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Fundamentos da autogestão - governança no setor público


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Fundamentos da autogestão: governança 
no setor público
Apresentação
Nos países democráticos, a gestão pública contemporânea é marcada por um compromisso cada 
vez maior com princípios administrativos que garantam uma participação política mais efetiva e 
profunda dos cidadãos nos rumos de suas sociedades. Nesse contexto, a adoção de princípios de 
governança por organizações do setor público tem como finalidade tanto o aprofundamento do 
exercício da cidadania como também o fortalecimento da democracia e a geração crescente de 
valor público.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar os princípios e as diretrizes da governança 
pública no Brasil e como a sua aplicação no cotidiano da gestão pública pode contribuir para os 
cidadãos participarem cada vez mais das tomadas de decisão em assuntos de interesse público (isto 
é, de interesse de todos os cidadãos). Além disso, você vai ver também de que maneira a aplicação 
desses princípios e diretrizes pode contribuir tanto para o aprimoramento da gestão pública como 
para tornar uma sociedade cada vez mais autogerida.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar a governança no setor público.•
Relacionar governança e gestão no setor público.•
Apontar as principais diretrizes da governança no setor público.•
Desafio
Os canais de ouvidoria constituem uma importante ferramenta de gestão pública para garantir a 
existência de uma conexão permanente entre governos e cidadãos. Além disso, são 
fundamentais para captação do interesse público, bem como um instrumento de grande valia para o 
monitoramento e a avaliação da qualidade de um serviço público. 
Tendo esse cenário como base, responda:
a) Em nosso país, a governança pública tem como objetivo fundamental monitorar, avaliar e 
direcionar a gestão pública. Sabendo disso, em que medida canais de ouvidoria podem ser 
empregados para aprimorar a governança pública do município?
b) Explique como você implementaria o projeto com base em informações colhidas por meio de 
canais de ouvidoria. Justifique sua resposta.
Infográfico
No Brasil, a chamada governança pública é oficialmente uma política pública federal, desde a 
publicação do Decreto n.º 9.203/2017. A instituição de um plano nacional para o desenvolvimento 
de sistemas de governança pública, propiciada pela edição desse ato normativo presidencial, 
permitirá doravante um alinhamento de esforços entre as diferentes esferas de governo do país, no 
que diz respeito ao estabelecimento de mecanismos de controle das políticas públicas e dos 
serviços públicos prestados.
No Infográfico a seguir, você vai ver o que significa a expressão governança pública em nosso país, 
bem como algumas considerações sobre a importância da participação política da sociedade para o 
fortalecimento crescente dos sistemas de governança pública. Por fim, vai ver uma abordagem 
sobre a distinção conceitual existente entre as expressões governança pública e gestão pública.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/72d3ae96-a60f-48c7-854f-3bf797bc8e91/6e89f4b5-1431-4293-9e6a-3c9abceeaa43.png
Conteúdo do livro
Nas democracias contemporâneas, a instituição e o desenvolvimento de sistemas de governança no 
setor público constituem um fenômeno político típico de governos que procuram, ativamente, 
responder às crescentes complexidades de um mundo social internacional cada vez mais dinâmico 
do ponto de vista cultural, político e econômico.
No capítulo Fundamentos da autogestão: governança no setor público, da obra Políticas públicas, 
você vai estudar o que é a governança pública e como ela se relaciona com a democracia e a 
cidadania e, também, quando atinge um estágio democrático mais avançado, com processos de 
autogestão pública.
Boa leitura.
POLÍTICAS 
PÚBLICAS
Daniel Castro Giraldi
Fundamentos da 
autogestão: governança 
no setor público
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar as características da governança no setor público.
  Relacionar governança e gestão no setor público.
  Apontar as principais diretrizes da governança no setor público.
Introdução
No século XXI, a gestão pública nas democracias ocidentais tem sido 
cada vez mais orientada à instituição de políticas públicas e de processos 
e mecanismos gerenciais voltados para assegurar um alinhamento de 
expectativas e interesses entre governos e cidadãos. É nesse contexto que 
se insere a chamada “governança pública”, que diz respeito a um conjunto 
de medidas e ações político-administrativas dedicado aos constantes 
monitoramento, avaliação e direcionamento tanto de políticas públicas 
como dos serviços públicos a elas relacionados. A finalidade de tais me-
didas e ações pode ser sintetizada no seguinte objetivo, próprio de todo 
e qualquer sistema de governança pública: a intenção de “controlar” a 
administração pública.
Neste capítulo, você vai estudar os conceitos de gestão pública e de 
governança pública, a distinção entre essas duas expressões e também 
as principais diretrizes da política federal de governança pública do Brasil. 
Além disso, você vai verificar em que medida a governança pública e a 
gestão pública constituem funções administrativas complementares 
que, atuando em conjunto e de forma harmoniosa, podem contribuir, 
simultaneamente, para o aprimoramento da atuação da administração 
pública, para o fortalecimento da democracia e para o desenvolvimento 
da cidadania.
Conceito e características da governança
no setor público
O conceito de governança pública surgiu nos ambientes acadêmicos interna-
cionais posteriormente ao advento da expressão “governança corporativa” 
(OLIVEIRA; PISA, 2015). Esta última foi criada para designar uma série 
de práticas gerenciais específi cas desenvolvidas inicialmente por empresas 
do setor privado. Segundo Bovaird e Löffl er (2004), a governança no setor 
público diz respeito, antes de tudo, a como um governo se relaciona com seus 
parceiros e partes interessadas (stakeholders) para infl uenciar os resultados das 
políticas públicas. Considere ainda a concepção mais aprofundada apresentada 
por Martins, Mota e Marini (2018, p. 55): “[...] a governança pública é um 
processo de geração de valor público a partir de determinadas capacidades e 
qualidades institucionais e da colaboração entre agentes públicos e privados 
na coprodução de serviços, políticas e bens públicos”.
No Brasil, com a Constituição Federal atualmente vigente no País, pro-
mulgada em 1988, foram estabelecidas as bases jurídicas de uma cultura 
institucional de governança pública. Anos depois, com a implementação da 
política pública federal Plano Diretor da Reforma do Aparelho de Estado 
(BRESSER-PEREIRA, 2000), ocorrida durante o primeiro mandato do go-
verno de Fernando Henrique Cardoso, essa cultura começa a ganhar contornos 
institucionais e, cada vez mais, a adquirir uma autoconsciência de si mesma. 
Desde essa época, iniciativas de governança no setor público e debates acerca 
da governança pública passaram a ganhar cada vez mais volume na produção 
acadêmica nacional (MATIAS-PEREIRA, 2010).
Segundo Peters (1986 apud SOUZA, 2006), a expressão política pública diz respeito 
à soma das atividades implementadas por um governo que influenciam a vida dos 
cidadãos. Embora não seja uma expressão unívoca na literatura, esse significado 
essencial é sempre levado em consideração nas análises científicas das políticas 
públicas.
Fundamentos da autogestão: governança no setor público2
Em 2017, o Brasil oficializou a sua política federal de governança pública 
por meio do Decreto nº 9.203, de 22 de novembro. Esse ato administrativo 
emanado da presidência da República contribui para conferir clareza conceitual 
à expressão “governança pública”, procedimento necessário para que tanto 
os gestores públicosbrasileiros como os cidadãos em geral possam “falar a 
mesma língua” ao tratar do assunto (GIRARDI; OLIVEIRA, 2019).
Com a publicação desse decreto, os gestores públicos possuem um marco 
legal para lhes orientar no desenvolvimento de subsistemas de governança 
pública no País, sejam estes implementados em organizações públicas da União, 
dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios. Por meio do Decreto nº 
9.203/2017, o Governo Federal estabeleceu que a política de governança pública 
da República Federativa do Brasil diz respeito ao “[...] conjunto de mecanismos 
de liderança, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e 
monitorar a gestão, com vistas à condução de políticas públicas e à prestação 
de serviços de interesse da sociedade” (BRASIL, 2017).
Uma série de outros conceitos relevantes são definidos no Decreto nº 
9.203/2017, entre eles o de valor público. Nesse documento, são definidos ainda 
os chamados “princípios” da governança pública federal brasileira: capacidade 
de resposta, integridade, confiabilidade, melhoria regulatória, prestação de 
contas, responsabilidade e transparência (BRASIL, 2017).
O valor público, segundo o Decreto nº 9.203/2017, diz respeito aos produtos e resul-
tados gerados, preservados ou entregues pelas atividades de uma organização que 
representem respostas efetivas e úteis às necessidades ou às demandas de interesse 
público (BRASIL, 2017). Além disso, tais produtos e serviços modificam aspectos do 
conjunto da sociedade ou de alguns grupos específicos, reconhecidos como desti-
natários legítimos de bens e serviços públicos.
O tema da governança pública pressupõe a preocupação com o envolvimento 
permanente da sociedade nos processos decisórios da gestão pública. Por isso, 
no campo teórico (isto é, no campo das pesquisas acadêmicas sobre gestão 
3Fundamentos da autogestão: governança no setor público
pública), tal tema tem sido visto por muitos cientistas sociais como um novo 
paradigma de atuação da administração pública. Nesse sentido, ele se difere 
tanto do paradigma burocrático como do paradigma da “nova gestão pública” 
(CORREIO; CORREIO, 2019).
Esse entendimento teórico sobre a governança no setor público se funda-
menta no modelo de relação entre Estado e sociedade trazido pela governança 
pública, que se mostra mais sensível do que os outros paradigmas citados, 
principalmente no que se refere ao tema da participação social no cotidiano 
do funcionamento do Estado (CORREIO; CORREIO, 2019). Além disso, os 
princípios próprios às iniciativas de governança pública pressupõem ainda 
uma gestão pública mais adaptada e confortável a características marcantes 
do mundo social contemporâneo. Hoje, há uma cultura política cada vez mais 
plural e uma busca cada vez mais acentuada pela inserção da sociedade nos 
processos políticos, em especial nos processos de formação da opinião pública. 
Isso tudo pode ser visto como uma consequência do uso político das redes 
sociais virtuais (MEDEIROS, 2013).
Outro aspecto importante a ser identificado na governança pública, e 
estreitamente relacionado ao que foi abordado no parágrafo anterior, é o fato 
de que a sua efetividade depende necessariamente do grau de participação e de 
voluntarismo exercido por cidadãos, empresas, mercado e atores governamen-
tais na condução de assuntos de interesse público (RONCONI, 2011). Nesse 
aspecto, a literatura registra ainda que diversas capacidades políticas (como 
capacidade de liderança, de comunicação e de entendimento das necessidades 
dos diferentes stakeholders de uma política pública) são imprescindíveis para 
que os arranjos de governança pública possam efetivamente contribuir para o 
acompanhamento e a avaliação adequados de políticas e serviços públicos. A 
falta de tais capacidades por parte dos atores governamentais (isto é, por parte 
de agentes políticos e de servidores públicos) seria o principal “calcanhar de 
Aquiles” dos sistemas de governança pública (HOWLETT; RAMESH, 2015).
Por conseguinte, a governança pública pode ser identificada como o con-
junto das ações desenvolvidas pelos vários atores de uma sociedade (cidadãos, 
empresas, grupos organizados, associações, organizações da sociedade civil 
e governo) que tenham foco nos constantes acompanhamento e avaliação do 
funcionamento das políticas públicas e dos serviços públicos. O objetivo disso 
é assegurar que o interesse público seja continuadamente discutido, formulado, 
reformulado, implementado e avaliado, tanto pelos governantes e servidores 
públicos (Estado) como pela sociedade como um todo (CAVALCANTE; PIRES, 
2018; MATIAS-PEREIRA, 2010; OLIVEIRA; PISA, 2015).
Fundamentos da autogestão: governança no setor público4
Você sabe qual é a diferença entre eficiência, eficácia e efetividade? Do ponto de 
vista do desempenho, a literatura internacional classifica a gestão pública como mais 
ou menos eficiente, mais ou menos eficaz e mais ou menos efetiva. A eficiência é a 
característica própria da gestão pública que atua com foco na redução permanente de 
custos relacionados a recursos materiais, tecnológicos e humanos; uma gestão pública 
eficiente busca “fazer mais com menos” no que se refere à execução de políticas e 
serviços públicos. A eficácia, por sua vez, é a característica própria da gestão pública 
que consegue atingir os objetivos ou metas traçados para uma organização pública. 
Por fim, a efetividade é a característica própria da gestão pública cujos resultados 
conseguem beneficiar de fato a sociedade (CASTRO, 2006).
Governança e gestão no setor público
A governança pública envolve uma série de princípios destinados a orientar 
o seu desenvolvimento institucional adequado. A accountability (obrigação 
de um gestor público de prestar contas e se responsabilizar por seus atos 
gerenciais), a transparência (fi dedignidade e lisura na disponibilização de 
dados e informações sobre a gestão pública) e o compliance (integridade e 
conformidade de uma administração pública às boas práticas de gestão in-
ternacionalmente reconhecidas) são considerados princípios fundamentais da 
governança pública. Eles são identifi cados tanto pela literatura internacional 
no campo da gestão pública (BOVAIRD; LÖFFLER, 2004) como também 
pelo Decreto Federal nº 9.203 (BRASIL, 2017).
Os chamados “indicadores de governança pública” são instrumentos que 
verificam em que medida os princípios mencionados anteriormente e outros 
próprios às iniciativas de governança (como capacidade de resposta, etc.) são 
efetivamente colocados em prática em uma organização pública. Tais indicadores 
constituem uma ferramenta de grande relevância para os processos gerenciais 
desenvolvidos tanto na administração pública quanto na administração em-
presarial (OLIVEIRA; PISA, 2015). Assim, a importância dessa ferramenta 
reside em uma constatação empírica: a única maneira de saber com segurança 
se a gestão pública realizada por algum órgão ou entidade estatal (ou a gestão 
privada de uma organização empresarial) está sendo pautada pelos princípios da 
governança é com base em dados que quantifiquem fatos efetivamente ocorridos 
nos ambientes interno e externo às organizações (OLIVEIRA; PISA, 2015).
5Fundamentos da autogestão: governança no setor público
Por esse motivo, no setor público, a criação e a utilização de indicadores 
constituem uma preocupação cada vez maior por parte daqueles que formu-
lam e implementam políticas públicas e serviços públicos e daqueles atores 
sociais engajados em “controlar” tais políticas e serviços. Tais atores podem 
ser motivados a isso em razão de suas atribuições profissionais, ou ser cida-
dãos que a isso se dedicam com base em um dever de cidadania. Entre os 
atores motivados por atribuições profissionais, estão os controllers públicos, 
que atuam em órgãos e entidades públicas com a atribuição institucional de 
fiscalizar a gestão pública (FILGUEIRAS, 2018; OLIVEIRA; PISA, 2015).
Os controllers públicos são os servidores que atuam em organizaçõespúblicas — tais 
como, em âmbito federal, a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas 
da União (TCU) — destinadas a controlar o funcionamento da administração pública.
As primeiras utilizações de indicadores de governança pública mundo 
afora tiveram início em meados da década de 1990. Elas eram voltadas 
para a prescrição de receitas para a aceleração do progresso das nações, 
particularmente o das nações em desenvolvimento. Desde então, organis-
mos políticos e financeiros internacionais vêm continuamente realizando 
pesquisas sobre a governança pública praticada ao redor do mundo, particu-
larmente o Banco Mundial (OLIVEIRA; PISA, 2015; PEREIRA, 2018). Por 
meio do relatório anual denominado Indicadores da Governança Mundial 
(Wordwide Governance Indicators), divulgado desde 2002, esse organismo 
procura influenciar a administração pública internacional no que se refere 
ao desenvolvimento de seus sistemas nacionais de governança pública (CA-
VALCANTE; PIRES, 2018).
No Brasil, o TCU tem desenvolvido nos últimos anos uma série de pesquisas 
empíricas sobre a governança pública brasileira, com base em indicadores. 
No seu relatório divulgado em 2018, esse órgão evidencia o baixo nível de 
maturidade da governança pública nacional (BRASIL, 2018). O levantamento 
aponta que a maioria das organizações públicas federais brasileiras não entrega 
à sociedade as políticas e os serviços públicos sob sua responsabilidade. Isso 
ocorre tanto em razão de deficiências de gestão relacionadas à falta de liderança 
vocacionada à governança como em razão da falta de prestação de contas, de 
Fundamentos da autogestão: governança no setor público6
planejamento ou de capacidade operacional da gestão pública. Como possível 
consequência do baixo grau de maturidade em governança pública, o parecer 
final do relatório registra a situação de vulnerabilidade dessas organizações 
à dispersão de recursos públicos, bem como à fraude e à corrupção. Como 
você pode notar, a gestão pública e a governança pública são, de fato, tal como 
entende o TCU, “[...] funções administrativas complementares” (BRASIL, 
[201-?], documento on-line).
A gestão pública se refere aos procedimentos diretamente relacionados à 
administração dos recursos (humanos, materiais e tecnológicos) de que uma 
organização pública dispõe para alcançar determinadas metas previamente 
estabelecidas. Por sua vez, a governança pública se refere aos procedimentos 
relacionados diretamente ao monitoramento e à avaliação da gestão pública. 
Ela tem como base e critério de sua atuação os interesses e as expectativas 
de seus stakeholders, isto é, das “partes (pessoas ou grupos) interessadas” 
no funcionamento de uma gestão pública. Na esfera da gestão pública, os 
stakeholders são a sociedade como um todo (RONCONI, 2011).
A chamada “governança pública”, por conseguinte, numa democracia, diz 
respeito a mecanismos, instrumentos e ferramentas utilizados por agentes da 
administração pública para garantir que as necessidades dos cidadãos sejam 
efetivamente atendidas. Por esse motivo, um sistema de governança pública 
exige, antes de qualquer outro mecanismo, as condições necessárias para que 
um órgão ou entidade estatal acesse e identifique os reais interesses, expec-
tativas e demandas dos cidadãos. Tais elementos não são dados a priori, nem 
são imutáveis ao longo do tempo, devendo ser objeto de atenção permanente 
do poder público (OLIVEIRA; PEREIRA, 2013).
Nesse sentido, o acesso aos reais interesses, expectativas e demandas dos 
cidadãos pode ser alcançado pelas organizações públicas por meio das ouvi-
dorias. Com base em informações coletadas pelos canais de ouvidoria, uma 
organização pública pode controlar melhor o impacto de sua gestão, ajustando 
os seus processos gerenciais de maneira a garantir a melhor implementação 
possível das políticas públicas e dos serviços públicos sob o ponto de vista 
dos cidadãos, os quais, afinal, são os destinatários finais dessas políticas e 
serviços (SILVA et al., 2016).
Pode-se afirmar, portanto, que uma ouvidoria proporciona às organizações 
públicas um meio seguro e confiável de mensurar a eficiência, a eficácia e a 
efetividade dos serviços públicos por ela prestados. Afinal, por meio desse 
canal de conexão entre Estado e sociedade, é possível obter informações 
fidedignas acerca do que fazer para melhorar a qualidade de vida e o bem-
-estar dos cidadãos.
7Fundamentos da autogestão: governança no setor público
Uma ouvidoria consiste nos canais de comunicação disponibilizados por uma organi-
zação pública à população. Assim, por meio de contato telefônico e eletrônico (e-mail 
e chat), os cidadãos podem tanto solicitar dados e informações à administração pública 
como reportar queixas e reclamações e apresentar sugestões e elogios (SILVA et al., 2016).
O exercício do controle na administração
pública brasileira
O controle da administração pública, segundo Di Pietro (2004), se refere ao 
poder de fi scalização e de correção que sobre ela exercem os órgãos dos Poderes 
Judiciário, Legislativo e Executivo. Tal poder de fi scalização e de correção é 
exercido no intuito de assegurar a conformidade da gestão desenvolvida em 
uma organização pública com os princípios político-administrativos que lhe 
são impostos pelo ordenamento jurídico.
O Decreto nº 9.203/2017 define o controle como os
processos estruturados para mitigar os possíveis riscos com vistas ao alcance 
dos objetivos institucionais e para garantir a execução ordenada, ética, eco-
nômica, eficiente e eficaz das atividades da organização, com preservação da 
legalidade e da economicidade no dispêndio de recursos públicos (BRASIL, 
2017, documento on-line).
Em virtude do princípio político-administrativo doutrinário denominado 
“freios e contrapesos”, na República Federativa do Brasil, os poderes políticos 
(Executivo, Judiciário, Legislativo e Ministério Público) exercem o controle 
político-administrativo uns sobre os outros. A ideia é, desse modo, garantir 
tanto o equilíbrio de poder dentro da República como a harmonia administrativa 
entre os poderes (BRASIL, 2014).
Diretrizes da governança pública
De acordo com doutrina consolidada no TCU (BRASIL, 2014) com base em 
boas práticas já empiricamente constatadas pela literatura do campo acadêmico 
da gestão pública, é possível estabelecer diretrizes que, caso sejam efetivamente 
Fundamentos da autogestão: governança no setor público8
seguidas por um sistema de governança pública, aumentam as chances de 
que este seja desenvolvido com sucesso. A seguir, você pode ver as principais 
diretrizes da boa governança pública a serem colocadas em prática pelos 
gestores públicos brasileiros segundo o entendimento institucional do TCU:
  definir claramente as funções de determinada organização pública;
  definir claramente as competências e as responsabilidades dos membros 
das instâncias superiores responsáveis pelo comando de governança;
  criar e utilizar estruturas de aconselhamento a gestores e a cidadãos, 
de maneira a gerar informação de interesse público de boa qualidade;
  garantir a accountability.
O Decreto Federal nº 9.203/2017 também estabelece uma série de diretrizes. Veja:
I – direcionar ações para a busca de resultados para a sociedade, encontrando 
soluções tempestivas e inovadoras para lidar com a limitação de recursos e 
com as mudanças de prioridades;
II – promover a simplificação administrativa, a modernização da gestão pú-
blica e a integração dos serviços públicos, especialmente aqueles prestados 
por meio eletrônico;
III – monitorar o desempenho e avaliar a concepção, a implementação e os 
resultados das políticas e das ações prioritárias para assegurar que as diretrizes 
estratégicas sejam observadas;
IV – articular instituições e coordenar processos para melhorar a integração 
entre os diferentes níveis e esferas do setor público, com vistas a gerar, pre-
servar e entregar valor público;
V – fazer incorporar padrões elevados de conduta pela altaadministração 
para orientar o comportamento dos agentes públicos, em consonância com 
as funções e as atribuições de seus órgãos e de suas entidades;
VI – implementar controles internos fundamentados na gestão de risco, que 
privilegiará ações estratégicas de prevenção antes de processos sancionadores;
VII – avaliar as propostas de criação, expansão ou aperfeiçoamento de políticas 
públicas e de concessão de incentivos fiscais e aferir, sempre que possível, 
seus custos e benefícios;
VIII – manter processo decisório orientado pelas evidências, pela conformi-
dade legal, pela qualidade regulatória, pela desburocratização e pelo apoio à 
participação da sociedade;
IX – editar e revisar atos normativos, pautando-se pelas boas práticas regula-
tórias e pela legitimidade, estabilidade e coerência do ordenamento jurídico 
e realizando consultas públicas sempre que conveniente;
X – definir formalmente as funções, as competências e as responsabilidades 
das estruturas e dos arranjos institucionais; e
XI – promover a comunicação aberta, voluntária e transparente das atividades 
e dos resultados da organização, de maneira a fortalecer o acesso público à 
informação (BRASIL, 2017, documento on-line).
9Fundamentos da autogestão: governança no setor público
Embora a maior parte das diretrizes da política federal de governança 
pública brasileira manifestem, em maior ou menor grau, a preocupação em 
envolver os cidadãos na gestão pública e em atender permanentemente o 
interesse público (GIRARDI; OLIVEIRA, 2019), o inciso VIII do Decreto nº 
9.203/2017 chama a atenção nesse sentido. Ele estabelece explicitamente que a 
gestão pública deve apoiar a participação da sociedade nos processos decisórios.
Esse chamado à sociedade, inscrito num marco legal, confere à sociedade 
nacional brasileira o direito de atuar nos processos decisórios da gestão pública, 
ou seja, nos processos de decisão sobre políticas e serviços públicos. Estabelecem-
-se, assim, as bases de uma sociedade nacional que administra politicamente a si 
mesma ou, em outros termos, uma sociedade nacional politicamente autogerida.
Para acessar informações detalhadas e uma análise em profundidade acerca dos meca-
nismos de fiscalização da gestão pública existentes na administração pública brasileira, 
confira o documento “Controles na Administração Pública”, disponível no link a seguir.
https://qrgo.page.link/NKXQu
Segundo Mothé (2009 apud LOCKS FILHO; VERONESE, 2012), a auto-
gestão é um processo de organização democrática que privilegia a democracia 
direta. De acordo com Locks Filho e Veronese (2012), a proposta autogestionária 
de processo político é aquela que procura descentralizar o poder político até 
o seu nível mais fundamental de definição de interesses públicos, ou seja, até 
as bases da sociedade, até os cidadãos considerados individualmente.
Tal proposta traz, portanto, em seu fundamento, as bases políticas seguras 
para garantir o fortalecimento dos sistemas de governança pública, uma vez 
que, numa democracia, tais sistemas têm como finalidade garantir a efetivi-
dade das políticas públicas e dos serviços públicos de interesse do povo. No 
entanto, uma vez que tais interesses são potencialmente conflitantes entre 
si e que podem ser de difícil conciliação no seio de uma sociedade nacional 
culturalmente plural e diversa, a “[...] sociedade autogestionária” deve ser 
interpretada como constituinte fundamental de um processo da gestão, e não 
como uma finalidade da gestão pública (LOCKS FILHO; VERONESE, 2012, 
documento on-line).
Fundamentos da autogestão: governança no setor público10
Ainda quanto ao tema da autogestão e de suas relações com a participação 
política, a democracia, a cidadania e a governança pública, vale registrar outras 
contribuições sobre o assunto disponíveis na literatura científica nacional. Se-
gundo Gaiger, Ferraini e Veronese (2018), a autogestão tem como característica 
típica a participação democrática, em que o exercício do poder de decisão é 
igual para todos os participantes. Já de acordo com Klechen, Barreto e Paula 
(2011, documento on-line), a autogestão se assenta sobre três pilares: “[...] auto-
nomia e equidade no processo decisório; valores humanistas; disponibilidade 
do conhecimento técnico-administrativo para os membros da organização”. 
Ainda segundo o entendimento desse autores, “[...] no campo da gestão pública 
a autogestão pode contribuir para aprofundar as práticas participativas na medida 
em que apontam para a democracia direta e para o engajamento da sociedade 
civil” (KLECHEN; BARRETO; PAULA, 2011, documento on-line).
Para concluir, ainda em relação às diretrizes possíveis para um sistema de go-
vernança pública, você deve ter em mente que o exercício do poder de decisão de 
modo igual por todos os participantes é uma característica típica da participação 
democrática. Afinal, a efetividade do sistema depende da participação social e 
do exercício tanto da cidadania como da democracia (GAIGER, FERRARINI; 
VERONESE, 2018). Esse contexto, como você pode notar, evidencia o vínculo 
radical existente entre as ideias de democracia e de autogestão.
O relato a seguir, extraído de uma entrevista concedida pelo ministro da CGU, apresenta 
um exemplo de como o princípio de governança pública denominado “integridade” 
é aplicado por um gestor público responsável por controlar licitações do Governo 
Federal. Em acréscimo, o excerto fornece algumas informações de interesse sobre 
como funciona o controle das relações contratuais entre Governo Federal e empresas 
privadas no Brasil. Confira:
A gente tem de fomentar a cultura de integridade. Empresas envolvidas 
em casos de corrupção e que detectam esses casos por meio de seus 
programas prévios de integridade, trazendo os casos para os órgãos 
públicos, devem ter isenção total de sanção. A lei deveria fazer essa 
previsão. É uma recompensa efetiva para a detecção de casos de cor-
rupção. Isso vai fazer com que as empresas implementem programas 
efetivos de integridade. Já a pessoa física não está isenta de sanção 
(MINISTRO..., 2018, documento on-line).
11Fundamentos da autogestão: governança no setor público
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Fundamentos da autogestão: governança no setor público14
Dica do professor
Em conformidade ao que estabelece o Decreto n.º 2.093/2017, a prestação de contas e a 
responsabilidade formam, juntas, um dos seis princípios da governança pública federal brasileira. A 
literatura internacional reconhece, nesse princípio, um importante fator de promoção de 
governança pública, como também de fortalecimento permanente da democracia. 
Derivado da palavra em inglês accountability, o princípio da prestação de contas e responsabilidade 
tem como pressuposto fundamental a crença de que, numa democracia, os governantes devem 
servir ao povo e respeitar seus interesses.
Veja na Dica do Professor a seguir algumas considerações sobre esse princípio no que se refere 
a sua importância política para a sociedade.
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Exercícios
1) A palavra stakeholders (“partes interessadas”, numa tradução livre do inglês para o 
português), é uma palavra bastante empregada na literatura de ciências administrativas. Ela 
é utilizada para designar os indivíduos ou os grupos que têm interesse direto no que se 
refere às decisões, ao funcionamento e ao rumo dado a uma organização, seja esta uma 
organização privada (em que os stakeholders são os seus proprietários ou sócios), seja uma 
organização pública (em que os stakeholders são os cidadãos). No que se refere ao impacto 
dos stakeholders nas diretrizes de um sistema de governança pública, assinale a resposta 
correta.
A) A participação dos cidadãos na gestão pública é imprescindível para que as decisões de 
interesse público possam ser revestidas de legalidade.
B) No que se refere à participação dos cidadãos na gestão pública, o gestor responsável pelo 
sistema de governança de uma organização pública deve privilegiar, na governança, os 
cidadãos que se manifestam expressamente como stakeholders em canais de ouvidoria. 
C) No que se refere aos procedimentos de monitoramento e de avaliação de uma gestão pública, 
os interesses e as expectativas dos stakeholders devem ser sempre levados em consideração 
pelo gestor público.
D) Nos processos de participação política de um sistema de governança, é dever do cidadão 
contribuir com o Poder Público por meio de sugestões para a modernização dos serviços 
públicos.
E) Para participar ativamente dos processos políticos de um sistema de governança pública, os 
cidadãos devem implementar mecanismos de fiscalização do desempenho das organizações 
públicas.
2) Os princípios da governança pública constituem os requisitos necessários para garantir a 
possibilidade de alcance das finalidades típicas de todo sistema de governança pública, que 
são: o constante monitoramento, a avaliação e o aprimoramento de políticas públicas e 
serviços públicos. 
Qual alternativa apresenta um dos princípios do sistema de governança da Administração 
Pública Federal brasileira? 
A) Legalidade.
B) Impessoalidade.C) Eficiência.
D) Capacidade de resposta.
E) Publicidade.
3) Segundo o Decreto Federal n.º 9.203/2017, o chamado controle é um mecanismo de 
governança pública fundamental no sistema de governança da Administração Pública 
Federal brasileira. Quanto à relação entre os Poderes da República no que se refere ao 
controle da gestão pública, assinale a alternativa correta.
A) O chamado controle externo é aquele exercido pelos cidadãos sobre o Poder Executivo de 
municípios, estados, Distrito Federal e União.
B) Compete ao Poder Judiciário a fiscalização do Poder Legislativo e do Ministério Público.
C) Compete ao Poder Legislativo a fiscalização do Poder Judiciário.
D) Compete ao Poder Executivo a fiscalização do Poder Judiciário.
E) Compete ao Poder Executivo a fiscalização do Poder Legislativo.
4) A liderança é considerada um mecanismo na engrenagem do sistema de governança da 
Administração Pública Federal brasileira. Acerca das condições de seu exercício, assinale a 
alternativa correta.
A) A prestação de contas e a transparência são uma condição imprescindível para que um gestor 
público possa liderar iniciativas de governança pública.
B) A estratégia de governança diz respeito à capacidade de planejamento do exercício da 
liderança por parte de um gestor público.
C) A motivação de um líder depende da estratégia de governança empregada por uma 
organização pública.
D) A conquista da chamada “boa governança” depende tanto da estratégia como do controle, 
dentro de um sistema de governança pública.
E) A integridade de organização pública diz respeito às boas práticas de gestão adotadas por ela.
5) A transparência é, na governança pública, condição de confiabilidade nas relações entre 
governos e cidadãos. No que se refere à transparência e ao seu papel dentro do sistema de 
governança da Administração Pública Federal brasileira, assinale a alternativa correta.
A) Transparência é sinônimo de publicidade.
B) A transparência é uma das diretrizes fundamentais do sistema de governança da 
Administração Pública Federal brasileira. 
C) A transparência depende da capacidade de resposta de uma organização pública.
D) A transparência é uma das chamadas condições de liderança, dentro do sistema de 
governança da Administração Pública Federal brasileira.
E) A transparência é o compromisso em disponibilizar dados e informações detalhadas que 
representam fielmente o funcionamento de uma gestão pública.
Na prática
Você sabia que a Administração Pública brasileira tem, historicamente, vários exemplos de decisões 
de interesse público tomadas a partir de processos de gestão pública, que podem ser caracterizados 
como autogestionários?
Confira um resumo acerca de uma interessante experiência de autogestão pública realizada em 
2004 no município de Belo Horizonte/MG, a qual teve origem em demandas sociais ativamente 
apresentadas à prefeitura da referida cidade por seus munícipes.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Decreto n.º 9.203/2017
O Decreto Federal n.º 9.203/2017 estabeleceu a política pública de governança do Governo 
Federal brasileiro. Nele, estão definidos os princípios, as diretrizes e os mecanismos do sistema de 
governança pública federal em nosso país, bem como o Comitê Interministerial de Governança 
(CIG), órgão colegiado incumbido de assessorar o Presidente da República na condução da política 
de governança pública da Administração Pública Federal. Veja aqui o referido Decreto.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Ocupações no Sul de Minas: autogestão, formação política e 
diálogo intergeracional
Em sentido político e, portanto, no âmbito da gestão pública, a chamada autogestão vem sendo 
considerada na literatura científica muito mais como um processo do que como uma meta ou 
finalidade política. A autogestão pública, assim, pode ser entendida como uma maneira de conduzir 
o processo político de tomada de decisão em assuntos de interesse público, na qual os cidadãos 
participam de maneira ativa de tais processos, com seus interesses sendo levados em consideração 
tanto quanto os interesses dos governantes ou dirigentes estatais, contribuindo, assim, para elevar 
a qualidade de um sistema de governança pública. Para mais informações sobre o significado 
político da palavra autogestão, vale a pena conferir a discussão realizada por Groppo et al. (2017).
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Governança pública: construção de capacidades para a 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/D9203.htm
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/8647616/15204
efetividade da ação governamental
Para uma discussão aprofundada acerca do conceito de governança pública e de seus pressupostos, 
a Nota Técnica n.º 24/2018, produzida pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 
apresenta também uma rica contribuição.
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https://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=33944