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Resenha_ Proteômica

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BÁSICAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA
CBS01021 – QUÍMICA DE PROTEÍNAS
BRUNA DUTRA MUNIZ
PROTEÔMICA NO ESTUDO DAS CÉLULAS
]
PORTO ALEGRE
O dogma central da biologia descreve o fluxo de informação do código
genético no sentido de transcrição do DNA em RNA e tradução do RNA em
proteínas. No nível das proteínas, o estudo dessas moléculas é chamado de
proteômica e envolve processos estudados pela genômica e transcriptômica.
A proteômica permite uma visão abrangente, quantitativa e dinâmica das
proteínas em seus aspectos fisiológicos, estruturais, suas interações e processos.
Pode ser definida como uma caracterização sistemática de todas as proteínas
observadas em um conjunto específico de condições.
Em uma era “pós-genoma”, em que tecnologias de sequenciamento
genético permitiram um amplo conhecimento da composição do genoma humano, a
disponibilidade dos dados obtidos por esse sequenciamento permite o uso dessas
informações para a compreensão do papel das proteínas em diferentes condições.
O conjunto das proteínas e suas variações encontradas em um ambiente específico,
quando sujeitas a determinados estímulos e condições, é chamado de proteoma.
A partir do conhecimento de um proteoma, é possível estabelecer o que é
fisiológico ou patológico dentro desse conjunto de fatores. A proteômica busca,
nesse sentido, encontrar formas de avaliar esses aspectos de forma quantitativa,
rápida e precisa para a identificação das condições em que essa proteína se
encontra e a forma que está exercendo suas funções.
A proteômica utiliza da avaliação de grandes redes para compreensão das
interações proteicas. Os fatores observados para entender o funcionamento de um
grupo de proteínas incluem sua localização, interações, distribuição tecidual,
modificações pós-traducionais, mecanismos genéticos como o turnover, variações e
isoformas. Dentro desses fatores, elas também se diferenciam por seus aspectos
físicos e químicos relacionados a sua estrutura e condições do meio.
Tendo em vista a importância das proteínas e sua presença ativa em todos
os processos fisiológicos - desde o controle da expressão de genes até seu papel
estrutural - a ciência se dedicou ao desenvolvimento de técnicas que permitissem a
identificação e quantificação dessas moléculas a partir dos fatores já abordados.
Essa avaliação é feita a partir de amostras, que podem ser de diferentes
tipos. Entre eles, temos amostras líquidas, que incluem plasma, líquido
cefalorraquidiano, urina, saliva, entre outros. Também é possível a avaliação de
amostras de nível histológico e celular. A partir dessas amostras, é possível
comparar suas condições ao que seria o padrão fisiológico, permitindo a
identificação de patologias. A extração das amostras avaliadas pode ser realizada
por diferentes técnicas, utilizadas de acordo com o propósito do estudo. Para cada
tipo de técnica utilizada, a amostra será coletada e preparada de acordo com as
condições necessárias para cada tipo de tecido, fluido ou estrutura, e manipulada de
acordo com o propósito de cada técnica.
A separação de amostras é um processo essencial para a análise
proteômica. Dentre os métodos desenvolvidos para esse tipo de análise, a
eletroforese é o mais utilizado. A eletroforese pode ser aplicada para separação por
peso molecular e, quando bidimensional, também permite uma identificação mais
específica, separando as moléculas por carga e peso molecular a partir da aplicação
de um campo elétrico. Essa técnica permite a identificação e quantificação de
proteínas e seus resultados podem ser avaliados a partir de softwares desenvolvidos
especificamente para análise e comparação dessas amostras em um contexto..
O sequenciamento genético e a análise proteômica permitiu um grande
avanço no desenvolvimento de novos diagnósticos e tratamentos dentro da ciência
e, além disso, tem contribuído para a descoberta de novas moléculas e vias
metabólicas que podem ser relevantes para a compreensão de patologias e
aplicação clínica. A análise das métricas e ferramentas utilizadas pelas metodologias
e o desenvolvimento de novas técnicas que contribuam para uma maior precisão e
velocidade na obtenção de resultados promovem a construção e conservação da
qualidade dentro da ciência.

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