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Didática da Língua Portuguesa - Resumo dos Temas 1 a 10

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Matéria: Didática da Língua Portuguesa 
Assunto: Temas 1 ao 10 
Curso de Pedagogia 
Licenciatura – 6º Período 
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Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática da Língua Portuguesa – Temas 1 ao 10 ........................... Página 2 de 38 
 
Você já parou para pensar quais mecanismos funcionam dentro do corpo humano 
para que seja possível entender a palavra falada e a palavra escrita? Se sim, você não 
é uma unanimidade. Ao longo dos séculos, muitos estudiosos – de áreas diversas – 
proferiram sobre a capacidade humana de transmitir a linguagem. 
Para Steven Pinker (2000), psicólogo e linguista canadense, a habilidade humana em 
ler e escrever é impressionante, pois cria uma ligação temporal, espacial e, também, 
de relacionamentos. Tal opinião não se distingue dos teóricos ocidentais, mas trava 
uma série de questionamentos acerca de seu surgimento e mecânica. 
Entre os teóricos ocidentais que estudaram a linguagem, estão: 
Aristóteles Da Grécia, o filósofo é um dos fundadores da Filosofa Ocidental, tendo estudado diversos assuntos. 
William Harvey Sua descrição do sistema circulatório é uma das pioneiras da Medicina. 
René Descartes O francês, que era filósofo, físico e matemático, tornou-se notável após sugerir a aglutinação da geometria com a álgebra. 
Nietzsche O alemão é autor da obra “Assim falou Zaratustra”. 
Francis Bacon O inglês é, por muitos, considerado o fundador da Ciência Moderna, tendo sido político, filósofo e ensaísta. 
John Locke O filósofo, que idealizou o liberalismo, é um dos principais representantes do empirismo britânico. 
Noam Chomsky Criador da Gramática Gerativista, o linguista e filósofo causou uma revolução nos estudos da Linguística. 
As teorias desses estudiosos sobre a linguagem estão ligadas à mente e ao cérebro. 
Para Aristóteles, o cérebro tinha como função principal esfriar o sangue, cabendo ao 
coração o armazenamento do conhecimento. 
Cerca de dois mil anos depois, Harvey desmentiu tal teoria, afirmando que a função 
do coração era bombear o sangue para o corpo – logo, o conhecimento não estava no 
sistema cardiovascular do ser humano. 
Mais tarde, Descartes, famoso pela frase “Penso, logo existo”, afirmou que o cérebro 
tinha função apenas de bombear um fluído chamado animus pelos nervos, 
movimentando os músculos. Para ele, o mundo se dividia em duas partes: “coisas” e 
“não coisas”, sendo o primeiro aquilo que é possível comprovar; e o último o que não 
é possível provar (GOMES, 2011, p. 22-23). 
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Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática da Língua Portuguesa – Temas 1 ao 10 ........................... Página 3 de 38 
Esse racionalismo de Descartes logo foi contestado por outros teóricos, entre eles, 
Nietzsche, que afirmava que a linguagem “é uma interpretação mais ou menos 
inspirada, um tipo de ‘mentira’” (GOMES, 2011, p. 24). Ou seja, quanto mais enganar, 
melhor é a linguagem e o poder de entendimento do homem, tornando-o, assim, um 
“super-homem”. 
Mas Nietzsche não foi o único a desmentir as teorias de Descartes. Bacon acreditava 
em três pilares: alma, mente e matéria – adotando, assim, o empirismo inglês. 
Locke, outro filósofo que adepto ao empirismo (experiência como formadora de 
ideias) dizia que “a mente era uma placa em branco, uma tabula rasa, na qual a 
experiência colocaria suas inscrições, criando a verdadeira mente de cada um” 
(GOMES, 2011, p. 24). 
Como você viu, até metade do século XIX, as teorias foram marcadas por suposições, 
mas este cenário mudou com comprovações científicas acerca da localização da 
linguagem na mente. Os médicos neurologistas Paul Broca e Carl Wernicke 
descobriram que uma lesão no lado esquerdo do cérebro prejudicava a fala, no 
entanto, sem prejudicar a compreensão; ao mesmo tempo, uma lesão no lado direito 
do cérebro não afetava a fala, mas, sim, a capacidade de compreensão. Com tais 
descobertas, o racionalismo jaz, dando lugar a uma nova premissa: o behaviorismo. 
Nesta linha, os pensadores afirmavam que qualquer ser poderia responder à 
estímulos-respostas, o que fazia acreditar que todas as experiências estavam ligadas 
ao comportamento. 
Neste ínterim, destacou-se Skinner, que afirmava que todo ser pode chegar à 
perfeição de acordo com sua educação. Mas não tardou para ele ser contradito. 
Chomsky acreditava na “língua não como uma habilidade que se desenvolve através 
do estímulo e resposta, punição e recompensa, mas como um módulo da mente 
humana, geneticamente construído” (GOMES, 2011, p. 26). 
Pinker (2000), cujas ideias têm influência de Chomsky, acredita que a língua não seja 
um artefato cultural, mas uma composição do cérebro. Dessa forma, o autor afirma 
que a linguagem, apesar de ser uma habilidade complexa e especial, desenvolve-se 
de forma espontânea nas crianças, tendo estas que processar informações e proferi-
las para se comunicar. Tal afirmação é contestada por outros psicólogos e linguistas 
que defendem que a língua é ensinada. Assim, chega-se em outra questão: como é 
dada a aquisição da língua materna? 
A aquisição da linguagem é parte dos estudos de Linguística, trazendo questões que 
abordam a aprendizagem de línguas. As teorias acerca da linguagem tratam, 
inclusive, do funcionamento do processo de aquisição por parte de uma criança. 
A essas teorias, estão ligadas correntes teóricas, tais quais: 
• behaviorismo; 
• inatismo; 
• cognitivismo construtivista; e 
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Anhanguera – Curso de Pedagogia – Didática da Língua Portuguesa – Temas 1 ao 10 ........................... Página 4 de 38 
• sociointerativismo. 
Correntes Teóricas 
Behaviorismo, por Skinner 
 
Acreditava na aprendizagem da 
linguagem como um fator de exposição 
à criança, ou seja, decorrente de 
mecanismos comportamentais, em um 
processo de estímulo-resposta. 
Inatismo, por Chomsky 
 
Para o autor, a aprendizagem da 
linguagem está inserida em um 
dispositivo de nascença da criança, uma 
dotação genética que de nada era 
influenciada pelo ambiente ou 
comportamento. 
Dessa forma, Chomsky acreditava que a 
criança tinha uma gramática 
internalizada, desabrochando a 
habilidade pela qual sempre esteve 
munida. 
Cognitivismo construtivista, por Jean 
Piaget 
 
O autor, conhecido pelo trabalho de 
organização de desenvolvimento em 
estágios da cognição da criança, 
acredita que a experiência e a interação 
entre o ambiente e o organismo são 
responsáveis pela inteligência dos 
envolvidos. 
Sociointerativismo, por Lev Vygotsky 
 
O psicólogo propôs um novo modelo de 
desenvolvimento da criança, 
acreditando que a fala é organizadora do 
pensamento, pois determina o 
comportamento. 
Piaget e Vygotsky são teóricos que desenvolveram proposições em destaque 
relacionadas à aquisição da língua materna. Veja, a seguir, quais são os principais 
pontos que cada um dos autores propôs. 
Para Jean Piaget, o desenvolvimento da criança está dividido em três estágios, sendo 
eles: sensório-motor; pré-operatório; e lógico-formal. 
O primeiro, sensório-motor, vai do zero aos 18 meses, em que há o desenvolvimento 
da ação e percepção. 
A partir de 1 ano de idade, a criança passa para um estado holofrástico, em que 
começa a proferir as primeiras palavras-frase. 
No segundo estágio, pré-operatório, o desenvolvimento compreende entre 18 meses 
e 12 anos de idade. Pelo tamanho do período, é divido em três subestágios, conforme 
Gomes (2011, p.35): 
• Pré-conceitual – dos 18 meses aos 4 anos: é um subestágio em que a criança 
passa a formar frases e refletir sobre os tempos verbais, como pretérito, 
presente e futuro. Nessa fase, a criança passa a combinar palavras e, assim, 
concluir pensamentos. 
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• Intuitivo – dos 4 aos 7 anos: traz características da criança que 
desenvolveu capacidade de distinguir objetos, utiliza complementos 
verbais na construção de frases e passa a usar palavras bem formadas que 
pouco lembram o processo anterior. 
• Operações concretas – dos 7 aos 12 anos: é um subestágio reversível no 
qual a criança passa a adquirir a língua escrita junto com a fala, além de 
conseguir resolver operações lógicas. 
O estágio das operações lógico formais, que vai dos 12 aos 16 anos, é um processo 
em que a criança/adolescente passa a organizar ações mentais além de prever 
situações necessárias para provar uma hipótese. Dessa forma, ler e escrever se 
tornam uma atividade para a construção do conhecimento contínuo no 
desenvolvimento. 
Vygotsky, filósofo bielorrusso, também apresenta teorias de interação e 
aprendizagem, cujo desenvolvimento se dá por meio do conceito de ZDP (Zona de 
Desenvolvimento Proximal). 
Tal conceito se divide em três níveis, sendo eles: 
• NDR (Nível de Desenvolvimento Real), no qual a criança tem a capacidade de 
resolver problemas sem o auxílio de um adulto; 
• NDP (Nível de Desenvolvimento Potencial), em que a criança não consegue 
resolver problemas; e 
• ZDP, em que a criança só consegue resolver problemas quando estimulada e 
auxiliada por um adulto (GOMES, 2011, p. 36). 
A teoria acredita que a ZDP faz intermédio entre os outros níveis, fazendo com que a 
criança auxiliada no presente seja capaz de efetuar ações de forma autônoma 
futuramente. 
A visão do adulto é uma referência para a educação da criança, contemplando a 
aquisição da língua materna e sua respectiva aprendizagem. Assim, você é 
responsável para que a criança esteja pronta para a compreensão de mundo, a fim de 
compreender a linguagem em diversas modalidades. 
 
Neurologista: estudiosos da área médica dedicados ao estudo de distúrbios 
estruturais do sistema nervoso central, periférico e autônomo. 
Empírico: aquilo cuja veracidade ou falsidade pode ser verificada por meio de 
experiências e observações, e não apenas por meio de teorias. 
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Artefato cultural: objeto ou materiais feitos pelo homem que apresenta informações 
sobre sua cultura, podendo englobar desde artefatos arqueológicos a objetos da 
sociedade moderna, sejam estes produtos, valores e normas culturais ou linguagem. 
Língua materna: primeira língua adquirida por uma criança, também chamada por 
língua-mãe ou língua nativa. 
Cognição: conjunto de unidades de saber da consciência que se baseiam em 
experiências sensoriais, representações, pensamentos e lembranças. 
Holofrástico: um dos primeiros estádios do desenvolvimento linguístico. Nele, a 
criança usa apenas uma palavra para expressar o que quer ou o que sente. 
Bielorusso: Pessoa nascida na República da Bielorrússia 
Inatismo: doutrina filosófica segundo a qual algumas ideias e estruturas mentais 
são inatas, ou seja, já pertencem ao indivíduo em seu nascimento e não precisam ser 
aprendidos. 
 
 
Você viu, ao longo da lição anterior, que a aquisição da língua materna tem 
permeado a investigação de teóricos por séculos, tratando-se de um tema de muita 
relevância no cenário psíquico e linguístico. Agora, você estudará o ensino da língua 
materna e a aquisição da escrita. 
O termo Linguística já foi explicado no tema anterior. Trata-se do estudo científico 
da linguagem e faz parte de outra ciência, chamada Semiótica. 
Por ser abrangente, seu estudo se divide em diversas áreas, todas contribuindo para 
a análise da linguagem. 
São elas: fonética; fonologia; morfologia; sintaxe; semântica; pragmática; 
linguística textual; análise do discurso; neurolinguística; psicolinguística; e 
sociolinguística. 
Conheça cada uma das áreas, na tabela abaixo, elaborada a partir de Gomes (2011, p. 
39-42): 
Área O que é? 
Fonética 
É o estudo dos sons da fala, que se preocupa com os mecanismos 
de produção e audição. 
Por meio da fonética, é possível identificar a fala em distintos 
contextos sociais, que vão desde regiões a faixa etária. 
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Fonologia 
Assim como a fonética, a fonologia se preocupa com os sons da 
fala, mas do ponto de vista da estrutura sonora da língua. 
A fonologia descreve todos os segmentos da língua, como 
consonantais e vocálicos, além da estruturação silábica, 
acentuação, ritmo e entonação. 
É nesse estudo que abrange os fonemas, que são os segmentos 
da fonologia que identificam a estrutura do som emitido. Por 
exemplo: um /s/ é pronunciado como [s] pela maioria dos 
brasileiros no final das palavras, mas para os cariocas, que 
regionalmente tem um sotaque diferente, tal fonema é 
pronunciado como [ ʃ ]. 
Morfologia 
Trata-se do estudo da junção de morfemas que, juntos, formam 
unidades maiores, como a palavra e o sintagma. 
O morfema é a menor unidade de uma palavra. 
Basta ver no exemplo: casinhas (casa + inha + s). A palavra é 
formada por três morfemas, sendo eles: objeto (casa); sufixo de 
diminutivo (inha); plural (s). 
Sintaxe 
São as regras de combinação das palavras que formam 
sentenças na língua. 
Nesse estudo, você conhece como é estruturada uma oração – a 
ordem SVO (sujeito + verbo + objeto) –, sempre considerando a 
ordem correta em situações de inversão das palavras – que 
podem tirar o sentido do que se quer exprimir. 
Semântica 
Tem como pressuposto determinar o significado das palavras, 
além de abordar a relação das coisas do mundo com a 
linguagem. 
Neste estudo, são consideradas as relações de palavras com 
vários significados (polissemia); palavras de significados 
distintos (antonímia); e palavras com significados 
equivalentes(sinonímia). 
Pragmática 
É o estudo da linguagem que traz a finalidade como 
entendimento do contexto de uma palavra ou sentença. 
Dessa forma, visa abranger quais são as situações que estão por 
trás de uma frase e/ou oração para que ela faça sentido em 
determinado contexto. 
Logo, trata-se da intenção do falante quando profere 
determinada frase. 
Linguística 
textual 
É o estudo que tem como objeto o texto e seus elementos de 
análise. 
Tais elementos são: coesão, coerência, intertextualidade. 
Seu surgimento está ligado ao aprofundamento do estudo 
sintáxico e semântico, pois sua abrangência não se limita 
somente à análise de sentenças separadamente. 
 
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Área O que é? 
Análise do 
discurso 
A análise do discurso é, como o próprio nome diz, a 
compreensão da linguagem dentro de um contexto oral, textual 
e escrito, que tem como cenário abordagens histórico-
ideológicas. 
Neurolinguístic
a 
Trata-se de um estudo que já foi mencionado no tema anterior: 
a relação entre a linguagem e o cérebro, mesclando, assim, 
duas áreas de conhecimento. 
Psicolinguística 
Assim como a neurolinguística, é o encontro de duas áreas do 
conhecimento, porém, relacionadas à psicologia e a linguagem. 
Seu estudo está ambientado na compreensão dos processos 
mentais no que diz respeito à produção da linguagem. 
Sociolinguística 
É o estudo que abrange as mudanças sociológicas da linguagem, 
isto é, o contexto social influenciando nas variedades 
linguísticas, o uso da norma culta e a avaliação da linguagem de 
forma a julgar o que é certo e o que é errado. 
 
O ensino da língua é um desafio para o professor, pois a Linguística apresenta 
diversas formasde estudo, cada qual com sua característica e especificidade de 
análise. É importante destacar que, como um docente da Língua Portuguesa, é 
imprescindível que algumas destas formas não estejam de fora do currículo escolar, 
como sintaxe, semântica, morfologia, fonologia e fonética (GOMES, 2011, p. 43). 
Tais desafios não estão ligados somente à fala, mas, também, à aquisição da escrita. 
Considerando que a criança chega à escola já sabendo falar, o professor tem de lidar 
com as experiências anteriores de vocabulário e o dialeto da comunidade em que ela 
está inserida. Para o professor universitário atuante no campo da Linguística Luiz 
Carlos Cagliari (2002), O objetivo mais geral do ensino do português para todas as 
séries da escola é mostrar como funciona a linguagem humana, e de modo 
particular, o português: quais os usos que tem e como os alunos devem fazer para 
estenderem ao máximo, ou abrangendo metas especificas, esses usos na modalidade 
escrita e oral, em diferentes situações de vida. 
Dessa forma, o professor deve mostrar qual a diferença entre a fala e a escrita, como 
você pode ver na tabela elaborada por Gomes (2011, p.43) a seguir. 
Fala Escrita 
1. Como acontece sempre em um 
determinado contexto, as referências 
são claras (Isto aqui, aquela lá). 
1. Deve ser bem especificada para criar 
um contexto próprio. 
 
2. O falante e o ouvinte estão em contato 
direto, e a interação acontece por troca 
de turnos. 
2. O leitor não está presente quando se 
escreve e não há interação, exceto na 
conversa via internet ou telefone 
celular, 
embora não imediata quanto a oral. 
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Fala Escrita 
3. O interlocutor é, geralmente, alguém 
específico. 
3. Muitas vezes, o leitor não é conhecido 
pelo leitor. 
4. Como existe interação, as reações são, 
normalmente, imediatas e podem ser: 
• Verbais: perguntas, comentários, 
murmúrios, resmungos. 
• Não verbais: expressões faciais 
ou corporais. 
4. Não é possível o escritor conhecer a 
reação imediata do leitor. Ele pode, no 
entanto, antecipar as reações e 
comentar no texto. Nas interações 
eletrônicas, existem os emoticons. 
 
5. A fala é transitória. Se o interlocutor 
não compreende alguma coisa, pode 
interagir. 
5. A escrita é permanente e pode ser lida 
e relida quantas vezes for necessário 
para a compreensão. 
6. Há hesitações, frases incompletas, 
pausas e redundâncias. 
6. Espera-se maior estruturação da 
linguagem, organizada em forma de 
texto e construída com maior cuidado. 
7. Existe uma série de recursos para a 
transmissão do significado: tonicidade, 
ritmo e entonação. 
As expressões faciais e os gestos servem 
a esse propósito. 
7. Os recursos são gráficos como: 
pontuação, letras maiúsculas, aspas, 
tipos de letras. 
 Agora, também os emoticons. 
 
 
 
Apesar das diferenças apresentadas, é importante que o professor compreenda que 
se trata de duas formas complementares. Quando a escola forma leitores, deve, 
também, formar escritores, capazes de criarem textos com coerência e com coesão. 
Dessa forma, o papel do professor é importante na identificação de aspectos fônicos 
da Língua Portuguesa, pois, assim, ajudará a criança a refletir sobre sua fala e, 
consequentemente, com a escrita. 
 
 
Interlocutor: pessoa que participa de uma conversa ou diálogo. 
Polissemia: quando uma palavra ou locução possui diversos sentidos. 
Antonímia: quando duas palavras ou termos possuem sentidos opostos. 
Sinonímia: quando duas palavras ou termos possuem significações muito próximas. 
Intertextualidade: é quanto um texto faz alusões ou toma outro texto como ponto de 
partida ou modelo em sua produção. 
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Você certamente já se pegou, alguma vez, tentando lembrar como escrever uma 
determinada palavra a partir do som que ela faz e tentando buscar na mente como 
ela deveria ser escrita, não foi? Dúvidas sobre se determinada palavra tem um “s” ou 
não antes do “c”, se é escrita com “z” ou com “s”, se termina com “l” ou com “u” e 
tantas outras surgem muito mais do que se é dado conta durante os incontáveis 
textos que são escritos durante a vida. 
Essas dúvidas sobre a grafia das palavras, que ocorrem na prática textual, são ainda 
mais recorrentes na fase de alfabetização. A criança, além de possuir um repertório 
lexical ainda ligado à prática oral (e, por sua vez, a estrutura fonológica da Língua 
Portuguesa), traz consigo inúmeros traços de sua variante linguística (forma de 
falar do grupo e contexto social em que vive e frequenta) que tornam as correlações 
entre os sons da fala e a forma padrão escrita ainda mais longe do que já são dentro 
da variante padrão. 
Esse processo de transição entre as referências sonoras da língua e a forma escrita é 
natural. E justamente por sua naturalidade e recorrência é que o professor precisa 
estar apto para reconhecer as possíveis interferências da fonologia na escrita e, 
principalmente, compreendê-las não como erro, mas como amadurecimento do 
aluno na prática letrada. 
Somente a compreensão desse processo permite ao professor adequar, guiar e 
orientar os alunos para se apropriem da norma culta da língua. 
Mas é importante saber que alguns desvios fonológicos podem afetar a aquisição da 
escrita, a ponto do aluno necessitar de uma intervenção especializada. Você poderá 
ver isso mais adiante, logo após uma breve discussão sobre o sistema sonoro da 
Língua Portuguesa. 
O Sistema sonoro da língua. 
Para se aprofundar nos estudos do sistema fonético, você precisaria estudar sobre as 
características da fonética sob os pontos de vista: articulatório (produção da fala em 
seu aspecto fisiológico e articulatório); auditivo (percepção da fala); acústico 
(propriedades físicas dos sons a partir do falante) e; instrumental (propriedades 
físicas da fala, considerando o apoio de instrumentos laboratoriais). 
No que diz respeito à articulação, todas as línguas naturais contêm vogais e 
consoantes. 
As vogais são produzidas por um fluxo de ar que passa livremente pelo aparelho 
fonador, sofrendo interferência apenas da vibração das cordas vocais. 
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As consoantes, ou segmentos consonantais, são produzidas por algum tipo de 
obstrução, total ou parcial, da passagem de ar, podendo, inclusive, sofrer fricção em 
seu percurso. 
A classificação dos segmentos consonantais depende de diversos fatores, tais como 
posição e articulação dos lábios, a posição do véu palatino, o estado da glote, entre 
outros. 
Há ainda, elementos relevantes o Lugar de Articulação e o Modo ou Maneira de 
Articulação. 
Processos mais comuns da Língua Portuguesa 
Por ora, para que você possa compreender os impactos da produção oral na escrita, 
serão abordados os processos mais comuns das falas dos brasileiros e alguns 
processos que podem indicar problemas sérios, a serem acompanhados por 
especialistas. 
Alguns processos comuns nas falas são oriundos de fatores como ritmo, entonação, 
ênfase, entre outros, que podem causar algumas dificuldades normais para a criança 
na fase de aquisição da escrita e que são superados pela orientação e ensino em sala, 
são: 
Processos de monotongação do ditongo “ou”, em que o falante diz “poco”, “oro”, “so” 
ou “ropa” em vez de “pouco”, “ouro”, “sou” ou “roupa”. 
Processo de monotongação do ditongo “ei” e “ai”, em que o falante diz “quejo”, “bejo”, 
“mantega” e “caxa” em vez de “queijo”, “beijo”, “manteiga” e “caixa.Para esses casos, 
ainda há os fatores de hipercorreção, em que o falante cria um ditongo em palavras 
que não o possuem, resultado em palavras como “bandeija” ou “carangueijo” em vez 
de “bandeja” e “caranguejo”. 
Supressão e assimilação da sílaba átona, em que o falante diz “chácra”, “fosfu”, 
“numro”, “falanu” ou “tamém” em vez de “chácara”, “fósforo”, “número”, “falando” 
e “também”. 
Substituição da vogal “o” pela vogal “u” em posições átonas, em que o falante diz 
“fósforu”, “lindu” ou “fotu” em vez de “fósforo”, “lindo” e “foto”. 
As crianças, no processo de aquisição da língua, também podem efetuar algumas 
substituições de um som por outro, também dentro de um processo normal, 
principalmente em sons dentro de uma mesma classificação fonética, tais como: 
Desvozeamento (exemplo: trocar “d” por “t” ou “z” por “s”), anteriorização (exemplo: 
trocar “ch” ou “x” por “s” ou “g” por “z”), substituição de líquida (exemplo: trocar “r” 
ou “rr” por “l”), semivolalização de líquida (exemplo: trocar “v” por “b” ou “s” por “t”), 
posteriorização (exemplo: trocar “d” por “g”, som de “z” por som de “s”, som de “s” 
por som de “x”), vozeamento pré-vocálico (exemplo: trocar “c” por “g”, “f” por “v” ou 
“t” por “d”). 
 
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Processos que podem precisar de atenção 
Há, entretanto, processos que são considerados desvios fonológicos e a consulta ou 
acompanhamento por um profissional da área de fonoaudiologia pode ser 
necessário. Os casos mais comuns são: 
Nasalização de líquida (exemplo: dizer “pema” em vez de “beira”, “canafa”, em vez de 
“garrafa”, “emis”, em vez de “eles”), africação (exemplo: trocar som de “s” por som de 
“tch”), desafricação (exemplo: trocar “t” pelo som de “x” ou “d” por “z”), plosivização 
de líquida (exemplo: trocar “lh” por “d”), semivocalização de nasal (exemplo: dizer 
“cãia”, em vez de “cama” ou “ãio”, em vez de “ano”) 
Vale lembrar que mesmo esses casos podem ser normais na fase de aquisição de 
linguagem, mas recomenda-se fortemente o encaminhamento adequado para evitar 
problemas subsequentes. 
Ler e escrever 
O adequado domínio das práticas de leitura e escrita é fundamental para a devida 
inserção da criança nas práticas sociais. Seus alunos, por vezes, chegam à escola sem 
o domínio da língua padrão e é muito comum que esses alunos dominem apenas 
uma variedade linguística estigmatizada pela sociedade ou que carreguem com eles 
muitos dos processos descritos anteriormente. 
Seu papel como educador, em situações como esta, é o de proporcionar a devida 
inserção dessas crianças nas práticas letradas da língua padrão. Isso significa 
ensinar a reconhecer que: há uma grande diversidade linguística dentro de sua 
própria língua; a variante padrão precisa ser aprendida, sem detrimento da sua 
variante de origem; o papel de leitor e produtor de textos deve ser crítico e ativo e; o 
sucesso nas interações sociais formais depende do adequado domínio das 
variedades de sua língua. 
 
 
Para iniciar esse tema, é necessário que você saiba que: 
1. No Brasil, de Roraima ao Rio Grande do Sul, vive-se uma grande unidade 
linguística; uma nação que fala a Língua Portuguesa. 
2. O item anterior é uma grande mentira. 
Infelizmente, no Brasil, muitos acreditam que é falada realmente apenas uma língua 
uniforme. Essa crença traz diversos prejuízos, começando por desconsiderar as 
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centenas de línguas indígenas remanescentes do país, além de ignorar diversas 
comunidades de imigrantes estrangeiros que mantém a língua de seus ascendentes. 
Outro ponto que tal crença ignora é a existência das variedades linguísticas. 
Porém, antes de aprofundar no mito da unidade linguística nacional, você conhecerá 
um pouco sobre as diferenças entre Língua e Fala. 
A Linguística só passou a ser compreendida como um campo autônomo da ciência 
graças às contribuições de Ferdinand de Saussure, linguista e filósofo suíço. O livro 
“Curso de Linguística Geral”, uma compilação feita por seus alunos com base em três 
disciplinas de linguística ministradas por Saussure na Universidade de Genebra, é 
considerada a obra seminal da ciência linguística. 
O “Curso de Linguística Geral”, obra fundamental para qualquer estudante de 
linguística, traz as diversas dicotomias postuladas por Saussure, tais como a de 
Sintagma e Paradigma, Significante e Significado, Sincronia e Diacronia e a que 
interessa nessa discussão: Língua e Fala. 
Saussure compreendia a linguagem, então, da seguinte maneira: 
• Língua (langue) é o aspecto social da linguagem. Ela é homogênea, possui 
ordem, sistematização e é compartilhada aos falantes de uma comunidade 
linguística. 
• Fala (parole) é o aspecto individual da linguagem. Dessa forma, ela é 
heterogênea, imprevisível e irredutível a regras e sistematizações. 
Isso significa que, ao olhar a Língua Portuguesa enquanto “langue”, é possível dizer 
que todos os brasileiros pertencem a um país que usa, de maneira oficial, o mesmo 
sistema linguístico. Por outro lado, dentro do Brasil, há diversas variedades 
linguísticas criadas a partir das individualidades e das especificidades dos diferentes 
grupos linguísticos. Se de fato o país fosse uma grande unidade, você nunca teria 
conversado ou escutado alguém conversar sobre as diferenças de sotaque ou formas 
de falar de pessoas de outras regiões ou classes sociais. 
Foi a partir das contribuições de Saussure que se notou a necessidade de estudos 
linguísticos com foco na fala, e foi em meados do século XX que surgiu a 
sociolinguística como modelo de pesquisa. Com os resultados das investigações da 
sociolinguística foi possível demonstrar que as línguas variam, mudam ao longo do 
tempo e estão ligadas de maneira muito próxima a seus usuários. 
Variedades do Português Brasileiro 
Segundo Gomes (2011, p. 73), 
as línguas, em geral, sofrem variações oriundas das diferenças geográficas, 
sociais/socioculturais e de contexto e tais variações podem ter impacto em todos os 
níveis da língua (lexical, fonético, morfológico, sintático ou pragmático). 
Para perceber essas variações, tente se lembrar das diferenças presentes entre as 
falas de gaúchos, mineiros, paulistas, cearenses, baianos, cariocas. E se você se 
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distanciar do Brasil, verá que a Língua Portuguesa de outros países, inclusive 
Portugal, traz variações ainda mais marcantes. Com esse exercício, notará que há 
diferenças fonéticas (“côlorido” x “cólorido”), sintáticas (“não é” x “é, não”), lexicais 
(“mandioca” x “aipim” ou “moça” x “guria”), semânticas (se um paulista pedir um 
prato de “verduras” em Pernambuco, ele poderá receber tanto “verduras” quanto 
“legumes”), entre outras. 
Esses exemplos citados no parágrafo anterior dizem respeito, principalmente, às 
diferenças geográficas, que podem acontecer por diferenças culturais, interferência 
de outras culturas ou outras línguas, por situações específicas da região (como 
clima, agricultura ou história regional, por exemplo). 
No que diz respeito às diferenças sociais e socioculturais, é possível ver 
principalmente as diferenças que existem entre classe social, faixa etária e sexo. 
As diferenças nas faixas etárias são aquelas notadas entre as gerações, por meio dos 
arcaísmos. Por exemplo, as gírias (“uma brasa”, “mora?”), as palavras (assistir o 
“poer” do sol), e as construções sintáticas (tomá-la-emos). 
Já as variações linguísticas por classes sociais se dão principalmenteentre as 
ocorrências padrão/não padrão, conservadora/inovadora ou de 
prestígio/estigmatizada. Esse assunto será tratado mais profundamente no 
próximo tema dessa disciplina. 
Há, ainda, as variações referentes à sexualidade, em que se pode notar diferenças 
linguísticas entre homens, mulheres e grupos LGBT. Os estudos nessa área ainda 
trazem vários questionamentos, mas já apontam alguns resultados acerca de 
algumas diferenças e variedades entre os grupos. 
Por fim, há também as diferenças de contexto, comumente notadas nos diferentes 
usos da língua que um mesmo grupo pode fazer em diferentes situações. Isso pode 
ser visto principalmente nas diferenças entre situações formais e não formais (a 
forma de falar com sua família em contraposição aos contextos profissionais ou 
jurídicos, por exemplo), ou situações de diferentes tipos de relacionamento (como a 
diferença entre conversar com um amigo íntimo e com um total desconhecido). 
Outro tipo de diferença de contexto pode ser notado nas relações de grupos sociais 
ou profissionais. A gíria, por exemplo, é um tipo de linguagem especial que nasce em 
grupos sociais que buscar gerar uma comunicação inteligível somente entre seus 
integrantes (seja esse grupo uma comunidade, uma faixa etária, uma classe social de 
determinada região geográfica). Para os grupos profissionais, tem-se o jargão como 
outro tipo de linguagem especial. Os jargões profissionais são termos 
compreendidos somente entre as pessoas que dominam o assunto e a situação em 
que eles ocorrem. 
Como dito por Gnerre (2003 apud GOMES, 2011, p. 81), 
as linguagens especiais têm por função social, além da comunicação, reafirmar a 
identidade dos integrantes de um determinado grupo e excluir a comunicação de 
pessoas de comunidades linguísticas externas. 
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De todas essas reflexões, o mais importante é que você perceba que, mesmo dentro 
de um grande sistema, chamado Língua Portuguesa, existem diversas variedades 
linguísticas e infinitas possibilidades comunicativas. Tal diversidade é justamente o 
que torna a língua algo “vivo”, em constante transformação e evolução, além de 
marcar de maneira fundamental a identidade cultural de seus falantes e, claro, 
manter sua função fundamental de comunicação. 
 
Dicotomia: partição de um conceito em dois outros, contrários e complementares. 
Gíria: linguagem informal, com expressões metafóricas, jocosas, mais efêmeras que 
as da língua tradicional, geralmente usada por determinado grupo social e, por 
vezes, considerada uma linguagem marginal, difícil de ser compreendida por outras 
classes sociais, e que costuma funcionar como mecanismo de coesão tribal. 
Postulado: o mesmo que premissa, ou seja, algo que se considera como fato 
reconhecido e ponto de partida, implícito ou explícito, de uma argumentação, 
geralmente sem necessidade de demonstração. 
Arcaísmo: palavra, expressão ou construção sintática que saiu de uso na norma atual 
de uma língua. 
Jargão: código linguístico próprio de um grupo sociocultural ou profissional com 
vocabulário, geralmente empregada pelos membros para identificarem-se como 
grupos e diferenciarem-se das demais pessoas. 
Seminal: inspirador, que estimulou ou gerou novas criações, ideias, ou obras. 
 
 
Faça uma busca sincera em suas lembranças e responda: você já riu ou ficou irritado 
de um “erro de português” que alguém falou escreveu em algum lugar? 
Ironizar essas ocorrências é tão comum que basta uma procura simples pelos 
buscadores da internet para assistir diversos vídeos com pessoas falando uma 
variedade não padrão da língua ou encontrar inúmeras fotos de cartazes com 
palavras ou frases que tragam “produtos cem agrotóxicos”, “ceja benvindo”, 
“prescisa-se”, “açeitamos”, “femenino”. 
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Essas ironias, geralmente, acabam por rotular o falante como néscio, possuidor de 
baixa escolaridade, com má formação ou inepto para as práticas letradas de sua 
própria língua. 
Basta um “nóis vai”, um “menas coisas” ou um “as menina não gosta” para que 
alguém, prontamente, julgue a capacidade intelectual de quem disse uma dessas 
frases. 
A variedade padrão da Língua Portuguesa 
Como você pôde ver nos temas anteriores, a Língua Portuguesa sofre diversas 
mudanças e, em seu bojo, coexistem incontáveis variações oriundas das diferenças 
geográficas, sociais/socioculturais e contextuais. 
Como as línguas evoluem, passando por mudanças diacrônicas, as academias de 
letras dos países falantes de Língua Portuguesa, de tempos em tempos, buscam 
identificar as ocorrências linguísticas a serem instituídas como as formas “corretas” 
da língua. Ao se definir uma determinada variedade da Língua Portuguesa como 
sendo a padrão, faz-se um recorte da língua falada por um grupo de pessoas em um 
lugar e tempo. 
O mais recente exemplo foi o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, proposto 
em 1990, ratificado em 2008 por Portugal, envolvendo a Comunidade dos Países de 
Língua Portuguesa (CPLP), formada por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, 
Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. 
Quando se define uma variedade padrão, “ela ganha tanta importância e tanto 
prestígio social que todas as demais variedades são consideradas ‘impróprias’, 
‘inadequadas’, ‘feias’, ‘erradas’, ‘deficientes’, ‘pobre’...” (BAGNO, 1999, p. 22). É por 
isso que palavras como “idéia”, “vôo”, “heróico”, “pharmacia” ou “civilisação” que 
tiveram sua vez como “correta” e “culta” hoje são vistas como palavras 
inadequadamente escritas. 
O conceito de erro 
A escolha das ocorrências eleitas como padrão não segue, necessariamente, critérios 
pautados em estudos linguísticos sobre evolução da língua. Suas escolhas, em geral, 
privilegiam as variantes da elite intelectual e cultural, ainda que isso contrarie o uso 
mais amplo da língua. 
Segundo Bagno (1999), é possível ver, como resultado de estudos sobre a evolução 
das línguas, que algumas ocorrências seriam naturais na Língua Portuguesa, tais 
como: 
• a eliminação das marcas de redundância do plural (Os passarinho come tudo); 
• a Assimilação (transformar “nd” em “n” e “mb” em “m”. Exemplo: “Estou 
falano com ele tamém”); 
• a Redução de ditongo “ou” em “o” (Exemplo: “tem um poco de ropa na mala”); 
• a Redução de ditongo “ei” em “e”. (Exemplo: “Ela me deu um bejo no quexo”); 
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• a Redução de “e” e “o” átonos pretônicos. (Exemplo: “piriquito”, “priguiça”, 
“assubio” e “dumingo”); 
• a contração de proparoxítona. (Exemplo: “árvre” e “tauba”) entre diversos 
outros. 
Há muitas outras ocorrências também usuais na Língua Portuguesa. Em uma busca 
pela palavra “mussarela”, no buscador Google, por exemplo, em novembro de 2012, 
retorna aproximadamente 143 milhões de resultados. Sua forma dicionarizada 
(“muçarela”), por sua vez, retorna algo próximo de 106 mil resultados, ou seja, 
0,07% do número total. Outro exemplo é a regra gramatical que proíbe iniciar frases 
com pronomes átonos, como se os falantes brasileiros dissessem normalmente 
“empresta-me” ou “amo-te” em vez de “me empresta” ou “te amo”. Chega a ser difícil 
justificar porque a variedade escolhida como padrão é tão pouco utilizada ou soe tão 
antiquada. 
E apesar de tantas ocorrências naturais na evolução da língua falada e usadas 
cotidianamente, essas mudanças continuam rotuladas de erros feitos por pessoas 
incultas, com má formação, uma vez que o padrão adotadonão compartilha dessas 
ocorrências em sua escrita. 
Com a institucionalização das ocorrências escolhidas como padrão, a gramática, os 
dicionários e os livros didáticos também passam a difundi-la, normatizando e 
valorizando esse recorte da Língua Portuguesa. 
Como afirma Leite (1999 apud GOMES, 2011, p. 85), 
“a norma é um acordo tácito - um contrato social feito entre os membros de uma 
comunidade – (...), as rupturas a ela não são bem aceita; são negativamente 
avaliadas”. 
Consequentemente, o domínio dessa norma torna-se um requisito básico para 
qualquer falante que pretenda participar das interações sociais formais letradas. O 
papel da norma padrão é muito importante e inegável, principalmente quando se 
pensa na construção de um sistema de Língua Portuguesa a ser compartilhado pelos 
falantes, sendo a força opositora que busca estabilizar o caos das inúmeras variáveis 
da fala. 
A atuação do professor de Língua Portuguesa 
Diante desse cenário, qual o papel do professor de Língua Portuguesa? Deixar de lado 
o ensino de ortografa e gramática em nome de um “laissez-faire” linguístico ou 
ignorar todas essas considerações e manter o ensino gramatical de certo e errado? 
Bagno (2005 apud GOMES, 2011) aponta que um mito ainda muito presente no 
ensino de língua diz que é preciso aprender gramática para se falar e escrever bem. 
O autor mostra que, na verdade, é preciso dominar as práticas da língua (ler, escrever 
e falar) para se estudar gramática. 
Com isso, percebe-se que o processo deveria ser inverso e, a despeito de toda pressão 
da sociedade que ainda se prende ao mito da gramática, os alunos deveriam realizar 
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reflexões sobre a língua a partir de exercícios de produção e interpretação, ou seja, 
de práticas significativas do uso da língua. 
Como afirma Possenti (2006 apud GOMES, 2011, p. 89), 
“o papel da escola é ensinar a língua padrão”, o que não significa ensinar regras, 
normas e buscar o apagamento da variante do aluno. 
À escola cabe o papel de formar alunos aptos a interagirem e se tornarem sujeitos 
críticos inseridos nas práticas sociais. 
Ao professor de Língua Portuguesa cabe o papel de ensinar o aluno sobre o uso da 
língua por meio de práticas de linguagem que viabilizem sua inserção em contextos 
sociais e culturais diversos, dentro dos padrões socioculturais hegemônicos. 
Ou seja, cabe ao professor ensinar, sim, a norma culta e cobrando seu uso, mas 
também ensinar qual o verdadeiro papel da língua padrão, a diferença entre língua 
e fala e qual o papel dessa variedade dentro de sua sociedade. 
 
Mito: relato que passar entre as gerações de um grupo, explicando a origem de 
determinado fenômeno ou costume social. 
Redundância: insistência desnecessária nas mesmas ideias; excesso de palavras ou 
de expressões. 
Tácito: o que está subentendido ou implícito, não expresso formalmente. 
Laissez-faire: prática caracterizada geralmente por abstenção da direção ou 
interferência na liberdade individual de ação ou escolha. 
Hegemonia: predominância, autoridade soberana, influência exercida sobre outros. 
 
 
Após a leitura dos temas anteriores, nas quais você pôde ver questões sobre 
linguagem e cérebro, aquisição de linguagem, diversidade e preconceitos 
linguísticos, você irá ler neste e nos próximos temas sobre as habilidades da Língua 
Portuguesa em sua modalidade oral (ouvir e falar) e em sua modalidade escrita (ler 
e escrever). 
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Neste tema, por ora, vamos nos ater especialmente ao que se espera do ensino das 
quatro habilidades em Língua Portuguesa no sistema educacional brasileiro e, em 
seguida, à compreensão e à produção oral. 
O ensino Língua Portuguesa no Brasil 
No Brasil, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB – Lei Federal nº 
9.394), aprovada em 20 de dezembro de 1996, o poder público consolida sua atuação 
com o ensino fundamental, buscando balizar uma “formação comum indispensável 
para o exercício da cidadania” (BRASIL, 1997a, p. 14). Com esse intuito, foram 
publicados os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), com o objetivo de se 
tornarem referenciais de qualidade para a educação no Ensino Fundamental do 
Brasil, com função de orientar e garantir a coerência dos investimentos no sistema 
educacional, socializando discussões, pesquisas e recomendações, subsidiando a 
participação de técnicos e professores brasileiros, principalmente daqueles que se 
encontram mais isolados, com menor contato com a produção pedagógica atual 
(BRASIL, 1997a, p.13). 
O PCN de Língua Portuguesa, por sua vez, aponta alguns objetivos básicos sobre o 
ensino da língua. 
Ao longo dos oito anos do ensino fundamental, espera-se que os alunos adquiram 
progressivamente uma competência em relação à linguagem que lhes possibilite 
resolver problemas da vida cotidiana, ter acesso aos bens culturais e alcançar a 
participação plena no mundo letrado. (BRASIL, 1997b, p. 33) 
E para que esses objetivos gerais sejam alcançados, o PCN orienta que o ensino de 
Língua Portuguesa seja organizado de forma a propiciar aos alunos: 
• Expandir o uso da linguagem em instâncias privadas e utilizá-la com 
eficácia em instâncias públicas, sabendo assumir a palavra e produzir 
textos — tanto orais como escritos (...). 
• Utilizar diferentes registros, inclusive os mais formais da variedade 
linguística valorizada socialmente, sabendo adequá-los às circunstâncias 
da situação comunicativa de que participam. 
• Conhecer e respeitar as diferentes variedades linguísticas do português 
falado. 
• Compreender os textos orais e escritos com os quais se defrontam em 
diferentes situações de participação social, interpretando-os 
corretamente e inferindo as intenções de quem os produz; (...). 
• valer-se da linguagem para melhorar a qualidade de suas relações 
pessoais, sendo capazes de expressar seus sentimentos, experiências, 
ideias e opiniões, bem como de acolher, interpretar e considerar os dos 
outros, contrapondo-os quando necessário; (...) 
• conhecer e analisar criticamente os usos da língua como veículo de valores 
e preconceitos de classe, credo, gênero ou etnia. (BRASIL, 1997b, p. 33). 
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Tendo em vista tais objetivos e orientações, você estudará sobre as habilidades de 
ouvir e falar e como elas podem contribuir para a realização dos objetivos apontados 
pelo PCN. 
Produção e compreensão oral 
Como visto nas orientações do PCN e nos temas anteriores, a função da escola é a de 
ensinar e cobrar o aprendizado da língua padrão e, neste caso, o estudo será iniciado 
pela habilidade de ouvir. 
A escuta 
Muitos estudos buscam demonstrar como funciona o sistema auditivo quando 
utilizado para compreender e processar sons resultantes de uma linguagem. 
Segundo Lent (2001 apud GOMES, 2011, p. 104), o cérebro humano: realiza uma 
identificação fonológica (reconhece os sons linguísticos); identifica o léxico (ou seja, 
as palavras ditas); identifica a sintaxe (a estrutura e ordem utilizada na enunciação) 
e, por fim; identifica a semântica (dando significação ao que ouviu). 
Aliás, alguns autores fazem distinção entre “ouvir”, e “escutar”, em que ouvir seria 
estar consciente do que se está ouvindo, dar atenção ao que se ouve. Isso porque, no 
processo de compreensão auditiva, escutar seria prestar atenção e buscar 
interpretar o que está ouvindo, desenvolvendo mais adequadamente a habilidade 
auditiva da língua.Contudo, independente da terminologia utilizada, é importante notar que, além da 
parte anatômica do ouvir, há fatores psicológicos e sociais que interferem 
significativamente na comunicação oral, tais como: a rapidez do pensamento, a 
audição ser seletiva, os prejulgamentos e a influência do ambiente, apontados por 
Gomes (2011, p. 106). 
Por isso, segundo a autora, é preciso aprender a escutar, manter o foco na conversa, 
ter empatia para escutar quem está falando, buscar compreender, respeitar o turno 
de fala, evitar interrupções e desenvolver o sentimento de respeito pelas opiniões 
alheias. Ao praticar a atenção e o respeito ao interlocutor, cria-se um ambiente 
propício para o diálogo, para a negociação de sentido e para um bom resultado 
comunicativo (GOMES, 2011, p. 106). 
A fala 
Além dos processos de aquisição e variação, já discutidos nos temas anteriores, 
existe também a atividade cerebral responsável pela fala. Gomes (2011, p. 107) 
aponta que “o homem utiliza a fala para exprimir o seu pensamento, e os 
mecanismos cerebrais necessários passam por uma primeira fase de planejamento e 
depois por uma fase de formulação”. 
Segundo o modelo de Levelt (1998 apud GOMES, 2011, p. 107), a construção de 
qualquer sentença enunciada segue: 
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1. Conceitualização: planejamento do conteúdo da mensagem e busca por 
léxico. 
2. Formulação: estruturação das sentenças, segundo as regras da língua, e 
busca por informações fonológicas. 
3. Articulação: acionamento do aparelho fonador para pronunciar a 
sentença. 
Essa explicação, no entanto, atende somente o aspecto físico da fala e desconsidera 
questões de personalidade, emoções, culturais e fatores da prosódia. Algumas dessas 
são apontadas por Gomes (2011, p. 109): ritmo de fala; altura, tom de voz e 
entonação vocal; segurança; adequação ao interlocutor e ao contexto e; linguagem 
corporal. 
Com tais apontamentos, é possível concluir que falar corretamente não diz respeito 
somente ao conhecimento das regras da norma padrão. Escutar e falar, tornando-se 
um sujeito ativo e inserido nas práticas sociais, tal qual apresentado nos objetivos do 
PCN, exige do falante reconhecer as inúmeras variáveis presentes no momento da 
enunciação e saber como modelar seu discurso e se adequar ao contexto em que está 
presente. 
 
LDB: A Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº 9.394/1996) é a lei orgânica e geral da 
educação brasileira que dita as diretrizes e as bases da organização do sistema 
educacional. 
PCN: Os Parâmetros Curriculares Nacionais são os referenciais para os Ensinos 
Fundamental e Médio de todo o país. 
Aparelho fonador: o conjunto de órgãos responsáveis pela fonação humana 
(Pulmões, Traqueia, Laringe – cordas vocais e glote –, Lábios, Dentes, Alvéolos, Palato 
duro, Palato mole – véu palatino e úvula –, Parede rinofaríngea, Ápice da língua, Raiz 
da língua). 
Terminologia: conjunto de termos específicos ou sistema de palavras numa 
disciplina particular, que tem por objeto a identificação e delimitação de conceitos 
próprios de uma arte, ciência, profissão. 
Prosódia: parte da gramática tradicional que se dedica às características da emissão 
dos sons da fala ou conjunto de características que acompanham os sons, como a 
acentuação tônica, a duração ou os tons. 
 
 
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No tema anterior, você pôde ver as orientações sobre o ensino de Língua Portuguesa 
segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, bem como os aspectos da 
modalidade oral, com a habilidade de escuta e fala. 
Continuando os estudos sobre as habilidades da língua, você verá a partir de agora 
sobre a escrita, principal objetivo das séries iniciais do ensino fundamental e, mais 
especificamente no presente tema, com a habilidade da leitura. 
Diferente da oralidade, aprendida pelas crianças no contato com falantes da língua 
naturalmente, a escrita depende de um esforço social para ser aprendida, o que 
acontece, via de regra, por meio do ensino escolar. 
Tal diferença se encontra em diversos aspectos e, segundo Lent (2001 apud GOMES, 
2011), “a linguagem escrita difere fundamentalmente da fala porque carece de uma 
dinâmica temporal que é essencial na segunda”. Para entender essa diferença, basta 
fazer um teste: tente consultar um dicionário ou qualquer outra fonte de informação 
no meio de um diálogo. A conversa provavelmente se dispersará, mudará de sentido 
ou você poderá perder algum trecho do que está sendo dito, diferente da leitura de 
um livro, prática que permite interrupções e releitura. 
Leitura 
Há diversas metodologias para se alfabetizar uma criança em sua fase inicial. Uma 
maneira simplista de compreender os dois principais paradigmas que servem de 
base para a maioria das metodologias é classificá-los em: 
- métodos sintéticos (que buscam ensinar as partes – letras e sílabas – para depois 
partir para o todo); e 
- métodos analíticos (partir do todo para chegar às partes que a compõe). 
No entanto, o que interessa a você nesse momento é saber que a leitura proficiente 
não reconhece letra por letra ou sílaba por sílaba de uma palavra, mas faz um 
reconhecimento de blocos (chuncks), ou seja, palavras e seguimentos inteiros de 
uma frase. Você é um leitor proficiente e dúvida disso? Preste atenção a sua leitura e 
veja você mesmo que, nesta frase de palavras simples, você provavelmente não 
precisou analisar nenhuma palavra lentamente. Talvez você precise recorrer a uma 
leitura mais lenta, silábica por vezes, somente em casos que apareçam palavras 
estrambóticas, estapafúrdias ou de uso infrequente, como quando você precisa ler 
em voz alta que algumas possíveis traduções de “shopaholic” (pessoa viciada em 
compras) são: “oneômano”, “onemaníaco”, “onomaníaco” ou “onêmano”. 
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Alguns autores, como cita Gomes (2011, p. 112), apontam a existência de um “léxico 
visual”, que seriam “uma representação visual da palavra escrita que vai sendo 
armazenada” numa espécie de dicionário mental. Dessa forma, a prática da leitura 
aumentaria o dicionário e, consequentemente, a velocidade da leitura. 
Mas, no que tange a decodificação da linguagem escrita, Gomes (2011, p. 113) 
apresenta três modelos básicos que tentam explicar como acontece o processamento 
da leitura em diferentes proficiências ou com diferentes necessidades. 
Modelos de leitura O que ocorre Impactos 
Modelo ascendente 
(Bottom-up) 
Leitura das letras, palavras e 
depois sentenças. 
A compreensão se faz por 
análise e síntese de cada 
parte para chegar ao todo. 
Leitor usa pouca dedução 
e 
inferência. 
Leitura lenta e pouco 
fluente. 
Modelo descendente 
(Top-down) 
Leitura com base nos 
conhecimentos linguísticos 
e extralinguísticos. 
Leitor interfere com seu 
conhecimento de mundo. 
Leitor dialoga com texto. 
Leitura é mais fluente, 
veloz, focada nas ideias 
principais do texto. 
Pode levar a uma má 
interpretação se feita de 
maneira negligente. 
Modelo Interativo 
Os dois modelos anteriores 
são alternados, de acordo 
com a situação da leitura, 
para sua melhor realização. 
Melhor leitura e 
compreensão do texto. 
 
 
O leitor 
Como foi aprender a ler e o que essa prática significa para você? Saiba que o 
desenvolvimento e a prática da leitura dependem muito de como se deu a relação 
entre o leitor e o texto escrito em sua vida. Gomes (2011, p. 114-115), com base em 
diversos autores, mostra que algumas das principais influênciasno engajamento 
dos leitores são: a família, por criar um ambiente que demonstra o valor e o prazer 
pela leitura; a comunidade, quando seus membros são leitores e as experiências 
forem diversas e significativas; a escola, como ambiente decisivo por fornecer o 
aprendizado da leitura; a cultura, por incorporar os fatores já citados e por 
influenciar toda a vida do sujeito; as características individuais, como 
personalidade, motivação e atitudes. 
Essas influências também interferem na construção dos “esquemas”, ou seja, 
informações prévias, crenças e hábitos que o leitor possui sobre qualquer assunto 
(história, cultura, política, música, geografa), além do próprio histórico de leituras 
já realizadas e que auxiliam a compreensão da leitura realizada. 
Outra influência relevante na compreensão da leitura é o reconhecimento do gênero 
do texto, que verá logo a seguir. 
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O texto 
A maioria das pessoas pensa em livros, jornais e revistas quando se fala de leitura. O 
que diariamente são lidos, entretanto, é uma miríade de textos: manuais, bulas de 
remédio, cartazes, placas, embalagens, bilhetes, receitas, endereços, catálogos e 
tantos outros mais, presentes em Gomes (2011, p. 116). 
Para quem nunca pensou no assunto, essas diferenças podem parecer, a primeira 
vista, quase irrelevantes. Contudo, as características de um gênero de escrita (tais 
como: conteúdo, organização da informação, estrutura gramatical, vocabulário e 
diagramação, por exemplo) interferem em sua leitura e, por sua vez, na 
compreensão que o leitor venha a ter. 
Os gêneros textuais são, de certa forma, “modelos” criados nas atividades sociais e 
adaptados de acordo com as situações históricas em que a ação comunicativa 
acontece. 
Assim, você consegue reconhecer um texto de e-mail, uma conversa de chat, uma 
conversa com um parceiro de negócios, uma discussão com seus familiares, uma 
receita de sobremesa ou o cardápio do restaurante. 
Interação leitor / texto 
Todos os fatores apresentados até aqui, neste tema, podem interferir na 
compreensão, mas a interação entre o leitor e o texto, como apontam Aebersold; 
Field (1997 apud GOMES, 2011, p. 118-120), “podem fazer com que um mesmo texto 
tenha diferentes interpretações por diferentes leitores”. 
Algumas dessas formas de interação seriam: 
• Entre o propósito e a maneira de ler: ou seja, o objetivo da leitura. Por 
exemplo: dar uma olhada rápida, fazer leitura atenta para estudar, 
consultar informações, entre outros. 
• Por meio de Estratégias de leitura: estratégias desenvolvidas ou 
aprendidas durante as práticas de leitura. Por exemplo: reconhecer 
rapidamente as palavras, identificar as principais ideias do texto, tolerar 
ambiguidades temporariamente, manter propósito da leitura, utilizar 
modelos ascendentes e descendentes de leitura. 
• Por meio de esquemas: uso dos conhecimentos prévios na leitura. Por 
exemplo: esquemas de conteúdo (conhecimento do tema), esquema 
formal (conhecimento da organização textual), esquema linguístico 
(conhecimento da língua e de sua estrutura discursiva). 
Com esse pequeno panorama sobre o processo de leitura textual, você já deve ter 
percebido o quanto é importante a prática da leitura na formação de um leitor 
competente. No próximo tema, você poderá ver o processo de escrita e da produção 
textual. 
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Esquemas: “pacotes de conhecimentos estruturados, acompanhados de instruções 
para seu uso. Tais esquemas ligam-se a subesquemas e a outros esquemas formando 
uma rede de inter-relações que podem ser sucessivamente ativadas” (KATO, 1999 
apud GOMES, 2011, p. 115). 
Gênero textual: estruturas socialmente reconhecidas com que se compõe os textos, 
orais ou escritos. 
Chuncks: Blocos textuais cujo leitor consegue reconhecer e interpretar rapidamente. 
Diagramação: Organização de dimensões e formatos de uma publicação, 
organizados 
para apresentar os elementos (textos, legendas, fotos, ilustrações) de um material 
escrito/impresso. 
Ambiguidades: determinados(as) morfemas, palavras, locuções ou frases que 
podem 
significar coisas diferentes ou admitir mais de uma leitura. 
Estrambótica: singular, diferente em todos os sentidos; excêntrica. 
Estapafúrdia: excêntrica, bizarra, singular. 
 
 
Escrever é, provavelmente, uma das habilidades mais complexas que você viu nos 
temas que foram trabalhados até agora, ao ativar memória, raciocínio, agilidade 
mental, habilidades motoras e vários outros fatores que poderá ver a seguir. 
A escrita é uma prática social e, como tal, exige que o escritor se relacione com o 
assunto e tenha muitos cuidados além de se preocupar com o leitor. Para escrever, é 
necessário tomar diversas decisões: em que ordem você vai expor suas ideias? Quais 
palavras você irá escolher? Seu texto será mais objetivo ou subjetivo? Formal ou 
informal? Seu texto se insere em qual gênero textual? 
Apesar de sua inegável complexidade e do esforço necessário para se produzir um 
texto, há muitas crenças sobre a escrita que precisam ser desmistificadas e 
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esclarecidas a seus alunos para, assim, influenciá-los e motivá-los para a prática da 
escrita. 
Algumas proposições apontadas por Garcez (2004 apud GOMES, 2011, p. 122-123) 
são: 
• “Escrever é uma habilidade que pode ser desenvolvida, e não um dom que 
poucas pessoas têm”. 
• “Escrever é um ato que exige empenho e trabalho, e não um ato 
espontâneo”. 
• “Escrever exige estudo sério, e não uma competência que se forma com 
algumas ‘dicas’”. 
• “Escrever é uma prática que se articula com a leitura”. 
• “Escrever é necessário no mundo moderno”. 
• “Escrever é um ato vinculado a práticas sociais”. 
Os gêneros textuais na produção escrita. 
Os gêneros textuais, conforme visto no tema anterior, interferem na leitura por 
serem “modelos” construídos socialmente e adaptados às situações comunicativas. 
Reconhecer esses gêneros é uma parte muito importante da produção escrita. 
Gomes (2011, p.126) afirma que 
“junto à prática social da escrita com os elementos constitutivos do processo da 
comunicação escrita e as funções comunicativas do texto que se pretende escrever, 
teremos a definição do gênero e do tipo de texto a elaborar e, por trás dessa definição, 
todo o processo de tomada de decisões que (...) a atividade exige” 
A seguir, o quadro 8.1 traz, com base nos estudos de Garcez (2004 apud GOMES, 
2011, p. 127-128), uma visão geral sobre as situações discursivas, a tipologia textual 
predominante e as habilidades da linguagem dominantes nessas situações e que 
auxiliam nas tomadas de decisões que ocorrem na produção de um texto. 
Situações 
Discursivas 
Tipologia Textual 
Predominante Habilidades de Linguagem Dominantes 
Literatura Poética Expressão Poética Verso 
Elaboração da linguagem como forma de 
expressão da interpretação pessoal do mundo. 
Poesia. 
Literatura 
Ficcional Narração 
Imitação da ação pela criação de enredo, 
personagens, situações, tempo, cenários, de 
forma verossímil. Conto maravilhoso, conto de 
fadas, fábula, lenda, narrativa de aventura, 
narrativa de ficção, científica narrativa de 
enigma, narrativa mítica, anedota, biografa 
romanceada, romance, romance histórico, 
novela fantástica, conto, paródia, adivinha e 
piada. 
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Situações 
Discursivas 
Tipologia Textual 
Predominante Habilidades de Linguagem Dominantes 
Documentação e 
Memorização de 
Ações 
Relato 
Representação pelo discurso de experiências 
vividas, situadas no tempo. Relatos de 
experiências vividas, relatos de viagem, diário 
íntimo, testemunho autobiografa, curriculum 
vitae, ata, notícia, reportagem, crônica social, 
crônica esportiva, história, relato histórico e 
perfil biográfico. 
Levantamento 
e Discussão de 
Problemas 
Argumentação 
Persuasiva 
Sustentação, refutação e negociação de tomada 
de posição. 
Aviso, convite, sinais de orientação, texto 
publicitário comercial, texto publicitário, 
cartazes, slogans, campanhas, folders, cartilhas e 
folhetos. 
Discussão 
de Problemas 
Sociais 
Controversos 
Argumentação, 
sustentação, 
refutação e 
negociação de 
tomada de posição. 
Sustentação, refutação e negociação de tomada 
de posição. Textos de opinião, diálogo 
argumentativo, carta ao leitor, carta de 
reclamação, carta de solicitação, deliberação 
informal, debate, regra do editorial, discurso de 
defesa, requerimento, ensaio e resenha crítica. 
Estabelecimento, 
construção 
e Transmissão 
de Realidades e 
Saberes 
Exposição 
Apresentação textual de fatos e saberes da 
realidade. 
Contratos, declarações, documentos de registro 
pessoal, atestados, certidões, estatutos, 
regimentos e códigos. 
Transmissão 
e Construção 
de Saberes 
Exposição 
Apresentação textual de diferentes formas dos 
saberes. 
Texto expositivo, conferência, artigo, 
enciclopédico, entrevista, texto explicativo, 
tomada de notas, resumos, resenhas, relatório 
científico e relato de experiências científicas. 
Instruções e 
Prescrições Descrição de Ações 
Orientação de comportamentos. Instruções de 
uso instruções de montagem, bula, manual de 
procedimentos, receita, regulamento, lei, regras 
de jogo e placas de orientação. 
Compreendendo a textualidade: de estudos estruturais para linguística 
textual 
É interessante notar que durante muito tempo, os estudos linguísticos e construtos 
teóricos se limitavam a sentença proferida e não fugia dessas análises (basta se 
lembrar de alguma aula de análise sintática que provavelmente chegou a assistir 
durante sua escolarização e, se nunca teve uma aula assim, vale uma pesquisa na 
web para conhecer como acontecem). 
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Essa visão estruturalista da pesquisa em linguística sofreu muitas críticas, o que 
fortaleceu os estudos da linguística textual, composta por estudos que fugiam do 
limite da frase e buscavam compreender o texto e o discurso. 
A linguística textual, como aponta Gomes (2011) com base em Val (2000 apud 
GOMES 2011, p. 128-129), passou por três fases para definir seu foco de estudo: 
1ª fase: foco estrutural, centrado na análise das relações entre os enunciados que 
compõe o texto. 
2ª fase: texto visto como unidade mais abrangente do que uma simples 
sequência de enunciados 
3ª fase: estudos que privilegiam aspectos pragmáticos do texto, definidos como 
ocorrências comunicativas. 
Dentro dessa 3ª fase, de vertente pragmática, é possível encontrar os sete princípios 
da textualidade postulados por teóricos como Robert-Alain Beaugrande e Wolfgang 
Dessler (VAL, 2000 apud GOMES, 2011, p. 129): 
1. Coesão: como informações e componentes do texto se conectam 
mutuamente. 
2. Coerência: interação entre as informações do texto e o conhecimento de 
mundo de seus usuários. 
3. Intencionalidade: atitudes e objetivos do produtor. 
4. Aceitabilidade: atitudes e expectativas do leitor. 
5. Informatividade: expectativa dos usuários quanto ao conteúdo do texto e 
conhecimentos que já possuem sobre o tema, ou seja, consideram o grau 
de previsibilidade e novidade do texto. 
6. Situacionalidade: como o texto se relaciona com a situação em que ocorre. 
7. Intertextualidade: recepção do texto depende do conhecimento de outros 
textos. 
Integrados a esses princípios, há três princípios reguladores que orientam o 
processo comunicativo pelo texto: eficiência, eficácia e adequação. Dessa forma, 
durante toda a produção de um texto, o escritor precisa monitorar sua produção, 
procurando produzir um texto efetivo e adequado ao público a que se dirige. 
Hipertexto e plágio 
Dois pontos de grande relevância na produção textual, principalmente com o 
advento da informática e da web, são: a leitura e produção de hipertextos e a prática 
do plágio. 
Sobre os hipertextos, é impossível trazer todas as discussões envolvidas nesse tema, 
ainda mais por esse ser um conceito de ler e escrever em construção. Braga (2005, p. 
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757) traz faz uma discussão interessante sobre a questão da produção e da leitura no 
hipertexto e aponta que 
“o hipertexto surge como uma alternativa mais eficiente para a comunicação no 
meio digital, na medida em que minimiza os limites impostos para a leitura na tela 
e explora de forma funcional as possibilidades de construção de sentidos 
viabilizadas pelo computador: o uso de links e da integração de várias linguagens 
favorecida pelos programas de edição de texto, de som e de imagem”. 
Contudo, a autora também aponta que a produção hipertextual, apesar de 
incorporar e adaptar práticas letradas anteriores a ela, o conceito de autoria, as 
construções de blocos textuais, as noções de coesão e coerência e diversos outros 
fatores sofrem modificações significativas, o que exige que seu produtor reveja toda 
sua prática. Autores como Denise Bértoli Braga e Luis Antônio Marcuschi são 
referências que você precisa consultar para ampliar seus conhecimentos e sua 
compreensão acerca do hipertexto. 
E no que diz respeito ao plágio, existe outro ponto que nasce na internet e que 
influencia diretamente o papel da autoria de um texto. Com a prática do “copiar e 
colar” e com a facilidade de se pesquisar inúmeras fontes em dezenas de línguas 
(com direito a tradutor eletrônico, apesar de suas limitações) a cópia textual sem 
citação de seu produtor intelectual tornou-se comum e abusiva. 
O plágio pode ser classificado, segundo alguns autores (conforme a Cartilha do 
Plágio Acadêmico, da Universidade Federal Fluminense), como: integral (cópia exata 
sem citar a fonte), parcial (cópia de diversos trechos de um ou vários autores para se 
compor uma obra) ou conceitual (paráfrase de um autor, sem citá-lo). 
Há, ainda, o autoplágio, que também pode ser considerado crime, caso o direito 
comercial da obra não pertença mais ao autor ou somente um caso de antiética, se 
foi publicado e o direito ainda o pertence. Tais práticas precisam ser combatidas com 
orientação e conscientização já nas fases iniciais do aprendizado da produção 
escrita, ressaltando a importância da pesquisa e o papel da autoria na criação de 
qualquer obra. 
 
Eficiência: “eficiência consiste em fazer certo as coisas” (Peter Drucker). Virtude ou 
característica de (alguém ou algo) ser competente ou produtivo. 
Eficácia: fazer as coisas certas (Peter Drucker). Virtude ou poder de (uma causa) 
produzir determinado efeito. 
Plágio: apresentação feita por alguém, como de sua própria autoria, de trabalho, obra 
intelectual produzido por outrem. 
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Enunciado: frase ou parte de um texto (oral ou escrito) associado ao contexto em que 
é produzido. 
Tipologia: estudo sistematizado dos caracteres tipográficos, quanto aos tipos defontes. 
Hipertexto: texto em formato digital que integra conjuntos de informação por meio 
de blocos de textos, palavras, imagens ou sons, cuja leitura e construção do sentido 
se dão por meio da navegação feita pelos hiperlinks (ou links). 
 
 
Eixos organizadores do PCN 
Nos temas anteriores, você pôde ver que os Parâmetros Curriculares Nacionais 
apontam várias diretrizes sobre a forma de se ensinar Língua Portuguesa. O objetivo 
do PCN é orientar a prática pedagógica dos docentes de todo país, para que busquem 
inserir seus alunos em práticas sociais letradas por meio do aprendizado da língua 
padrão em seus diferentes gêneros e contextos. 
Entretanto, apesar de buscar um padrão nos objetivos e formas de ensinar, o PCN 
não busca massificar o ensino. Em um país de imensa dimensão e diversidade 
cultural, com diferenças sociais, culturais e econômicas significativas, qualquer 
projeto de unificação seria prejudicial à identidade cultural da maioria dos alunos 
inseridos no sistema educacional formal. 
Dessa forma, o PCN orienta que os professores organizem seus conteúdos a partir de 
dois eixos básicos: língua oral (falar e escutar) e língua escrita (ler e escrever), 
pautando-se em critérios como: considerar o conhecimento prévio do aluno, 
considerar a complexidade dos conteúdos em relação ao grau de autonomia dos 
alunos, considerar o nível de aprofundamento de que se é possível trabalhar em cada 
conteúdo apresentado. 
Ao definir apenas esses eixos básicos e seus critérios, o PCN permite ao docente 
preparar suas aulas com a flexibilidade necessária para que se possa respeitar às 
diferenças e valorizar a cultura local de onde sua docência está inserida. 
A oralidade na sala de aula. 
Para trabalhar a oralidade em sala de aula, é necessário estar preparado e consciente 
dos temas que já leu anteriormente, com atenção aos que tratavam sobre variação 
linguística e preconceito linguístico. 
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Como qualquer exposição pública exige um alto grau de autoestima do aluno, é 
muito importante trabalhar em sala de aula assuntos sobre a função da língua, as 
diferenças e o respeito às variedades existentes e criar situações para sua prática 
profissional. 
Gomes (2011, p. 142-146) traz esclarecimentos acerca da comunicação oral e sugere 
atividades para a sala de aula, como as descritas a seguir. 
O Diálogo: O diálogo é uma situação de interação entre dois ou mais indivíduos em 
que há negociação de sentidos e seus participantes buscam um resultado 
comunicacional. Ou seja, diferente de um debate ou argumentação, em um diálogo 
ideal, seus participantes compartilham suas ideias em busca de um resultado 
comum ou de um consenso do grupo. 
Para se trabalhar com os alunos, é necessário orientá-los sobre como ouvir 
atentamente a exposição do outro, fazer perguntas com o objetivo de esclarecer e 
compreender o tema tratado, sem embates argumentativos que demonstrem 
inflexibilidade das opiniões envolvidas. 
A Entrevista: A entrevista é uma conversa entre pessoas que tem por objetivo 
conseguir opiniões, avaliações, relatos do entrevistado para conhecimento próprio 
do entrevistador ou para divulgação em jornais e demais veículos de comunicação. 
Ao propor atividades de entrevista aos alunos, você deve orientá-los tanto sobre 
como se preparar para uma entrevista, como conduzi-la e, por fim, como tratá-la 
para publicação. 
Para sua preparação, é importante desenvolver um questionário aberto, ordenado 
de maneira lógica e adequado ao contexto (personalidade dos envolvidos, nível 
sociocultural e situação). Para conduzir a entrevista, o aluno deve saber como se 
portar, como conduzir a conversa com naturalidade, estar preparado para 
imprevistos ou mudanças de tópico ou de adequação ao questionário preparado 
previamente. Para realizar a produção pós entrevista, o aluno deve desenvolver 
habilidades que o tornem apto a redigir as repostas (tais como redigir por 
transcrição, paráfrase e síntese) com cuidado para não distorcer o conteúdo das 
respostas obtidas. 
É importante ressaltar, inclusive, que uma atividade de entrevista pode ser 
adequada a alunos em diferentes níveis escolares, adequando seu preparo, 
desenvolvimento e produção final. Sua adequação deve ser feita de acordo com os 
conhecimentos já possuídos pelos alunos, bem como os que se pretende desenvolver 
no decorrer da atividade. 
A Reunião-discussão: A reunião-discussão é uma situação comunicacional que o 
aluno encontrará inúmeras vezes nas práticas sociais, pois se trata da reunião de um 
grupo com o objetivo de, coletivamente, tomar decisões ou chegar a acordo sobre 
algum tema. Essas reuniões costumam ser conduzidas por um coordenador a quem 
é atribuída a responsabilidade pelo resultado da reunião. 
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Ensinar os alunos sobre essa situação significa orientá-los sobre as melhores 
práticas para negociações em grupo, tais como: abrir o tema da discussão de maneira 
sucinta e objetiva; dar início às discussões de forma ordenada, expressar opiniões e 
reformulá-la sempre que necessário para compreensão geral; assegurar que todos 
expressem suas opiniões favorecendo a participação de todo o grupo e; realizar um 
resumo dos tópicos discutidos, por meio de uma ata. 
Brainstorming: O Brainstorming, (ou tempestade cerebral, tempestade de ideias) é 
uma técnica comumente utilizada em ambientes corporativos que consiste na 
discussão em grupo com o objetivo de se obter o maior número de ideias possíveis 
para produzir uma solução ou conceber um trabalho criativo a partir das 
contribuições dadas pelos participantes. 
Para que os alunos saibam utilizar essa técnica com sucesso, é preciso orientá-los a: 
definir um objetivo claro para o brainstorming (o que se espera atingir como 
resultado dessa atividade?); eleger um coordenador para encorajar a produção de 
ideias e conduzir a ordem das falas e a duração da dinâmica; eleger alguém para 
registrar as contribuições sem pré-julgamento; ouvir as contribuições sem julgar, 
mas valorizando por ter contribuído e apoiar novas ideias; analisar as ideias obtidas: 
filtrar os mais interessantes e aprimorá-las com o grupo. 
Os Estudos de caso: Em um estudo de caso, o participante ou grupo é envolvido em 
uma situação-problema cujo resultado depende de suas ações e conhecimentos. 
Ao desenvolver uma atividade como essa com os alunos, o professor precisa definir 
um problema a ser resolvido (um problema social existente em sua comunidade, por 
exemplo) e apontar os objetivos gerais e específicos que os alunos precisam alcançar 
para que essa atividade seja concluída. Os alunos dever se organizar para analisar o 
caso, identificar qual o problema central da questão, discutir e propor possíveis 
soluções (apontando impactos positivos e negativos) e como poderiam ser colocadas 
em prática. 
Exposição oral sem intercâmbio 
Esse tipo de exposição prepara seu aluno para falar em público, em situações como 
teatro, aula expositiva, discurso, palestras. 
Falar em público será um dos maiores problemas que alguns de seus alunos poderão 
enfrentar e, exercitar tal habilidade logo cedo poderá minimizar impactos negativos 
na vida adulta. 
Para se falar em público, existem inúmeras técnicas e recursos que podem ser 
compartilhados com seus alunos sobre diferentes etapas da apresentação: estilo de 
fala (retórica) utilizada, adequação ao contexto, elementos prosódicos, recursos 
pessoais para se perder o medo, modo de se preparar para uma apresentação, 
definição de objetivo, trabalho com clareza e nitidez da fala, adequação do montante 
de informações apresentadas, embasamento

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