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1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 1 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 2 Olá! Boas-Vindas! Este material foi preparado com muito carinho para que você possa absorver da melhor forma possível, conteúdos de qua- lidade! Lembre-se de que o seu sonho também é o nosso! Bons estudos! Estamos com você até a sua aprovação! Com carinho, Equipe Ceisc ♥ 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 3 1ª FASE OAB | 39° EXAME Direito Financeiro Prof. Guilherme Pedrozo Sumário 1. Atividade Financeira - Introdução ao Direito Financeiro........................................................... 4 2. Estudo do Orçamento Público ................................................................................................. 6 3. Receitas e Despesas Públicas ............................................................................................... 29 4. Lei de Responsabilidade Fiscal ............................................................................................. 37 Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para a 1ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, reco- menda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente. Bons estudos, Equipe Ceisc. Atualizado em julho de 2023. 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 4 1. Atividade Financeira - Introdução ao Direito Financeiro Prof. Guilherme Pedrozo @prof.guilhermepedrozo Quando vamos estudar Direito Financeiro, vários outros termos poderiam ser denomina- dos em nosso edital, como: Administração Financeira e Orçamentária (AFO). Assim, seja AFO, Finanças Públicas e/ou Direito Financeiro, estaremos narrando e compreendendo a mesma te- mática. Lembramos ainda que quando tratamos de qualquer desses temas, eles se equivalem em praticamente 90% do que poderá ser cobrado e/ou exigido em sua prova. 1.1 Breve Histórico Qual será o marco legislativo que tratará desta matéria? O marco será a lei nº 4.320/64, lembrando que, sob muitos aspectos nela encontrados, encontram-se superados. Ademais, para efeitos legais, destaca-se a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101), bem como os artigos constitucionais (163 até 169) como importantes referenciais teóricos para o estudo do Direito Financeiro. 1.2 Poder de Tributar e Atividade Financeira Do que se trata esta administração financeira? Trata-se de atividade financeira rea- lizada pelos entes competentes com o objetivo de atender as necessidades de toda cole- tividade, controlando as despesas e obtendo (gerindo) receitas como forma de potencializar e entregar os cuidados essenciais para toda população, concretizando assim o ideal constitucio- nal/institucional. Ademais, nunca é demais ressaltar que o Direito Tributário presta grande referência a administração financeira, por ser certamente a principal fonte de financiamento dos entes públicos, proporcionando assim grande entrada de receitas para os mesmos. Outro conceito de Administração Financeira: “Esse obter e gastar é a atividade financeira do Estado; trata-se do conjunto de ações que o Estado desempenha visando à obtenção de MARI & LUISA CURSOS https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4320.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 5 recursos para seu sustento e a respectiva realização de gastos para a execução de necessida- des públicas.”1 Considerando a necessidade de manter os entes competentes, os mesmos deverão ob- servar os princípios balizadores, seja para obtenção de recursos, seja para realização de gastos. Tudo isto com base no que disposto em nossa Constituição Federal. Ainda, entende Piscitelli:2 [...] a obtenção de receitas e a realização de despesas está na base desse conceito, na- turalmente que devemos perguntar como e mediante quais condições, do ponto de vista formal e material, as receitas são obtidas e podem ser gastas. Isso implica um estudo detalhado (i) do orçamento público, como peça responsável pela delimitação das receitas e despesas em um dado exercício, (ii) das formas, condições e limites de obtenção de receita para fazer frente às despesas fixadas; e (iii) das formas, condições e limites de gasto do dinheiro público e, assim, os métodos de aplicação e dispêndio das receitas. Tal detalhamento será realizado nos capítulos subsequentes. Ademais, será que bastará a existências de receitas para que os entes possam gastar e assim manter os seus deveres básicos com toda sociedade? A resposta é não, eis que os mesmos deverão prever, planejar, ter um orçamento, com a finalidade de justificar e atingir seus propósitos de gestão. Exercer de forma racional seus propósitos é a forma de perseguir e atender as finalidades coletivas. Estarão obrigadas à presente racionalização das receitas e despesas todas as esfe- ras da administração pública? A resposta é negativa, eis que, via de regra, os órgãos da administração indireta (empresas públicas e sociedades de economia mista) não se incluem neste princípio, eis que suas atividades estarão reguladas na forma dos setores privados. Assim apenas os entes, exercendo suas atividades próprias estarão albergadas pela atividade financeira. Mas acaso estas sociedades de economia mista e/ou empresas públicas receberem dinheiro público, não estarão controladas pelo Tribunal de Contas, por exemplo? A res- posta é sim, eis que, inobstante tenham por observância a legislação privada, eles poderão ter seus atos controlados pelos Tribunais de Contas na forma do artigo 71, II da Constituição Fede- ral. Desta forma já decidiu inclusive o Supremo Tribunal Federal nas seguintes demandas: MS 25.092 e MS 25.181. Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio 1 Piscitelli, Tathiane. Direito Financeiro (p. 45). Atlas. Edição do Kindle. 2 Piscitelli, Tathiane. Direito Financeiro (p. 47). Atlas. Edição do Kindle. 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 6 do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e va- lores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades ins- tituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público. Atenção: o direito financeiro terá por conduta orientar e disciplinar a vida financeira dos entes públicos, mais especificadamente no que diz respeito às receitas, despesas e orçamento público. Por fim, e não menos importante para que depois possamos adentrar ao orçamento pú- blico, vamos estudar alguns dos princípios mais importantes das finanças públicas e/ou direito financeiro, quando do estudo do orçamento público. Entretanto, antes de irmos aos orçamentos, será necessário gravar alguns conceitos importantes que veremos ao decorrer das aulas do curso. a) PPA – Plano Plurianual – Visão estratégica da gestão. b) LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias – Ajustará metas anuais fatiadas do PPA. c) LOA – Lei Orçamentária Anual – é o orçamento onde serão estimadas as receitas e fixadas as despesas. 2. Estudo do Orçamento Público 2.1 Princípios Orçamentários Os princípios orçamentários são as premissas/regras de todo o processo orça- mentário. Serão eles que darão base para a existência e formalidades que deverão ser observados pelos gestores públicos. Lembre-se ainda de que inexiste qualquer rol e/ou disposição legal citando quais são os referidos princípios, diferenciando-se,portanto, dos princípios tributários. E, considerando a inexistência de previsão legal sobre os referidos princípios, utilizamos do Manual da Contabilidade Aplicada ao Setor Público para extrair os mais importantes e mais cobrados em prova. Veja o esquema na próxima página... 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 7 *Para todos verem: esquema 2.1.1 Princípio da Unidade | Totalidade O referido princípio estará relacionado à LOA, na qual cada ente deverá entregar por meio de documento único toda a sua previsão orçamentária e fixação de suas despesas. Lembra-se ainda de que pelo presente princípio defende-se a necessidade de a LOA estar registrado em um único documento, impossibilitando-se assim que cada esfera de poder do ente federativo tenha seu documento. Premissas orçamentárias (todo processo orçamentário) Unidade: único documento; Universalidade: todas receitas/despesas; Anualidade: duração de um ano; Exclusividade: previsão de receitas e fixação de despesas; Orçamento bruto: previsão legal = montante bruto; Legalidade: gestor público = fazer conforme a lei; Publicidade: orçamento divulgado de forma ampla; Transparência: divulgar como se faz; Não vinculação: arrecadação importos = não destinadas. 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 8 O princípio da unidade tem por referência evitar orçamentos paralelos e/ou interes- ses omissos da boa gestão financeira. Igualmente é importante referir que inexiste a possibilidade de uma LOA de caráter naci- onal, devendo cada ente competente tratar de seu orçamento de forma unificada, porém única. Lei 4.320/64 - Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Go- verno, obedecidos os princípios de unidade universalidade e anualidade. Art. 165 da CF - Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: § 5º A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Pú- blico; II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituí- dos e mantidos pelo Poder Público. Logo é importante o candidato fixar que todas as previsões de receitas e fixação de des- pesas deverão estar em um documento único. Atenção: duas questões importantes ainda de prova para finalizar. A) Poderemos ter a existência de vários orçamentos autônomos dentro de um único do- cumento? A resposta é positiva, desde que apresentados e inseridos em um único documento. B) Também poderá ser apresentado como princípio da Totalidade. 2.1.2 Princípio da Universalidade O referido princípio guarda conexão com o princípio acima exposto, eis que todas as re- ceitas e despesas deverão, via de regra, estar previstas dentro da LOA. Assim, o referido prin- cípio nos ensina que a universalidade de receitas e despesas deverão estar dentro da lei orçamentária de cada ente competente. Entretanto é importante referir que apenas as receitas orçamentárias estarão dentro da LOA, eis que é cediço que, durante o curso do ano, poderá ocorrer a necessidade de créditos extraordinários. Logo, estes créditos inicialmente não estarão, porém, após sua devida abertura, serão inseridos na LOA através de retificação. Lembre-se ainda de que tais créditos extraordinários, referente às despesas não planeja- das, entrarão na LOA de forma mais rápida, sem prévia análise do legislativa e sem indicação prévia de recursos. 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 9 Perguntinha de prova: poderá o Poder Público fazer uso do dinheiro sem registrar na LOA? A resposta é negativa. *Para todos verem: esquema 2.1.3 Princípio da Anualidade O referido princípio guarda respeito ao prazo de duração da Lei Orçamentária Anual (LOA). Lembrando que, por tratar da previsão orçamentária para um ano de gestão pública, a LOA terá duração anual, ou seja, perdurará durante o exercício financeiro para o ano que foi aprovada (ano civil). Mas o referido princípio comporta uma exceção bastante importante, que são as reaber- turas de créditos especiais e extraordinários, na forma do que disposto na Constituição Fe- deral e na própria Lei 4.320/64. Art. 167 da CF: São vedados: § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente. Lei 4.320/64 Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos, salvo expressa disposição legal em contrário, quanto aos especiais e extraordi- nários. Veja o esquema na próxima página... PREMISSAS ORÇAMENTÁRIAS (todo processo orçamentário) UNIDADE - Único documento; - Cada ente da federação terá o próprio (esfera do poder - NÃO); - Existe LOAS Nacional? Não; - Também conhecido totalidade - todas receitas e despesas. UNIVERSALIDADE - Todas receitas e despesas deverão estar na LOA; - Receitas orçamentárias apenas; - Poder público poderá utilizar dinheiro sem registrar? Não; - Crédito extraordinário abre crédito e depois retificado LOA. 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 10 *Para todos verem: esquema 2.1.4 Princípio da Exclusividade O referido princípio guarda respeito à matéria que deverá estar prescrita na LOA. Assim, nesta Lei Orçamentária Anual não poderá coexistir matéria estranha ao orçamento pú- blico. Assim deverão os gestores necessariamente fixar as despesas e realizar a previsão das receitas. Entretanto, conforme Manual Prático de Contabilidade, tal princípio comporta algumas ex- ceções: a) Autorização para Abertura de Créditos Adicionais Suplementares; b) Autorização para Contratação de Operações de Crédito. Art. 165, §8º da CF § 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orça- mentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autoriza- ção legislativa. 2.1.5 Princípio do Orçamento Bruto O referido princípio diz respeito aos valores que deverão constar dentro da LOA. Logo, os valores lá dispostos deverão estar demonstrados de forma bruta, não podendo ser Premissas orçamentárias (todo processo orçamentário) Anualidade A LOA terá duração de 1 ano (ano civil / exercício financeiro). Exceção: reabertura de crédito especial e extraordinário. Exclusividade - LOA não poderá conter matéria estranha; - Fixação de despesa e fixação de receita. Exceção: a) Autorização - abertura de créditos suplementares; b) Autorização - contratação de operações de créditos. 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 11 operacionalizadas deduções, por mais que ocorram verdadeiramente. Imagine a situação de transferência de arrecadação tributária entre entes. Deverão ser declarados os valores arrecadados ou apenas os valores que ficarão no caixa do ente que arre- cadou? Senhores, o valor que deverá constar na LOA será o montante arrecadado, inobstante ocorra o repasse à posterior face à redistribuição de receitas tributárias. Lei 4.320/64 Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. § 1º As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferira outra incluir-se-ão, como despesa, no orçamento da entidade obrigada a transferência e, como receita, no orçamento da que as deva receber. Igualmente é importante referir que o candidato não poderá confundir o referido princípio com aquele da especificação, pois este último se refere apenas e tão somente à necessidade de descriminar a origem e destino do montante. 2.1.6 Princípio da Legalidade O referido princípio diz respeito a necessidade de os gestores públicos observarem as leis orçamentárias, fazendo jus à observância do que votado e aprovado pela Casa do Povo de cada ente competente. Assim, os entes competentes, gestores do dinheiro público somente poderão fazer ou deixar de fazer o que estiver na lei. Logo se deseja utilizar do dinheiro que pertence a coletivi- dade, que peça e tenha autorização para tanto. Entretanto, sempre é importante lembrar: será que todo o dinheiro público precisará de autorização legislativa para ser utilizado? A resposta é não, eis que excepcionalmente poderá o gestor público abrir créditos extraordinários e isto não passará por prévia autorização e discussão legislativa. A lei orçamentária poderá ser questionada junto aos órgãos do Poder Judiciário? A resposta é sim, eis que através da ADI 5449 decidiu-se que poderão ocorrer questionamentos, tanto no sentido formal, quanto no sentido material. Veja o esquema na próxima página... 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 12 *Para todos verem: esquema 2.1.7 Princípio da Publicidade O referido princípio parte também do que disposto no artigo 37 da CF e os princípios que deverão nortear a administração pública. Assim o orçamento público deverá ser público e divulgado de forma ampla, inclusive com a disponibilização de relatórios e demais infor- mações para toda e qualquer pessoa/cidadão. Este princípio não poderá ser confundido com aquele da transparência, porque este último traz a obrigação aos gestores de informarem de forma leal e transparente como o orça- mento é realizado. Assim o referido princípio quer tão somente garantir o acesso a qualquer interes- sado das informações dispostas na LOA. 2.1.8. Princípio da Transparência O referido princípio requer ao gestor pública a obrigação de divulgar como será realizado o orçamento, ou seja, demonstrar como o mesmo é feito e realizado. Logo, aqui, igualmente você não poderá confundir com publicitar no Diário Oficial, eis que estaríamos nos referindo apenas e tão somente ao princípio da publicidade acima visto. Quais são os instrumentos de transparência que poderão ser verificados pela coletivi- dade? a) Prestação de Contas. Premissas orçamentárias (todo processo orçamentário) Orçamento bruto Valores previstos na LOA deverão ser cfe. montante bruto. Não confundir com ESPECIFICAÇÃO - discriminar valores. Exemplo: transferência de tributos - lançamento da arrecadação e não com dedução. Legalidade Leis orçamentárias: discussão e aprovação = Legislativo. Gestor público: só pode fazer o que está na lei. Exceção: a) Crédito Extraordinário: não precisará estar na lei; b) Crédito Extraordinário: poderá ser autorizado pelo executivo. 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 13 b) Parecer de Tribunal de Contas. c) PPA. d) LDO. e) LOA. LRF – Art. 48 São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulga- ção, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relató- rio Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos. *Para todos verem: esquema 2.1.9 Princípio da Não Afetação O referido princípio está muito vinculado ao direito tributário, o qual deixa claro que os impostos não poderão ter sua arrecadação destinada a uma reserva própria, ou seja, a caixa determinado. Vale ressaltar que apenas os impostos e não os tributos é que não poderão ser comprometidos com despesas próprias. Art. 167 da CF São vedados: IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repar- tição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e Premissas orçamentárias (todo processo orçamentário) Publicidade Ampla divulgação do orçamento público. Não confundir com TRANSPARÊNCIA - COMO É REALIZADA. Exemplo: a) Aqui trata-se de publicizar as leis orçamentárias; b) Garantir a qualquer interessado o acesso às informações. Transparência Divulgar como são realizadas as leis orçamentárias. Instrumentos de transparência: Prestação de Contas / Parecer T. Contas. - Art. 48 da LC 101. 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 14 desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo. *Para todos verem: esquema 2.2 Planos Orçamentários O orçamento público é tratado pela Constituição Federal no seu artigo 165. Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. Logo, será de iniciativa (proposição) do Poder Executivo a criação dos seguintes orça- mentos/planos: a) PPA → Plano Plurianual → Unidade por cada 4 anos → Plano Estratégico; b) LDO → Lei de Diretrizes Orçamentárias → 1 por cada ano → Plano Tático; c) LOA → Lei de Orçamento Anual →1 por cada ano. Entretanto, é importante ressaltar que não são apenas estes os planos previstos em nossa Constituição Federal. Podemos citar o Plano Nacional de Saúde (3 anos) e o Plano Nacional de Educação (10 anos), tudo isto conforme o que disposto no artigo 165, §4º da CF. § 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional. Mas afinal do que contas o que é o PPA? Este é o plano que irá estabelecer as priori- dades de governo nos seus 4 anos de governança. Ademais no PPA, os demais planos Premissas orçamentárias (todo processo orçamentário) A arrecadação dos impostos não será afetada. A arrecadação não poderá ser comprometida. Cuidado: a) Dos demais tributos sim; b) Art. 167, IV - Repartições Tributárias - sim. Não afetação 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 15 também deverão fazer parte. Já a LDO é um recorte da PPA (fatiamento), ou seja, apontará as prioridades do que deverá ser realizado no último ano. Assim a LDO irá virar lei em determinado ano, mas com o foco no ano seguinte e que irá virar a LO. Por fim a LOA irá fixar às despesas e trazer a previsão de receitas. Lembrando que todos estes planos, apesar de serem de iniciativa do governo, deverão ser levados a apreciação do Poder Legislativa para apreciação. 2.2.1 Plano Plurianual – PPA O PPA será de iniciativa do Poder Executivo e irá estabelecer as prioridades do go- verno para os seus quatro anos de governança. Neste PPA, serão estabelecidas as diretrizes, as metas e os objetivos de governança, podendo inclusive estabelecer as regiões prioritárias de ação. Tal plano será encaminhado no primeiro ano do mandato para apreciação pelo Poder Legislativo. Foi criado pela CF/88 e terá a participação de outros poderes e órgãos para sua feitura. § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capitale outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. Cuidado: lembre-se de que se trata de função típica do Poder Executivo. Prova disso é que, se o Chefe do Executivo não elaborar, ele responderá por crime de responsabili- dade. Muita atenção: o prazo de duração do PPA, já que apresentado no primeiro ano do governo, serão contados do segundo ano do mandato até o término do primeiro ano se- guinte do novo mandado (seja do governo atual ou novo governo). O PPA será enviado, na esfera federal, até o dia 31de agosto e deverá ser devolvido até o dia 22 de dezembro. Lembra-se ainda que cada ente competente poderá dispor de prazo pró- prio. Tal prazo mencionado é da esfera federal. Acaso não for aprovado o PPA no prazo, o Congresso Nacional igualmente entrará em recesso, permitindo-se convocação extraordinária para votação do mesmo conforme o que dis- posto no artigo 57 da Constituição Federal. Retornando o PPA do Congresso Nacional, o Presidente da República terá prazo de 15 dias úteis para sancionar e publicar. 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 16 Assim, conforme já exposto, o PPA será de competência privativa do Presidente da Re- pública, em se tratando de PPA da União. Importante ressaltar que o mesmo não poderá se delegado e deverá ter abrangência nacional. O PPA Federal poderá adotar critérios macrorregionais, internacionais e nacionais, tudo isto para atender as prioridades de cada região do país. No tocante aos aspectos formais e materiais, o PPA não estará preocupado em discrimi- nar receita e despesa de forma objetiva. Por exemplo: teremos despesas que estarão na LOA, mas não estarão no PPA, por exemplo. Mas afinal de contas existem despesas que deverão estar no PPA? a) Despesas com Programa de Duração Continuada: são despesas continuadas que ul- trapassam 1 ano; b) Despesas com Capital: referente a aquisição de bens, como por exemplo um veículo automotor. Agora tenha muito cuidado: a gasolina, por exemplo, é despesa corrente e não de capital, e logo não estará no PPA. Lembrando que a despesa de capital é aquela que contribuirá positi- vamente para aquisição/formação de capital. As inversões financeiras não precisarão estar no PPA. Assim se lhe perguntarem na prova: despesa continuada para construção de um ginásio e que durará mais de 1 ano, precisará estar no PPA? Sim, eis que se trata de despesa que perdurará por mais de 1 ano. *Para todos verem: esquemas Prazos Atenção: a) Competência do Presidente; b) Não poderá ser delegada; c) Critérios regionais; d) Não terá qualquer despesa. Despesas deverão constar: a) Duração continuada; b) Despesas de capital. - Presidente terá 15 dias úteis para sancionar e publicar; - Se não fizer: crime de responsabilidade. Presidente deverá enviar até dia 31 de agosto e o Congresso Nacional devolver até o dia 22 de dezembro. 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 17 2.2.2 Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO As leis de diretrizes orçamentárias serão o grande elo entre o plano plurianual e a lei de orçamentária anual. Assim, para muitos, trata-se de um instrumento tático capaz de fatiar os principais interesses governamentais para determinado ano de governo. Mas cuidado na prova: a) LDO → irá estabelecer as prioridades e metas; b) LOA → irá fixar as despesas e prever as receitas. Logo as LDO´s irão definir as metas e prioridades do governo para o próximo ano. Mas lembre-se de que aqui serão metas táticas, eis que as metas a longo prazo estarão estabelecidas no PPA. As LDO´s terão, igualmente, iniciativa do Chefe do Poder Executivo e serão elaboradas no ano anterior a LOA. Logo, a LDO de 2020 irá orientar a LOA de 2021, lembrando que precisará virar lei ainda no ano de 2020, tudo isso com a finalidade de orientar à melhor direção e utilização dos recursos frente as despesas fixadas na LOA do ano seguinte. O conteúdo de uma LDO será estruturado na forma do artigo 165, §2º da CF: § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administra- ção pública federal, estabelecerá as diretrizes de política fiscal e respectivas metas, em consonância com trajetória sustentável da dívida pública, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. Igualmente a Lei de Responsabilidade Fiscal traz dispositivos sobre as LDO´S, quando afirma que a mesma terá que ser composta de três anexos (metas fiscais | riscos fiscais | conte- údo específicos). Assim como o PPA, a LDO será de iniciativa do Poder Executivo e deverá passar pela casa do povo, in casu, o Poder Legislativo para aprovação. Ainda, segundo decisões reiteradas Iniciativa P. Executivo - art. 165, I, CF Diretrizes Metas Objetivos Estratégico Duração de 4 anos 4 anos contados do segundo ano do mandato até o término do primeiro ano seguinte. 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 18 do Supremo Tribunal Federal, a LDO poderá ser fiscalizada tanto pelo Legislativo, quanto pelo Tribunal de Contas. Igualmente a LDO apresenta um importante papel, pois poderá propor alteração da legis- lação tributária, bem como estabelecerá as formas de políticas de aplicação de agências finan- ceiras, como por exemplo: Caixa e BNDES. Art. 4º da LC 101 - A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2o do art. 165 da Constituição e: I - disporá também sobre: § 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes. § 2º O Anexo conterá, ainda: (segue o baile ...) § 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avali- ados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, infor- mando as providências a serem tomadas, caso se concretizem. § 4º A mensagem que encaminhar o projeto da União apresentará, em anexo específico, os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para seus principais agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o exercício subsequente. Art. 165 da CF § 12. Integrará a lei de diretrizes orçamentárias, para o exercício a que se refere e, pelo menos, para os 2 (dois) exercícios subsequentes, anexo com previsão de agregados fis- cais e a proporção dos recursos para investimentos que serão alocados na lei orçamentá- ria anual para a continuidade daqueles em andamento. Igualmente é importante ressaltar que a avaliação do cumprimento dos objetivos das po- líticas monetárias, creditícias e cambiais serão realizadas pelo BACEN e pela Comissão Mista de Orçamento. Logo, para fixar conhecimento: 1º) Onde deverão constar os programas de regionalização? PPA. 2º) Onde deverão constar os programas de duração continuada? PPA. 3º) Onde deverão constar o equilíbrio entre receita e despesa? LDO. Qual será o prazo para aprovação de uma LDO? Lembramos inicialmente que cada ente poderá fixar o seu prazo. Ademais, tratando-se da esfera federal, o Presidente da República terá prazo de até 15 de abril para apresentar a LDO. Já o Congresso Nacional terá o prazo até o dia 17 de julho para devolução. Da devolução, o Presidente terá o prazo de 15 dias úteis para san- cionar e publicar, sob pena de crime de responsabilidade. Atenção: pergunta de prova. Para aumentar despesa com pessoal, deverá existir autorização na LDO e dotação na LOA? Sim, via de regra, deverá ter tal autorização e dotação, sem prejuízo do processo de fiscalização com base na Lei de Responsabilidade Fiscal. 1ªFase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 19 Mas cuidado: em situação de calamidade (via pandemia, por exemplo), é possível contra- tar temporariamente, sem autorização na LDO e sem que exista inclusive dotação orçamentária na forma da Emenda Constitucional 106/2020 – art. 2º. *Para todos verem: esquemas Iniciativa P. Executivo - art. 165, I, CF Orientará elaboração da LOA Metas Prioridades / Diretrizes de política fiscal Irá fatir plano plurianual Tático Duração de 1 ano + meio ano Terá duração de 1 ano e será elaborado no ano anterior a lei orçamentária anual. Funções LDO na CF Metas e prioridades Diretrizes de política fiscal e metas Orientará elaboração da LOA Alterações na legislação tributária Política de aplicação de financiamentos Previsão de agregados fiscais e recursos Não altera a legislação tributária, mas tão somente sugere modificações. 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 20 2.2.3 Lei Orçamentária Anual - LOA As leis orçamentárias anuais tratam-se de instrumentos operacionais que serão elabora- dos anualmente de modo a fixar (destinar) as despesas e prever as receitas. Assim tais leis irão viabilizar em um sentido macro o PPA e o que fora priorizado na LDO, de modo a não gastar mais do que fora arrecadado. Lembre-se sempre de que: a) Visão Macro – Estratégia – PPA b) Visão Tática – Prioridades – LDO c) Visão Operacional – Execução – LOA Estas leis orçamentárias anuais, serão organizadas em três esferas orçamentárias, porém apresentadas em um documento único, de iniciativa do Executivo, muito embora os demais po- deres também participem em sua elaboração. CUIDADO Lei de responsabilidade fiscal - anexos: a) Meta fiscal (regra); b) Risco fiscal (passivos fiscais); c) Conteúdo específico (projeções). Aprovação e fiscalização: a) Aprovação: legislativo; b) Fiscalização: legislativo e Tribunal de Contas. Irá dispor sore o equilíbrio entre receitas e despesas. Presidente apresentará até o dia 15 de aril e Congresso devolverá até o dia 17 de julho. Funções LDO na LRF Equilíbrio de receitas e despesas Critérios e formas para limitar empenhos Cont. custos e avaliações de resultados Condições e exigências transf. recursos Anexos de metas fiscais, fixos e anexo Não altera a legislação tributária, mas tão somente sugere modificações 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 21 São as três esferas: a) Orçamento Fiscal: é a regra geral, ou seja, não sendo de seguridade ou de investi- mento, será este orçamento fiscal. Assim, despesas com Educação, Defesa Nacional, Trans- porte, Segurança, estarão aqui. *Para todos verem: esquema b) Orçamento de Seguridade: será o orçamento destinado a custear/financiar a seguri- dade social, ou seja, a Previdência, Assistência e Saúde da coletividade. Assim, por meio do SUS, Bolsa Família, temos exemplos de onde são extraídos os recursos para referidas rubricas (dotação). *Para todos verem: esquema Orçamento da Seguridade Abrangerá todas as entidades e órgãos públicos Recursos que irão custear - PAS SUS / Previdência / Bolsa Família - Não terá por finalidade reduzir a desigualdade social; - Seu foco será no indivíduo e não nas regiões do país. Orçamento Fiscal Não for de seguridade Não for de investimento Regra geral: portanto, será orçamento - Educação; - Transporte Público; - Defesa Nacional; - Segurança Pública. 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 22 c) Orçamento de Investimento: será o orçamento do lucro (bolsa de valores, por exem- plo). Na maior parte das vezes, o orçamento diz respeito às ações ordinárias de empresas esta- tais que o governo possua, principalmente aquelas em que tem a maior parte do capital social. Vale ressaltar aqui que nas estatais que não são controladas pelo governo, o orçamento não precisará estar na LOA. Ou seja, tal orçamento servirá basicamente para demonstrar o quanto de dinheiro público se tem aplicado nestas estatais. Art. 165 da CF § 5º A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Pú- blico; II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituí- dos e mantidos pelo Poder Público. *Para todos verem: esquema Qual a finalidade do presente orçamento? Art. 165 (Orçamento Fiscal e Investimentos) § 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional. Orçamento de Investimento Aplicação para lucro. Exemplo: bolsa de valores. Estatais controladas (maior parte do capital social). Recursos públicos para manter as despesas (pessoal/custeio) nas empresas controladas estarão no caminho fiscal. Estatais não controladas não precisarão demonstrar valores nos recursos públicos investidos na LOA. 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 23 Atenção: o orçamento para seguridade social não terá como finalidade reduzir a desigualdade social, eis que para este deverá existir um tratamento isonômico. As presentes Lei Orçamentárias Anuais terão vigência no ano civil, ou seja, entre 1º de janeiro até 31 de dezembro, também chamado em provas de exercício financeiro. Ainda, deverão as LOA´s de cada ente ter alguma reserva para algum imprevisto? A res- posta é positiva, ou seja, deverão ter uma reserva de contingência para situações de emergência. A Lei de Responsabilidade Fiscal é clara ao afirmar que todos os entes deverão ter a referida reserva. Quem definirá o montante à ser reservado serão as LDO´s de cada ente, através de dotação global (percentual), definindo igualmente as LDO´s os critérios de utilização. Art. 5º da LC 101 - O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar: III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao: a) (VETADO) b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos. *Para todos verem: esquema 2.3 Técnicas Orçamentárias O Brasil já apresentou várias técnicas e/ou espécies de orçamento público. Do método Tradicional, repassando pelo Incremental, acrescendo ainda o método da Base Zero e trazendo Reserva de Contingência Poupança na LOA Montante será definido na LDO em cada ente Será realizado em percentual (dotação global) Critérios de utilização também na LDO Reserva de situações de emergência 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 24 junto o Participativo. Diante desse contexto, vários foram as metodologias orçamentárias utiliza- das pelos gestores públicos. Até 1964, por exemplo, o Brasil adotou a metodologia do orçamento Clássico, proveniente da Inglaterra. Tal orçamento apresentava as seguintes características: a) Desvinculado do Planejamento: sem limites de gastos; b) Focava no objeto e não no objetivo; c) Documentação não era obrigatória; d) Despesa identificada pelo gestor que se utilizava do crédito. Após 1964, o Brasil passou adotar o modelo de Orçamento Programado, tendo como base a própria Lei 4.320/64. Tal orçamento apresenta as seguintes características: a) Foco no objetivo(resultado); b) Planejamento; c) Controle e Avaliação de Gastos; d) Base firmada em um programa. Nada obsta afirmar que, junto ao Orçamento Programado, alguns governos utilizaram da metodologia do Orçamento Participativo em suas gestões. 2.4 Ciclos Orçamentários Para muitos doutrinadores, apresentamos duas visões sobre o ciclo orçamentário. Pode- remos dizer sobre a existência de uma visão básica e uma visão estendida. Entretanto, apesar destas visões, trabalharemos aqui com a visão básica, que para efeitos de prova, é a mais lem- brada pelos examinadores. Quando tratar-se de uma visão básica, resumimos o ciclo orçamentário em 4º momentos distintos, ou seja, da elaboração até a fiscalização. Já, quando tratarmos de uma visão estendida, estaremos trabalhando o ciclo em 6º momentos diferentes, acrescendo a discussão e emendas dos instrumentos orçamentários. Mas afinal de contas, quais são as etapas do ciclo orçamentário, quando da elaboração dos planos orçamentários: 1º) Elaboração → Poder Executivo; 2º) Aprovação → Poder Legislativo; 3º) Execução → Poder Executivo; 4º) Controle e Fiscalização → P. Legislativo auxiliado pelo Tribunal de Contas. Logo, em rápido e breve resumo, compreendemos que este ciclo terá um início, meio e 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 25 fim. 2.5 Processo Legislativo Uma vez elaborados os planos orçamentários de iniciativa do Poder Executivo, eles chegarão até o Poder Legislativo para que lá sejam discutidos, aprovados e fiscalizados. Logo a aprovação desses planos dependerá de prévia discussão e votação. Daí já realizamos a primeira pergunta: quando da discussão estes planos poderão ser alterados? A resposta é positiva, e em se tratando da LOA, por exemplo, as mudanças poderão ocorrer através de emendas parlamentares. Uma vez apresentadas tais emendas parlamentares, será proposta nova discussão e vo- tação pelos membros do Congresso Nacional (sem se tratando de planos orçamentários fede- rais). Uma vez aprovados, serão remetidos novamente até o Chefe do Executivo para sanção e publicação. Lembramos ainda que cada ente terá seus planos orçamentários e processos próprios. Atenção: outra questão bastante importante é de que não poderá ocorrer a confusão en- tre o processo legislativo comum e o processo legislativo orçamentário, eis que por exemplo: o processo legislativo comum será iniciado, sob a ótica federal, dentro de uma das casas do Poder Legislativo, seja no Senado ou na Câmara dos Deputados. Já o processo legislativo orçamentá- rio será remetido diretamente a Mesa Diretora do Congresso Nacional. Logo, é preciso dizer que o procedimento legislativo orçamentário apresenta regras pró- prias e que somente poderá adotar as regras atinentes ao processo legislativo comum, o que não contraria as regras específicas do artigo 166 da CF, conforme preceitua o parágrafo 7º do referido texto constitucional. § 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas ao processo legislativo. Assim, tendo como base o Projeto de Lei Orçamentário Anual Federal, passaremos a estudar o procedimento legislativo orçamentário conforme o disposto na Constituição Federal. Logo, uma vez proposto o PLOA, o Presidente enviará para o Congresso Nacional até o dia 31 de agosto. A propósito, este PLOA poderá ser emendado caso ocorra defasagem na previsão das receitas? A resposta é positiva, e isto ocorrerá através de um novo projeto de lei. De que forma será enviado o PLOA? Será enviado por meio de mensagem presidencial, 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 26 de forma eletrônica. Tal mensagem será encaminhada pelo Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento à Mesa Diretora do Congresso Nacional. Após análise da Mesa Diretora, o PLOA será encaminhado para Comissão Mista de Or- çamento que será composta por 40 parlamentares das duas casas. Tal comissão mista será permanente, porém renovada a cada ano. Atualmente é regulada pela Resolução nº 01/06 do Congresso Nacional. Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Con- gresso Nacional, na forma do regimento comum. § 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados: I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República; II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58. Qual será a forma de atuação da CMO? Fiscalização e execução das normas. Quando da análise pela CMO (Comissão Mista Orçamentária) poderá algum parlamentar sugerir alteração na destinação de recursos, ou seja, modificar a área de destino? A resposta é positiva, sendo possível inclusive que parlamentares que não são membros da Comissão suge- rirem tais alterações, o que chamamos de emendas parlamentares. Lembrando ainda que so- mente serão possíveis 25 emendas individuais. Para propor alteração existem requisitos? A resposta é positiva, conforme abaixo demonstrado: 1º) Emenda Parlamentar terá que ter compatibilidade com o PPA e com a LDO. 2º) Emendar Parlamentar terá que indicar a fonte de recursos. Ademais, será igualmente possível que um parlamentar venha modificar a dotação orça- mentária, retirando recursos alocados para atender a determinada rubrica para atender outra de seu melhor interesse. Logo o parlamentar poderá anular uma despesa, apropriando-se de um recurso, desde que, atenda aos requisitos acima expostos. Entretanto, existem despesas que jamais poderão ser anuladas: 1º) Despesa com Pessoal e Seus Encargos; 2º) Serviços da Dívida; 3º) Transferências Constitucionais Tributárias. 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 27 Art. 166, §3º da CF: As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem so- mente podem ser aprovadas caso: I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias; II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre: a) dotações para pessoal e seus encargos; b) serviço da dívida; c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; Sobre a reestimativa de receitas, sempre é importante ressaltar que elas poderão ser fei- tas seja pelo Poder Executivo, mas também pelo Poder Legislativo quando da análise do PLO. Normalmente o PLO tem suas receitas reestimadas quando ocorre omissão ou erro. Lembro ainda se a receita diminuir, chamaremos de emenda supressiva, logo não será necessário indicar à fonte. Igualmente, questiona-se: quais serão as fontes para que ocorram emendas parla- mentares? 1º) A primeira fonte será aquela decorrente de anulação de despesas (poderá ser total ou parcial); 2º) Já a segunda fonte será aquela decorrente de reestimativa de receita. Por fim, outros pontos importantes sobre o processo legislativo: 1º) Quando já iniciada votação do projeto, poderá o Presidente da República buscar mo- dificá-lo? A resposta é negativa. Assim, quando já iniciada a votação o Chefe do Executivo já não mais poderá enviar projetos alterando. 2º) Poderá o PLOA ser rejeitado totalmente? A resposta é positiva. Em caso de rejeição total, poderá ser utilizado a LOA do ano anterior? A resposta é igualmente negativa em face da lesão ao princípio da anualidade. 3º) Chefe do Executivo será obrigado a concordar com todas as mudanças | emendas sugeridaspelo Congresso? A resposta é negativa, eis que o mesmo terá o poder de vetar tais alterações. 2.6 Vedações e Execuções Orçamentárias Reza o artigo 167 da Constituição Federal quais são as condutas e/ou matérias que não poderão ser incluídos (vedadas) quando da elaboração dos orçamentos públicos por nossos gestores. Sobre as vedações no que tange à execução orçamentária, podemos destacar os incisos I, VI, VIII, X, XII e XIV. Nestes temas, vamos encontrar importantes informações e limitações ao 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 28 andamento e propostas de orçamento, suas limitações para realização de receitas e fixação dos gastos. Já sobre abertura de créditos adicionais, é importante que o aluno conheça do artigo 167 mais dois incisos: VII e V. Por fim, sobre as discriminações das receitas e despesas, a leitura deverá percorrer o artigo 167 da Constituição Federal, e os respectivos incisos II, III e IV. Já sobre a Execução Orçamentária, é muito importante que o aluno conheça da disponi- bilidade (ciclo) financeira das unidades orçamentárias: a) Empenho; b) Nota de Empenho; c) Liquidação; d) Ordem de Pagamento; e) Pagamento. 2.7 Programações Orçamentárias Toda programação e execução orçamentária servirá para o acompanhamento do fluxo de entradas (receitas) e saídas (despesas) do orçamento público. Ademais sempre é importante relembrar que não teremos despesas, sem prévia definição de suas respectivas receitas. Logo, a referida programação orçamentária e financeira servirá para integrar o planeja- mento (plano) com à execução do orçamento público. Desta feita irá detalhar a nível operacional a Lei Orçamentária Anual. Já a execução orçamentária também poderá ser conceituada como a utilização dos cré- ditos consignados no orçamento disposto no plano. Por fim, ainda sobre os conceitos, conceitua-se a execução financeira como a utilização dos recursos financeiros. Diante do que tudo isto, o referido acompanhamento será necessário para garantir o cum- primento das metas fiscais e o equilíbrio do orçamento público, um dos pilares de uma boa gestão fiscal. Na forma do artigo 8º da Lei de Responsabilidade Fiscal, após 30 dias da publicação do orçamento, terá o gestor público de publicar um Decreto de Programação, onde programará este fluxo de entradas e saídas. Ademais, na forma do artigo 9º da Lei Complementar 101 se houver percepção e verifica- ção da perda de receitas, terá o gestor público que realizar a limitação dos empenhos, sob pena 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 29 de não ter a observância do cumprimento das metas fiscais. Lembro que tal limitação de empenho será obrigação e não opção do gestor público. Igual- mente tais regramentos estarão previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias do ente compe- tente. A verificação será realizada de forma bimestral. Por fim, caso exista o restabelecimento das receitas, a recomposição será proporcional, de acordo com as dotações que inicialmente foram perdidas e agora se recupera. Compreendida a fase organizacional, passaremos a estudar a descentralização do crédito orçamentário. Tal momento se constitui na movimentação dos créditos e dos recursos. A descentralização poderá ser orçamentária ou financeira. No que tange a descentralização orçamentária, podemos afirmar que tratar-se da movi- mentação (dotação) que órgão central para os órgãos setoriais. Ademais, quando tratar-se de descentralização interna, vamos chamar de provisão. Entretanto quando ocorrer entre estruturas externas, ou seja, entre órgãos distintos, vamos nominar de Destaque. Já no que tange a descentralização financeira, ou seja, dos recursos, teremos o repasse da cota financeira do órgão central aos órgãos setoriais. Tratando-se da movimentação entre órgão de unidades vinculadas vamos nominar de Sub-Repasse. Entretanto, acaso ocorra entre órgãos distintos, vamos nominar de Repasse. 3. Receitas e Despesas Públicas 3.1 Receitas Públicas – Aspectos Gerais As receitas públicas são a entrada de dinheiro no público definitivamente. Esta definição envolve assumir a diferença entre a receita do governo e receita simples ou fluxo de caixa, que inclui valores transferidos para a Administração, seja por lei, ou por contrato estabelecido. Existem vários conceitos de receita. Ela apresenta, a depender da esfera doutrinária, vários conceitos. Entretanto, para efeitos dos nossos estudos, interessa o conceito de receita pública. Afinal de contas, do que se trata? Trata-se da entrada de dinheiro na conta cor- rente dos entes competentes, conforme previsão orçamentária. Ademais, quais são as etapas do dinheiro público? a) Previsão de Arrecadação; b) Receita Arrecadada de Forma Efetiva; 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 30 c) Depósito na Conta Única do Tesouro (não afetação | cada ente terá sua conta). Igualmente, do que se trata o conceito de receita orçamentária? Esta servirá para custear o gasto do orçamento, notadamente, financiamento o atendimento das políticas públicas. Tais despesas estarão fixadas na LOA. Importante ainda ressaltar que nem toda receita estará prevista, como as doações. Reza o artigo 11 da Lei 4.320/64 que as receitas públicas serão classificadas em receitas correntes e de capital. Lei 4.320/64 Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Corren- tes e Receitas de Capital. Art. 57 - Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 3º desta lei serão classifica- das como receita orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda que não previstas no Orçamento. São denominadas receitas correntes: a) Impostos, Taxas; b) Patrimonial; c) Agropecuária; d) Serviços; e) Industrial; f) Transferências Correntes; g) Receitas Correntes; h) Outras Contribuições. Após compreendido o conceito de receita orçamentária, passaremos a estudar as recei- tas extraorçamentárias. O que são estas receitas? São aquelas que não estarão previstas na LOA e basicamente se resumem à 3 (três) tipos: a) Operação de Crédito por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO): é receita extra, mas que por ser uma antecipação, não se computa para gerar duplicidade. Assim, para muitos doutrinadores, trata-se de um empréstimo que o ente faz, dando como garantia, uma receita futura. Normalmente, tal contratação se dá para atender insuficiência de caixa. Importante ressaltar que gera dívida flutuante (deverá ser paga em menos de 12 meses e não poderá ser contratada em duplicidade para uma mesma finalidade. b) Emissão de Papel Moeda: substituição de notas antigas, não considerando-se in- gresso de novo papel moeda no mercado. 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 31 c) Entrada Compensatórias no Ativo e Financeiro: município recebe uma garantia quando da contratação de uma licitação pública. Como esta garantia não lhe pertence, ele será considerado extra orçamentário. Logo, podemos resumir as receitas públicas em: a) Orçamentárias: disponibilidade de recursos financeiros; b) Extra Orçamentárias: apenas entradas compensatórias. 3.1.1 Receitas Públicas – Créditos Adicionais Dentro de um PLOA, várias serão as previsões de receitas para cumprir com os gastos igualmente programados. Entretanto, por diversas razões e circunstâncias, poderá ocorrer que as receitas não sejam suficientes para cumprir com os gastos quando da execução do planeja- mento. Logo, será necessária a abertura de créditos adicionais. Assim, retomando conceitos, é importante dizer que existem os créditos orçamentários (aqueles já previstos), mas também teremos os créditos adicionais, referentes às despesas não previstas. Quais serão os tipos de créditos adicionais? a) CréditoSuplementar | Quantitativo: reforça crédito ordinário; b) Crédito Especial | Qualitativo: atende nova despesa, não urgente; c) Crédito Extraordinário | Imprevistas | Qualitativo: nova despesa, porém urgente. Qual será a grande diferença entre eles? É que apenas o Crédito Extraordinário estará dispensado, inicialmente, de questões burocráticos, sendo, portanto, aberto o crédito indepen- dentemente de autorização do Legislativo, normalmente sendo criado por meio de Medida Pro- visória na forma do artigo 62 da CF. Os demais precisarão de lei. Lei n. 4.320/1964: Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em: I – suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária; II – especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica; III – extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública. Art. 167, §3º da CF: A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas im- previsíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62. Os créditos suplementares poderão reforçar apenas os créditos ordinários. Lembre-se ainda de que não existe um limite para pedir crédito, porém deverá ser observado o valor esti- mado da fonte de recursos para atender. 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 32 Quem fará a análise da abertura do crédito será o Poder Executivo, junto com o Ministério da Economia será a Secretaria de Orçamento Federal. Veja o esquema na próxima página... *Para todos verem: esquema 3.1.2 Receitas Públicas – Repartição de Receitas Públicas Independentemente da competência tributária do ente e da importância fiscal do crédito tributário como fonte de receita principal ao titular de sua competência, fato é que em alguns casos os tributos arrecadados serão redistribuídos para os demais entes, como forma de com- pensar e colaborar os esforços mútuos para o cumprimento das garantias e direitos fundamentais da coletividade. Logo, é importante que compreenda-se que muitas vezes os valores arrecadados quando da cobrança dos tributos, não ficarão estritamente e exclusivamente para o ente competente. E será neste ponto e momento que adentraremos ao tópico da repartição de receitas tributárias. Iniciamos com a repartição das receitas tributárias referente ao Imposto de Renda, de competência da União. Na forma do artigo 157 e 158 da Constituição Federal quando do paga- mento do pró-labore para os servidores dos demais entes (Municípios, Estados e Distrito Fede- ral) deverão estes realizarem a retenção do Imposto de Renda na Fonte. E este montante do Imposto de Renda retido na fonte, permanecerá 100% com o ente competente que reteve. Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer Receita Orçamentária Presente na LOA (previsão de receitas); Utilizada como forma de despesa.Gasto Público Receita Corrente: a) Impostos / Taxas; b) Patrimonial; c) Agropecuária; d)Industrial; e) Serviços; f) Transferências correntes; g) Receitas correntes; h) Outras contribuições. Receita Capital: a) Transferência de capital; b) Outras receitas de capital; c) Alienação de bens; d) Operação de crédito; e) Amortização de empréstimos. 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 33 natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem; Art. 158. Pertencem aos Municípios: I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem; Ainda, no tocante aos Estados e o Distrito Federal, na forma do artigo 157, II da Constitui- ção Federal, estes terão o direito de receber 20% do produto da arrecadação de um novo im- posto, acaso a União venha criar. Já no que tange aos municípios, estes terão direito, acaso venha firmar convênio com a União na forma do artigo 153, §4º, III da Constituição Federal de receber 100% da arrecadação realizada referente ao ITR pago pelos proprietários de imóveis rurais localizados no respectivo município. Entretanto, acaso o convênio não seja realizado pelo município, este terá direito a redistribuição de apenas 50% da arrecadação realizada pela União quando do pagamento do ITR pelos contribuintes. Ainda, os municípios terão o direito de receber 50% da arrecadação do IPVA realizada pelos Estados, referente aos veículos licenciados dentro do respectivo município. Por fim, terão direito os Municípios ao percentual correspondente à 25% do produto da arrecadação do ICMS realizado pelo respectivo estado que faça parte. Art. 158. Pertencem aos Municípios: II - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a proprie- dade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III; III - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propri- edade de veículos automotores licenciados em seus territórios; IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre ope- rações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, referente a repartição do ICMS, serão creditadas conforme os seguintes critérios: a) 65% (sessenta e cinco por cento), no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus territórios; b) até 35% (trinta e cinco por cento), de acordo com o que dispuser lei estadual, obser- vada, obrigatoriamente, a distribuição de, no mínimo, 10 (dez) pontos percentuais com base em indicadores de melhoria nos resultados de aprendizagem e de aumento da equidade, conside- rado o nível socioeconômico dos educandos. 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 34 Por fim, será vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recur- sos atribuídos na Repartição das Receitas Tributárias, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a impostos. 3.2 Despesas Públicas – Aspectos Gerais A despesa pública pode ser definida como todo o Estado, cujo objetivo é promover a sa- tisfação das necessidades públicas, o que implica o bom funcionamento e desenvolvimento dos serviços públicos e a manutenção do administrativas necessárias para isso. É óbvio que a des- pesa pública depende de uma contrapartida nas receitas e o nível de é determinante na quali- dade e na amplitude das necessidades. Despesas Públicas e/ou Orçamentárias são os gastos realizados com base na previsão de receitas orçamentárias. Lembrando que, inclusive, despesas não previstas na LOA poderão ser realizadas, por exemplo: para retificação de despesas e/ou inserção de novas despesas. Igualmente é importante salientar que novas despesas poderão ser inseridas na LOA desde que existam recursos para tanto. Logo, muitos doutrinadores costumam afirmar que a despesa orçamentária está associada à um limite (dotação). E como será realizado o ciclo (execução) da despesa: a) Empenho (mera expectativa); b) Liquidação; c) Pagamento (saída efetiva do dinheiro do Caixa Único). As despesas, assim como as receitas, poderão ser orçamentárias ou extraorçamentárias. As despesas orçamentárias são aquelas previstas na LOA (anual) e serão classificadas em corrente e de capital. Dependerão de autorização legal (emrazão da LOA). São exemplos de despesa orçamentária: quando a administração pública adquire um bem para o seu uso, bem como as subvenções sociais para o custeio de determinada instituição sem fins lucrativos. Já as despesas extraorçamentárias são as devoluções das receitas extra orçamentárias. Lembrando que estas não dependerão de autorização legislativa. São exemplos de devolução: devolução de restos a pagar | garantia | caução. Cuidado: é possível contratar temporariamente sem autorização da LDO e sem que haja dotação suficiente na LDO (EC 106/2020 – art. 2º). Veja o esquema na próxima página... 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 35 *Para todos verem: esquema 3.3 Endividamento Público e as Etapas da Despesa Pública A definição do endividamento público encontra-se respaldado no artigo 29 da Lei de Res- ponsabilidade Fiscal. No referido artigo vamos encontrar duas questões bastantes distintas, po- rém importantes: a dívida poderá ser consolidada ou mobiliária. A dívida consolidada será “montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações fi- nanceiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses”. Já a dívida mobiliária será aquela que “representada por títulos emitidos pela União, in- clusive os do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios”. Igualmente é cediço que toda administração pública, com a finalidade de cumprir suas metas fiscais e buscar o equilíbrio para com o orçamento público, deverá prever suas receitas e fixar suas despesas. E sem devida, através da programação, a análise deste fluxo de entradas e saídas será realizada pelos gestores públicos. Ademais, o ciclo para que ocorra o pagamento das despesas, até pelas questões buro- cráticas, levam algum tempo para serem realizadas pelas administrações públicas. Como ocorre de praxe o pagamento de uma despesa: 1º) Empenho; 2º) Liquidação; 3º) Pagamento. Porém, em face de circunstâncias eventuais, algumas despesas terão de ser adiantadas, o que chamamos de Suprimentos de Fundos. Logo, neste caso, quando for necessário adiantar o pagamento das despesas, ocorrerá uma informação na execução do pagamento: Aumentar despesa com pessoal Regra Geral: Autorização na LDO Regra Geral: Dotação suficiente na LOA Exceção: Situação de calamiadade pública 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 36 1º) Empenho; 2º) Pagamento; 3º) Prestação de Contas. Note-se que o empenho sempre será realizado, modificando-se apenas o momento em que o pagamento será realizado. O suprimento de fundos constitui uma despesa orçamentária. No momento da liquidação, no enfoque patrimonial, observam-se os seguintes efeitos: aumento no ativo e aumento no pas- sivo. No processo de concessão de suprimentos de fundos, a variação patrimonial diminutiva ocorre somente quando da prestação de contas do suprido. Ao analisar processos relativos à concessão de suprimentos de fundos, um agente de controle deve estar atento para o seguinte equívoco tais adiantamentos representam uma varia- ção patrimonial diminutiva. Mas afinal de contas, quais serão as situações em que se permite o regime de adianta- mento, ou seja, os suprimentos de fundos necessários e que não poderão aguardar a execução das despesas normais. a) Despesas Eventuais: são aquelas despesas para cobrir os gastos eventuais dos agentes públicos, como através do pagamento de viagens, serviços especiais, diárias, e/ou ajuda de custos. b) Despesas com Caráter Sigilo: as despesas com caráter sigilo são aquelas que não poderão estar demonstradas e publicidades, principalmente em razão da segurança dos agentes públicos. Neste interim, podemos citar as verbas secretas, como por exemplo a alimentação e bebida que é consumida pela Presidente da República. Igual- mente aqui também podemos citar as diárias para policiais em atividade/serviço. c) Despesas de Pequeno Vulto: são aquelas despesas que serão realizadas, observa- das as questões licitatórias, para o bom andamento da administração e gestão pública, adequando-se as necessidades dos serviços que serão desempenhados. Por exem- plo, aqui citamos, a compra de lâmpadas, papel higiênico, tinta para impressora. Na forma do artigo 68 da Lei 4.320/64 Art. 68 o regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servi- dor, sempre precedida de empenho na dotação própria para o fim de realizar despesas, que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação. 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 37 Vale ressaltar que o valor sempre será satisfeito em espécie (dinheiro) e, igualmente, sempre será necessário o empenho. Igualmente na forma do artigo 69 da Lei 4.320/64 não se fará adiantamento a servidor em alcance nem a responsável por dois adiantamentos. Diante disto, se algum agente público rece- beu o dinheiro, não prestou contas e/ou tem dois adiantamentos em andamento, não poderá receber outro. O pagamento ocorrerá, via de regra, principalmente tratando-se da esfera federal (União) mediante o cartão. O referido cartão é regulado através de Portaria do Ministério da Fazenda nº 95/2002, onde nela constam os limites globais e individuais. Igualmente no tocante ao cartão (CPGF) o pagamento apresenta duas modalidades: fa- tura (regra) e através de saque (exceção). O método do saque será realizado basicamente por aqueles que prestem serviços e/ou necessitem do adiantamento em locais fora da zona econô- mica tradicional, como por exemplo, por funcionários da FUNAI e Policiais em Atividade. Por fim, o pagamento também poderá ser realizado através da Conta Tipo B, onde o SIAF irá transferir os valores para suprir as despesas necessárias de adiantamento. Quem utilizará desta forma de pagamento, será o Legislativo, Judiciário e Defensoria, por exemplo. 4. Lei de Responsabilidade Fiscal Trata-se de uma das várias leis que compõem e organizam o orçamento público. Muitas vezes, o examinador pergunta e propõe como assertiva correta a seguinte questão: a lei de res- ponsabilidade fiscal é a norma que vem a disciplinar as finanças públicas. Qual é o objetivo desta lei? Ela buscará a responsabilidade na gestão fiscal, buscando o equilíbrio com os gastos que são realizados pelos gestores com o dinheiro público. Tal preceito, fica bastante claro pela simples leitura da lei, quando assim ela determina: Art. 1º. Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição. § 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas pú- blicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar. 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 38 Igualmente é importante referir que tal norma não busca sancionar a pessoa física do gestor, mas sim o seu ato, sua instituição, o próprio ente e/ou o órgão que ele pertence. Logo, é correto afirmar que a lei de responsabilidade fiscal pressupõe um conjunto de ações planejadas e transparentes, que visa a prevenir riscos, corrigir desvio com o grande objetivo de equilibrar as contas públicas. Para muitos doutrinadores, a referida Lei Complementar acabou por disciplinar os artigos 163 até 169 da Constituição Federal, tipificando condutas que deverão seradotadas pelos ges- tores, com a ideia do que pode ou não ser feito com o dinheiro público. Ademais tal regulamentação tornou-se extremamente necessária eis que os gastos públi- cos se tornaram cada vez mais frequentes, muitas vezes sendo muito superiores aos valores arrecadados pelos gestores. Logo, como forma de compatibilizar tais receitas e despesas, tor- nou-se necessário endividar e/ou empobrecer os cofres públicos, tudo isso com ideia de gerar um equilíbrio, pelo menos formal, nas contas públicas (receita igual despesa). Também nunca é demais salientar que existem despesas correntes (primárias) e aquelas decorrentes de capital, que servem para pagar os juros de dívidas já contraídas pelos gestores anteriores. Essas despesas chamamos de despesas financeiras. Entretanto, tem-se observado que as despesas primárias notadamente são maiores que as receitas primárias, ou seja, os gestores públicos têm realizado gastos que superam e muito suas arrecadações. Assim, para gerar uma formalidade financeira, acabam por contrair dívidas e/ou vendendo patrimônio. Mas afinal de contas a lei de responsabilidade fiscal foi criada para impedir à realiza- ção de despesas e financiamentos para estas? A resposta é negativa, desde que se man- tenha o equilíbrio e controle das mesmas. Estarão submetidos à lei de responsabilidade fiscal todos os entes, poderes, ou seja, em geral, toda administração pública direta e/ou indireta. Atenção: empresas estatais estarão submetidas também a lei de responsabilidade fiscal? A resposta será depende, eis que as estatais dependentes do setor público e que tenham o seu capital (maior parte do capital votante) majoritário público, estarão subme- tidos a lei de responsabilidade fiscal. Também a empresa estatal dependente é a empresa controlada que recebe do ente con- trolador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acio- nária. 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 39 Já as empresas estatais independentes (só relação negocial) não estarão vinculadas à lei de responsabilidade fiscal. A lei de responsabilidade fiscal irá limitar gastos com base na previsão de arrecadação prevista na PLOA, ou seja, a arrecadação é utilizada como referência para a limitação de gastos, visando o equilíbrio das contas públicas. E qual será a base referencial para definir os limites para com os gastos públicos? A base será a receita corrente líquida (RCL). A receita corrente líquida consubstancia-se nas receitas correntes com o desconto das deduções previstas na LRF. Ademais é importante ressaltar que as receitas de capital não farão parte na conta da receita corrente líquida. Logo a receita corrente líquida é a soma das receitas correntes de forma bruta, diluídas (subtraídas) das deduções legais. Lembrando que cada ente terá suas deduções possíveis, na forma da LRF. Sobre o tema, reza o artigo 2º da norma: IV - receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimo- niais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzidos: a) na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios por determinação constitu- cional ou legal, e as contribuições mencionadas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195, e no art. 239 da Constituição; b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional; c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compen- sação financeira citada no § 9º do art. 201 da Constituição. § 1º Serão computados no cálculo da receita corrente líquida os valores pagos e recebidos em decorrência da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996, e do fundo pre- visto pelo art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. § 2º Não serão considerados na receita corrente líquida do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e de Roraima os recursos recebidos da União para atendimento das despesas de que trata o inciso V do § 1º do art. 19. Por fim, é importante ressaltar que a apuração da receita corrente líquida ocorrerá da seguinte forma: “A receita corrente líquida será apurada somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores, excluídas as duplicidades”. Muito embora existam as programações necessárias, principalmente na LDO e na LOA, será necessário que os gestores públicos, de forma transparente, trabalhem com uma ideia men- sal de fluxo de caixa, tudo isto para corrigir eventuais equívocos e riscos. E tal demonstrativo mensal faz nascer o princípio da programação ratificado pelo artigo 8º da Lei de Responsabilidade Fiscal. Reza o referido artigo que: 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 40 Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso. Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utiliza- dos exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso. Entretanto, deste princípio, duas perguntas são frequentes em provas: a) A limitação de gastos e/ou movimentação financeira será realizada de forma mensal? Não, eis que na forma do artigo 9º da LRF se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e mo- vimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. b) Precisará de lei próprio de iniciativa do Poder Executivo o envio deste demonstrativo mensal? Não, tal ato poderá ocorrer por simples decreto. Para melhor análise e interpretação do orçamento público, compreende a lei de respon- sabilidade fiscal que os demonstrativos orçamentários deverão ser classificados, ou seja, deverá ocorrer classificação orçamentária. A classificação orçamentária terá por propósito clarear as fontes de financiamento com as despesas fixadas no orçamento. Logo, esta classificação estará expressa em códigos e irá indi- car a destinação dos recursos para realização de despesas. Importante ressaltar que tal classificação será obrigatória. A referida classificação orçamentária será dividida, portanto, por fonte de recursos e será dividida em cincos grupos. Toda ação que vise a criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa deverá cumprir os requisitos dispostos no artigo 16 da LRF, quais sejam: a) estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes; b) declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias. E, se não cumpridos os requisitos dispostos em lei, serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público a geração de despesa ou assunção de obrigação na 1ª Fase | 39° Exame da OAB Direito Financeiro 41 forma do artigo 15 da LRF. Já no que tange à despesa com pessoal, é importante a leitura do artigo 18 da LRF: Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente da Federação
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