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1 Curso:Técnico de enfermagem Assistência de enfermagem em Terapia Intensiva I Enfermeira Docente: Josélia Reis Discente:............................................................................................. Ano: 2023.1 2 A enfermagem, enquanto profissão teve início na Inglaterra, no século XIX, com o trabalho de Florence Nightingale, recrutando e treinando um grupo de mulheres para colaborarem nos cuidados e na higiene dos soldados feridos durante a Guerra da Criméia (1854 – 1856). Nessa época, também com Florence Nightingale, surgiu à ideia de classificar os doentes de acordo com o grau de dependência, dispondo-os nas enfermarias, de tal maneira que os mais graves ficassem próximos à área de trabalho das enfermeiras, para maior vigilância e melhor atendimento. No Brasil, a implantação das Unidades de Terapia Intensiva (U.T.I.), teve início na década de 70, atualmente é uma unidade presente dentro do contexto hospitalar. O surgimento da prática em U.T.I. Marcou um dos maiores progressos obtidos pelos hospitais de nosso século, visto que, antes dela, o cuidado ao doente grave realizava-se nas próprias enfermarias, faltando, assim, área física adequada, recursos materiais e humanos para melhor qualidade desse cuidado. 3 Cada UTI deve ser uma área geográfica distinta dentro do hospital, quando possível, com acesso controlado, sem trânsito para outros departamentos. Sua localização deve ter acesso direto e ser próximo de elevador, serviço de emergência, centro cirúrgico, sala recuperação pós-anestésica, unidades intermediárias de terapia e serviço de laboratório e radiologia. Os pacientes devem ficar localizados de modo que a visualização direta ou indireta, seja possível durante todo o tempo, permitindo a monitorização do estado dos pacientes, sob as circunstâncias de rotina e de emergência. O projeto preferencial é aquele que permite uma linha direta de visão, entre o paciente e o posto de enfermagem. O posto de enfermagem deve ser centralizado, no mínimo um para cada doze leitos e prover uma área confortável, de tamanho suficiente para acomodar todas as funções da equipe de trabalho, com dimensões mínimas de 8m2. Infecção na Unidade de Terapia Intensiva São causadas por agentes externos. O organismo reage a entrada de micro-organismos como vírus e bactérias, parasitas ou fungos. Nesse processo, as células de defesa tentam combater os micro- organismos, o que normalmente dá origem ao aparecimento de secreções purulentas. Na UTI concentram-se pacientes clínicos ou cirúrgicos mais graves, necessitando de monitorização e suporte contínuos de suas funções vitais. Este tipo de clientela apresenta doenças ou condições clínicas predisponentes a infecções. Muitos deles já se encontram infectados ao serem admitidos na unidade e, a absoluta maioria, é submetida a procedimentos invasivos ou imunossupressivos com finalidades diagnostica e terapêutica. A resposta imunológica do paciente em terapia intensiva frente ao processo infeccioso é deficiente. Os seus mecanismos de defesa estão comprometidos tanto pela doença motivadora da hospitalização quanto pelas intervenções necessárias para o diagnóstico e tratamento. Prevenção e controle Aenorme importância deste tipo de intervenção está patente no fato de, que cerca de 50% de infecçõesnosocomiais que podem ser prevenidas, a grande maioria são as que resultam diretamente de cuidados prestados aos doentes. É dever de todos os profissionais de Saúde promover um ambiente biológicamente seguro. Infecção hospitalar ou infecção nosocomial É qualquer tipo de infecção adquirida após a entrada do paciente em um hospital ou após a sua alta quando essa infecção estiver diretamente relacionada com a internação ou procedimento hospitalar, como, por exemplo, uma cirurgia. A enorme importância deste tipo de intervenção está patente no fato de, que cerca de 50% de infecções nosocomiais que podem ser prevenidas, a grande maioria são as que resultam diretamente de cuidados prestados aos doentes. É dever de todos os profissionais de Saúde promover um ambiente biológicamente seguro. 4 Infecção hospitalar ou infecção nosocomial É qualquer tipo de infecção adquirida após a entrada do paciente em um hospital ou após a sua alta quando essa infecção estiver diretamente relacionada com a internação ou procedimento hospitalar, como, por exemplo, uma cirurgia. Tipos de infecções Infecção respiratória: Promover uma boa higiene orotraqueal, especialmente nos doentes com sondas nasogástricas (os microorganismos proliferam com grande facilidade quando não há um cuidado necessário); Realizar uma de hidratação, tendo em conta o tipo de doente e suas características (especialmente em pacientes com a sua capacidade motora diminuída, pois facilmente aparece uma quantidade aumentada de secreções e a conseqüente a infecção das vias respiratórias); - Proporcionar uma mobilidade ao paciente, que apresente esta capacidade diminuída, através de alterações de decúbitos (vai contribuir para uma melhor ventilação e facilitando assim o impedimento de estase de secreções). Observar sinais e sintomas (tosse excessiva, febre que não regride dor torácica agravar e hemoptises); Utilizar técnica asséptica quanto a aspiração de secreções e individualizar todo o material que o doente necessite (evitando assim as infecções cruzadas); Utilizar equipamento de precaução de contato caso o paciente necessite (EPI). Infecção por cateter: Puncionar com um cateter adequando, com a finalidade de ser administradas medicações e alimentação enterais; Explicar aos seus familiares que não podem colocar a mão na incisão do cateter para evitar contaminação Se houver sinais flogísticos no local da incisão e necessário retirar esse cateter e mandar para analise; Infecçao urinaria: Utilizar cateter vesical adequado (CVD) Realizar uma higiene correta e mantê-la enquanto o cateterismo for necessário; Evitar manipulações desnecessárias do cateter e utilizar sacos coletores de urina esterilizados. CINEMATICA DO TRAUMA Definição: É o estudo dos movimentos dos corpos. Introdução: Estuda como a energia agressora (agente) interage com a vítima. 5 Suspeita de traumatismos graves Quedas maiores 6 metros; Colisão maior 36 km / hora; Ejeção de veículo; Morte de um ocupante; Danos severos ao veículo Os Traumas Podem ser Abertos ou Fechados Nos traumatismos aberto-penetrantes o objeto agressor vence a elasticidade dos tecidos e penetra no corpo Nos traumatismos fechados o impacto se distribui em uma área mais extensa. Causam mais comuns: impacto direto de objetos em movimentos de aceleração e desaceleração. Colisões de veículos Em colisões de veículos o dano irá depender, além da energia cinética, da utilização de equipamentos de segurança tais como: cinto de segurança, air bag, banco com encosto de cabeça, arredondamento do interior do veículo, pára-choque traseiro nos caminhões, freio ABS, capacete, luvas, viseiras, joelheiras. Tipos de colisões Colisão frontal: em corpo não contido lesões múltiplas (face, cabeça, coluna cervical, tórax, abdome, bacia, todo membro inferior). Colisão lateral: principalmente em cruzamentos e derrapagens lesões no braço, ombro, coluna cervical, órgãos tórax-abdominais, pelve, MI Colisão traseira: mais comum com o veículo parado no sinal. O aumento súbito da aceleração hiperextensão da coluna cervical “efeito chicote”. Capotagem: não há um padrão das lesões. O ocupante ejetado do veículo tem 25x mais chances de morrer que o não ejetado. Luxação é o deslocamento de um ou mais ossos de uma determinada articulação. Ocorre, por exemplo, quando alguma causa externa atua e força o osso a sair de sua posição habitual, podendo se deslocar para o lado,para cima ou para baixo. Fratura: Podemos definir uma fratura como sendo a perda, total ou parcial, da continuidade de um osso. A fratura pode ser simples (fechada) ou exposta (aberta). Na fratura simples não há o rompimento da pele sobre a lesão e nas expostas sim, isto é, o osso fraturado fica exposto ao meio ambiente, possibilitando sangramentos e um aumento do risco de infecção. 6 Entorse É a torção de uma articulação, com lesão dos ligamentos (estrutura que sustenta as articulações). Contusão É uma área afetada por uma pancada ou queda sem ferimento externo. Pode apresentar sinais semelhantes aos da fratura fechada. Se o local estiver hematoma, é sinal de que houve hemorragia sob a pele. Hemorragias É a perda de sangue do sistema circulatório para dentro das cavidades ou tecidos do próprio organismo ou para fora dele, devido à laceração ou ruptura de vasos sanguíneos. São hemorragias típicas aquelas que ocorrem após acidente ou traumatismo, rompimento de um aneurisma ou de varizes. Classificação Classe I Grau: Perda de até 15% do sangue Classe II Grau: Perda de 15 a 30% do sangue Classe III Grau: Perda de 30 a 40% do sangue Classe IV Grau :Perda ≥ 40% do sangue. Há também uma classificação de hemorragia: Interna Externa 7 As hemorragias podem ser arteriais, venosas ou capilares. Nas hemorragias arteriais: o sangue é vermelho vivo e a perda é pulsátil, conforme as contrações do coração. Esse tipo de hemorragia leva a uma perda rápida de sangue e, por isso, é particularmente grave. Nas hemorragias venosas: o sangue é vermelho escuro e a perda se dá de forma contínua. São menos graves, porém a demora no tratamento pode ocasionar sérias complicações. Nas hemorragias capilares: são pequenas as perdas de sangue. Elas ocorrem em vasos de pequeno calibre que recobrem a superfície do corpo. Hemorragia aguda: devido ao rompimento abrupto de um grande vaso, como nos acidentes ou no rompimento de um aneurisma, por exemplo. Hemorragia crônicas: pela perda persistente de pequenas quantidades de sangue, como em um sangramento de uma úlcera gástrica ou uma moléstia renal. 8 MECANISMO DE COMPENSAÇAO NAS HEMORRAGIAS A taquicardia tenta manter o débito cardíaco e costuma ser o primeiro sinal de um choque hipovolêmico. Paciente fica pálido, com o coração disparado, pulso fino e difícil de palpar. Pessoas com perdas sanguíneas importantes e que demoram a receber socorro médico podem ter isquemias temporárias dos tecidos, com a liberação de substâncias típicas do metabolismo anaeróbico. Não sendo revertido o processo, finalmente ocorre a morte. Classificação de acordo com a gravidade – Hemorragia Classe I - Sinais e sintomas mínimos. Leve aumento da frequência cardíaca. – Hemorragia Classe II - Frequência cardíaca ≥ 100 batimentos por minuto (bpm), respiração rápida, pulso fino e leve, diminuição da diurese. – Hemorragia Classe III - Além dos sintomas da hemorragia classe II, apresenta sinais clássicos de hipoperfusão. Existe diminuição do nível de consciência, palidez e sudorese fria. – Hemorragia Classe IV - Taquicardia extrema, marcada queda da pressão sistólica e dificuldade para perceber-se a pulsação. O débito urinário estará próximo a zero. Perda total da consciência. – Cuidados de enfermagem Reposição intravenosa de líquidos através de cateter de grosso calibre; Providenciar amostra sanguínea: tipagem, reação cruzada, estudo da coagulação; Notificar banco de sangue quanto à necessidade de: concentrado de hemácia, plasma fresco congelado, concentrado de plaquetas; Identificar rapidamente sinais clínicos de choque hemorrágico: taquicardia, taquipnéia, depleção mínima 40%, pulsos finos, volume sanguíneo circulante, hipotensão, pele fria e pegajosa; 9 A falência múltipla de órgãos é um quadro grave, em que dois ou mais órgãos param de funcionar. Issonormalmente acontece por causa da sepse, uma inflamação generalizada no corpo, que é uma tentativa do organismo de combater uma infecçã FASES DO CHOQUE Estagio compensatório ( Pressão arterial normal) Estágio progressivo ( ocorre quando os mecanismos do 1º estágio começam a falhar / HIPOTENSÃO) Estágio refratário (apresenta falência de pelo menos três orgãos) 10 TERMOS IMPORTANTES ◾ DÉBITO CARDIÁCO Quantidade de sangue bombeado pelos ventriculos em 1 minuto (5litros/min) ◾ VOLUME SISTÓLICO Volume ejetado em cada ventrículo a cada contração (70ml) ◾ FREQUENCIA CARDIÁCA Quantidade de batimentos cardiácos em um minuto 60 a 100bpm/min) ◾ PRESSAO ARTERIAL Tensão do sangue na parede das artérias ◾ RESISTÊNCIA VASCULAR PERIFÉRICA Resistência dos vasos ao fluxo de sangue ◾ (PAM )PRESSAO ARTERIAL MÉDIA (70 A 100mmhg) É o que determina a intensidade média com que o sangue vai fluir pelos vasos sanguíneos! Os valores considerados normais para uma PAM é entre 70 a 100mmHg, sendo que abaixo de 70 pode indicar perfusão prejudicada, e acima de 100 pode ocasionar complicações com a pressão acima do que é necessário ao organismo. ◾ Choque Hipovolêmico - Ocorre quanto uma quantidade significativa de liquido se perde de espaço intravascular. Esse liquido pode ser sangue, plasma ou soluções de eletrólitos ,pode decorrer de hemorragias queimaduras ou desvio de líquidos. Prioridade nesse choque é a reposição volêmica. ◾ Choque Cardiogênico - Ocorre quando o coração falha como uma bomba. As causas primarias dessa falência são IAM, arritmias cardíacas graves e depressão miocárdica ou obstrução venosa. ◾ Choque obstrutivo- diminuição do debito cardíaco secundário a um enchimento ventricular inadequado ex: tamponamento cardíaco, pneumotórax, embolia pulmonar. ◾ Choque Distributivo – É caracterizado pela presença de má distribuição do fluxo sanguíneo relacionado a uma inadequação entre a demanda tecidual e a oferta de oxigênio, fenômeno descrito como shunt. ◾ Choque Séptico - Infecçao que gera uma resposta inflamatória descontrolada no organismo. Ocorre como consequência de bactérias ou suas toxinas circulando no sangue. A causa primária 11 consiste nos mediadores vasoativos liberados por bactérias Gram-negativo que afetam quase todo sistema fisiológico. ◾ Choque Neurogênico :O choque neurogênico aparece quando existe uma perda repentina dos sinais nervosos do sistema nervoso, deixando de enervar os músculos do corpo e os vasos sanguíneos. Normalmente, este tipo de choque é sinal de problemas graves no cérebro ou na medula espinhal. Pode ser por TRM, TCE, DROGAS QUE DEPRIMEM O SNC. ◾ Choque Anafilático - As reações alérgicas do tipo I, ou anafiláticas, são mediadas por anticorpos da classe IgE. A reação ocorre pouco tempo após a exposição ao antígeno é caracterizada por sensação de sufocamento, broncoespasmo, edema laríngeo, angioedema, respiração ruidosa, transudação pulmonar e alterações cutâneas agudas urticariformes. Os indicadores importantes do choque porque reflete perfusão cerebral. As alterações podem incluir: Confusão Irritabilidade Ansiedade Agitação Incapacidade de concentração Cuidados de enfermagem Administrar oxigênio á 100% por meio d máscara; Hidratação venosaDois acessos de grosso calibre; Inserir CVD; Monitorizarão de ECG- podem contribuir para choque; Manter a monitorizarão de enfermagem continua- PA,FC ,FR,TAX, Coloração da pele, débito urinário. A monitorização hemodinâmica Tem por finalidade é reconhecer e avaliar as possíveis complicações do estado hemodinâmico do paciente e intervir em tempo hábil com terapia adequada, prevenindo maiores complicações. A monitorização hemodinâmica não invasiva consiste em: ◾ Pressão arterial não invasiva; (PNI) ◾ Frequência cardíaca; 12◾ Temperatura; ◾ Frequência respiratória; ◾ Oximetria de pulso: é a mensuração da saturação de oxigênio da hemoglobina arterial e o pulso cardíaco. Vem otimizando os cuidados com o paciente e minimizando o potencial de episódios de hipóxia. ◾ Monitor cardíaco tem a função somente de apresentar a frequência cardíaca e o traçado de eletro no monitor. É bastante utilizado em transporte de paciente de um setor ao outro, realizar exame de eletrocardiograma. ◾ A bomba de infusão é indicada para todo o paciente com prescrição de infusão em via parenteral ou enteral, nos casos onde se faz necessária a garantia rigorosa do gotejamento dos medicamentos prescritos. ◾ A bomba infusora é um dos mais práticos recursos habitualmente disponíveis na UTI e/ou Sala de Emergência, e mesmo em algumas ambulâncias modernas. Permite administrar de maneira confiável os fármacos mais delicados de acordo com dosagens de mg/min ou ml/h Monitorização eletrocardiográfica: Através do eletrocardiograma, para detecção de arritmias e outras complicações, tais como: isquemias, alterações do marca-passo e distúrbios eletrolíticos graves. O ECG padrão tem 12 derivações Ventilação Mecânica 13 ◾ Definição: É um método de suporte de vida indicado quando o paciente é incapaz de manter uma via respiratória permeável e/ou trocas gasosas adequadas Tipos de Ventilação Mecânica ◾ Invasiva – por meio de tubo endotraqueal (naso ou orotraqueal) ou cânula de traqueostomia. ◾ Não invasiva – por meio de máscara. ◾ Nas duas situações, a ventilação artificial é conseguida com a aplicação de pressão positiva nas vias aéreas, o que muda é a interface entre o paciente e o aparelho. Ventilação Mecânica Invasiva – Indicações: ◾ Reanimação cardiorrespiratória ◾ Hipoventilação e apnéia, como nos casos de lesões no centro respiratório, intoxicação ou abuso de drogas. ◾ Insuficiência respiratória devido à doença pulmonar ◾ Falência mecânica do aparelho respiratório: doenças neuromusculares, paralisia (fraqueza muscular); estímulo respiratório instável (trauma craniano, acidente vascular cerebral, intoxicação exógena e abuso de drogas) ◾ Prevenção de complicações respiratórias: pós-operatório de cirurgias de grande porte – abdominais, torácicas, obesidade mórbida. ◾ Diminuição do trabalho muscular respiratório evitando fadiga muscular Acesso às vias aéreas para ventilação mecânica invasiva ◾ Intubação orotraqueal– indicada em pacientes com hipoxemia e/ou hipercapnia 14 persistentes, mesmo após a realização de medidas terapêuticas. É precedida de sedação. ◾ Intubação nasotraqueal– indicada em pacientes sem abertura adequada da boca; quando o acesso à traqueia não é possível por via oral, ex. tumores de cavidade oral, língua, etc. ◾ Cricotireotomia (procedimento emergencial, que consiste no acesso das vias aéreas através da membrana cricotireoidea) indicada para situações de urgência em que não são possíveis as intubações naso e orotraqueal, por exemplo, fraturas extensas de face. ◾ Traqueostomia – indicada para substituir a intubação quando ultrapassa 10 dias e não há previsão de suspensão da VM, ou para pacientes sem nível de consciência adequada ou que necessitem de aspiração de secreções. Fases do ciclo respiratório ◾ Fase inspiratória – fase em que o ventilador realiza a insuflação dos pulmões vencendo as propriedades elásticas e resistivas do sistema respiratório. ◾ Ciclagem – mudança de fase – é a transição da fase inspiratória para a expiratória. ◾ Fase expiratória – corresponde ao fechamento da válvula inspiratória e a abertura da válvula expiratória, permitindo o esvaziamento dos pulmões. ◾ Disparo – é a transição da fase expiratória para a inspiratória Tipos de ciclos ventilatórios ◾ Ciclos controlados – todas as fases (disparo, controle do fluxo e ciclagem) são determinadas pelo ventilador. O ciclo é iniciado, controlado e finalizado pelo aparelho. ◾ Ciclos assistidos – o paciente apenas dispara o ventilador, mas o controle do fluxo e a ciclagem são dados pelo aparelho, ou seja, o ciclo é iniciado pelo paciente, mas é controlado e finalizado pelo aparelho. ◾ Ciclos espontâneos – o paciente é responsável pelo disparo do ventilador e influencia diretamente no fluxo recebido e na ciclagem. O ciclo é iniciado, controlado e finalizado. Modalidades da ventilação ◾ Ventilação controlada – todos os movimentos respiratórios são gerados pelo aparelho. O paciente não é capaz de iniciar respirações adicionais. ◾ Ventilação assistida – O paciente faz um esforço respiratório e o ventilador consegue detectar esse esforço e faz um ciclo sobre a demanda do paciente. O ventilador percebe o esforço do paciente através do parâmetro da sensibilidade 2cm de h2o (valor padrão), quanto maior for a sensibilidade maior esforço do paciente e menor detecção pelo ventilador. À medida que o paciente vai acordando aumenta se a sensibilidade para induzir o paciente a fazer 15 mais esforço para respirar e evoluir para o desmame, se manter a sensibilidade baixa, o ventilador cicla a qualquer mínimo esforço do paciente, gerando a hiperventilação e evoluindo para alcalose respiratória, que é uma das complicações da ventilação mecânica quando o paciente hiperventila. Complicações ◾ Barotrauma – ruptura dos alvéolos por hiperdistensão alveolar (pneumotórax, pneumomediastino, pneumopericárido, pneumoperitônio) ◾ Pneumonia ◾ Atelectasia – COLABAMENTO DOS ALVEOLOS PULMONARES ◾ Diminuição do débito cardíaco (QUANTIDADE DE SANGUE BOMBEADO PELOS VENTRICULOS EM 1MINUTO =5LITROS/MIN ◾ Alcalose respiratória – resultante de períodos hiperventilação por dor ou agitação ou por regulagem inadequada do ventilador. ◾ Infecção ◾ Lesões traqueais. ◾ Lesões de pele e lábios. Desmame VM ◾ Conceito: É “o processo de transição da ventilação mecânica para a respiração espontânea”. Pode ser feita de forma abrupta (ex.: pouco de tempo de VM – cirurgias) ou gradual (ex.: VM por tempo superior a 24 horas) e que deve ser realizada o mais breve possível, de maneira segura. Extubação: É a retirada da via aérea artificial (tubo traqueal). Sucesso de extubação: Retirada do tubo traqueal após passar no TER(Teste de RespiraçãoEspontânea) sem reintubação nas próximas 48 horas. Fracasso de extubação: A necessidade de reinstituir a via aérea artificial (reintubação). 16 INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM – Avaliar o nível de consciência – Aplicar a escala de Glasgow – Avaliar o padrão respiratório – Avaliar o padrão cardiovascular – Avaliar a gasometria arterial – Avaliar o estado nutricional Escala de coma de Glasgow A escala de coma de Glasgow é um método para definir o estado neurológico de pacientes com uma lesão cerebral aguda analisando seu nível de consciência. Esse importante recurso foi atualizado em abril de 2018 e é muito utilizado por profissionais de saúde logo após o trauma, auxiliando no prognóstico da vítima e na prevenção de eventuais sequelas. A versão mais recente da escala, denominada escala de coma de Glasgow com resposta pupilar . A escala considera três fatores principais e determina uma pontuação de acordo com o nível de consciência apontada em cada um desses casos (espontaneamente ou através de estímulo). São eles: – Abertura ocular, – Resposta verbal e – Melhor resposta motora. Após a análise desses fatores, a publicação de 2018 indica mais um ponto a ser observado: a Reatividade pupilar, que é subtraída da pontuação anterior, gerando um resultado final mais preciso. Ao contrário dos outros critérios, este é pontuado de forma decrescente: o pior resultado apresenta a maior pontuação. Deste modo, na nova versão a pontuação varia de 1 a 15. CRITÉRIOS DE APLICAÇÃO EPONTUAÇÃO Se a soma dos resultados ficar entre 13 e 15, a lesão é considerada leve. Entre 9 e 12, é moderada, mas se o resultado pertencer ao intervalo entre 3 e 8, a lesão é grave e necessita de intubação orotraqueal para proteção de via aérea. 17 Drenagem torácica Consiste no esvaziamento de conteúdo líquido ou gasoso patologicamente retido na cavidade pleural. A colocação de um dreno torácico é um procedimento corrente que pode ser realizado com segurança numa Unidade de Cuidados Intensivos. Indicações Pneumotórax: ocorre pneumotórax quando há acumulação de ar na cavidade pleural, eliminando a pressão negativa normal e fazendo com que o pulmão perca contato com a parede torácica e colapse. Hemotórax: é a acumulação de sangue no espaço pleural Empiema: é uma coleção de líquido infectado, purulento no espaço pleural. Quilotórax: é o acúmulo de linfa no espaço pleural. 18 Complicações Hemorragias – lesão de vasos intercostais, sangramento no local de inserção do dreno. Lesão do nervo intercostal Laceração ou punção de vísceras sólidas, ex.: pulmão, fígado. Obstrução do dreno de tórax Ausência de drenagem Cuidados Intensivos de Enfermagem ◾ Higienização as mãos, secar e fazer antissepsia com álcool 70% (ou seguir protocolo de cada instituição). ◾ Preencher o selo d´água com 300 ml de soro fisiológico 0,9%, ou 500 ml da mesma solução. (ou seguir protocolo da sua instituição) ◾ Após-instalação do dreno, a mensuração dos débitos dos drenos deverá ser feita a cada 6 hora ou intervalos menores caso haja registros de débitos superiores a 100 ml/hora. (casos de conteúdo liquido). ◾ A mensuração deverá ser feita colocando uma fita adesiva ao lado da graduação do frasco, onde o técnico de enfermagem deverá marcar com uma caneta o volume drenado marcando também a hora da conferência. ◾ A troca do selo d´água deverá ser feita a cada 12h. ◾ Clampear o dreno para que não haja entrada de ar para a cavidade torácica e após a troca, lembrar sempre que o dreno deve ser desclampeado. ◾ Os curativos na inserção dos drenos devem ser trocados diariamente utilizando os produtos preconizados pelo Serviço de Infecção Hospitalar de cada instituição ; ◾ Colocar frasco de drenagem no piso, dentro de suporte, próximo ao leito do paciente, ou dependurá- lo na parte inferior do leito, evitando-se desconexões acidentais ou tombamento do frasco. ◾ Nunca elevar frasco de drenagem acima do tórax sem ser clampeado. Lavar as mãos, conforme após procedimento e sempre que houver necessidade de "ordenhar" tubulação. Arritmias Cardíacas ◾ A arritmia significa uma alteração do ritmo normal do coração, produzindo freqüências cardíacas rápidas, lentas e/ou irregulares. 19 As arritmias dividem-se em dois tipos, de acordo com a frequência: ◾ 1) Taquicardias: A frequência cardíaca é maior que 100 batimentos por minuto. Podem ser decorrentes de ansiedade, medicações ou exercício. ◾ 2) Bradicardias: A frequência cardíaca é menor que 60 batimentos por minuto, podendo ser normal durante o repouso, pelo uso de medicações ou em atletas. ECG normal Tipos de Taquicardias ◾ Taquicardia Atrial: é um ritmo rápido do coração que se origina nos átrios. ◾ Flutter Atrial: é uma arritmia causada por circuitos elétricos de condução lenta que se originam nos átrios e promovem um ritmo rápido e regular do coração. ◾ 20 ◾ Fibrilação atrial: impulsos elétricos extras originados nos átrios que desencadeiam batimentos rápidos, desorganizados e irregulares. ◾ Extrassístole ventricular: impulso elétrico extra originado no ventrículo que promove batimento antes do tempo. Taquicardia Ventricular: impulso elétrico originado nos ventrículos que promove um ritmo rápido e potencialmente ameaçador da vida. Geralmente, é uma emergência médica. ◾ Fibrilação Ventricular: é um ritmo rápido, desorganizado e errático, que não produz contração ventricular que causa morte súbita e necessita de imediata ressuscitação cardiopulmonar e desfibrilação (choque elétrico). Parada cardiorespiratória (PCR) É, por definição, a cessação de batimentos cardíacos e função respiratória efetivos com consequente hipóxia tecidual e morte celular progressiva. É reconhecida pela ausência de atividade mecânica cardíaca, confirmada pela perda súbita de consciência, ausência de movimentos respiratórios ou respiração anormal (“gasping”) e ausência de pulso detectável. Os ritmos encontrados em uma Parada Cardíaca são: Fibrilação Ventricular (FV), Taquicardia 21 Ventricular sem pulso, Assistolia, Atividade Elétrica sem Pulso (AESP). É uma situação geradora de grande estresse, uma vez que a única chance de sobrevivência do paciente está vinculada à identificação precoce do episódio de PCR e à intervenção rápida e eficaz, a fim de possibilitar o retorno espontâneo da ventilação e da circulação, com o mínimo de sequelas (PAZIN-FILHO et al., 2003). O atendimento à PCR deve ser realizado em etapas, que vão desde o reconhecimento precoce dos sinais de parada cardíaca (ou de deterioração respiratória) até o início das manobras avançadas de reanimação (BORN et al., 2003). Ressucitação Cardiopulmonar (RCP) Conjunto de procedimentos de emergência que pode ser executado por profissionais da área de saúde ou por leigos capacitados, destinados a manter a circulação de sangue oxigenado para o cérebro e outros órgãos vitais, no atendimento às pessoas em situação de parada cardiorrespiratória (PCR) Sequência de procedimentos de SBV De A-B-C (via aérea, respiração, compressões torácicas) para C-A-B (compressões torácicas, via aérea, respiração) em adultos, crianças e bebês (excluindo-se recém-nascidos). Com a alteração da sequência para C-A-B, as compressões torácicas serão iniciadas mais cedo e o atraso na ventilação será mínimo (isto é, somente o tempo necessário para aplicar o primeiro ciclo de 30 compressões torácicas, ou, aproximadamente, 18 segundos; quando dois socorristas estiverem presentes para a ressuscitação do bebê ou da criança, o atraso será ainda menor). RECOMENDAÇOES DA AMERICAN HEART ASSOCIATON A RCP Adultos Compressão x ventilação 30\2 (com dois socorristas) Atenção: 100 -120 compressões ,02 polegadas ou 5cm, permitindo total retorno do tórax. Crianças ou bebês Compressão x ventilação 30\2 (02 socorristas) Compressão x ventilação 15\2 (01 socorristas) Recém nascido 3\1 (compressão x ventilação) Pacientes com via aérea avançada (VM + TOT ou TQT ou dispositivo supraglótico (combitube ou mascara laríngea) mínimo 100 a 120 compressões de forma assíncronas (não sicronizada) por minuto e ventilar 1x a cada 6 ou 8 segundos ( em torno de 8 a 10 ventilações por minuto). No RN mesmo com via aérea avançada, precisa manter o sicronismo de compressão x ventilação 3\1. 22 Capnografia: método de monitorização indicada no suporte avançado de vida, quando o paciente tem via aérea avançada , posiciona um sensor no tubo e mede o nível de Co2 expirado pelo paciente durante a manobra de RCP. OBJETIVOS: – Confirmar posicionamento do tubo na via aérea, pois se não gerar leitura de Co2 , significa intubação gastrointestinal. – Avaliar a efetividade das compressões gerando uma capnografia de 10 mmhg para compressões eficientes (garantindo perfusão pulmonar e troca gasosa eficaz). – Utilizado para avaliar a RCE (RETORNO A CIRCULAÇÃO ESPONTÂNEA) , quando –se tem um aumento súbito acima de 35 mmhg , significa que o coração voltou a bater , realizar avaliação de pulso e ritmo. – Após 20 minutos ele não conseguir manter uma capnografia de 10 mmhg, suspende a RCP, paciente em óbito, com ausência da circulação pulmonar. 23 Cânulas orofaríngeas A queda delíngua representa grande parte dos óbitos em ambiente pré-hospitalar, principalmente em vítimas de trauma. Uma ação terapêutica simples para os profissionais que atuam em uma situação de emergência é o uso da Cânula Orofaríngea, conhecida também como cânula de Guedel. A inserção da Cânula Orofaríngea (Guedel) é um procedimento simples e muito importante no atendimento à vítima de trauma. A instalação desse dispositivo está contraindicada nas vítimas conscientes (ATLS, 2007; PHTLS, 2007). A canulação orofaríngea (COF) deve ser instalada para manter a língua em posição que não comprometa a passagem de ar em vítima com nível de consciência rebaixado. A seleção do tamanho adequado para a vítima deve ser estimada pela distância entre a rima labial e o lobo da orelha ou o ângulo da mandíbula. Desfibrilador Externo Automático (DEA) O Desfibrilador Externo Automático (DEA) é um equipamento de desfibrilação portátil, desenvolvido para ser utilizado por leigos capacitados, sendo capaz de interpretar o ritmo cardíaco, selecionar o nível de energia e carregar automaticamente, cabendo ao operador apenas pressionar o botão de choque, quando indicado. É um aparelho com um sistema computadorizado, que usa um algoritmo para diferenciar ritmos “chocáveis” de “não chocáveis". Se o DEA detecta um ritmo “chocável”, ele orienta o socorrista a fornecer um choque elétrico. Os passos universais para se operar um DEA são: 1) Ligar o aparelho; 2) Conectar os eletrodos adesivos ao tórax desnudo da vítima e o conector dos eletrodos ao equipamento; 3) Analisar o ritmo, sem tocar no paciente; 4) Aplicar o choque, se solicitado, pressionado o botão de choque, após certificar-se de que todos estejam afastados. Após a deflagração do choque, deve-se reiniciar a RCP pelas compressões 24 torácicas. O DEA reavalia o ritmo a cada dois minutos, solicitando ao operador que interrompa as compressões no tórax durante a análise. O acesso público à desfibrilação por meio da implantação dos DEA nas comunidades e locais de grande concentração de pessoas pode contribuir para melhores resultados pós-parada cardíaca (AEHLERT, 2013; AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2010) QUEIMADURA É uma lesão traumática causada por agentes térmicos, elétricos, radioativos, frio e até por fricção. A lesão por inalação e as complicações pulmonares associadas são um fator importante na mortalidade e morbidade das lesões por queimadura (50 a 60% das mortes por incêndio são secundárias a lesões por inalação). ◾ Tipos de queimaduras: – Queimaduras térmicas: são provocadas por fontes de calor como o fogo, líquidos ferventes, vapores, objetos quentes e excesso de exposição ao sol; – Queimaduras químicas: são provocadas por substância química em contato com a pele ou mesmo através das roupas; – Queimaduras por eletricidade: são provocadas por descargas elétricas. CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS As queimaduras são classificadas de acordo com a sua profundidade e tamanho, sendo geralmente mensuradas pelo percentual da superfície corporal acometida. Sendo 1º, 2º e 3º e 4º graus, de acordo com a camada de pele acometida. Queimaduras de primeiro grau: também chamada de queimadura superficial, são aquelas que envolvem apenas a epiderme, a camada mais superficial da pele. Os sintomas da queimadura de primeiro grau são intensa dor e vermelhidão local, mas com palidez na pele quando se toca. A lesão da queimadura de 1º grau é seca e não produz bolhas. Geralmente melhoram após 3 a 6 dias, podendo descamar e não deixam sequelas. Queimaduras de 2º grau: atualmente é dividida em 2º grau superficial e 2º grau profundo. A queimadura de 2º grau superficial é aquela que envolve a epiderme e a porção mais superficial da derme. Os sintomas são os mesmos da queimadura de 1º grau incluindo ainda o aparecimento de bolhas e úmida da lesão. O tratamento: É mais demorada podendo levar até 3 semanas; não costuma deixar cicatriz mas o local da lesão pode ser mais claro. Queimaduras de 3º grau: são as queimaduras profundas que acometem toda a derme e atinge tecidos subcutâneos, com destruição total de nervos, folículos pilosos, glândulas sudoríparas e capilares sanguíneos São lesões esbranquiçadas/acinzentadas, secas, indolores e deformantes que são tratadas por meios cirúrgico, necessitando até de enxertos. 25 Queimaduras de 4º grau. Esses tipos de queimaduras incluem todos os sintomas de uma queimadura de terceiro grau, pois se estende além da pele até tendões e ossos. Envolvem pele, músculo e osso. Elas freqüentemente ocorrem com queimaduras elétricas e podem ser mais graves do que aparentam. Podem causar complicações graves e devem ser tratadas por um médico imediatamente A extensão de uma queimadura é representada em percentagem da área corporal queimada. Leves (ou "pequeno queimado"): atingem menos de 10% da superfície corporal; Médias (ou "médio queimado"): atingem de 10% a 20% da superfície corporal; Graves (ou "grande queimado"): atingem mais de 20% da área corporal; Duas regras podem ser utilizadas para "medir" a extensão da queimadura Quando esta é menos de 15%, diz-se que o acidentado é, simplesmente, portador de queimaduras . Entretanto, quando a percentagem da pele queimada ultrapassa os 15% (cerca de 15 palmos), pode-se considerá-lo como grande queimado . Ao atingir mais de 40% da superfície do corpo, pode provocar a morte. Percentual de queimadura corporal (regra dos nove) Complicações – Hipocalemia: Quantidade baixa de potássio presente na corrente sanguínea. – Hipoalbuminemia: Resulta de associação dos efeitos diluentes na terapia de reposição com cristalóides e perda de proteínas para o líquido do edema sob a lesão – Acidose metabólica pode resultar de perfusão tecidual inadequada generalizada, decorrente da hipovolemia ou insuficiência cardíaca. – Mioglobinúria:contratura isquêmica dos músculos, lesões por esmagamento ou de queimaduras térmicas ou elétricas profundas com comprometimento muscular. – Hipotermia é comum entre os pacientes com queimaduras extensas. Devem ser tratados com 26 reposição de líquidos aquecidos. Tratamento Inclui estabilização hemodinâmica suporte metabólico debridamento da ferida uso de terapia antibacteriana tópico, curativos biológicos e fechamento da ferida. Intervenções de enfermagem: – Realizar debridamento da queimadura se necessário; – Na excisão cirúrgica, primaria todo tecido não-viável e removido até uma base viável ; – É necessário um CVD para monitorização do DU; – Pesar o paciente no momento da internação – Elevar os membros; – Administrar oxigenoterapia ,através de cateter nasal ou suporte ventilatório. Alimentação Enteral x Parenteral A alimentação enteral, aquela em que há a ingestão controlada de nutrientes em fórmulas líquidas, que podem ser administradas via oral ou por meio de sonda posicionada no intestino ou no estômago. Já a nutrição parenteral (NP) é recomendada para os casos em que a dieta enteral não pode ser realizada, sendo, portanto, administrada de forma intravenosa, ou seja, diretamente infundida na veia. VIAS DE ACESSO NPT – Cateterização percutânea das veias subclávias e jugulares internas – Cateterização de veias dos membros superiores – Cateterização das veias subclávias e jugulares com cateteres de silicone semi-implantável ou totalmente implantável CUIDADOS DE ENFERMAGEM CATÉTER CENTRAL – Curativo comum – a cada 48 horas – Curativo transparente - a cada 6 dias – Observar sangramento local, hematoma, – Enfisema, edema, dispneia. – Registrar data, local da inserção, nome do Médico – Rx de tórax CUIDADOS DE ENFERMAGEM NUTRIÇÃO PARENTERAL – Devem-se evitar alterações de velocidade durante a infusão; – O volume infundido deve ser rigorosamente controlado. Evitandoassim oscilações do gotejamento e alterações nas concentrações séricas da glicose; https://www.nutriport.com.br/tipos-dieta-enteral/ https://www.nutriport.com.br/tipos-dieta-enteral/ 27 – Não é recomendável ultrapassar 24 horas de infusão da NP. O risco de crescimento bacteriano ou fúngico aumenta consideravelmente após 24 horas. Medicamentos utilizados em UTI – Alteplase: trombolítico utilizado no tratamento de trombo embolia pulmonar. Age na dissolução do trombo em casos de obstrução de vasos sanguíneos. Tem como possíveis efeitos colaterais arritmias, sangramentos e hipotensão. – Atropina: atua no sistema parassimpático em casos de bradicardia. Aumenta a condução do estímulo elétrico e, consequentemente, da frequência cardíaca. Tem como possíveis efeitos colaterais calor, rubor, taquicardia e palpitações. – Amiodarona (antiarrítmico) Indicação: Arritmias supraventriculares; Arritmias ventriculares; Prevenção de morte súbita; Fibrilação atrial. – Clopidogrel: trata-se de um antiagregante plaquetário que reduz eventos de aterosclerose, inibindo a formação da agregação de plaquetas. Pode gerar sangramento. – Diazepam: benzodiazepínico indicado para sedação, crise convulsiva e como miorrelaxante e ansiolítico, agindo no sistema nervoso central. Pode causar dependência química, ataxia, diplopia, tontura, amnésia e ginecomastia em uso prolongado. – Dolantina (pré anestésico) está indicada nos estados de dor e espasmos de várias etiologias, tais como: infarto agudo do miocárdio, glaucoma agudo, pós-operatórios. – Dobutamina: é um cardiotônico não digitálico usado na correção do desequilíbrio hemodinâmico. Estimula os receptores betas adrenérgicos do músculo cardíaco, aumentando a força de contração. Causa aumento da frequência cardíaca. – Dopamina: droga vasoativa inotrópica e cronotrópica indicada para correção do desequilíbrio hemodinâmico, aumentando o fluxo cardíaco e a pressão arterial. Tem a taquiarritmia como efeito colateral. – Epinefrina (ADRENALINA) droga vasoativa indicada para reanimação cardiopulmonar, reações anafiláticas e asma. Age na vasoconstrição periférica. Tem como efeitos colaterais a diminuição do débito urinário, visão turva e fotofobia. – Fenitoína (HIDANTAL) anticonvulsivante que age no córtex motor, inibindo a propagação da crise de convulsão. Pode causar ataxia, diplopia e depleção de ácido fólico. – Fentanil (analgésico-narcótico) Indicações: Consiste em sedação, analgesia principalmente em intervenção cirúrgica. – Lidocaína: anestésico local e antiarrítmico. Age no sistema de condução elétrica do coração. Tem como possíveis efeitos colaterais confusão mental e alteração do comportamento. – Manitol: diurético osmótico para tratamento de edema cerebral. Diminui o edema por diferença de concentração. Pode causar desidratação, cefaleia, náuseas e vômito. – Midazolan (hipnótico) Indicações: Sedação, indução de amnésia, convulsões. – Morfina (analgésico entorpecente) Indicação: Dor intensa, sedação pré-operatória e adjuvante da anestesia, dor associada ao enfarto do miocárdio, tratamento adjuvante do EAP. – Noradrenalina (NOREPINEFRINA) droga vasopressora indicada em casos de choque 28 séptico e situações de baixa resistência periférica. Tem como possíveis efeitos colaterais cianose de extremidades, hipoperfusão renal, mesentérica e hepática. Principais patologiasna U.T.I Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) Doença caracterizada pela incapacidade do coração em bombear sangue na quantidade suficiente para suprir o organismo. Causas – Hipertensão arterial – Insuficiência coronariana – Valvulopatias – Miocardiopati – Arritimia – Doenças pulmoneres – Ateraçoes renais Sinais e Sintomas – Edema de membros inferiores – Dispnéia aos mínimos esforços – Agitação – Tosse seca – Taquicardia – Insônia Tratamento – Medicamentos – Repouso – Controle hídrico Cuidados de Enfermagem – Aferir sinais vitais – Controle de balanço hídrico – Manter decúbito elevado – Manter ambiente calmo e arejado 29 – Observar, comunicar e anotar perfusão periférica – Realizar mudança de decúbito – Observar, comunicar e anotar presença de edema – Administrar medicamentos – Auxiliar nos cuidados de higiene – Observar, comunicar e anotar aceitação alimentar Edema Agudo de Pulmão (EAP) É uma condição caracterizada pelo acúmulo de líquido no interior dos pulmões. Representa uma das mais dolorosas e dramáticas síndromes cardiorrespiratórias, e que ocorre de maneira muito freqüente nas unidades de emergência e de terapia intensiva. Ele ocorre com mais freqüência quando o coração encontra dificuldade para bombear o sangue, aumentando a pressão do sangue no interior dos pequenos vasos sanguíneos dos pulmões. Para aliviar essa pressão crescente, os vasos liberam líquido para dentro dos pulmões. Esse líquido interrompe o fluxo normal de oxigênio, resultando em falta de ar. É considerada uma grave situação clínica, que ocasiona ao paciente sofrimento intenso, com sensação de morte próxima e, portanto, e que exige atendimento médico urgente. Na maioria dos casos, não há condições para que o mesmo seja evitado, porém, os riscos podem ser minimizados pelo tratamento imediato e pela terapia adequada no que se refere às doenças que podem desencadear o edema agudo. Na maioria dos casos, o edema é causado pela insuficiência cardíaca, que ocorre quando o coração não é capaz de bombear o sangue adequadamente. Mas o edema pulmonar pode ocorrer por outros motivos, incluindo pneumonia, exposição a certas toxinas e medicamentos e até por traumas torácicos. Além disso, algumas pessoas, quando expostas a altitudes acima de 2.500 metros (o equivalente a quase nove Torres Eiffel), podem desenvolver o problema. Sinais e sintomas Porto (2016) afirma que o paciente geralmente se mostra – Ansioso, – Agitado, – Utilizando a musculatura respiratória acessória. A pele e as mucosas ficam frias, acinzentadas, às vezes pálidas e cianóticas, com sudorese fria sistêmica. Há um agravamento progressivo do quadro clínico, podendo culminar ( chegar ao auge, apagar) com insuficiência respiratória, hipoventilação, confusão mental e morte por hipoxemia. Habitualmente, o diagnóstico do edema agudo pulmonar costuma ser fácil devido ao modo como ele se instala com dispnéia intensa, taquipnéia, tosse acompanhada de expectoração abundante, espumosa, rosada ou sanguinolenta. Diagnostico 30 O EAP é uma doença de diagnóstico eminentemente clínico, ou seja, é feito por meio da avaliação dos sintomas através de uma boa anamnese, exame físico e de raios X de tórax para avaliar a presença de líquido no pulmão. Cuidados de enfermagem Conforme Brasil (2017) é fundamental que a equipe de enfermagem mantenha- se ao lado do cliente, demonstrando segurança e monitorando os aspectos essenciais para que a mesma saia da crise rapidamente. Esta ação garante a eficiência e eficácia da terapêutica que está baseada nos seguintes aspectos: – Manutenção de seu conforto, colocando-o em posição elevada para diminuir o retorno venoso e propiciar uma máxima expansão pulmonar; – Ofertar oxigenoterapia prescrita; – Monitorização dos sinais vitais; – Administração de medicações (opiáceos, diuréticos e digitálicos); – Manutenção de via venosa pérvia com gotejamento mínimo, evitando sobrecarga volêmica; – Monitorização do fluxo urinário. Apoio ao paciente: Medo e ansiedade extremos são manifestações predominantes do portador de edema pulmonar agudo. Hipertensão Intracraniana (HIC) Pressão intracraniana (PIC) é aquela encontrada no interior da caixa craniana, tendo como referência a pressão atmosférica. A PIC tem uma variação fisiológica de 5 a 15 mmHg e reflete a relação entre o conteúdo da caixa craniana (cérebro, líquido cefalorraquidiano e sangue) e o volume do crânio,que pode ser considerado constante (Doutrina de MonroeKellie). A alteração do volume de um desses conteúdos pode causar a hipertensão intracraniana (HIC). Monitorização da PIC: Caracteriza-se pela introdução de um cateter no nível do espaço epidural subaracnóideo, intraventricular adaptado a um tradutor de pressão Valores da PIC 31 ◾ PIC < 15 mmHg - valor normal ◾ PIC entre 15 e 20 mmHg - levemente elevada ◾ PIC entre 21 e 40 mmHg - moderadamente elevada ◾ PIC > 41mmHg - gravemente elevada As causas mais comuns de hipertensão intracraniana são: ◾ Traumatismo craniencefálico; ◾ Acidentes Vasculares encefálicos; ◾ Tumores Cerebrais; ◾ Cirurgias intracranianas; ◾ Infecções cerebrais (encefalites, meningites); ◾ Hidrocefalia; ◾ Síndromes associados à diálise; ◾ Hipóxia. Cuidados de Enfermagem ◾ Monitorizar o quadro neurológico (Escala de Glasgow utilizada por enfermeiros). ◾ Monitorar a pressão intracraniana e checar seu sistema, garantindo a pressão da leitura; ◾ Anotar o aspecto e o volume do líquido cefalorraquidiano (presença de DVE – Derivação Ventricular Extrema); ◾ Manter a permeabilidade do cateter inserido no ventrículo; ◾ Anotar em prontuário do paciente as medidas de PIC; ◾ Manter o paciente com a cabeça elevada a 30º; 31 32 ◾ Manter o alinhamento da cabeça do paciente com o resto do corpo, evitando a flexão do pescoço e a rotação da cabeça; Acidente Vascular Cerebral (AVC) É uma interrupção ou inadequação do fluxo sanguíneo a uma área especifica do cérebro, resultando em disfunção neurológica. Que pode ser conhecida como: ◾ Transitório: dura de 24 a 72 hrs. ◾ Isquêmico: ◾ Hemorrágico: AVC Isquêmico: oclusão parcial o completa do fluxo sanguíneo cerebral a uma área do cérebro em consequência de: ◾ Trombo(mais comum) devido a placa arteiosclerótica em uma artéria cerebral. ◾ Êmbolo:É um coágulo móvel de origem cardíaca. AVC Hemorrágico: extravasamento de sangue de um vaso sanguíneo e hemorragia de tecido cerebral causando edema compressão do tecido cerebral e espasmo dos vasos sanguíneos adjecentes. Sinais e sintomas de AVC Isquêmico ◾ Dormência ◾ Dificuldade de deglutir ◾ Afásico ◾ Dificuldades visuais e desorientação ◾ Alterações da capacidade cognitiva Mecanismos causadores do AVC Hemorrágico ◾ Aumento da pressão devido hipertensão ◾ Enfraquecimento da parede dos vasos sanguíneos ◾ Deteriorização da parede dos vasos devido a hipertensão crônica, Diabetes Mellitus,consumo de cocaína , ◾ Traumatismo craniano devido a dissecção ou ruptura de vaso 32 33 Intervenções de enfermagem ◾ Manter em repouso no leito durante a fase aguda; ◾ Administrar oxigênio conforme prescrição, para maximinizar a oxigenação cerebral; ◾ Avaliar frequentemente o estado respiratório,SV, FC, DU ,para manter as funções vitais e dar suporte caso necessite; ◾ Tentar aliviar a confusão mental e agitação. Trauma Cranioencefálico (TCE) O trauma cranioencefálico (TCE) é causado por uma agressão ou por uma aceleração ou desacelaração de alta intensidade do cérebro dentro do crânio. Esse processo causa comprometimento estrutural e funcional do couro cabeludo, crânio, meninges, encéfalo ou de seus vasos. O TCE é um trauma que não apresenta origem degenerativa ou congênita, e pode causar diminuição ou alteração de consciência, resultando em alterações que afetam diretamente o funcionamento físico, cognitivo (memória, aprendizado e atenção), comportamental ou emocional Causas: O TCE tem como causa acidentes de trânsito (automobilísticos, ciclísticos, motociclísticos, atropelamentos), quedas, agressões, lesões por arma de fogo, catástrofes, esportes entre outros. Dentre esses, os acidentes de 33 34 trânsito são os principais causadores de trauma cranioencefálico, tendo uma porcentagem em torno de 60% a 70%. Além disso, observou-se que os acidentes envolvendo o trânsito foram os principais responsáveis por causar invalidez após traumas mecânicos na última década no Brasil. Tipos de Trauma Cranioencefálico O TCE está dividido em três tipos: trauma craniano fechado, trauma com abaulamento no crânio e fratura exposta. O trauma craniano fechado se caracteriza por uma fratura sem desvio na estrutura óssea, ou por não apresentar ferimento na calota craniana (exemplo figura ao lado). Na fratura com abaulamento, o osso fraturado se encontra afundado no crânio, podendo causar compressão ou lesão cerebral. E na fratura exposta, geralmente ocorre uma laceração do couro cabeludo e músculos pericrânios, existindo comunicação direta entre a parte externa do crânio com o parênquima cerebral (tecido responsável pela função cerebral). Tratamento O tratamento do TCE inicia na cena do trauma, que exige nesse momento organização e conduta de qualidade. É importante que ocorra transporte correto da vítima e uma admissão adequada no hospital. Esses passos contribuirão para realizar um diagnóstico correto, estabelecer um prognóstico e uma conduta terapêutica eficaz e de qualidade. Inicialmente o tratamento será clínico e/ou cirúrgico, em seguida, após o quadro clínico do paciente se estabilizar, começarão as terapias para reabilitação. Sepse A sepse é um conjunto de manifestações graves em todo o organismo produzidas por uma infecção. A sepse era conhecida antigamente como septicemia ou infecção no sangue. Hoje é mais conhecida como infecção generalizada. Na verdade, não é a infecção que está em todos os locais do organismo. Por vezes, a infecção pode estar localizada em apenas um órgão, como por exemplo, o pulmão, mas provoca em todo o organismo uma resposta com inflamação numa tentativa de combater o agente da infecção. Essa inflamação pode vir a comprometer o funcionamento de vários dos orgãos do paciente. 34 35 Por isso, o paciente pode não suportar e vir a falecer. Esse quadro é conhecido como disfunção ou falencia de múltiplos órgãos. É responsável por 25% da ocupação de leitos em UTIs no Brasil. Atualmente a sepse é a principal causa de morte nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e uma das principais causas de mortalidade hospitalar tardia, superando o infarto do miocárdio e o câncer. Referencias Bibliográficas 1. WEIL, M.H., PLANTA, M.V., RACKOW, E.C. Terapia Intensiva: Introdução e Retrospectiva Histórica. In: Schoemaker, W.C. et al . Tratado de Terapia Intensiva cp.1, p.1-4,1992. 2. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Assistência à Saúde. Departamento de Normas Técnicas: Normas para Projetos Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, 140p.,1995 3. GOMES,A.M. Planta física, equipamento e dotamento de pessoal. Enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva. Cap.3, p.17-31, 1988 4. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria Nacional de Organização e Desenvolvimento de Serviços de Saúde. Normas e Padrões de Construções Instalações de Serviços de Saúde, p.25 e 87, 1987
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