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FABRICIO OLIVEIRA SOARES TIC- 10 Como o tabaco está relacionado às neoplasias pulmonares? E os cigarros eletrônicos - como orientar seu paciente? O tabaco contém cerca de 60 substâncias cancerígenas. A grande maioria pertence a três grupos: · Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos · Aminas aromáticas · Nitrosaminas A nicotina não é uma substância que causa diretamente o câncer. Entretanto, a nicotina participa da carcinogênese por atuar como intermediária de macromoléculas pela sua nitrosação específicas do tabaco. Por outro lado, na sua metabolização no fígado, pode se formar um subproduto, que participa da síntese de substâncias cancerígenas. Recentemente, estudos evidenciaram que a nicotina possui propriedade de angiogênese (formação de novos vasos), que favorece a proliferação das células cancerosas. As nitrosaminas derivadas da nicotina formam-se durante o procedimento da cura do tabaco, consequentemente, são encontradas na fumaça do tabaco. São quatro as principais nitrosaminas do tabaco: · NNK2 – 4-(metilnitrosamina)-1-(3-piridil)-1-butanona · NNN – N’-nitrosonornicotina · NAB – N’-nitrosoanabasina · NAT – N’-nitrosoanabatina As nitrosaminas encontradas em maior quantidade são NNK2, NNN e NAT. A nitrosamina NNK2 possui, entre todas, o maior potencial cancerígeno, demonstrado em estudos em ratos nos quais produz câncer no pulmão. Por outro lado, a propriedade angiogênica da nicotina favorece o desenvolvimento do câncer por meio da proliferação e amplificação da rede de vasos para nutrir as células cancerosas. Existe uma relação entre o volume do tumor, o número de células e a rede vascular, ou seja, propicia a multiplicação mais rápida das células neoplásicas e sua disseminação. Nos tabagistas, uma forma pela qual o tabaco desencadeia o câncer do pulmão, seria a interação da nicotina com os receptores de nicotina sobre as células epiteliais e as células que no futuro serão cancerosas. Além disso, a nicotina provoca dependência física e psíquica, o que faz que o tabagista fume cada vez mais e, com isso, introduz no organismo substâncias cancerígenas, além das nitrosaminas. Cada tragada de fumaça do cigarro introduz no organismo 4 trilhões de radicais livres. O cigarro eletrônico contém nicotina, que causa dependência. Além disso, o cigarro eletrônico é o termo utilizado para definir cigarros industrializado que divergem em relação a formato, concentrações de líquidos, marcas, etc., portanto, pressupõe-se que haja também uma variedade em sua toxicidade e nas consequências para a saúde de quem os usa, dificultando as conclusões de estudos e do controle sobre o que é consumido. Mesmo diante da variedade de produtos, já se pode dizer que os cigarros eletrônicos representam dois tipos de riscos: o risco individual, que é o surgimento de doenças relacionadas ao seu uso, a ocorrência de explosões e a intoxicação, principalmente por crianças, pelo contato com seu líquido; e o risco coletivo, que seria o impacto da entrada e consumo destes produtos nas medidas de controle do tabaco de um país. Estudos já demonstraram que o cigarro eletrônico aumenta o risco de infarto agudo do miocárdio e de doenças respiratórias e pulmonares, como a asma. Além disso, estes produtos possuem em sua composição substâncias reconhecidamente cancerígenas. REFERÊNCIAS KNORST, M. M . et at.. The electronic cigarette: the new cigarette of the 121st century. Jornal Brasileiro de Pneumologia, volume 40, pag 564 -572. Setembro2014. https://www.scielo.br/j/jbpneu/a/zr39bFFL7y53xrZkHSp4Twx/?lang=pt# Acessado em 20 de abril 2023. NORRIS, L. T. Porth – Fisiopatologia. 10° ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, cap. 30, 2021.
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