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Sumário 1 Normas de Biossegurança em Laboratório de Microbiologia 07 2 Vidrarias e Equipamentos 21 3 Técnica de Coloração de Gram e Visualização de Bactérias 26 4 Preparo de Meios de Cultura 36 5 Técnicas de Semeadura Primária 42 6 Visualização do Crescimento Bacteriano e Provas Bioquímicas 50 7 Eficácia do calor no Crescimento Microbiano 60 8 Eficácia de Desinfetantes sobre Microrganismos in vitro 72 9 Antissepsia de Mãos: Experimento de Price 78 10 Antibiograma 83 11 Microbiota da Água 88 12 Microbiota do Corpo Humano 98 13 Microrganismos em Processos Biotecnológicos 105 14 Análise Macro e Micromorfológica dos Fungos 110 15 Microbiota do Ar 117 Apresentação A presente obra é o resultado da compilação de aulas práticas que foram ministradas desde 2001 ao Curso de Ciências Biológicas do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual do Ceará – CCB/CCS/UECE. Com o passar dos anos essas atividades práticas foram sendo modificadas e aprimoradas, culminando com o presente trabalho. A obra está dividida em 15 capítulos que, somados, perfazem seu objetivo didático e pedagógico. No geral são abordadas noções de biossegurança, apresentação de vidrarias e equipamentos de uso na rotina, noções sobre coloração, meios de cultura, semeaduras, provas bioquímicas, generalidades sobre calor, desinfetantes, antissepsia e antibiograma, abordagem ampla sobre a microbiota (humana, água e ar) e a biotecnologia. Em todas as atividades práticas procurou-se abordar técnicas fáceis de serem realizadas com o objetivo de sedimentar conceitos básicos e despertar o interesse do leitor pelo fascinante mundo da Microbiologia. O texto foi escrito de forma clara e concisa visando ser receptivo e atraente ao leitor, bem como em 2020 passou por uma nova organização de suas informações, com a presença de hipertextos ao longo dos capítulos como Glossário, Saiba Mais, Curiosidades, Indicação, Você Sabia e Leitura Complementar, sendo assim o leitor será intelectualmente desafiado a aprender a cada nova prática à medida que ela é apresentada. Longe de esgotarmos o assunto ou elaborarmos um livro de experimentos práticos de referência, nos propomos apenas a ser um fio condutor para despertar a curiosidade dos leitores, esperando que assim como nós, os autores, vocês busquem se aprofundar nas maravilhas desse universo paralelo, aprendendo a respeitar esses seres e a conviver com eles de maneira harmônica e simbiótica. Os autores Monitores Colaboradores (2001/2020) Esta apostila foi aprimorada e ampliada com o apoio, sugestões e participação efetiva dos monitores da disciplina de Microbiologia do Curso de Ciências Biológicas do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual do Ceará – CCB/CCS/UECE desde 2001 até o presente momento. Abaixo listamos os nomes de todos aqueles que disponibilizaram tempo a cada um dos capítulos dessa apostila com o passar dos anos, registramos nossos agradecimentos a cada um. Marcela Saldanha Lima Ferreira (2001/2003) Sâmia Lima Carneiro (2003/2005) Claudia Suellen Ferro de Oliveira (2005) Miriam Luzia Nogueira (2006) Emanuele Silva de Oliveira (2007) Chistiane Oliveira Coura (2007) Charles Ielpo Mourão (2008) Cecilia Leite Costa (2008) Rafaelle Vanessa de Oliveira Leite (2008) Michael Robert Martins Rocha (2009) Kandarpa Silva Galas (2010) Lívia Maria Pereira Galdino (2011) Roberta Silva Rizzo (2011) Edlany Pinho Romão (2012) Edlany Pinho Romão (2013) Jamylle Ohana Silva Almeida (2014) Ana Léa de Oliveira Araújo (2015) Jonas Felipe da Silva Araújo (2016) Itatiaia de Souza Sampaio (2017) Isadora Martins Pereira (2018) Francisca Robervânia Soares dos Santos (2019) Vinícius Carvalho Pereira (2020) 1 NORMAS DE BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIOS DE MICROBIOLOGIA Conhecer a história e definições da biossegurança Descrever os níveis de biossegurança Aprender sobre as Boas Práticas Laboratoriais (BPL) Identificar a sinalização e conhecer seus significados Objetivos da aula Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia 1. INTRODUÇÃO A lógica da construção do conceito de Biossegurança teve seu início na década de 1970 na reunião de Asilomar na Califórnia, onde a comunidade científica iniciou a discussão sobre os impactos da engenharia genética na sociedade. Esta reunião, segundo Goldim (1997), “é um marco na história da ética aplicada à pesquisa, pois foi a primeira vez que se discutiram os aspectos de proteção aos pesquisadores e demais profissionais envolvidos nas áreas onde se realiza o projeto de pesquisa”. A partir daí o termo biossegurança, vem, ao longo dos anos, sofrendo alterações. Na década de 1970 o foco de atenção voltava-se para a saúde do trabalhador frente aos riscos biológicos no ambiente ocupacional. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (WHO, 1993) a definição de biossegurança tratava-se de “práticas preventivas para o trabalho em contenção a nível laboratorial, com agentes patogênicos para o homem”. Durante a década de 1980, a própria OMS (WHO, 1993) incorporou a essa definição os chamados riscos periféricos presentes em ambientes laboratoriais que trabalhavam com agentes patogênicos para o homem, como os riscos químicos, físicos, radioativos e ergonômicos. Fatores que possam intervim nas características psicofisiológicas do trabalhador, promovendo desconforto ou comprometendo sua saúde. Exemplos de risco ergonômico: o levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, postura inadequada de trabalho, entre outros. Nos anos 1990, verifica-se que a definição de biossegurança sofre mudanças significativas. Em seminário realizado no Instituto Pasteur em Paris (INSERM, 1991), observa-se a inclusão de temas como ética em pesquisa, meio ambiente, animais e processos envolvendo tecnologia de DNA recombinante, em programas de biossegurança. SAIBA MAIS! Histórico da Biossegurança • Primeiros acidentes: Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 7 1941 • Meyer e Eddie: 74 casos de brucelose. 1949 • Sulkin e Pike: 222 infecções virais. 1951 • Sulkin e Pike: 1.342 casos de brucelose. 1.1 Definições A biossegurança é um processo funcional e operacional de fundamental importância em serviços de saúde, uma vez que aborda medidas de controle de infecções para a proteção da equipe de assistência e usuários em saúde, reduzindo os riscos à saúde e acidentes ocupacionais, bem como exerce um papel fundamental na promoção da consciência sanitária e preservação do meio ambiente, já que estipula normas sobre a manipulação e descarte de resíduos químicos, tóxicos e infectantes. Uma definição, relatada no artigo de Segata (2020, p. 283), conceitua biossegurança como “[...] uma especialidade dedicada às ações de contenção de riscos inerentes à exposição a agentes biológicos potencialmente contaminantes. Inicialmente, essas práticas se remetiam às atividades em laboratório, mas aos poucos foram estendidas para os ambientes de saúde e também à indústria, ao comércio, à produção agrícola e às relações internacionais”. Outra definição diz que “A Biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, riscos que podem com prometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos” (TEIXEIRA; VALLE, 2010). Este foco de atenção retorna ao ambiente ocupacional e amplia-se para a proteção ambiental e a qualidade. A biossegurança é um processo progressivo, deve ser sempre atualizado, supervisionado e sujeito à exigênciasde respostas imediatas ao surgimento de microrganismos mais resistentes e agressivos identificados pelas notificações epidemiológicas. 1.2 Níveis de Biossegurança Existem quatro níveis de biossegurança: NB-1, NB-2, NB-3 e NB-4, crescentes no maior grau de contenção e complexidade do nível de proteção. O nível de biossegurança de um experimento será determinado segundo o organismo de maior risco envolvido. Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 8 SAIBA MAIS! Histórico da Biossegurança no Brasil 1984 • 1º Workshop: Biossegurança em Laboratórios. 1986 • Levantamento de riscos em laboratório FIOCRUZ/INCQS. Década 1990 • 1º projeto de fortalecimento das ações. 1995 • Lei 8.974/95 - Lei Brasileira de Biossegurança. 1995 • Decreto 1.752 - Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). 2005 • Lei 11.105 - Cria o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS), além de reestruturar a CTNBio, dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança (PNB). É adequado ao trabalho que envolva agentes bem caracterizados e conhecidos por não provocarem doença em seres humanos sadios e que possuam mínimo risco ao pessoal do laboratório e ao meio ambiente. Esse nível se aplica aos laboratórios de ensino básico, onde são manipulados os microrganismos pertencentes a Classe de Risco 1, por exemplo o Bacillus subtilis. Não é requerido nenhum tipo de desenho especial das instalações. O laboratório não está separado das demais dependências da edificação. O trabalho é conduzido, em geral, em bancada, com adoção das Boas Práticas Laboratoriais (BPL). Equipamentos específicos de proteção ou características especiais de construção não são geralmente usados ou exigidos. O pessoal do laboratório deve ter treinamento específico nos procedimentos realizados na bancada e devem ser supervisionados por um profissional treinado em Biossegurança e com conhecimentos específicos da área. Nível de Biossegurança 1 (NB-1) Figura 1 – Típico Laboratório NB-1. Fonte: Pharma SCT Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia 9 Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE • Bactéria Gram- positiva, saprófita comum do solo e da água, muito versátil, sendo explorada para o biocontrole de doenças e promotor de crescimento de plantas. Bacillus subtilis CURIOSIDADE! É semelhante ao nível de Biossegurança 1, sendo acrescentado de especificidades que veremos a seguir. É adequado ao trabalho que envolva agentes de risco moderado para as pessoas e para o meio ambiente, classificados como microrganismos da Classe de Risco 2 (seus representantes incluem a maioria das bactérias: S. aureus, E. coli, Salmonella sp., Shigella sp., Fungos: Aspergillus e Penicillium e Vírus: Rotavírus e Adenovírus). Esse nível aplica-se aos laboratórios clínicos ou hospitalares de níveis primários de diagnóstico. Difere do NB-1 nos seguintes aspectos: 1- O pessoal de laboratório deverá ter um treinamento específico no manejo de agentes patogênicos e devem ser supervisionados por profissionais competentes; 2- O acesso ao laboratório deve ser limitado durante os procedimentos operacionais; 3- Precauções extremas serão tomadas em relação a objetos perfuro cortantes infectados; 4- Determinados procedimentos nos quais exista possibilidade de formação de aerossóis e borrifos infecciosos devem ser conduzidos em cabines de segurança biológica ou outros equipamentos de contenção física. Figura 2 – Típico Laboratório NB-2. Fonte: Pharma SCT Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia 10 Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE Nível de Biossegurança 2 (NB-2) VOCÊ SABIA? A Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), possui em seu portal um Sistema de Informação em Biossegurança (SIB), que conta com uma série de informações de fácil acesso envolvendo as temáticas relacionadas à Biossegurança. Para mais informações, acesse: https://portal.fiocruz.br/ Possui semelhanças ao nível de Biossegurança 2 e ao nível de Biossegurança 1, sendo acrescentado de especificidades que veremos a seguir. O laboratório de nível de Biossegurança 3, ou de contenção, destina-se ao trabalho com agentes de risco biológico da classe 3, ou seja, com microrganismos que acarretam elevado risco individual e baixo risco para a comunidade, como por exemplo o Vírus da Encefalite equina venezuelana e Mycobacterium tuberculosis. É aplicável para laboratórios clínicos, de diagnóstico, ensino e pesquisa ou de produção onde o trabalho com agentes exóticos possam causar doenças sérias ou potencialmente fatais, como resultado de exposição por inalação. A equipe profissional deve possuir treinamento específico no manejo de agentes patogênicos, potencialmente letais, devendo ser supervisionada por profissional altamente capacitado e que possua vasta experiência com estes agentes. 11 Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE Figura 3 – Típico Laboratório NB-3. Fonte: Pharma SCT Nível de Biossegurança 3 (NB-3) No ano de 2017, o Ministério da Saúde possuía 12 laboratórios em condições de nível de biossegurança 3 (NB3), implantados com o objetivo de aprimorar a capacidade tecnológica para realização de ensaios diagnósticos que exigem condições especiais de segurança. Mais informações são encontradas no site: https://saude.gov.br/ VOCÊ SABIA? Possui semelhanças quanto aos procedimentos e práticas estabelecidas ao NB-3, NB-2 e NB-1, sendo acrescentado de especificidades que veremos a seguir, sendo que só deve operar com técnicos especializados e treinados em procedimentos de Biossegurança. Recomenda-se que os laboratórios de nível de Biossegurança 4, ou de contenção máxima, só funcionem sob o controle direto das autoridades sanitárias, além disso, dada a grande complexidade do trabalho, a equipe do laboratório deverá ter um treinamento específico e completo direcionado para a manipulação de agentes infecciosos extremamente perigosos. É necessária a elaboração de um manual de trabalho pormenorizado; este deve ser testado previamente através de exercícios de treinamento. O acesso ao laboratório deve ser rigorosamente controlado por sistemas automatizados. A instalação laboratorial deve estar localizada em uma edificação separada ou em uma área controlada dentro do edifício, que seja totalmente isolada de todas as outras. 12 Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE Figura 4 – Típico Laboratório NB-4. Fonte: Pharma SCT Nível de Biossegurança 4 (NB-4) VOCÊ SABIA? Há poucos laboratórios classificados como de Nível de Biossegurança 4 no globo terrestre, existindo apenas 54 deles situados ao redor do mundo. A China possui um desses laboratórios, situado na cidade de Wuhan, epicentro inicial da pandemia de Coronavírus. Apesar das suspeitas levantadas em todo o mundo, o laboratório afirma que não há suspeitas de que a instalação tenha a ver com o surto da doença. Para mais informações, leia a notícia: https://conexaopolitica.com.b r/ultimas/china-construiu- laboratorio-para-estudar-sars-e- ebola-perto-do-epicentro-do- surto-do-virus-corona-eua- alertaram-em-2017-que-o- virus-poderia-escapar/ O NB-4 é indicado para o trabalho que envolva agentes exóticos e perigosos que exponham o indivíduo a um alto risco de contaminação de infecções que podem ser fatais, além de apresentarem um potencial elevado de transmissão por aerossóis, classificados como microrganismosda classe de risco 4, por exemplo o Vírus Marburg e o Vírus Ebola. 13 Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE Figura 5 - Funcionários em laboratório NB-4. Fonte: http://qwickstep.com/biosafety-level-4.html 1.3 Boas Práticas Laboratoriais (BPL) Fonte: Ibap Cursos. “Boas Práticas de Laboratório (BPL) é um sistema da qualidade relativo ao processo organizacional e às condições sob as quais estudos não-clínicos referentes a saúde e meio ambiente são planejados, realizados, monitorados, registrados, arquivados e relatados.” (MOLINARO, 2009). Figura 6 - Mapa de Risco. O Marburgvírus e o Ebolavírus são dois dos membros causadores de febres hemorrágicas virais (VHFs), pertencentes à família Filoviridae, sendo os membros mais conhecidos da família, especialmente por apresentarem taxas de mortalidade próximas a 90%. Alguns pesquisadores acreditam que os mesmos podem ter sido sujeitos de programas de armas biológicas anteriores. Para mais informações acerca desses dois gêneros virais, acessem o documento : https://9ca2333f- a-62cb3a1a-s- sites.googlegroups.com/site/mande ll2020b/home/164- Marburg%26Ebola.pdf?attachauth =ANoY7cpwDvGcWYzfZjWwZh o5vGPTQAVh5hkhMWob5jcy1L BpEDT3hgqbQEj1c2yherd8cvLwj 8hfXrzO24Yx7jHPa1kEW6vgh7L Z99mA6sdxjp7HfQMcCbynODxk JsLNOuDHDvAoLzcdbWoVBCG 88o1qhw5cVR8EvTjHL5rp6qx2xd HwDpjrQpO0XcrQ4uUwnp6dgmg fv7D9SZp2Nj3O2rayGdmMexa5I PGK1APe4IiMtjHpOGnpfek%3D &attredirects=1 A imagem acima retrata uma micrografia eletrônica do vírus Ebola. CURIOSIDADE! 14 Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 1.3.1 Medidas e Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva (EPI e EPC) EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI): Equipamentos de Proteção Individual ou EPI são quaisquer meios ou dispositivos destinados a ser utilizados por uma pessoa contra possíveis riscos ameaçadores da sua saúde ou segurança durante o exercício de uma determinada atividade. Um equipamento de proteção individual pode ser constituído por vários meios ou dispositivos associados de forma a proteger o seu utilizador contra um ou vários riscos simultâneos. Os principais EPI são: Figura 7 - Equipamentos de Proteção Individual – EPI. Fonte: encurtador.com.br/wCR08 Avental ou jaleco de algodão, de mangas compridas e punho retrátil; Máscara com filtro apropriado; Luvas de proteção; Protetor facial; Pipetador automático; Pêra de borracha; Óculos de proteção, entre outros. O documentário intitulado “O brilho da morte: 30 anos do césio 137” relata a versão dos envolvidos no maior acidente radiológico ocorrido no Brasil, no de 1987 no estado de Goiás, a ausência do conhecimento acerca dos cuidados voltados à biossegurança foram um dos principais motivadores para a dimensão do ocorrido. Para mais informações sobre o caso, assista o curto documentário realizado em lembrança aos 30 anos do fato ocorrido, no link: https://www.youtube.co m/watch?v=gCcTxnvZb- k INDICAÇÃO! Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC): Equipamentos de Proteção Coletiva, ou EPC, são equipamentos utilizados para proteção, enquanto um grupo de pessoas realiza determinada atividade, ou exercício. Esses equipamentos, muitas vezes, são apenas de uso coletivo, por exemplo uma máscara de solda ou um cinto de segurança para alturas. Os principais EPC são: Extintores de incêndio; Chuveiro de Segurança; Lava olhos; Pia para lavagem das mãos; Cabine de Segurança Biológica; Capelas de Exaustão; Caixa de primeiros socorros; Recipientes especiais para transporte de material contaminados e/ ou animais. Figuras 8, 9 e 10 - Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC. Fonte: encurtador.com.br/syGNW Fonte: encurtador.com.br/bfi27 F o n te: en cu rta d o r.co m .b r/cefV 6 15 Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE VOCÊ SABIA? Os profissionais de saúde são muito habituados com o uso de EPI e EPC, porém com a vivência da pandemia do Coronavírus, alguns itens, que até então eram ignorados por grande parte da população, ganharam notoriedade, como é o caso das máscaras cirúrgicas, classificadas como EPI, amplamente utilizadas em ambientes hospitalares e laboratórios clínicos. Saiba mais sobre a importância das máscaras cirúrgicas em tempo de pandemia, no artigo: “MÁSCARAS CIRÚRGICAS EM TEMPOS DE CORONAVÍRUS”, no link: https://iajmh.emnuvens.com. br/iajmh/article/view/73 1. O uso de jaleco, calça comprida e sapato fechado são obrigatórios; 2. Cabelos longos devem ser amarrados de forma a não interferir com reagentes e equipamentos; 3. Limpar e desinfetar a superfície das bancadas antes e depois de utilizar; 4. Lavar as mãos, com água e sabão, ao iniciar o experimento, ao sair do laboratório e sempre que for necessário. Se for portador de algum ferimento nas mãos procurar não tocar no material e usar obrigatoriamente luvas; 5. Identificar as amostras biológicas, bem como todo o material a ser utilizado nos experimentos antes de iniciar as análises; 6. Utilizar exclusivamente material estéril; 7. No caso de derramamento de material contaminado, proceder imediatamente a desinfecção das superfícies com álcool a 70% ou formol a 10% e antissepsia dos tecidos vivos com solução iodada a 2%. O mesmo procedimento deverá ser repetido se ocorrer ferimentos ou cortes. 8. Não comer, beber, se maquiar ou fumar no laboratório; 9. Manter canetas, dedos e outros objetos longe da boca; 10. Não utilizar material de uso pessoal para limpar os objetos de trabalho; 11. Avisar ao Professor e/ou ao Monitor em caso de contaminação acidental; 12. Depositar todo material utilizado em recipiente de descarte adequado, jamais os deixando sobre a bancada; 13. Flambar alças, agulhas e pinças metálicas antes e após o uso; 14. Após a leitura das placas cultivadas, colocá-las em recipiente próprio para descarte; 15. Ao acender o bico de Bunsen, verificar se não há vazamento de gás ou substâncias inflamáveis por perto. Não deixar papel sobre as bancadas; 16. Trabalhe sempre com a chama entre você e o material biológico; 17. O laboratório é um local de trabalho que exige calma e tranquilidade, portanto converse apenas o necessário para a compreensão dos assuntos inerentes a cada aula prática. Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia Normas em Laboratórios de Microbiologia Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 16 LEITURA COMPLEMENTAR RISCOS BIOLÓGICOS E CONDIÇÕES DE BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIOS DE MICROBIOLOGIA. Acesse o Link: http://npu.faculdadeages.c om.br/index.php/revistades aude/article/view/218 EDUCAÇÃO PARA A BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS. Acesse o Link: https://periodicos.ufmg.br/i ndex.php/trabedu/article/vi ew/8557 ANÁLISE DO CONHECIMENTO EM BIOSSEGURANÇA DE ACADÊMICOS FORMANDOS DA ÁREA DA SAÚDE. Acesse o Link: http://34.233.57.254/index. php/uninga/article/view/14 14 Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 17 TIPO DE MÁSCARA MATERIAL PARA QUE SERVE? ONDE DEVE SER USADO? Máscaras de proteção de uso não profissional Confeccionadas artesanalmente com tecidos como algodão, tricoline, entre outros. Essas máscaras comuns não possuem um “elemento filtrante”, mas a sua utilização é uma importante medida de saúde pública no combate à Covid-19. Deve ser utilizada por pessoascomuns durante a pandemia, para reduzir a disseminação da Covid- 19. Máscaras Cirúrgicas São máscaras faciais confeccionadas em não tecido de uso médico- hospitalar, que devem possuir uma manta filtrante. Possui eficácia em filtrar microrganismos e reter gotículas, devendo ser testadas e aprovadas conforme a norma ABNT NBR 15052. Deve ser usada por pacientes com sintomas de infecção respiratória (como febre, tosse, dificuldade para respirar) e por profissionais de saúde e de apoio que prestam assistência a menos de um metro do paciente suspeito ou caso confirmado. Equipamentos de Proteção Respiratória Os respiradores cobrem o nariz e a boca, possuindo um filtro eficiente para reduzir a exposição respiratória a contaminantes químicos ou biológicos a que o profissional é submetido em seu trabalho. Há inúmeros tipos de respiradores, de acordo com o risco e a atividade. Retêm gotículas e protegem contra aerossóis contendo vírus, bactérias e fungos, a depender de sua classificação. Para proteção contra aerossóis contendo agentes biológicos, o respirador deve ter um filtro com aprovação mínima PFF2/P2 ou N95. Respiradores com classificação PFF2 apresentam eficiência mínima de filtração de 94%, já os respiradores N95 apresentam eficiência mínima de filtração de 95%. Profissionais da área da saúde expostos à locais de alto risco de contaminação. Tabela 1 - Máscaras: tipos, materiais, uso e função. OBSERVAÇÃO: Gotículas ≠ Aerossol - As gotículas têm tamanho maior que 5 µm (micrômetros). Elas podem atingir a via respiratória alta, ou seja, a mucosa das fossas nasais e a mucosa da cavidade bucal. Nos aerossóis, as partículas são menores e permanecem suspensas no ar por longos períodos. Quando inaladas, podem penetrar mais profundamente no trato respiratório. Existem doenças de transmissão respiratória por gotículas e por aerossóis que requerem modos diferentes de proteção Sinalizações de Laboratório Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 18 ASCOM/ANVISA. COVID 19: tudo sobre máscaras faciais de proteção. Portal Anvisa, 2020. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/noticias>. Acesso em: 23 ago. 2020. DOS SANTOS, P. B.; HERMES, D. M.; SUSIN, L.; MOREIRA, T. R. ANÁLISE DO CONHECIMENTO EM BIOSSEGURANÇA DE ACADÊMICOS FORMANDOS DA ÁREA DA SAÚDE. REVISTA UNINGÁ, [S.l.], v. 53, n. 1, jul. 2017. FRANCO, A. G.; FRANCO, A. B. G.; DE CARVALHO, G. A. P.; RAMOS, E. V.; DIAS, S. C. Surgical masks in times of coronavirus. InterAmerican Journal of Medicine and Health, v. 3, 2020. GEISBERT, T. W. Marburg and Ebola Vírus Hemorrhagic Fevers. In: BENNETT, J. E.; DOLIN, R.; BLASER, M. J. (Eds). Mandell, Douglas and Bennett’s Infectious Disease Essentials. Philadelphia: Elsevier, 2017. p.2138-2142. GOLDIM, J. R. Conferência de Asilomar. 1997. Http://www.ufrgs.br/HCPA/gppg/asilomar.html. INSERM. Les Risques Biologiques en Laboratoire de Recherche. Paris: Institut Pasteur, 1991. JESUS, R. C. A. 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Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 19 Procedimentos da Aula Prática Referências Bibliográficas 2 VIDRARIAS E EQUIPAMENTOS Conhecer as vidrarias, utensílios e equipamentos comumente encontrados em um laboratório de Microbiologia; Evidenciar os procedimentos adequados para lavagem, secagem e preparo das vidrarias utilizadas nas aulas práticas. Objetivos da aula 1. INTRODUÇÃO SAIBA MAIS! Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE Comumente em nossas vidas acadêmicas, visitamos laboratórios dos mais diversos tipos, mas nessa aula, nosso foco será no laboratório de Microbiologia. Para os que não são familiarizados com o mesmo, esse tipo de laboratório trabalha com diversos microrganismos, patogênicos ou não, para as mais diferentes finalidades, sendo geralmente amplos e bem estruturados. As vidrarias clássicas, como béquer, tubos de ensaio, pipetas, entre outros, são essenciais em qualquer laboratório. Sendo importante saber a utilidade das vidrarias, e com ela, o seu grau de exatidão. Aferir o volume em um balão volumétrico ou proveta é muito mais fácil e preciso quando comparado a um béquer, por exemplo. Alguns utensílios também são utilizados, como a alça bacteriológica e a pisseta, sendo também importantes para a realização das atividades de rotina. Na tabela 1, estão listadas algumas vidrarias e utensílios utilizados em um laboratório de Microbiologia. Nos laboratórios que manipulam microrganismos é necessário que estes possuam alguns equipamentos essenciais para o cultivo, estudo e manutenção dos mesmos, tais como: estufa, autoclave e dependendo do tipo de pesquisa, o mesmo pode ter também equipamentos mais sofisticados, como um termociclador e um espectrofotômetro, muito usados em pesquisas na área de biologia molecular de microrganismos. Na tabela 2, estão listados os principais equipamentos. Placas de Petri Balão de Erlenmeyer O nome foi dado a este instrumento de laboratório em honra ao bacteriologista alemão J. R. Petri (1852-1921) que a inventou em 1877 quando trabalhava como assistente de Robert Koch. Erlenmeyer kolben é um frasco em balão, usado como recipiente no laboratório, inventado pelo químico alemão Emil Erlenmeyer. VIDRARIAS UTENSÍLIOS Béquer Agulha de platina Bastão de vidro Alça bacteriológica Kitassato Bisturi Balão volumétrico Caçapas de plástico Erlenmeyer Estantes para tubos de ensaio Pipetas Garfo de platina Pistilo e almofariz Lamparina Placas de Petri Lâminas de corte Proveta Pêra Tubos de ensaio Pisseta Tabela 1 - Vidrarias e utensílios utilizados em um laboratório de Microbiologia. Vidrarias e Equipamentos 21 Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE SAIBA MAIS! Tabela 2 - Equipamentos encontrados em um laboratório de Microbiologia. 1.1 Lavagem de vidrarias Todas as vidrarias utilizadas em um laboratório devem ser lavadas inicialmente com água e sabão neutro. Em algumas ocasiões, se faz o uso de soluções químicas, como as soluções sulfocrômica, potassa alcoólica e a sulfonítrica. Comumente ainda se usa a sulfocrômica, apesar de comprovadamente levar ao desenvolvimento de câncer, além de causar impactos ambientais. Esta solução deve ficar em contato com vidraria a ser lavada por um período de tempo variável em função do grau de sujidade do mesmo. Assim, vidrarias relativamente limpas necessitam apenas de alguns minutos, enquanto que se houver resíduos talvez seja necessário deixar toda uma noite. Devido sua intensa ação corrosiva, é de boa prática colocar o frasco desolução em bandeja de vidro, chumbo ourevestida com chumbo, e em seguida, lavar com água destilada. Outro ponto importante na rotina de um laboratório de Microbiologia é saber quando, onde e como descartar materiais contaminados, bem como assegurar que todos os itens necessários à pesquisa ou rotina sejam esterilizados. Tubos de ensaio e/ou placas de Petri contendo amostras biológicas devem ser sempre descontaminados, visando matar os microrganismos presentes. O melhor método para esterilizar culturas é a autoclavação a uma temperatura de 121 ºC por 15 minutos. Depois que os tubos e/ou placas forem esvaziados, de- Vidrarias e Equipamentos O agitador magnético promove agitação através de um campo magnético formado por um imã acoplado à um pequeno motor e um bastão magnético. 22 Equipamentos Agitador Magnético Estufa de Bacteriológica Autoclave Estufa de Esterilização Balança analítica e/ou semi-analítica Estufas de Secagem Bico de Bunsen Geladeira Bomba de vácuo Manta aquecedora Cabines de Segurança Biológica Micro-ondas Centrífuga Microscópio Contador de Colônias PH metro Espectrofotômetro Termociclador SAIBA MAIS! A solução sulfocrômica é uma mistura de ácido sulfúrico, dicromato de potássio e água. Essa solução é extremamente oxidante! LEITURA COMPLEMENTAR Vidraria UFSCar – Link para o acesso: https://www.youtube.com/ watch?v=0PR72f-VM-8 https://www.youtube.com/watch?v=0PR72f-VM-8 https://www.youtube.com/watch?v=0PR72f-VM-8 https://www.youtube.com/watch?v=0PR72f-VM-8 https://www.youtube.com/watch?v=0PR72f-VM-8 https://www.youtube.com/watch?v=0PR72f-VM-8 https://www.youtube.com/watch?v=0PR72f-VM-8 Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE vem ser escovados com sabão neutro e água corrente, e lavados com água destilada. Em laboratórios que não possuem autoclave, o descarte de microrganismos pode ser feito colocando-se o material em contato com formol por aproximadamente 24 horas, garantindo então, que as culturas presentes nos tubos ou placas sejam mortas. 1.2 Secagem da vidraria A vidraria lavada deverá ser colocada em estufa de secagem a 70 ºC e posteriormente deve ser devidamente montada para esterilização. Pode-se optar pela secagem natural, neste caso a vidraria lavada deve ser colocada em bandejas e deixada à temperatura ambiente até a completa evaporação de água. 1.3 Preparo e montagem do material A montagem do material consiste na preparação do mesmo para a esterilização, evitando sua contaminação após o processo. Por exemplo: - Placas de Petri: devem ser montadas e embrulhadas em papel madeira e barbante e/ou fita adesiva, identificando-se a data, quantidade, tamanho das placas, e ocasionalmente, o nome do responsável pela montagem. - Tubos: tubos de repique (aqueles onde são isolados os microrganismos) devem ser devidamente tampados, porém as tampas não devem ficar muito apertadas (tubos rosqueados). Tubos de ensaio e de hemólise (não rosqueados) devem ser vedados com tampões de algodão. Após montados, devem ser embrulhados em papel madeira e devidamente identificados. Os tampões devem penetrar 2 a 3 cm no interior dos tubos e permanecerem bem ajustados, pois permitem a entrada do ar e retêm os microrganismos. - Pipetas: a montagem de pipetas pode ser feita a partir de um dos dois procedimentos: colocação em recipientes metálicos com a parte de aspirar para cima ou enrolados individualmente em papel manteiga, com algodão inserido em sua extremidade. LEITURA COMPLEMENTAR 23 Tem interesse de ler mais sobre o assunto? Acesso o Link: https://www.researchgate.n et/profile/Francisco_Pereir a20/publication/33974779 2_Microbiology_Laborator yIn_Portuguese_Laborator io_de_Microbiologia/links/ 5e627d3a92851c7ce049e3 40/Microbiology- LaboratoryIn-Portuguese- Laboratorio-de- Microbiologia.pdf Vidrarias e Equipamentos CURIOSIDADE! DOMINÓ DE VIDRARIAS UMA PROPOSTA ALTERNATIVA PARA O ENSINO DE VIDRARIAS DE LABORATÓRIO: DOMINÓ DAS VIDRARIAS – Link: http://www.abq.org.br/s impequi/2016/trabalhos /90/8883-22213.html https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdfhttps://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf http://www.abq.org.br/simpequi/2016/trabalhos/90/8883-22213.html http://www.abq.org.br/simpequi/2016/trabalhos/90/8883-22213.html http://www.abq.org.br/simpequi/2016/trabalhos/90/8883-22213.html http://www.abq.org.br/simpequi/2016/trabalhos/90/8883-22213.html http://www.abq.org.br/simpequi/2016/trabalhos/90/8883-22213.html Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 24 Procedimentos da Aula Prática Referências Bibliográficas Materiais utilizados na aula prática • Vidrarias diversas (pipetas, tubos de ensaio, placas de Petri etc); • Papel madeira, algodão, fita adesiva e caneta. • Exibição de vidrarias e nomenclaturas em slides; • Exibição de vidrarias • Nomenclaturas em slides MADIGAN, M. T.; MARTINKO, J. M.; PARKERT, J. Microbiologia de Brock. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. Vidrarias e Equipamentos 3 TÉCNICA DE COLORAÇÃO DE GRAM E VISUALIZAÇÃO DE BACTÉRIAS Efetuar todos os procedimentos atentando para a biossegurança Aprender a confeccionar um esfregaço e fazer sua fixação a partir de uma amostra bacteriana Identificar e executar as etapas da técnica de coloração de Gram Reconhecer as principais formas e arranjos bacterianos Classificar as bactérias de acordo com a técnica de coloração de Gram Objetivos da aula INTRODUÇÃO Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 26 Como a maioria dos microrganismos parece quase incolor quando são visualizados ao microscópio óptico, frequentemente precisamos prepará-los para observação. Uma das formas pela qual isto pode ser feito é através da coloração. O processo de coloração consiste em preparações aquosas ou orgânicas de corantes ou grupos de corantes que conferem uma variedade de cores aos microrganismos quando visualizados ao microscópio, enfatizando certas estruturas da espécie em estudo. Quase todos os corantes biologicamente úteis são derivados de alcatrão da hulha. A estrutura química fundamental de muitos deles é o anel benzeno. Os corantes geralmente são compostos por anéis de benzeno unidos por ligações químicas bem definidas (cromóforos), relacionados com a produção de cor. Em termos amplos, os corantes são chamados ácidos ou básicos, ou seja, os corantes básicos tingem estruturas ácidas, como a cromatina nuclear das células; os corantes ácidos reagem com substâncias básicas, como as estruturas citoplasmáticas. Violeta de genciana, verde malaquita, azul de metileno e fucsina são exemplos de corantes básicos. Enquanto, eosina, safranina e nigrosina são exemplos de corantes ácidos. Ambos os tipos são utilizados para a visualização de bactérias (TORTORA et al., 2017). Assim, para aplicar corantes ácidos ou básicos, os microbiologistas usam basicamente três tipos de técnicas de coloração (Tabela 1): Coloração Simples, Coloração Diferencial e Coloração Especial. Tipos de Coloração Função da Técnica Coloração Simples Destaca o microrganismo como um todo, enfatizando a forma celular e as estruturas básicas, esse tipo de coloração consiste em uma solução aquosa ou alcoólica de um único corante, como, por exemplo, azul de metileno, violeta de genciana, fucsina, entre outros. Coloração Diferencial Diferencia e identifica determinados microrganismos, esse tipo de coloração interage de modo distinto com diferentes tipos de bactérias. Coloração Especial Evidencia estruturas como cápsulas, endósporos e flagelos, é muito útil para auxiliar na identificação de determinados microrganismos dotados dessas microestruturas. Tabela 1 - Tipos de técnicas de coloração e suas funções. Como armazenar os corantes? Utiliza-se recipientes de cor âmbar escuro, pois, de forma geral, as substâncias corantes sofrem ação da luz, produzindo alterações variadas. Os corantes devem ser colocados em frascos de 1 litro e distribuídos em frascos de menor capacidade, para uso diário. Sempre que forem reabastecidos os frascos de uso, filtre o corante. Este procedimento evitará os inconvenientes advindos da precipitação do corante. CURIOSIDADE! Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 27 3.1 Coloração de Gram 3.1.1 Histórico A técnica de coloração de Gram foi descrita inicialmente pelo médico bacteriologista e farmacologista dinamarquês Hans Christian Joachim Gram, em 1884, que recebeu o nome em sua homenagem. Ele desenvolveu esta técnica enquanto pesquisava uma maneira para demonstrar a bactéria Streptococcus pneumoniae em tecido pulmonar de pacientes que morreram de pneumonia (PELCZAR et al., 1996). 3.1.2 Definição e Mecanismo Simplificado A coloração de Gram é uma técnica de coloração diferencial utilizada para distinguir bactérias Gram-positivas e Gram- negativas. MECANISMOS DA TÉCNICA Aplicação de um corante primário, que irá corar todas as bactérias da amostra. Aplicação de um mordente, fixando ainda mais o corante aplicado anteriormente. Aplicação de uma solução descorante, que irá retirar o corante primário de alguns microrganismos, deixando-os descorados. Aplicação de um contra corante, o qual irá corar as bactérias que estão incolores, ou seja, as que foram descoradas, enquanto que as bactérias coradas com o corante primário não irão reter o contra corante, permanecendo coradas com a coloração inicial. 3.1.3. Classificação O mecanismo da coloração de Gram baseia-se nas diferenças da estrutura da parede celular das bactérias diferenciando em Gram (+) e Gram (-), de acordo com a reação aos vários reagentes utilizados. A composição química da parede celular é usada para diferenciar os principais tipos de bactérias. A parede celular bacteriana promove rigidez estrutural, confere forma à célula e cria uma barreira física contra o ambiente externo. O componente rígido da parede celular da maioria das espécies de bactérias é constituído de glicopeptídeo (peptideoglicano). A estrutura do glicopeptídeo é formada por um esqueleto de resíduos de carboidratos formados por unidades alternadas de N-acetilglicosamina e ácido N-acetilmurâmico (Figura 2). Quer saber um pouco mais sobre Hans Christian Joachim Gram? Acesso o link: http://ve.scielo.org/scielo .php?script=sci_arttext& pid=S1315- 25562003000200020 e leia o artigo publicado no ano de 2003 que relata brevemente sobre um pouco da história de vida deste tão renomado nome da área da Microbiologia. REFERÊNCIA: SANTIAGO, A. R. Hans Christian Joachim Gram. Rev. Soc. Ven. Microbiol., Caracas , v. 23, n. 2, p. 200- 201, jul. 2003. SAIBA MAIS! Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 28 A parede celular de uma bactéria Gram-positiva típica é composta por muitas camadas de peptideoglicano e contém ácidos teicóicos, que consistem,primariamente de um álcool (como glicerol ou ribitol) e fosfato (Figura 3) . Existem duas classes de ácidos teicóicos: os ácidos teicóicos da parede, que estão ligados a camada de peptideoglicano, e os ácidos lipoteicóicos, que atravessam a camada de peptideoglicano e ligam-se à membrana plasmática. Quando coradas pela técnica de Gram, as bactérias Gram (+) coram-se com tons de púrpura, adquirindo um aspecto roxo. Devido a sua extensa camada de peptideoglicano, elas não perdem as partículas de corante que estão aderidas a sua parede celular ao serem tratadas com uma solução descorante (TORTORA et al., 2017). Bactérias Gram-positivas Bactérias Gram-negativas A parede celular de uma bactéria Gram-negativa consiste em apenas uma ou algumas camadas de peptideoglicano e uma membrana externa constituída de lipopolissacarídeos, lipoproteínas e fosfolipídeos, a qual apresenta proteínas transmembranas, as porinas, que formam canais que permitem a passagem de moléculas. O peptideoglicano ligado a lipoproteínas situa-se no espaço periplásmico, um espaço entre a membrana externa e a membrana plasmática (Figura 4). Ao serem coradas pelo método de Gram, as bactérias Gram (-) coram-se em púrpura, porém, a aplicação do descolorante rompe a camada externa de lipopolissacarídeos, o que permite a retirada das partículas do corante primário através da fina camada de peptideoglicano. Em seguida, a aplicação de um contra corante, como a safranina, permite que sejam novamente coradas, possibilitando a visualização ao microscópio óptico (TORTORA et al., 2017). Bactérias Gram variáveis As bactérias Gram variáveis, também conhecidas como Gram lábeis, são aquelas que podem apresentar tanto um aspecto de Gram (+) como de Gram (-). O resultado da coloração de Gram, evidenciando bactérias Gram variáveis, muitas vezes está relacionado com o estado fisiológico da célula. Quer saber um pouco mais sobre as diferenças entre as paredes celulares de bactérias Gram- positivas e Gram- negativas? Busquem em livros base utilizados como referência bibliográfica em diversos cursos de Microbiologia no mundo. Abaixo estão algumas obras e seus respectivos capítulos onde o tema é abordado: TORTORA, G.J., FUNKE, B.R., CASE, C.L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed , 2017. (Capítulo 4 – páginas 80- 85. MADIGAN, M.T., MARTINKO, J.M ., PARKERT, J. Microbiologia de Brock. 14. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016 (Capítulo 2 – Páginas 41 – 45). LEITURA COMPLEMENTAR Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 29 São aquelas que não se coram através da técnica de coloração de Gram. Isso se deve a diversos fatores, tais como: • Ausência de parede celular. Por exemplo, bactérias do gênero Mycoplasma. • Composição química peculiar da parede celular. Por exemplo, as bactérias que possuem uma grande quantidade de lipídeos na parede celular, como as do gênero Nocardia. • Parede celular muito fina. Por exemplo, bactérias do gênero Treponema. Bactérias Não Reativas Geralmente as culturas jovens respondem melhor à diferenciação tintorial. As culturas velhas de Gram (+) podem se apresentar como Gram variável, pela perda da capacidade de retenção do corante (SOARES et al., 1987). 3.1.4. Reagentes Utilizados →Cristal violeta: Corante primário utilizado para evidenciar todas as células bacterianas presentes na amostra, corando-as com tons de púrpura. →Lugol: Mordente à base de iodo, utilizado para intensificar a ação do corante primário. →Álcool/Acetona: Agente descorante utilizado para diferenciação da bactérias Gram (+) (que ao serem tratadas com ele sofrem uma desidratação na parede celular com consequente retração dos poros, o que impede a saída das partículas do corante primário) e bactérias Gram (-) (que sofrem um rompimento da membrana externa em consequência da dissolução dos lipídeos presentes, acarretando a retirada do corante através da fina camada de peptideoglicano). →Fucsina/Safranina: Contra corantes utilizados para corar bactérias Gram (-), pois estas ficam incolores após o tratamento com o agente descorante. Cristal Violeta Lugol Álcool/Acetona Fucsina Figura 1 - Reagentes utilizados na Coloração de Gram. Lugol - para preparar essa solução, pese 4,5 gramas de iodeto de potássio. Transfira o iodeto de potássio para um béquer contendo 450 ml de água destilada. Com o auxílio de um bastão de vidro, misture até a completa dissolução. Em seguida, pese 3 gramas de iodo metálico e junte à solução de iodeto de potássio. Continue misturando até a completa dissolução. Armazene em frasco de vidro escuro, previamente lavado, seco e rotulado. CURIOSIDADE! CURIOSIDADE! O diferenciador (agente descolorante) há 100 anos era uma mistura de solventes. Hoje se usa apenas o álcool etílico (99,5º Gay Lussac). Este é mais seguro do que o álcool acetona, que requeria grande habilidade do operador para que não ocorresse a hiper descoloração. Além do que, não permitia uma boa reprodutibilidade da técnica. Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 30 Figura 2 - Estrutura do Peptideoglicano (Componente da parede celular das bactérias). Imagem: TORTORA et al., 2017 Figura 3 - Estrutura da Parede Celular de uma Bactéria Gram-positiva. Imagem: TORTORA et al., 2017 Figura 4 - Estrutura da Parede Celular de uma Bactéria Gram-negativa. Imagem: TORTORA et al., 2017 Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 31 1. Inicialmente se prepara um esfregaço: O mesmo pode ser proveniente de um espécime biológico (por exemplo: amostras clínicas, água, solo etc) ou de uma colônia. O esfregaço deve ser confeccionado a partir de um espécime biológico, para isso um filme delgado da amostra deve ser passado sobre a lâmina de microscopia, utilizando uma alça de platina flambada. Para preparar um esfregaço a partir de uma colônia, devem- se seguir os seguintes passos: - Coleta-se as colônias bacterianas de uma cultura pura com a alça de platina, previamente flambada, e transfere-se para um tubo de ensaio contendo solução salina isotônica; - Mergulha-se uma alça de platina flambada no inóculo bacteriano e espalha-se o conteúdo em uma lâmina de microscopia (esfregaço). 2. Após a confecção do esfregaço, o mesmo pode ser fixado através de duas formas: - Passando a lâmina com o material biológico através do bico de Bunsen/Lamparina, 3 a 4 vezes, com o lado do esfregaço voltado para cima; - Recobrindo a lâmina com álcool por 1’. 3. O esfregaço bacteriano, previamente fixado, deve ser recoberto por um corante primário básico, normalmente o cristal violeta de genciana. Esse corante irá corar todas as células presentes na amostra. 4. Após 1 minuto, lava-se a lâmina com água destilada, desprezando-se o excesso de corante. 5. Em seguida, aplica-se o mordente, lugol, que irá intensificar a ação do primeiro corante utilizado, formando um complexo molecular (complexo violeta-iodo) maior que a molécula de cristal violeta que penetrou na parece celular da bactéria, dificultando, assim, a retirada do corante da mesma. 6. Após 1 minuto, prossegue-se com uma nova lavagem com água destilada. Nesta etapa, todas as células bacterianas presentes na amostra estarão coradas em tons de púrpura. 7. Posteriormente, cobre-se a lâmina com um agente descolorante, álcool-acetona ou álcool 70%, que irá descorar algumas bactérias e outras não, considerando presença de bactérias Gram (+) e Gram (-) na amostra. 8. Logo em seguida, procede-se outra lavagem com água destilada pararetirar o álcool. Processo de Coloração As aulas práticas em um laboratório de Microbiologia são, muitas vezes, onerosas, tornando inviável a realização das mesmas em ambientes com poucos recursos financeiros. Como futuros licenciados, deve-se estar preparado para o ensino de seres microscópicos sem os suportes técnicos necessários, que são ausentes em muitas escolas. Logo, segue abaixo o link de um Trabalho de Conclusão de Curso que viabiliza a realização de aulas práticas em Microbiologia se utilizando de materiais alternativos: https://repositorio.ufpe.br/ha ndle/123456789/28918 “MICROBIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO: PROPOSTA DE UM ROTEIRO DE AULAS PRÁTICAS EXPERIMENTAIS COM MATERIAIS ALTERNATIVOS” LEITURA COMPLEMENTAR Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 32 9. Aplica-se o contra corante por 30 segundos. Este irá corar as Gram (-), que estão incolores, e não reagirá com as Gram (+), pois a retração dos poros da camada superficial de peptideoglicano impede a entrada de um novo corante. 10. Realiza-se uma ultima lavagem com água destilada para tirar o excesso de contra corante e deixa-se secar. Figura 5 - Procedimentos da Técnica de Coloração de Gram. Imagem: TORTORA et al., 2017 Figura 6 - Streptococcus spp. Fonte: www.bigmedicine.ca/sachavais.htm Forma: Coco Arranjo: Estreptococo Cor: Púrpura Classificação: Gram Positiva Figura 7 - Escherichia coli. Fonte: www.suite101.com/view_image.cfm/180490 Forma: Bastonete Cor: Vermelha Classificação: Gram Negativa Visualização em Microscopia Resultado da Técnica de Coloração de Gram Imagem: MADIGAN et al., 2016 http://www.bigmedicine.ca/sachavais.htm http://www.suite101.com/view_image.cfm/180490 Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 33 Materiais utilizados na Aula Prática -Microscópio Óptico -Óleo de Imersão -Conta-gotas -Lâminas de Vidro -Depósito de descarte com Hipoclorito de Sódio -Papel Absorvente -Pisseta -Água Destilada -Álcool -Lugol -Cristal Violeta -Fucsina Procedimentos da Aula Prática -Coletar o espécime biológico de acordo com as normas de biossegurança; -Identificar a lâmina que será utilizada com o nome do espécime biológico, data e nome da equipe -Confeccionar, com auxílio da alça de platina flambada, um esfregaço bacteriano delgado e homogêneo. - Fixar o esfregaço na lâmina utilizando a chama do bico de Bunsen/Lamparina. -Cobrir o esfregaço com o cristal violeta por 1 minuto. -Escorrer o cristal violeta e lavar a lâmina com água destilada. -Cobrir o esfregaço com lugol por 1 minuto. Novamente, lavar a lâmina com água destilada. Cobrir o esfregaço com álcool até que não haja desprendimento do corante primário. Lavar a lâmina com água destilada. Cobrir o esfregaço com fucsina por 30 segundos; -Escorrer a fucsina e lavar com água destilada. Secar a lâmina, cuidadosamente, com papel absorvente. -Observar ao microscópio óptico (inicialmente, focalize com as objetivas de menor aumento e, em seguida, coloque uma gota de óleo de imersão sobre o esfregaço e encaixe a objetiva de 100x) , analisando a reação tintorial das bactérias, além da forma e do arranjo das mesmas. Quer relembrar os procedimentos realizados na coloração de Gram? Acesse o link a seguir: https://www.youtube.co m/watch?v=mF3jAU6D y4I e veja um curto vídeo onde se é demonstrada toda a técnica que realizados durante a aula. . INDICAÇÃO! Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 34 Referências Bibliográficas MADIGAN, M. T.; MARTINKO, J. M.; PARKERT, J. Microbiologia de Brock. 14. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. PELCZAR, J. P.; CHAN, E. C. S.; KRIEG, N. R. Microbiologia Conceitos e aplicações. Volume 1. 2. ed. São Paulo: Makron Books,1996. RIBEIRO, M. C.; SOARES, M. M. S. R. Microbiologia Prática. 1. São Paulo: Atheneu, 2002. SANTIAGO, A. R. Hans Christian Joachim Gram. Rev. Soc. Ven. Microbiol., v. 23, n. 2, p. 200- 201, jul. 2003. SILVA, F. G. L. Microbiologia No Ensino Médio: Proposta De Um Roteiro De Aulas Práticas Experimentais Com Materiais Alternativos. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas) – Universidade Federal de Pernambuco, Vitória de Santo Antão, 2018. SOARES, J. B.; CASIMIRO, A. R. C; ALBUQUERQUE, L. M. B. Microbiologia Básica. 1. ed. Fortaleza: Edições UFC, 1987. TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed , 2017. 4 PREPARO DE MEIOS DE CULTURA Conhecer a classificação dos meios de cultura Identificar as etapas de preparo dos meios de cultura Descrever os fatores que podem interferir na preparação dos meios de cultura Objetivos da aula Preparo de Meios de Cultura 1. INTRODUÇÃO O cultivo dos microrganismos em condições laboratoriais é um pré-requisito para seu estudo adequado. Para que isso possa ser realizado é necessário o conhecimento de suas exigências nutricionais e dos fatores físicos e/ou ambientais requeridos. Assim, os meios de cultivo, também chamados meios de cultura são utilizados com o propósito de fornecer as condições nutricionais mínimas para o cultivo artificial desses seres vivos. Os meios de cultura devem conter todas as substâncias exigidas pelos microrganismos para o seu crescimento e multiplicação. Para que os microrganismos possam fazer a síntese de sua própria matéria nutritiva devem dispor de fontes de carbono (proteínas, açúcares), fontes de nitrogênio (peptonas) e outras fontes de energia. São também necessários alguns sais inorgânicos, vitaminas e outras substâncias favorecedoras do crescimento. Certos microrganismos crescem na maioria dos meios de culturas (como a Escherichia coli), outros necessitam de meios especiais, por isso são chamados de fastidiosos (como as bactérias do gênero Streptococcus que necessitam de meios contendo sangue em sua composição), e existem ainda aqueles que não são capazes de crescer em nenhum meio de cultura já desenvolvido (como a espécie Treponema pallidum). Os meios de cultura devem ser utilizados para os seguintes propósitos: - Promover o crescimento e isolamento de microrganismos; - Pesquisar as características bioquímicas; - Conhecer as necessidades nutritivas; - Estudar as morfologias das colônias; - Pesquisar o perfil de susceptibilidade dos microrganismos às drogas antimicrobianas. Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 36 CURIOSIDADE! Já ouviu falar de cultivo celular? Também chamado de cultura de células, compreende um conjunto de técnicas que permitem manter células e tecidos in vitro, conservando ao máximo suas propriedades fisiológicas, bioquímicas e genéticas. Atualmente é amplamente usado em pesquisas sobre o câncer, fabricação de vacinas, produção de proteína recombinante, seleção e melhoria de medicamentos, terapia genética, biologia de células-tronco e tecnologia de fertilização in vitro. 1.1 Classificação dos Meios de Cultura Os meios de cultura destinam-se ao cultivo artificial dos microrganismos e fornece os princípios indispensáveis ao seu crescimento. Dessa maneira, os meios são classificados quanto à: consistência, função, composição, natureza e pH. 1.2 Quanto à consistência A consistência de um meio está diretamente relacionada com a presença e a concentração de um agente solidificante, como o ágar, no mesmo. Baseando-se nisso, os meios podem ser classificadoscomo: - Líquidos: Sob a forma líquida são utilizados para crescimento em massa (não promovem a formação de colônias, mas sim, crescimento por dispersão) São utilizados principalmente para promover crescimento da cultura, replicação da amostra, provas bioquímicas e estudos de fermentação. Também são chamados de caldo. Ex.: Caldo Tioglicolato e BHI Caldo (Brain Heart Infusion Broth). - Semissólidos: Sob a forma semissólida, obtidos pela adição de pequena quantidade de ágar ao meio): para verificação de motilidade (0,5% a 0,075% de ágar) Ex.: Meio SIM (Sulfeto Indol Motilidade). - Sólidos: Sob a forma sólida, são obtidos pela adição de ágar ao meio e propiciam a formação de colônias sobre ou dentro do substrato sólido. Ideal para realização de isolamento de colônias, além de possibilitar uma análise mais delicada da morfologia da colônia (1% a 2% de ágar). Ex: Ágar Batata Dextrose. Preparo de Meios de Cultura Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 37 SAIBA MAIS! O que é o ágar? • É um polissacarídeo obtido de um grupo de algas (normalmente Gelidium) largamente utilizado na indústria alimentícia e farmacêutica. • No começo do século XX, tornou-se o agente solidificante de escolha ao invés da gelatina em meios de cultura para Microbiologia, pois mantém sua firmeza em temperaturas necessárias para o crescimento de muitos patógenos e geralmente é mais resistente a degradação por enzimas bacterianas (Ponto de Fusão = 95ºC). • Salienta-se que o ágar é apenas um agente solidificante, nunca sendo adicionado ao meio de cultura como nutriente, pois, em geral, não consegue ser utilizado pelos microrganismos. Figura 1 - Tudo de ensaio com caldo Tioglicolato e placa de Petri com ágar batata. Fonte: ©Plast Labor, ©MKL Diagnostics AB, 2011. 38 Preparo de Meios de Cultura Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 1.3 Quanto à função Os meios podem ser utilizados com diversos propósitos, como por exemplo, promover o crescimento e/ou o isolamento dos microrganismos, conhecer as necessidades nutritivas dos mesmos, pesquisar características bioquímicas e o perfil de susceptibilidade a antibióticos, entre outros, como exemplos podemos citar: - Meios de transporte: Meios utilizados para garantir a viabilidade dos microrganismos que não podem ser semeados logo após a coleta e que poderiam morrer. Ex.: Stuart, Ringer-Pras (próprio para transporte de bactérias anaeróbias). - Meios de triagem: Meios utilizados para identificação presuntiva ou separação de bactérias em grandes grupos ou níveis taxonômicos mais amplos. Ex. separação de bactérias de uma mesma família. Ex.: Ágar tríplice açúcar ferro (TSI) quando utilizado para triagem de bactérias da família Enterobacteriaceae. - Meios enriquecidos: Aumentam a possibilidade de crescimento da espécie desejada, quando a mesma se encontra em pequeno número, ou demanda nutrientes/fatores de crescimento particulares. Adicionam-se ao meio substâncias de enriquecimento, tais como sangue, soro, ovo, extrato de levedura, extrato de carne, vitaminas etc. Ex: Ágar sangue. - Meios redutores: Meios que servem para crescimento de bactérias anaeróbias obrigatórias, pois possuem substâncias capazes de se combinar com o oxigênio dissolvido, eliminando-o do meio de cultura. Ex.: BHI c/L-cistina. - Meios seletivos: Inibem o desenvolvimento de determinados microrganismos, devido à adição de substâncias inibidoras (antibióticos, sais biliares, substâncias químicas, corantes etc), favorecendo o crescimento dos microrganismos de interesse. Ex.: Ágar MacConkey. - Meios diferenciais: Meios que revelam uma propriedade bioquímica particular, permitindo uma identificação presuntiva. Ex.: caldo lactose c/ vermelho neutro (indicador de fermentação da lactose). Quimicamente falando, o ágar é um composto orgânico, que contém 0,4 a 0,9% de nitrogênio total, 0,03 a 0,009 de amino nitrogênio, 70 a 75% de polissacarídeos, 11 a 22% de umidade e 2 a 4% de cinzas. Galactose, arabinose, xilose e uma pequena quantidade de aminoácidos livres fazem parte do ágar. Os polissacarídeos do ágar são uma mistura de agarose e agaropectina, sendo o primeiro de maior valor e quantidade, inclusive determinando a pureza do mesmo. CURIOSIDADE! 39 Preparo de Meios de Cultura Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 1.4 Quanto à composição - Meios complexos: Possuem os componentes essenciais ao crescimento da maioria dos organismos quimioheterotróficos. A composição química exata não é inteiramente conhecida. Ex.: Caldo nutriente. Fonte: UFIF, 2018. - Meios quimicamente definidos: Meio no qual a composição química exata é conhecida. Ex.: Meio para o cultivo de bactérias quimioheterotróficas exigentes. Fonte: UFIF, 2018. VOCÊ SABIA? Um meio bastante utilizado para cultivo de fungos em geral é o Ágar Sabouraud Dextrose. Criado por Raymond Sabouraud em 1892, possui em sua composição alta quantidade de açúcar, fonte de energia para o desenvolvimento dos fungos mas não para a maioria das bactérias que não o toleram em níveis elevados. 1.5 Quanto à natureza - Animados: São constituídos de células vivas, como, por exemplo, tecidos ou ovos embrionários. - Inanimados: Possuem apenas moléculas inorgânicas em sua composição, podendo ser classificados como naturais, ou seja, constituídos por substâncias provenientes da natureza, ou sintéticos, quando formado por substâncias químicas produzidas em laboratório. 40 Preparo de Meios de Cultura Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 1.6 Quanto ao pH - Tamponado: Para que não haja variação de pH, em consequência da eliminação de metabólitos ao meio, alguns meios são acrescidos de tampões. Um exemplo é o meio RPMI, que ao ser preparado apresenta pH em torno de 7,9, sendo tamponado com MOPS [ácido 3-(Nmorfolinopropano sulfônico)], para atingir pH 7. - Não tamponado: Não são acrescidos de tampões, embora alguns constituintes como a peptona e os aminoácidos possam funcionar como tais. LEITURA COMPLEMENTAR Notícia sobre a Microbiologia e culturas bacterianas, como está o mercado de testes industriais de 2020-2026 ? Acesse o link: https://www.ijxdroid.co m/2020/08/21/microbiol ogia-e-cultura- bacteriana-para-o- mercado-de-testes- industriais-2020- 2026merck-kgaa- himedia-laboratories- laboratorios-bio-rad/ Descrição dos Meios de Cultura Empregados nos Exames Microbiológicos – Módulo IV - ANVISA Acesse o link: http://www.anvisa.gov.br /servicosaude/manuais/m icrobiologia/mod_4_200 4.pdf • Executar as etapas para confecção de meios de cultura. Procedimentos da Aula Prática Materiais Utilizados na Aula Prática Balança semi-analítica; Tampão de algodão; Lamparina e fósforo; Caneta para identificação de vidrarias; Meio de cultura - pó desidratado; Erlemeyer; Béquer para pesagem do pó desidratado; Água destilada; Espátula. Referências Bibliográficas DINIZ, C. G. Roteiro de Aulas Práticas. 2. ed. atual. Juiz de Fora: UFJF, 2018. PERDONCINI, M. R. F. G. Preparo de Meios de Cultura. 1. ed. atual. Apucarana: UTPR, 2018. TORTORA, G. J.; CASE, C. L.; FUNKE, B. R. Microbiologi. 12. ed. Porto Alegre: Artmed Editora, 2016. https://www.ijxdroid.com/2020/08/21/microbiologia-e-cultura-bacteriana-para-o-mercado-de-testes-industriais-2020-2026merck-kgaa-himedia-laboratories-laboratorios-bio-rad/ https://www.ijxdroid.com/2020/08/21/microbiologia-e-cultura-bacteriana-para-o-mercado-de-testes-industriais-2020-2026merck-kgaa-himedia-laboratories-laboratorios-bio-rad/ https://www.ijxdroid.com/2020/08/21/microbiologia-e-cultura-bacteriana-para-o-mercado-de-testes-industriais-2020-2026merck-kgaa-himedia-laboratories-laboratorios-bio-rad/https://www.ijxdroid.com/2020/08/21/microbiologia-e-cultura-bacteriana-para-o-mercado-de-testes-industriais-2020-2026merck-kgaa-himedia-laboratories-laboratorios-bio-rad/ https://www.ijxdroid.com/2020/08/21/microbiologia-e-cultura-bacteriana-para-o-mercado-de-testes-industriais-2020-2026merck-kgaa-himedia-laboratories-laboratorios-bio-rad/ 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Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 42 Os microrganismos na natureza normalmente existem em cultura mistas, com muitas espécies diferentes ocupando o mesmo ambiente. Para determinar as características de um microrganismo, ele deve estar em cultura pura, ou seja, todas as células na população são idênticas no sentido de que elas se originaram de uma mesma célula parental. Em laboratório, os microrganismos são cultivados ou desenvolvidos em material nutriente denominado meio de cultura. O material a ser analisado é colocado no meio de cultura - inóculo. O processo de inoculação pode ser feito mediante técnicas de semeadura. Após a escolha do meio de cultura, o próximo passo que conduzirá ao cultivo in vitro de um microrganismo é a escolha da técnica de inoculação ou semeadura. Essas técnicas variam de acordo com o material biológico a ser analisado, tipo de meio de cultura e a finalidade do cultivo, porém algumas regras devem ser seguidas nas inoculações: • A agulha, o garfo e a alça de níquel cromo (ou de platina) devem ser esterilizados por flambagem antes e após qualquer cultivo, ou seja, devem ser aquecidos ao rubro no cone interno da chama do bico de Bunsen. Havendo sempre o cuidado de esfriá-las antes de introduzi-las na amostra a ser semeada; • Para garantir uma semeadura correta, deve-se evitar ao máximo perfurar ou rasgar meios de cultura sólidos, pois poderá ocorrer acúmulo de bactérias neste setor do meio, além de alterar as condições de crescimento bacteriano;
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