Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com RELAÇÕES COMUNITÁRIAS, ÉTICA E DIREITOS HUMANOS http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com SUMÁRIO CIDADANIA ................................................................................................................... 4 CIDADANIA DOS ANTIGOS .......................................................................................... 5 Cidadania na Grécia: “... O Coração da Invenção Política” ............................................ 6 Cidadania na Idade Média: A Decadência da Liberdade ................................................ 8 CIDADANIA: UMA IDEIA MODERNA ............................................................................ 8 O (RE) VOLTA DA CIDADANIA: CONTEXTO HISTÓRICO ........................................... 9 OS ASPECTOS ÉTICOS E MORAIS VINCULADOS À CIDADANIA ........................... 12 CIDADANIA: UMA PRÁTICA À DERIVA DO MERCADO?........................................... 15 ALGUNS ASPECTOS DA CIDADANIA NO BRASIL .................................................... 16 CIDADANIA À LUZ DA CONSTITUIÇÃO ..................................................................... 17 A CARA DA CONSTITUIÇÃO ...................................................................................... 18 A CONSTITUIÇÃO....................................................................................................... 19 Soberania Popular e Sufrágio Universal....................................................................... 20 O Plebiscito .................................................................................................................. 21 A Iniciativa Popular ...................................................................................................... 21 Dispositivos Extras ....................................................................................................... 22 DIREITOS HUMANOS E SEU DESENVOLVIMENTO: UM BREVE PANORAMA ....... 36 Conceitos da ética ....................................................................................................... 39 Filosofia do Agir Humano ............................................................................................. 40 Relações sociais .......................................................................................................... 41 Atividade voluntária ...................................................................................................... 41 Ética e sistema econômico........................................................................................... 43 Ética e meio ambiente .................................................................................................. 43 Códigos de ética .......................................................................................................... 45 A ética e suas relações universais com o mundo do trabalho ...................................... 47 Paradigmas da ética .................................................................................................... 47 Deveres profissionais ................................................................................................... 48 Competências éticas .................................................................................................... 50 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 61 http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com CIDADANIA Seja em discussões, eventos, jornais, revistas, sites, projetos, a expressão é onipresente quando o assunto é política, sociedade, educação, ambiente e cultura. Cidadania é um conceito, com denso teor moral, que sem dúvida dá um caráter mais digno e ético a qualquer discurso que a utilize. Todos a almejam e procuram promovê- la. Há muitos séculos, políticos profissionais, filósofos, cientistas sociais e juristas vêm explorando a temática, atribuindo significados, fundamentos e orientações práticas – cada qual no seu tempo histórico e “à sua moda”. Isso decorre do fato de que o conceito de Cidadania é complexo e multidimensional; implicando relações conflituosas entre classe dominante e classe dos dominados, instituições e indivíduos, Direitos e Deveres, interesses sociais e econômicos, etc. O tema Cidadania voltou a ser discutido nos últimos anos do século XX, e agora no XXI, por causa dos acontecimentos bárbaros e desastrosos da Era dos Extremos (guerras, genocídios, torturas), na expressão do historiador Eric Hobsbawm; e também pela incapacidade moral (não material), da Nova (Des) Ordem Mundial de atender às demandas sociais mais urgentes. Assim, os conceitos e práticas da Cidadania, associados aos regimes democráticos ocidentais, vieram a ser prioridades institucionais e deveres por excelência. O que preocupa é quando as discussões sobre Cidadania são difundidas a um público mais amplo, são tratadas, geralmente, de maneira unilateral – se limitando a uma educação cívica (também importante). As discussões devem orientar para além do modelo cívico, para uma formação crítica e criativa do cidadão. Temas correlatos, nos debates contemporâneos, como participação e democracia, também acabam sofrendo o mesmo processo. Este fato minimiza drasticamente todas as potencialidades de transformações socioculturais encontradas na Cidadania, em termos teóricos e práticos. O esvaziamento moral – provocado por influências ideológicas a serem identificadas –, extingue reflexões críticas, ofuscando, aos olhos dos indivíduos e da sociedade civil organizada, o papel http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com político que devem 5 assumir dentro das configurações impostas pela realidade. Hoje se faz mais que necessário para a construção da Cidadania termos consciência, como cidadãos, de nossa condição de sujeito moral e agente ativo dentro dos processos sociais. CIDADANIA DOS ANTIGOS PÓLIS GREGA A palavra cidadania tem origem etimológica do latim civitas, que significa cidade. Cidadania, basicamente, hoje, diz respeito a um estatuto unitário no qual todos os cidadãos têm direitos e deveres iguais reconhecidos e estabelecidos por uma determinada comunidade política. Mas, não para por aí. O conceito Cidadania é orgânico, tem dinâmica própria. Ao longo da história agregou e desagregou valores, determinou e anulou diversos direitos e deveres, serviu-se de arma política e instrumento de transformações sociais, etc. Como lembra Jaime Pinsky, autor do livro “História da Cidadania”: “Cidadania não é uma definição estanque e sim um conceito histórico, o que significa que seu sentido varia no tempo e no espaço.” A Cidadania começou a ser pensada no mundo políticogreco-romano. Os direitos de cidadãos que os Estados concebiam aos indivíduos não tinham garantia legal, dependiam do caráter virtuoso das autoridades. A cidadania não era um estatuto que impunha deveres e limitações ao Estado – na antiguidade não havia limitação ao seu poder. Contudo, a prática cidadã, em termos culturais, foi algo que se destacou, substancialmente, no mundo antigo – onde a forma de exercer o poder se baseava em http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com sistemas de clãs, aldeias, autoridades de legitimação Divina (Faraós), etc. Marilena Chauí (1993) afirma serem os gregos e romanos os primeiros a descentralizarem o exercício do poder e esta mudança foi o que deu fundamentos à política ocidental. Os assuntos político-administrativos passaram a ser discutidos coletivamente e as decisões delegadas aos indivíduos. Tanto na Grécia (principalmente em Atenas) quanto em Roma, a Cidadania estava ligada diretamente à liberdade do indivíduo em participar da política no Estado. A esse tipo de liberdade, dotada de uma rígida obrigação moral, Benjamin Constant, admiradamente, chamava de Liberdade dos Antigos – em oposição à Liberdade dos Modernos. Identificava na Liberdade dos Antigos o caráter participatório, republicano, onde havia influência direta dos cidadãos na política. Aristóteles confirma este ideal de Liberdade participativa em seu livro “A Política”. Para o filósofo o “cidadão é aquele que participa na vida política e pode ser eleito para as magistraturas”. No mesmo livro, sabiamente, destaca que cada regime político exige um tipo de cidadão e a melhor definição para este é partir da “sua participação na administração da justiça e no governo”. Conclui que é obrigação moral do cidadão contribuir para a formação do governo. E foram nestes termos que a cultura política greco-romana nos legou os fundamentos acerca da cidadania. Criando instituições que contribuíram para o seu desenvolvimento, por meio da participação de todos os cidadãos e do exercício ético e moral. Cidadania na Grécia: “... O Coração da Invenção Política” A cidadania da Grécia Antiga estabelecia os direitos dos indivíduos que viviam nas cidades. Os indivíduos/cidadãos eram iguais perante as leis e considerados aptos para colaborar 7 com os rumos da sociedade. Todos os cidadãos participavam diretamente das deliberações políticas do governo da pólis. Desta forma, a cidadania grega se fundamentava nos Direitos Políticos. Nem todos os homens poderiam ser cidadãos, havia restrições que reduzia a um pequeno número o privilégio que, praticamente, era concebido para os proprietários de terras – homens livres para os negócios públicos. Eram excluídos as mulheres, escravos, crianças, velhos, comerciantes, artesãos e estrangeiros. http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com A atuação direta nos negócios públicos da pólis estimulava a participação efetiva no governo. O cidadão grego era um sujeito político ativo. Para alcançar resoluções tinham que persuadir, discutir e defender seus interesses em público. Em consequência das exigências da vida política, a educação deveria instruir as crianças – futuros cidadãos – para serem bons oradores, daí o desenvolvimento da arte da retórica no ocidente. A Ágora era o lugar da vida política, de discussões e embates: o Espaço Público. No local deveria prevalecer a honra, a justiça e o bem. O respeito a todos os valores morais mantinha a integridade ética e coesa, e garantia a realização do modus cidadão. A participação integral e a política eram bens inestimáveis para os gregos. Nesse sentido o indivíduo se completava no grupo, na liberdade e no senso de coletivo – tanto é que a vida íntima e o espaço privado eram extintos. É inegável a contribuição dos gregos para nossa organização política atual. Nas palavras da filósofa Marilena Chauí, os gregos: “... criaram o espaço político ou espaço público – a assembleia grega –, no qual os que possuem direitos iguais de cidadania discutem suas opiniões, defendem seus interesses, deliberam em conjunto e decidem por meio do voto, podendo, também pelo voto, revogar uma decisão tomada. É esse o coração da invenção política. ” Cidadania em Roma Como na Grécia, em Roma o exercício de cidadania estava ligado à capacidade de exercer direitos políticos e civis. A cidadania romana era atribuída somente aos homens livres (nem todos os homens livres eram considerados cidadãos). Os cidadãos tinham o Direito: a ser sujeito de Direito privado (jus civile); ao acesso aos cargos públicos e a magistraturas; à participação das assembleias políticas e a vantagens fiscais. Na sociedade romana as pessoas eram diferenciadas entre livres e escravos. Os cidadãos não eram considerados todos iguais e livres, e se dividiam em categorias de classes. A participação nas atividades político-administrativas era restrita a uma parcela mínima, aos cidadãos ativos; além do que, nem todos podiam ocupar cargos políticos e administrativos. http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com Cidadania na Idade Média: A Decadência da Liberdade Na Idade Média registra-se um “eclipse” na prática de Cidadania. Houve um desfalecimento que se deveu à sua incompatibilidade com o regime socioeconômico cultural feudal. Três aspectos principais impediam seu desenvolvimento: primeiro, a rigidez dos estamentos sociais. A sociedade feudal era fortemente hierárquica, desigual; segundo, pela relação de servidão e obrigações recíprocas; e terceiro, pela influência hegemônica da igreja na sociedade, que agia por motivações religiosas (divinas) e não por razão. As autoridades e as estruturas sociais – em sua maioria – se fundamentavam no Direito Divino de Governar, ou seja, tinham o Direito permitido por Deus. O espaço público, fundamental para o exercício de cidadania, foi extinto. A igualdade não existia como prática e nem por princípio. No século XI o fenômeno das Cruzadas, o aumento da população e a evolução significativa do comércio transformaram as cidades em lugares com maior liberdade e mobilidade social. Daí a volta da palavra cidadão vinculada à cidade. 9 CIDADANIA: UMA IDEIA MODERNA A cidadania foi e é construída, lentamente, por meio de processos de lutas sociais e políticas, que tem como objetivo a ampliação de direitos e leis. A volta da cidadania no cenário 10 político moderno é concomitante ao ressurgimento de reflexões, feita por filósofos, acerca da natureza humana e de seus direitos intrínsecos. Daí muitos estudiosos afirmam que a história da cidadania coincide com a história dos direitos humanos. Até porque as revoluções que encaminharam a instauração institucional-legal da cidadania levavam em suas bandeiras lemas referentes aos direitos considerados inatos do ser humano. Um exemplo, o lema da Revolução Francesa: Liberdade, Fraternidade e Igualdade. Embora, no início, as lutas por leis/direitos tenham servido para interesses restritos da burguesia, foi nos fins do século XIX (com o movimento operário) e no século XX, Pós-Guerras (movimentos de independência, autodeterminação dos povos, etc.) http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com que as lutas ganharam outras dimensões e um forte caráter popular. Deste modo, o conceito de cidadania vem se ampliando e a lutas por direitos – no atual contexto de globalização – não cessam. O entendimento básico da construção do conceito de cidadania, que começa na antiguidade, possibilita compreender muitos aspectos ideológicos e funcionais de nossa cidadania e enxergarmos com clareza os fundamentos de nosso direito atual. A importância que se dá aqui no processo histórico da Cidadania entra em consonância com pensamento de Marx, que acredita que uma das possibilidades para a formação da consciência crítica é partir da compreensão dos processos sociais históricos e agentes envolvidos no fato em questão. Para tanto, será delineado, ainda que brevemente, o processo de construção do conceito de Cidadania moderna. O (RE) VOLTA DA CIDADANIA: CONTEXTO HISTÓRICO Com a decadência do sistema feudal emerge a Idade Moderna, sustentada no desenvolvimento do capitalismo. Neste período, o Renascimento – movimento cultural, científico, filosófico e artístico – estimulou a volta de preocupações sobre o ser humano (como indivíduo) e de formas e modelos políticos e sociais à luz da razão. As noções, práticas e aspectos correlatos à Cidadania – como direitos humanos, democracia participativa, etc. – foram retomados e reformulados, pari passu, com a construção 11 da noção moderna de cidadania. Sobre a sua instauração na sociedade moderna, muitos teóricos afirmam que ocorreu a partir do momento em que as lutas revolucionárias romperam com o modelo de deveres dos súditos e de legitimidade Divina. Três revoluções, neste período, foram fundamentais para a construção da cidadania: Revolução Gloriosa, Revolução Americana e a Revolução Francesa. A Revolução Gloriosa (1640-1688) ocorrida na Inglaterra foi um movimento da classe dominante, a burguesia, que almejava a tomada do poder. A luta resultou na consolidação do Estado liberal e na criação da Declaração de Direitos da Inglaterra (ou bill of right), aprovada em 1689. A Declaração foi a primeira expressão no ocidente de uma proposta de lei que assegurava, entre outras coisas, o direito à liberdade, à propriedade privada e à http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com segurança. A vitória do constitucionalismo inglês desencadeou uma série de lutas liberais por diretos e leis em todo o mundo. A Revolução Americana de 1776 foi a luta pela independência das Treze Colônias na América do Norte, que eram colônias do Reino Unido. A declaração foi feita por meio de um documento oficial e jurídico que garantia os direitos do novo Estado: a Declaração da Independência dos Estados Unidos da América. A Revolução Francesa, inspirada nas revoluções anteriores, em 1789, foi a luta pela derrubada do Antigo Regime e pela implantação de novos preceitos, pautados na liberdade, igualdade e fraternidade. Deste movimento resultou o primeiro e importante documento de proclamação de liberdades e direitos fundamentais do Homem: a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Tendo como base este documento, as Nações Unidas (ONU), em um contexto de perplexidade frente às consequências das Guerras mundiais, redige a Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinada em 1948. Os direitos e declarações instituídos nestas revoluções cabiam à sociedade e não ao Estado. E a partir delas que foi possível a formação do Estado Moderno, ou Estado-Nação, o que garantiu condições políticas necessárias para o desenvolvimento da Cidadania moderna, sob a perspectiva de nacionalidade. Após as Revoluções burguesas dos séculos XVII, XVIII e XIX, os Estado passam a estabelecer a igualdade política e as regras para a aquisição da cidadania. Sob esta ótica, a 12 cidadania (em termos jurídicos) vira uma invenção do Estado, por meio da qual o cidadão fica ligado a ele pela relação de direitos/deveres. Todos estes processos revolucionários tinham fundamentos no pensamento político-filosófico liberal. A ideologia Liberal ou o Liberalismo Clássico defende a realização plena dos direitos individuais e civis – direito à vida, à liberdade, à propriedade – e a ampliação da liberdade do indivíduo por meio da criação de leis e direitos. Para o liberal, a declaração de igualdade de leis e direitos, para todos os cidadãos, deve ser o princípio básico do Estado moderno. O jusnaturalista John Locke foi o principal representante do pensamento Liberal. Suas ideias deram alcance universal às proclamações de direitos, influenciadas no mundo inteiro. Desenvolveu a ideia de Lei Natural ou Direito Natural, que consiste no direito à vida, à liberdade e aos bens necessários para a conservação de ambas. São http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com os Direitos Civis. A Teoria do Direito Natural inspirou concepções modernas de Direitos Humanos. No livro “Dois Tratados sobre o Governo” traçou dois tipos de liberdades: a liberdade econômica, a qual o indivíduo tem o direito de possuir propriedade privada; e a liberdade intelectual: diz respeito à liberdade de consciência. Em uma perspectiva ideológia, percebe-se que a propriedade, na visão liberal, é mais importante do que os direitos de participar no governo, e no processo público de decisão. A questão da cidadania política não foi explorada. Até porque, os Liberais temem a grande participação do povo nos assuntos públicos, pois poderia prejudicar o estabelecimento de propriedades privadas. É nesse contexto que a Cidadania moderna é construída. Os Direitos Civis, baseados no pensamento liberal, se fundamenta assim, no individualismo, na igualdade e na liberdade. Mesmo que os direitos conciliem com os interesses da classe dominante, eles não deixam de servir como instrumentos das camadas populares da sociedade. Como exemplo: as lutas populares do século XIX, na Europa, que passaram a reivindicar maior ampliação dos 13 direitos e participação, até que conquistaram o direito político de sufrágio universal. Nas palavras do sociólogo T. H. Marshall: “Os direitos civis e políticos são instrumentos legais e importantes para a conquista da cidadania social”. Portanto, os Direitos Civis, garantidos anteriormente, propiciaram condições para ampliação das dimensões dos direitos. Isso serve de lição histórica: a capacidade de enxergar as possibilidades em condições reais e viabilizar a ampliação de direito e leis em múltiplas dimensões. Longe de ser uma ideia evolucionista, objeta-se a ideia de sucessão de direitos: em que uma categoria de direitos sucede à outra. Os direitos são concomitantes e cumulativos, e passíveis de reformulações. Esta brevíssima noção dos processos sócio históricos da cidadania na modernidade, que está longe de ser esgotada, fornece apenas elementos básicos para começarmos a pensar e investigar os caminhos, as práticas e desafios da cidadania contemporânea. O processo de reflexão cabe, portanto, ao cidadão/investigador, que deve ir sempre além do material proposto, para complementar, integralmente, as respostas às próprias questões. http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com OS ASPECTOS ÉTICOS E MORAIS VINCULADOS À CIDADANIAAo nascer em uma sociedade humana a pessoa é investida de uma soma inalienável de direitos. Receber estes direitos significa assumir uma herança moral com prerrogativas civis, sociais e políticas. No mínimo, e eticamente, todo indivíduo tem direito a uma vida digna: com direito à comida, a teto, ao trabalho, à educação de qualidade, etc., estabelecido como Direitos Civis. A Cidadania é uma lei da sociedade, que absorve todos os indivíduos num campo de força política que os protegem de qualquer ameaça à sua dignidade. Pelo menos, deveria ser assim, de acordo com os termos normativos e morais. Ao observarmos os discursos contemporâneos, que tanto exaltam os direitos, de Cidadania e de liberdades, e contrastarmos com a realidade, veremos a diferença entre o fato concreto e a retórica. A consagração e valoração da Cidadania vêm do respeito real ao elenco, mesmo que ora abstrato, de direitos instituídos na Constituição Federal (1988) e na Declaração Universal dos Direitos dos Homens (1948). A Cidadania deve ser incorporada em nossa cultura cívica, o que não é ainda. Se tomarmos os gregos antigos como fonte de inspiração, que garantiam à próxima geração, através da educação, recursos culturais para exercerem o ofício político, poderíamos assim começar a pensar também na educação. O filósofo norte-americano John Dewey afirmava que um bom governo não depende dos votos da maioria, mas sim da capacidade de pensar e do espírito crítico da maioria. J. S. Mill, Rousseau e Cole, teóricos clássicos da política, propõem o investimento na educação para diminuir o quadro de apatia quanto à participação política, pois ela compromete o futuro da democracia (Norberto Bobbio). Afinal, é a participação que consolida a liberdade do indivíduo e seu status de Cidadão em uma democracia, desde a antiguidade. Quanto à liberdade, se voltarmos a pensar na Liberdade dos Antigos – aquela elogiada por Benjamin Constant – devemos compreender, acima de tudo, que é uma liberdade conquistada e difícil de ser mantida. Uma missão humana. Ainda mais quando não existe uma moral e ética predominante nas esferas públicas, para que faça prevalecer o respeito aos indivíduos. http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com Se a Moral e a Ética, pautada nas Virtudes e no Bom Caráter, foram a base da liberdade dos antigos; e durante a Idade Média, foram pautadas na religião; e hoje, em que elas se pautam? Na Ética do mercado? Não bastam para a Cidadania as intenções e esperanças. Nosso cotidiano é rígido e cruel quanto ao exercício de certas liberdades/direitos que não condizem ao mercado ou à ideologia dominante. Logo, a prática da Cidadania fragiliza-se nos limites sociais, jurídicos e políticos impostos sutilmente. Uma análise mais minuciosa levaria qualquer cientista social a constatar que, pelo menos no Brasil, a Cidadania é um quase um mito. Transmutação. Talvez seja esta a palavra para evocarmos a passagem dos Direitos/Liberdades teóricos para os Direitos/Liberdades positivos, com condições de viabilização concreta e real. A transmutação depende da organização da sociedade civil e da conscientização do cidadão portador de direito e deveres. Por isso, as condições sociais em nossa sociedade e/ou comunidade não são imutáveis – podem avançar, assim como também regredir. O mito tem que concretizar-se. Mas este processo e a garantia do exercício da Cidadania, infelizmente não vêm de uma ética coletiva (como dos antigos). Para ser mantida e efetivada deve-se se corporificar no Direito, na Lei, assegurando-se por meio de dispositivos institucionais sólidos, em que haja agentes realmente interessados e ativos. Assim, a abstração do conceito Cidadania se diluirá na fruição das prerrogativas pactuadas. Isso depende da força orgânica de lutas populares, da organização institucional de cidadãos autônomos e da conscientização das minorias marginalizadas dos principais processos sociopolíticos e econômicos. O filósofo francês Etienne de La Boétie, no século XVI, acreditava que existia um desejo implícito das populações em servir e privar sua própria liberdade. Em seu livro “O Discurso da Servidão Voluntária”, questionou sobre a liberdade da seguinte forma (e cabe nos perguntarmos também): “... que diabo de vício faz com que os homens aceitem passivamente a condição de servidão e de precariedade humana, quando há possibilidades reais de reverter a situação?” Tal questão continua atual, provocando debates entre cientistas políticos, que tentam compreender/interpretar os múltiplos fatores que permitem este alto grau de passividade e de conformidade da sociedade perante declínios http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com substanciais/reais da realização de direitos/deveres da cidadania. Muitos alegam as condições de existência precária, de alienação, de individualismo, etc., mas não respondem La Boétie. E se o destino dos homens é a liberdade? Como salienta o filósofo Sartre (1975): “Nascemos condenados a ser livres”. Alguns poderiam argumentar que não é verdade que presenciamos um novo momento histórico da alta modernidade: momento de autorreflexão (Giddens), de autoconsciência de cidadania. Afinal, temos gozado de uma liberdade incomum nos últimos anos. Desde a década de 1960, principalmente na Europa (vide maio de 1968), e no Brasil desde a reabertura democrática, há uma explosão de reivindicações e movimentos populares em prol da ampliação de direitos sociopolíticos. O número de ONGs e de espaços públicos construídos pela sociedade civil deu um salto qualitativo na década de 1990. Centenas de projetos de lei foram aprovadas a favor do cidadão, sem contar o apoio que vem sendo dado à construção da cidadania, ambiciosamente, “global”, por inúmeros projetos estatais e internacionais. Os exemplos poderiam se estender. Mas analisemos de outra ótica. Concomitantemente, com estes exemplos – de caráter quantitativo – temos que observar que a qualidade de vida do ser humano não melhorou proporcionalmente a estes processos. Sugere o economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998, que para compreendermos os processos de desenvolvimento humanos em sua multidimensão (sociais, políticos e culturais) temos que obter dados qualitativos. Seguindo este raciocínio, Sen e o economista paquistanês Mahbub ul Haq criaram o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano. Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Brasil encontra-se na 70ª colocação mundial, posições que já mantinha no ano anterior. Constrastando este dados com o progressivo surgimento – nestes anos – de inúmeras ONGs, mobilizações sociopolíticas de indivíduos autônomos e dos projetos governamentais – constatamos que o processo da Cidadania (como um todo), mesmo com grandes avanços (?) ainda está tímido e senão inexpressivo, pelo menos em âmbito nacional. O Brasil continua a ser internacionalmente conhecido por ser uma das sociedades mais desiguais do planeta, onde a diferença na qualidade de vida de ricos e pobres é abssal. http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com Os dados acima também dependem fundamentalmente dos governantes e nem sempre coincidem com os cidadãos. Ao contrário, desrespeitamos indivíduos relegando seus direitos e impondo-lhes obstáculos ao acesso à informação e à participação. Existem cidadãos nestas condições? Todos estes fatores acima movimentam dialeticamente o processo de luta pela Cidadania/Liberdade. Processos que carregam a desigualdade intrínseca do sistema capitalista e o princípio de igualdade implícito no conceito de Cidadania, elementos, como identifica T. H. Marshall, em eterna tensão. CIDADANIA: UMA PRÁTICA À DERIVA DO MERCADO? A liberdade dos indivíduos é realizada no momento em que sua cidadania plena – dos direitos e deveres – flui dentro das estruturas organizacionais da vida social. A organização máxima da sociedade está formalizada em um conjunto de modelos, estruturas e instâncias políticas determinadas pela, e primeiramente, Constituição Federal, e depois, pelas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas. Mas na atual conjuntura político-econômica, condicionada por interesses privados e de mercado, muitas esferas públicas estão perdendo autonomia e terceiros passaram a regular a vida social. Logo, a relação Cidadão e Estado deve ficar clara. O cidadão já não sabe diferenciar o que é público e o privado, o que tem direito e o que não tem. Quem mais sofre com isso são, sem dúvida, as camadas com menor poder aquisitivo, pois quando vítimas de violações de Direitos humanos não sabem, e muitas vezes não têm a quem recorrer. Assim, cada vez mais as leis, os mecanismos de participação, os decretos, perdem força de vigência. O desconhecimento dos mecanismos e estruturas político- legais que estão a dispor (e a favor) do cidadão colabora definitivamente com o fato. E os abusos que ferem sua integridade são naturalizados, sem resistência cívica, e incorporados na cultura política brasileira. Antropólogos já diziam de há muito tempo que cultura e política são intimamente ligadas em uma rede complexa de relações sociais. Nesse sentido, as diversas faces e dimensões das relações sociais exigem mudanças multilaterais urgentes, em instâncias que abrangem todas as ações sociais, e estas http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com estão nas esferas públicas e políticas. Portanto, modelos (estruturais e funcionais) políticos precisam ser alterados, paralelamente, com os modelos cívicos (cidadania). A própria trajetória histórica da construção da cidadania nos aponta categoricamente que: as mudanças políticas devem caminhar junto com mudanças cívicas, ou seja, mudanças no comportamento do cidadão. Afinal, no que consistiam as lutas nas Revoluções – Gloriosa (Inglaterra), Americana, e Francesa? Qual era o cerne das mudanças? Lembremos que as lutas iam à direção de elaboração de um novo modelo cívico – como vimos – firmados na lei e na organização da relação Cidadão/Estado. No caso brasileiro precisamos identificar (no próprio cotidiano) e diluir o alto grau de subordinação das esferas políticas e sociais às esferas econômicas. As perspectivas devem ser orientadas em favor de uma sociedade que vá além do mercado. Enfim, tirando por base que a maioria das mudanças anunciadas oficialmente é de ordem econômica e que o modelo de desenvolvimento do país se pauta predominantemente na globalização econômica. Questionemos: a cidadania não está também se tornando mais mercadológica e padronizada? ALGUNS ASPECTOS DA CIDADANIA NO BRASIL 19 No Brasil, como em muitos países de Terceiro Mundo, um conjunto avassalador de processos – suscitados pela globalização, pelas transformações dos regimes políticos – se cruzou e entrecruzou em tempos e espaços. A consolidação da Nova Ordem Mundial, a expansão do consumo em massa, a precarização da educação, a ausência e utopias/ideais, a reificação do indivíduo perante aos processos dos modos de produção, o “espetáculo” do mundo das mercadorias, a formação humanística deficiente, a crença cega nos meios de comunicação dominantes, o declínio moral e ético, o conservadorismo liberal, a realização do ser objetivada pelo mercado, etc. ilustra o quadro esquizofrênico que condicionou a redução da Cidadania para o consumo e a apatia política na sociedade brasileira. A noção de Cidadania, associada ao consumo, no campo subjetivo do indivíduo brasileiro, se tornou assim um dos temas prediletos, por sua relevância e problemática – de diversos pesquisadores das Ciências Humanas (psicólogos, antropólogos, http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com sociólogos, historiadores e etc.) no Brasil. Alguns autores chegaram à conclusão que a maior parte do exercício de cidadania brasileira coincide com o direito de consumir. O consumidor não é o cidadão. Há pouco estímulo e orientação, para o povo brasileiro, de se explorar e exercer as outras dimensões da Cidadania, outros Direitos. Os Direitos do Consumidor é um entre os múltiplos direitos do cidadão. Cada direito se articula com os outros, dando significância a um conjunto político. Daí os indivíduos se limitam a parcialidades, exercendo seus direitos e práticas de cidadania somente em um sentido, desprezando outras questões de ordem política. O consumo também é uma possibilidade de exercício de cidadania, mas não o único, e nem a de maior peso político-social. Os indivíduos lutam nas esferas públicas como contribuinte, consumidor, reivindicador de benefícios individuais ou corporativos e não como o cidadão do bem comum. Neste quadro, o cidadão não consagra os valores (morais e éticos) a serem efetivados na vida política e vilipendia sua responsabilidade social em troca das coisas/produtos. É a troca do ser pelo ter, uma das teses presente no livro “Ter ou Ser”, do autor Erich Fromm. No livro ele trabalha com a ideia de que a orientação mercantil é a predominante na sociedade moderna e é o que gera a opção pelo ter ao invés do ser (Fromm, 1987). Este é um dos grandes males do nosso tempo e um ponto a ser revisitado pelos formadores de opiniões, educadores e líderes políticos. 20 CIDADANIA À LUZ DA CONSTITUIÇÃO Quantos indivíduos/cidadãos já leram ou – pelo menos – já consultaram a Constituição Federal? No que se fundamenta a Constituição? Afinal, o que é mesmo Constituição? A maioria das pessoas na sociedade brasileira talvez respondesse não – para a primeira pergunta – e não sei para as últimas. O desconhecimento sobre o conteúdo da Constituição (que institui: direitos e deveres) reflete a distância entre o indivíduo e a sua cidadania. A Constituição – ou Carta Magna – é a lei suprema que oferece as diretrizes sócio- político-econômicas: para a organização política do Estado, no território, e para o bom funcionamento da sociedade. A Constituição elenca os Direitos e Deveres dos indivíduos e do Estado. Assim, todo cidadão, por questão de legitimidade, deveria lê-la. http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com A Carta Magna pode ser outorgada ou promulgada. Quando é elaborada e votada sem a presença de representantes eleitos pelo povo, é dita que ela é imposta pelo poder político, outorgada, essa é uma das características de regimes políticos ditatoriais. Ao contrário, quando a Constituição é redigida e votada por representantes eleitos democraticamente, ela é promulgada. Nas democracias, mesmo que as constituições sejam votadas por representantes eleitos, não quer dizerque seus conteúdos expressem os interesses reais do povo. Existem desvios normativos, que concebem privilégios a determinadas classes sociais, que somente pelo ato do voto o povo não consegue corrigir. A CARA DA CONSTITUIÇÃO Após algumas considerações ao sentido prático da Cidadania, vamos aos estruturais. A atual Constituição da República Federativa do Brasil foi promulgada no dia 5 de outubro de 1988. Desde a independência política, esta é a sétima. O contexto histórico de redemocratização do país, a partir de 1985, após anos de predominância de regime político militar – favoreceu para que a Constituição absorvesse valores democráticos e éticos. Instituiu maiores direitos ao 21 indivíduo, que poderia exercer a cidadania por meio da participação (representativa) da dinâmica político-administrativa do Estado Federativo. Nesse sentido, pela primeira vez se enumera os diretos e garantias fundamentais do cidadão: 1. Direitos e deveres individuais e coletivos 2. Direitos nacionais 3. Nacionalidade 4. Direitos políticos 5. Partidos políticos Então, para termos uma ideia geral dos princípios e diretrizes que legitimam nossa cidadania, como brasileiros, observemos os principais pontos da Carta Magna e os mecanismos políticos e burocráticos que permitem a atuação dos cidadãos nos processos políticos. http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com A CONSTITUIÇÃO A Constituição está dividida no Preâmbulo, que introduz o texto da constituição, e em 10 títulos temáticos: Título I: Dos Princípios Fundamentais: afirma ser um Estado Democrático de Direito e anuncia seu fundamento na: soberania; cidadania; dignidade da pessoa humana; valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; e no pluralismo político. (Art. 1º). O Título I fornece parâmetros básicos para o Cidadão brasileiro. No parágrafo único do art. 1º é instituído como Direito e Dever a Democracia Participativa: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.” E, no art. 3º discorre sobre o dever do Estado, pelo qual o Cidadão tem como responsabilidade cobrar e colaborar: “Art. 3º - Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.” Título II: Dos Direitos e Garantias Individuais: é legitimada a igualdade de todos os indivíduos (sem distinção) perante a lei e ainda adverte que homens e mulheres são iguais em direito e obrigações (Art. 5º inciso I). É nesse Título que é assegurado os direitos à vida, à igualdade, à liberdade, à segurança e à propriedade. Direitos estes inalienáveis aos brasileiros e aos estrangeiros que residem em território brasileiro. Muitos dos direitos pautados nesta sessão não constavam nas Constituições anteriores, o que revela um avanço histórico na Cidadania brasileira. Título III: Da Organização do Estado: é definida a organização político- administrativa do Estado em União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Atribui as respectivas funções a cada ente da federação e versa sobre a dinâmica dos servidores públicos e administração pública. Título IV: Da organização dos Poderes: Organiza os Poderes em: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário. São definidas suas funções e processos legislativos. http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com Título V: Da Defesa do Estado e das Instituições: é instituído o Estado de Sítio, Estado de Defesa, a atuação das Forças Armadas e das Polícias. Título VI: Da Tributação e Orçamento: são impostos limites ao Estado quanto ao sistema tributário. Discorre sobre normas para o orçamento público e repartições das receitas. Título VII: Da Ordem Econômica e Financeira: aqui são postas normas de regulação da atividade econômica. E é dividida a política econômica em: urbana, agrícola e fundiária. E sobre a ordem econômica como um todo pauta: “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social...” (Art. 170). Partindo deste princípio, podemos concluir que a maior parte da atividade econômica (principalmente a rural) está atuando de forma inconstitucional? Título VIII: Da Ordem Social: da disposição geral (cap. I) temos: “A ordem social tem como base 23 o primado do trabalho e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.” (Art. 193). Aqui é tratado de temáticas delicadas e que merecem a atenção do Cidadão consciente, como Educação, Cultura, Desporto Previdência Social, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente, Família, Criança, Adolescente, Idoso, Assistência Social, Comunicação Social e Minorias Étnicas (Índios). Título IX: Disposições Gerais: diversos artigos de diferentes temáticas que não foram incluídos nos Títulos acima por serrem específicos. Título X: Ato das Disposições Constitucionais Transitórias: realiza a transição entre uma Constituição e outra, incluindo dispositivos temporais. OS MECANISMOS POLÍTICOS - BUROCRÁTICOS Soberania Popular e Sufrágio Universal “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou, diretamente, nos termos desta Constituição. (Art. 1º). A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e nos termos da lei, mediante: I - plebiscito II - referendo http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com III - iniciativa popular. (Art. 14.)” A soberania popular, anunciada no primeiro parágrafo da Constituição como o “poder que emana do povo”, é garantida pelo Sufrágio Universal, direito de voto direto e secreto, com valor igual a todos os indivíduos acima de 16 anos no Brasil. Conforme o Art. 14, a soberania popular também se exerce: pelo plebiscito; pelo referendo e pela iniciativa popular. Vamos ao que é um a um. 24 O Plebiscito Plebiscito é uma palavra de origem etimológica do latim do plebiscitu, que significa decreto da plebe. Na Roma antiga se referia a votos e decretos deliberados em comícios do povo plebeu. Atualmente também é associado ao pronunciamento do povo (cidadão). Antes de criar uma norma (pelo parlamento) é convocado o plebiscito para que os cidadão opinem de sua conveniência ou inconveniência. Um importante plebiscito foi convocado no Brasil em 1993. Os cidadãos tinham que decidir sobre a forma de governo e sistema político. O Brasil deveria se estabelecer: Monarquia, Parlamentarismo ou República. A vitória foi da República presidencialista. O Referendo O Referendo, muitas vezes confundido com o Plebiscito, é uma consulta aos cidadãos a respeito de uma norma, lei ou reforma constitucional, posterior à sua elaboração. A Iniciativa Popular A iniciativa popular é o mecanismo que permite aos eleitores apresentarem um projeto de lei ao Poder Legislativo. Para fazer a proposta do projeto de lei é preciso da assinatura de 1% dos eleitoresde todo país, distribuídos no mínimo em cinco Estados Brasileiros e em cada Estado deve ser assinado por não menos de 3/10% do eleitorado e depois deve ser apresentado à Câmara dos Deputados. http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com Trata-se de um forte instrumento de cidadania, pois além de transformar, pode criar novas leis e direitos. Este é um mecanismo consagrado para atender interesses específicos de municípios, cidades e bairros. Dispositivos Extras Além da Constituição, existem dois dispositivos políticos que possibilitam um quadro de transformação substancial nas leis e ações políticas, que devem ser de conhecimento do Cidadão: a Emenda Constitucional e os Remédios Constitucionais. 25 EMENDA CONSTITUCIONAL A Emenda Constitucional, prevista no Art. 60, tem como escopo a alteração de pautas específicas (parágrafo, tópico ou tema) na Constituição Federal, permitindo mudanças sem grandes transtornos sociais. A aprovação de uma emenda depende da deliberação da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Dos limites da Emenda: “4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - A forma federativa de Estado; II - O voto direto, secreto, universal e periódico; III - A separação dos Poderes; IV - Os direitos e garantias individuais. ” (Art. 60) Remédios Constitucionais Os Remédios Constitucionais previstos no Art. 5º são, basicamente, medidas jurídicas para tornar efetivas as ações e direitos postos na Constituição Federal. São eles: - Habeas Data (Art. 5º LXXII): proteger a esfera privada dos indivíduos contra: usos abusivos de registros de dados pessoais coletados por meios fraudulentos; - Ação popular (Art. 5º LXXIII): procura anular as ações danosas ao patrimônio público e pune os responsáveis. http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com - Habeas Corpus (Art. 5º LXVIII): assegura o direito de ir e vir, constrangido por abuso de poder e ilegalidade. - Mandado de Segurança (Art. 5º LXIX): protege o indivíduo que não é amparado pelo habeas corpus ou habeas data. - Segurança Coletivo (Art. 5º LXX): protege organismos cooporativos, sindicais, entidades de classe e associação legalmente constituídas, o que ocorre é a defesa dos interesses do coletivo específico. - Mandato de Injunção (Art. 5º LXXI) – viabilizar o bom exercício de direitos previstos na Constituição. CONSIDERAÇÃO Portanto, esta é “Cara” da nossa Constituição. E, (re) visá-la acaba sendo um exercício necessário. Um ato que nos dá a oportunidade de parar e refletirmos: o quanto de desafios sociais e políticos temos para superar – como cidadãos brasileiros – e também o quanto de dispositivos legais possuímos para nos auxiliar nesse processo. Afinal, a cidadania é constitucional e seus preceitos possibilitam uma ampla margem de atuação, embora a realidade construa obstáculos concretos e sólidos. De qualquer forma, note-se que as aspirações e inspirações humanistas da Constituição brasileira apontam para a construção de uma tradição de cultura cívica fundada na defesa dos direitos humanos e na participação política. PRATICANDO A CIDADANIA NO BRASIL Os processos de transformações sociopolíticas estão apoiados na dinâmica funcional entre os órgãos oficiais de governo e os cidadãos. A prática da Cidadania deve- se partir do pressuposto de que, mesmo com as dificuldades impostas pelo atual modelo político-econômico, ela é possível e efetiva. O cidadão tem que procurar, claramente, as possibilidades reais para transformação social nas diversas esferas e níveis territoriais. Isto exige um cidadão antenado com o mundo, informado, instruído e interessado. Por meio de uma perspectiva territorial, e tendo como pano de fundo a estrutura política do Estado e a Constituição Federal, serão apontados os elementos básicos, estruturais e práticos para o exercício da: 27 http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com - Cidadania Nacional - Cidadania Estadual - Cidadania Municipal e de bairro - Cidadania no Trabalho - Cidadania na Escola CIDADANIA NACIONAL A principal forma de exercer a Cidadania Nacional é por meio do Sufrágio Universal. Mas para um cidadão ativo só isso não basta. O conhecimento da estrutura básica da Federação é fundamental para entender os processos políticos administrativos e as relações internas e internacionais do país. Diariamente é noticiado em telejornais, jornais, revistas, rádios medidas e assuntos do governo que só podem ser compreendidos criticamente por quem no mínimo tem a noção da dinâmica dos órgãos e leis da federação. Sem isso, o indivíduo não tem parâmetros para lidar com os processos sociopolíticos que ele mesmo está envolvido. Das Estruturas Políticas A República Federativa do Brasil é formada pela União dos Estados. Em âmbito nacional, o Poder Executivo é delegado: ao órgão da Presidência da República, onde o Presidente é eleito pelo povo; e aos 23 Ministérios, oito secretarias e seis órgãos com status de Ministérios. Cidadania nos Estados Cada Estado, constitucionalmente, é dotado de autonomia política e administrativa. A estrutura interna do Estado tem aspectos semelhantes à da União. Além da Constituição Federal, existe uma Constituição própria – votada dentro do próprio Estado. Os Poderes são divididos em três órgãos coesos e independentes: Poder Executivo: composto pelo Governador, eleito pelos cidadãos, Vice- Governador, secretários auxiliares do Estado, que ocupam as Secretarias (Secretaria da Educação, Secretária da Saúde, etc.), e por órgãos de administração indireta. Poder Legislativo: é regido pela Assembleia Legislativa, que é composta por Deputados Estaduais eleitos pelo povo. O voto ao Deputado é dirigido também ao http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com Partido que pertence. Assim, as cadeiras de Deputados na Assembleia são destituídas segundo os votos que cada partido obtém. Poder Judiciário: O órgão máximo deste Poder é o Tribunal de Justiça composto, principalmente, pelos Juízes de Direito. O Juiz de Direito atua em comarcas, que é um território dividido para o exercício mais direto da justiça, podendo abranger mais de um Município. Às vezes as comarcas têm mais de um Juiz – são as comarcas maiores, onde a função jurisdicional é desdobrada em varas especializadas: Vara Civil, Vara Criminal, Vara de Familiar, etc. Tribunal de Contas: sua principal missão é julgar as contas dos administradores, zelar pela correta destinação do patrimônio e recursos públicos; e auxiliar o Poder Legislativo na fiscalização de contas do Poder Executivo. Entretanto, o Tribunal tem funções mais amplas, teoricamente é um órgão de maior importância, deveria evitar os atos de corrupção, pois lhe cabe vigiar a boa aplicação e o uso correto do dinheiro, por quem quer que tenha a seu cargo e a tarefa de lidar com contas e interesses do tesouro público. Os critérios de atuação dentro do Tribunal muitas vezes são problemáticos, por estarem submetidos à conveniência política e pessoal de responsáveise conselheiros. Ministério Público: Guardião da Democracia. Seu objetivo é a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses pessoais e individuais indisponíveis perante o Supremo Tribunal Federal. A constituição lhe destina poderes de intervir em qualquer esfera para a defesa da moralização pública. Este órgão é fundamental para o avanço de direitos e leis de cidadania e justiça. É importante advertir que os cidadãos não estão devidamente advertidos do relevante papel e dever do Ministério Público, pois este deve ser conhecido e procurado pelos cidadãos com mais constância. Nestes Poderes o cidadão tem o dever de acompanhar, cobrar e fiscalizar. Não esqueça: é na cobrança, no entendimento e na participação que o cidadão se realiza. CIDADANIA NOS MUNICÍPIOS E BAIRROS Os teóricos clássicos da Democracia Participativa (Rousseau, Stuart Mill e Cole) e até Ecólogos Políticos, como Murray Bookchin (autor do livro “Municipalismo Libertário”), já anunciavam a importância da vida política local. Argumentavam que a experiência direta e participativa ocorre efetivamente em níveis mais locais – como, por exemplo: no município, no bairro, no trabalho e na escola. http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com É fato que poucos conhecem a atividade política local, decisiva para as resoluções de problemas socioambientais específicos, até porque o acesso aos prefeitos e vereadores é bem maior do que com Deputados Estaduais ou Federais. Facilita também em pressões e fiscalizações dos titulares oficiais em sua função no município. Os Municípios também possuem autonomia política e administrativa. Como os Estados são regidos por Constituições internas, cada Município vota a suas leis, determinando as Leis Orgânicas Municipais. Todo projeto social ou cultural que é realizado em um município devem ser pautados também nas leis orgânicas. O Poder Executivo dos municípios é exercido pelo Prefeito (eleito pelo povo) e Vice-Prefeito, que, por sua vez, escolhe seus auxiliares diretos (secretários municipais) e também dirigentes dos órgãos descentralizados de administradores. O Poder Legislativo é função das Câmaras Municipais, compostas de vereadores (eleito pela população local). O Poder Judiciário que atua no Município é o Estadual (por meio do sistema de comarcas). Pensando em nível territorial menor, o bairro é por excelência um dos lugares mais propícios para começar a vida política, ele faz a mediação necessária para possibilitar a participação popular nas discussões dos temas de interesse municipal. CIDADANIA NO TRABALHO A cidadania no trabalho é hoje um desafio. As formas e padrões com que os trabalhadores vêm sendo organizados e orientados não estão em consonância com os processos político-sociais reais. A fraqueza dos sindicados perante as flexibilizações de leis 30 trabalhistas, ditadas pelo mercado, e a falta de clareza de políticas do trabalho, têm colaborado para a queda brutal de interesse do trabalhador em participar ativamente das lutas. Juristas-ativistas vêm trabalhando por reformas nos instrumentos de proteção ao trabalhador para que possa ser viabilizada a cidadania em um ambiente globalizado. Alegam que as autoridades e órgãos de proteção ao trabalhador devem reconhecer que os padrões de inclusão e participação mudaram significativamente e que mecanismos políticos ultrapassados ainda oferecidos aos cidadãos pelos órgãos oficiais e até sindicatos não estão atendendo as necessidades dos trabalhadores. http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com O avanço da cidadania no trabalho está associado a ações de vários setores político-administrativos. Mas depende também de propostas renovadoras e criativas, que partam de níveis locais. Alternativas que colaborem para as melhores condições de trabalho e para formação humana do trabalhador são urgentes. E é nesse sentido que o indivíduo pode agir, tanto procurando ficar informado de eventos, de processos legais, de notícias que implicam na alteração de suas condições no trabalho; quanto catalisando e reunindo, (reforço em nível local) forças e recursos humanos, por meio do contato e colaboração de ONGs, órgãos governamentais e sindicatos. CIDADANIA E EDUCAÇÃO “A educação é direito de todos. É dever do Estado e da família.” (Art. 205) A Constituição reforça a ideia nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs): “educação para a cidadania”. É dever explícito do Estado para com os Cidadãos. Mas, a simples universalização do acesso de todos à escola não garante o compromisso e não podemos nos iludir com isso. A cidadania na escola implica em lutar e colaborar para a melhoria na formação humana (no sentido moral) e para o acesso real à informação e à herança social. Uma das principais causas de apatia política generalizada na sociedade e do repúdio quando o assunto é “política” está na (de) formação educacional brasileira. Se a democracia está em crise é porque a educação também está. Todo desenvolvimento social e político do país depende, intrinsecamente, do desenvolvimento da educação. A educação em si tem alto grau de valor social. Anísio Teixeira, grande intelectual brasileiro, observou na primeira metade do século XX que nossa educação se orientava para uma educação paternalista e de formação de sujeitos passivos, sem senso crítico. O diagnóstico continua atual. Eventualmente, as estatísticas apontam para o melhoramento da educação e a elevação de uma suposta satisfação quanto ao ensino. Baseadas em termos quantitativos, assim como a maior parte das avaliações educacionais (e devemos ficar atentos a isso), elas, pelo que poderia parecer, não dizem quase nada, sobre o caráter de avanços na formação de cidadãos. http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com Para reforçarmos nossa democracia, concordando com as teses de Stuart Mill, as gerações que estão se (de) formando no atual sistema de ensino devem passar da condição de cidadão passivo (um súdito) para a de cidadãos ativos e participativos. Isto implica, fundamentalmente, em dois tipos de formação: - A formação de uma moral ética e democrática; - E a formação de cidadãos críticos, preparados para o julgamento político. A simples clareza cívica (que consiste no ensino da organização do Estado e dos deveres do cidadão) é insuficiente, o que mais importa é a consciência do educando como agente dos processos sociopolítico que está inserido. Isso vale como instrução para a prática da cidadania em todas suas dimensões (Cidadania Nacional, Cidadania no Trabalho, Cidadania Ambiental, etc.). Portanto, é dever do cidadão procurar participar da vida política da escola e/ou cobrar que condições dignas do ensino e educação prevaleçam. Devemos lembrar que a educação abrange todos os níveis políticos, institucionais e sociais. A família, a igreja, as associações, etc. 32 CIDADANIA E MEIO AMBIENTE Estamos vivenciando um contexto histórico marcado pelas degradações ambientais. A luta em prol ao meio ambiente infere na construção de outra dimensão da Cidadania. O conceito de Cidadania Ambiental é recente, advém de reflexões sobre a relação homem-natureza, da necessidade de mudanças paradigmáticas do desenvolvimento econômico e de alterações substanciais emnossas práticas sociais pautadas no consumismo. O conceito ganhou força a partir da década de 1960, com o surgimento de movimentos ambientalistas e ecologistas. As lutas de minorias étnicas – “os povos da floresta” – ligadas aos recursos naturais, acabaram por coincidir com as lutas ambientalistas, daí completando o conceito para: Cidadania Socioambiental. A Cidadania Socioambiental foge da ideologia preservacionista, que defende que o homem não tem direito de fazer alterações na natureza. Este tipo de conduta leva ao que o sociólogo Antônio Carlos Diegues denominou de “Mito da Natureza Intocada”. O preservacionismo – ainda presente em muitos http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com movimentos ambientalistas – deu consequência à expulsão de populações tradicionais e/ou povos da floresta de seus territórios pelas construções de Parques Nacionais de preservação ambiental. O complemento “sócio” busca uma perspectiva mais holística, pressupondo a relação homemnatureza, ou melhor, sociedade e natureza. E a cidadania está em dar um caráter sustentável e agregar valores morais a essa relação, o que implica em transformações sociais de duas dimensões: - Dimensão Objetiva – no plano de implantações de políticas socioambientais e de um plano efetivo de educação socioambiental. - Dimensão Subjetiva – que diz respeito a mudanças no plano cultural: consumismo, antropocentrismo, desperdício e individualismo. Nesse sentido, cabe ao cidadão tomar atitudes éticas; saber o que consome e o que compra; procurar conhecer as ações e projetos socioambientais de seus representantes políticos; mobilizar e assumir um papel mais propositivo na luta participativa por implementações de práticas de políticas socioambientais, etc. Sendo assim, a problemática das questões ambientais diz respeito não só às questões de Cidadania, mas também a de Direitos Humanos. Se a construção da Cidadania socioambiental não for projeto imediato, o futuro e dignidade das próximas gerações estão comprometidos. Para isso, demanda a emergência de novos saberes e práticas políticas, capazes de apreender as complexidades da realidade social e ambiental. DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA “Não se insistirá nunca o bastante sobre o fato de que a ascensão dos direitos é fruto de lutas, que os direitos são conquistados, às vezes, com barricadas, em um processo histórico cheio de vicissitudes, por meio do qual as necessidades e as aspirações se articulam em reivindicações e em estandartes de luta antes de serem reconhecidos como direitos.” (Ignacy Sachs, 1998) Direitos Humanos, assim como a Cidadania, é um dos temas mais debatidos atualmente. Ambos se entrecruzaram no decorrer da história ocidental, em movimento de encontro e desencontro de debates, associações, esclarecimentos, por diversas correntes de pensamento político - jurídico - filosófico, ganhando sentidos, significâncias http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com e considerações variadas. Hoje, a questão dos Direitos Humanos (associada à Cidadania) é a questão da Condição Humana, no sentido colocado por Hannah Arendt. Hannah Arendt, Norberto Bobbio e outros teóricos se propuseram a retomar criticamente o pensamento político-jurídico ocidental para reconstruir novas reflexões acerca das bases morais e empíricas dos Direitos Humanos. Isso, devido às consequências infligidas pelas Guerras Mundiais e o surgimento de regimes totalitários (nazismo) – como organização social– que colocaram em evidência os limites morais da humanidade. Os acontecimentos do Breve século XX exigem, assim, não só que teóricos retornem à questão, mas sim toda a humanidade. O tema ainda, apesar das longas discussões, é pouco 34 explorado em reflexões coletivas públicas. Constata-se que em países em desenvolvimento, os Direitos Humanos é um tema que não está incorporado à vida política, como o conceito/prática de Cidadania e muitas vezes é até distorcido. Ao contrário, nos países desenvolvidos a questão já é presente nos discursos e no espírito político e a margem de conscientização a respeito é bem maior nas camadas baixas (socioeconomicamente) da sociedade, do que nos países de terceiro mundo. Infelizmente, no Brasil e na América Latina acontece desta forma, onde os acontecimentos vividos em longos anos de ditadura e tortura poderiam conduzir às próximas gerações discussões sobre Direitos Humanos, não o conduziram na proporção que deveriam. O que se vê atualmente são as discussões ainda fragmentadas acerca de questões raciais, étnicas, anistiados, etc. A esperança é que estas discussões, aliadas à da cidadania, se ampliem cada vez mais em todos os setores sociais. O QUE SÃO DIREITOS HUMANOS? Das Origens Apesar da simplicidade do termo, poucos conhecem os aspectos que fundamentam os direitos humanos. Isso leva a uma generalização reducionista, dando consequência ao vilipêndio do tema pela maior parte da população. Valorar as discussões acerca dos Direitos Humanos e suas origens é (re) colocar a questão da dignidade humana (agora do homem moderno) em assunto de primeira ordem. Afinal, http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com discutir Direitos Humanos foi e é discutir parâmetros mínimos de convivência e respeitabilidade em um determinado contexto histórico. A questão dos Direitos humanos começou a surgir em discussões sobre Direitos naturais (ou Direito Natural – direito (s) que a pessoa humana possui antes mesmo da sociedade), teorizada e refletida desde a antiguidade clássica ocidental. Ao longo do tempo foi ganhando características históricas peculiares. Mas, sempre prevalecendo a dicotomia Direitos Naturais x Direitos Positivos, o primeiro antecedendo o último. 35 Na antiguidade greco-romana os Direitos Naturais foram pensados a partir das especulações filosóficas de Aristóteles – dito “pai do Direito Natural”. Postulava a existência de um Direito Natural e uma Justiça Natural (ius naturale) com base na distinção entre natureza (φúσις physis) e direito/costume/tradição (νóμος nomos). O status natureza/natural designava aspectos válidos em qualquer lugar, de caráter universal; e o que era nomos tinha validade apenas em territórios/tempos específicos. Os Estoicos (séc. III a. C. ) também trabalharam a questão em que o Direito Natural revelava todo Direito que está racionalmente determinado pelo Logos divino. Mais tarde, durante a Idade Média, as discussões sobre o Direito Natural, feitas principalmente por Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, foram conduzidas pelo cristianismo e pela filosofia escolástica, passando a fazer referência à Vontade Divina de Deus. Não tardou para surgirem as críticas. Contratualistas e Jusnaturalistas, correntes de pensamento político-jurídico-filosófica, fazendo objeções à corrente teológica (da Idade Média), deram outros rumos às discussões que culminaram na concepção moderna/liberal de Direito Natural. O jusnaturalismo (séculos XVII e XVIII) é a doutrina que determina a existência de direitos intrínsecos da pessoa humana, que tem validade em si, esses antecedem o surgimento da ordem jurídico-positiva estabelecida pelo Estado, e são superiores. Os Contratualistas (embora tenham muitas variantes internas) compreendem a teoria de que a sociedadetem origem num acordo tácito entre os indivíduos livres, que colocaria o fim do estado natural para dar início a uma sociedade com poder estatal. Os principais representantes destas correntes são: Thomas Hobbes, Hugo Grócio, John Locke e J. J. http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com Rousseau. Estes contribuíram em grande medida para a construção moderna/liberal de Direito Natural, encontrando terreno fértil na nova reorganização da sociedade no período do Renascimento, das revoluções burguesas e do desenvolvimento do capitalismo. 36 Os ideais dos Direitos Naturais– inalienáveis do indivíduo – passaram a ter enormes resultados políticos. Consagraram-se, em termos constitucionais e jurídicos modernos, dando fundamento aos Direitos Humano, na Déclaration des droits de l'homme et du citoyen, como já vimos, proclamada em 1789 durante a Revolução Francesa. Lembremos que havia dois precedentes modernos que exerceram grande influência: o Bills of rights inglês e a carta de Declaração da Independência dos Estados Unidos da América, em 1776. Todos eles amadureceram no contexto do jusnaturalismo e contratualismo, concebendo ao Estado a condição de órgão criador do direito. Na Declaração dos Direitos dos Homens e do Cidadão foram proclamados pela primeira vez os direitos inatos e inalienáveis, que nascem com toda pessoa humana – os Direitos Humanos. Em si eles são: - intransferíveis - universais - indivisíveis A Declaração teve fortes características do individualismo liberal. Hobbes e Locke – principalmente – acreditavam que havia uma desconfiança de todos contra todos e por isso a ação cooperativa entre indivíduos – sob tutela de instituições, contratos tácitos e leis positivas – seria a melhor forma dos indivíduos se organizarem para garantirem seus direitos e poderem construir o seu próprio mundo, o que John Locke chamava de direito à prosperidade. Assim, a criação dos Direitos Humanos deveu-se a esses processos de lutas (Revolução Gloriosa, Revolução Americana e Revolução Francesa) e reflexões, por ampliações de leis, e alargamento da atuação cívica, no início do século XIX. Por isso, alguns autores afirmam que a História dos Direitos Humanos coincide com a História da Cidadania. Os Direitos Humanos, também hoje, precedem qualquer lei e não precisam, para seu regimento, estar inscritos em documentos jurídicos – são naturais de todos os seres http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com humanos – sem distinção de raça, sexo, nacionalidade, idade, capacidade cognitiva, gênero, etc. Diferem dos direitos da Cidadania, que são criados e estabelecidos pelo Estado, em formato de leis positiva e/ou normas. Alguns problemas (conceituais/práticos) surgiram na história dos Direitos Humanos, como a relação entre a Declaração com as Constituições, ou seja, dos princípios dos Direitos Naturais com a organização do Estado (por meio do Direito Positivo). A questão era que ou estes direitos ficam como meros princípios abstratos, ou como princípios ideológicos que ora podem subverter o ordenamento constitucional. Por exemplo, no começo, tanto na América (1776) quanto na França (1789), a Declaração estava em um documento separado, só depois foi-se incorporando ao texto constitucional. Questões também deste tipo surgiram no atrito teórico no próprio século XVIII, entre o jusnaturalistas e o utilitarismo e historicismo, ambos contrários à ideia de Direitos humanos. Era uma discussão conflituosa entre os abstratos direitos, seu valor e os direitos positivos do cidadão. Este tema trouxe claramente litígios referentes à soberania do Estado, tendo que as exigências de garantia dos Direitos Naturais/Direitos Humanos por parte do Estado exigem um limite preexistente de sua atuação no território nacional. Para os Jusnaturalistas os Direitos eram concebidos pelo Estado com base na soberania dele. Já para os Contratualistas os Direitos se fundamentam no contrato expresso na Constituição. Posteriormente, isso foi sendo parcialmente resolvido (ou amenizado) com as interferências da ONU (Organizações das Nações Unidas) em questões sobre Direitos Humanos e Estado. Logo, a grande conquista da humanidade se dá nesse sentido: passa-se a exigir a presença do Estado liberal (o Estado Positivo) na garantia dos Direitos Naturais/Direitos Humanos dos indivíduos, e os indivíduos passaram a possuir direito pleno para a reivindicação, o que não acontecia antes da modernidade, onde os Direitos Naturais só tinha o papel de orientar o convívio social dos homens. E, ainda, o forte individualismo do século XIX tem sido superado pelo reconhecimento mais abrangente dos direitos sociais – fato significativo quando se tratam de minorias étnicas, religiosos, mulheres, crianças e adolescente. A partir disso, http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail: institutoeducacionalaguia@gmail.com podemos perceber que novas dimensões foram abertas e por isso a atualidade da discussão da Declaração Setecentista. ÀS QUESTÕES... No início do século XX pode-se dizer que a questão dos Direitos Humanos sucumbiu-se nos regimes totalitários, nas atrocidades dos campos de concentração nazista, nas descartabilidades do sistema econômico capitalista, na ubiquidade da pobreza, nas limpezas étnicas, etc. Foi o esfalecimento da dignidade humana. É a partir deste contexto que Hannah Arendt, Norberto Bobbio, Adorno e seus discípulos voltam à questão argumentando da importância primária da (Re) Construção dos Direitos Humanos. De primeira, reflexões de Hannah Arendt conduzem a nos perguntar: - Como poderíamos nos sentir à vontade (e esse sentir à vontade diz respeito à ausência de questionamento e ação) em um mundo em que pessoas são vítimas de genocídios? Não só são vítimas de um ódio generalizado sem precedente na história da humanidade? O que levou às práticas genocidas? 39 Norberto Bobbio, em várias conferências, livros, artigos, fala do estado de perplexidade diante destes fatos. Argumenta que a prática do genocídio contra os judeus, pelo regime totalitário nazista, não tem sequer explicação lógica e moral, isso que é mais assombroso. Foi calculado cientificamente e executado de uma frieza nunca vista na história. Por quê? Por ódio? E faz uma breve comparação: se o amor mais nobre é aquele que é sentido não por um ser humano, mas por um próximo (pela pessoa humana); assim, o ódio mais baixo, vil, não é o sentido por um, mas por um conjunto humano (raça, etnia, povo e religião). Bobbio justifica ainda que as guerras são por motivos econômicos, de defesa, de honra, etc. Mas é incompreensível o genocídio nazista, sem sentido algum, de homens erga omnes. De outra perspectiva, Theodor Adorno caracteriza este estado moral em que a humanidade chegou de Barbárie: “Entendo por barbárie algo muito simples, ou seja, que, estando na civilização do mais alto desenvolvimento tecnológico, as pessoas se encontrem atrasadas de um modo peculiarmente disforme em relação a sua própria civilização – e não apenas por não terem em sua arrasadora maioria experimentado a formação nos termos http://www.institutoeducacionalaguia.com/ END: Quadra 37, Conjunto A, Lote 01 – Setor Central – Gama/DF Telefone: (61) 99275-1276 Whatsapp (61) 3554-4112 Site: www.institutoeducacionalaguia.com E-mail:
Compartilhar