Geografia Urbana

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
 INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
 Departamento de Geografia
	Disciplina: GEOGRAFIA URBANA
	Aluno: João Lucas Anselmo Eleutério
Turma: TNB
	Professor: Sérgio Martins
PROVA 02
I. [5 pontos] Considerando que a partir dos anos 30 do século passado a Geografia se firma como campo disciplinar específico no Brasil, responda:
a) qual “método” tornou-se inicialmente hegemônico no estudo geográfico das cidades?
Embora alguns trabalhos acadêmicos tenham discutido questões relacionadas às cidades, foi a obra metodológica de Pierre Monbeig, após a década de 1930, que norteou os estudos geográficos brasileiros acerca do tema. O método do estudo geográfico das cidades proposto por Monbeig ancora-se na integração analítica de dados físicos e humanos, consistindo em uma série de etapas (o sítio, a posição, a evolução histórica, a fisionomia e estrutura, as funções urbanas, e o raio de ação da cidade), onde cada uma é exercida através da observação e obtenção dos dados exigidos por elas. Ressalta-se que, tanto a observação quanto a obtenção são feitas em campo, ou seja, para estudar as cidades é necessário entender o funcionamento desse organismo. Tal aspecto ratifica a importância das pesquisas in loco tanto para a execução do trabalho como para aprendizado. O método de Monbeig ficou conhecido como monografia urbana e nada mais é do que a sintetização das cidades que objetiva aclarar as especificidades das mesmas. 
b) qual paradigma teórico prosperou na Geografia a partir do momento em que as atividades de planejamento territorial se intensificaram nacionalmente?
Na segunda metade da década de 1960, a revolução quantitativa que já acontecia nos Estados Unidos e Reino Unido chegou ao Brasil. Sublinha-se que tal conceito teórico chegou ao país durante a ditadura militar e fazia parte do processo de intensificação do planejamento territorial do governo nacional e fez emergir a geografia quantitativa. A Geografia Quantitativa chegou ao Brasil pelas mãos de economistas estrangeiros, que através de eventos organizados em órgãos e instituições nacionais ligados a geografia difundiam a ideia de que seria necessário que geógrafos brasileiros começassem a pensar o modo geográfico baseado na linguagem matemática. Assim, ocorreu no país o novo modo de ordenamento territorial que tinha como base planos de desenvolvimento ancorados na geografia quantitativa que tencionava unicamente a aceleração do ritmo de acumulação capitalista, já que a redefinição do espaço brasileiro era essencial para elevar os índices do PIB. Tal contribuição da geografia deu o reconhecimento externo da disciplina como ciência demonstrando a relevância em se aplicar o saber geográfico.
II. [5 pontos] Explique os motivos para a diferença de importância atribuída aos chamados trabalhos de campo nas propostas metodológicas para o estudo geográfico da urbanização no âmbito das monografias urbanas e no da geografia neopositivista.
No âmbito das monografias urbanas da Geografia Tradicional os trabalhos de campo funcionavam como motor principal da pesquisa geográfica, já que essas encontravam-se alicerçadas na observação e na obtenção de dados acerca dos objetos de estudo, nesse caso as cidades. Em contrapartida, sob a luz da geografia neopositivista os trabalhos de campo não possuíam a mesma significância, pois, nessa nova geografia os trabalhos tencionavam a determinação de padrões espaciais. O principal motivo para tal é que os profissionais ao estudarem a urbanização buscavam elucidar os diversos padrões de distribuição no espaço urbano, demostrando além das configurações visíveis, uma série de fatos que não são observadas a olho nu. De certa forma, o conceito de vivência e descrição das paisagens, característico da geografia empírica, já não mais respondiam de forma satisfatória as questões da sociedade do período globalizado, já que o crescimento urbano e industrial, provocaram alterações significativas no território. 
III. [10 pontos] “0 que fazemos em geografia é, ultimamente, irrelevante; e é por isso desnecessário estar preocupados com algum esforço paroquial por alcançar o poder dentro de uma disciplina particular. Meu apelo por uma revolução no pensamento geográfico deve, por isso, ser interpretado como apelo por uma reformulação da teoria geográfica destinada a ‘atualizar-nos’ em relação às realidades que procuramos entender, assim como colaborar na grande tarefa social de estimular um despertar político naquele segmento da população chamado ‘geógrafos’.”[footnoteRef:1]'. [1: HARVEY, David. A justiya social e a cidade. Sao Paulo: Editora Hucitec, [I 973] 1980, p.129.
] 
Essa citação é parte de um dos primeiros textos a questionar de maneira consistente o paradigma teórico-metodológico que passou a ganhar importância nos estudos geográficos a partir de meados dos anos 60 do século passado. Caracterize tal paradigma e destaque suas limitações para o conhecimento da urbanização.
O paradigma teórico-metodológico questionado na citação supracitada diz respeito a geografia neopositivista, que se caracteriza por ter tentado revolucionar a geografia, transformando-a, numa ciência ancorada num maior rigor científico que tem como um de seus focos: o desenvolvimento, e consequentemente, a manutenção do capitalismo. Assim, os geógrafos incorporaram em seus estudos a matemática e estatística, excluindo a dialética existente entre as ciências naturais e ciências sociais. Ressalta-se a relação estreita existente entre a geografia neopositivista e o governo, como aconteceu em solo brasileiro, onde tal ciência foi de grande importância na política de planejamento urbano durante o período ditatorial brasileiro. Entretanto, tal paradigma apresentou limitações quanto aos estudos referentes a urbanização e seus padrões espaciais. Segundo Moraes (1994) Harvey criticava de forma veemente a geografia da qual foi um dos precursores, pois, considerava que a mesma não era capaz de explicar as transformações que as cidades estavam passando naquele período, ou seja, a geografia quantitativa através do seu modo de dedutivo se mostrava incapaz de dar respostas concretas (reais) às crises e aos problemas urbanos que a sociedade atravessava. Moraes (1994) reitera ainda que a geografia neopositivista no Brasil enfrentou um efeito de “não ser aquilo que nasceu pra ser”, já que muitos geógrafos neopositivistas desconheciam as bases teóricas que diziam utilizar, fazendo com que trabalhassem com conceitos que deveriam ser aplicados somente aos espaços topológicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
 
 
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
 
 
Departamento de Geografia
 
Disciplina: 
GEOGRAFIA URBANA
 
Aluno:
 
João Lucas Anselmo
 
Eleutério
 
Turma: TNB
 
Professor: 
Sérgio Martins
 
 
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2
 
 
 
I. [5 pontos] Considerando
 
que a partir dos anos 30 do século passado a Geografia se firma como 
campo disciplinar específico no Brasil, responda:
 
 
a)
 
qual “método” tornou
-
se inicialmente hegemônico no estudo geográfico das cidades?
 
 
Embora alguns trabalhos acadêmicos tenham discutido questões relacionadas às cidades, foi a 
obra 
metodológica 
de Pierre Monbeig
, após a década de 1930,
 
que norteou os 
estudos
 
geográficos 
brasileiros 
acerca do tema. 
O
 
método do
 
estu
do
 
geográfico das cidades proposto
 
por Monbeig ancora
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se 
na integração analítica de dados físicos e humanos, consistindo em uma série de etapas
 
(o sítio, a 
posição, a evolução histórica, a fisionomia e estrutura, as funções urbanas, e o raio de ação da cidad
e)
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onde cada uma 
é
 
exercida através da observação e obtenção dos dados exigidos 
por elas
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em campo, 
ou seja, para estudar as cidades é 
necessário 
entender o funcionamentodesse organismo. Ta
l aspecto
 
ratifica a importância das pesquisas 
in loco
 
tanto para a execução do trabalho como para aprendizado. 
O método de Monbeig 
ficou conhecido 
como monografia urbana
 
e nada mais é do que a sintetização das cidades que
 
objetiva 
aclarar
 
as 
especificidades 
das mesmas. 
 
 
 
b)
 
qual paradigma teórico prosperou na Geografia a partir do momento em que as atividades 
de planejamento territorial se intensificaram nacionalmente?
 
 
Na segunda metade da década de 1960, a revolução quantitativa que já aco
ntecia nos Estados 
Unidos e Reino Unido cheg
ou
 
ao Brasil. Sublinha
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se que tal conceito teórico cheg
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ao 
país
 
durante a 
ditadura militar e
 
fazia parte do processo de intensificação do planejamento territorial do governo nacional
 
e fez emergir a geografia q
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A Geografia Quantit
ativa chegou ao Brasil pelas mãos de 
economistas estrangeiros, que 
através de eventos organizados em 
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a geografia 
difundiam a ideia de que seria necessário que geógrafos 
brasileiros começassem a pensar o 
modo geográfico baseado na linguagem matemática
. Assim, 
ocorreu
 
no país o novo modo de 
 
 
 
 
 
 
 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS 
 INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS 
 Departamento de Geografia 
Disciplina: GEOGRAFIA URBANA 
Aluno: João Lucas Anselmo Eleutério 
Turma: TNB 
Professor: Sérgio Martins 
 
PROVA 02 
 
 
I. [5 pontos] Considerando que a partir dos anos 30 do século passado a Geografia se firma como 
campo disciplinar específico no Brasil, responda: 
 
a) qual “método” tornou-se inicialmente hegemônico no estudo geográfico das cidades? 
 
Embora alguns trabalhos acadêmicos tenham discutido questões relacionadas às cidades, foi a 
obra metodológica de Pierre Monbeig, após a década de 1930, que norteou os estudos geográficos 
brasileiros acerca do tema. O método do estudo geográfico das cidades proposto por Monbeig ancora-se 
na integração analítica de dados físicos e humanos, consistindo em uma série de etapas (o sítio, a 
posição, a evolução histórica, a fisionomia e estrutura, as funções urbanas, e o raio de ação da cidade), 
onde cada uma é exercida através da observação e obtenção dos dados exigidos por elas. Ressalta-se 
que, tanto a observação quanto a obtenção são feitas em campo, ou seja, para estudar as cidades é 
necessário entender o funcionamento desse organismo. Tal aspecto ratifica a importância das pesquisas 
in loco tanto para a execução do trabalho como para aprendizado. O método de Monbeig ficou conhecido 
como monografia urbana e nada mais é do que a sintetização das cidades que objetiva aclarar as 
especificidades das mesmas. 
 
b) qual paradigma teórico prosperou na Geografia a partir do momento em que as atividades 
de planejamento territorial se intensificaram nacionalmente? 
 
Na segunda metade da década de 1960, a revolução quantitativa que já acontecia nos Estados 
Unidos e Reino Unido chegou ao Brasil. Sublinha-se que tal conceito teórico chegou ao país durante a 
ditadura militar e fazia parte do processo de intensificação do planejamento territorial do governo nacional 
e fez emergir a geografia quantitativa. A Geografia Quantitativa chegou ao Brasil pelas mãos de 
economistas estrangeiros, que através de eventos organizados em órgãos e instituições nacionais ligados 
a geografia difundiam a ideia de que seria necessário que geógrafos brasileiros começassem a pensar o 
modo geográfico baseado na linguagem matemática. Assim, ocorreu no país o novo modo de