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Exames de função Pulmonar Espirometria Oximetria Gasometria Curso de Enfermagem BD Profº Dra. Elizabete Melo Montanari 2023 Avaliação Pulmonar • As provas de função pulmonar determinam a presença, a natureza e a extensão da disfunção pulmonar causada por obstrução, restrição ou por ambas. • Aumento na resistência da via respiratória, o defeito ventilatório é chamado de comprometimento ventilatório obstrutivo. • Limitação na movimentação da parede torácica, o defeito é referido como um comprometimento ventilatório restritivo. • Tanto pela resistência aumentada na via respiratória quanto pela excursão limitada da parede torácica, o defeito é chamado de combinado ou misto. 2 Principais comprometimentos: 3 Obstru'vos • Enfisema • Bronquite • Asma • Fibrose cística Restri'vos • Fibrose pulmonar • Ressecção pulmonar • Deformidades de caixa torácica • Asbestose • Silicose Indicação dos Exames 4 Detecção precoce de doença pulmonar ou pulmonar cardiogênica. Diagnóstico diferencial da dispneia. Avaliação pré-cirúrgica. Avaliação de fatores de risco para outros procedimentos diagnósticos. Detecção de insuficiência respiratória inicial. Monitoramento da progressão de doença broncopulmonar. Avaliação periódica de trabalhadores expostos a materiais perigosos para o sistema respiratório. Pedidos de indenização trabalhistas. Monitoramento depois de intervenção farmacológica ou cirúrgica. Espirometria 5 ESPIROMETRIA 6 ▪ As capacidades pulmonares, os volumes e as velocidades de fluxo são clinicamente medidos por um aparelho mecânico chamado de espirômetro. ▪ O sinal mecânico é convertido em um sinal elétrico, o qual registra as quantidades de gás inspiradas e expiradas, produzindo uma espirografia. ▪ Os espirômetros podem ser agrupados em duas categorias principais: ▫ os tipos de deslocamento de volume ou mecânicos ▫ os tipos eletrônicos ou de sensação de fluxo ESPIROMETRIA ▪ A espirometria determina a eficácia das diversas forças mecânicas envolvidas no movimento do pulmão e da parede torácica. ▪ Os valores obtidos fornecem informações quantitativas sobre o grau de obstrução (comprometimento ventilatório obstrutivo) para o fluxo de ar expiratório ou sobre o grau de restrição (comprometimento ventilatório restritivo) do ar inspirado. ▪ A manobra expiratória máxima (espirometria) é útil para quantificar a extensão e a gravidade da obstrução da via respiratória. ▪ Ela mede a quantidade máxima de ar que pode ser expirada com rapidez e força, depois de uma inspiração profunda máxima. ▪ Os resultados constituem uma medida da função da via respiratória e da permeabilidade da via respiratória. 7 VALORES DE REFERÊNCIA ▪ Os valores espirométricos medidos (reais) são comparados com os valores preditivos por meio de equações de regressão, usando idade, altura, peso, etnia e sexo, sendo expressos como um percentual do valor preditivo. ▪ De modo típico, um valor > 80% (> 0,80) do previsto é considerado dentro dos limites normais. 8 VALORES DE REFERÊNCIA ▪ CVF: > 80% (> 0,80) do valor preditivo ▪ CVF = Capacidade vital forçada (quantidade máxima de ar que pode ser expirado de maneira forçada e por completo depois de uma inspiração máxima - litros) ▪ Os valores preditivos baseiam-se em idade, altura, etnia e sexo do cliente. 9 ESPIROMETRIA – PASSO A PASSO 1. Fazer o cliente ficar sentado ou de pé. Colocar o grampo nasal sobre o nariz do cliente e instruí-lo a respirar normalmente por uma combinação de bocal/filtro (bacteriano/viral) para dentro do espirômetro. 2. Pedir ao cliente que faça uma inspiração máxima e, em seguida, expire de modo forçado e ao máximo dentro do espirômetro. 3. Solicitar ao cliente que repita essa manobra no mínimo 3 vezes. Os dois melhores traçados devem exibir uma comparação dentro de ± 200 ml entre si ou serão necessários esforços expiratórios forçados adicionais. 4. Administrar broncodilatadores com um nebulizador manual e repetir a espirometria, quando indicado. (salbutamol) 5. Proceder a leitura do exame. 10 Oximetria 11 Oximetria de pulso ▪ A oximetria de pulso (SpO2) é uma técnica não invasiva que permite monitoramento contínuo em tempo real e tendência para saturação de oxigênio arterial. ▪ Essa medição é uma proporção entre o conteúdo real de O2 da hemoglobina e a capacidade de transporte máxima de O2 da hemoglobina. ▪ A Saturação de O2 é um percentual que indica a relação entre O2 e hemoglobina; ela não indica o conteúdo de O2. ▪ As medições combinadas da SO2, PO2 e hemoglobina (Hb) indicam a quantidade de O2 disponível para os tecidos (oxigenação tecidual). ▪ Para uma medição mais direta envolve coletar uma amostra de sangue arterial e medir com um aparelho de gasometria. 12 Oximetria de pulso ▪ Oximetria de pulso: um pequeno sensor semelhante a um grampo é colocado em um dedo sobre o leito ungueal (ou dedo do pé ou lobo da orelha, quando necessário). ▪ O instrumento, usando as ondas de luz transmitidas (no espectro infravermelho) e sensores, determina de forma não invasiva a SO2. ▪ Ele é referido como SpO2. 13 Oximetria de pulso ▪ Oximetria de pulso: é considerada uma medida INDIRETA da saturação de O2 ▪ SaO2 <90% -> emergência clínica ▪ Fatores que podem atrapalhar a leitura do sensor: ▫ Extremidades frias ▫ Doença vascular periférica ▫ Esmalte escuro ▫ Unhas com fibra de vidro 14 IMPLICAÇÕES CLÍNICAS 1. Os resultados anormais ocorrem nas doenças pulmonares que envolvem cianose e eritrocitose. 2. Os resultados anormais ocorrem com os shunts venoarteriais. 3. Os valores são anormais na incompatibilidade Rh causada por anticorpos bloqueadores. 4. Em geral, os resultados são normais na policitemia vera. 5. Os valores estão diminuídos no desequilíbrio da ventilação - perfusão. 6. Os valores diminuem com a idade. 15 Gasometria 16 Equilíbrio ácido-base ▪ A identificação do distúrbio do equilíbrio ácido-base é importante no diagnóstico da causa da alteração e na determinação do tratamento apropriado (SMELTZER et al., 2011). ▪ Assim, o conhecimento dos princípios fisiopatológicos e o uso de ferramentas diagnósticas simples são fundamentais para propor as medidas terapêuticas a serem adotadas (CARLOTTI, 2012). ▪ Frequentemente, a análise dos gases sanguíneos é utilizada para a identificação do distúrbio no equilíbrio acidobásico e do grau de compensação que aconteceu. Essa análise comumente se baseia na amostra de sangue arterial. ▪ Os resultados da gasometria arterial fornecem informações sobre ventilação alveolar, oxigenação e equilíbrio ácido-base (SMELTZER et al., 2011). 17 Gasometria ▪ Gasometria arterial é uma determinação quantitativa do potencial hidrogeniônico (pH) e dos gases sanguíneos arteriais a partir de certos parâmetros e cálculos específicos. ▪ O aparelho de gasometria mede o pH e os gases sanguíneos sob a forma de pressão parcial de oxigênio (PaO2 ou pO2) e pressão parcial do dióxido de carbono (PaCO2 ou pCO2), ao passo que os demais parâmetros são calculados – Gasômetro. ▪ A análise dos gases arteriais revela o estado acido-básico e a adequação da ventilação e oxigenação. ▪ Realize o Teste de Allen antes de puncionar a artéria radial do pct. 18 Teste de Allen ▪ O teste de Allen garante a segurança para realização de um acesso arterial no antebraço do paciente. ▪ REALIZAÇÃO: ▪ Aplique a pressão tanto na artéria ulnar, quanto na radial, da mão selecionada. ▪ Os dedos da mão devem ficar pálidos e esmaecidos, indicando uma falta de fluxo sanguíneo arterial. ▪ Libere a pressão sobre a artéria ulnar e observe o retorno da coloração nos dedos e na mão, o que indica que existe circulação adequada para a mão e para os dedos através da artéria ulnar. ▪ O teste de Allen garante que um paciente terá o fluxo sanguíneo adequado para a mão caso a artéria radial seja lesionada. ▪ Quando a coloração não retorna, não realize a punção da artéria radial naquele braço.19 20 Por que usar sangue Arterial? ▪ 1. O sanguearterial proporciona melhor maneira para coletar a amostra de uma mistura de sangue de várias regiões do corpo. ▪ 2. As medições do sangue arterial indicam quão bem os pulmões estão oxigenando o sangue. ▪ 3. As amostras arteriais fornecem informações sobre a capacidade dos pulmões para regular o equilíbrio acidobásico pela retenção ou liberação de CO2. ATENÇÃO: ▪ As amostras podem ser coletadas a partir de punções arteriais diretas ou a partir de linhas arteriais de demora. 21 PROCEDIMENTO 1. Observar as precauções padrão e seguir os protocolos da instituição. 2. Fazer o cliente sentar ou ficar em decúbito dorsal. 3. Realizar o teste de Allen modificado para avaliar a circulação colateral antes de efetuar a punção radial 4. Elevar o punho do cliente com um pequeno travesseiro e pedir a ele que estenda os dedos para baixo (isso flexiona o punho e posiciona a artéria radial mais próximo à superfície). 5. Palpar a artéria e manobrar a mão do cliente para a frente e para trás, até que seja percebido um pulso satisfatório. 6. Limpar a região de modo liberal com um agente antisséptico. 22 PROCEDIMENTO 7. Preparar uma agulha 25x7 em uma seringa a vácuo pré-heparinizada (3 ou 5ml), puncionar a artéria e coletar uma amostra de 3 a 5 ml. 8. Retirar a agulha e colocar uma atadura absorvente de 10 × 10 cm sobre o local de punção. Manter a pressão sobre o local com dois dedos durante um mínimo de 2 minutos ou até que não haja mais sangramento evidente; pode ser necessário usar um curativo compressivo durante várias horas. 9. Enquanto isso, garantir que todas as bolhas de ar na amostra de sangue sejam expelidas o mais rapidamente possível. O ar na amostra altera os valores da gasometria arterial. Tampar a seringa e girar suavemente para misturar a heparina com o sangue. 23 PROCEDIMENTO 10.Rotular a amostra com nome, número de identificação, data, horário, modo de terapia com O2 e velocidade de fluxo. 11. Colocar a amostra no gelo e levá-la para o laboratório. Isso impede alterações nas pressões dos gases decorrentes dos processos metabólicos que continuam depois que o sangue é coletado. 24 Valores de referência 25 Componentes: ▪ pH – potencial hidrogeniônico ▪ PaCO2 – Pressão parcial de gás carbônico (CO2)▪ PaO2 – Pressão parcial de oxigênio (O2)▪ HCO3- - Bicarbonato▪ BE – excesso ou déficit de base ▪ SaO2 – Saturação de Oxigênio Valores de referência ▪ O pH plasmático é um indicador da concentração de íon hidrogênio (H+). ▪ Os mecanismos homeostáticos (sistemas tampão renal e pulmonar) mantêm o pH dentro de uma faixa de normalidade -> 7,35 a 7,45. ▪ A análise da concentração de H+ é importante, pois: ▪ Quanto H+ ácida pH ▪ Quanto H+ alcalina pH 26 Valores de referência ▪ Se a concentração de H+ no plasma sanguíneo estiver aumentada (pH<7,4) = acidemia, que pode ser secundária à acidose metabólica ou à acidose respiratória ▪ Se a concentração de H+ no plasma sanguíneo estiver diminuída (pH>7,4) = alcalemia, que pode ser secundária à alcalose metabólica ou à alcalose respiratória 27 Atenção! ▪ Para correta identificação do distúrbio ácido-base, é fundamental a associação entre o quadro clínico apresentado pelo paciente e os dados obtidos por meio dos exames laboratoriais. 28 Avaliação da Gasometria 29 1. Observe o pH: 2. Avalie PaCO2 e o HCO3 em relação ao pH: Atenção! ▪ O objetivo é determinar se os sinais e os sintomas clínicos são compatíveis com a análise acidobásica. ▪ Além da avaliação dos resultados da gasometria e do exame físico do paciente, informações relacionadas à história clínica devem ser coletadas para determinar as causas do distúrbio acidobásico. ▪ Responder aos conjuntos isolados de resultados gasométricos sanguíneos pode resultar em graves erros de interpretação (SMELTZER et al., 2011) 30 Obrigada! Curso de Enfermagem BD Profº Dra. Elizabete Melo Montanari 2023
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