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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO ACIDENTE DO TRABALHO Livro Eletrônico 2 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Apresentação .....................................................................................................................................................................3 Acidente do Trabalho ....................................................................................................................................................4 1. Acidente do Trabalho ................................................................................................................................................4 2. Espécies de Acidente do Trabalho .................................................................................................................14 3. Disposições Normativas do Acidente de Trabalho ...............................................................................18 4. Efeitos Trabalhistas do Acidente de Trabalho ......................................................................................20 5. Efeitos Previdenciários do Acidente de Trabalho ................................................................................ 22 6. CAT e NR 31 ................................................................................................................................................................. 28 Resumo ...............................................................................................................................................................................33 Exercícios ...........................................................................................................................................................................35 Gabarito ..............................................................................................................................................................................43 Gabarito Comentado ...................................................................................................................................................44 Anexo ....................................................................................................................................................................................64 Sumário O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela ApresentAção Olá, futuro(a) aprovado(a)! Tudo bem? Estudando firme e forte? Eu vou me apresentar. Meu nome é Maria Rafaela de Castro. Atualmente, sou Juíza do Trabalho Substituta no TRT da 7ª Região, doutoranda em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito do Porto, em Portugal, professora de prepara- tórios e faculdades no Ceará, “a Terra do Sol”, e faço parte do Time do Gran Cursos. Registro que estou muito feliz em escrever esse livro digital para você atingir o sucesso na carreira que sonha. Eu já fui Juíza no TRT 14, Promotora de Justiça do Estado de Rondônia, analista judiciária, professora universitária concursada etc. Em suma, essa apresentação foi para te dizer que fui “concurseira raiz” e que é possível (SIM!) passar em concurso. O mais importante da minha apresentação é te dizer que eu entendo sua dor e pressa para ser aprovado em concurso. Também entendo que você quer o máximo de informações de forma objetiva e clara, sem rodeios, e quer gabaritar a prova, bem como entender as nuances da legislação. Veio ao lugar certo. Eu fiz exatamente o material que eu gostaria que meus professores tivessem feito quando estava me preparando para as provas. Eu e toda a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercí- cios, respondendo questões de provas anteriores e criando questões inéditas para que você surpreenda a Banca examinadora, e não o contrário. Nesse ponto, esse material vai te ajudar a chegar à posse. No fim do nosso material, existe toda a jurisprudência atualizada sobre o tema, exatamente para que você esteja apto para as provas. Não basta saber a legislação; para o seu tipo de prova, o conhecimento jurisprudencial é essencial! Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: material obrigatório! Então, pegue sua xícara de café (ou melhor, uma garrafa térmica gigante), o marca texto, a caneta e se programe para ler tudo o que preparei para você e ficar ligado no curso GRAN. Vamos começar? Maria Rafaela de Castro @mrafaela_castro @juizamariarafaela O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 4 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela ACIDENTE DO TRABALHO 1. Acidente do trAbAlho Acidente do Trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. DICA Inclui-se o EMPREGADO DOMÉSTICO no acidente de trabalho. É um evento complexo que impacta a sociedade de diferentes maneiras, mobilizando di- ferentes instâncias da Administração Pública e interesses das organizações empresariais e dos trabalhadores. Também é considerado um evento que impacta a sociedade em diferentes dimensões, cujos custos não se restringem aos aspectos econômicos. Ou seja, o acidente do trabalho pode causar desde um simples afastamento, a perda ou a redução da capacidade para o trabalho, até mesmo o óbito do trabalhador. ACIDENTE DE TRABALHO GRAVE é aquele que acarreta mutilação, física ou funcional, ou que leva à lesão cuja natureza implique comprometimento extremamente sério, preocupante, com consequências nefastas ou fatais. 001. (ADM E TEC/PREFEITURA DE CUPIRA/GUARDA MUNICIPAL/2018) O acidente do trabalho pode causar desde um simples afastamento, a perda ou a redução da capacidade para o trabalho, até mesmo a morte do trabalhador. A assertiva está em conformidade com o art. 19 da Lei n. 8.213/1991. Certo. Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segre- gação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para esse efeito o que ocorrer primeiro. O acidente do trabalho será caracterizado tecnicamente pela Perícia Médica Federal, por meio da identificação do nexo entre o trabalho e o agravo. Trata-se da perícia do INSS. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 5 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Para avançar nesse tema, é preciso verificar o meio ambiente de trabalho, pois é um di- reito fundamental de 3ª geração (direitos de fraternidade e solidariedade). Seus titulares são indeterminados. A temática dos direitos humanos/fundamentais está intimamente vinculado à teoria geralda cidadania, com preservação e respeito à dignidade humana. Tudo isso com escopo no art. 225 da CF/88, em que a saúde é bem ambiental. O enfoque do que falamos também está em nível internacional, como as Convenções da OIT n. 148, n. 155, n. 161 e n. 170. CONCEITO CONTEMPORÂNEO DE ACIDENTE DE TRABALHO: existe um conceito contem- porâneo – não se limita apenas às normas regulamentadoras, mas deve ser entendido como O CONJUNTO DAS CONDIÇÕES INTERNAS E EXTERNAS DO LOCAL DE TRABALHO E SUA RELAÇÃO COM A SAÚDE DOS TRABALHADORES. Temos, ainda, a obrigação do empregador: manter um meio ambiente livre e sadio de qualquer risco, o que gera para o trabalhador o direito à reparação pelo dano moral decorrente de sua capacidade laborativa. Nasce, concomitantemente, a figura da PREVENÇÃO DOS INFORTÚNIOS – imposição de deveres gerais a cargo dos empregadores e trabalhadores; inspeção prévia dos estabeleci- mentos; embargo ou interdição; outras medidas especiais de prevenção, nos termos do art. 170 a 188 da CLT. Podemos ter, à guiza de exemplo, a Convenção n. 127 da OIT – prevenção contra a fadiga (homens até 60kg e mulheres até 20kg em atividades contínuas ou 25kg em atividades ocasionais). Nessa mesma linha de raciocínio, há a obrigatoriedade do fornecimento de EPI, destacan- do-se a Súmula n. 289 do TST: JURISPRUDÊNCIA O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o exime do paga- mento do adicional de insalubridade, cabendo-lhe tomar as medidas que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade, dentre as quais as relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado. Importante trazer à baila a Lei n. 14.457/2022: Art. 23. Para a promoção de um ambiente laboral sadio, seguro e que favoreça a inserção e a ma- nutenção de mulheres no mercado de trabalho, as empresas com Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio (Cipa) deverão adotar as seguintes medidas, além de outras que enten- derem necessárias, com vistas à prevenção e ao combate ao assédio sexual e às demais formas de violência no âmbito do trabalho: I – Inclusão de regras de conduta a respeito do assédio sexual e de outras formas de violência nas normas internas da empresa, com ampla divulgação do seu conteúdo aos empregados e às empregadas; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 6 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela II – Fixação de procedimentos para recebimento e acompanhamento de denúncias, para apura- ção dos fatos e, quando for o caso, para aplicação de sanções administrativas aos responsáveis diretos e indiretos pelos atos de assédio sexual e de violência, garantido o anonimato da pessoa denunciante, sem prejuízo dos procedimentos jurídicos cabíveis; III – Inclusão de temas referentes à prevenção e ao combate ao assédio sexual e a outras formas de violência nas atividades e nas práticas da Cipa; IV – realização, no mínimo a cada 12 (doze) meses, de ações de capacitação, de orientação e de sensibilização dos empregados e das empregadas de todos os níveis hierárquicos da empresa sobre temas relacionados à violência, ao assédio, à igualdade e à diversidade no âmbito do trabalho, em formatos acessíveis, apropriados e que apresentem máxima efetividade de tais ações. § 1º O recebimento de denúncias a que se refere o inciso II do caput deste artigo não substitui o procedimento penal correspondente, caso a conduta denunciada pela vítima se encaixe na tipifi- cação de assédio sexual contida no art. 216-A do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), ou em outros crimes de violência tipificados na legislação brasileira. § 2º O prazo para adoção das medidas previstas nos incisos I, II, III e IV do caput deste artigo é de 180 (cento e oitenta) dias após a entrada em vigor desta Lei. O PULO DO GATO Acidente do Trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de em- pregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. PERMANENTE OU TEMPORÁRIA! A importância do tema para as provas é porque quando há acidentes de trabalho existem diretamente custos para o Estado. Incumbe ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS administrar a prestação de benefícios, tais como auxílio-doença acidentário, auxílio-acidente, habilitação e reabilitação profissional e pessoal, aposentadoria por invalidez e pensão por morte. Então, vêm as perguntas: Quem é o acidentado? Aquele que sofre ACIDENTE DE TRABALHO, conforme o art. 118 da Lei n. 8.213/1991. E o que é o ACIDENTE DO TRABALHO? Acidente de trabalho se caracteriza no exercício profissional e causa lesão corporal ou perturbação funcional que provoca a perda ou redução, permanente ou temporária, da capa- cidade para o trabalho, nos termos do art. 19 da Lei n. 8.213/1991. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art216a 7 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Em conformidade com a NBR 14.280, norma brasileira da Associação Brasileira de Nor- mas Técnicas – ABNT, acidente de trabalho é a ocorrência imprevista e indesejável, de caráter instantâneo e traumático, relacionada com o exercício do trabalho, de que resulte ou possa resultar lesão pessoal. IMPORTANTE saber a diferença entre doença profissional e do trabalho: a) doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Por exemplo: minerador que adquire doença no pulmão já inerente à sua condição de mineiro; LER no digitador etc. b) doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. Por exemplo: alguém ficou doente na sua coluna cervical pelas péssimas condições ergonômicas da empresa ou porque levantava pesos de forma inadequada e acima dos limites legais. Vamos registrar uma tabela para te ajudar mais: Doença Profissional Doença do Trabalho É a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade E Deve estar na respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho É a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado E Relacionada diretamente ao desempenho do trabalho Obs.: � Os requisitos são cumulativos! Nesse azo, destacamos nos mapas mentais: caracteriza no exercício profissional que provoca a perda ou redução causa lesão corporal ou perturbação funcional alteração na capacidade do trabalho Acidente do trabalho (conceito) doença do trabalho acidente típico doença profissional acidente por equiparação Acidente do trabalho O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 8 de 67www.grancursosonline.com.brAcidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Doença profissional Doença do Trabalho Acidente do trabalho a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social a adquirida ou desencadeada em função de condições especias em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. Temos como espécie o ACIDENTE IMPESSOAL, ou seja, tecnicamente são aqueles cuja caracterização independe de existir acidentado. Prefiro defini-los como ocorrências que pro- vocam dano e/ou perda patrimonial. Uma colisão de veículo ou queda de um equipamento ilustram esse conceito. E o ACIDENTE PESSOAL? É justamente o oposto. É aquele que existe a pessoa do acidentado. Há um trabalhador lesionado que pode ser afastado ou não de suas funções laborais. Há, ainda, os INCIDENTES. Esses também são chamados de QUASE ACIDENTES. Configu- ram-se quando há situações nas quais houve iminência de ocorrer um acidente. Por exemplo, um obreiro que, esteve atento, e evitou um acidente grave. Acrescento: acidente sem danos pessoais, mas que deve ser analisado para que sejam propostas medidas para evitar sua repetição, é incidente. Há doutrina interessante que menciona ACIDENTE COM PERDA DE TEMPO E ACIDENTE SEM PERDA DE TEMPO. Vejamos na tabela: Acidente com Perda de Tempo Acidente sem Perda de Tempo É o afastamento temporário ou permanente do trabalhador de suas funções para sua recuperação. Exemplo: Daniel sofreu acidente de trabalho e, pela gravidade das lesões, ficou afastado 30 dias, depois retornando. É acidente com perda de tempo. É quando ocorrem pequenas escoriações ou lesões, não levando ao afastamento da rotina de trabalho, bastando primeiros socorros e, às vezes, nem isso. Por exemplo: Daniel teve um corte no dedo. 002. (CESPE/PETROBRÁS/ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO/2022) Um pedrei- ro, em uma escada, fazia assentamento de revestimentos cerâmicos na parede, a dois metros e meio de altura, quando o degrau da escada quebrou. O pedreiro, ao se desequilibrar, caiu e O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela sofreu escoriações nas pernas, o que lhe rendeu afastamento, com retorno, após três dias, às suas atividades laborais normais. Com base nessa situação hipotética e na regulamentação aplicável, julgue o próximo item. A queda do pedreiro é classificada como acidente impessoal. Não é verdadeiro, pois se teve a figura do obreiro acidentado; trata-se de ACIDENTE PESSOAL. Temos como espécie o ACIDENTE IMPESSOAL, ou seja, tecnicamente são aqueles cuja carac- terização independe de existir acidentado. Prefiro defini-los como ocorrências que provocam dano e/ou perda patrimonial. Uma colisão de veículo ou queda de um equipamento ilustram este conceito. O ACIDENTE PESSOAL é justamente o oposto. É aquele que existe a pessoa do acidentado. Há um trabalhador lesionado que pode ser afastado ou não de suas funções laborais. Errado. E o que é acidente de trabalho por equiparação? O art. 21 da Lei n. 8.213/1991 equipara ainda a acidente de trabalho diversas situações que ocorrem no desempenho de suas atividades ou de forma lateral a estas, dos quais enu- meramos aqui: I – O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído di- retamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação. Temos aqui a situação de agravamento da doença. II – O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; DICA: TERCEIRO (por exemplo: cliente ou um empregado da empresa terceirizada) OU COLEGA DO TRABALHO, podendo-se incluir, por exemplo, o prestador de serviço ou estagiário. b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; DICA NOVAMENTE: TERCEIRO (por exemplo: cliente ou um empregado da empresa terceirizada) OU COLEGA DO TRABALHO, podendo-se incluir, por exemplo, o prestador de serviço ou estagiário. c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; DICA NOVAMENTE: TERCEIRO (por exemplo: cliente ou um empregado da empresa terceirizada) OU COLEGA DO TRABALHO, podendo-se incluir, por exemplo, o prestador de serviço ou estagiário. d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; III – A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; IV – o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 10 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. O PULO DO GATO Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras ne- cessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho. Por exemplo: uma agressão no horário do almoço. 003. (AOCP/UFPB/MÉDICO/2014) O Gerente de uma empresa teve um problema elétrico em sua casa e ordenou que o eletricista da empresa que gerencia fosse até sua casa resolver o problema elétrico, pois era próximo a empresa e não tomaria muito o tempo do funcionário, pois o mesmo estava dentro do seu horário de trabalho. Para solucionar o problema elétrico o eletricista teve que subir no poste, mas infelizmente sofreu uma queda vindo a fraturar um dos pés, com afastamento do trabalho por 30 dias. O médico da empresa é questionado se deve ser considerado como Acidente de Trabalho. Sobre o caso, assinale a alternativa correta. a) É acidente de trabalho independentemente de haver afastamento ou não. b) É acidente de trabalho somente se o afastamento for inferior a 15 dias c) Não se considera acidente de trabalho aquele ocorrido fora do ambiente de trabalho. d) Não é acidente de trabalho, pois o eletricista não prestou atenção ao subir no poste. e) É acidente de trabalho somente se o afastamento for superior a 15 dias. No caso, configura-se o art. 21, IV, da Lei n. 8.213/1991. Existe acidente de trabalho, indepen- dentemente do prazo. Apenas se discute a garantia provisória no emprego se o afastamento for superior ou inferior a 15 dias. O afastamento será em razão de alguma doença ou acidente que não tem relação com o trabalho exercido pelo segurado. Os 15 dias de afastamento não precisarão ser seguidos. Poderá ser o afastamento de 15dias dentro de um período de 60 dias. Letra a. E a GARANTIA PROVISÓRIA NO EMPREGO na sua relação com acidente do trabalho? O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Chamo atenção, pois é bastante cobrada em provas e significa que, pelo prazo mínimo de 12 meses após a cessação do auxílio – doença acidentário, independentemente da percepção de auxílio – acidente (12 meses, e não 1 ano), o trabalhador não pode ser dispensado sem justa causa. Mas a jurisprudência admite a dispensa por justa causa ou a pedido. Consequência – EXPEDIÇÃO DA CAT: Em caso de acidente de trabalho, cabe ao empre- gador a emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e seu envio à Previdência Social, ainda que o acidente não gere afastamento do trabalho e concessão de benefícios previdenciários. Essa comunicação deve ser feita também em caso de doenças relacionadas ao trabalho, desenvolvidas pelo trabalhador. Dispõe, ainda, o decreto n. 3.048/1999: Art. 336. Para fins estatísticos e epidemiológicos, a empresa deverá comunicar à previdência social o acidente de que tratam os arts. 19, 20, 21 e 23 da Lei n. 8.213, de 1991, ocorrido com o segurado empregado, exceto o doméstico, e o trabalhador avulso, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena da multa aplicada e cobrada na forma do art. 286. O PULO DO GATO A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um documento emitido para reconhecer tanto um acidente de trabalho ou de trajeto como uma doença ocupacional. Caso a empresa não emita a CAT, está sujeita a multa e, nesse caso, o próprio trabalhador pode procurar assistência do INSS ou solicitar ao sindicato que representa sua categoria. O trabalhador acidentado ou vítima de doença adquirida no trabalho, segurado pela Previdência Social, tem garantido o direito: à aposentadoria por invalidez, caso o ocorrido tenha como consequência uma incapacidade total e definitiva para qualquer trabalho; ao auxílio-doença acidentário, caso ocorra uma incapacidade temporária superior a 15 dias; auxílio-acidente, caso ocorra limitações definitivas para o trabalho, mas não incapacidade; e pensão por morte, aos dependentes do trabalhador vítima fatal de acidente ou doença de trabalho. 004. (CETREDE/PREFEITURA DE JUAZEIRO DO NORTE/ENFERMEIRO/2019) A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um documento emitido para reconhecer tanto um acidente de trabalho ou de trajeto bem como uma doença ocupacional. A empresa é obrigada a informar à Previdência Social todos os acidentes de trabalho ocorridos com seus empregados, mesmo que não haja afastamento das atividades, até o __________ dia útil seguinte ao da ocorrência. Em caso de morte, a comunicação deverá ser __________. Assinale a alternativa que preenche CORRETA e respectivamente as lacunas. a) primeiro / imediata b) terceiro / primeiro dia útil O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 12 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela c) segundo / mediata d) segundo / urgente e) terceiro / urgente A questão se resolve pela leitura do art. 22 da Lei n. 8.213/1991: Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do trabalho à Pre- vidência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social. Letra a. 005. (VUNESP/EBSEHR/ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO/2020) À luz da le- gislação vigente, a empresa deverá comunicar o acidente à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de mutilação, amputação de membro ou perda de ambos os olhos, de imediato às autoridades policial e trabalhista. A questão se resolve pela leitura do art. 22 da Lei n. 8.213/1991: Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do trabalho à Pre- vidência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social. Errado. 006. (CEPS-UFPA/UFPA/MÉDICO/2019) Em caso de morte, a comunicação CAT deverá ser feita no máximo em 48 horas. A questão se resolve pela leitura do art. 22 da Lei n. 8.213/1991: Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do trabalho à Pre- vidência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social. Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 13 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela 007. (UERR/CODESAIMA/TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO/2017) A comunicação de acidentes do trabalho é feita mediante a emissão de um documento especial chamado de Comunicação De Acidentes de Trabalho (CAT). Em caso de ACIDENTE, deve ser comunicado à autoridade competente em qual prazo? a) Primeiro dia útil, seguinte ao da ocorrência. b) Segundo dia útil, seguinte ao da ocorrência. c) Terceiro dia útil, seguinte ao da ocorrência. d) Quarto dia útil, seguinte ao da ocorrência. e) De imediato. A questão se resolve pela leitura do art. 22 da Lei n. 8.213/1991: Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do trabalho à Pre- vidência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social. Letra a. Temos, ainda, as espécies de CAT: • CAT INICIAL: Acidente do trabalho, típico ou de trajeto, ou doença profissional ou do trabalho. • CAT reabertura: Reinício de tratamento ou afastamento por agravamento de lesão de acidente do trabalho ou doença profissional ou do trabalho, já comunicado anteriormente ao INSS. • CAT FALECIMENTO: Falecimento decorrente de acidente ou doença profissional ou do trabalho, ocorrido após a emissão da CAT inicial. Obs.: � A CAT de comunicação de óbito só pode ser emitida após o registro da CAT inicial. DICA Guardar no coração o art. 22 da Lei n. 8.213/1991! Veja: Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do trabalho à Pre- vidência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entreo limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 14 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela § 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o acidentado ou seus depen- dentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria. § 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo. § 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime a empresa de responsabilidade pela falta do cumprimento do disposto neste artigo. § 4º Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobrança, pela Previdência Social, das multas previstas neste artigo. § 5º A multa de que trata este artigo não se aplica na hipótese do caput do art. 21-A. 2. espécies de Acidente do trAbAlho Primeiro, temos uma distinção muito interessante: ACIDENTE DE TRABALHO TÍPICO E ATÍPICO. No primeiro caso: acontece no ambiente de trabalho e cujos riscos são decorrentes do exercício da própria atividade laborativa. No ATÍPICO, temos: doenças ocupacionais, as quais não decorrem necessariamente das atividades exercidas na empresa, mas têm relação com as condições e o ambiente em que o trabalho é desenvolvido. Veja o mapa mental: típico atípico Acidente do trabalho conceito: acontece no horário de trabalho e no local de trabalho. conceito: pode ser observado ao longo do tempo, mesmo que já esteja distante do ambiente laboral. Além do acidente típico, há os acidentes por equiparação, que possuem as mesmas con- sequências jurídicas. Não esqueça de ficar atento ao art. 20 e ao art. 21 da Lei n. 8.213/1991. As doenças ocupacionais são: DOENÇA DO TRABALHO E DOENÇAS PROFISSIONAIS. Temos, ainda, as doenças com nexo técnico epidemiológico: o marco para essas caracte- rizações é a legislação de 2006, que é a Lei n. 11.430/2006, em que a matéria relativa à prova do acidente do trabalho sofreu significativa modificação: Nexo Técnico Epidemiológico (NTEP). Esse nexo é um índice no qual são considerados a ocupação do trabalhador na empresa, o diagnóstico médico enquadrado na CID (Classificação Internacional de Doenças) e a sua incidência estatística dentro da CNAE (Classificação Nacional de Atividade). O NTEP gera uma presunção legal (juris tantum) de que a doença sofrida pelo trabalhador é ocupacional, de forma a inverter-se o ônus probatório. Cuidado! PRESUNÇÃO RELATIVA! O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 15 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela 008. (FEPESE/PREFEITURA DE CONCÓRDIA/MÉDICO DO TRABALHO/2018) Acidente de trabalho é um evento súbito, ocorrido no exercício de atividade laboral, independentemente da situação empregatícia e previdenciária do trabalhador acidentado. É preciso ter vínculo de segurado e depende do tipo de relação com o RGPS. Nesse sentido, é o art. 19 da Lei n. 8.213/1991 que está em sentido diverso do enunciado: Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Errado. Destacamos o ACIDENTE DE TRAJETO. É aquele que ocorre no deslocamento casa/ trabalho/casa. A Jurisprudência do TST tolera alguns pequenos desvios de trajeto e horário, de acordo com a proporcionalidade e razoabilidade, como acidentes de trajeto, passível das mesmas consequências jurídicas. Mesmo quando a empresa fornece o vale-transporte, se o obreiro tiver acidente no seu trajeto, caracteriza-se o acidente de trabalho, pois a lei não faz distinção, conforme se verifica: Art. 21. Equiparam-se ao ACIDENTE DE TRABALHO: d) no PERCURSO da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, QUALQUER que seja o MEIO DE LOCOMOÇÃO, INCLUSIVE VEÍCULO DE PROPRIEDADE DO SEGURADO. Em suma, o acidente de trajeto não depende do veículo. Dessa feita, a emissão da CAT é um direito do acidentado de trajeto, assim como benefício acidentário e até uma possível estabilidade no emprego. Então, o acidente de TRAJETO é aquele sofrido pelo empregado no percurso da residên- cia para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do empregado, desde que não haja interrupção ou alteração de percurso por motivo alheio ao trabalho. O TST admite pequenas alterações ou desvios, sempre considerando os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. Um detalhe: se o empregado vender o vale-transporte e for para a empresa usando moto ou carro, a empresa continua com a obrigação de emitir a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho). Isso porque o acidente de trajeto existe por equiparação legal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://segurancadotrabalhonwn.com/o-que-e-cat-comunicado-de-acidente-de-trabalho/ 16 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela O PULO DO GATO Entre 12 de novembro de 2019 e 20 de abril de 2020 vigorou no Brasil a Medida Provisória n. 905, que pretendia a descaracterização do acidente que acontece no trajeto entre a residência do trabalhador e seu local de trabalho. Acontece que as medidas provisórias produzem efeitos precários. Para que continuem vigorando, elas devem ser convertidas em lei. No entanto, a MP n. 905 não foi convertida em lei. Desse modo, os acidentes de trajeto ocorridos entre 12 de novembro de 2019 e 20 de abril de 2020 não são considerados acidentes de trabalho, pois a MP n. 905 estava em vigor neste período e excluía a possibilidade de tal caracterização. Porém, os acidentes de trajeto anteriores e posteriores àquele período são equiparados ao acidente de trabalho. 009. (CEPS/UFPA-UFPA/MÉDICO/2019) Elenilson trabalha na ALBRÁS/ALUNORTE, locali- zada no município de Barcarena. Desde a queda da ponte que interliga os municípios Belém Barcarena, em abril/2019, a empresa fornece serviço de transporte rodoviário a fim de ga- rantir o horário de chegada dos funcionários na fábrica regularmente. No dia 06/05/2019, às 6 (seis) horas, na cidade de Belém, saiu de sua residência, em seu próprio veículo, em dire- ção ao terminal rodoviário para pegar o ônibus da empresa. No caminho, colidiu com outro veículo, fraturou o punho direito e foi tratado cirurgicamente. Foi encaminhado para o INSS e retornou ao trabalho, após alta médica e pericial, depois de 90 dias de afastamento. Com base nesse histórico, é correto afirmar que o tipo de acidente que o referido empregado da ALBRÁS sofreu foi: a) Acidentede trajeto. b) Doença do trabalho. c) Doença ocupacional. d) Acidente do trabalho. e) Acidente típico. O acidente ocorreu no deslocamento casa/trabalho/casa e, por isso, denomina-se acidente de trajeto. Letra a. 010. (ADM E TEC/PREFEITURA DE CUPIRA/GUARDA MUNICIPAL/2018) O acidente ocorrido no trajeto entre a residência e o local de trabalho do segurado também é considerada como acidente do trabalho. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 17 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Está correta, sendo a previsão do art. 19 e do art. 20 da Lei n. 8.213/1991 que considera o aci- dente de trajeto espécie de acidente de trabalho. Certo. O PULO DO GATO Equiparam-se também ao acidente de trabalho, para efeitos da referida lei: acidentes em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado. Nesse âmbito, observa-se que o acidente de trajeto pode até não ensejar danos morais e materiais se a responsabilidade pelo acidente for de culpa do próprio obreiro ou de terceiros. O que existe, no caso acima, é a garantia provisória no emprego. Até porque são situações distintas: responsabilidade por danos morais e materiais e a garantia provisória do emprego e suas consequências. Além do acidente de trajeto, há outras situações que são consideradas mediante a si- tuação de EQUIPARAÇÃO. Já falamos no tópico anteriormente e agora vamos especificar mediante exemplos. A doença profissional é causada em razão da exposição contínua a agentes de risco, sejam físicos, químicos ou outros. É como se fosse algo natural e esperado do desenvolvimento da atividade. A doença do trabalho se refere à patologia adquirida pelo desenvolvimento do labor, mas isso não é presumido e nem esperado. Nota-se que o trabalhador adoece, mas é preciso pro- var o nexo causal de forma mais contundente na medida em que é algo a ser construído na relação doença e trabalho. A doença do trabalho acontece em razão do ambiente de trabalho. A doença profissional é causada de forma direta pela atividade profissional. São as espécies mais relevantes para as nossas provas. O acidente típico ocorre quando existe de forma inconteste uma lesão ao trabalhador em razão do desempenho efetivo de seu labor. Nesse azo, a obrigação do empregador é emitir a CAT, que é a Comunicação do Acidente de Trabalho. Se o empregador não o fizer, outros legitimados podem assim proceder, como, por exemplo, o sindicato. Obviamente que a emissão de CAT gera consequências negativas ao empregador porque aumenta seu risco empresarial de Acidente e, com isso, há o aumento da sua contribuição social. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 18 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Diante disso, há constante resistência na emissão desse documento, mas a lei assim o exige. Quando existe a emissão da CAT e há necessidade de afastamento pelo INSS por mais de 15 dias, haverá a suspensão do contrato de trabalho, mas a emissão de CAT independe se o obreiro foi afastado ou não. Com isso, o obreiro receberá o benefício do auxílio-doença acidentário e fará gozo das benesses da garantia provisória no emprego. Repita-se no mapa mental: doença do trabalho acidente típico doença profissional acidente por equiparação Acidente do trabalho Por fim, ainda temos as CONCAUSAS. Nesse azo, destaco a explicação de Cavalieri Filho (Programa de Responsabilidade Civil, 7. ed., São Paulo: Atlas, 2007. p. 58): A concausa é outra causa que, juntando-se à principal, concorre para o resultado. Ela não inicia e nem interrompe o processo causal, apenas o reforça, tal qual um rio menor que deságua em outro maior, aumentando-se o caudal. (17) Sebastião Geraldo de Oliveira salienta que: As concausas podem ocorrer por fatores preexistentes, supervenientes ou concomitantes com aquela causa que desencadeou o acidente ou a doença ocupacional. (18) As causas preexistentes não eliminam o nexo causal. Dessa forma, as condições pessoais de saúde do empregado vítima de acidente de trabalho não excluem a responsabilidade da empregadora. O mesmo se dá com as causas supervenientes, mesmo que concorram para o agrava- mento da situação clínica. Assim, se o empregado acidentado não for socorrido a tempo, perdendo, por esta razão, muito sangue, e vindo a falecer, essa causa superveniente, muito embora concorrente, não eximirá a responsabilidade do empregador. 3. disposições normAtivAs do Acidente de trAbAlho O acidente do trabalho tem normalização na Lei n. 8.213/1991 e no Decreto n. 3.048/1999, na medida em que as repercussões em relação à matéria previdenciária é tema recorrente. Observa-se que somente em alguns tópicos se trata do acidente de trabalho na CLT, des- tacando-se as situações de interrupção do contrato de trabalho, bem como em relação aos recolhimentos do FGTS e o efeito de pagamento de salários e demais direitos trabalhistas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 19 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Também se regulamentam as temáticas de conceitos, espécie e da garantia provisória no emprego. Ainda, se observa a situação do acidente de trajeto e suas repercussões. No caso de acidente de trabalho, além do usufruto dos efeitos da garantia provisória no emprego, ainda se observa a possibilidade de indenizações moral, material e estética decorrente das sequelas do acidente de trabalho. Com isso, observa-se que, quanto maior o grau de incapacidade, aumenta-se o valor da indenização, bem como ainda podemos incluir o pensionamento vitalício. Quando há óbito do trabalhador, percebe-se o dano em ricochete, extensivo aos familiares. O PULO DO GATO Os valores pagos como benefício previdenciário têm cunho estritamente alimentar e decorrem da incapacidade profissional e das contribuições efetuadas pelo empregador e pelo empregado no curso do contrato de trabalho. A indenização por danos materiais a cargo do empregador destina-se a compensar os danos sofridos pelo empregado em razão do acidente acarretado por culpa daquele primeiro. O inciso XXVIII do art. 7º da Constituição da República prevê que o “seguro” contra acidentes do trabalho não exclui a indenização a que está o empregador obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. O recebimento de uma verba não exclui ou reduz a outra. Pela mesma razão, o valor do benefício previdenciário não pode ser compensado em caso de condenação das empresas em indenizar os prejuízos materiais ou morais sofridos pelo empregado. No caso da CLT, temos: Art. 475. O empregado que for aposentado por invalidez terá suspenso o seu contrato de trabalho durante o prazo fixado pelas leis de previdência social para a efetivação do benefício. § 1º Recuperando o empregado a capacidade de trabalho e sendo a aposentadoria cancelada, ser-lhe-áassegurado o direito à função que ocupava ao tempo da aposentadoria, facultado, porém, ao empregador, o direito de indenizá-lo por rescisão do contrato de trabalho, nos termos dos arts. 477 e 478, salvo na hipótese de ser ele portador de estabilidade, quando a indenização deverá ser paga na forma do art. 497. § 2º Se o empregador houver admitido substituto para o aposentado, poderá rescindir, com este, o respectivo contrato de trabalho sem indenização, desde que tenha havido ciência inequívoca da interinidade ao ser celebrado o contrato. Art. 476. Em caso de seguro doença ou auxílio-enfermidade, o empregado é considerado em licença não remunerada, durante o prazo desse benefício. O PULO DO GATO Segurança do Trabalho é um conjunto de medidas de precaução utilizadas com o intuito de pro- teger os colaboradores de uma empresa e diminuir eventuais perigos de ocorrência de acidentes O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art477 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art477 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art497 20 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela de trabalho e doenças ocupacionais. O objetivo é oferecer um ambiente de trabalho benéfico para que os afazeres laborais sejam alcançados da melhor maneira possível. 4. efeitos trAbAlhistAs do Acidente de trAbAlho Se houver acidente de trabalho, o obreiro terá GARANTIA PROVISÓRIA NO EMPREGO. Essa garantia existe tanto em contrato determinado como indeterminado. Não há, na lei, restrição expressa quanto ao tipo de contrato de trabalho. Logo, não poderá ser dispensado sem justa causa. A Lei da Previdência Social (Lei n. 8.212/1991) não exclui o trabalhador contratado por prazo determinado da garantia de emprego. Como consequência do acidente, há a manutenção do contrato pelo prazo de 12 meses após a alta previdenciária ou o pagamento das parcelas salariais devidas no período. CUIDADO: 12 MESES! O PRAZO É EM MESES. ISSO TEM RELEVÂNCIA NO SEU GABARITO. Outro ponto: O empregado que sofre acidente de trabalho com afastamento superior a 15 dias goza de estabilidade provisória de emprego, consistindo na impossibilidade de desliga- mento do empregado por período igual a 12 meses, visando atitudes retalhadoras por parte do empregador. Se não tiver esse afastamento superior a 15 dias, não há garantia provisória. Interrompe-se o contrato de trabalho quando o trabalhador sofre acidente e esse acidente o impossibilita de desempenhar suas atividades laborativas por prazo inferior a 15 (quinze) dias, mas recebendo seu salário. EXEMPLO Daniel sofreu um acidente de trabalho e ficou apenas 2 dias afastados do labor, mesmo com atestados médicos. Aqui, não existe garantia provisória no emprego. Contudo, se Daniel se afastou por 16 dias, existe a garantia provisória. DICA INTERRUPÇÃO: afastamento até o 15º dia. SUSPENSÃO: afasta- mento a partir do 16º dia. Mas se é caso de acidente de trabalho, SERÁ INTERRUPÇÃO. EXEMPLO Daniel teve uma gripe forte, estranha ao seu ambiente de trabalho. Seu atestado médico teve 20 dias. Logo, os 15 primeiros dias são interrupção, ou seja, o seu empregador arcará com isso. Do 16º dia ao 20º dia, receberá auxílio-doença previdenciário e o contrato de Daniel estará sus- penso. Mas, se Daniel adoeceu de LER, sendo bancário, tratando-se de doença profissional, se o seu atestado médico for de 20 dias, o contrato será interrompido, pois é caso de acidente de trabalho. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8212cons.htm 21 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Admite-se a dispensa por justa causa e o TST vem aceitando o pedido de demissão, desde que, neste último caso, homologado pelo Sindicato. Há a concepção da obrigatoriedade dessa assistência, mesmo posteriormente à Reforma Trabalhista pela situação peculiar. Que tal revisar num mapa mental tanta informação? em contrato por prazo indeterminado Não pode ser dispensado sem justa causa pode ser dispensado por justa causa e o TST admite o pedido de demissão como renúncia do acidentado. Garantia provisória do acidentado 12 meses após a alta do benefício pelo INSS em contrato por prazo determinado somente quando existe afastamento por mais de 15 dias No sentido de garantia provisória no emprego nos contratos por prazo indeterminado ou determinado, destaca-se o TST: JURISPRUDÊNCIA Súmula n. 378 do TST: ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. ART. 118 DA LEI N. 8.213/1991. I – É constitucional o art. 118 da Lei n. 8.213/1991 que assegura o direito à estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao empregado acidentado. II – São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a consequente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de emprego. III – O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho prevista no art. 118 da Lei n. 8.213/1991. O PULO DO GATO O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia pro- visória de emprego decorrente de acidente de trabalho. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 22 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela 011. (INÉDITA/2022) Daniel, em contrato por prazo determinado com a Fábrica VALE TUDO LTDA, sofre acidente de trabalho enquanto cumpria expediente. Ele teve afastamento pre- videnciário em com 60 dias. Ao retornar, foi dispensado sem justa causa com aviso prévio indenizado. O departamento jurídico da empresa afirmou que não existe garantia provisória no emprego, sendo este o entendimento do TST. Nesse caso, a empresa está correta, pois não existe garantia provisória no emprego em contrato por prazo determinado. Se houver acidente de trabalho, o obreiro terá GARANTIA PROVISÓRIA NO EMPREGO. Essa garantia existe tanto em contrato determinado como indeterminado. Não há, na lei, restrição expressa quanto ao tipo de contrato de trabalho. É o mesmo entendimento do TST através da Súmula 378. Errado. Outra consequência é a INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO, ocasião em que o empregador terá direito ao pagamento de salários e recolhimentos do FGTS. Se ainda ficar incapacitado, total ou parcial, definitiva ou temporária, possui direito, também, à indenização. Quando suspenso o contrato de trabalho em caso de afastamento do obreiro por doença, não associada ao labor, o tempo de duração do benefício não será contado para nenhum efeito diante da legislação trabalhista, em regra. EXCEÇÃO: direito de férias, pois será computado no período aquisitivo o tempo de auxílio- -doença até seis meses, conformepreconizado no art. 131, inciso III, combinado com o art. 133, inciso IV, ambos da CLT. 5. efeitos previdenciários do Acidente de trAbAlho O trabalhador, quando sofre um acidente de trabalho, pode ter uma incapacidade perma- nente ou temporária. No primeiro caso, ele é encaminhado ao INSS e receberá aposentadoria por invalidez. É quando o obreiro não consegue mais executar nenhuma função, mesmo que seja transferido de setor. EXEMPLO Daniel perdeu os dois braços e se torna incapaz para desempenhar uma função braçal. No caso de incapacidade temporária, o obreiro teve um acidente, mas consegue retornar ao trabalho. Nesse caso, ele retornará, será reabilitado ou transferido de setor. Mas se a lesão persiste, é a denominada consolidação da lesão e, aí, receberá seus salários normalmente, executando suas funções e do INSS, um benefício chamado auxílio-acidente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 23 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Vejamos a Lei n. 8.213/1991: Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser- -lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição. § 1º A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição de inca- pacidade mediante exame médico pericial a cargo da Previdência Social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança. § 2º A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previ- dência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão. Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado empregado a contar do décimo sexto dia do afastamento da atividade, e, no caso dos demais segurados, a contar da data do início da incapa- cidade e enquanto ele permanecer incapaz. § 1º Quando requerido por segurado afastado da atividade por mais de 30 (trinta) dias, o auxílio- -doença será devido a contar da data da entrada do requerimento. § 3º Durante os primeiros quinze dias consecutivos ao do afastamento da atividade por motivo de doença, incumbirá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral. Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após consolida- ção das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia. § 1º O auxílio-acidente mensal corresponderá a cinquenta por cento do salário de benefício e será devido, observado o disposto no § 5º, até a véspera do início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado. § 2º O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença, in- dependentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado, vedada sua acumulação com qualquer aposentadoria. § 3º O recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exceto de aposentadoria, observado o disposto no § 5º, não prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio-acidente. § 4º A perda da audição, em qualquer grau, somente proporcionará a concessão do auxílio-acidente, quando, além do reconhecimento de causalidade entre o trabalho e a doença, resultar, comprova- damente, na redução ou perda da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia. O que é a incapacidade laborativa? O conceito de incapacidade laborativa é a IMPOSSIBILIDADE DO DESEMPENHO DE TODA E QUALQUER ATIVIDADE, FUNÇÃO OU OCUPAÇÃO LABORATIVA, SENDO CONCEITO ESSEN- CIALMENTE TEÓRICO, SALVO QUANDO EM CARÁTER TRANSITÓRIO. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 24 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Por sua vez, na doença profissional, há o direito ao FGTS enquanto estiver afastado e à estabilidade quando retornar. Além disso, deve receber do INSS o auxílio-doença acidentário e, talvez, o auxílio-acidente. Na doença do trabalho, quando facilmente caracterizada, existe a possibilidade de também receber auxílio-acidente. Mas se a doença não for perceptivelmente demonstrada, ou não tiver relação com o trabalho, o obreiro receberá auxílio-doença previdenciário. Nesse último caso, o contrato de trabalho é suspenso e o empregador se desobriga de pagar qualquer benefício ao obreiro, inclusive no que se refere ao FGTS. Logo, caberá à autarquia efetuar o pagamento do benefício. Também nesse caso não haverá os efeitos da garantia provisória do emprego. É preciso observar sempre a diferença entre interrupção e suspensão do contrato de tra- balho. No primeiro caso, o empregador continua responsável por todas as obrigações traba- lhistas e previdenciárias. No segundo caso, não há mais essas obrigações pelo empregador. NÃO ESQUEÇA: a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um documento emitido para reconhecer tanto um acidente de trabalho ou de trajeto como uma doença ocupacional. Quando a incapacidade ultrapassar o período de quinze dias consecutivos, o segurado será encaminhado ao INSS para avaliação médico pericial. O auxílio por incapacidade temporária será devido ao segurado que, uma vez cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos, conforme definido em avaliação médico pericial. Não será devido auxílio por incapacidade temporária ao segurado que se filiar ao RGPS já portador de doença ou lesão invocada como causa para a concessão do benefício, exceto quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doen- ça ou lesão. Será devido auxílio por incapacidade temporária, independentemente do cumprimento de período de carência, aos segurados obrigatório e facultativo quando sofrerem acidente de qualquer natureza. O setor de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social reconhecerá o direito do segu- rado à habilitação do benefício acidentário. Será considerado agravamento do acidente aquele sofrido pelo acidentado quanto estiver sob a responsabilidade da reabilitação profissional. Considera-se estabelecido o nexo entre o trabalho e o agravo quando se verificar nexo técnico epidemiológico entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade, elencada na Classificação Internacional de Doenças CID. Considera-se agravo lesão, doença, transtorno de saúde, distúrbio, disfunção ou síndrome de evolução aguda, subaguda ou crônica, de natureza clínica ou subclínica, inclusive morte, independentemente do tempo de latência. Reconhecidos pela Perícia Médica Federal a inca- pacidade para o trabalho e o nexo entre o trabalho e o agravo serão devidas as prestações acidentárias a que o beneficiário tiver direito. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciadopara CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://motaadvocacia.com/auxilio-acidente/ 25 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela A empresa poderá requerer ao INSS a não aplicação do nexo técnico epidemiológico ao caso concreto mediante a demonstração de inexistência de correspondente nexo entre o trabalho e o agravo. O requerimento poderá ser apresentado no prazo de quinze dias da data para a entrega, sob pena de não conhecimento da alegação em instância administrativa. Caracterizada a impossibilidade de atendimento motivada pelo não conhecimento tem- pestivo do diagnóstico do agravo, o requerimento poderá ser apresentado no prazo de quinze dias, contado da data em que a empresa tomar ciência da decisão. A empresa formulará as alegações que entender necessárias e apresentará as provas que possuir demonstrando a inexistência de nexo entre o trabalho e o agravo. A documentação probatória poderá trazer, entre outros meios de prova, evidências téc- nicas circunstanciadas e tempestivas à exposição do segurado, podendo ser produzidas no âmbito de programas de gestão de risco, a cargo da empresa, que possuam responsável técnico legalmente habilitado. O INSS informará ao segurado sobre a contestação da empresa, para que este, querendo, possa impugná-la, obedecendo, quanto à produção de provas, sempre que a instrução do pe- dido evidenciar a possibilidade de reconhecimento de inexistência do nexo entre o trabalho e o agravo. A empresa é responsável pela adoção e uso de medidas coletivas e individuais de proteção à segurança e saúde do trabalhador sujeito aos riscos ocupacionais por ela gerados. É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a manipular. A Perícia Médica Federal terá acesso aos ambientes de trabalho e a outros locais onde se encontrem os documentos referentes ao controle médico de saúde ocupacional e aqueles que digam respeito ao programa de prevenção de riscos ocupacionais para verificar a eficácia das medidas adotadas pela empresa para a prevenção e o controle das doenças ocupacionais. O INSS auditará a regularidade e a conformidade das demonstrações ambientais, in- cluindo-se as de monitoramento biológico, e dos controles internos da empresa relativos ao gerenciamento dos riscos ocupacionais, de modo a assegurar a veracidade das informações prestadas pela empresa e constantes do CNIS, bem como o cumprimento das obrigações relativas ao acidente de trabalho. Sempre que a Perícia Médica Federal constatar o descumprimento, comunicará formalmente aos demais órgãos interessados, inclusive para fins de aplicação e cobrança da multa devida. O pagamento pela previdência social das prestações decorrentes do acidente não exclui a responsabilidade civil da empresa, do empregador doméstico ou de terceiros. O PULO DO GATO O INSS ajuizará ação regressiva contra os responsáveis nas hipóteses de: I – negligência quan- to às normas-padrão de segurança e higiene do trabalho indicadas para proteção individual e O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 26 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela coletiva; e II – violência doméstica e familiar contra a mulher. Os órgãos de fiscalização das relações de trabalho encaminharão à Procuradoria-Geral Federal os relatórios de análise de acidentes do trabalho com indícios de negligência quanto às normas-padrão de segurança e higiene do trabalho indicadas para proteção individual e coletiva. LIMBO PREVIDENCIÁRIO: vamos tecer alguns comentários, mas já adiantando que o TST entende que cabe ao empregador arcar com os pagamentos enquanto a situação do trabalhador se resolve junto com o INSS. A 5ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu que, na hipótese de limbo previdenciário, é do empregado o ônus de demonstrar que a empresa recusou a sua volta ao trabalho (RRAg 1000254-19.2018.5.02.0074, DEJT 04/02/2022). Define-se quando o empregador, ao comparecer ao trabalho após alta previdenciária, é impedido de desempenhar suas atividades sob a justificativa da empresa de que permanece incapacitado para o trabalho. A jurisprudência do TST é de que a discussão quanto ao acerto ou não da alta previdenciária não afasta o fato de que, com o fim do benefício, a pessoa fica à disposição do empregador, e este, caso entenda que ela não está apta ao serviço, deve pagar os salários devidos até que possa ser reinserida no trabalho ou que o auxílio previdenciário seja estabelecido. Explicando melhor, o LIMBO ocorre quando o obreiro recebe alta do INSS, mas a empresa se recusa a aceitá-lo, pois considera que ele ainda está doente e, portanto, não pode aceitá-lo nos quadros da empresa. EXEMPLO Daniel ficou 60 dias recebendo auxílio-doença previdenciário e teve alta do INSS. Então, retorna à empresa, mas o setor médico entende que ele está doente. Logo, pede para ele voltar ao INSS. Porém, o INSS reafirma que ele está apto ao retorno. Enquanto essa discussão ocorre entre empregador e INSS, Daniel não está recebendo nem salários, nem o benefício previdenciário. Quem arcará com sua subsistência? O TST entende que é o empregador. Se o INSS estiver errado e for reconhecido esse erro judicialmente, a empresa pode entrar com ação de ressarcimento junto ao INSS. Se o INSS estiver certo e for reconhecido esse acerto judicialmente, a empresa já está arcando com a subsistência do obreiro. O que não pode é deixar o obreiro no limbo, no vácuo. Essa é a discussão do LIMBO PREVIDENCIÁRIO. Fundamento da linha da jurisprudên- cia do TST: JURISPRUDÊNCIA A recusa do empregador ao pagamento dos salários, sob o argumento de que é indevida a cessação do benefício previdenciário, não se coaduna com os princípios constitucio- nais da dignidade da pessoa e do valor social do trabalho. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela O PULO DO GATO Não havendo dúvidas quanto à ocorrência de alta previdenciária, e sendo causa de pedir a recu- sa da empresa à tentativa de retorno ao trabalho, incumbe à reclamante o ônus de comprovar tal fato. E, quando comprovado, deve o empregador arcar com os salários e demais direitos durante o limbo previdenciário. Que tal um MAPA MENTAL? o trabalhador teve alta do INSS mas a empresa recusa seu retorno TST – é ônus do empregado demonstrar a recusa do empregador o trabalhador fica numa situação sem salários e sem benefício previdenciário na discussão entre empresa e INSS limbo previdenciário TST: o empregador deve arcar com os salários durante a discussão do limbo previdenciário 012. (INÉDITA/2022) O ônus de provar a recusa do empregador quando o obreiro tem a alta do INSS é do empregado. A 5ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu que, na hipótese de limbo previden- ciário, é do empregado o ônus de demonstrar que a empresa recusou a sua volta ao trabalho (RRAg 1000254-19.2018.5.02.0074, DEJT 04/02/2022). Certo. Por fim,é importante conhecer o FAP. É tratado pelo Decreto n. 6.042/2007 com a inclu- são do art. 202-A no Regulamento da Previdência Social. No cálculo do FAP, excluem-se os acidentes de trajeto, por decisão do Conselho Nacional da Previdência Social. No site oficial da Previdência Social, conseguimos informação importante para a sua prova objetiva: O Fator Acidentário de Prevenção – FAP é um multiplicador, atualmente calculado por estabeleci- mento, que varia de 0,5000 a 2,0000, a ser aplicado sobre as alíquotas de 1%, 2% ou 3% da tarifação coletiva por subclasse econômica, incidentes sobre a folha de salários das empresas para custear aposentadorias especiais e benefícios decorrentes de acidentes de trabalho. O FAP varia anualmente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.normaslegais.com.br/legislacao/decreto6042_2007.htm 28 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela É calculado sempre sobre os dois últimos anos de todo o histórico de acidentalidade e de registros acidentários da Previdência Social. Pela metodologia do FAP, as empresas que registrarem maior número de acidentes ou doenças ocupacionais, pagam mais. DICA É bom conhecer o teor do art. 202 do Decreto n. 3.049/1999: Art. 202. A contribuição da empresa, destinada ao financiamento da aposentadoria especial, nos termos dos arts. 64 a 70, e dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacida- de laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho corresponde à aplicação dos seguintes percentuais, incidentes sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a qualquer título, no decorrer do mês, ao segurado empregado e trabalhador avulso: I – Um por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado leve; II – Dois por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado médio; ou III – Três por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado grave. 6. cAt e nr 31 A aludida NR que versa sobre a expedição de CAT tem como escopo estabelecer critérios para aplicação das diversas espécies de nexo técnico aos benefícios por incapacidade con- cedidos pelo INSS. Como vimos, a Perícia Médica do INSS caracterizará tecnicamente o acidente do trabalho mediante o reconhecimento do nexo entre o trabalho e o agravo. A expressão AGRAVO deve ser compreendida como a lesão, a doença, o transtorno de saúde, o distúrbio, a disfunção ou a síndrome de evolução aguda, subaguda ou crônica, de natureza clínica ou subclínica, inclusive morte, independentemente do tempo de latência. E, para isso, é preciso ter NEXO TÉCNICO PREVIDENCIÁRIO, do qual podemos classificar da seguinte forma, nos termos do art. 3 da aludida NR 31: Art. 3º O nexo técnico previdenciário poderá ser de natureza causal ou não, havendo três espécies: I – nexo técnico profissional ou do trabalho, fundamentado nas associações entre patologias e exposições constantes das listas A e B do anexo II do Decreto nº 3.048/99; II – nexo técnico por doença equiparada a acidente de trabalho ou nexo técnico individual, decorrente de acidentes de trabalho típicos ou de trajeto, bem como de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele relacionado diretamente, nos termos do § 2º do art. 20 da Lei nº 8.213/91; III – nexo técnico epidemiológico previdenciário, aplicável quando houver significância estatística da associação entre o código da Classificação Internacional de Doenças-CID, e o da Classificação Nacional de Atividade Econômica-CNAE, na parte inserida pelo Decreto nº 6.042/07, na lista B do anexo II do Decreto nº 3.048/99. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 29 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Os agravos associados aos agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza profissional e do trabalho presentes nas atividades econômicas dos empregadores, cujo segurado tenha sido exposto, ainda que parcial e indiretamente, serão considerados doenças profissionais ou do trabalho, nos termos dos incisos I e II, art. 20 da Lei nº 8.213/91. A empresa poderá interpor recurso ao Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS) até trinta dias após a data em que tomar conhecimento da concessão do benefício em es- pécie acidentária por nexo técnico profissional ou do trabalho, conforme art. 126 da Lei nº 8.213/91, quando dispuser de dados e informações que demonstrem que os agravos não possuem nexo técnico com o trabalho exercido pelo trabalhador. ALERTA! Veja esse prazo de 30 dias...guarde no seu coração! O recurso interposto contra o estabelecimento de nexo técnico com base NÃO TERÁ EFEITO SUSPENSIVO! Os agravos decorrentes de condições especiais em que o trabalho é executado serão con- siderados doenças profissionais ou do trabalho, ou ainda acidentes de trabalho, nos termos do § 2º do art. 20 da Lei nº 8.213/91. A empresa poderá interpor recurso ao CRPS até trinta dias após a data em que tomar co- nhecimento da concessão do benefício em espécie acidentária por nexo técnico por doença equiparada a acidente de trabalho ou nexo técnico individual, conforme art. 126 da Lei nº 8.213/91, quando dispuser de dados e informações que demonstrem que os agravos não possuem nexo técnico com o trabalho exercido pelo trabalhador. NOVAMENTE O PRAZO PARA GUARDAR: 30 DIAS. Obs.: � OS RECURSOS NÃO TERÃO EFEITO SUSPENSIVO. Considera-se epidemiologicamente estabelecido o nexo técnico entre o trabalho e o agravo, sempre que se verificar a existência de associação entre a atividade econômica da empresa, expressa pela CNAE e a entidade mórbida motivadora da incapacidade, relacionada na CID, em conformidade com o disposto na parte inserida pelo Decreto nº 6.042/07 na lista B do anexo II do Decreto nº 3.048/99. O PULO DO GATO A inexistência de nexo técnico epidemiológico não elide o nexo entre o trabalho e o agravo, ca- bendo à perícia médica a caracterização técnica do acidente do trabalho, fundamentadamente, sendo obrigatório o registro e a análise do relatório do médico assistente, além dos exames complementares que eventualmente o acompanhem. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CARLOS CLEITON BATISTA DOS SANTOS - 00714721506, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 30 de 67www.grancursosonline.com.br Acidente do Trabalho DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela A perícia médica poderá, se necessário, solicitar as demonstrações ambientais da empresa, efetuar pesquisa ou realizar vistoria do local de trabalho ou solicitar o Perfil Profissiográfico Previdenciário-PPP, diretamente ao empregador. A perícia médica do INSS poderá deixar de aplicar o nexo técnico epidemiológico median- te decisão fundamentada, quando dispuser de informações ou elementos circunstanciados e contemporâneos ao exercício da atividade que evidenciem a inexistência do nexo técnico entre o agravo e o trabalho. A empresa poderá requerer ao INSS, até quinze dias após a data para a entrega da Guia de Recolhimento do
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