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Apostila - Microbiologia - 2021 1

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Sumário 
1 Normas de Biossegurança em Laboratório de Microbiologia 07 
2 Vidrarias e Equipamentos 21 
3 Técnica de Coloração de Gram e Visualização de Bactérias 26 
4 Preparo de Meios de Cultura 36 
5 Técnicas de Semeadura Primária 42 
6 Visualização do Crescimento Bacteriano e Provas Bioquímicas 50 
7 Eficácia do calor no Crescimento Microbiano 60 
8 Eficácia de Desinfetantes sobre Microrganismos in vitro 72 
9 Antissepsia de Mãos: Experimento de Price 78 
10 Antibiograma 83 
11 Microbiota da Água 88 
12 Microbiota do Corpo Humano 98 
13 Microrganismos em Processos Biotecnológicos 105 
14 Análise Macro e Micromorfológica dos Fungos 110 
15 Microbiota do Ar 117 
Apresentação 
A presente obra é o resultado da compilação de aulas 
práticas que foram ministradas desde 2001 ao Curso de Ciências 
Biológicas do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual 
do Ceará – CCB/CCS/UECE. Com o passar dos anos essas atividades 
práticas foram sendo modificadas e aprimoradas, culminando com o 
presente trabalho. 
A obra está dividida em 15 capítulos que, somados, perfazem 
seu objetivo didático e pedagógico. No geral são abordadas noções de 
biossegurança, apresentação de vidrarias e equipamentos de uso na 
rotina, noções sobre coloração, meios de cultura, semeaduras, provas 
bioquímicas, generalidades sobre calor, desinfetantes, antissepsia e 
antibiograma, abordagem ampla sobre a microbiota (humana, água e 
ar) e a biotecnologia. Em todas as atividades práticas procurou-se 
abordar técnicas fáceis de serem realizadas com o objetivo de 
sedimentar conceitos básicos e despertar o interesse do leitor pelo 
fascinante mundo da Microbiologia. 
O texto foi escrito de forma clara e concisa visando ser 
receptivo e atraente ao leitor, bem como em 2020 passou por uma 
nova organização de suas informações, com a presença de hipertextos 
ao longo dos capítulos como Glossário, Saiba Mais, Curiosidades, 
Indicação, Você Sabia e Leitura Complementar, sendo assim o leitor 
será intelectualmente desafiado a aprender a cada nova prática à 
medida que ela é apresentada. 
Longe de esgotarmos o assunto ou elaborarmos um livro de 
experimentos práticos de referência, nos propomos apenas a ser um 
fio condutor para despertar a curiosidade dos leitores, esperando que 
assim como nós, os autores, vocês busquem se aprofundar nas 
maravilhas desse universo paralelo, aprendendo a respeitar esses 
seres e a conviver com eles de maneira harmônica e simbiótica. 
 Os autores 
Monitores Colaboradores 
(2001/2020) 
Esta apostila foi aprimorada e ampliada com o apoio, 
sugestões e participação efetiva dos monitores da disciplina de 
Microbiologia do Curso de Ciências Biológicas do Centro de Ciências 
da Saúde da Universidade Estadual do Ceará – CCB/CCS/UECE 
desde 2001 até o presente momento. 
Abaixo listamos os nomes de todos aqueles que 
disponibilizaram tempo a cada um dos capítulos dessa apostila com o 
passar dos anos, registramos nossos agradecimentos a cada um. 
 Marcela Saldanha Lima Ferreira (2001/2003) 
 Sâmia Lima Carneiro (2003/2005) 
 Claudia Suellen Ferro de Oliveira (2005) 
 Miriam Luzia Nogueira (2006) 
 Emanuele Silva de Oliveira (2007) 
 Chistiane Oliveira Coura (2007) 
 Charles Ielpo Mourão (2008) 
 Cecilia Leite Costa (2008) 
 Rafaelle Vanessa de Oliveira Leite (2008) 
 Michael Robert Martins Rocha (2009) 
 Kandarpa Silva Galas (2010) 
 Lívia Maria Pereira Galdino (2011) 
 Roberta Silva Rizzo (2011) 
 Edlany Pinho Romão (2012) 
 Edlany Pinho Romão (2013) 
 Jamylle Ohana Silva Almeida (2014) 
 Ana Léa de Oliveira Araújo (2015) 
 Jonas Felipe da Silva Araújo (2016) 
 Itatiaia de Souza Sampaio (2017) 
 Isadora Martins Pereira (2018) 
 Francisca Robervânia Soares dos Santos (2019) 
 Vinícius Carvalho Pereira (2020) 
1 
NORMAS DE BIOSSEGURANÇA 
EM LABORATÓRIOS DE 
MICROBIOLOGIA 
 Conhecer a história e definições da biossegurança 
 Descrever os níveis de biossegurança 
 Aprender sobre as Boas Práticas Laboratoriais (BPL) 
 Identificar a sinalização e conhecer seus significados 
Objetivos da aula 
Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia 
1. INTRODUÇÃO 
A lógica da construção do conceito de Biossegurança teve seu 
início na década de 1970 na reunião de Asilomar na Califórnia, 
onde a comunidade científica iniciou a discussão sobre os 
impactos da engenharia genética na sociedade. Esta reunião, 
segundo Goldim (1997), “é um marco na história da ética aplicada 
à pesquisa, pois foi a primeira vez que se discutiram os aspectos 
de proteção aos pesquisadores e demais profissionais envolvidos 
nas áreas onde se realiza o projeto de pesquisa”. A partir daí o 
termo biossegurança, vem, ao longo dos anos, sofrendo alterações. 
 
Na década de 1970 o foco de atenção voltava-se para a saúde 
do trabalhador frente aos riscos biológicos no ambiente 
ocupacional. De acordo com a Organização Mundial da Saúde 
(WHO, 1993) a definição de biossegurança tratava-se de “práticas 
preventivas para o trabalho em contenção a nível laboratorial, 
com agentes patogênicos para o homem”. 
 
Durante a década de 1980, a própria OMS (WHO, 1993) 
incorporou a essa definição os chamados riscos periféricos 
presentes em ambientes laboratoriais que trabalhavam com 
agentes patogênicos para o homem, como os riscos químicos, 
físicos, radioativos e ergonômicos. Fatores que possam intervim 
nas características psicofisiológicas do trabalhador, promovendo 
desconforto ou comprometendo sua saúde. Exemplos de risco 
ergonômico: o levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, 
monotonia, repetitividade, postura inadequada de trabalho, entre 
outros. 
 
Nos anos 1990, verifica-se que a definição de biossegurança 
sofre mudanças significativas. Em seminário realizado no 
Instituto Pasteur em Paris (INSERM, 1991), observa-se a 
inclusão de temas como ética em pesquisa, meio ambiente, 
animais e processos envolvendo tecnologia de DNA recombinante, 
em programas de biossegurança. 
 SAIBA MAIS! 
 
Histórico da 
Biossegurança 
 
• Primeiros acidentes: 
Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 7 
1941 
• Meyer e Eddie: 
74 casos de 
brucelose. 
1949 
• Sulkin e Pike: 
222 infecções 
virais. 
1951 
• Sulkin e Pike: 
1.342 casos de 
brucelose. 
 
1.1 Definições 
 
 
A biossegurança é um processo funcional e operacional de 
fundamental importância em serviços de saúde, uma vez que 
aborda medidas de controle de infecções para a proteção da 
equipe de assistência e usuários em saúde, reduzindo os riscos à 
saúde e acidentes ocupacionais, bem como exerce um papel 
fundamental na promoção da consciência sanitária e preservação 
do meio ambiente, já que estipula normas sobre a manipulação e 
descarte de resíduos químicos, tóxicos e infectantes. 
 
Uma definição, relatada no artigo de Segata (2020, p. 283), 
conceitua biossegurança como “[...] uma especialidade dedicada 
às ações de contenção de riscos inerentes à exposição a agentes 
biológicos potencialmente contaminantes. Inicialmente, essas 
práticas se remetiam às atividades em laboratório, mas aos 
poucos foram estendidas para os ambientes de saúde e também à 
indústria, ao comércio, à produção agrícola e às relações 
internacionais”. 
 
Outra definição diz que “A Biossegurança é o conjunto de 
ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de 
riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, 
desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, riscos que 
podem com prometer a saúde do homem, dos animais, do meio 
ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos” 
(TEIXEIRA; VALLE, 2010). Este foco de atenção retorna ao 
ambiente ocupacional e amplia-se para a proteção ambiental e a 
qualidade. 
 
A biossegurança é um processo progressivo, deve ser sempre 
atualizado, supervisionado e sujeito à exigênciasde respostas 
imediatas ao surgimento de microrganismos mais resistentes e 
agressivos identificados pelas notificações epidemiológicas. 
 
1.2 Níveis de Biossegurança 
 
 
Existem quatro níveis de biossegurança: NB-1, NB-2, NB-3 e 
NB-4, crescentes no maior grau de contenção e complexidade do 
nível de proteção. O nível de biossegurança de um experimento 
será determinado segundo o organismo de maior risco envolvido. 
 
 
Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia 
Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 8 
 SAIBA MAIS! 
 
Histórico da 
Biossegurança no Brasil 
 
1984 
• 1º Workshop: 
Biossegurança em 
Laboratórios. 
1986 
• Levantamento de 
riscos em laboratório 
FIOCRUZ/INCQS. 
Década 1990 
• 1º projeto de 
fortalecimento das 
ações. 
1995 
• Lei 8.974/95 - Lei 
Brasileira de 
Biossegurança. 
1995 
• Decreto 1.752 - 
Comissão Técnica 
Nacional de 
Biossegurança 
(CTNBio). 
2005 
• Lei 11.105 - Cria o 
Conselho Nacional de 
Biossegurança 
(CNBS), além de 
reestruturar a 
CTNBio, dispõe sobre 
a Política Nacional de 
Biossegurança (PNB). 
É adequado ao trabalho que envolva agentes bem 
caracterizados e conhecidos por não provocarem doença em 
seres humanos sadios e que possuam mínimo risco ao pessoal do 
laboratório e ao meio ambiente. Esse nível se aplica aos 
laboratórios de ensino básico, onde são manipulados os 
microrganismos pertencentes a Classe de Risco 1, por exemplo o 
Bacillus subtilis. 
Não é requerido nenhum tipo de desenho especial das 
instalações. O laboratório não está separado das demais 
dependências da edificação. O trabalho é conduzido, em geral, 
em bancada, com adoção das Boas Práticas Laboratoriais 
(BPL). Equipamentos específicos de proteção ou características 
especiais de construção não são geralmente usados ou exigidos. 
O pessoal do laboratório deve ter treinamento específico nos 
procedimentos realizados na bancada e devem ser 
supervisionados por um profissional treinado em Biossegurança 
e com conhecimentos específicos da área. 
Nível de Biossegurança 1 (NB-1) 
Figura 1 – Típico Laboratório NB-1. 
Fonte: Pharma SCT 
Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia 
9 Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 
• Bactéria Gram-
positiva, saprófita 
comum do solo e da 
água, muito versátil, 
sendo explorada para o 
biocontrole de doenças 
e promotor de 
crescimento de plantas. 
Bacillus subtilis 
CURIOSIDADE! 
É semelhante ao nível de Biossegurança 1, sendo 
acrescentado de especificidades que veremos a seguir. É 
adequado ao trabalho que envolva agentes de risco moderado 
para as pessoas e para o meio ambiente, classificados como 
microrganismos da Classe de Risco 2 (seus representantes 
incluem a maioria das bactérias: S. aureus, E. coli, Salmonella 
sp., Shigella sp., Fungos: Aspergillus e Penicillium e Vírus: 
Rotavírus e Adenovírus). Esse nível aplica-se aos laboratórios 
clínicos ou hospitalares de níveis primários de diagnóstico. 
 
Difere do NB-1 nos seguintes aspectos: 
 
1- O pessoal de laboratório deverá ter um treinamento 
específico no manejo de agentes patogênicos e devem ser 
supervisionados por profissionais competentes; 
2- O acesso ao laboratório deve ser limitado durante os 
procedimentos operacionais; 
3- Precauções extremas serão tomadas em relação a objetos 
perfuro cortantes infectados; 
4- Determinados procedimentos nos quais exista possibilidade 
de formação de aerossóis e borrifos infecciosos devem ser 
conduzidos em cabines de segurança biológica ou outros 
equipamentos de contenção física. 
Figura 2 – Típico Laboratório NB-2. 
Fonte: Pharma SCT 
Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia 
10 Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 
Nível de Biossegurança 2 (NB-2) 
VOCÊ SABIA? 
A Fundação Oswaldo 
Cruz (FIOCRUZ), possui 
em seu portal um 
Sistema de Informação 
em Biossegurança (SIB), 
que conta com uma série 
de informações de fácil 
acesso envolvendo as 
temáticas relacionadas à 
Biossegurança. 
Para mais informações, 
acesse: 
https://portal.fiocruz.br/ 
Possui semelhanças ao nível de Biossegurança 2 e ao nível 
de Biossegurança 1, sendo acrescentado de especificidades que 
veremos a seguir. 
O laboratório de nível de Biossegurança 3, ou de 
contenção, destina-se ao trabalho com agentes de risco biológico 
da classe 3, ou seja, com microrganismos que acarretam elevado 
risco individual e baixo risco para a comunidade, como por 
exemplo o Vírus da Encefalite equina venezuelana e 
Mycobacterium tuberculosis. É aplicável para laboratórios 
clínicos, de diagnóstico, ensino e pesquisa ou de produção onde 
o trabalho com agentes exóticos possam causar doenças sérias 
ou potencialmente fatais, como resultado de exposição por 
inalação. 
A equipe profissional deve possuir treinamento específico 
no manejo de agentes patogênicos, potencialmente letais, 
devendo ser supervisionada por profissional altamente 
capacitado e que possua vasta experiência com estes agentes. 
11 
Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia 
Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 
Figura 3 – Típico Laboratório NB-3. 
Fonte: Pharma SCT 
Nível de Biossegurança 3 (NB-3) 
No ano de 2017, o 
Ministério da Saúde 
possuía 12 laboratórios 
em condições de nível de 
biossegurança 3 (NB3), 
implantados com o 
objetivo de aprimorar a 
capacidade tecnológica 
para realização de 
ensaios diagnósticos que 
exigem condições 
especiais de segurança. 
Mais informações são 
encontradas no site: 
https://saude.gov.br/ 
VOCÊ SABIA? 
Possui semelhanças quanto aos procedimentos e práticas 
estabelecidas ao NB-3, NB-2 e NB-1, sendo acrescentado de 
especificidades que veremos a seguir, sendo que só deve operar 
com técnicos especializados e treinados em procedimentos de 
Biossegurança. 
Recomenda-se que os laboratórios de nível de 
Biossegurança 4, ou de contenção máxima, só funcionem sob o 
controle direto das autoridades sanitárias, além disso, dada a 
grande complexidade do trabalho, a equipe do laboratório 
deverá ter um treinamento específico e completo direcionado 
para a manipulação de agentes infecciosos extremamente 
perigosos. 
É necessária a elaboração de um manual de trabalho 
pormenorizado; este deve ser testado previamente através de 
exercícios de treinamento. O acesso ao laboratório deve ser 
rigorosamente controlado por sistemas automatizados. A 
instalação laboratorial deve estar localizada em uma edificação 
separada ou em uma área controlada dentro do edifício, que seja 
totalmente isolada de todas as outras. 
12 
Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia 
Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 
Figura 4 – Típico Laboratório NB-4. 
Fonte: Pharma SCT 
Nível de Biossegurança 4 (NB-4) 
VOCÊ SABIA? 
Há poucos laboratórios 
classificados como de 
Nível de Biossegurança 4 
no globo terrestre, 
existindo apenas 54 deles 
situados ao redor do 
mundo. A China possui um 
desses laboratórios, 
situado na cidade de 
Wuhan, epicentro inicial 
da pandemia de 
Coronavírus. 
Apesar das suspeitas 
levantadas em todo o 
mundo, o laboratório 
afirma que não há 
suspeitas de que a 
instalação tenha a ver com 
o surto da doença. 
Para mais informações, 
leia a notícia: 
https://conexaopolitica.com.b
r/ultimas/china-construiu-
laboratorio-para-estudar-sars-e-
ebola-perto-do-epicentro-do-
surto-do-virus-corona-eua-
alertaram-em-2017-que-o-
virus-poderia-escapar/ 
O NB-4 é indicado para o trabalho que envolva agentes 
exóticos e perigosos que exponham o indivíduo a um alto risco 
de contaminação de infecções que podem ser fatais, além de 
apresentarem um potencial elevado de transmissão por 
aerossóis, classificados como microrganismosda classe de risco 
4, por exemplo o Vírus Marburg e o Vírus Ebola. 
13 
Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia 
Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 
Figura 5 - Funcionários em laboratório NB-4. 
Fonte: http://qwickstep.com/biosafety-level-4.html 
1.3 Boas Práticas Laboratoriais (BPL) 
Fonte: Ibap Cursos. 
“Boas Práticas de Laboratório (BPL) é um sistema da 
qualidade relativo ao processo organizacional e às condições sob 
as quais estudos não-clínicos referentes a saúde e meio ambiente 
são planejados, realizados, monitorados, registrados, arquivados 
e relatados.” (MOLINARO, 2009). 
Figura 6 - Mapa de Risco. 
O Marburgvírus e o 
Ebolavírus são dois dos 
membros causadores de 
febres hemorrágicas 
virais (VHFs), 
pertencentes à família 
Filoviridae, sendo os 
membros mais 
conhecidos da família, 
especialmente por 
apresentarem taxas de 
mortalidade próximas a 
90%. 
Alguns pesquisadores 
acreditam que os 
mesmos podem ter sido 
sujeitos de programas de 
armas biológicas 
anteriores. 
Para mais informações 
acerca desses dois 
gêneros virais, acessem o 
documento : https://9ca2333f-
a-62cb3a1a-s-
sites.googlegroups.com/site/mande
ll2020b/home/164-
Marburg%26Ebola.pdf?attachauth
=ANoY7cpwDvGcWYzfZjWwZh
o5vGPTQAVh5hkhMWob5jcy1L
BpEDT3hgqbQEj1c2yherd8cvLwj
8hfXrzO24Yx7jHPa1kEW6vgh7L
Z99mA6sdxjp7HfQMcCbynODxk
JsLNOuDHDvAoLzcdbWoVBCG
88o1qhw5cVR8EvTjHL5rp6qx2xd
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fv7D9SZp2Nj3O2rayGdmMexa5I
PGK1APe4IiMtjHpOGnpfek%3D
&attredirects=1 
A imagem acima retrata uma 
micrografia eletrônica do 
vírus Ebola. 
CURIOSIDADE! 
14 
Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia 
Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 
1.3.1 Medidas e Equipamentos de Proteção 
Individual e Coletiva (EPI e EPC) 
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI): 
 
Equipamentos de Proteção Individual ou EPI são 
quaisquer meios ou dispositivos destinados a ser utilizados por 
uma pessoa contra possíveis riscos ameaçadores da sua saúde ou 
segurança durante o exercício de uma determinada atividade. 
Um equipamento de proteção individual pode ser constituído 
por vários meios ou dispositivos associados de forma a proteger 
o seu utilizador contra um ou vários riscos simultâneos. 
Os principais EPI são: 
Figura 7 - Equipamentos de Proteção Individual – EPI. 
Fonte: encurtador.com.br/wCR08 
 Avental ou jaleco de algodão, de mangas 
compridas e punho retrátil; 
 Máscara com filtro apropriado; 
 Luvas de proteção; 
 Protetor facial; 
 Pipetador automático; 
 Pêra de borracha; 
 Óculos de proteção, entre outros. 
O documentário 
intitulado “O brilho da 
morte: 30 anos do césio 
137” relata a versão dos 
envolvidos no maior 
acidente radiológico 
ocorrido no Brasil, no de 
1987 no estado de Goiás, 
a ausência do 
conhecimento acerca dos 
cuidados voltados à 
biossegurança foram um 
dos principais 
motivadores para a 
dimensão do ocorrido. 
Para mais informações 
sobre o caso, assista o 
curto documentário 
realizado em lembrança 
aos 30 anos do fato 
ocorrido, no link: 
https://www.youtube.co
m/watch?v=gCcTxnvZb-
k 
INDICAÇÃO! 
Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia 
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC): 
 
Equipamentos de Proteção Coletiva, ou EPC, são 
equipamentos utilizados para proteção, enquanto um grupo de 
pessoas realiza determinada atividade, ou exercício. Esses 
equipamentos, muitas vezes, são apenas de uso coletivo, por 
exemplo uma máscara de solda ou um cinto de segurança para 
alturas. 
Os principais EPC são: 
 Extintores de incêndio; 
 Chuveiro de Segurança; 
 Lava olhos; 
 Pia para lavagem das mãos; 
 Cabine de Segurança Biológica; 
 Capelas de Exaustão; 
 Caixa de primeiros socorros; 
 Recipientes especiais para transporte de 
material contaminados e/ ou animais. 
Figuras 8, 9 e 10 - Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC. 
Fonte: encurtador.com.br/syGNW 
Fonte: encurtador.com.br/bfi27 
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6
 
15 Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 
VOCÊ SABIA? 
Os profissionais de saúde 
são muito habituados 
com o uso de EPI e EPC, 
porém com a vivência da 
pandemia do 
Coronavírus, alguns 
itens, que até então eram 
ignorados por grande 
parte da população, 
ganharam notoriedade, 
como é o caso das 
máscaras cirúrgicas, 
classificadas como EPI, 
amplamente utilizadas 
em ambientes 
hospitalares e 
laboratórios clínicos. 
Saiba mais sobre a 
importância das 
máscaras cirúrgicas em 
tempo de pandemia, no 
artigo: “MÁSCARAS 
CIRÚRGICAS EM 
TEMPOS DE 
CORONAVÍRUS”, no 
link: 
https://iajmh.emnuvens.com.
br/iajmh/article/view/73 
1. O uso de jaleco, calça comprida e sapato fechado são 
obrigatórios; 
2. Cabelos longos devem ser amarrados de forma a não interferir 
com reagentes e equipamentos; 
3. Limpar e desinfetar a superfície das bancadas antes e depois 
de utilizar; 
4. Lavar as mãos, com água e sabão, ao iniciar o experimento, 
ao sair do laboratório e sempre que for necessário. Se for 
portador de algum ferimento nas mãos procurar não tocar no 
material e usar obrigatoriamente luvas; 
5. Identificar as amostras biológicas, bem como todo o material 
a ser utilizado nos experimentos antes de iniciar as análises; 
6. Utilizar exclusivamente material estéril; 
7. No caso de derramamento de material contaminado, proceder 
imediatamente a desinfecção das superfícies com álcool a 70% 
ou formol a 10% e antissepsia dos tecidos vivos com solução 
iodada a 2%. O mesmo procedimento deverá ser repetido se 
ocorrer ferimentos ou cortes. 
8. Não comer, beber, se maquiar ou fumar no laboratório; 
9. Manter canetas, dedos e outros objetos longe da boca; 
10. Não utilizar material de uso pessoal para limpar os objetos 
de trabalho; 
11. Avisar ao Professor e/ou ao Monitor em caso de 
contaminação acidental; 
12. Depositar todo material utilizado em recipiente de descarte 
adequado, jamais os deixando sobre a bancada; 
13. Flambar alças, agulhas e pinças metálicas antes e após o 
uso; 
14. Após a leitura das placas cultivadas, colocá-las em recipiente 
próprio para descarte; 
15. Ao acender o bico de Bunsen, verificar se não há vazamento 
de gás ou substâncias inflamáveis por perto. Não deixar papel 
sobre as bancadas; 
16. Trabalhe sempre com a chama entre você e o material 
biológico; 
17. O laboratório é um local de trabalho que exige calma e 
tranquilidade, portanto converse apenas o necessário para a 
compreensão dos assuntos inerentes a cada aula prática. 
Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia 
Normas em Laboratórios de Microbiologia 
 Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 16 
LEITURA 
COMPLEMENTAR 
RISCOS BIOLÓGICOS E 
CONDIÇÕES DE 
BIOSSEGURANÇA EM 
LABORATÓRIOS DE 
MICROBIOLOGIA. 
Acesse o Link: 
http://npu.faculdadeages.c
om.br/index.php/revistades
aude/article/view/218 
EDUCAÇÃO PARA A 
BIOSSEGURANÇA EM 
LABORATÓRIOS DE 
ANÁLISES CLÍNICAS. 
Acesse o Link: 
https://periodicos.ufmg.br/i
ndex.php/trabedu/article/vi
ew/8557 
 
ANÁLISE DO 
CONHECIMENTO EM 
BIOSSEGURANÇA DE 
ACADÊMICOS 
FORMANDOS DA ÁREA 
DA SAÚDE. Acesse o 
Link: 
http://34.233.57.254/index.
php/uninga/article/view/14
14 
Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia 
 Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 17 
TIPO DE 
MÁSCARA 
MATERIAL PARA QUE SERVE? 
ONDE DEVE SER 
USADO? 
Máscaras de 
proteção de uso não 
profissional 
Confeccionadas 
artesanalmente com 
tecidos como algodão, 
tricoline, entre outros. 
Essas máscaras comuns 
não possuem um 
“elemento filtrante”, mas a 
sua utilização é uma 
importante medida de 
saúde pública no combate 
à Covid-19. 
Deve ser utilizada por 
pessoascomuns durante a 
pandemia, para reduzir a 
disseminação da Covid-
19. 
Máscaras Cirúrgicas 
São máscaras faciais 
confeccionadas em não 
tecido de uso médico-
hospitalar, que devem 
possuir uma manta 
filtrante. 
Possui eficácia em filtrar 
microrganismos e reter 
gotículas, devendo ser 
testadas e aprovadas 
conforme a norma ABNT 
NBR 15052. 
Deve ser usada por 
pacientes com sintomas 
de infecção respiratória 
(como febre, tosse, 
dificuldade para respirar) 
e por profissionais de 
saúde e de apoio que 
prestam assistência a 
menos de um metro do 
paciente suspeito ou caso 
confirmado. 
Equipamentos de 
Proteção 
Respiratória 
Os respiradores cobrem o 
nariz e a boca, possuindo 
um filtro eficiente para 
reduzir a exposição 
respiratória a 
contaminantes químicos 
ou biológicos a que o 
profissional é submetido 
em seu trabalho. Há 
inúmeros tipos de 
respiradores, de acordo 
com o risco e a atividade. 
Retêm gotículas e 
protegem contra aerossóis 
contendo vírus, bactérias e 
fungos, a depender de sua 
classificação. Para 
proteção contra aerossóis 
contendo agentes 
biológicos, o respirador 
deve ter um filtro com 
aprovação mínima 
PFF2/P2 ou N95. 
Respiradores com 
classificação PFF2 
apresentam eficiência 
mínima de filtração de 
94%, já os respiradores 
N95 apresentam eficiência 
mínima de filtração de 
95%. 
Profissionais da área da 
saúde expostos à locais de 
alto risco de 
contaminação. 
Tabela 1 - Máscaras: tipos, materiais, uso e função. 
OBSERVAÇÃO: Gotículas ≠ Aerossol - As gotículas têm tamanho maior que 5 µm 
(micrômetros). Elas podem atingir a via respiratória alta, ou seja, a mucosa das fossas nasais 
e a mucosa da cavidade bucal. Nos aerossóis, as partículas são menores e permanecem 
suspensas no ar por longos períodos. Quando inaladas, podem penetrar mais profundamente 
no trato respiratório. Existem doenças de transmissão respiratória por gotículas e por 
aerossóis que requerem modos diferentes de proteção 
Sinalizações de Laboratório 
Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia 
 Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 18 
ASCOM/ANVISA. COVID 19: tudo sobre máscaras faciais de proteção. Portal Anvisa, 2020. Disponível 
em: <http://portal.anvisa.gov.br/noticias>. Acesso em: 23 ago. 2020. 
 
DOS SANTOS, P. B.; HERMES, D. M.; SUSIN, L.; MOREIRA, T. R. ANÁLISE DO CONHECIMENTO 
EM BIOSSEGURANÇA DE ACADÊMICOS FORMANDOS DA ÁREA DA SAÚDE. REVISTA UNINGÁ, 
[S.l.], v. 53, n. 1, jul. 2017. 
 
FRANCO, A. G.; FRANCO, A. B. G.; DE CARVALHO, G. A. P.; RAMOS, E. V.; DIAS, S. C. Surgical 
masks in times of coronavirus. InterAmerican Journal of Medicine and Health, v. 3, 2020. 
 
GEISBERT, T. W. Marburg and Ebola Vírus Hemorrhagic Fevers. In: BENNETT, J. E.; DOLIN, R.; 
BLASER, M. J. (Eds). Mandell, Douglas and Bennett’s Infectious Disease Essentials. Philadelphia: 
Elsevier, 2017. p.2138-2142. 
 
GOLDIM, J. R. Conferência de Asilomar. 1997. Http://www.ufrgs.br/HCPA/gppg/asilomar.html. 
 
INSERM. Les Risques Biologiques en Laboratoire de Recherche. Paris: Institut Pasteur, 1991. 
 
JESUS, R. C. A. RISCOS BIOLÓGICOS E CONDIÇÕES DE BIOSSEGURANÇA EM 
LABORATÓRIOS DE MICROBIOLOGIA. Revista de Saúde ReAGES, [S.l.], v. 2, n. 4, p. p. 28-33, jul. 
2019. 
 
MOLINARO, E. M. Conceitos e métodos para a formação de profissionais em laboratórios de saúde: volume 
1. Rio de Janeiro: EPSJV; IOC, 2009. 
 
RIGO, A. H. B.; FONTANA, R. T. EDUCAÇÃO PARA A BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIOS 
DE ANÁLISES CLÍNICAS. Trabalho & Educação, v. 27, n. 1, p. 179-193, 2018. 
 
SEGATA, J. Covid-19, biossegurança e antropologia. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 26, n. 
57, p. 275-313, maio/ago. 2020. 
 
TEIXEIRA, P.; VALLE, S. Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. 2 nd. Rio de Janeiro: Ed. 
Fiocruz, 2010. 
 
WHO. Laboratory Biosafety Manual. Geneva: 2 ed., 1993. 
 
WHO. Laboratory Biosafety Manual. Geneva: 3 ed., 2004. 
 
• Visita ao Laboratório de Microbiologia. 
Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia 
 Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 19 
Procedimentos da Aula Prática 
Referências Bibliográficas 
2 
VIDRARIAS E EQUIPAMENTOS 
 Conhecer as vidrarias, utensílios e equipamentos 
comumente encontrados em um laboratório de 
Microbiologia; 
 Evidenciar os procedimentos adequados para 
lavagem, secagem e preparo das vidrarias utilizadas 
nas aulas práticas. 
Objetivos da aula 
1. INTRODUÇÃO 
 SAIBA MAIS! 
 
 
Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 
Comumente em nossas vidas acadêmicas, visitamos 
laboratórios dos mais diversos tipos, mas nessa aula, nosso foco 
será no laboratório de Microbiologia. Para os que não são 
familiarizados com o mesmo, esse tipo de laboratório trabalha 
com diversos microrganismos, patogênicos ou não, para as mais 
diferentes finalidades, sendo geralmente amplos e bem 
estruturados. 
As vidrarias clássicas, como béquer, tubos de ensaio, 
pipetas, entre outros, são essenciais em qualquer laboratório. 
Sendo importante saber a utilidade das vidrarias, e com ela, o 
seu grau de exatidão. Aferir o volume em um balão volumétrico 
ou proveta é muito mais fácil e preciso quando comparado a um 
béquer, por exemplo. 
Alguns utensílios também são utilizados, como a alça 
bacteriológica e a pisseta, sendo também importantes para a 
realização das atividades de rotina. Na tabela 1, estão listadas 
algumas vidrarias e utensílios utilizados em um laboratório de 
Microbiologia. 
Nos laboratórios que manipulam microrganismos é 
necessário que estes possuam alguns equipamentos essenciais 
para o cultivo, estudo e manutenção dos mesmos, tais como: 
estufa, autoclave e dependendo do tipo de pesquisa, o mesmo 
pode ter também equipamentos mais sofisticados, como um 
termociclador e um espectrofotômetro, muito usados em 
pesquisas na área de biologia molecular de microrganismos. Na 
tabela 2, estão listados os principais equipamentos. 
Placas de Petri 
 
Balão de Erlenmeyer 
O nome foi dado a este 
instrumento de 
laboratório em honra ao 
bacteriologista alemão J. R. 
Petri (1852-1921) que a 
inventou em 1877 quando 
trabalhava como assistente de 
Robert Koch. 
 
 
 
 
Erlenmeyer kolben é um 
frasco em balão, usado 
como recipiente no 
laboratório, inventado pelo 
químico alemão 
Emil Erlenmeyer. 
VIDRARIAS UTENSÍLIOS 
Béquer Agulha de platina 
Bastão de vidro Alça bacteriológica 
Kitassato Bisturi 
Balão volumétrico Caçapas de plástico 
Erlenmeyer Estantes para tubos de ensaio 
Pipetas Garfo de platina 
Pistilo e almofariz Lamparina 
Placas de Petri Lâminas de corte 
Proveta Pêra 
Tubos de ensaio Pisseta 
Tabela 1 - Vidrarias e utensílios utilizados em um laboratório de Microbiologia. 
Vidrarias e Equipamentos 
21 
Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 
 SAIBA MAIS! 
 
 
Tabela 2 - Equipamentos encontrados em um laboratório de Microbiologia. 
1.1 Lavagem de vidrarias 
Todas as vidrarias utilizadas em um laboratório devem ser 
lavadas inicialmente com água e sabão neutro. Em algumas 
ocasiões, se faz o uso de soluções químicas, como as soluções 
sulfocrômica, potassa alcoólica e a sulfonítrica. Comumente ainda 
se usa a sulfocrômica, apesar de comprovadamente levar ao 
desenvolvimento de câncer, além de causar impactos ambientais. 
Esta solução deve ficar em contato com vidraria a ser lavada 
por um período de tempo variável em função do grau de sujidade 
do mesmo. Assim, vidrarias relativamente limpas necessitam 
apenas de alguns minutos, enquanto que se houver resíduos talvez 
seja necessário deixar toda uma noite. Devido sua intensa ação 
corrosiva, é de boa prática colocar o frasco desolução em bandeja 
de vidro, chumbo ourevestida com chumbo, e em seguida, lavar 
com água destilada. 
Outro ponto importante na rotina de um laboratório de 
Microbiologia é saber quando, onde e como descartar materiais 
contaminados, bem como assegurar que todos os itens necessários 
à pesquisa ou rotina sejam esterilizados. 
Tubos de ensaio e/ou placas de Petri contendo amostras 
biológicas devem ser sempre descontaminados, visando matar os 
microrganismos presentes. O melhor método para esterilizar 
culturas é a autoclavação a uma temperatura de 121 ºC por 15 
minutos. Depois que os tubos e/ou placas forem esvaziados, de- 
Vidrarias e Equipamentos 
O agitador magnético 
promove agitação através 
de um campo magnético 
formado por um imã 
acoplado à um pequeno 
motor e um bastão 
magnético. 
22 
Equipamentos 
Agitador Magnético Estufa de Bacteriológica 
Autoclave Estufa de Esterilização 
Balança analítica e/ou semi-analítica Estufas de Secagem 
Bico de Bunsen Geladeira 
Bomba de vácuo Manta aquecedora 
Cabines de Segurança Biológica Micro-ondas 
Centrífuga Microscópio 
Contador de Colônias PH metro 
Espectrofotômetro Termociclador 
 SAIBA MAIS! 
 
 
A solução sulfocrômica 
é uma mistura de ácido 
sulfúrico, dicromato de 
potássio e água. Essa 
solução é extremamente 
oxidante! 
LEITURA 
COMPLEMENTAR 
Vidraria UFSCar – 
Link para o acesso: 
https://www.youtube.com/
watch?v=0PR72f-VM-8 
https://www.youtube.com/watch?v=0PR72f-VM-8
https://www.youtube.com/watch?v=0PR72f-VM-8
https://www.youtube.com/watch?v=0PR72f-VM-8
https://www.youtube.com/watch?v=0PR72f-VM-8
https://www.youtube.com/watch?v=0PR72f-VM-8
https://www.youtube.com/watch?v=0PR72f-VM-8
Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 
vem ser escovados com sabão neutro e água corrente, e lavados com 
água destilada. 
Em laboratórios que não possuem autoclave, o descarte de 
microrganismos pode ser feito colocando-se o material em contato 
com formol por aproximadamente 24 horas, garantindo então, que 
as culturas presentes nos tubos ou placas sejam mortas. 
1.2 Secagem da vidraria 
A vidraria lavada deverá ser colocada em estufa de secagem a 
70 ºC e posteriormente deve ser devidamente montada para 
esterilização. 
Pode-se optar pela secagem natural, neste caso a vidraria 
lavada deve ser colocada em bandejas e deixada à temperatura 
ambiente até a completa evaporação de água. 
1.3 Preparo e montagem do material 
A montagem do material consiste na preparação do mesmo 
para a esterilização, evitando sua contaminação após o processo. 
Por exemplo: 
 - Placas de Petri: devem ser montadas e embrulhadas em papel 
madeira e barbante e/ou fita adesiva, identificando-se a data, 
quantidade, tamanho das placas, e ocasionalmente, o nome do 
responsável pela montagem. 
 - Tubos: tubos de repique (aqueles onde são isolados os 
microrganismos) devem ser devidamente tampados, porém as 
tampas não devem ficar muito apertadas (tubos rosqueados). Tubos 
de ensaio e de hemólise (não rosqueados) devem ser vedados com 
tampões de algodão. Após montados, devem ser embrulhados em 
papel madeira e devidamente identificados. 
Os tampões devem penetrar 2 a 3 cm no interior dos tubos e 
permanecerem bem ajustados, pois permitem a entrada do ar e 
retêm os microrganismos. 
 - Pipetas: a montagem de pipetas pode ser feita a partir de um dos 
dois procedimentos: colocação em recipientes metálicos com a parte 
de aspirar para cima ou enrolados individualmente em papel 
manteiga, com algodão inserido em sua extremidade. 
LEITURA 
COMPLEMENTAR 
23 
Tem interesse de ler mais 
sobre o assunto? Acesso o 
Link: 
https://www.researchgate.n
et/profile/Francisco_Pereir
a20/publication/33974779
2_Microbiology_Laborator
yIn_Portuguese_Laborator
io_de_Microbiologia/links/
5e627d3a92851c7ce049e3
40/Microbiology-
LaboratoryIn-Portuguese-
Laboratorio-de-
Microbiologia.pdf 
Vidrarias e Equipamentos 
 
 
CURIOSIDADE! 
DOMINÓ DE 
VIDRARIAS 
UMA PROPOSTA 
ALTERNATIVA PARA 
O ENSINO DE 
VIDRARIAS DE 
LABORATÓRIO: 
DOMINÓ DAS 
VIDRARIAS – Link: 
http://www.abq.org.br/s
impequi/2016/trabalhos
/90/8883-22213.html 
https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf
https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf
https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf
https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf
https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf
https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf
https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf
https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf
https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf
https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf
https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf
https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf
https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf
https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf
https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdfhttps://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf
https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf
https://www.researchgate.net/profile/Francisco_Pereira20/publication/339747792_Microbiology_LaboratoryIn_Portuguese_Laboratorio_de_Microbiologia/links/5e627d3a92851c7ce049e340/Microbiology-LaboratoryIn-Portuguese-Laboratorio-de-Microbiologia.pdf
http://www.abq.org.br/simpequi/2016/trabalhos/90/8883-22213.html
http://www.abq.org.br/simpequi/2016/trabalhos/90/8883-22213.html
http://www.abq.org.br/simpequi/2016/trabalhos/90/8883-22213.html
http://www.abq.org.br/simpequi/2016/trabalhos/90/8883-22213.html
http://www.abq.org.br/simpequi/2016/trabalhos/90/8883-22213.html
 Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 24 
Procedimentos da Aula Prática 
Referências Bibliográficas 
Materiais utilizados na aula prática 
• Vidrarias diversas (pipetas, tubos de ensaio, 
placas de Petri etc); 
• Papel madeira, algodão, fita adesiva e caneta. 
• Exibição de vidrarias e nomenclaturas em slides; 
• Exibição de vidrarias 
• Nomenclaturas em slides 
MADIGAN, M. T.; MARTINKO, J. M.; PARKERT, J. Microbiologia de Brock. 12. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2010. 
 
TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 
2005. 
Vidrarias e Equipamentos 
3 
TÉCNICA DE COLORAÇÃO DE 
GRAM E VISUALIZAÇÃO DE 
BACTÉRIAS 
 Efetuar todos os procedimentos atentando para a 
biossegurança 
 Aprender a confeccionar um esfregaço e fazer sua fixação a 
partir de uma amostra bacteriana 
 Identificar e executar as etapas da técnica de coloração de 
Gram 
 Reconhecer as principais formas e arranjos bacterianos 
 Classificar as bactérias de acordo com a técnica de coloração 
de Gram 
Objetivos da aula 
INTRODUÇÃO 
Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia 
Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 26 
Como a maioria dos microrganismos parece quase incolor 
quando são visualizados ao microscópio óptico, frequentemente 
precisamos prepará-los para observação. Uma das formas pela 
qual isto pode ser feito é através da coloração. O processo de 
coloração consiste em preparações aquosas ou orgânicas de 
corantes ou grupos de corantes que conferem uma variedade de 
cores aos microrganismos quando visualizados ao microscópio, 
enfatizando certas estruturas da espécie em estudo. 
Quase todos os corantes biologicamente úteis são derivados 
de alcatrão da hulha. A estrutura química fundamental de muitos 
deles é o anel benzeno. Os corantes geralmente são compostos por 
anéis de benzeno unidos por ligações químicas bem definidas 
(cromóforos), relacionados com a produção de cor. Em termos 
amplos, os corantes são chamados ácidos ou básicos, ou seja, os 
corantes básicos tingem estruturas ácidas, como a cromatina 
nuclear das células; os corantes ácidos reagem com substâncias 
básicas, como as estruturas citoplasmáticas. 
Violeta de genciana, verde malaquita, azul de metileno e 
fucsina são exemplos de corantes básicos. Enquanto, eosina, 
safranina e nigrosina são exemplos de corantes ácidos. Ambos os 
tipos são utilizados para a visualização de bactérias (TORTORA 
et al., 2017). 
Assim, para aplicar corantes ácidos ou básicos, os 
microbiologistas usam basicamente três tipos de técnicas de 
coloração (Tabela 1): Coloração Simples, Coloração Diferencial e 
Coloração Especial. 
Tipos de 
Coloração 
Função da Técnica 
Coloração 
Simples 
Destaca o microrganismo como um todo, enfatizando a 
forma celular e as estruturas básicas, esse tipo de 
coloração consiste em uma solução aquosa ou alcoólica 
de um único corante, como, por exemplo, azul de 
metileno, violeta de genciana, fucsina, entre outros. 
Coloração 
Diferencial 
Diferencia e identifica determinados microrganismos, 
esse tipo de coloração interage de modo distinto com 
diferentes tipos de bactérias. 
Coloração 
Especial 
Evidencia estruturas como cápsulas, endósporos e 
flagelos, é muito útil para auxiliar na identificação de 
determinados microrganismos dotados dessas 
microestruturas. 
Tabela 1 - Tipos de técnicas de coloração e suas funções. 
Como armazenar os 
corantes? 
Utiliza-se recipientes de 
cor âmbar escuro, pois, 
de forma geral, as 
substâncias corantes 
sofrem ação da luz, 
produzindo alterações 
variadas. Os corantes 
devem ser colocados em 
frascos de 1 litro e 
distribuídos em frascos 
de menor capacidade, 
para uso diário. Sempre 
que forem reabastecidos 
os frascos de uso, filtre o 
corante. Este 
procedimento evitará os 
inconvenientes advindos 
da precipitação do 
corante. 
CURIOSIDADE! 
Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia 
Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 27 
3.1 Coloração de Gram 
3.1.1 Histórico 
A técnica de coloração de Gram foi descrita inicialmente pelo 
médico bacteriologista e farmacologista dinamarquês Hans 
Christian Joachim Gram, em 1884, que recebeu o nome em sua 
homenagem. Ele desenvolveu esta técnica enquanto pesquisava 
uma maneira para demonstrar a bactéria Streptococcus 
pneumoniae em tecido pulmonar de pacientes que morreram de 
pneumonia (PELCZAR et al., 1996). 
 
3.1.2 Definição e Mecanismo Simplificado 
A coloração de Gram é uma técnica de coloração diferencial 
utilizada para distinguir bactérias Gram-positivas e Gram-
negativas. 
MECANISMOS DA TÉCNICA 
 Aplicação de um corante primário, que irá corar todas as 
bactérias da amostra. 
 Aplicação de um mordente, fixando ainda mais o corante 
aplicado anteriormente. 
 Aplicação de uma solução descorante, que irá retirar o 
corante primário de alguns microrganismos, deixando-os 
descorados. 
 Aplicação de um contra corante, o qual irá corar as bactérias 
que estão incolores, ou seja, as que foram descoradas, 
enquanto que as bactérias coradas com o corante primário 
não irão reter o contra corante, permanecendo coradas com a 
coloração inicial. 
3.1.3. Classificação 
O mecanismo da coloração de Gram baseia-se nas diferenças 
da estrutura da parede celular das bactérias diferenciando em 
Gram (+) e Gram (-), de acordo com a reação aos vários reagentes 
utilizados. A composição química da parede celular é usada para 
diferenciar os principais tipos de bactérias. 
A parede celular bacteriana promove rigidez estrutural, 
confere forma à célula e cria uma barreira física contra o ambiente 
externo. O componente rígido da parede celular da maioria das 
espécies de bactérias é constituído de glicopeptídeo 
(peptideoglicano). A estrutura do glicopeptídeo é formada por um 
esqueleto de resíduos de carboidratos formados por unidades 
alternadas de N-acetilglicosamina e ácido N-acetilmurâmico 
(Figura 2). 
Quer saber um pouco 
mais sobre Hans 
Christian Joachim 
Gram? 
Acesso o link: 
http://ve.scielo.org/scielo
.php?script=sci_arttext&
pid=S1315-
25562003000200020 
 e leia o artigo publicado 
no ano de 2003 que 
relata brevemente sobre 
um pouco da história de 
vida deste tão renomado 
nome da área da 
Microbiologia. 
 
REFERÊNCIA: 
SANTIAGO, A. R. 
Hans Christian Joachim 
Gram. Rev. Soc. Ven. 
Microbiol., Caracas , v. 
23, n. 2, p. 200-
201, jul. 2003. 
SAIBA MAIS! 
Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia 
Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 28 
A parede celular de uma bactéria Gram-positiva típica é 
composta por muitas camadas de peptideoglicano e contém ácidos 
teicóicos, que consistem,primariamente de um álcool (como 
glicerol ou ribitol) e fosfato (Figura 3) . 
Existem duas classes de ácidos teicóicos: os ácidos teicóicos 
da parede, que estão ligados a camada de peptideoglicano, e os 
ácidos lipoteicóicos, que atravessam a camada de peptideoglicano 
e ligam-se à membrana plasmática. 
Quando coradas pela técnica de Gram, as bactérias Gram (+) 
coram-se com tons de púrpura, adquirindo um aspecto roxo. 
Devido a sua extensa camada de peptideoglicano, elas não perdem 
as partículas de corante que estão aderidas a sua parede celular ao 
serem tratadas com uma solução descorante (TORTORA et al., 
2017). 
Bactérias Gram-positivas 
Bactérias Gram-negativas 
A parede celular de uma bactéria Gram-negativa consiste em 
apenas uma ou algumas camadas de peptideoglicano e uma 
membrana externa constituída de lipopolissacarídeos, 
lipoproteínas e fosfolipídeos, a qual apresenta proteínas 
transmembranas, as porinas, que formam canais que permitem a 
passagem de moléculas. O peptideoglicano ligado a lipoproteínas 
situa-se no espaço periplásmico, um espaço entre a membrana 
externa e a membrana plasmática (Figura 4). 
Ao serem coradas pelo método de Gram, as bactérias Gram (-) 
coram-se em púrpura, porém, a aplicação do descolorante rompe a 
camada externa de lipopolissacarídeos, o que permite a retirada 
das partículas do corante primário através da fina camada de 
peptideoglicano. Em seguida, a aplicação de um contra corante, 
como a safranina, permite que sejam novamente coradas, 
possibilitando a visualização ao microscópio óptico (TORTORA et 
al., 2017). 
Bactérias Gram variáveis 
As bactérias Gram variáveis, também conhecidas como Gram 
lábeis, são aquelas que podem apresentar tanto um aspecto de 
Gram (+) como de Gram (-). O resultado da coloração de Gram, 
evidenciando bactérias Gram variáveis, muitas vezes está 
relacionado com o estado fisiológico da célula. 
Quer saber um pouco 
mais sobre as 
diferenças entre as 
paredes celulares de 
bactérias Gram-
positivas e Gram-
negativas? 
Busquem em livros base 
utilizados como 
referência bibliográfica 
em diversos cursos de 
Microbiologia no 
mundo. Abaixo estão 
algumas obras e seus 
respectivos capítulos 
onde o tema é abordado: 
 
TORTORA, G.J., 
FUNKE, B.R., CASE, 
C.L. Microbiologia. 12. 
ed. Porto Alegre: 
Artmed , 2017. 
(Capítulo 4 – páginas 
80- 85. 
 
MADIGAN, M.T., 
MARTINKO, J.M ., 
PARKERT, J. 
Microbiologia de Brock. 
14. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2016 (Capítulo 
2 – Páginas 41 – 45). 
 
 
 
LEITURA 
COMPLEMENTAR 
Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia 
Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 29 
São aquelas que não se coram através da técnica de coloração 
de Gram. Isso se deve a diversos fatores, tais como: 
 
• Ausência de parede celular. Por exemplo, bactérias do gênero 
Mycoplasma. 
• Composição química peculiar da parede celular. Por exemplo, 
as bactérias que possuem uma grande quantidade de lipídeos 
na parede celular, como as do gênero Nocardia. 
• Parede celular muito fina. Por exemplo, bactérias do gênero 
Treponema. 
Bactérias Não Reativas 
Geralmente as culturas jovens respondem melhor à 
diferenciação tintorial. As culturas velhas de Gram (+) podem se 
apresentar como Gram variável, pela perda da capacidade de 
retenção do corante (SOARES et al., 1987). 
3.1.4. Reagentes Utilizados 
→Cristal violeta: Corante primário utilizado para evidenciar 
todas as células bacterianas presentes na amostra, corando-as com 
tons de púrpura. 
→Lugol: Mordente à base de iodo, utilizado para intensificar 
a ação do corante primário. 
→Álcool/Acetona: Agente descorante utilizado para 
diferenciação da bactérias Gram (+) (que ao serem tratadas com 
ele sofrem uma desidratação na parede celular com consequente 
retração dos poros, o que impede a saída das partículas do corante 
primário) e bactérias Gram (-) (que sofrem um rompimento da 
membrana externa em consequência da dissolução dos lipídeos 
presentes, acarretando a retirada do corante através da fina 
camada de peptideoglicano). 
→Fucsina/Safranina: Contra corantes utilizados para corar 
bactérias Gram (-), pois estas ficam incolores após o tratamento 
com o agente descorante. 
Cristal Violeta Lugol Álcool/Acetona Fucsina 
Figura 1 - Reagentes utilizados na Coloração de Gram. 
Lugol - para preparar essa 
solução, pese 4,5 gramas 
de iodeto de potássio. 
Transfira o iodeto de 
potássio para um béquer 
contendo 450 ml de água 
destilada. Com o auxílio 
de um bastão de vidro, 
misture até a completa 
dissolução. Em seguida, 
pese 3 gramas de iodo 
metálico e junte à solução 
de iodeto de potássio. 
Continue misturando até a 
completa dissolução. 
Armazene em frasco de 
vidro escuro, previamente 
lavado, seco e rotulado. 
CURIOSIDADE! 
CURIOSIDADE! 
O diferenciador (agente 
descolorante) há 100 anos 
era uma mistura de 
solventes. Hoje se usa 
apenas o álcool etílico 
(99,5º Gay Lussac). Este é 
mais seguro do que o 
álcool acetona, que 
requeria grande habilidade 
do operador para que não 
ocorresse a hiper 
descoloração. Além do 
que, não permitia uma boa 
reprodutibilidade da 
técnica. 
Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia 
Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 30 
Figura 2 - Estrutura do Peptideoglicano (Componente da parede celular das bactérias). 
Imagem: TORTORA et al., 2017 
Figura 3 - Estrutura da Parede Celular de uma Bactéria Gram-positiva. 
Imagem: TORTORA et al., 2017 
Figura 4 - Estrutura da Parede Celular de uma Bactéria Gram-negativa. 
Imagem: TORTORA et al., 2017 
Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia 
Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 31 
1. Inicialmente se prepara um esfregaço: 
O mesmo pode ser proveniente de um espécime biológico 
(por exemplo: amostras clínicas, água, solo etc) ou de uma 
colônia. 
O esfregaço deve ser confeccionado a partir de um espécime 
biológico, para isso um filme delgado da amostra deve ser passado 
sobre a lâmina de microscopia, utilizando uma alça de platina 
flambada. 
Para preparar um esfregaço a partir de uma colônia, devem-
se seguir os seguintes passos: 
- Coleta-se as colônias bacterianas de uma cultura pura com a 
alça de platina, previamente flambada, e transfere-se para 
um tubo de ensaio contendo solução salina isotônica; 
- Mergulha-se uma alça de platina flambada no inóculo 
bacteriano e espalha-se o conteúdo em uma lâmina de 
microscopia (esfregaço). 
2. Após a confecção do esfregaço, o mesmo pode ser fixado 
através de duas formas: 
- Passando a lâmina com o material biológico através do bico 
de Bunsen/Lamparina, 3 a 4 vezes, com o lado do esfregaço 
voltado para cima; 
- Recobrindo a lâmina com álcool por 1’. 
3. O esfregaço bacteriano, previamente fixado, deve ser recoberto 
por um corante primário básico, normalmente o cristal violeta de 
genciana. Esse corante irá corar todas as células presentes na 
amostra. 
4. Após 1 minuto, lava-se a lâmina com água destilada, 
desprezando-se o excesso de corante. 
5. Em seguida, aplica-se o mordente, lugol, que irá intensificar a 
ação do primeiro corante utilizado, formando um complexo 
molecular (complexo violeta-iodo) maior que a molécula de 
cristal violeta que penetrou na parece celular da bactéria, 
dificultando, assim, a retirada do corante da mesma. 
6. Após 1 minuto, prossegue-se com uma nova lavagem com água 
destilada. Nesta etapa, todas as células bacterianas presentes na 
amostra estarão coradas em tons de púrpura. 
7. Posteriormente, cobre-se a lâmina com um agente 
descolorante, álcool-acetona ou álcool 70%, que irá descorar 
algumas bactérias e outras não, considerando presença de 
bactérias Gram (+) e Gram (-) na amostra. 
8. Logo em seguida, procede-se outra lavagem com água destilada 
pararetirar o álcool. 
Processo de Coloração 
As aulas práticas em 
um laboratório de 
Microbiologia são, 
muitas vezes, onerosas, 
tornando inviável a 
realização das mesmas 
em ambientes com 
poucos recursos 
financeiros. 
Como futuros 
licenciados, deve-se 
estar preparado para o 
ensino de seres 
microscópicos sem os 
suportes técnicos 
necessários, que são 
ausentes em muitas 
escolas. Logo, segue 
abaixo o link de um 
Trabalho de Conclusão 
de Curso que viabiliza 
a realização de aulas 
práticas em 
Microbiologia se 
utilizando de materiais 
alternativos: 
https://repositorio.ufpe.br/ha
ndle/123456789/28918 
 
“MICROBIOLOGIA NO 
ENSINO MÉDIO: 
PROPOSTA DE UM 
ROTEIRO DE AULAS 
PRÁTICAS 
EXPERIMENTAIS COM 
MATERIAIS 
ALTERNATIVOS” 
 
 
LEITURA 
COMPLEMENTAR 
Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia 
Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 32 
9. Aplica-se o contra corante por 30 segundos. Este irá corar as 
Gram (-), que estão incolores, e não reagirá com as Gram (+), pois 
a retração dos poros da camada superficial de peptideoglicano 
impede a entrada de um novo corante. 
10. Realiza-se uma ultima lavagem com água destilada para tirar 
o excesso de contra corante e deixa-se secar. 
Figura 5 - Procedimentos da Técnica de Coloração de Gram. 
Imagem: TORTORA et al., 2017 
Figura 6 - Streptococcus spp. 
Fonte: www.bigmedicine.ca/sachavais.htm 
Forma: Coco 
Arranjo: Estreptococo 
Cor: Púrpura 
Classificação: Gram Positiva 
Figura 7 - Escherichia coli. 
Fonte: www.suite101.com/view_image.cfm/180490 
Forma: Bastonete 
Cor: Vermelha 
Classificação: Gram Negativa 
Visualização em Microscopia 
Resultado da 
Técnica de 
Coloração de 
Gram 
Imagem: MADIGAN et al., 
2016 
http://www.bigmedicine.ca/sachavais.htm
http://www.suite101.com/view_image.cfm/180490
Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia 
Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 33 
Materiais utilizados na Aula Prática 
-Microscópio Óptico 
-Óleo de Imersão 
-Conta-gotas 
-Lâminas de Vidro 
-Depósito de descarte com Hipoclorito de Sódio 
-Papel Absorvente 
-Pisseta 
-Água Destilada 
-Álcool 
-Lugol 
-Cristal Violeta 
-Fucsina 
Procedimentos da Aula Prática 
-Coletar o espécime biológico de acordo com as normas de 
biossegurança; 
-Identificar a lâmina que será utilizada com o nome do espécime 
biológico, data e nome da equipe 
-Confeccionar, com auxílio da alça de platina flambada, um 
esfregaço bacteriano delgado e homogêneo. 
- Fixar o esfregaço na lâmina utilizando a chama do bico de 
Bunsen/Lamparina. 
-Cobrir o esfregaço com o cristal violeta por 1 minuto. 
-Escorrer o cristal violeta e lavar a lâmina com água destilada. 
-Cobrir o esfregaço com lugol por 1 minuto. Novamente, lavar a 
lâmina com água destilada. Cobrir o esfregaço com álcool até que 
não haja desprendimento do corante primário. Lavar a lâmina 
com água destilada. Cobrir o esfregaço com fucsina por 30 
segundos; 
-Escorrer a fucsina e lavar com água destilada. Secar a lâmina, 
cuidadosamente, com papel absorvente. 
-Observar ao microscópio óptico (inicialmente, focalize com as 
objetivas de menor aumento e, em seguida, coloque uma gota de 
óleo de imersão sobre o esfregaço e encaixe a objetiva de 100x) , 
analisando a reação tintorial das bactérias, além da forma e do 
arranjo das mesmas. 
Quer relembrar os 
procedimentos 
realizados na coloração 
de Gram? 
 
 Acesse o link a seguir: 
https://www.youtube.co
m/watch?v=mF3jAU6D
y4I e veja um curto 
vídeo onde se é 
demonstrada toda a 
técnica que realizados 
durante a aula. 
 . 
INDICAÇÃO! 
Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia 
Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 34 
Referências Bibliográficas 
MADIGAN, M. T.; MARTINKO, J. M.; PARKERT, J. Microbiologia de Brock. 14. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2016. 
 
PELCZAR, J. P.; CHAN, E. C. S.; KRIEG, N. R. Microbiologia Conceitos e aplicações. Volume 1. 2. 
ed. São Paulo: Makron Books,1996. 
 
RIBEIRO, M. C.; SOARES, M. M. S. R. Microbiologia Prática. 1. São Paulo: Atheneu, 2002. 
 
SANTIAGO, A. R. Hans Christian Joachim Gram. Rev. Soc. Ven. Microbiol., v. 23, n. 2, p. 200-
201, jul. 2003. 
 
SILVA, F. G. L. Microbiologia No Ensino Médio: Proposta De Um Roteiro De Aulas Práticas 
Experimentais Com Materiais Alternativos. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Licenciatura 
em Ciências Biológicas) – Universidade Federal de Pernambuco, Vitória de Santo Antão, 2018. 
 
SOARES, J. B.; CASIMIRO, A. R. C; ALBUQUERQUE, L. M. B. Microbiologia Básica. 1. ed. 
Fortaleza: Edições UFC, 1987. 
 
TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed , 2017. 
 
4 
PREPARO DE MEIOS DE 
CULTURA 
 Conhecer a classificação dos meios de cultura 
 Identificar as etapas de preparo dos meios de cultura 
 Descrever os fatores que podem interferir na preparação dos 
meios de cultura 
Objetivos da aula 
Preparo de Meios de Cultura 
1. INTRODUÇÃO 
O cultivo dos microrganismos em condições 
laboratoriais é um pré-requisito para seu estudo adequado. 
Para que isso possa ser realizado é necessário o conhecimento 
de suas exigências nutricionais e dos fatores físicos e/ou 
ambientais requeridos. 
Assim, os meios de cultivo, também chamados meios 
de cultura são utilizados com o propósito de fornecer as 
condições nutricionais mínimas para o cultivo artificial desses 
seres vivos. 
Os meios de cultura devem conter todas as 
substâncias exigidas pelos microrganismos para o seu 
crescimento e multiplicação. 
Para que os microrganismos possam fazer a síntese de 
sua própria matéria nutritiva devem dispor de fontes de 
carbono (proteínas, açúcares), fontes de nitrogênio (peptonas) e 
outras fontes de energia. 
São também necessários alguns sais inorgânicos, 
vitaminas e outras substâncias favorecedoras do crescimento. 
Certos microrganismos crescem na maioria dos meios 
de culturas (como a Escherichia coli), outros necessitam de 
meios especiais, por isso são chamados de fastidiosos (como as 
bactérias do gênero Streptococcus que necessitam de meios 
contendo sangue em sua composição), e existem ainda aqueles 
que não são capazes de crescer em nenhum meio de cultura já 
desenvolvido (como a espécie Treponema pallidum). 
Os meios de cultura devem ser utilizados para os 
seguintes propósitos: 
- Promover o crescimento e isolamento de microrganismos; 
- Pesquisar as características bioquímicas; 
- Conhecer as necessidades nutritivas; 
- Estudar as morfologias das colônias; 
- Pesquisar o perfil de susceptibilidade dos microrganismos 
às drogas antimicrobianas. 
Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 36 
CURIOSIDADE! 
Já ouviu falar de cultivo 
celular? 
 
 
 
 
 
Também chamado de 
cultura de células, 
compreende um 
conjunto de técnicas que 
permitem manter células 
e tecidos in vitro, 
conservando ao máximo 
suas propriedades 
fisiológicas, 
bioquímicas e genéticas. 
 
Atualmente é 
amplamente usado 
em pesquisas sobre o 
câncer, fabricação de 
vacinas, produção de 
proteína recombinante, 
seleção e melhoria de 
medicamentos, terapia 
genética, biologia de 
células-tronco 
e tecnologia de 
fertilização in vitro. 
 
1.1 Classificação dos Meios de Cultura 
 
Os meios de cultura destinam-se ao cultivo artificial dos 
microrganismos e fornece os princípios indispensáveis ao seu 
crescimento. Dessa maneira, os meios são classificados quanto à: 
consistência, função, composição, natureza e pH. 
 
1.2 Quanto à consistência 
 
A consistência de um meio está diretamente relacionada 
com a presença e a concentração de um agente solidificante, como 
o ágar, no mesmo. Baseando-se nisso, os meios podem ser 
classificadoscomo: 
 
- Líquidos: Sob a forma líquida são utilizados para crescimento 
em massa (não promovem a formação de colônias, mas sim, 
crescimento por dispersão) São utilizados principalmente para 
promover crescimento da cultura, replicação da amostra, 
provas bioquímicas e estudos de fermentação. Também são 
chamados de caldo. Ex.: Caldo Tioglicolato e BHI Caldo 
(Brain Heart Infusion Broth). 
 
- Semissólidos: Sob a forma semissólida, obtidos pela adição de 
pequena quantidade de ágar ao meio): para verificação de 
motilidade (0,5% a 0,075% de ágar) Ex.: Meio SIM (Sulfeto 
Indol Motilidade). 
 
- Sólidos: Sob a forma sólida, são obtidos pela adição de ágar ao 
meio e propiciam a formação de colônias sobre ou dentro do 
substrato sólido. Ideal para realização de isolamento de 
colônias, além de possibilitar uma análise mais delicada da 
morfologia da colônia (1% a 2% de ágar). Ex: Ágar Batata 
Dextrose. 
Preparo de Meios de Cultura 
Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 37 
 SAIBA MAIS! 
 
O que é o ágar? 
• É um polissacarídeo 
obtido de um grupo de 
algas (normalmente 
Gelidium) largamente 
utilizado na indústria 
alimentícia e 
farmacêutica. 
• No começo do século 
XX, tornou-se o 
agente solidificante de 
escolha ao invés da 
gelatina em meios de 
cultura para 
Microbiologia, pois 
mantém sua firmeza 
em temperaturas 
necessárias para o 
crescimento de muitos 
patógenos e 
geralmente é mais 
resistente a 
degradação por 
enzimas bacterianas 
(Ponto de Fusão = 
95ºC). 
• Salienta-se que o ágar 
é apenas um agente 
solidificante, nunca 
sendo adicionado ao 
meio de cultura como 
nutriente, pois, em 
geral, não consegue 
ser utilizado pelos 
microrganismos. 
Figura 1 - Tudo de ensaio com caldo Tioglicolato e placa de Petri com ágar 
batata. 
Fonte: ©Plast Labor, ©MKL 
Diagnostics AB, 2011. 
 
 
38 
Preparo de Meios de Cultura 
Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 
1.3 Quanto à função 
Os meios podem ser utilizados com diversos propósitos, 
como por exemplo, promover o crescimento e/ou o isolamento dos 
microrganismos, conhecer as necessidades nutritivas dos mesmos, 
pesquisar características bioquímicas e o perfil de susceptibilidade 
a antibióticos, entre outros, como exemplos podemos citar: 
 
- Meios de transporte: Meios utilizados para garantir a 
viabilidade dos microrganismos que não podem ser semeados 
logo após a coleta e que poderiam morrer. Ex.: Stuart, 
Ringer-Pras (próprio para transporte de bactérias 
anaeróbias). 
 
- Meios de triagem: Meios utilizados para identificação 
presuntiva ou separação de bactérias em grandes grupos ou 
níveis taxonômicos mais amplos. Ex. separação de bactérias 
de uma mesma família. Ex.: Ágar tríplice açúcar ferro (TSI) 
quando utilizado para triagem de bactérias da família 
Enterobacteriaceae. 
 
- Meios enriquecidos: Aumentam a possibilidade de crescimento 
da espécie desejada, quando a mesma se encontra em pequeno 
número, ou demanda nutrientes/fatores de crescimento 
particulares. Adicionam-se ao meio substâncias de 
enriquecimento, tais como sangue, soro, ovo, extrato de 
levedura, extrato de carne, vitaminas etc. Ex: Ágar sangue. 
 
- Meios redutores: Meios que servem para crescimento de 
bactérias anaeróbias obrigatórias, pois possuem substâncias 
capazes de se combinar com o oxigênio dissolvido, 
eliminando-o do meio de cultura. Ex.: BHI c/L-cistina. 
 
- Meios seletivos: Inibem o desenvolvimento de determinados 
microrganismos, devido à adição de substâncias inibidoras 
(antibióticos, sais biliares, substâncias químicas, corantes 
etc), favorecendo o crescimento dos microrganismos de 
interesse. Ex.: Ágar MacConkey. 
 
- Meios diferenciais: Meios que revelam uma propriedade 
bioquímica particular, permitindo uma identificação 
presuntiva. Ex.: caldo lactose c/ vermelho neutro (indicador 
de fermentação da lactose). 
Quimicamente falando, 
o ágar é um composto 
orgânico, que contém 
0,4 a 0,9% de nitrogênio 
total, 0,03 a 0,009 de 
amino nitrogênio, 70 a 
75% de polissacarídeos, 
11 a 22% de umidade e 
2 a 4% de cinzas. 
Galactose, arabinose, 
xilose e uma pequena 
quantidade de 
aminoácidos livres 
fazem parte do ágar. Os 
polissacarídeos do ágar 
são uma mistura de 
agarose e agaropectina, 
sendo o primeiro de 
maior valor e 
quantidade, inclusive 
determinando a pureza 
do mesmo. 
CURIOSIDADE! 
39 
Preparo de Meios de Cultura 
Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 
1.4 Quanto à composição 
- Meios complexos: Possuem os componentes essenciais ao 
crescimento da maioria dos organismos quimioheterotróficos. 
A composição química exata não é inteiramente conhecida. 
Ex.: Caldo nutriente. 
Fonte: UFIF, 2018. 
- Meios quimicamente definidos: Meio no qual a composição 
química exata é conhecida. Ex.: Meio para o cultivo de 
bactérias quimioheterotróficas exigentes. 
 
Fonte: UFIF, 2018. 
VOCÊ SABIA? 
Um meio bastante 
utilizado para cultivo 
de fungos em geral é 
o Ágar Sabouraud 
Dextrose. 
 
Criado por Raymond 
Sabouraud em 1892, 
possui em 
sua composição alta 
quantidade de açúcar, 
fonte de energia para o 
desenvolvimento dos 
fungos mas não para a 
maioria das bactérias 
que não o toleram em 
níveis elevados. 
1.5 Quanto à natureza 
- Animados: São constituídos de células vivas, como, por 
exemplo, tecidos ou ovos embrionários. 
 
- Inanimados: Possuem apenas moléculas inorgânicas em sua 
composição, podendo ser classificados como naturais, ou seja, 
constituídos por substâncias provenientes da natureza, ou 
sintéticos, quando formado por substâncias químicas 
produzidas em laboratório. 
40 
Preparo de Meios de Cultura 
Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 
1.6 Quanto ao pH 
- Tamponado: Para que não haja variação de pH, em 
consequência da eliminação de metabólitos ao meio, alguns 
meios são acrescidos de tampões. Um exemplo é o meio 
RPMI, que ao ser preparado apresenta pH em torno de 7,9, 
sendo tamponado com MOPS [ácido 3-(Nmorfolinopropano 
sulfônico)], para atingir pH 7. 
 
- Não tamponado: Não são acrescidos de tampões, embora 
alguns constituintes como a peptona e os aminoácidos 
possam funcionar como tais. 
LEITURA 
COMPLEMENTAR 
Notícia sobre a 
Microbiologia e 
culturas bacterianas, 
como está o mercado de 
testes industriais de 
2020-2026 ? 
Acesse o link: 
https://www.ijxdroid.co
m/2020/08/21/microbiol
ogia-e-cultura-
bacteriana-para-o-
mercado-de-testes-
industriais-2020-
2026merck-kgaa-
himedia-laboratories-
laboratorios-bio-rad/ 
Descrição dos Meios de 
Cultura Empregados nos 
Exames Microbiológicos 
– Módulo IV - ANVISA 
Acesse o link: 
http://www.anvisa.gov.br
/servicosaude/manuais/m
icrobiologia/mod_4_200
4.pdf 
• Executar as etapas para confecção de meios de cultura. 
Procedimentos da Aula Prática 
Materiais Utilizados na Aula Prática 
 Balança semi-analítica; 
 Tampão de algodão; 
 Lamparina e fósforo; 
 Caneta para identificação de vidrarias; 
 Meio de cultura - pó desidratado; 
 Erlemeyer; 
 Béquer para pesagem do pó desidratado; 
 Água destilada; 
 Espátula. 
Referências Bibliográficas 
DINIZ, C. G. Roteiro de Aulas Práticas. 2. ed. atual. Juiz de Fora: UFJF, 
2018. 
 
PERDONCINI, M. R. F. G. Preparo de Meios de Cultura. 1. ed. atual. 
Apucarana: UTPR, 2018. 
 
TORTORA, G. J.; CASE, C. L.; FUNKE, B. R. Microbiologi. 12. ed. 
Porto Alegre: Artmed Editora, 2016. 
https://www.ijxdroid.com/2020/08/21/microbiologia-e-cultura-bacteriana-para-o-mercado-de-testes-industriais-2020-2026merck-kgaa-himedia-laboratories-laboratorios-bio-rad/
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http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/microbiologia/mod_4_2004.pdf
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5 
TÉCNICAS DE SEMEADURA 
PRIMÁRIA 
 Identificar e executar as etapas das seguintes técnicas de 
semeadura: esgotamento, quantitativo, em tapete e em ágar 
inclinado em meios sólidos; técnica em meios líquidos e em 
meios semissólidos 
Objetivos da aula 
INTRODUÇÃO 
Normas de Biossegurança em Laboratórios de Microbiologia 
Apostila de Aulas Práticas – Microbiologia – Curso de Ciências Biológicas – CCB/UECE 42 
Os microrganismos na natureza normalmente existem em 
cultura mistas, com muitas espécies diferentes ocupando o mesmo 
ambiente. 
Para determinar as características de um microrganismo, ele 
deve estar em cultura pura, ou seja, todas as células na população 
são idênticas no sentido de que elas se originaram de uma mesma 
célula parental. 
Em laboratório, os microrganismos são cultivados ou 
desenvolvidos em material nutriente denominado meio de cultura. 
O material a ser analisado é colocado no meio de cultura - 
inóculo. O processo de inoculação pode ser feito mediante técnicas 
de semeadura. 
Após a escolha do meio de cultura, o próximo passo que 
conduzirá ao cultivo in vitro de um microrganismo é a escolha da 
técnica de inoculação ou semeadura. 
Essas técnicas variam de acordo com o material biológico a 
ser analisado, tipo de meio de cultura e a finalidade do cultivo, 
porém algumas regras devem ser seguidas nas inoculações: 
 
• A agulha, o garfo e a alça de níquel cromo (ou de platina) 
devem ser esterilizados por flambagem antes e após qualquer 
cultivo, ou seja, devem ser aquecidos ao rubro no cone interno 
da chama do bico de Bunsen. Havendo sempre o cuidado de 
esfriá-las antes de introduzi-las na amostra a ser semeada; 
• Para garantir uma semeadura correta, deve-se evitar ao 
máximo perfurar ou rasgar meios de cultura sólidos, pois 
poderá ocorrer acúmulo de bactérias neste setor do meio, além 
de alterar as condições de crescimento bacteriano;

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