por 
estruturas repetitivas.
E Antony Van Leeuwenhoek (1632-1723), utilizou lentes de aumento acoplado a 
uma chapa que no lado anterior tinha um lugar para colocar água e contra a luz observou 
vários filamentos de tamanho variável e que se movimentavam, ele deu o nome de anima-
cros para estas estruturas.
Com a criação do microscópio possibilitou um avanço na biologia. Embora este 
microscópio fosse muito simples, adotado apenas de uma lente de vidro que permitia um 
aumento de 300 vezes. Assim tudo o que era invisível a olho nu tornou-se visível o suficiente 
para ser pesquisado. Este microscópio primitivo permitia observar bactérias de 1 a 2 micras 
(um milésimo de milímetros).
8UNIDADE I Introdução à Microbiologia
As observações de Hooke e Leeuwenhoek levaram à descoberta da célula, mas 
somente em 1839 que a célula foi reconhecida como unidade fundamental de vida.
Para darmos continuidade a nossa discussão sobre o histórico da microbiologia, 
convido você caro (a) aluno (a), a abordar os conceitos sobre a teoria da geração espontâ-
nea de microrganismos.
Na época, muitos pesquisadores defendiam a teoria da ABIOGÊNESE, defende 
que a criação de um ser vivo é a partir de matéria inanimada (sem vida). Enquanto que 
poucos pesquisadores defendem a teoria da BIOGÊNESE, na qual acreditava que o ser 
vivo surgiu a partir de outro pré-existente.
Vamos a nossa discussão sobre a história da microbiologia.
Francesco Redi (1626-1697), provou em um experimento, no qual ele utilizava fras-
cos com carne. Alguns fracos ficaram descobertos e outros ficaram fechados impedindo a 
entrada de qualquer ser vivo. Com o passar do tempo ele observou que surgiram larvas na 
carne que estava com o descoberto, a carne já estava em decomposição. E de onde surgi-
ram as larvas? Então ele observou que havia moscas que passavam pela carne deixando 
seus ovos, os quais davam origem às larvas. Hoje é comum ver isso no nosso dia a dia. 
Nas carnes que ficaram fechadas não houve interação com as moscas, as carnes ficaram 
intactas, ou seja, não teve o surgimento de larvas. 
Então, caro aluno (a) consegue perceber que a geração espontânea está incorre-
ta? Se ela estivesse correta, as larvas surgirão tanto nas carnes que estavam nos frascos 
abertos como nos frascos fechados, nos dois frascos. Aqui ficou provado que a vida surge 
por meio de outro ser vivo. Mesmo com a comprovação de Redi, que os microrganismos 
não surgiram de material inanimado, muitos pesquisadores da época não aceitaram, outros 
falaram que este experimento era somente para organismos multicelulares. 
Então continuou a pesquisa para comprovar que os microrganismos não se desen-
volviam por abiogêneses. Outro pesquisador que teve papel primordial na microbiologia foi 
o químico francês, Louis Pasteur (1859). Ele comprovou que o ser vivo não pode surgir de 
matéria inanimada. Para isso, o que ele fez?
 Ele realizou um experimentoutilizando um balão de vidro, onde ele colocou um 
caldo nutritivo, em seguida ele ferveu o material para matar todos os microrganismos que 
estavam ali dentro, posteriormente ele pegou este balão e entortou o gargalo, ao entortar 
esse gargalo o que era impedido? A entrada do microrganismo.
Assim os microrganismos não atingiam o caldo nutritivo, o ar entrava mais os mi-
crorganismos não, estes ficavam retidos na curva do gargalo. Depois o que Pasteur fez? 
9UNIDADE I Introdução à Microbiologia
Quebrou o gargalo deixando o ar em contato direto com o caldo nutritivo. E ele percebeu 
o desenvolvimento dos microrganismos. Com este experimento Pasteur provou que o 
material foi contaminado por microrganismos presentes no ar e não que o ser vivo surgiu 
do caldo nutritivo. Então Pasteur provou que a vida surge por meio de outro ser vivo. Essa 
ideia foi importante para derrubar a teoria da abiogênese que até então era dominante.
Outra contribuição importante foi a técnica da pasteurização, técnica criada por 
Pasteur. Essa técnica é utilizada até hoje para evitar a proliferação de microrganismos. A 
técnica consiste no aquecimento e um rápido resfriamento. Um exemplo, é o leite pasteuri-
zado, no qual o leite é aquecido a 72 graus e rapidamente resfriado a 35 graus e embalado 
logo em seguida de forma a não entrar em contato com outros microrganismos.
Continuando, em 1796, Jenner criou uma vacina para varíola. Ele põe em prova o 
ditado popular que as pessoas que trabalham com animais adquiriram uma versão mais 
leve da doença. Ao observar mulheres que eram responsáveis pela ordenha quando expos-
tas ao vírus bovino tinham mesmo uma versão mais leve da doença. Ele colocou o pus das 
mãos de uma das mulheres que trabalhavam na ordenha em um menino e em poucos dias 
observou que o menino se recuperou em poucos dias. Ele repetiu esse procedimento em 
vários humanos com varíola, descobrindo assim a propriedade de imunização.
Técnicas antissépticas foram introduzidas por um cirurgião e pesquisador inglês, 
Lister (1865). Ele demonstrou que o ácido carbólico (fenol) era um agente antisséptico 
eficiente, pois após seu uso em cirurgias fez com que reduzisse o número de mortes por 
infecção pós-operatória. Hoje utilizamos o álcool etílico, hipoclorito de sódio, compostos 
clorados e ácido acético.
Em 1876, o médico alemão, que teve grande importância para descobertas e 
fundamentos da microbiologia foi Robert Koch. Ele foi responsável pelo descobrimento 
da bactéria Bacillus anthracis, causador da doença carbúnculo, que dizimou populações 
inteiras de ovelhas. Em estudos desenvolvidos por Robert Koch revela que os esporos 
da bactéria poderiam sobreviver anos no solo, no qual Koch idealizada que os animais 
portadores da doença tivessem seus corpos cremados para evitar com que a doença fosse 
espalhada ainda mais. O médico ainda provou que cada tipo de microrganismo infeccioso 
provocava uma doença específica. Com estes estudos ele publicou quatro postulados que 
são utilizados até hoje na microbiologia. 
1) Associação do microrganismo constante com a doença.
2) O Microrganismo deve ser cultivado em meio à cultura nutritiva.
3) Inocular em ser sadio suscetível
4) Recuperação do microrganismo - observar as mesmas características obtidas 
no postulado dois. 
10UNIDADE I Introdução à Microbiologia
Cumprida os quatros postulados pode se dizer que o microrganismo é o agente 
que causa a doença. Estas etapas dos postulados foram responsáveis pela compreensão 
de como as doenças são transmitidas. Koch continuou a aperfeiçoar os métodos de labo-
ratório, inventou diferentes meios de cultura nutritivo entre eles o meio batata e ágar e este 
meio era mantido em um recipiente próprio, placas de Petri, que foram inventadas por seu 
amigo Richard Petri. Esta invenção é utilizada até hoje.
E a pesquisa continuava, em 1892 Dimitri Ivanovski observou que o organismo 
que causava a doença do Mosaic taboco vírus era muito pequeno e capaz de passar por 
qualquer filtro que na época era utilizado para deter as bactérias. No entanto, somente 
em 1936 Wendell Stanly demonstrou a verdadeira natureza química do vírus causador do 
mosaico do tabaco.
Alexander Fleming, médico oficial inglês, por volta de 1929, estudando a bactéria 
Staphylococcus aureus, responsável pelas abscisão em feridas abertas provocadas pelas 
armas de fogo, acidentalmente descobriu que o mofo oriundo do fungo Penecillium secreta 
uma substância que destrói a bactéria. Ainda que seja ao acaso ele criou o primeiro antibió-
tico da história da humanidade, a penicilina, o que fez da medicina uma verdadeira ciência. 
E por fim em 1995 é anunciado a primeira sequência completa de um genoma bacteriano 
Haemophilis influenzae, bactéria responsável em causar pneumonia. 
11UNIDADE I Introdução à Microbiologia
3. CLASSIFICAÇÃO DOS SERES E CARACTERÍSTICA GERAL DOS 
 MICRORGANISMOS
Essa classificação envolve a sequência de nucleotídeos do gene que codifica para 
RNA ribossomo, para os ribossomos. Só para você lembrar, os ribossomos são macromo-
léculas responsáveis pela síntese de proteínas. Agora você deve ter perguntado por que 
usa a classificação ribossomo? Pois bem, todo o ser vivo tem seu código genético na forma 
de uma molécula de DNA e têm genes que codificam para os ribossomos. 
Todo ser vivo possui ribossomo em sua célula, pois estes são responsáveis pela 
síntese de proteína que é uma função básica. A vida só é possível, dentro de outros aspec-
tos, porque fazemos síntese proteica. Esse processo é bem controlado, não pode ocorrer 
muitos erros pois na síntese proteica as proteínas sintetizadas devem corresponder o mais 
próximo do código genético que é herdado das células parentais. Contudo, a evolução 
na modificação da sequência de nucleotídeos para o ribossomo é lenta, ou seja, ocorrem 
poucas modificações para a evolução dos seres vivos.
Assim, ao analisarmos a classificação dos seres vivos, que começa com a informa-
ção se é um organismo eucarioto e ou organismo procarioto é com base na comparação da 
sequência do DNA e RNA codificados para o ribossomo. E com isso se tem três domínios, 
que é o táxon máximo que engloba a classificação dos seres vivos é assim denominada, 
domínio, sendo o domínio Eucarioto, domínio Archaea e o domínio Bacteria.
12UNIDADE I Introdução à Microbiologia
Agora, vamos dar ênfase a: quanto tempo há vida na terra. Se fizéssemos uma 
relação da origem da vida com um relógio veríamos que os seres humanos surgiram nos 
últimos segundos. Considerando que a terra surgiu há aproximadamente 4,6 bilhões de 
anos atrás, veja que as primeiras formas de vida surgiram a quase 4 bilhões de anos atrás 
e foram os microrganismos, as bactérias, procariotos, que continuam até hoje. Em seguida 
surgiu as bactérias fototróficas (bactérias que não precisam de oxigênio), e as bactérias 
cianobactérias (bactérias que liberam oxigênio) dando início a oxigenação na atmosfera 
e a 2 bilhões de anos atrás surgiu os eucariontes, seres mais complexos, inicialmente 
microrganismos unicelulares. Os eucariontes são a maioria dependente do oxigênio para 
seu metabolismo. Em seguida surgem as algas que começam a aumentar em termos de 
diversidade. Os invertebrados, as plantas e os mamíferos e por fim os humanos surgiram 
um pouco menos de meio milhões de anos atrás. Somente a menos de um bilhão de anos 
atrás que surgiram vidas mais complexas e que predominam até hoje.
Assim, a raiz da árvore de ancestrais é a bactéria que foi se diversificando com 
a evolução durante 4 bilhões de anos e surgiu vários grupos de seres vivos. Dentro do 
domínio bactéria tem as bactérias Gram positivas, bactérias proteolíticas, Cianobactérias e 
hipertermófilos. No domínio Archaea, microrganismos que vivem em ambientes extremos, 
como halófilos (ambientes salinos), Metanogênicos (ambiente rico em metano) e hiperter-
mófilos (ambiente com temperaturas elevadas). E nodomínio Eucarioto, tem os grupos dos 
animais, o qual pertencemos, o grupo dos fungos e os vegetais. Evolutivamente somos 
próximos dos fungos, apesar de ter uma complexidade muito diferente. E muito longe de 
organismos capazes de causar doenças como protozoários e giárdia.
Para completar nossa discussão, os ribossomos são moléculas presentes em todos 
os seres vivos e que são pouco alterados ao longo dos anos, então, ele é utilizado para a 
classificação dos seres vivos em domínio até diferentes taxas (Unidade taxonômica). Quando 
temos dois indivíduos e queremos descobrir a qual domínio eles pertencem fazemos a com-
paração da sequência de nucleotídeos de genes que codificam para os ribossomos. E quanto 
mais próxima for a sequência de nucleotídeos entre dois indivíduos que dizer que a história 
evolutiva foi incomum. E quanto mais convergente mais distante são os dois indivíduos.
Os ribossomos das bactérias são de 70 S (S = sedimentação), com duas subuni-
dades uma de 50 S (maior) e outra de 20 S (menor). A unidade de 50 S é dividida em mais 
duas subunidades, uma de 23 S e outra de 5 S, com 31 proteínas. O gene de DNA que 
codifica 23 S tem aproximadamente 2904 pares de bases e a 5 S tem 120 pares de bases. 
Para a unidade menor, 30S é formada por 1542 pares de bases, com 21 proteínas. Quando 
13UNIDADE I Introdução à Microbiologia
classificamos um indivíduo como bactéria (procarionte) se usa esta sequência de nucleo-
tídeos. Os ribossomos nos eucariotos têm o coeficiente de sedimentação maior, 80 S, a 
subunidade 60 S (maior) e 40 S (menor). A subunidade 60 S é formada por três unidades, 
28 S (4.718 pares de bases), 5,8 S (160 pares de bases) e 5 S (120 pares de bases), sendo 
que apresentam 49 proteínas. E a unidade 40 S tem a unidade 18 S com aproximadamente 
1874 pares de bases que codificam 39 proteínas. 
Então quando temos o gene 18 S estamos nos referindo a subunidade menor com 
aproximadamente 1874 pares de bases, sequência de nucleotídeos ribossômico, que se 
refere aos eucariotos e não procariotos. A comparação da sequência de nucleotídeos RNA 
ribossômico permite identificar qualquer indivíduo que vai de domínio até espécie, veja, foram 
mais de 4 bilhões de anos de evolução, durante o qual os seres se diferenciam em tamanho, 
forma, genética e habitat, ainda se usa a morfologia para caracterizar os eucariotos, no entan-
to, para identificar procariotos usa a genética (RNA ribossomo), metabólicos e bioquímicos.
Mas você deve estar se perguntando, qual é a diferença entre a célula procarionte e 
eucarionte. Então, a seguir vamos discutir as principais diferenças entre células procariotas 
e eucariotas. A célula eucariótica tem um núcleo verdadeiro, delimitado por membrana, 
enquanto que as células procarióticas o núcleo fica disperso no citoplasma em uma região 
denominada nucleóide.
Quanto ao tamanho da célula, geralmente a célula procariótica apresenta 0,2 a 
2 micrômetro e a célula eucariótica apresenta aproximadamente 10 a 100 micrômetros. 
Presença de organelas revestida por membranas, os procariotos apresentam poucas or-
ganelas enquanto que os eucariotos têm muitas (núcleo, lisossomo, complexo de golgi, 
retículo endoplasmático, mitocôndrias, cloroplastos). 
O flagelo presente em procariotos é composto por três partes, gancho, corpo basal 
e filamento, nas células eucarióticas é mais complexo pois apresenta citoplasma no seu 
interior, múltiplos microtúbulos para garantir o movimento. O glicocálice em procariotos é 
presente em forma de cápsula e camada limosa, em eucariotos é presente em algumas 
células sem parede celular. A parede celular geralmente presente nos procariotos e bem 
complexa pois contém peptidoglicano que divide as bactérias em gram-positiva (maior 
quantidade de peptideoglicano) e gram-negativa (menor quantidade de peptideoglicano), 
em eucariotos quando presente é mais simples contém celulose em vegetais e algas e 
quitina em fungos. A membrana plasmática em procariotos é composta por carboidratos, 
enquanto que nos eucariotos a principal substância são esteroides. Em procariotos o é 
ausente o fluxo citoplasmático e nos eucariotos ocorre o fluxo citoplasmático. 
14UNIDADE I Introdução à Microbiologia
E os ribossomos dos procariotos são menores (70S) quando comparado com os 
eucariotos que apresenta duas subunidades, a maior (80S) e a menor (70S). O material 
genético em procariotos apresenta um único cromossomo circular sem histonas (proteínas 
de enovelamento do DNA). E nos eucariotos o cromossomo é linear e com a presença 
de histonas. A divisão celular dos procariotos é por meio da fissão binária e não envolve 
recombinação sexual, somente a transferência do DNA. Enquanto que os eucariotos a 
divisão celular envolve a mitose e a recombinação sexual a meiose. Essas são as principais 
diferenças entre uma célula procariótica e eucariótica.
Caro aluno (a) no decorrer do curso você vai ver que os microrganismos podem ser 
divididos em grupos. Aqueles que utilizam oxigênio, aqueles que não usam o oxigênio, mi-
crorganismos que utilizam o carbono orgânico e aqueles que utilizam o carbono inorgânico. 
Então vamos deixar clara algumas definições.
Os microrganismos podem usar como fonte de energia a luz, sendo denominados 
de fototróficos, ou utilizar compostos químicos, sendo denominados de quimiotróficos. Outra 
divisão é o tipo de molécula como fonte de carbono, elemento que todos os seres vivos contêm. 
Como fonte de carbono tem: compostos orgânicos, organismos denominados de 
heterotróficos; e o dióxido de carbono, organismos denominados de autotróficos. Logo 
temos: Quimioheterotróficos (organismos que utilizan como fonte de energia compostos 
químicos e fonte de carbono compostos orgânicos), Quimioautotróficos (organismos utili-
zam como fonte de energia compostos químicos e fonte de carbono dióxido de carbono), 
Fotoheterotrófico (organismo que utiliza como fonte de energia a luz e fonte de carbono 
compostos orgânicos) e fotoautotrófico (organismos que utilizam como fonte de energia a 
luz e fonte de carbono dióxido de carbono).
Organismos quimioheterotróficos, o aceptor final de elétrons é o oxigênio, são 
quase todos os animais, fungos, protozoários, e boa parte das bactérias. E o aceptor final 
de elétrons sem oxigênio são as Streptomyces e Clostridium. Os quimioautotróficos são 
bactérias que oxidam oxigênio, enxofre, ferro e nitrogênio. As bactérias não sulfurosas são 
fotoautotróficas, enquanto que organismos como plantas e algas, utilizam água para reduzir 
o dióxido de carbono e as bactérias sulfurosas que não usam água para reduzir para dióxido 
de carbono são exemplos de organismos fotoheterotróficos.
15UNIDADE I Introdução à Microbiologia
4. MICRORGANISMOS NO COTIDIANO
Caro aluno (a), você sabia que os microrganismos estão presentes em todos os 
lugares e contribuem para a vida dos seres vivos?
Os microrganismos estão presentes em várias coisas que acontecem à nossa volta. 
Os microrganismos estão envolvidos na fermentação, reciclagem de nutrientes, fabricação 
de alimentos e bebidas, na indústria farmacêutica, medicina e na agricultura.
A fermentação é um processo de liberação de energia que ocorre sem a participação 
de oxigênio, ou seja, é a transformação da matéria orgânica em outra, liberando energia. 
Quem é o responsável pela transformação da matéria orgânica em outros produtos? As 
bactérias e fungos.
Para que se tenha a fermentação alcoólica é necessário que ocorra um processo 
denominado de glicólise. Processo químico no qual fosfatos são incorporados na molé-
cula de glicose, que forma duas moléculas de ácido pirúvico, que sofre ação da levedura 
(Saccharomyces cerevisae) e da bactéria (Zymomonas mobilis), resultando em etanol e 
dióxido de carbono. Esse tipo de fermentação alcoólica é muito comum na produção de 
pães, vinhos, cerveja e etanol. 
A fermentação lática que é realizada exclusivamente por bactérias, Lactobacillus e 
Streptococcus,ocorre com derivados da lactose, ou seja, o ácido pirúvico é transformado em 
ácido lático. Essa fermentação é comum na fabricação de iogurtes e queijos. A fermentação 
acética ocorre a partir da fermentação alcóolica. O etanol obtido da fermentação alcoólica 
entra em contato com as bactérias Acetobacter ou Gluconobacter, as quais transformam o 
etanol em moléculas do ácido acético, principal componente do vinagre.
16UNIDADE I Introdução à Microbiologia
Os cogumelos podem ser alimentos muito nutritivos, com grande quantidade de 
proteínas que equivalem à carne bovina. São alimentos ricos em carboidratos e vitaminas 
com baixo teor de gordura. E são aliados benéficos nos tratamentos de doenças como o 
câncer, lúpus e HIV que afetam a humanidade. Dentre os cogumelos comestíveis podemos 
citar o Lentinula edodes comumente conhecido como shitake, Agaricus bisporus, popular-
mente conhecido como champignon ou cogumelo de botão, Auricularia sp. Conhecida como 
orelha-de-pau. E as chamadas trufas, termo popular para indicar um tipo de fungo (Tuber 
meloporum) comestível do grupo ascomicetos. Geralmente as trufas aparecem associadas 
às raízes de plantas como carvalho, salgueiro, álamo e bétulas, ficando alguns centímetros 
da superfície das plantas. As trufas são consideradas um dos pratos mais caros da Europa, 
devido à dificuldade de serem encontradas. As trufas liberam substâncias químicas que 
somente os cães são capazes de sentir.
Os queijos refinados como Roquefort de origem francesa são produzidos do leite 
de ovelha com veias originadas do fungo Penicillium roqueforti. O queijo de origem italiana, 
gorgonzola, produzido com leite de vaca, as veias de coloração cinza e azul deriva de matura-
ção com o fungo Penicillium glaucum. Os queijos Camembert e Brie, também produzido com 
leite de vaca, sua casca apresenta uma camada branca ou cinza bem aveludada é devido a 
presença de fungos causadores de mofos, Penicillium candidum e Penicillium camemberti.
Na indústria farmacêutica, o fungo Penicillium notatum que produz um antibiótico, 
composto com a capacidade de inibir o crescimento ou causar a morte de bactérias. Esse 
antibiótico, a penicilina, é utilizado no tratamento e profilaxia de doenças bacterianas. A 
penicilina inibe uma enzima chamada transpeptidase, que atua na formação do peptideogli-
cano (importante componente da parede celular das bactérias). Essa inibição faz com que 
a penicilina provoque a rápida destruição da célula, consequentemente morte da bactéria. 
A produção de bacitracina por Bacillus sp. Também é um importante antibiótico pois 
inibe a biossíntese parede celular das bactérias. O antibiótico, a estreptomicina, é eficaz no 
tratamento de tuberculose. É produzido pela bactéria Streptomyces pertencente ao grupo 
Actinomicetos. Esse antibiótico inibe também a síntese proteica havendo, portanto, a inibi-
ção do crescimento e eliminação da célula bacteriana.
As descobertas que ocorrem na microbiologia ajudam os profissionais da saúde a 
compreender, diagnosticar e tratar doenças que não são bem compreendidas. Os conheci-
mentos adquiridos foram primordiais para melhorar o tratamento de doenças como a AIDS, 
doença de Lyme e a doença de legionários, que são causadas por microrganismos. 
17UNIDADE I Introdução à Microbiologia
Os microbiologistas que trabalham o solo buscam microrganismos que degradam 
os poluentes como herbicidas e inseticidas. E na agricultura, na área de controle biológico, 
os microrganismos são usados para controlar insetos, como por exemplo Bacillus thurin-
giensis no controle de larvas de lepidópteros que atacam a cultura da soja e do milho. Os 
microrganismos também são utilizados para o controle de doenças em plantas, como por 
exemplo Trichoderma sp. no controle de Sclerotinia sclerotiorum agente causal do mofo 
branco em soja, cultura de maior interesse agronômico.
Os microrganismos também fixam nitrogênio. As bactérias do gênero Bradyrhizo-
bium capturam nitrogênio da atmosfera e transforma em fertilizante para a planta. Alguns 
fungos e bactérias promovem a decomposição da matéria orgânica e liberação de nutrientes 
para o meio ambiente.
Ainda tem os microrganismos que causam alteração nos produtos alimentícios. 
Fungos como Rhizopus stolonifer e Penicillium sp. Que causam podridão mole e consegui-
mos visualizar um crescimento micelial sobre o alimento atacado. E o fungo Aspergillus sp. 
que é um agente produtor de micotoxinas, substâncias tóxicas para seres humanos, por 
esse motivo os grãos são desvalorizados.
18UNIDADE I Introdução à Microbiologia
SAIBA MAIS
Durante cem anos, os pesquisadores previram que as bactérias poderiam usar o man-
ganês como fonte de energia para seu crescimento, mas nada foi encontrado. Até que 
dois microbiologistas ambientais da Caltech, Jared Leadbetter e Hang Yu, descobriram 
a primeira bactéria conhecida por usar o metal manganês para crescer.
O principal autor, Professor Jared Leadbetter, pesquisador da Divisão de Ciências Geo-
lógicas e Planetárias e da Divisão de Engenharia e Ciências Aplicadas da Caltech, dis-
se: “São as primeiras bactérias a usar o manganês como fonte de energia. Um aspecto 
maravilhoso dos micróbios na natureza é que eles podem metabolizar materiais aparen-
temente improváveis, como metais, gerando energia útil para a célula”.
Os dois pesquisadores, examinaram a possibilidade de que microrganismos do ambien-
te anteriormente não avaliados possam oxidar manganês para obter energia. Para essa 
descoberta, eles revestiram um frasco de vidro com uma pasta de carbonato de manga-
nês (MnCO3) e após a pasta secar, adicionou água da torneira municipal de Pasadena, 
Califórnia, e deixaram incubado em temperatura ambiente. Depois de vários meses, o 
revestimento de carbonato de cor creme oxidou em um óxido de manganês escuro.
A bactéria recém-descoberta, recebe o nome de Candidatus Manganitrophus nodulifor-
mans, pertence ao filo Nitrospirae e está distantemente relacionada a espécies conheci-
das dos gêneros Nitrospira e Leptospirillum.
De acordo com os pesquisadores, esse achado expande a diversidade conhecida de meta-
bolismos inorgânicos que suportam a vida e completam um ciclo de energia biogeoquímica 
para o manganês que pode fazer interface com outros grandes ciclos elementares globais.
Fonte: H. Yu e J.R. Leadbetter. 2020. Quimiolitoautotrofia bacteriana via oxidação de manganês. 
Nature 583, 453-458; doi: 10.1038 / s41586-020-2468-5
 
19UNIDADE I Introdução à Microbiologia
REFLITA 
“A microbiologia contribui para uma melhor compreensão do complexo mundo da vida 
que cobre a terra, sendo os microrganismos valorizados por seus produtos industriais, 
são temidos por causarem doenças, ou são ignorados por que não podem serem vistos, 
os microrganismos sempre estão conosco. E como se referenciava Louis Pasteur “O 
microrganismo terá a última palavra”.
Fonte: Pelczar Jr, M.J. et al. Microbiologia – Conceitos e Aplicações. Vol. I. São Paulo: Makron Books 
Editora. 1996. 
20UNIDADE I Introdução à Microbiologia
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estamos finalizando a primeira unidade do livro didático de microbiologia geral e bios-
segurança. Assim torna-se importante salientar algumas discussões que foram propostas.
Nossas discussões se iniciaram com o tópico ‘O que é a microbiologia e suas apli-
cações’ e ao abordar esse tópico teve como objetivo apresentar conceitos e aplicações da 
microbiologia de que você aluno (a) necessita compreender no decorrer do curso.
E ao se tratar desta abordagem inicia-se a discussão do próximo tópico da Uni-
dade I, intitulado Histórico da microbiologia. Neste tópico procurei mostrar o surgimento 
da microbiologia como ciências, sendo necessário conhecer como ela chegou até onde 
estamos atualmente.
Ainda dentro dos conceitos da microbiologia, foi trabalhado a Classificação dos 
seres vivos e a diferença das células procariótica e eucariótica que é essencial para pros-
seguirmosno curso. 
Para finalizar esta unidade foram apresentados alguns exemplos de como micror-
ganismos estão presentes no nosso dia a dia, participando de transformações de substância 
e produtos que contribuem para o meio ambiente e para o homem. 
Essa unidade tem o intuito de prepará- lo (a), caro aluno (a) para o assunto que 
será tratado nas próximas unidades.
Passemos, então, à unidade II. 
21UNIDADE I Introdução à Microbiologia
LEITURA COMPLEMENTAR 
Caro (a) aluno (a) para entender um pouco mais sobre os microrganismos no nosso 
cotidiano, leia as literaturas citadas abaixo intitulados: 
H. Yu e J.R. Leadbetter. 2020. Quimiolitoautotrofia bacteriana via oxidação de 
manganês. Nature 583, 453-458; doi: 10.1038 / s41586-020-2468-5.
Canhos, V. P., & Manfio, G. P. (2001). Recursos microbiológicos para biotecnolo-
gia. URL: http://www. mct. gov. br/Temas/biotec/Tendencias% 20_Vanderlei% 20Fina_. pdf.
COLOMBO, G. D. S., MENDES, I., SOUTO, B. D. M., Parachin, N., de ALMEIDA, 
J. R. M., & Quirino, B. F. (2017). Descoberta de novos genes de xilose isomerase em 
rúmen de cabras brasileiras. In Embrapa Agroenergia-Artigo em anais de congresso 
(ALICE). In: ENCONTRO DE PESQUISA E INOVAÇÃO DA EMBRAPA AGROENERGIA, 
4., 2017, Brasília, DF. Anais... Brasília, DF: Embrapa, 2017..
Estas três literaturas apresentam como os microrganismos podem auxiliar nas mais 
diversas áreas de conhecimento. 
22UNIDADE I Introdução à Microbiologia
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: Microbiologia conceitos e aplicações.
Autor: Pelczar Jr. E Michael Joseph.
Editora: Pearson Books.
Sinopse: Nesta obra os autores captaram o essencial da micro-
biologia, destacando-a como uma combinação das ciências básica 
e aplicada. Por essa razão é interessante não só para estudantes 
de graduação em curso introdutório de microbiologia, mas também 
para alunos de outras áreas, como nutrição, enfermagem, agricul-
tura, administração florestal e ciência animal. 
FILME/VÍDEO 
Título: Documentário: Introdução à Microbiologia
Sinopse: Nesse antigo, porém didático documentário (Os micró-
bios e o Homem), um passeio pelas descobertas que levaram ao 
surgimento da microbiologia.
Disponível em: 
https://biologo.com.br/bio/introducao-a-microbiologia/
https://biologo.com.br/bio/introducao-a-microbiologia/
23
Plano de Estudo:
● Obtenção de cultura pura e meios utilizados para o cultivo.;
● Microscopia e preparo dos microrganismos;
● Fundamentos de controle dos microrganismos;
● Controle físico e químico dos microrganismos.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conhecer os diferentes meios de cultivo para obter uma cultura pura.
● Entender como funciona as principais partes do microscópio.
● Compreender a importância de realizar o controle dos microrganismos.
UNIDADE II
Caracterização e Controle dos 
Microrganismos
Professora Dra. Aline José Maia
24UNIDADE I Introdução à Microbiologia 24UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
INTRODUÇÃO
Prezado (a) aluno (a), nesta segunda unidade do livro didático, será tratado a 
caracterização e controle dos microrganismos, que é um instrumento importante na com-
preensão dos seres dentro da microbiologia. 
No primeiro tópico, será abordado a obtenção de cultura pura e os meios utilizados 
para o cultivo in vitro (cultivo em condições estéreis). Vamos conhecer as receitas e a 
elaboração dos diferentes meios de cultivo.
No segundo tópico falaremos dos microscópios que auxiliam na visualização dos 
microrganismos e detalharemos as principais partes do microscópio de luz, sendo o mais 
utilizado nos laboratórios de ensino e pesquisa. E também será apresentado os diferentes 
modos de preparação para exame em microscopia luminosa.
E nos tópicos seguintes trataremos sobre o Controle dos microrganismos, que 
depende do objetivo se é remover, inibir ou destruir os microrganismos em seu meio. E 
veremos que vários são os agentes físicos e químicos que podem ser utilizados para matar 
ou reduzir os microrganismos em níveis aceitáveis.
Sabemos da diversidade que existe de microrganismos à nossa volta, mas procura-
rei direcioná-lo a ser capaz de realizar o isolamento, a visualização e o controle dos micror-
ganismos comumente manuseados em laboratório como por exemplo fungos e bactérias.
É muito importante que você faça uma leitura bem apurada desta unidade, pois, 
ao aprender como se obtém microrganismos em cultura pura e como é feito seu controle 
poderá contribuir para pesquisa científica moderna.
Vamos lá!
25UNIDADE I Introdução à Microbiologia 25UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
1. OBTENÇÃO DE CULTURA PURA E MEIOS UTILIZADOS PARA O CULTIVO
Ao finalizar a Unidade I de nosso livro didático, abordamos o que os microrganis-
mos estão presentes no nosso dia a dia. E a pergunta que fica é: será que é possível obter 
o microrganismo em laboratório? 
Caro aluno (a), antes de iniciarmos a discussão de como obter cultura pura dos 
microrganismos, precisamos abordar itens que correspondem sobre as normas, regras que 
se seguidas ajudam a minimizar os riscos em um laboratório. Uma vez que para as técnicas 
para obter a cultura pura é totalmente laboratorial.
Vamos lá!
Primeiro vamos definir o que é biossegurança, são ações que previnem e contro-
lam os riscos que estão presentes na atividade de pesquisa, que podem comprometer o 
homem, os animais e o meio ambiente. 
Os tipos de riscos encontrados no ambiente de trabalho podem ser: risco acidental, 
ergonômico, físico, químico e biológico.
Os riscos acidentais são aqueles que afetam sua integridade moral física, por exem-
plo, piso escorregadio, equipamentos sem proteção, probabilidade de explosão e incêndio. 
Os riscos ergonômicos são aqueles que trazem o desconforto prejudicando sua saúde, como 
por exemplo, trabalhos monótonos, ritmo acelerado de trabalho; os riscos físicos é quando 
o pesquisador fica exposto a vibrações, ruídos, radiação e materiais pontiagudos. Os riscos 
químicos são quando o pesquisador está sujeito a absorver pela pele ou ingestão de poeira, 
gases e vapores; os riscos biológicos é quando o pesquisador está exposto a bactérias, 
fungos, vírus e protozoários que têm persistência no meio de trabalho.
26UNIDADE I Introdução à Microbiologia 26UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
E levando em consideração a persistência e a proliferação dos microrganismos no 
ambiente de trabalho foi elaborado as classes de risco biológico, a classe I, a classe II, a clas-
se II e a classe IV. Na classe I, encontram-se os microrganismos com pouca probabilidade 
de causar doenças em humanos e animais, como por exemplo os Lactobacillus. Na classe II 
estão presentes microrganismos que causam doenças, mas o controle é eficaz. Na classe III 
os microrganismos causam doenças e nem sempre o controle é eficaz, mas o microrganismo 
é pouco disseminado. Na classe IV os microrganismos causam doenças, o controle não é 
eficaz e tem elevada disseminação, por exemplo vírus Ebola (causador da febre amarela).
E cada nível de risco deve seguir o grau de proteção que tem quatro níveis: Bios-
segurança 1, Biossegurança 2, biossegurança 3 e biossegurança 4. A biossegurança nível 
1 é o mais básico no qual deve –se ter os equipamentos de proteção e uma estrutura do 
ambiente de trabalho adequada. No nível de biossegurança 2 os trabalhos somente serão 
realizados na presença de um técnico. Os níveis de biossegurança 3 e 4 têm acesso restrito 
e é um sistema de segurança totalmente rigoroso.
Então a finalidade da biossegurança é proteção do pesquisador e isso inclui equi-
pamentos de segurança (equipamentos de proteção individual – luva, óculos e jalecos; 
proteção coletiva, barreiras de contenção; e boas práticas de laboratório), técnicas labo-
ratoriais (treinamento), estrutura física (conhecer o que é feito em cada compartimento) e 
gestão administrativa (conhecer a organização das atividades, rotina e quais são os agentes 
biológicos que o laboratório trabalha,desenvolve a pesquisa).
Agora que você, caro aluno (a), já conhece sobre os principais pontos de biosse-
gurança, lembre-se que cada laboratório tem sua rotina, normas, regras a serem seguidas. 
No entanto, em qualquer laboratório você sempre deve entrar de jaleco, calças compridas 
e calçado fechado.
Agora que você aluno (a), já sabe as normas básicas de um laboratório vamos 
discutir a respeito de como obter uma cultura pura.
 Primeiro vamos ver a definição de uma cultura pura. A cultura pura é quando se 
obtêm um microrganismo por meio de uma única célula que cresce e se multiplica no meio 
de cultura. A cultura pura possibilita o estudo das características morfológicas e fisiológicas 
dos microrganismos.
Quando estamos cultivando os microrganismos empregamos meio de cultura que 
contém nutrientes e vitaminas necessários para o seu crescimento e reprodução. O for-
necimento de nutrientes tem que atender às exigências das espécies a serem cultivadas 
promovendo o crescimento e ou esporulação satisfatória do microrganismo. A maior parte 
27UNIDADE I Introdução à Microbiologia 27UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
dos microrganismos cultiváveis crescem em meio à cultura que contém uma fonte de car-
bono e nitrogênio e em menor quantidade outros nutrientes como potássio, fósforo, enxofre, 
ferro e manganês. 
O carbono é um elemento de grande importância para o desenvolvimento de mi-
crorganismos, seja no seu habitat ou em meio de cultivo. Ele é um elemento estrutural que 
é considerado a principal fonte de energia. O carbono é fornecido por meio de monossaca-
rídeos como glicose, frutose e galactose. 
O nitrogênio é a parte essencial para a formação dos aminoácidos que compõem 
as proteínas e é fornecido de forma orgânica (asparagina, caseína e peptona) e de forma 
inorgânica (nitrato de sódio e nitrato de cálcio). Enquanto que o enxofre é utilizado na forma 
de sulfato para a biossíntese de aminoácidos como cisteínas e metionina. O enxofre na 
forma de sulfeto pode ser tóxico aos microrganismos. O fosfato é um componente da mem-
brana e está presente na síntese dos ácidos nucleicos e ATP e é fornecido como fosfato 
de potássio. Os demais nutrientes são necessários em pequena quantidade e funcionam 
como cofatores.
Entretanto, a composição do meio de cultivo depende do microrganismo que se 
deseja cultivar e do objeto de estudo.
De modo geral quando trabalhamos com o cultivo de microrganismos caro aluno (a) 
saiba que o ambiente é asséptico, ou seja, ambiente livre de contaminação. E os meios de 
cultivo depois de preparados devem ser esterilizados, para garantir que estamos trabalhan-
do somente com o microrganismo que pretendemos estudar.
Agora sim, vamos falar da classificação dos meios de cultivo. Os meios de cultivo 
são classificados quanto: sua consistência; composição e seletividade.
Quanto à consistência, o meio pode ser líquido ou sólido. O meio líquido contém 
todos os nutrientes necessários para o crescimento do microrganismo são dissolvidos em 
água. Uma vez preparado e esterilizado pode inserir o microrganismo que se pretende 
trabalhar em meio de cultivo.
 Este meio é utilizado quando se tem por objetivo obter maior massa em menor 
tempo, geralmente é utilizado para o crescimento de bactérias. Os meios sólidos são pre-
parados a partir da adição de um agente solidificador, o AGAR na concentração de 1,5 a 2% 
p/v, antes de esterilização. Este tipo de meio é o mais utilizado para a obtenção de culturas 
puras para estudar as características morfológicas e para a estocagem de culturas puras.
O meio de cultivo em relação a sua composição pode ser: Sintético, semi sintético 
e natural.
28UNIDADE I Introdução à Microbiologia 28UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
O meio sintético é quando sua composição química e concentrações são conheci-
das. Um exemplo é o meio CZAPK (nitrato de sódio 2g L-1, sulfato de magnésio 0,5 2g L-1, 
cloreto de potássio 0,52g L-1, sulfato ferroso 0.01 2g L-1, difosfato de potássio 1,0 2g L-1, 
sacarose 30 2g L-1, e o pH final 7,2).
O meio de cultivo semi sintético é a composição química é parcialmente conhecida 
de alguns componentes, por exemplo o meio de cultivo batata-ágar-dextrose. Sua compo-
sição é 500 mL do caldo de batata (componentes desconhecidos), 20g dextrose e 20 g de 
ágar e completa para 1000 mL de água.
Quando a composição do meio é desconhecida por completo, é denominado de 
meio de cultivo natural como por exemplo o meio cenoura-ágar, que é composto de 400 mL 
do extrato de cenoura, 20 g de ágar e completa para 1000 mL de água. O meio natural por 
apresentar baixo custo, acaba sendo o mais utilizado nos laboratórios de pesquisa.
Os meios de cultivo podem apresentar se: seletivos, não seletivos e diferenciais. 
Os meios de cultivos seletivos são aqueles que você vai adicionar uma substância que 
favorece o desenvolvimento de um determinado organismo. Por exemplo adiciona cristal de 
violeta ao meio de cultivo favorecendo o desenvolvimento de bactérias Gram negativa. Os 
meios de cultivo que desenvolvem uma grande gama de microrganismos são denominados 
meios não seletivos. E os meios diferenciais, são meios que permitem, mediante a adição 
de reagentes, verificar o comportamento de dois ou mais microrganismos. Por exemplo 
quando adiciona ao meio de cultivo eosina e azul de metileno consegue ver a diferença de 
Escherichia coli de Enterobacter aerogenes.
Caro aluno (a), quando for fazer o cultivo puro de bactérias e fungos, você precisa 
saber que as bactérias têm preferência a meios de cultivo próximo da neutralidade pH = 7 
e ricos em proteínas, enquanto que, os fungos se desenvolvem melhor em meios de cultivo 
ligeiramente ácidos (pH = 5) e ricos em carboidratos.
E para finalizar nosso tópico, vamos discutir a composição do meio de cultivo Ba-
tata-agar-dextrose (BDA), que é considerado o meio universal pois suporta o crescimento 
de muitos organismos (fungos e bactérias) por isso é usado mundialmente como meio de 
rotina nos laboratórios para o isolamento (obtenção da cultura pura) e manutenção tempo-
rária das culturas.
A batata serve como importante fonte de Carboidrato, o amido é absorvido pelo 
microrganismo como glicose após a hidrólise enzimática. A dextrose na quantidade certa 
permite o crescimento do microrganismo pois é um monossacarídeo mais importante utili-
zado como fonte de energia na respiração de procariotos e eucariotos. Como é preparado 
este meio, qual a receita do meio? O modo de preparo é simples. Primeiro passo é ferver 
200g de batata em 500 mL de água por 30 minutos.
 Em seguida filtrar o caldo em gases. Fazer a fusão do ágar (20g) junto com a 
quantidade de dextrose (20g) em 500 mL de água. Em seguida adicione o caldo e complete 
o volume para 1000 mL de água. E o meio está pronto para ser esterilizado. Após ser este-
rilizado pode ser vertido em placas de Petri, para ser feito o isolamento do microrganismo. 
29UNIDADE I Introdução à Microbiologia 29UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
2. MICROSCOPIA E PREPARO DOS MICRORGANISMOS
Na unidade I, você aprendeu sobre a invenção do microscópio óptico que amplia 
a imagem de um pequeno objeto. Neste, segundo tópico da Unidade II, vamos apresentar 
a razão pela qual utilizamos a microscopia na microbiologia e também nas demais áreas 
de conhecimento. Em seguida vamos comentar sobre os princípios do funcionamento dos 
dois grandes grupos que será dividido em tipos de microscopia e por fim vamos detalhar a 
microscopia óptica que é o mais comumente utilizado nos laboratórios de ensino.
Vamos começar a discussão se referindo quando queremos observar um microrga-
nismo que tem a estrutura muito pequena e os nossos olhos têm dificuldade de reconhecer o 
microrganismo ou objetos menores que 1 milímetro (mm). Objetos que apresentam 100 micro-
metros nossos olhos não conseguem distinguir, por isso, que precisamos da microscopia. 
Então, a microscopiaé uma técnica que permite a visualização de estruturas 
minúsculas que são invisíveis ao “olho nu”. Com o desenvolvimento da microscopia obvia-
mente que teve um grande avanço em diversas áreas de conhecimento como na saúde, 
agricultura, entre outros. 
Caro aluno (a), agora você entende que existem organismos do qual nossos olhos não 
conseguem ver, observar. E que a microscopia é uma técnica muito importante como um todo.
30UNIDADE I Introdução à Microbiologia 30UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
Para que você entenda como os microscópios funcionam tem que entender os 
princípios de funcionamento de um microscópio. 
O microscópio tem a capacidade de aumentar a resolução das estruturas extrema-
mente pequenas por meio de lentes especializadas que podem ser de vidro (microscopia 
óptica /luminosa) ou eletromagnética (microscopia eletrônica).
Qual a diferença entre microscopia ótica e microscopia eletrônica? 
Então, aluno (a), elas diferem no princípio pelo qual a ampliação é produzida. Para 
ampliar um objeto, os microscópios ópticos modernos usam um sistema de lentes para di-
recionar o caminho que um feixe de luz percorre até o objeto a ser estudado. O microscópio 
eletrônico utiliza um feixe de elétrons controlado por um campo magnético. Esses são os 
dois grupos no qual a microscopia se fundamenta para observar os diferentes grupos de 
microrganismos. 
E quando estudamos estes dois tipos de microscopia o princípio de funcionamento seria: 
Microscopia óptica: a luz é um tipo de onda que têm um comprimento. Esse compri-
mento de onda é visível aos nossos olhos. Então conseguimos manipular essa luz, conden-
sando ela a um ponto específico no qual ampliamos as dimensões. Então, temos um ponto 
muito pequeno e conseguimos condensar a luz neste ponto e emitir ela novamente fazendo 
com que ela seja capturada através de um objetiva para daí passar por um conjunto de 
lentes que vem até nossos olhos. 
Entretanto, a microscopia óptica tem um limite de resolução. E o que significa reso-
lução? A resolução, caro aluno (a), é a capacidade de distinguir dois pontos distintos. Então 
quanto maior a capacidade de distinguir os dois pontos, maior é a resolução. E existe uma 
resolução máxima para a microscopia ótica. 
Quando queremos estudar as estruturas com maior detalhamento, que não são 
capazes de serem visualizadas no microscópio óptico, utilizamos o microscópio eletrônico, 
que utiliza feixes de elétrons para visualizar a amostra.
 Seu modelo de funcionamento é a passagem de feixes de elétrons por um percur-
so no qual as lentes eletromagnéticas permitem que o feixe de elétrons seja direcionado à 
amostra. Aqui na microscopia eletrônica temos lentes e condensadores eletromagnéticos. 
Na microscopia de luz temos lentes de vidro que desviam o caminho da luz. No 
caso do microscópio eletrônico o feixe de elétrons incide na amostra, obtendo-se um perfil 
de imagem do produto que vamos visualizar. Nossos olhos não enxergam elétrons, tem um 
detector de elétrons para observar a imagem. 
31UNIDADE I Introdução à Microbiologia 31UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
Caro aluno (a) este é basicamente o perfil de funcionamento dos microscópios 
óticos e eletrônicos. Agora vamos comentar os tipos de microscopia.
Vários são os tipos de microscopia que permite avaliar diferentes estruturas dos 
produtos que queremos observar. Cada uma tem a sua vantagem e desvantagens.
Na microscopia ótica temos alguns tipos que é bastante utilizada: Microscopia 
óptica composta (é a mais utilizada), microscopia de campo escuro; microscópio contraste 
de fase, microscopia de fluorescência e microscopia confocal.
A microscopia óptica composta é possível observar os microrganismos com o em-
prego de corantes, ou seja, os microrganismos são tingidos para serem observados em mi-
croscópio. A maior parte dos corantes pode paralisar ou até mesmo matar o microrganismo. 
Outro tipo de microscopia utilizada para visualizar microrganismos transparentes 
que aparecem brilhantes ou iluminados sobre um campo escuro é a Microscopia de campo 
escuro, que é aplicada para microrganismos que exibem características morfológicas es-
pecíficas quando vivos.
Na microscopia de fluorescência o microrganismo é corado com uma substância 
fluorescente. E a microscopia confocal permite maior contraste entre materiais de espes-
sura ou densidade diferentes. Aqui a luz incide em várias direções em diferentes partes do 
material analisado. E essa é a vantagem pois aumenta a capacidade de mostrar a estrutura 
celular sem utilizar corantes.
E também tem a microscopia eletrônica, que existe vários tipos: transmissão, 
varredura, tunelamento e força atômica. A microscopia eletrônica de transmissão e varre-
dura, oferecem imagens que dão aspecto físico dos microrganismos, como por exemplo a 
aderência de uma célula bacteriana a um objeto. A microscopia eletrônica de tunelamento 
como se a superfície a ser analisada fosse rastreada com uma agulha sobre um disco e 
entre o espaço da agulho com o disco ficam os elétrons localizando um átomo individual 
sobre a superfície. Enquanto, que a microscopia de força atômica aplica uma força entre a 
agulha e a superfície.
Então, agora que definimos os vários tipos de microscopia, vamos detalhar um 
pouco mais a microscopia óptica simples. Para isso, caro aluno (a), vamos falar o que é 
o microscópio ótico composto, os principais componentes, também vamos ver como é o 
cálculo da resolução e pôr fim a mensuração da potência das lentes. 
O microscópio óptico composto é utilizado para visualizar estruturas celulares por 
intermédio da ampliação da luz refletida pela amostra em análise. Esse microscópio é utili-
zado em laboratórios de microbiologia, para analisar as amostras. 
32UNIDADE I Introdução à Microbiologia 32UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
E como a maioria das amostras tem em torno de 1 a 100 micrômetros dá para 
utilizar o microscópio ótico para visualizar muito bem as estruturas da amostra, não com 
tantos detalhes igual o microscópio eletrônico, mais conseguimos obter vários detalhes 
importantes para diagnosticar fungos, bactérias, protozoários e outros tipos de células.
E quando falamos de composição estrutural do microscópio ótico vemos que os 
principais componentes deste microscópio são: Iluminador, fonte de luz que vai iluminar 
a amostra; Condensador, que condensa a luz em um ponto específico na amostra para 
que possamos avaliar; Lentes objetivas, que vão ampliar a imagem; e também as lentes 
oculares (Figura 1), que vão fornecer uma potência maior para visualizarmos a imagem, ou 
seja, imagem refletida para os nossos olhos, é observada pelas lentes oculares. 
FIGURA 1: PRINCIPAIS PARTES DO MICROSCÓPIO ÓTICO
Fonte: A autora.
Estas são as principais partes do microscópio, claro que existem outras partes que 
vamos citá-las logo mais. 
Caro aluno (a), quando você for observar uma amostra qual o primeiro passo a ser feito? 
Então, primeiro de tudo, quando você for observar uma amostra, ela deve ser colocada 
na interface do condensador e da lente objetiva. Cada parte do microscópio tem uma razão, na 
porção biocular, temos as lentes oculares, onde a luz será projetada para nossos olhos. 
As lentes objetivas na verdade é um conjunto de lentes que confere diferentes 
graus de resolução para a amostra a ser analisada. O condensador, tem um conjunto de 
lentes que vão focalizar a luz na amostra e o iluminador é que imite a luz e esta luz pode ser 
controlada pelo botão denominado de ajustador de luz, ou seja você consegue aumentar e 
diminuir a intensidade de luz que vai até a amostra.
33UNIDADE I Introdução à Microbiologia 33UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
 Essa quantidade de luz depende da amostra a ser analisada. Outros componentes 
importantes são os parafusos macrométrico e micrométrico. O parafuso micrométrico fazajuste fino da amostra, o macrométrico faz o ajuste grosseiro da amostra. Primeiro faz o 
ajuste com o macrométrico e depois somente o micrométrico. 
E obviamente a luz vai fazer todo um trajeto, ela passa pelo corpo do microscópio 
para chegar nas lentes oculares, na qual observa a amostra a ser analisada. Quando fala-
mos da luz que incide a amostra e as lentes objetivas tem que capturar essa luz para emitir 
ela até as lentes oculares para chegar nos nossos olhos. 
Então veja, caro aluno (a) que a luz tem um trajeto especial no microscópio ótico.
O trajeto se dá da seguinte maneira: primeiro a luz sai do iluminador, que gera luz, esta 
luz vai percorrer por duas lentes condensadoras aí ela vai focalizar exatamente a amostra, 
focalizando a amostras as lentes objetivas vão capturar a luz e transmitir a luz até um prisma.
Este prisma reflete a luz e faz com que essa luz refletida seja desviada até as lentes 
oculares, onde vamos enxergar a amostra. Caro aluno (a), veja que temos lentes que vão 
ampliar a imagem, ampliar a visualização, ampliar a resolução da nossa amostra. Assim 
temos a capacidade de enxergar estruturas com mais detalhes se compararmos com o que 
podemos ver a amostra a olho nu. E podemos ter algumas imagens que podemos observar 
no microscópio ótico, imagens de bactérias, fungos (Fgura 2) e protozoários. 
FIGURA 2: ESTRUTURAS DE FUNGOS, FILAMENTOS E ESPOROS
 
Fonte: A autora.
Estruturas estas que não conseguimos enxergar a olho nu, mas quando utilizamos 
o microscópio óptico podemos observá-las. Os fungos conseguem visualizar filamentos e 
esporos. As bactérias conseguem enxergar que são cocos. 
34UNIDADE I Introdução à Microbiologia 34UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
Veja, caro aluno (a), temos um momento de detalhamento, e a resolução da ima-
gem utilizando o microscópio óptico. E nestas duas imagens podemos observar o uso de 
corantes. Sabe por quê?
É comum utilizar corantes para visualizar no microscópio óptico devido ao baixo con-
traste das amostras não coradas. As amostras que são submetidas a visualização do micros-
cópio óptico são muito delgadas (finas), por isso o contraste que elas oferecem é muito baixo.
 Alguns microscópios permitem a visualização sem corante, mas quando as amos-
tras realmente são delgadas é importante corar as amostras para aumentar o seu contraste, 
para poder visualizar suas estruturas e identificar as amostras em análise. 
Agora falando especificamente da resolução e detalhamento da imagem.
Vamos começar como a seguinte pergunta: 
O que significa resolução? 
A resolução é a capacidade de diferenciar dois pontos que apresentam uma distân-
cia específica.
Para melhor entender, vamos dar um exemplo de dois pontos. Esses dois pontos 
têm uma distância de 2 micrômetros entre eles. Daí nós queremos avaliar os dois pontos 
no microscópio óptico com diferente capacidade de resolução. Se formos avaliar esses 
dois pontos em um microscópio óptico com resolução de 1 micrômetro a gente consegue 
distinguir perfeitamente entre si os dois pontos com uma distância de 1 micrômetro. 
Se olharmos conseguimos distinguir os dois pontos e eles estão separados, porque 
a resolução do microscópio é menor que a distância entre os dois pontos. E mesmo se 
os pontos estivessem a 1 micrômetro de distância entre eles, também enxergávamos os 
pontos separados.
Agora se utilizarmos um microscópio que tem uma resolução máxima de 4 micrô-
metros e observarmos estes dois pontos, neste microscópio não iremos enxergar os dois 
pontos e sim um único ponto, pois a distância entre os dois pontos é de dois micrometros 
e esse microscópio não distingue os dois pontos que possuem distância menor que 4 mi-
crômetros. Isso é muito importante quando utilizamos microscópio ótico. Caro aluno (a), 
observe que quanto maior for a resolução melhor é a capacidade de distinguir os detalhes 
da imagem. E existe uma maneira de calcular essa resolução. 
O cálculo para resolução segue a seguinte fórmula: 
35UNIDADE I Introdução à Microbiologia 35UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
 R = (0,61 x λ)/ (Ƞ x sen α)
Cada ponto deste significa:
R = resolução 
0,61 = constante
Λ = Letra grega, comprimento de onda da luz, usa-se 0,5 micrometros (varia entre 
0,4 a 0,7 micrômetros)
Ƞ = índice de refração (ar = 1 e o óleo de imersão 1,4). 
Esse índice de refração é que a luz vai sofrer quando passa pela amostra. Se 
usarmos óleo de imersão para visualizar a amostra o valor de refração é de 1,4. 
sen α = é o seno do ângulo do cone de luz (90˚= 1), que é formado no momento 
que incide a amostra. Normalmente utiliza-se uma lente objetiva em relação a amostra de 
um ângulo de 90 ˚, se fizermos o cálculo do seno de 90˚ veremos que é igual a 1. 
Agora podemos substituir os valores e chegaremos no valor da resolução máxima 
do microscópio ótico que é 0,22 micrômetros. Isso significa que partículas menores não se 
distinguem uma das outras. E também não quer dizer que não podemos utilizar resoluções 
maiores. Em alguns casos não é necessário usar uma resolução maior pois para isso temos 
a potência das lentes.
A potência das lentes que são utilizadas no microscópio ótico pode ser mensurada 
pela seguinte fórmula: 
Pt = PLo x Piob
Pt = potência total
Plo = potência da lente ocular (10x)
Geralmente essa potência já vem fixada. Ela consegue ampliar 10 x o tamanho da 
amostra. 
Piob = potência da lente objetiva, que pode ser diferente (4x; 10x; 40x; 100x), 
representado na figura 3.
36UNIDADE I Introdução à Microbiologia 36UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
FIGURA 3: LENTES OBJETIVAS DO MICROSCÓPIO ÓTICO
Fonte: Schwan-Estrada et al. 2020.
Então, caro aluno (a), se queremos observar uma amostra com maior detalhe, nos 
variamos as lentes objetivas na qual estamos fazendo a leitura da amostra. Se quiser mais 
detalhes utilizamos a lente de maior potência. Na maioria das vezes utiliza-se as lentes de 
potência de 10 e 40x. 
A lente de 4x tem uma análise superficial da amostra, que confere informações 
importantes. No caso de lente de 100x é necessário utilizar o óleo de imersão para visua-
lizar a amostra, pois quando a luz incide na lente de 100x muitas vezes a luz transmitida é 
dispersa para o ambiente devido o índice de refração do ar. E para esse índice de refração 
da luz utiliza-se o óleo de imersão que acaba sendo a única maneira de observar a amostra 
ampliada na lente de 100x.
Agora que já conhecemos as principais partes e princípios do microscópio óptica 
vamos deixar aqui alguns procedimentos que você aluno deve fazer ao observar correta-
mente uma amostra. 
2.1 Procedimento correto para focalização
Primeiro você deve acender a luz do microscópio. Depois verifique a posição da 
alavanca quando está travada e destravada. Em seguida, gire o revólver, encaixando a 
objetiva de menor aumento (4X). Coloque a lâmina na platina, segurando-a com a mão 
direita e abrindo a presilha com a mão esquerda.
 Não toque no corpo da lâmina; segure-a como se segura um negativo fotográfico. 
Solte a presilha e verifique se a lâmina está bem encaixada. Verifique sempre se a lâmina 
está voltada para cima. Centralize o material no orifício da platina, utilizando os parafusos 
37UNIDADE I Introdução à Microbiologia 37UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
da Charriot. Na sequência, levante a mesa (ou platina), movimentando o parafuso macro-
métrico, até o ponto máximo. Quando chegar ao final, não force o parafuso, pois danifica 
as roscas do mesmo.
Verifique se o diafragma está aberto, olhando lateralmente (se não tiver, abra-o 
movimentando a alavanca correspondente); o condensador deve ser mantido em sua po-
sição mais alta. Agora, olhando através da ocular, com os dois olhos abertos e utilizando o 
parafuso macrométrico, desça lentamente a mesa até que o material a ser observado seja 
visto. Corrija a focalização utilizandoo parafuso micrométrico.
 Após percorrer o campo, passe para objetiva de aumento médio (10X) e corrija a 
focalização utilizando o parafuso micrométrico. Observe o campo atentamente procurando 
percorrê-lo totalmente utilizando os parafusos da Charriot. Feito isso, passe para objetiva 
de 40X. Verifique se a focalização modifica, se você abrir ou fechar o diafragma. 
A atividade ao microscópio é estritamente dinâmica. A postura correta, além dos 
dois olhos abertos, inclui o fato de a mão direita ficar nos parafusos do “Charriot”, e a mão 
esquerda do parafuso micrométrico. Assim você poderá percorrer e estudar o campo todo 
da preparação. Terminando a observação, encaixe a objetiva de menor aumento, abaixe a 
mesa (ou platina) com o auxílio do macrométrico, desligue a luz e retire a lâmina.
2.2 Preparações microscópicas
Para visualizar a maioria dos microrganismos, é necessário prepará-los para que 
possam ser observados ao microscópio. O preparo deve ser de acordo com o interesse de 
observação: se for para visualizar os caracteres morfológicos, certos detalhes de estrutura 
celular, alguma função fisiológica na célula, são várias as técnicas que são utilizadas para 
a observação de microrganismos. Estas preparações podem ser simples (sem coloração) e 
trabalhosas (fixadas e coradas.
As preparações simples são: sem coloração e com coloração. As preparações 
sem coloração são: Lâminas e Lamínulas e microcultivo. As preparações com lâminas e 
lamínulas consiste em uma lâmina limpa, colocar uma gota do material a ser observado e 
cobrir com lamínula. 
Se o material ainda não estiver em suspensão, colocar primeiro uma gota de água 
e, em seguida, com a alça de repicagem, colocar uma pequena quantidade do material e 
cobrir com lamínula. O Microcultivo é um microrganismo que é cultivado em um pequeno 
pedaço de meio de cultura colocado em uma lâmina limpa e coberto com lamínula. O 
conjunto (lâmina + BDA com microrganismo + lamínula) é, então, depositado em câmara 
úmida e incubado por, aproximadamente, 7 dias. 
38UNIDADE I Introdução à Microbiologia 38UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
As preparações com coloração podem facilitar a observação tornando a célula 
mais visível. Em preparações a fresco entre lâminas e lamínulas, geralmente são utiliza-
dos corantes vitais que não comprometem a vitalidade das células, sendo destituídos de 
ação tóxica. Utilizado principalmente para observação de estruturas fúngicas. As prepa-
rações fixadas e coradas são preparações utilizadas na verificação das características 
morfológicas das bactérias.
 As etapas essenciais nesta preparação são: preparo do esfregaço: com a alça de 
platina, coletar uma amostra da suspensão bacteriana e esfregá-lo (espalhar) no centro 
de uma lâmina limpa e flambada; a fixação: após o esfregaço, a fixação é feita passando 
a lâmina três vezes diretamente sobre a chama do bico de Bunsen; e a coloração: a co-
loração pode ser simples (direta ou indireta) ou diferencial. Contudo a coloração simples 
direta, o esfregaço fixado e corado utilizando-se apenas um tipo de corante (cristal violeta 
ou fucsina). 
Neste tipo de coloração a bactéria adquire a cor do corante e contrasta com o fundo 
claro (transparente) da lâmina. A coloração simples indireta: é também denominada de co-
loração negativa; o esfregaço fixado é coberto com uma fina camada de tinta da China ou 
nanquim. Nesta coloração a bactéria permanece incolor e contrasta com o fundo escuro da 
lâmina. E a coloração diferencial é realizada com a aplicação de mais de uma solução corante. 
Ex: coloração de Gram; coloração de esporos bacterianos; coloração de flagelos, etc.
39UNIDADE I Introdução à Microbiologia 39UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
3. FUNDAMENTOS DE CONTROLE DOS MICRORGANISMOS
Caro aluno (a), quando estamos trabalhando com o manuseio de microrganismos, 
seja em um laboratório, um hospital, uma indústria dependemos de conhecer de como 
controlar os microrganismos no ambiente onde se encontram. Vários são os métodos que 
podem manter os microrganismos em uma população estável e a melhor a ser escolhida 
depende do que você quer destruir. 
Então neste tópico vamos discutir como iniciou o controle dos microrganismos, 
algumas determinações de uso corrente, as condições que podem influenciar na morte e o 
padrão de morte dos microrganismos.
Vamos iniciar!
O conceito de microbiologia é relativamente novo, no entanto o controle dos mi-
crorganismos já era realizado a centenas de anos atrás. O cozimento dos alimentos é um 
dos métodos de preservação dos alimentos mais antigo e que é empregado até hoje com 
algumas modificações. 
Durante a quebra da teoria da geração espontânea, os cientistas da época compro-
varam que a fervura poderia matar muitos microrganismos, embora bactérias esporulantes 
pudessem sobreviver devido à sua resistência ao calor. Os cientistas descobriram que os 
microrganismos poderiam ser mortos quando expostos a várias substâncias químicas ou 
de serem removidos do ar ou de um líquido utilizando filtros especiais.
40UNIDADE I Introdução à Microbiologia 40UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
Todas essas descobertas foram aplicadas na produção industrial de vinhos, cer-
vejas, e produtos alimentícios. Para o controle de fermentação, deterioração de alimentos 
foram utilizados filtros de algodão e elevadas temperaturas. No século XIX, estes mesmos 
conceitos foram aplicados em hospitais, onde alguns médicos defendem as técnicas de 
limpeza, esterilização dos equipamentos cirúrgicos, entre outros.
As substâncias antimicrobianas, são aquelas que matam ou inibem o crescimento 
dos microrganismos. Dependendo do microorganismo afetado se tornam específicos como: 
antibacterianos, antifúngicos, antiprotozoarios e antiviral. Os agentes antimicrobianos que 
matam os microrganismos são denominados de microbicidas. 
As denominações bactericidas e fungicidas indicam o tipo de microrganismo des-
truído. E quando ocorre a destruição de todos os microrganismos presentes em um material 
é denominado de esterilização. No entanto tem os agentes que inibem o desenvolvimento 
do microrganismo, que são chamados microbiostáticos, e claro que muitas definições po-
dem surgir sendo os mais utilizados fungistático e bacteriostático.
Os agentes microbianos podem ser agentes físicos e químicos, que serão discutidos 
no próximo tópico. Neste tópico vamos discutir aspectos fundamentais que se aplicam às 
duas classes de agentes de controle incluindo: o padrão de morte da população microbiana, 
as condições que influenciam a eficácia de uma agente de controle e a forma pela qual as 
células microbianas podem ser lesionadas.
Na microbiologia, o critério de morte do microrganismo é a sua capacidade de 
reproduzir, ou seja, o termo morte é definido como a perda de capacidade de reprodu-
ção. Quando avaliamos a eficácia de um agente físico ou químico em uma determinada 
amostra contamos o número de microrganismos que sobrevivem e a capacidade destes 
em se multiplicarem.
Os microrganismos não são mortos instantaneamente ao contato com os agentes. 
O tempo que leva para a morte depende do tamanho da população microbiana. Os micror-
ganismos morrem em uma relação constante, em um dado período de tempo. 
(Morte exponencial), como apresentado na tabela 1, a qual, mostra que a taxa de morte 
é normalmente constante, ou seja, a cada 1 minuto- 90% da população microbiana morre.
 
41UNIDADE I Introdução à Microbiologia 41UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
TABELA 1: PADRÃO CARACTERÍSTICO DE MORTE DOS MICRORGANISMOS LEVANDO 
EM CONSIDERAÇÃO O TEMPO, CÉLULAS MORTAS E AS CÉLULAS QUE SOBREVIVEM
Tempo (min) Células mortas Sobreviventes
0 0 1.000.000
1 900.000 100.000
2 90.000 10.000
3 9.000 1.000
4 900 100
5 90 10
6 9 0
Fonte: Adaptado de Pelczar Jr, M.J. et al. (1996).
À medida que o tempo vai passando o número

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