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Ferramentas de estudo

Questões resolvidas

a) Qual é a finalidade do parâmetro de estabilidade na validação de uma metodologia analítica?

b) Como você deve proceder na análise da estabilidade do plasma para a dosagem de ácido micofenólico?

Quais são os objetivos da validação dos métodos analíticos?

De que forma deve ser realizada a avaliação do sucesso da implementação de um novo sistema analítico no laboratório clínico?


„ Há referências na literatura que comprovem o desempenho do método analítico?
„ As condições de armazenamento dos reagentes que serão utilizados na metodologia e a infraestrutura para uma possível estocagem desses reagentes foi verificada? O laboratório está apto para essas condições?
„ O laboratório está preparado para atender os requisitos de biossegurança relacionados à geração de resíduos de um novo equipamento utilizado para a implementação de uma nova metodologia?
„ A biossegurança do trabalhador que estará exposto e irá realizar essa nova metodologia foi analisada?
„ A validação da metodologia atendeu aos testes dos parâmetros requeridos pela ANVISA?
„ Os valores de referência que serão liberados no laudo, junto ao resultado, foram determinados e são compatíveis com o método anterior?
„ A equipe foi treinada para a execução dessa metodologia?

O objetivo de uma validação é demonstrar e comprovar que o método é apropriado para a finalidade pretendida e, muitas vezes, há a necessidade de se alterar a metodologia analítica de um laboratório clínico. Quando há a necessidade dessa alteração?


„ Quando se procura melhorar a exatidão de um método atual.
„ Quando há a necessidade de implementação de um novo equipamento.
„ Quando há a necessidade de reduzir custos com relação a algum reagente utilizado na metodologia atual.
„ Quando há a necessidade de implementar uma nova análise (um analito que não era dosado pelo laboratório).

Principais parâmetros da validação analítica


A realização de uma validação consiste em uma série de ações documentadas que determinam a implementação da metodologia analítica. Além disso, podemos citar o treinamento do profissional; porém, vamos focar nos parâmetros que devem ser analisados em um processo de validação de uma metodologia analítica para que essa possa ser estabelecida como rotina de uso.
Os parâmetros que devem ser analisados e documentados com relação a uma metodologia analítica

Para documentar a precisão de um método analítico em uma validação são utilizados resultados de dosagens de uma série de medidas. Sendo assim, a precisão é conhecida por ser a avaliação da proximidade dos resultados. Ela agrega resultados que mostram a repetibilidade e a reprodutibilidade das dosagens medidas, que são:
„ repetibilidade de um resultado — concordância entre os resultados dosados em um curto espaço de tempo e realizadas pelo mesmo profissional;
„ reprodutibilidade — concordância entre resultados dosados em laboratório diferentes.
A determinação do parâmetro da precisão de intraensaio (simples) ou da repetibilidade pode ser feita por meio da análise de nove resultados, sendo eles dosados em três concentrações diferentes. Ou seja, são dosadas três amostras de soro para verificação de um analito, sendo uma amostra que possui valor conhecido de baixa concentração, outra com concentração média, e outra com alta concentração do analito a ser medido. Cada uma das três amostras deve ser dosada em triplicata para posterior análise estatística.
É recomendada a realização das repetições em dois períodos diferentes do dia para que se minimizem possíveis erros oriundos de interferentes, como, por exemplo, interferência do profissional que está realizando a dosagem.
Os resultados obtidos devem ser idênticos ou perto disso, no mesmo equipa- mento (quando este estiver com o mesmo reagente, de mesmo lote, e realizado pelo mesmo operador no mesmo momento). Ou seja, deve-se calcular a média, o desvio padrão e o coeficiente de variação do estudo e comparar o resultado esperado com a especificação definida.
A aprovação desse parâmetro é feita quando os níveis de imprecisão encontram-se menores ou iguais aos determinados como aceitáveis. Esses limites são estabelecidos após análise estatística e devem ser padronizados pelo laboratório, devendo sempre contemplar a linearidade do desvio padrão.
A precisão interensaio (completa) também é um parâmetro que avalia a repetibilidade, porém, é estabelecida por meio da concordância de resultados dosados no mesmo laboratório, obtidos em dias diferentes e por profissionais diferentes.
Os dados devem ser documentados com amostras de duas concentrações (baixa e alta, por exemplo) do analito que se deseja dosar, em duplicata, durante 20 dias. Esses dados não precisam ser documentados no processo de validação e são mais aplicados com relação a uma avaliação contínua da exatidão e da confiabilidade dos resultados desse método analítico.


Para que se determine a estabilidade de uma amostra que será utilizada em determinada metodologia, algumas informações relevantes precisam ser conhecidas. Em geral, estudos de estabilidade são feitos para que se definam prazos adequados para a realização de um exame, assim como também a definição de um prazo máximo para sua repetição.
Para esse estudo devem ser obtidos materiais como o soro, por exemplo, abrangendo valores de intervalo de concentração baixa, média e alta do analito de interesse. A finalidade é quantificar as amostras selecionadas, previamente analisadas e com valores conhecidos, estocadas em temperatura ambiente (22ºC a 26ºC), geladeira (2ºC a 8ºC) e câmara fria (-20ºC). Sendo assim, para verificação da estabilidade, as dosagens devem ser realizadas nas três amostras, em duplicata, em períodos de 7, 30, 60 e 90 dias. Os resultados variam conforme o laboratório, que tem poder para escolher e determinar.


Os quais a pipetagem, a dispensação de reagentes, e a limpeza de probes (braços de pipetagem) e cubetas mantêm um fluxo contínuo. Sendo assim, é possível a realização em ampla escala, tanto de quantidade quanto de variedade de exames. A presença de uma a duas probes para dispensar reagentes faz com que elas sejam expostas em uma sucessão rápida a um grande número de diferentes reagentes, o mesmo ocorre com as cubetas. Então, como verificar se não está ocorrendo o carreamento de um reagente de uma amostra para outra? Caso haja um carreamento, ocorrerá contaminação do teste, que se não for identificada será transferida para os demais exames.


Em alguns casos, o carreamento não irá interferir nos resultados dos exames e não acarretará consequências clínicas, entretanto, um arraste pode resultar em um erro positivo (caracterizado como a identificação de um analito em uma amostra, quando ela não possui esse analito) ou negativo (quando não é feita a identificação do analito na amostra, quando ela realmente apresenta o analito) com repercussões clínicas graves. Para evitar situações desagradáveis com relação ao que foi apresentado, um protocolo de inspeções e verificações periódicas de carreamento deve ser adotado pelos laboratórios clínicos nos seus métodos analíticos. Quando se utilizam equipamentos automatizados, há mecanismos para manter o carreamento sob controle, tais como: materiais especiais na composição de probes, troca de ponteiras entre as pipetagens seriadas ou incorporação de estações de lavagens para a probe de amostras. Além disso, é recomendada assistência técnica periódica para assegurar os procedimentos operacionais.


A robustez de um método é a capacidade de ele resistir a pequenas e deliberadas variações nas condições analíticas, como: condições ambientais, fator humano, variações entre lotes de reagentes ou materiais empregados. Para esse controle na rotina, controles internos devem ser empregados diariamente, de preferência com análise estatística e gráficos de controle. Avaliar a robustez do método faz com que possam ser indicados os fatores que podem influenciar de forma significativa na resposta do sistema analítico estudado.


O intervalo de normalidade de um método também pode ser chamado de valor de referência, que é utilizado para o clínico realizar a interpretação dos resultados de um exame laboratorial, quando o resultado expresso no laudo é comparado ao intervalo dito normal. Esse intervalo de normalidade é obtido por meio de estudos com grupos controle de indivíduos clinicamente “normais”.


De acordo com a International Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC), a definição de sensibilidade é a capacidade de um procedimento analítico gerar um sinal para uma mudança de quantidade e ângulo de inclinação na curva de calibração. Aliado à sensibilidade


Em uma validação, um passo relevante e imprescindível é a escolha dos parâmetros que serão utilizados para essa análise. Essa escolha é feita com base no caráter do que se pretende dosar (analito), seja ele quantitativo ou qualitativo, assim como também deve atender e reportar os requisitos exigidos pelo órgão fiscalizador. Esses métodos necessitam de uma validação, que fornece resultados numéricos para determinar a confiabilidade do processo. Para calcular os dados obtidos das dosagens feitas nos testes de validação, são utilizados modelos estatísticos após a aplicação de cálculos que são específicos para cada parâmetro. Todo valor numérico expresso em um resultado de um laudo laboratorial agrega um percentual de variação. Esse percentual decorre do chamado erro aleatório ou sistemático. Um erro aleatório é aquele que não pode ser identificado por ter ocorrido ao acaso, sendo assim, não pode ser corrigido. Esse tipo de erro, na maioria das vezes, ocorre durante a manipulação da amostra e pode ser calculado pelo coeficiente de variação, por meio da relação entre o valor do desvio padrão e da média aritmética. Quando há um baixo percentual de coeficiente de variação, pode-se dizer que a reprodutibilidade do método é elevada. Por sua vez, os erros sistemáticos são aqueles que ocorrem de maneira regular e constante, resultando na perda da exatidão. Quando há a participação do laboratório em programa de ensaio de proficiência, pode-se avaliar o erro sistemático. A soma do erro sistemático com o erro aleatório é chamada de erro total. Outra questão que pode passar despercebida, mas que é de total relevância é a demanda de suprimentos. O desempenho de reagentes, por exemplo, tem muita variação com relação aos fornecedores. Toda gestão de suprimentos acarreta implicações técnicas, econômicas e estratégicas.


Para que um método validado continue fornecendo resultados confiáveis, a aquisição de serviços ou de produtos devem seguir especificações, como, por exemplo, na entrega de produtos. Todo produto, seja direto ou indireto, influencia na qualidade do laboratório, então, do ponto de vista estratégico, comprar bem também significa manter equilibradas as finanças e perpetuar as vantagens competitivas e qualitativas já alcançadas pelo laboratório.


Depois de validado um novo método analítico, deve ser padronizado um protocolo que irá estabelecer e efetuar a comparabilidade para cada analito, que é medido em mais de um sistema analítico. Os requisitos regulamentares e de acreditação devem ser incorporados, pois a verificação de comparabilidade é considerada uma boa prática de laboratório clínico.


Os parâmetros escolhidos para análise no processo de validação são posteriormente calculados. Ou seja, as dosagens têm seu valor (dados) documentado e, depois, todos esses números brutos precisam ser calculados para uma análise minuciosa. O parâmetro de precisão é mostrado pela dispersão dos resultados e é calculado pelo desvio padrão relativo (DPR) da série de medições, também conhecido como coeficiente de variação, seguindo a fórmula DPR = (desvio padrão/concentração média determinada) x 100, após a dosagem de, no mínimo, nove concentrações, contemplando três concentrações baixa, média e alta, sendo analisadas em três réplicas em cada nível (concentração exigida no controle de qualidade) e, finalmente, expressa por meio do coeficiente de variação.


A determinação da linearidade exige o uso de cinco concentrações diferentes preparadas em triplicata, de preferência. Nesse parâmetro, há uma análise visual de uma curva, que será determinada após a inserção dos resultados das dosagens; essa curva é vista em um gráfico após a inserção dos resultados das dosagens. Na robustez, basicamente se determina a capacidade de um método analítico resistir a pequenas variações de alguns parâmetros. Cada técnica possui fatores diferentes que precisam ser levados em consideração para obtenção de dados que concluirão sobre essa capacidade do método analítico. Na técnica de espectrofotometria, por exemplo, há necessidade de verificação do pH de soluções, da temperatura e do preparo da amostra. Todos os dados verificados e obtidos serão posteriormente analisados na validação.


O parâmetro carreamento, que irá determinar se um reagente inicial foi transferido para outra reação por falta de higienização das cubetas, por exemplo, é analisado com o uso de 11 amostras com baixa concentração conhecida e 10 amostras de concentração alta já conhecida. Deverá ser feita uma dosagem na seguinte sequência: três amostras baixas, duas amostras altas, uma amostra baixa, duas amostras altas, quatro amostras baixas, duas amostras altas, uma amostra baixa, duas amostras altas, uma amostra baixa, duas amostras altas, uma amostra baixa. Após esse processo, são calculadas as médias das concentrações de todas as amostras “baixas” analisadas após uma amostra baixa (B–B) e a média das concentrações de amostras “baixas” após amostra alta (A–B). O carreamento é obtido pela diferença entre as médias de B–B e A–B.


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Questões resolvidas

a) Qual é a finalidade do parâmetro de estabilidade na validação de uma metodologia analítica?

b) Como você deve proceder na análise da estabilidade do plasma para a dosagem de ácido micofenólico?

Quais são os objetivos da validação dos métodos analíticos?

De que forma deve ser realizada a avaliação do sucesso da implementação de um novo sistema analítico no laboratório clínico?


„ Há referências na literatura que comprovem o desempenho do método analítico?
„ As condições de armazenamento dos reagentes que serão utilizados na metodologia e a infraestrutura para uma possível estocagem desses reagentes foi verificada? O laboratório está apto para essas condições?
„ O laboratório está preparado para atender os requisitos de biossegurança relacionados à geração de resíduos de um novo equipamento utilizado para a implementação de uma nova metodologia?
„ A biossegurança do trabalhador que estará exposto e irá realizar essa nova metodologia foi analisada?
„ A validação da metodologia atendeu aos testes dos parâmetros requeridos pela ANVISA?
„ Os valores de referência que serão liberados no laudo, junto ao resultado, foram determinados e são compatíveis com o método anterior?
„ A equipe foi treinada para a execução dessa metodologia?

O objetivo de uma validação é demonstrar e comprovar que o método é apropriado para a finalidade pretendida e, muitas vezes, há a necessidade de se alterar a metodologia analítica de um laboratório clínico. Quando há a necessidade dessa alteração?


„ Quando se procura melhorar a exatidão de um método atual.
„ Quando há a necessidade de implementação de um novo equipamento.
„ Quando há a necessidade de reduzir custos com relação a algum reagente utilizado na metodologia atual.
„ Quando há a necessidade de implementar uma nova análise (um analito que não era dosado pelo laboratório).

Principais parâmetros da validação analítica


A realização de uma validação consiste em uma série de ações documentadas que determinam a implementação da metodologia analítica. Além disso, podemos citar o treinamento do profissional; porém, vamos focar nos parâmetros que devem ser analisados em um processo de validação de uma metodologia analítica para que essa possa ser estabelecida como rotina de uso.
Os parâmetros que devem ser analisados e documentados com relação a uma metodologia analítica

Para documentar a precisão de um método analítico em uma validação são utilizados resultados de dosagens de uma série de medidas. Sendo assim, a precisão é conhecida por ser a avaliação da proximidade dos resultados. Ela agrega resultados que mostram a repetibilidade e a reprodutibilidade das dosagens medidas, que são:
„ repetibilidade de um resultado — concordância entre os resultados dosados em um curto espaço de tempo e realizadas pelo mesmo profissional;
„ reprodutibilidade — concordância entre resultados dosados em laboratório diferentes.
A determinação do parâmetro da precisão de intraensaio (simples) ou da repetibilidade pode ser feita por meio da análise de nove resultados, sendo eles dosados em três concentrações diferentes. Ou seja, são dosadas três amostras de soro para verificação de um analito, sendo uma amostra que possui valor conhecido de baixa concentração, outra com concentração média, e outra com alta concentração do analito a ser medido. Cada uma das três amostras deve ser dosada em triplicata para posterior análise estatística.
É recomendada a realização das repetições em dois períodos diferentes do dia para que se minimizem possíveis erros oriundos de interferentes, como, por exemplo, interferência do profissional que está realizando a dosagem.
Os resultados obtidos devem ser idênticos ou perto disso, no mesmo equipa- mento (quando este estiver com o mesmo reagente, de mesmo lote, e realizado pelo mesmo operador no mesmo momento). Ou seja, deve-se calcular a média, o desvio padrão e o coeficiente de variação do estudo e comparar o resultado esperado com a especificação definida.
A aprovação desse parâmetro é feita quando os níveis de imprecisão encontram-se menores ou iguais aos determinados como aceitáveis. Esses limites são estabelecidos após análise estatística e devem ser padronizados pelo laboratório, devendo sempre contemplar a linearidade do desvio padrão.
A precisão interensaio (completa) também é um parâmetro que avalia a repetibilidade, porém, é estabelecida por meio da concordância de resultados dosados no mesmo laboratório, obtidos em dias diferentes e por profissionais diferentes.
Os dados devem ser documentados com amostras de duas concentrações (baixa e alta, por exemplo) do analito que se deseja dosar, em duplicata, durante 20 dias. Esses dados não precisam ser documentados no processo de validação e são mais aplicados com relação a uma avaliação contínua da exatidão e da confiabilidade dos resultados desse método analítico.


Para que se determine a estabilidade de uma amostra que será utilizada em determinada metodologia, algumas informações relevantes precisam ser conhecidas. Em geral, estudos de estabilidade são feitos para que se definam prazos adequados para a realização de um exame, assim como também a definição de um prazo máximo para sua repetição.
Para esse estudo devem ser obtidos materiais como o soro, por exemplo, abrangendo valores de intervalo de concentração baixa, média e alta do analito de interesse. A finalidade é quantificar as amostras selecionadas, previamente analisadas e com valores conhecidos, estocadas em temperatura ambiente (22ºC a 26ºC), geladeira (2ºC a 8ºC) e câmara fria (-20ºC). Sendo assim, para verificação da estabilidade, as dosagens devem ser realizadas nas três amostras, em duplicata, em períodos de 7, 30, 60 e 90 dias. Os resultados variam conforme o laboratório, que tem poder para escolher e determinar.


Os quais a pipetagem, a dispensação de reagentes, e a limpeza de probes (braços de pipetagem) e cubetas mantêm um fluxo contínuo. Sendo assim, é possível a realização em ampla escala, tanto de quantidade quanto de variedade de exames. A presença de uma a duas probes para dispensar reagentes faz com que elas sejam expostas em uma sucessão rápida a um grande número de diferentes reagentes, o mesmo ocorre com as cubetas. Então, como verificar se não está ocorrendo o carreamento de um reagente de uma amostra para outra? Caso haja um carreamento, ocorrerá contaminação do teste, que se não for identificada será transferida para os demais exames.


Em alguns casos, o carreamento não irá interferir nos resultados dos exames e não acarretará consequências clínicas, entretanto, um arraste pode resultar em um erro positivo (caracterizado como a identificação de um analito em uma amostra, quando ela não possui esse analito) ou negativo (quando não é feita a identificação do analito na amostra, quando ela realmente apresenta o analito) com repercussões clínicas graves. Para evitar situações desagradáveis com relação ao que foi apresentado, um protocolo de inspeções e verificações periódicas de carreamento deve ser adotado pelos laboratórios clínicos nos seus métodos analíticos. Quando se utilizam equipamentos automatizados, há mecanismos para manter o carreamento sob controle, tais como: materiais especiais na composição de probes, troca de ponteiras entre as pipetagens seriadas ou incorporação de estações de lavagens para a probe de amostras. Além disso, é recomendada assistência técnica periódica para assegurar os procedimentos operacionais.


A robustez de um método é a capacidade de ele resistir a pequenas e deliberadas variações nas condições analíticas, como: condições ambientais, fator humano, variações entre lotes de reagentes ou materiais empregados. Para esse controle na rotina, controles internos devem ser empregados diariamente, de preferência com análise estatística e gráficos de controle. Avaliar a robustez do método faz com que possam ser indicados os fatores que podem influenciar de forma significativa na resposta do sistema analítico estudado.


O intervalo de normalidade de um método também pode ser chamado de valor de referência, que é utilizado para o clínico realizar a interpretação dos resultados de um exame laboratorial, quando o resultado expresso no laudo é comparado ao intervalo dito normal. Esse intervalo de normalidade é obtido por meio de estudos com grupos controle de indivíduos clinicamente “normais”.


De acordo com a International Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC), a definição de sensibilidade é a capacidade de um procedimento analítico gerar um sinal para uma mudança de quantidade e ângulo de inclinação na curva de calibração. Aliado à sensibilidade


Em uma validação, um passo relevante e imprescindível é a escolha dos parâmetros que serão utilizados para essa análise. Essa escolha é feita com base no caráter do que se pretende dosar (analito), seja ele quantitativo ou qualitativo, assim como também deve atender e reportar os requisitos exigidos pelo órgão fiscalizador. Esses métodos necessitam de uma validação, que fornece resultados numéricos para determinar a confiabilidade do processo. Para calcular os dados obtidos das dosagens feitas nos testes de validação, são utilizados modelos estatísticos após a aplicação de cálculos que são específicos para cada parâmetro. Todo valor numérico expresso em um resultado de um laudo laboratorial agrega um percentual de variação. Esse percentual decorre do chamado erro aleatório ou sistemático. Um erro aleatório é aquele que não pode ser identificado por ter ocorrido ao acaso, sendo assim, não pode ser corrigido. Esse tipo de erro, na maioria das vezes, ocorre durante a manipulação da amostra e pode ser calculado pelo coeficiente de variação, por meio da relação entre o valor do desvio padrão e da média aritmética. Quando há um baixo percentual de coeficiente de variação, pode-se dizer que a reprodutibilidade do método é elevada. Por sua vez, os erros sistemáticos são aqueles que ocorrem de maneira regular e constante, resultando na perda da exatidão. Quando há a participação do laboratório em programa de ensaio de proficiência, pode-se avaliar o erro sistemático. A soma do erro sistemático com o erro aleatório é chamada de erro total. Outra questão que pode passar despercebida, mas que é de total relevância é a demanda de suprimentos. O desempenho de reagentes, por exemplo, tem muita variação com relação aos fornecedores. Toda gestão de suprimentos acarreta implicações técnicas, econômicas e estratégicas.


Para que um método validado continue fornecendo resultados confiáveis, a aquisição de serviços ou de produtos devem seguir especificações, como, por exemplo, na entrega de produtos. Todo produto, seja direto ou indireto, influencia na qualidade do laboratório, então, do ponto de vista estratégico, comprar bem também significa manter equilibradas as finanças e perpetuar as vantagens competitivas e qualitativas já alcançadas pelo laboratório.


Depois de validado um novo método analítico, deve ser padronizado um protocolo que irá estabelecer e efetuar a comparabilidade para cada analito, que é medido em mais de um sistema analítico. Os requisitos regulamentares e de acreditação devem ser incorporados, pois a verificação de comparabilidade é considerada uma boa prática de laboratório clínico.


Os parâmetros escolhidos para análise no processo de validação são posteriormente calculados. Ou seja, as dosagens têm seu valor (dados) documentado e, depois, todos esses números brutos precisam ser calculados para uma análise minuciosa. O parâmetro de precisão é mostrado pela dispersão dos resultados e é calculado pelo desvio padrão relativo (DPR) da série de medições, também conhecido como coeficiente de variação, seguindo a fórmula DPR = (desvio padrão/concentração média determinada) x 100, após a dosagem de, no mínimo, nove concentrações, contemplando três concentrações baixa, média e alta, sendo analisadas em três réplicas em cada nível (concentração exigida no controle de qualidade) e, finalmente, expressa por meio do coeficiente de variação.


A determinação da linearidade exige o uso de cinco concentrações diferentes preparadas em triplicata, de preferência. Nesse parâmetro, há uma análise visual de uma curva, que será determinada após a inserção dos resultados das dosagens; essa curva é vista em um gráfico após a inserção dos resultados das dosagens. Na robustez, basicamente se determina a capacidade de um método analítico resistir a pequenas variações de alguns parâmetros. Cada técnica possui fatores diferentes que precisam ser levados em consideração para obtenção de dados que concluirão sobre essa capacidade do método analítico. Na técnica de espectrofotometria, por exemplo, há necessidade de verificação do pH de soluções, da temperatura e do preparo da amostra. Todos os dados verificados e obtidos serão posteriormente analisados na validação.


O parâmetro carreamento, que irá determinar se um reagente inicial foi transferido para outra reação por falta de higienização das cubetas, por exemplo, é analisado com o uso de 11 amostras com baixa concentração conhecida e 10 amostras de concentração alta já conhecida. Deverá ser feita uma dosagem na seguinte sequência: três amostras baixas, duas amostras altas, uma amostra baixa, duas amostras altas, quatro amostras baixas, duas amostras altas, uma amostra baixa, duas amostras altas, uma amostra baixa, duas amostras altas, uma amostra baixa. Após esse processo, são calculadas as médias das concentrações de todas as amostras “baixas” analisadas após uma amostra baixa (B–B) e a média das concentrações de amostras “baixas” após amostra alta (A–B). O carreamento é obtido pela diferença entre as médias de B–B e A–B.


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Validações dos métodos analíticos 
Apresentação
A rotina laboratorial é muito complexa, seja pela multiplicidade de materiais envolvidos, seja pela 
variedade de métodos existentes para a realização de técnicas. A fase analítica é aquela na qual 
os materiais biológicos sofrerão ação de métodos analíticos para obtenção do resultado de 
interesse e emissão do laudo final. Para que o laboratório clínico acompanhe a evolução biomédica, 
são essenciais a atualização dos métodos analíticos utilizados e, quando pertinente, a evolução de 
suas técnicas. Assim, para que uma nova metodologia seja implementada na rotina laboratorial, há 
necessidade de que ela seja validada.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer os objetivos da realização da validação de 
métodos analíticos, determinando os principais parâmetros envolvidos nesse processo e 
identificando os procedimentos associados a esses parâmetros na validação analítica.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer os objetivos da validação de métodos analíticos.•
Determinar os principais parâmetros que integram a validação analítica e seus significados.•
Identificar os procedimentos associados aos parâmetros de validação analítica.•
Desafio
Um sistema analítico é conhecido por um conjunto de procedimentos que são utilizados para a 
realização de rotinas laboratoriais. Por mais insignificantes que possam parecer, pequenas 
alterações metodológicas na realização de um exame podem resultar em uma alteração significativa 
na conduta clínica adotada.
Diante disso, considere que você trabalha em um laboratório que está atualizando suas técnicas de 
análise.
Levando isso em conta, responda:
a) Qual é a finalidade do parâmetro de estabilidade na validação de uma metodologia analítica?
b) Como você deve proceder na análise da estabilidade do plasma para a dosagem de ácido 
micofenólico?
Infográfico
A validação de métodos analíticos tem por objetivo assegurar que a metodologia analítica seja 
exata, precisa, estável, reprodutível e flexível sobre uma faixa específica de uma substância em 
análise. Para isso, envolve parâmetros definidos para o sucesso da implementação desse novo 
sistema e deve estar de acordo com os critérios dispostos na Resolução da Diretoria Colegiada 
(RDC) n.º 166, de 24 de julho de 2017.
Acesse o Infográfico a seguir para saber mais sobre tal resolução.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/2dd6963a-feb7-4f25-9139-6a5dcad5f1f5/4324350d-f4b9-4e98-9fe0-fa3180c7141a.png
Conteúdo do livro
É indiscutível que a validação de métodos analíticos é um requisito exigido. A documentação de 
dados possibilita a obtenção de informações que demonstrem a confiabilidade ou não de 
um sistema em específico, atribuindo qualidade a um laboratório clínico.
O ato de validar metodologias não deve ser entendido apenas como um requisito legal, mas como 
uma prática que previne falhas, agrega valor ao produto e estabelece as melhores formas de 
conduzir as análises, tudo isso visando à segurança dos pacientes.
Leia o capítulo Validações dos métodos analíticos, da obra Instrumentação biomédica, para 
aprofundar seus conhecimentos sobre o processo de validação e os principais parâmetros que o 
integram.
Boa leitura.
INSTRUMENTAÇÃO 
BIOMÉDICA
Bruna Gerardon Batista
Validações dos 
métodos analíticos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer os objetivos da validação de métodos analíticos.
 � Determinar os principais parâmetros que integram a validação analítica 
e seus significados.
 � Identificar os procedimentos associados aos parâmetros de validação 
analítica.
Introdução
O desenvolvimento, a adaptação ou a implementação de um método 
analítico envolvem um amplo e complexo processo de avaliação que 
estima sua eficiência na rotina do laboratório clínico. Denominado vali-
dação, esse processo possui vários parâmetros que passam por inspeção. 
O sucesso desse método analítico se dá pelas suas características que, se 
estiverem de acordo com os pré-requisitos estabelecidos, permitirão a 
implementação do método. O objetivo da validação é demonstrar que 
o método analítico é adequado para o seu propósito e, por isso, deve 
ser considerada quando se desenvolvem ou se efetuam adaptações em 
metodologias já validadas, na inclusão de novas técnicas ou no uso de 
diferentes equipamentos. 
Neste capítulo, você vai conhecer os objetivos da validação dos méto-
dos analíticos, vai ver quais são os principais parâmetros que integram essa 
validação, assim como os procedimentos associados a esses parâmetros.
Os objetivos da validação dos métodos 
analíticos
Um método é uma sequência organizada de atividades com a finalidade de 
obtenção de uma resposta para determinada questão. Aplicando esse conceito 
à rotina laboratorial podemos pensar de que forma é feita a dosagem de gli-
cose que está no soro de um paciente. Nessa situação hipotética, a análise é 
determinada pela ação de dosar essa glicose. Um método analítico, portanto, 
é o processo que se utiliza para chegar até o resultado final, que será utilizado 
para dosagem de substâncias de interesse no sangue de um paciente com 
posterior liberação do laudo final (RIBANI et al., 2004). Por isso, o rigor da 
análise laboratorial depende da reprodutibilidade do método utilizado para 
tal, já que ela pode ser feita utilizando métodos analíticos qualitativos ou 
quantitativos e, até mesmo, metodologias chamadas in house (metodologias 
desenvolvidas pelo próprio laboratório).
Apesar de a escolha do método a ser utilizado no laboratório clínico ser 
relativamente simples, ela não é a única, pois mais importante do que essa 
escolha de metodologia, é a validação desse método para posterior utilização 
na rotina (PEREZ, 2010). Isso acontece porque a demonstração de qualidade 
dos resultados liberados no laudo de um laboratório é cada vez mais exigida e 
reconhecida, visto que os dados analíticos (que são os resultados das dosagens) 
não confiáveis podem comprometer a conclusão de um diagnóstico, conduzindo 
a decisões, muitas vezes, fatais do corpo clínico com relação a um paciente.
O sistema analítico como um todo é conhecido por um conjunto de pro-
cedimentos que são utilizados para a realização de suas rotinas laboratoriais, 
como a dosagem de glicose no soro, o exame químico da amostra de urina, a 
contagem de hemácias no sangue, etc, incluindo também o funcionamento e o 
uso de equipamentos, com possíveis diluições de amostras quando necessário, 
e o uso de reagentes. Por mais insignificante que possa parecer, pequenas 
alterações metodológicas na realização de um exame podem resultar em uma 
alteração significativa na tomada de uma conduta clínica. É por essa razão que 
a implementação de novos sistemas analíticos pode colaborar com o manejo 
do paciente, já que resultados confiáveis das análises liberadas no laudo 
laboratorial têm uma relação direta no diagnóstico do paciente. No entanto, a 
busca por novas metodologias que visam a atender tanto implicações técnicas 
quanto econômicas por parte do laboratório devem ser aliadas à qualidade 
de forma estratégica.
Validações dos métodos analíticos2
Com base nessa constante evolução dos processos analíticos no laboratório 
clínico, podemos afirmar que esse avanço só colabora com a medicina, visto que 
o diagnóstico clínico é estabelecido e complementado pelo laudo laboratorial 
com frequênia. Nesse contexto, podemos citar a história dos laboratórios de 
análises clínicas que, antigamente, utilizavam métodos manuais quase na 
totalidade dos procedimentos, o que demandava um trabalho excessivo e 
demorado, além da interferência de vieses. De forma gradativa, os métodos 
manuais foram substituídos por metodologias automatizadas com o aporte de 
equipamentos de alta produtividade,que atendem o crescente aumento da de-
manda e fornecem resultados com elevada exatidão e precisão. O modernismo 
laboratorial permite a implementação de métodos analíticos que garantem 
um fluxo racional e eficiente que fornece resultados com elevado nível de 
qualidade em um curto intervalo de tempo ao corpo clínico, proporcionalmente 
relacionado com o estabelecimento de um diagnóstico acurado e um tratamento 
mais rápido e eficiente ao paciente (CAMPANA; OPLUSTIL, 2011).
A validação de métodos assegura a credibilidade dos resultados, evi-
denciando que a documentação de dados, após as análises de parâmetros, 
surge como uma ferramenta não apenas para fins regulatórios, mas também 
estatísticos, para a conclusão de uma validação. Segundo a Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária (ANVISA), os parâmetros estabelecidos que devem 
ser documentados na validação de um método analítico são (BRITO; AMA-
RANTE JUNIOR; RIBEIRO, 2003; PEREZ, 2010): 
 � especificidade e seletividade;
 � intervalo de confiança;
 � linearidade;
 � limite de detecção;
 � exatidão;
 � precisão;
 � robustez. 
Avaliação do sucesso da implementação de um novo 
sistema analítico no laboratório clínico
De que forma deve ser realizada a avaliação do sucesso da implementação de 
um novo sistema analítico no laboratório clínico? A resposta dessa questão é 
relativamente simples e está baseada em mais perguntas que, se respondidas 
de forma positiva, farão desse novo sistema um sucesso. Observe, a seguir 
(SUMITA, 2010):
3Validações dos métodos analíticos
 � Há referências na literatura que comprovem o desempenho do método 
analítico?
 � As condições de armazenamento dos reagentes que serão utilizados 
na metodologia e a infraestrutura para uma possível estocagem desses 
reagentes foi verificada? O laboratório está apto para essas condições?
 � O laboratório está preparado para atender os requisitos de biossegurança 
relacionados à geração de resíduos de um novo equipamento utilizado 
para a implementação de uma nova metodologia?
 � A biossegurança do trabalhador que estará exposto e irá realizar essa 
nova metodologia foi analisada?
 � A validação da metodologia atendeu aos testes dos parâmetros reque-
ridos pela ANVISA?
 � Os valores de referência que serão liberados no laudo, junto ao resultado, 
foram determinados e são compatíveis com o método anterior?
 � A equipe foi treinada para a execução dessa metodologia? 
A partir do momento em que se estabelece a necessidade da implementação 
de uma nova metodologia analítica, de forma inicial, ela deve ser testada para 
que se comprove, por meio da documentação de dados, o seu desempenho, 
que é caracterizado como um resultado confiável a ser liberado no laudo final. 
A confiabilidade do resultado se dá pela averiguação estatística dos parâmetros 
estabelecidos pela ANVISA, como robustez, precisão, exatidão, limite de de-
tecção, linearidade, intervalo de confiança e especificidade. Para que se tenha 
o sucesso da implementação metodológica, após o desempenho, outros fatores 
como condições de estocagem e treinamento da equipe são fundamentais.
O objetivo de uma validação é demonstrar e comprovar que o método é apropriado 
para a finalidade pretendida e, muitas vezes, há a necessidade de se alterar a meto-
dologia analítica de um laboratório clínico. Quando há a necessidade dessa alteração?
 � Quando se procura melhorar a exatidão de um método atual.
 � Quando há a necessidade de implementação de um novo equipamento.
 � Quando há a necessidade de reduzir custos com relação a algum reagente utilizado 
na metodologia atual.
 � Quando há a necessidade de implementar uma nova análise (um analito que não 
era dosado pelo laboratório).
Validações dos métodos analíticos4
Principais parâmetros da validação analítica 
A realização de uma validação consiste em uma série de ações documentadas 
que determinam a implementação da metodologia analítica. Além disso, pode-
mos citar o treinamento do profissional; porém, vamos focar nos parâmetros 
que devem ser analisados em um processo de validação de uma metodologia 
analítica para que essa possa ser estabelecida como rotina de uso.
Os parâmetros que devem ser analisados e documentados com relação a 
uma metodologia analítica no seu processo de validação são (GIUDICE, 2016): 
 � precisão;
 � estabilidade da amostra;
 � recuperação;
 � linearidade;
 � carreamento;
 � robustez;
 � interferências;
 � intervalo de normalidade;
 � sensibilidade. 
Precisão
Para documentar a precisão de um método analítico em uma validação são 
utilizados resultados de dosagens de uma série de medidas. Sendo assim, a 
precisão é conhecida por ser a avaliação da proximidade dos resultados. 
Ela agrega resultados que mostram a repetibilidade e a reprodutibilidade das 
dosagens medidas, que são:
 � repetibilidade de um resultado — concordância entre os resultados dosa-
dos em um curto espaço de tempo e realizadas pelo mesmo profissional;
 � reprodutibilidade — concordância entre resultados dosados em labo-
ratório diferentes.
A determinação do parâmetro da precisão de intraensaio (simples) ou da 
repetibilidade pode ser feita por meio da análise de nove resultados, sendo eles 
dosados em três concentrações diferentes. Ou seja, são dosadas três amostras 
de soro para verificação de um analito, sendo uma amostra que possui valor 
conhecido de baixa concentração, outra com concentração média, e outra com 
5Validações dos métodos analíticos
alta concentração do analito a ser medido. Cada uma das três amostras deve 
ser dosada em triplicata para posterior análise estatística.
É recomendada a realização das repetições em dois períodos diferentes do 
dia para que se minimizem possíveis erros oriundos de interferentes, como, 
por exemplo, interferência do profissional que está realizando a dosagem.
Os resultados obtidos devem ser idênticos ou perto disso, no mesmo equipa-
mento (quando este estiver com o mesmo reagente, de mesmo lote, e realizado 
pelo mesmo operador no mesmo momento). Ou seja, deve-se calcular a média, 
o desvio padrão e o coeficiente de variação do estudo e comparar o resultado 
esperado com a especificação definida. 
A aprovação desse parâmetro é feita quando os níveis de imprecisão 
encontram-se menores ou iguais aos determinados como aceitáveis. Esses 
limites são estabelecidos após análise estatística e devem ser padronizados 
pelo laboratório, devendo sempre contemplar a linearidade do desvio padrão.
A precisão interensaio (completa) também é um parâmetro que avalia a 
repetibilidade, porém, é estabelecida por meio da concordância de resultados 
dosados no mesmo laboratório, obtidos em dias diferentes e por profissionais 
diferentes.
Os dados devem ser documentados com amostras de duas concentrações 
(baixa e alta, por exemplo) do analito que se deseja dosar, em duplicata, durante 
20 dias. Esses dados não precisam ser documentados no processo de validação 
e são mais aplicados com relação a uma avaliação contínua da exatidão e da 
confiabilidade dos resultados desse método analítico.
Estabilidade da amostra
Para que se determine a estabilidade de uma amostra que será utilizada em 
determinada metodologia, algumas informações relevantes precisam ser 
conhecidas. Em geral, estudos de estabilidade são feitos para que se definam 
prazos adequados para a realização de um exame, assim como também a 
definição de um prazo máximo para sua repetição.
Para esse estudo devem ser obtidos materiais como o soro, por exemplo, 
abrangendo valores de intervalo de concentração baixa, média e alta do analito 
de interesse. A finalidade é quantificar as amostras selecionadas, previamente 
analisadas e com valores conhecidos, estocadas em temperatura ambiente 
(22ºC a 26ºC), geladeira (2ºC a 8ºC) e câmara fria (-20ºC). Sendo assim, 
para verificação da estabilidade, as dosagens devem ser realizadas nas três 
amostras, em duplicata, em períodos de 7, 30, 60 e 90 dias. Os resultados 
variam conforme o laboratório, que tem poder para escolhere determinar 
Validações dos métodos analíticos6
qual é a variação aceitável para o seu processo. Esse parâmetro sempre deve 
ser especificado com foco no impacto para a interpretação médica.
Recuperação
A recuperação é determinada pela capacidade de um método analítico medir 
um analito de forma correta, quando uma quantidade conhecida de analito 
é adicionada à amostra. Sendo assim, a realização de um estudo de recupe-
ração envolve a utilização de uma concentração já conhecida de um analito. 
Uma amostra de paciente pode ser utilizada; o estudo consiste em dividir 
essa amostra em três partes e, a cada uma das partes, adicionar um material 
previamente selecionado (contendo concentrações em níveis baixo, médio e 
alto). As três amostras finais devem ser analisadas por meio dos resultados 
de cinco dosagens repetidas e calculadas, verificando, assim, a capacidade 
de recuperação do analito.
Linearidade
A linearidade pode ser compreendida como a capacidade do método em gerar 
resultados linearmente proporcionais às concentrações de um analito. Nesse 
estudo, podem ser feitas diluições seriadas de uma amostra de concentração 
baixa e uma amostra de concentração alta. 
Para a verificação desse parâmetro, se utilizam diluições dosadas em 
duplicatas com cinco valores previamente conhecidos. Para validação de 
metodologia in house, recomenda-se ampliar para ao menos sete diluições em 
duplicata ou triplicata. Para estabelecer o intervalo de linearidade, recomenda-
-se de 9 a 11 diluições com 2 a 4 replicatas de cada valor. 
A modernização dos equipamentos utilizados para realização dos exames 
em laboratório de análises clínicas tornou os sistemas robóticos (automatiza-
dos), nos quais a pipetagem, a dispensação de reagentes, e a limpeza de probes 
(braços de pipetagem) e cubetas mantêm um fluxo contínuo. Sendo assim, é 
possível a realização em ampla escala, tanto de quantidade quanto de variedade 
de exames. A presença de uma a duas probes para dispensar reagentes faz 
com que elas sejam expostas em uma sucessão rápida a um grande número de 
diferentes reagentes, o mesmo ocorre com as cubetas. Então, como verificar 
se não está ocorrendo o carreamento de um reagente de uma amostra para 
outra? Caso haja um carreamento, ocorrerá contaminação do teste, que se não 
for identificada será transferida para os demais exames.
7Validações dos métodos analíticos
Carreamento
Em alguns casos, o carreamento não irá interferir nos resultados dos exames 
e não acarretará consequências clínicas, entretanto, um arraste pode resultar 
em um erro positivo (caracterizado como a identificação de um analito em 
uma amostra, quando ela não possui esse analito) ou negativo (quando não é 
feita a identificação do analito na amostra, quando ela realmente apresenta o 
analito) com repercussões clínicas graves. Para evitar situações desagradáveis 
com relação ao que foi apresentado, um protocolo de inspeções e verificações 
periódicas de carreamento deve ser adotado pelos laboratórios clínicos nos 
seus métodos analíticos. Quando se utilizam equipamentos automatizados, 
há mecanismos para manter o carreamento sob controle, tais como: materiais 
especiais na composição de probes, troca de ponteiras entre as pipetagens 
seriadas ou incorporação de estações de lavagens para a probe de amostras. 
Além disso, é recomendada assistência técnica periódica para assegurar os 
procedimentos operacionais.
Robustez
A robustez de um método é a capacidade de ele resistir a pequenas e delibe-
radas variações nas condições analíticas, como: condições ambientais, fator 
humano, variações entre lotes de reagentes ou materiais empregados. Para esse 
controle na rotina, controles internos devem ser empregados diariamente, de 
preferência com análise estatística e gráficos de controle. Avaliar a robustez 
do método faz com que possam ser indicados os fatores que podem influenciar 
de forma significativa na resposta do sistema analítico estudado.
Interferências
Os interferentes são substâncias de origem endógena ou exógena que podem 
alterar os valores medidos de um analito em uma amostra biológica. Essa 
interferência pode ocorrer pela presença de produtos de competição ou de 
inibição química, pelas interferências com a matriz da amostra (viscosidade, 
turbidez), pela inibição enzimática ou pela reação cruzada. Há também os 
medicamentos que podem induzir interferências nos parâmetros laboratoriais.
Os principais interferentes relacionados à maioria dos sistemas analíticos 
são a lipemia, a hemólise e a icterícia. Nem sempre determinar uma interfe-
rência é fácil e, em muitas ocasiões, essa análise de interferentes é complexa. 
Para verificação de uma interferência é necessário adicionar as substâncias 
Validações dos métodos analíticos8
de interesse às amostras de valores já conhecidos e uma amostra sem adição 
do possível interferente é utilizada como controle. As substâncias a serem 
testadas são adicionadas em diferentes concentrações às amostras teste, sendo 
testadas por, no mínimo, cinco vezes em replicada.
Intervalo de normalidade
O intervalo de normalidade de um método também pode ser chamado de 
valor de referência, que é utilizado para o clínico realizar a interpretação dos 
resultados de um exame laboratorial, quando o resultado expresso no laudo é 
comparado ao intervalo dito normal. Esse intervalo de normalidade é obtido 
por meio de estudos com grupos controle de indivíduos clinicamente “normais”.
Sensibilidade
De acordo com a International Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC), 
a definição de sensibilidade é a capacidade de um procedimento analítico gerar 
um sinal para uma mudança de quantidade e ângulo de inclinação na curva de 
calibração. Aliado à sensibilidade está o limite de detecção, que é a menor 
concentração ou quantidade de um analito que um método pode detectar em 
determinado procedimento. Portanto, na prática, se busca um elevado nível de 
sensibilidade analítica e um baixo limite de detecção. A sensibilidade de um 
método é a probabilidade de um resultado ser positivo ou detectar um analito 
quando ele está realmente presente na amostra. 
Sendo assim, todos os parâmetros apresentados devem ser estudados e 
analisados para a validação de uma nova metodologia analítica antes que ela 
possa ser implementada na rotina de um laboratório clínico.
Cada parâmetro irá contribuir estatisticamente para a determinação da 
exatidão de um resultado, que é conhecida como a capacidade do método em 
apresentar resultados próximos do valor verdadeiro. Na Figura 1, é possível 
observar a relação exatidão e precisão. O “alvo” numerado 1 apresenta alta 
exatidão e precisão, pois todos os valores encontrados estavam no “alvo”. Já 
no número 2, observamos uma baixa exatidão, onde os resultados encontrados 
estão todos fora do “alvo”, ou seja, valores estão fora da normalidade, porém, 
a precisão é alta pois todos os valores se encontram dentro de uma linearidade. 
O “alvo” número 3 mostra baixas exatidão e precisão, cujos valores estão fora 
da normalidade e não seguem uma linearidade. Por fim, o “alvo” número 4 
mostra que os valores encontrados necessitam de uma análise minuciosa com 
9Validações dos métodos analíticos
relação a essa amostra, que pode estar sobre efeito de interferentes, carreadores, 
ou até mesmo, estar dentro da faixa de linearidade.
Figura 1. Exatidão e precisão.
Fonte: Adaptada de Lopes (2015).
(1)
(3)
Alta exatidão e
alta precisão
Baixa exatidão e
baixa precisão
(2)
Baixa exatidão e
alta precisão
(4)
Grau de exatidão e precisão depende
dos critérios de aceitabilidade
A exatidão é a capacidade do método em realizar dosagens com valores próximos 
aos verdadeiros. Esse resultado é determinado apenas após a detecção da linearidade 
do método e da posterior aplicação do cálculo:
Validações dos métodos analíticos10
Procedimentos na validação analítica
Em uma validação, um passo relevante e imprescindível é a escolha dos 
parâmetros que serão utilizados para essaanálise. Essa escolha é feita com 
base no caráter do que se pretende dosar (analito), seja ele quantitativo ou 
qualitativo, assim como também deve atender e reportar os requisitos exigidos 
pelo órgão fiscalizador. Esses métodos necessitam de uma validação, que 
fornece resultados numéricos para determinar a confiabilidade do processo 
(BERLITZ, 2010). Para calcular os dados obtidos das dosagens feitas nos testes 
de validação, são utilizados modelos estatísticos após a aplicação de cálculos 
que são específicos para cada parâmetro. Todo valor numérico expresso em 
um resultado de um laudo laboratorial agrega um percentual de variação. Esse 
percentual decorre do chamado erro aleatório ou sistemático.
Um erro aleatório é aquele que não pode ser identificado por ter ocorrido 
ao acaso, sendo assim, não pode ser corrigido. Esse tipo de erro, na maioria 
das vezes, ocorre durante a manipulação da amostra e pode ser calculado pelo 
coeficiente de variação, por meio da relação entre o valor do desvio padrão e da 
média aritmética. Quando há um baixo percentual de coeficiente de variação, 
pode-se dizer que a reprodutibilidade do método é elevada.
Por sua vez, os erros sistemáticos são aqueles que ocorrem de maneira 
regular e constante, resultando na perda da exatidão. Quando há a participação 
do laboratório em programa de ensaio de proficiência, pode-se avaliar o erro 
sistemático. A soma do erro sistemático com o erro aleatório é chamada de 
erro total (SUMITA, 2010).
Outra questão que pode passar despercebida, mas que é de total relevância 
é a demanda de suprimentos. O desempenho de reagentes, por exemplo, tem 
muita variação com relação aos fornecedores. Toda gestão de suprimentos 
acarreta implicações técnicas, econômicas e estratégicas, visto que o desem-
penho final do método que está sendo validado irá depender das condições dos 
reagentes que estão sendo utilizados, que devem manter um padrão de quali-
dade. Para que um método validado continue fornecendo resultados confiáveis, 
a aquisição de serviços ou de produtos devem seguir especificações, como, 
por exemplo, na entrega de produtos. Todo produto, seja direto ou indireto, 
influencia na qualidade do laboratório, então, do ponto de vista estratégico, 
comprar bem também significa manter equilibradas as finanças e perpetuar 
as vantagens competitivas e qualitativas já alcançadas pelo laboratório.
11Validações dos métodos analíticos
Depois de validado um novo método analítico, deve ser padronizado um 
protocolo que irá estabelecer e efetuar a comparabilidade para cada analito, 
que é medido em mais de um sistema analítico. Os requisitos regulamentares e 
de acreditação devem ser incorporados, pois a verificação de comparabilidade 
é considerada uma boa prática de laboratório clínico.
Os parâmetros escolhidos para análise no processo de validação são poste-
riormente calculados. Ou seja, as dosagens têm seu valor (dados) documentado 
e, depois, todos esses números brutos precisam ser calculados para uma análise 
minuciosa. O parâmetro de precisão é mostrado pela dispersão dos resultados 
e é calculado pelo desvio padrão relativo (DPR) da série de medições, também 
conhecido como coeficiente de variação, seguindo a fórmula DPR = (desvio 
padrão/concentração média determinada) x 100, após a dosagem de, no mí-
nimo, nove concentrações, contemplando três concentrações baixa, média e 
alta, sendo analisadas em três réplicas em cada nível (concentração exigida 
no controle de qualidade) e, finalmente, expressa por meio do coeficiente de 
variação. 
A determinação da linearidade exige o uso de cinco concentrações diferen-
tes preparadas em triplicata, de preferência. Nesse parâmetro, há uma análise 
visual de uma curva, que será determinada após a inserção dos resultados das 
dosagens; essa curva é vista em um gráfico após a inserção dos resultados 
das dosagens. Na robustez, basicamente se determina a capacidade de um 
método analítico resistir a pequenas variações de alguns parâmetros. Cada 
técnica possui fatores diferentes que precisam ser levados em consideração 
para obtenção de dados que concluirão sobre essa capacidade do método 
analítico. Na técnica de espectrofotometria, por exemplo, há necessidade de 
verificação do pH de soluções, da temperatura e do preparo da amostra. Todos 
os dados verificados e obtidos serão posteriormente analisados na validação 
(OLIVEIRA; MENDES, 2010).
O parâmetro carreamento, que irá determinar se um reagente inicial foi 
transferido para outra reação por falta de higienização das cubetas, por exemplo, 
é analisado com o uso de 11 amostras com baixa concentração conhecida e 
10 amostras de concentração alta já conhecida. Deverá ser feita uma dosagem 
na seguinte sequência: 
 � três amostras baixas; 
 � duas amostras altas; 
 � uma amostra baixa; 
Validações dos métodos analíticos12
 � duas amostras altas; 
 � quatro amostras baixas; 
 � duas amostras altas; 
 � uma amostra baixa; 
 � duas amostras altas; 
 � uma amostra baixa; 
 � duas amostras altas; 
 � uma amostra baixa. 
Após esse processo, são calculadas as médias das concentrações de todas 
as amostras “baixas” analisadas após uma amostra baixa (B–B) e a média das 
concentrações de amostras “baixas” após amostra alta (A–B). O carreamento 
é obtido pela diferença entre as médias de B–B e A–B.
Para definir os parâmetros de normalidade, ou seja, estabelecer os valores 
de referência para determinado analito, 2,5% dos valores extremos observados 
em um grupo considerado com resultados de dosagens “normais” (ausência 
de doença) são excluídos; então 5,0% das dosagens clinicamente classificadas 
como “normais” estarão acima ou abaixo dos limites do intervalo de referência. 
Sendo assim, a cada 20 dosagens, alguma poderá apresentar resultados fora 
dos intervalos de normalidade o que não pode ser caracterizado como diag-
nóstico para uma doença. Um exemplo é quando o médico solicita dosagem 
da glicose, em que um indivíduo não diabético apresenta uma concentração 
de glicose inferior a 100 mg/dL (até 99 mg/dL). Dois resultados de 126 mg/dL, 
em sequência, porém em momentos distintos, podem confirmar o diagnóstico 
de diabetes melito, sendo que a dúvida do diagnóstico situa-se no intervalo 
de concentração entre 100 e 125 mg/dL (o indivíduo é classificado como 
pré-diabético), em que a dosagem da glicose não é capaz de discriminar a 
presença ou a ausência da doença.
Então, para que o processo de validação aconteça e forneça todas as in-
formações necessárias e requeridas pelo órgão regulador, é essencial que 
se estabeleçam os parâmetros que serão utilizados, assim como, se entenda 
como sua avaliação acontece. A validação consiste em um processo de ensaios 
experimentais que irão confirmar e fornecer evidências objetivas de que os 
requisitos específicos para o seu uso serão atendidos.
13Validações dos métodos analíticos
Para a realização do processo de validação de um método 
analítico, é importante lembrar que há regulamentação e 
exigências que devem ser seguidas. No link a seguir ou no 
código QR ao lado, você encontra a Resolução da Diretoria 
Colegiada que abrange todas as informações necessárias 
para você aprofundar seus conhecimentos no assunto.
https://qrgo.page.link/DaXaV
Calculando a precisão simples
O laboratório A precisa determinar a precisão do seu sistema automatizado de ensaio 
imunoturbidimétrico, que determina a ferritina sérica. Para esse teste, são utilizados 
insumos, calibradores e controles do mesmo fornecedor. O estudo de precisão simples 
(intraensaio) utilizou uma única amostra com valor normal e dosou em 20 replicadas e 
dois momentos diferentes do dia, somando 40 medidas ao final. Um gráfico de precisão 
utilizando índices de desvio padrão foi gerado, representando a dispersão dos dados e 
possibilitando a verificação de que todos os resultados obtidos encontravam-se dentro 
de dois desvios padrões, ou seja, seguiam a linearidade, conforme apresenta a Figura 2.
3
2
1
0
-1
-2
-3
Precision plotSD
 in
de
x
Figura 2. Gráfico de precisão que representa a dispersão dos dados.
Fonte: Adaptada de Lopes (2015).
Validações dos métodos analíticos14
BERLITZ, F. A. Controle da qualidade no laboratório clínico: alinhando melhoria de 
processos, confiabilidade e segurança do paciente. Jornal Brasileiro de Patologia e 
Medicina Laboratorial, v. 46, n. 5, p. 353−363, 2010. Disponível em: http://www.scielo.
br/pdf/jbpml/v46n5/03.pdf. Acesso em: 31 ago. 2019.
BRITO, N. M.; AMARANTE JUNIOR, O. P. A.; RIBEIRO, M. L. Validação de métodos analíticos: 
estratégia e discussão. Pesticidas: Revista de Ecotoxicologia e Meio Ambiente, v. 13, p. 
129−146, 2003. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/pesticidas/article/view/3173/2546. 
Acesso em: 31 ago. 2019.
CAMPANA, C. A.; OPLUSTIL, C. P. Conceitos de automação na medicina laboratorial: 
revisão de literatura. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, v. 47, n. 2, p. 
119−127, 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/jbpml/v47n2/v47n2a05.pdf. 
Acesso em: 31 ago. 2019.
GIUDICE, G. H. Parâmetros de uma validação analítica: uma revisão bibliográfica. Acta 
de Ciências e Saúde, v. 1, n. 5, p. 130−134, 2016. Disponível em: http://www2.ls.edu.br/
actacs/index.php/ACTA/article/download/128/119. Acesso em: 31 ago. 2019.
LOPES, R. M. Ferramentas do controle de qualidade analítico: da validação à verificação. 
Brasil, 2015. Disponível em: http://www.lacen.saude.pr.gov.br/arquivos/File/SESLAB/
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OLIVEIRA, C. A.; MENDES, M. E. Gestão da fase analítica do laboratório como assegurar a 
qualidade na prática. Rio de Janeiro: ControlLab, 2010.
PEREZ, M. A. F. Validação de métodos analíticos: como fazer? Porque ela é importante? 
Instituto de Tecnologia de Alimentos, v. 22, n. 3, 2010.
RIBANI, M. et al. Validação em métodos cromatográficos e eletroforéticos. Química Nova, 
v. 27, n. 5, p. 771−780, 2004. Disponível em: http://quimicanova.sbq.org.br/imagebank/
pdf/Vol27No5_771_16-RV03165.pdf. Acesso em: 31 ago. 2019.
SUMITA, N. Novas tecnologias no laboratório. Brasil, 2010. Disponível em: https://controllab.
com/pdf/qualifique_30.pdf. Acesso em: 31 ago. 2019.
Leituras recomendadas
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada - 
RDC nº 166, de 24 de julho de 2017. Dispõe sobre a validação de métodos analíticos 
e dá outras providências. Brasília, DF, 2017. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.
br/documents/10181/2721567/RDC_166_2017_COMP.pdf/d5fb92b3-6c6b-4130-
8670-4e3263763401. Acesso em: 31 ago. 2019.
SANTANA, N. S.; BARBOSA, A. S. A. A. Importância dos processos analíticos laboratoriais 
utilizando equipamentos automatizados. Brasil, [2010?]. Disponível em: http://www.
fatecbauru.edu.br/mtg/source/A%20import%C3%A2ncia%20dos%20processos%20
anal%C3%ADticos.pdf. Acesso em: 31 ago. 2019.
15Validações dos métodos analíticos
Dica do professor
O processo de validação de um sistema analítico é complexo e demanda muito trabalho de toda a 
equipe profissional do laboratório clínico. Além do tempo para que se realize toda a análise 
estatística dos valores obtidos em todos os parâmetros, precisa ser feito um estudo com relação à 
manutenção do método, principalmente sobre os reagentes, observando-se o tempo necessário 
para a entrega deles por parte dos fornecedores, assim como a estabilidade para sua utilização.
Nesta Dica do Professor, você vai conhecer os principais parâmetros que devem ser analisados em 
uma validação metodológica para que se obtenha sucesso na implementação de um método 
analítico.
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Exercícios
1) A validação é o processo anterior à implementação de uma nova metodologia analítica em 
um laboratório de análises clínicas. Assim, para que se tenha sucesso com esse novo sistema 
de análise que está em teste e será posteriormente utilizado na rotina, é preciso avaliar 
algumas informações.
Que informações são essas?
A) Em uma validação, é necessário avaliar as referências bibliográficas, as condições de 
estocagem de reagentes, a biossegurança envolvendo o processo e os valores de referência.
B) Em uma validação, é necessário avaliar as referências bibliográficas, as condições de 
estocagem de reagentes, a biossegurança envolvendo o processo e quantas pessoas poderão 
ser dispensadas da rotina.
C) Em uma validação, é necessário avaliar apenas as condições de estocagem e os valores de 
reagentes, bem como a duração e a reutilização destes.
D) Em uma validação, é necessário avaliar apenas a biossegurança envolvendo o processo, os 
valores de referência e a reutilização de reagentes.
E) Em uma validação, é necessário avaliar todos os custos que envolvem os reagentes que serão 
utilizados nessa metodologia.
2) O processo de validação de métodos analíticos é feito sempre que há a troca ou a inserção 
de uma metodologia de análise em um laboratório e envolve a determinação de parâmetros.
Com relação a uma validação, assinale a alternativa correta.
A) Na validação, os parâmetros de desempenho de um sistema analítico já são previamente 
definidos pelo descritor da técnica. O laboratório clínico que desejar implementar o novo 
método analítico na rotina deve fazer a validação.
B) Por mais que uma técnica tenha sido descrita pelo fabricante dos reagentes, um sistema 
analítico precisa ser validado para que se assegurem a exatidão, a precisão e a confiabilidade 
dos resultados.
A validação de um sistema analítico é feita com base em referências bibliográficas com artigos 
científicos já publicados, para que se possam obter dados de exatidão, precisão e 
C) 
confiabilidade dessa nova análise.
D) É irrelevante conhecer os parâmetros de desempenho de uma metodologia que se está 
validando, pois o que se espera é que o resultado final que será liberado em laudo esteja 
dentro dos limites de linearidade.
E) A realização de uma metodologia analítica precisa ser validada para fins burocráticos, pois a 
técnica já vem pronta do fabricante que fornece os reagentes para sua execução.
3) O processo de validação se dá a partir da análise de dosagens que devem seguir parâmetros. 
Esses parâmetros são ditados por órgãos de fiscalização, e cada laboratório irá determinar 
qual parâmetro utilizar no seu processo de validação. 
Com relação aos requisitos básicos observados para avaliação dos parâmetros em uma 
validação, assinale a alternativa correta.
A) As técnicas de pipetagem, dispensão de reagentes e limpeza de probes e cubetas são 
totalmente manuais. Por isso, a validação necessita da análise do carreamento para concluir 
os dados de precisão dos métodos analíticos.
B) A precisão está ligada à capacidade que o método analítico tem de gerar resultados 
linearmente proporcionais às concentrações de um analito.
C) Para metodologias in house, não há a necessidade de validação abrangendo muitos 
parâmetros, e esse processo costuma ser simples.
D) A recuperação é um requisito que serve de parâmetro para a validação de um método 
analítico e se baseia na concordância entre os resultados. Esses dados são obtidos por meio 
de medidas independentes em condições definidas. 
E) A determinação da precisão em uma validação utiliza concordância entre resultados. Esses 
dados são obtidos por meio de medidas independentes em condições definidas, 
garantindo repetibilidade e reprodutibilidade do método.
4) Muitos parâmetros podem ser utilizados na validação de métodos analíticos, após aplicação 
de métodos estatísticos, para determinação da exatidão e da precisão de resultados gerados. 
 
Com relação à exatidão e à precisão no processo de validação, assinale a alternativa correta.
A) Baixa exatidão e precisão de um método é quando os valores estão dentro da normalidade e 
não seguem uma linearidade.
B) Valores de dosagens muito dispersos nãonecessitam de uma análise minuciosa, pois podem 
fazer parte do erro aleatório.
C) A exatidão é conhecida como a capacidade do método de apresentar resultados próximos do 
valor verdadeiro.
D) Alta exatidão e precisão pode ser detectada quando todos os valores estão no mesmo ponto, 
seja ele alto ou baixo, não importando o "alvo".
E) Observa-se baixa exatidão quando os valores dosados então dentro do “alvo”.
5) O que se busca conhecer quado se faz uma validação de um método no laboratório de 
análises clínicas é a capacidade de ocorrência ou não de possíveis erros na realização da 
análise de amostras biológicas. 
Sobre os erros que podem ser detectados na validação de um método analítico, assinale a 
alternativa que melhor explica e descreve essa ocorrência.
A) Um erro aleatório é aquele que não pode ser identificado nem corrigido.
B) Um erro aleatório é aquele que pode ser identificado e, assim, corrigido.
C) Um erro sistemático é aquele pode ser identificado, mas não corrigido.
D) Um erro sistemático é aquele que pode ser identificado e, assim, corrigido. Porém, não resulta 
na perda da exatidão do método.
E) O erro total é aquele que não pode ser identificado nem corrigido.
Na prática
Todo novo equipamento que será utilizado no laboratório clínico, independente do material que 
será utilizado para a análise do analito de interesse, deve passar pelo processo de validação, a fim 
de se detectar a confiabilidade da metodologia, que impacta diretamente na qualidade do laudo 
final.
Na Prática, por meio de um estudo de caso, você verá como avaliar se um equipamento novo e 
moderno é capaz de fornecer qualidade e confiabilidade para o seu laboratório.
Confira a seguir.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Sensibilidade e especificidade
Você realmente sabe a diferença entre os conceitos de sensibilidade e especificidade, muito 
utilizados para a validação de métodos analíticos? Veja o vídeo a seguir para reforçar o que você 
aprendeu e memorizar bem esses conceitos.
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Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n.º 166, de 24 de julho 
de 2017
Os parâmetros e critérios para a validação de métodos analíticos têm base na RDC da Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No link a seguir, você pode ler detalhadamente as 
questões legais que envolvem esse importante processo que é a validação.
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Precisão x Exatidão: Qual a diferença?
No link a seguir, entenda a diferença entre os termos precisão e exatidão.
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https://www.youtube.com/embed/y7Puf75vK0w
http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2721567/RDC_166_2017_COMP.pdf/d5fb92b3-6c6b-4130-8670-4e3263763401
https://www.toledobrasil.com/blog/precisao-x-exatidao-qual-a-diferenca

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