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Aula 04

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Aula 04
Direito Penal p/ PRF - Policial - 2014/2015 (Com videoaulas)
Professor: Renan Araujo
Direito Penal ʹ PRF (2014) 
INSPETOR DA PRF 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 
 
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AULA 04: CONCURSO DE PESSOAS E CONCURSO 
DE CRIMES 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Apresentação da aula e sumário 01 
I – Concurso de Pessoas 02 
II – Concurso de Crimes 17 
Lista das Questões 31 
Questões comentadas 46 
Gabarito 78 
 
Olá, meus amigos concurseiros! Devorando os papiros? 
 
Hoje é dia de estudarmos dois institutos que costumam ser 
bastante cobrados em provas de concursos públicos: Concurso de 
pessoas e concurso de crimes. 
Estes temas são realmente importantes, principalmente em 
se tratando de CESPE/UnB. Além disso, temos algumas questões 
bem interessantes, algumas agora do começo de 2014! 
Portanto, muita atenção, pois há vários pontos polêmicos com 
posições jurisprudenciais que podem cair na prova. 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 
 
 
 
 
Direito Penal ʹ PRF (2014) 
INSPETOR DA PRF 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 04 
 
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I – CONCURSO DE PESSOAS 
 
O concurso de pessoas pode ser conceituado como a colaboração 
de dois ou mais agentes para a prática de um delito ou 
contravenção penal. 
O concurso de pessoas é regulado pelos arts. 29 a 31 do CP: 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a 
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída 
de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-
lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na 
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984) 
Circunstâncias incomunicáveis 
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter 
pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
Casos de impunibilidade 
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição 
expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, 
a ser tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Cinco são os requisitos para que seja caracterizado o concurso de 
pessoas: 
 Pluralidade de agentes culpáveis – Para que possamos 
falar em concurso de pessoas, é necessário que ambos os 
agentes sejam imputáveis. Assim, se um maior de 18 anos 
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Teoria e exercícios comentados 
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(penalmente imputável) determina a um menor de 18 anos 
(inimputável) que realize um homicídio, não há concurso de 
pessoas, mas autoria mediata, pois o autor do crime foi o 
mandante, que se valeu de um inimputável para praticar o 
crime. Não há concurso, pois um dos agentes não era 
imputável. Essa regra só se aplica aos crimes 
unissubjetivos (aqueles em que basta um agente para sua 
caracterização). Nos crimes plurissubjetivos (aqueles em 
que necessariamente deve haver mais de um agente, como 
no crime de quadrilha ou bando, por exemplo – art. 288 do 
CP), se um dos colaboradores é inimputável (ou não é 
culpável por qualquer razão), mesmo assim permanece 
o crime. Nos crimes eventualmente plurissubjetivos (crime 
de furto, por exemplo, que eventualmente pode ser um crime 
qualificado pelo concurso de pessoas, embora seja, em regra, 
unissubjetivo) também não é necessário que todos os agentes 
sejam imputáveis, bastando que apenas um o seja. Nessas 
duas últimas hipóteses, no entanto, não há propriamente 
concurso de pessoas, mas o que a Doutrina chama de 
concurso impróprio, ou concurso aparente de pessoas. 
 Relevância da colaboração – A participação do agente deve 
ser relevante para a produção do resultado, de forma que a 
colaboração que em nada contribui para o resultado é um 
indiferente penal. Além disso, a colaboração deve ser prévia 
ou concomitante à execução, ou seja, anterior à consumação 
do delito. Se a colaboração for posterior à consumação do 
delito, como o fato já ocorreu, não há concurso de pessoas, 
podendo haver, no entanto, outro crime (favorecimento real, 
receptação, etc.). Porém, se a colaboração for posterior à 
consumação, mas combinada previamente, há concurso de 
pessoas. Ex: Imagine que Poliana decide matar seus pais, e 
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combina com seu namorado para que ele esteja às 20h em 
ponto na porta de sua casa para lhe ajudar na fuga. Assim, a 
conduta do namorado (auxiliar na fuga) é posterior à 
consumação, mas fora combinada anteriormente, havendo, 
portanto, concurso de pessoas. Diversa seria a hipótese, no 
entanto, se o namorado tivesse ido à casa da namorada sem 
saber que deveria lhe ajudar na fuga. Lá chegando, a 
namorada conta o ocorrido e ele, a partir daí, concorda em 
auxiliá-la na fuga. Nessa hipótese, o namorado comete o 
crime de favorecimento pessoal (nos termos do art. 348 do 
CP). Cuidado com isso! 
 Vínculo subjetivo (ou liame subjetivo) – Também é 
conhecido como concurso de vontades. Assim, para que 
haja concurso de pessoas, é necessário que a colaboração dos 
agentes deva ter sido ajustada entre eles, de modo que a 
colaboração meramente causal, sem que tenha havido 
combinação entre os agentes, não caracteriza o concurso de 
pessoas. Trata-se do princípio da convergência. Caso haja 
colaboração dos agentes para a conduta criminosa, mas sem 
vínculo subjetivo entre eles, estaremos diante da autoria 
colateral, e não da coautoria. 
 Unidade de crime (ou contravenção) para todos os 
agentes – Nos termos do art. 29 do CP: Art. 29 - Quem, de 
qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este 
cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984). Daí podemos perceber que se 20 
pessoas colaboram para a prática de um delito (homicídio, por 
exemplo), todas elas respondem pelo homicídio, 
independentemente da conduta que tenham praticado (um 
apenas conseguiu a arma, o outro dirigiu o veículo da fuga, 
outro atraiu a vítima, etc.). Trata-se da teoria unitária ou 
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monista, adotada como regra pelo Código Penal. No 
entanto, existem exceções à teoria monista, ou seja, 
existem casos em que o Código Penal adota a teoria 
pluralista, estabelecendo que a colaboração de cada um dos 
agentes acarretará no enquadramento de cada um em crime 
específico. Por exemplo: Quando um particular oferece 
propina a um funcionário público, que aceita, o particular 
comete o crime de corrupção ativa (art. 333) e o funcionário 
público comete o crime de corrupção passiva (art. 317 do CP); 
 Existência de fato punível – Trata-se do princípio da 
exterioridade. Assim, é necessário que o fato praticado pelos 
agentes seja punível, o que de um modo geral exige pelo 
menos que este fato represente uma tentativa de crime, ou 
crime tentado. Para a caracterização do crime tentado, é 
necessário que seja dado início à execução do crime. Se o fato 
ficar meramente no plano abstrato, no plano da cogitação, 
não há fato punível,nos termos do art. 14, II do CP. O art. 31 
do CP determina, ainda, de modo específico para a hipótese 
de concurso de pessoas, que a colaboração só é punível se o 
crime for, ao menos, tentado: Art. 31 - O ajuste, a determinação ou 
instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são 
puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). 
 
I.a) Modalidades de concurso de pessoas 
A) Coautoria 
Para entendermos o fenômeno da coautoria, devemos, 
primeiramente, estudar o que seria a autoria do delito. 
Várias teorias, ao longo do tempo, procuraram definir quem seria o 
autor do crime. 
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A teoria subjetiva ou unitária não diferenciava autor e partícipe, 
considerando que todos aqueles que concorriam para o crime eram 
autores do delito. 
Já a teoria extensiva, apesar de entender, também, que todos os 
colaboradores eram autores do crime, estabelecia penas diversas 
conforme o grau de culpa de cada um deles. 
Por fim, a teoria objetiva ou dualista faz clara distinção entre 
autor e partícipe. Foi a teoria adotada pelo CP. Agora que já 
sabemos que o CP diferencia autor e partícipe, precisamos saber qual é o 
critério para se diferenciar um do outro. Três teorias surgiram. 
A primeira teoria, a teoria objetivo-formal, estabelece que autor 
é quem realiza a conduta prevista no núcleo do tipo, sendo partícipes 
todos os outros que colaboraram para isso, mas não realizaram a conduta 
descrita no núcleo do tipo. Para esta teoria, por exemplo, no crime de 
homicídio, somente seria autor aquele que efetivamente praticasse a 
conduta de “matar” alguém. Todos os outros colaboradores seriam 
partícipes. O grande problema desta teoria é considerar o autor 
intelectual (mandante) como partícipe, e não como autor. Mais que isso: 
Essa teoria não explica o fenômeno da autoria mediata (quando alguém 
se vale de um inimputável para cometer um crime). 
A segunda teoria, a teoria objetivo-material, entende que autor é 
quem colabora com participação de maior importância para o crime, e 
partícipe é quem colabora com participação reduzida, independentemente 
de quem pratica o núcleo do tipo (verbo que descreve a conduta 
criminosa – matar, subtrair, etc.). 
A terceira e última teoria, a teoria do domínio final do fato, 
criada pelo pai do finalismo, Hans Welzel, entende que autor é todo 
aquele que possui o domínio da conduta criminosa, seja ele o executor 
(quem pratica a conduta prevista no núcleo do tipo) ou não. Para esta 
teoria, o autor seria aquele que decide o trâmite do crime, sua prática ou 
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não, etc. Essa teoria explica, satisfatoriamente, o caso do mandante, por 
exemplo, que mesmo sem praticar o núcleo do tipo (“matar alguém”), 
possui o domínio do fato, pois tem o poder de decidir sobre o rumo da 
prática delituosa. 
Para esta teoria, o partícipe existe, e é aquele que contribui para a 
prática do delito, embora não tenha poder de direção sobre a conduta 
delituosa. O partícipe só controla a própria vontade, mas a não a conduta 
criminosa em si, pois esta não lhe pertence. 
O erro desta última teoria é não se aplicar aos crimes culposos, pois 
neste não há domínio final do fato, pois o fato final (resultado) não é 
buscado pelos agentes, que pretendiam outro resultado. 
A teoria adotada pelo CP é a teoria objetivo-formal, 
considerando autor aquele que realiza a conduta descrita no núcleo do 
tipo. Entretanto, deve ser usada a teoria do domínio do fato para os 
crimes em que há autoria mediata, autoria intelectual, etc., de forma 
a complementar a teoria adotada. 
Desta maneira, após entendermos quem seria considerado autor do 
delito para o CP, podemos definir a coautoria como a espécie de concurso 
de pessoas na qual duas ou mais pessoas praticam a conduta descrita no 
núcleo do tipo penal. Assim, no crime de roubo, se duas ou mais pessoas 
entram num banco, portando armas, e anunciam um assalto, todas elas 
praticaram a conduta descrita no núcleo do tipo do art. 157, § 2°, I e II 
do CP (subtrair para si ou para outrem, mediante violência ou grave 
ameaça...). Logo, todas são coautoras do delito. 
Porém, no mesmo exemplo, o motorista que fica do lado de fora (o 
“piloto de fuga”) é considerado partícipe, pois embora concorra para a 
prática do delito, não pratica a conduta descrita no núcleo do tipo penal. 
A coautoria pode ser funcional (ou parcial), que é aquela na qual 
a conduta dos agentes são diversas e se somam, de forma a produzir o 
resultado. Assim, se Ricardo segura a vítima para que Poliana a 
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espanque, ambos são coautores do crime de lesão corporal, mediante 
coautoria funcional. 
Porém, a coautoria pode ser, ainda, material (direta), que é a 
hipótese em que ambos os coautores realizam a mesma conduta. Assim, 
no exemplo acima, se Ricardo e Poliana espancassem a vítima, ambos 
seriam coautores mediante coautoria material. 
No quadro abaixo vou mostrar para vocês algumas hipótese 
polêmicas de aplicação do instituto da coautoria: 
 
 
 Admite-se a coautoria nos crimes próprios, desde que ambos 
os agentes possuam a qualidade exigida pela lei, ou que, aqueles 
que não a possuem, ao menos tenham ciência de que o outro 
agente age nessa qualidade; 
 Não se admite a coautoria nos crimes de mão-própria, pois 
são considerados de conduta infungível, só podendo ser praticados 
pelo sujeito especificamente descrito pela lei; 
 A Doutrina se divide quanto à possibilidade de coautoria em crimes 
omissivos, da seguinte forma: 
1 – Parte entende que NÃO HÁ POSSIBILIDADE DE COAUTORIA 
OU PARTICIPAÇÃO (Concurso de agentes), pois TODAS AS 
PESSOAS PRATICAM O NÚCLEO DO TIPO, DE MANEIRA 
AUTÔNOMA; 
2 – Outra parte da Doutrina entende poderia haver concurso de 
pessoas, na modalidade de coautoria, mas é minoritário; 
3 – A Doutrina ligeiramente majoritária entende que é possível 
PARTICIPAÇÃO, mas NÃO COAUTORIA. 
 
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 Na autoria mediata não há concurso de pessoas entre autor 
mediato autor imediato, respondendo apenas o autor mediato, que 
se valeu de alguém sem culpabilidade para a execução do delito; 
 Entretanto, é possível coautoria e também participação na autoria 
mediata, desde que haja colaboração entre os agentes mediatos. 
NUNCA HAVERÁ CONCURSO DE PESSOAS ENTRE AUTOR 
MEDIATO E AUTOR IMEDIATO; 
 CUIDADO! Na coação física irresistível, não há autoria mediata, 
mas autoria direta, pois o agente que realiza a ação não possui 
conduta, já que não há vontade. Nesse caso, aquele que pratica a 
coação física irresistível é autor direto, não mediato; 
 Admite-se a autoria mediata nos crimes próprios, mas não nos 
crimes de mão própria (há alguns doutrinadores que entendem ser 
possível). 
 
B) Participação 
Conforme estudamos, no Brasil adotou-se a teoria objetivo-
formal, distinguindo-se autor e partícipe. Assim, podemos definir a 
participação como a modalidade de concurso de pessoas na qual o agente 
colabora para a prática delituosa, mas não pratica a conduta descrita no 
núcleo do tipo penal. 
A participação pode ser: 
 Moral – É aquela na qualo agente não ajuda materialmente 
na prática do crime, mas instiga ou induz alguém a praticar o 
crime. A instigação ocorre quando o partícipe age no 
psicológico do autor do crime, reforçando a idéia criminosa, 
que já existe na mente deste. O induzimento, por sua vez, 
ocorre quando o partícipe faz surgir a vontade criminosa na 
mente do autor, que não tinha pensado no delito; 
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 Material – A participação material é aquela na qual o 
partícipe presta auxílio ao autor, seja fornecendo objeto para 
a prática do crime, seja fornecendo auxílio para a fuga, etc. 
Este auxílio não pode ser prestado após a consumação, salvo 
se o auxílio foi previamente ajustado. 
 
Como o partícipe não pratica a conduta descrita no núcleo do 
tipo penal, como puni-lo? 
Como a conduta do partícipe é considerada acessória em relação à 
conduta do autor (que é principal), o partícipe é punido em razão da 
teoria da acessoriedade. Porém, três teorias da acessoriedade existem: 
 Teoria da acessoriedade mínima – Entende que a conduta 
principal deva ser um fato típico, não importando se é ou não 
um fato ilícito. EXEMPLO: Imagine que Marcio e João 
combinam de matar Paulo. Na data combinada para a 
execução, Marcio guia o carro até o local e fica esperando do 
lado de fora. João se dirige até Paulo e, após uma discussão, 
Paulo começa a agredir João, que na verdade mata Paulo em 
legítima defesa. João matou Paulo em legítima defesa e não 
em razão do ajuste com Marcio (não tendo praticado fato 
ilícito, mas apenas típico), mas por esta teoria, mesmo assim 
Marcio responderia como partícipe do crime. Veja que João, 
de fato, matou Paulo. Contudo, o fato não é ilícito, pois João 
agiu em legítima defesa. Porém, para esta teoria, ainda que a 
conduta de João seja considerada apenas típica, mas não 
ilícita, Marcio deveria ser punido; 
 Teoria da acessoriedade limitada – Exige que o fato 
praticado (conduta principal) seja pelo menos uma conduta 
típica e ilícita. Assim, no exemplo dado acima, a conduta do 
partícipe Marcio não é punível, pois a conduta principal, 
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apesar de típica, não é ilícita. Veja que, para esta corrente 
Doutrinária, se o fato praticado pelo autor NÃO FOR 
ILÍCITO (Ainda que seja um fato típico), em razão de 
legítima defesa, etc., o partícipe não deve ser punido; 
 Teoria da acessoriedade máxima – Para esta teoria, o 
partícipe só será punido se o fato for típico, ilícito e praticado 
por agente culpável. Essa teoria faz exigência irrazoável, pois 
a culpabilidade é uma questão pessoal do agente, não 
guardando relação com o fato. Assim, imagine que Carlos, 
maior de idade, seja partícipe de um roubo praticado por 
Lucas, menor de idade. Para esta corrente, Carlos não 
poderia responder pelo roubo praticado (na qualidade 
de partícipe), pois Lucas (o autor principal) é 
inimputável (não tem culpabilidade), sendo o fato 
apenas típico e ilícito, sem o complemento da 
culpabilidade. 
 Teoria da hiperacessoriedade – Exige que, além de o fato 
ser típico e ilícito e o agente culpável, o autor tenha sido 
efetivamente punido para que o partícipe responda pelo 
crime. É ainda mais irrazoável que a última. Imagine que José 
seja partícipe de um roubo praticado por Marcelo. No decorrer 
do processo, Marcelo vem a falecer (o que gera a extinção da 
punibilidade de Marcelo, nos termos do CP). Para esta 
corrente, como houve extinção da punibilidade em 
relação a Marcelo (o autor do delito), o partícipe (José) 
não poderá mais ser punido. 
 
O Nosso CP não adotou expressamente nenhuma das quatro 
teorias, mas com certeza não adotou a teoria da acessoriedade mínima 
nem a teoria da hiperacessoriedade (as extremas). 
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A Doutrina entende que a teoria que mais se amolda ao 
nosso sistema é a teoria da acessoriedade limitada, exigindo que o 
fato seja somente típico e ilícito para que o partícipe responda pelo crime. 
No entanto, a acessoriedade máxima é a que mais se coaduna com 
o instituto da autoria mediata, razão pela qual deve ser citada 
quando a questão se referir à autoria mediata. 
Questões interessantes acerca da participação: 
 
 A lei admite a redução da pena de 1/6 a 1/3 se a participação é de 
menor importância (art. 29, § 1° do CP). Isto não se aplica às 
hipóteses de coautoria, mas apenas à participação; 
 A Doutrina admite a participação nos crimes comissivos por 
omissão, quando o partícipe devia e podia evitar o resultado (art. 
13, § 2° do CP); 
 A participação inócua não se pune. Assim, se A empresta uma 
faca a B, de forma a auxiliá-lo a matar C, e B mata C usando seu 
revólver, a participação de A foi absolutamente inócua, pois em 
nada auxiliou no resultado. Da mesma forma, se A instiga B a 
matar C, e B realiza a conduta porque já estava determinado a 
isso, a instigação promovida por A não teve qualquer eficácia, pois 
B já mataria C de qualquer forma; 
 Participação em cadeia é possível: Assim, se A empresta uma 
arma a B, para que este a empreste a C, a fim de que este último 
mate D, tanto A quanto B são partícipes do crime, por prestarem 
auxílio material em cadeia; 
 A participação em ação alheia ocorre quando o partícipe, sem 
qualquer liame subjetivo com o autor, contribui de maneira culposa 
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para a prática do delito. Assim, o funcionário público que não 
tranca a porta da repartição ao final do expediente, e esta vem a 
ser furtada por um particular na madrugada, responde por peculato 
culposo (art. 312, § 2° do CP), enquanto o particular responde por 
furto. Não há concurso de pessoas pois falta o liame subjetivo 
entre ambos (coerência de vontades). 
 
I.c) Circunstâncias incomunicáveis 
O art. 30 do CP estabelece que: 
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter 
pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 
Antes de estudarmos a comunicabilidade ou não das circunstâncias, 
devemos diferenciar a mera circunstância da circunstância elementar do 
crime. 
A circunstância elementar é aquela que se refere a algo 
indispensável para a caracterização do crime. Assim, a circunstância 
“alguém” no crime de homicídio, é uma elementar, pois se o fato for 
praticado contra um animal, não haverá homicídio. 
Por sua vez, a mera circunstância não é indispensável à 
caracterização do crime, pois apenas agregam um fato que, se presente, 
aumenta ou diminui a pena. Assim, o “motivo torpe” é uma circunstância 
não-elementar, ou mera circunstância, pois caso o fato seja praticado 
sem essa circunstância, continua a existir homicídio, no entanto, sem a 
qualificadora. 
 
A) Espécies de elementares e de circunstâncias 
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Podem ser subjetivas (de caráter pessoal), quando relativas à 
pessoa do agente. É o caso da condição de funcionário público, que é 
pessoal, pois se refere ao agente. 
Podem ser, ainda, objetivas (ou de caráterreal), quando se 
referem ao fato criminoso em si, seu modus operandi, etc. Assim, o 
emprego de violência, no crime de roubo (art. 157 do CP) é uma 
elementar objetiva. 
As condições pessoais não se confundem com as 
circunstâncias ou elementares de caráter pessoal. As primeiras são 
fatores pessoais do agente, que independem da prática da infração penal. 
Assim, o fato de o agente ser menor de 21 anos é uma condição pessoal, 
e não uma circunstância de caráter pessoal, tampouco uma elementar. 
Com base nesses três institutos (elementares, circunstâncias e 
condições pessoais), podemos extrair três regras do CP: 
 As circunstâncias e condições de caráter pessoal não se 
comunicam – Se A contrata B, para que este mate C, em 
razão deste último ter estuprado sua filha, A comete o crime 
de homicídio privilegiado, em razão do relevante valor moral 
(art. 121, § 1° do CP). Entretanto, B não comete o crime de 
homicídio privilegiado, pois a circunstância “relevante valor 
moral” é pessoal, não se estendendo ao coautor; 
 As circunstâncias de caráter real, ou objetivas, se 
comunicam – Porém, é necessário que a circunstância 
tenha entrado na esfera de conhecimento dos demais 
agentes. Imagine que A contra B para matar C. B informa a 
A que usará de emboscada (portanto, homicídio qualificado, 
nos termos do art. 121, § 2° do CP), e A concorda com isto. 
Nesse caso, a circunstância objetiva “emboscada” (relativa ao 
meio utilizado), se comunica, pois embora A não tenha usado 
de emboscada, concordou com esta prática por B. 
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Diversamente, se B praticasse o crime mediante emboscada 
sem nada comunicar ao mandante, A, esta circunstância não 
se comunicaria, por não ter entrado na esfera de 
conhecimento de A; 
 As elementares sempre se comunicam, sejam objetivas 
ou subjetivas – No entanto, mais uma vez se exige que 
estas elementares tenham entrado no âmbito de 
conhecimento dos demais agentes. Imaginem que Júlio, 
servidor público, convida Marcelo a entrar na repartição onde 
trabalham, valendo-se da condição de Júlio, para subtrair 
alguns computadores. Caso Marcelo conheça a condição de 
funcionário público de Júlio, ambos respondem pelo crime de 
peculato-furto (art. 312, § 1° do CP). Caso Marcelo 
desconheça essa circunstância elementar, responde ele 
apenas pelo crime de furto, pois a ausência dessa 
circunstância faz desaparecer o crime de peculato-furto, mas 
a conduta ainda é punível como furto comum. 
 
 
Não confundam coautoria com autoria colateral. Na coautoria, deve 
haver vínculo subjetivo ligando as condutas de ambos os autores. Na 
autoria colateral, ambos praticam o núcleo do tipo, mas um não 
age em acordo de vontades com o outro. Imaginem que A e B, 
desafetos de C, sem que um saiba da existência do outro, escondem-se 
atrás de árvores esperando a passagem de C, a fim de matá-lo. Quando 
C passa, ambos atiram, e C vem a óbito. Nesse caso, não houve 
coautoria, mas autoria colateral. Entretanto, aí vai mais uma informação: 
Imaginem que o laudo identifique que apenas uma bala atingiu C, direto 
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na cabeça, levando-o a óbito. Nesse caso, o laudo não conseguiu apontar 
de qual arma saiu a bala que matou C. Nesse caso, como não se pode 
definir quem efetuou o disparo fatal, ambos respondem pelo crime de 
homicídio TENTADO, pois não se pode atribuir a nenhum deles o 
homicídio consumado, já que o laudo é inconclusivo quanto a isto. Este é 
o fenômeno da autoria incerta. No entanto, se ambos estivessem agindo 
em conluio, com vínculo subjetivo, ou seja, se houvesse concurso de 
pessoas, ambos responderiam por crime de homicídio CONSUMADO, 
pois nesse caso seria irrelevante saber de qual arma partiu a bala que 
levou C a óbito. 
 
I.d) Cooperação dolosamente distinta 
A cooperação dolosamente distinta, também chamada de 
“participação em crime menos grave”, ocorre quando ambos os agentes 
decidem praticar determinado crime, mas durante a execução, um deles 
decide praticar outro crime, mais grave. Nesse caso, aplica-se o art. 29, § 
2° do CP: 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a 
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
(...) 
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-
lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na 
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
EXEMPLO: Imaginem que Camila e Herval combinam de realizar um 
furto a uma casa que imaginam estar vazia. Camila espera no carro 
enquanto Herval adentra à residência. Entretanto, ao chegar à residência, 
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Herval se depara com dois seguranças, e troca tiros com ambos, levando-
os a óbito (sinistro esse cara). Após, entra na casa e subtrai diversos 
bens. Volta ao carro e ambos fogem. 
Camila não quis participar de um latrocínio (que foi o que 
efetivamente ocorreu), mas apenas de um furto. Assim, segundo a 
primeira parte do § 2° do art. 29 do CP, responderá somente pelo furto. 
Entretanto, se ficar comprovado que Camila podia prever que o 
latrocínio era provável (se soubesse, por exemplo, que Herval estava 
armado e que havia a possibilidade de ter seguranças na casa), a pena do 
crime de furto (não a do latrocínio!!) será aumentada até a metade. 
A lei diz “até a metade”, logo, o aumento pode não chegar a 
esse patamar. O aumento de pena irá variar conforme o grau de 
previsibilidade do crime mais grave para o qual Camila não se 
predispôs mas era previsível. 
 
II – CONCURSO DE CRIMES 
 
Assim como é plenamente possível que duas ou mais pessoas se 
unam para praticar determinado delito, é plenamente possível que de 
uma mesma conduta (ou de uma série de condutas interligadas) surjam 
vários crimes. 
O concurso de crimes pode ser de três espécies: concurso 
formal, concurso material e crime continuado. 
A exata caracterização de cada um dos institutos é bastante 
importante, pois isso influenciará na adoção do sistema de aplicação da 
pena. 
Três também são os sistemas de aplicação da pena: 
 Sistema do cúmulo material – Aqui, ao agente é aplicada a 
pena correspondente ao somatório das penas relativas a cada 
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um dos crimes cometidos isoladamente. Foi adotado no que 
tange ao concurso material (art. 69 do CP), no concurso 
formal impróprio ou imperfeito (art. 70, caput, 2° parte) e no 
concurso de penas de multa (art. 72 do CP); 
 Sistema da exasperação – Aplica-se ao agente somente 
a pena da infração penal mais grave, acrescida de 
determinado percentual. Foi acolhido no que se refere ao 
concurso formal próprio ou perfeito (art. 70, caput, primeira 
parte, do CP) e ao crime continuado (art. 71 do CP); 
 Sistema da absorção – Aplica-se somente a pena da 
infração penal mais grave, dentre todas as praticadas, sem 
que haja qualquer aumento. Foi adotado 
(jurisprudencialmente) em relação aos crimes falimentares. 
 
II.a) Concurso material (ou real) de crimes 
Está regulado pelo art. 69 do CP: 
Art. 69 - Quando o agente, mediante maisde uma ação ou omissão, 
pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se 
cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja 
incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de 
detenção, executa-se primeiro aquela. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada 
pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os 
demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste 
Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o 
condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre 
si e sucessivamente as demais. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
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Nesse fenômeno, o agente pratica duas ou mais condutas e produz 
dois ou mais resultados. Pode ser homogêneo, quando todos os crimes 
praticados são idênticos, ou heterogêneo, quando os crimes são 
diferentes. 
Esse cúmulo de penas deve ser aplicado pelo Juiz na hora da 
sentença, se os processos tiverem sido reunidos por conexão, ou pelo Juiz 
da execução, caso tenham sido aplicadas as penas em processos diversos 
(nos termos do art. 66, III, a da LEP). 
Se for imposta pena de reclusão a um dos crimes e de detenção a 
outro, executa-se primeiramente a de reclusão, nos termos do art. 69, 
caput, segunda parte, do CP. 
Só será possível a aplicação de penas restritivas de direitos a um 
dos crimes se em relação aos outros foi aplicada pena também restritiva 
de direitos ou, em caso de ter sido aplicada pena privativa de liberdade, 
esta foi suspensa (é o chamado sursis), nos termos do art. 69, § 1° do 
CP. 
As penas restritivas de direitos podem ser cumpridas 
simultaneamente, desde que compatíveis. Assim, a pena de limitação de 
final de semana não pode ser cumprida simultaneamente com outra 
restritiva de direitos idêntica (limitação de final de semana), pois nesse 
caso o agente estaria cumprindo apenas uma das penas (e pagando as 
duas o malandro!). Entretanto, é plenamente possível o cumprimento 
simultâneo de pena restritiva de direitos consistente em prestação de 
serviços à comunidade e outra consistente em prestação pecuniária ($$), 
pois isso não importa em prejuízo a ninguém (nem ao Estado nem ao 
infrator). 
Só é possível a suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei 
9.099/95) se o somatório das penas mínimas previstas para todos os 
crimes for inferior a um ano. Assim, se o acusado praticou dois crimes em 
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concurso material, sendo a pena mínima de ambos estipulada em 03 
meses de detenção, é possível a suspensão condicional do processo. 
 
II.b) Concurso formal de crimes 
No concurso formal, ou ideal, o agente, mediante uma única 
conduta, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não. Nos termos do 
art. 70 do CP: 
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois 
ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas 
cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer 
caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, 
cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes 
resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo 
anterior.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra 
do art. 69 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Primeiramente, deve ser esclarecido a vocês que deve haver 
unidade de conduta e pluralidade de resultados. No entanto, a 
unidade de conduta não significa unidade de atos, pois existem condutas 
que podem ser fracionadas em diversos atos, como no caso de alguém 
que mata outra pessoa com diversas pauladas na cabeça. Embora neste 
caso haja diversos atos, há unidade de conduta. 
O concurso formal será homogêneo se todos os crimes cometidos 
mediante a conduta única forem idênticos, e será heterogêneo se os 
crimes praticados forem diversos. 
O concurso formal pode ser, ainda, perfeito ou imperfeito: 
 Concurso formal perfeito (próprio) – Aqui o agente pratica 
uma única conduta e acaba por produzir dois resultados, 
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embora não pretendesse realizar ambos, ou seja, não há 
desígnios autônomos (intenção de, com uma única conduta, 
praticar dolosamente mais de um crime). Esse tipo de 
concurso só pode ocorrer, portanto, entre crimes culposos, ou 
entre um crime doloso e um ou vários crimes culposos. 
Exemplo: Imaginem que Camila, dirigindo seu Bugatti pelas 
ruas de São Paulo, em altíssima velocidade, atropela, sem 
querer, um pedestre, que vem a óbito, e causa lesões graves 
em outro pedestre. Nesse caso, Camila responde pelos crimes 
de homicídio culposo e lesão corporal culposa em concurso 
formal, aplicando-se a ela a pena do homicídio culposo (mais 
grave) acrescida de 1/6 até a metade; 
 Concurso formal imperfeito (impróprio) – Aqui o agente 
se vale de uma única conduta para, dolosamente, produzir 
mais de um crime. Imaginem que, no exemplo anterior, 
Camila desejasse matar o pedestre, antigo desafeto, bem 
como lesionar o outro pedestre (sua ex-sogra). Assim, com 
sua única conduta, Camila objetivou praticar ambos os 
crimes, respondendo por ambos em concurso formal 
imperfeito, e lhe será aplica a pena de ambos 
cumulativamente (sistema do cúmulo material), pois esse 
concurso formal é formal apenas no nome, já que deriva de 
intenções (desígnios) autônomas, nos termos do art. 70, 
segunda parte, do CP. 
 
A) Aplicação da pena no concurso formal 
Via de regra, no concurso formal o sistema utilizado é o da 
exasperação, utilizando-se como base a pena do crime mais grave, 
aumentada (exasperada) de 1/6 até a metade (art. 70, primeira parte, do 
CP). 
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O quantum do aumento (entre 1/6 e metade da pena usada como 
base) será definido mediante a análise da quantidade de crimes 
praticados. Se praticados poucos crimes, aplica-se o aumento mínimo; se 
praticados diversos crimes mediante a única conduta, aplica-se o 
aumento em seu montante máximo. 
Trata-se, portanto, de uma fórmula de aplicação da pena que visa a 
beneficiar o réu, em razão do menor desvalor de sua conduta. 
Entretanto, se estivermos diante de concurso formal 
imperfeito (impróprio), aplica-se a regra estabelecida pelo art. 70, 
segunda parte, do CP, ou seja, o sistema do cúmulo material, pois 
o agente se valeu de uma única conduta para praticar diversos crimes de 
maneira dolosa, agindo com intenções autônomas (desígnios autônomos). 
Há, ainda, a figura que se denominou de concurso material 
benéfico, que ocorre quando o sistema da exasperação se mostra 
prejudicial ao réu em relação ao sistema da cumulação. Explico: 
Imaginem que o agente tenha cometido homicídio doloso simples (pena 
de 06 a 20 anos) e tenha, culposamente, mediante a mesma conduta, 
lesionado levemente uma terceira pessoa, cometendo o crime de lesões 
corporais culposas em concurso formal com o homicídio (art. 129, § 6° do 
CP, pena de 02 meses a um ano de detenção). 
Nesseexemplo acima, o sistema da exasperação é muito prejudicial 
ao réu. Imaginem que o infrator tenha sido condenado pelo crime de 
homicídio a 10 anos de reclusão (crime mais grave). Nesse caso, pelo 
sistema da exasperação, por ter havido concurso formal, essa pena deve 
ser aumentada de 1/6 até a metade. Logo, a pena dele variará de 11 
anos e 08 meses a 15 anos de reclusão (pena base + 1/6 e pena base + 
metade). Pelo sistema do cúmulo material, como a pena de lesões 
culposas é bem pequena, a pena do agente variaria de 10 anos e dois 
meses a 11 anos de reclusão. Nesse caso, percebam, o sistema da 
exasperação é prejudicial ao réu. Assim, a lei estabelece que, nesse caso, 
ELE NÃO SE APLICA, aplicando-se o sistema do cúmulo material, pois o 
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sistema da exasperação foi criado para beneficiar o réu e não pode ser 
aplicado quando resultar em prejuízo a ele. Nos termos do § único do art. 
70 do CP: 
Art. 70 (...) 
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra 
do art. 69 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
II.c) Crime continuado 
Também conhecido como continuidade delitiva, é a espécie de 
concurso de crimes na qual o agente pratica diversas condutas, 
praticando dois ou mais crimes, que por determinadas condições, fazem 
entender que todos fazem parte de uma única cadeia delitiva. Nos termos 
do art. 71 do CP: 
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica 
dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, 
maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser 
havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos 
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer 
caso, de um sexto a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos 
com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a 
culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, 
bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos 
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as 
regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.(Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Duas teorias buscam explicar este instituto: 
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 Teoria da ficção jurídica – Para esta teoria, a 
continuidade delitiva é uma ficção, pois, na verdade, 
existem diversos crimes, tendo a Lei considerado os diversos 
atos como apenas um crime, para fins de aplicação da pena. 
Esta teoria foi desenvolvida por Francesco Carrara; 
 Teoria da realidade, ou da unidade real – Para esta teoria, o 
crime continuado é, por sua própria natureza, um único delito, 
não havendo que se falar em ficção jurídica. 
 
O nosso CP adotou a teoria da ficção jurídica, pois a 
consideração dos diversos delitos como um único crime se dá apenas para 
fins de aplicação da pena, tanto que, no que tange à prescrição, eles 
são considerados crimes autônomos, nos termos do art. 119 do 
CP: 
Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá 
sobre a pena de cada um, isoladamente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 
 A) Requisitos para a configuração do crime continuado 
A Doutrina entende serem três os requisitos do crime continuado: 
a) pluralidade de condutas; b) pluralidade de crimes da mesma 
espécie; e c) condições semelhantes de tempo, lugar, modo de 
execução e outras semelhanças. 
Há divergência doutrinária quanto à necessidade de haver ou não 
unidade de desígnio. 
A pluralidade de conduta decorre da redação do art. 71, que fala 
em “mediante mais de uma ação ou omissão”. 
A pluralidade de crimes causa polêmica. O que seriam crimes 
da mesma espécie? A Doutrina e a Jurisprudência não são pacíficas. 
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Parte minoritária entende que crimes da mesma espécie são aqueles que 
tutelam o mesmo bem jurídico. Assim, para essa corrente, furto, 
estelionato, apropriação indébita, etc., seriam todos crimes da mesma 
espécie, pois seriam todos “crimes contra o patrimônio”. 
No entanto, a corrente que prevalece, inclusive no STJ, é a de 
que crimes da mesma espécie são aqueles tipificados pelo mesmo 
dispositivo legal, na forma simples, privilegiada ou qualificada, 
consumados ou tentados. Assim, seriam crimes da mesma espécie 
roubo e roubo qualificado. 
Vejamos: 
 
HABEAS CORPUS. PENAL. ROUBO E FURTO. IMPOSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO 
DE CONTINUIDADE DELITIVA. CRIMES DE ESPÉCIES DIFERENTES. PRECEDENTES DO 
STF E DO STJ. ORDEM DE HABEAS CORPUS DENEGADA. 
1. O crime continuado é ficção jurídica que se evidencia quando o agente, mediante 
mais de uma ação ou omissão, comete mais de um crime da mesma espécie, sendo 
necessário também que os delitos guardem conexão no que diz respeito ao tempo, ao 
lugar, à maneira de execução e a outras características que façam presumir a 
continuidade delitiva (art. 71, caput, do Código Penal). 
2. Não há como reconhecer a continuidade delitiva entre os crimes de roubo e 
furto, pois são infrações penais de espécies diferentes e que têm definição 
legal autônoma. Precedentes do STF e do STJ. 
3. Ordem de habeas corpus denegada. 
(HC 214.157/RS, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 17/10/2013, 
DJe 29/10/2013) 
 
Entretanto, essa corrente entende que, além de serem tratados 
no mesmo dispositivo legal, devem tutelar o mesmo bem jurídico. 
Assim, roubo simples (art. 157) e latrocínio (art. 157, § 3° do CP) não 
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seriam crimes da mesma espécie, pois o latrocínio tutela, ainda, o direito 
à vida, e não somente o patrimônio. 
O STJ já solidificou este entendimento: 
 
(...) 
1. Os crimes de roubo e latrocínio, apesar de serem do mesmo gênero, não são 
da mesma espécie. No crime de roubo, a conduta do agente ofende o 
patrimônio. No delito de latrocínio, ocorre lesão ao patrimônio e à vida da 
vítima, não havendo homogeneidade de execução na prática dos dois delitos, 
razão pela qual tem aplicabilidade a regra do concurso material. 
(...) 
(HC 186.575/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 27/08/2013, 
DJe 04/09/2013) 
 
Por fim, a semelhança entre os delitos deve obedecer à conexão 
de quatro gêneros: temporal, espacial, modal e ocasional. 
A conexão temporal exige que os crimes tenham sido cometidos 
na mesma época. Mesma época não implica mesmo momento. A 
jurisprudência tem entendido que os crimes não podem ter sido 
cometidos em um lapso temporal superior a 30 dias. No entanto, no que 
se refere aos crimes contra a ordem tributária, o STF já entendeu que 
pode haver continuidade delitiva desde que os delitos tenham sido 
cometidos em lapso temporal não superior a 03 anos. 
A conexão espacial indica que, para que seja considerada 
continuidade delitiva, os crimes devem ser cometidos no mesmo local. A 
Jurisprudência entende que a conexão espacial só estará presente se os 
crimes forem cometidos na mesma cidade, ou, no máximo, na mesma 
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A conexão modal se verifica quando o agente pratica o crime 
sempre da mesma maneira, seja pelo modo de execução, pela utilização 
de comparsas, etc. 
A conexão ocasional não possui previsão expressa na Lei, mas 
parte da Doutrina a entende como a necessidade de que os primeiros 
crimes tenham proporcionado uma ocasião que gerou a prática dos 
crimes subsequentes. 
 
Com relação à unidade de desígnios, ou seja, a necessidade de que 
todos os crimes praticados na verdade tenham sido partes de um único 
projeto criminoso, a Doutrina é dividida, mas a maioria da Doutrina, 
bem como a Jurisprudência, entendem ser necessária essa 
unidade de desígnios, de forma que a mera reunião dos demais 
requisitos não configura a continuidade delitiva se os crimes 
foram praticados de maneira isolada, sem nenhum vínculo entre 
eles. Isso significa que a maioria da Doutrina e a Jurisprudência adotam 
a teoria objetivo-subjetiva, desprezando a teoria objetiva pura, que não 
prevê a necessidade de unidade de desígnios. 
 
B) Aplicação da pena no crime continuado 
Existem três espécies de crime continuado: simples, qualificado e 
específico. Entretanto, em todos os casos se aplica o sistema da 
exasperação. 
No crime continuado simples, as penas dos delitos parcelares são as 
mesmas. Exemplo: 10 furtos simples praticados em continuidade delitiva. 
Nesse caso, aplica-se a pena de apenas um deles, acrescida de 1/6 a 2/3 
(varia conforme a quantidade de delitos). 
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No crime continuado qualificado, as penas dos delitos praticados são 
diferentes, de modo que se aplica a pena do mais grave deles, aumentada 
de 1/6 a 2/3. 
Por fim, o crime continuado específico está previsto no § único do 
art. 71 do CP: 
Art. 71 (...) 
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos 
com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a 
culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, 
bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos 
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as 
regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.(Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Assim, nos crimes dolosos cometidos com violência ou grave 
ameaça à pessoa, sendo as vítimas diferentes, poderá o Juiz aplicar a 
pena de um deles (ou a mais grave, se diversas), aumentada até o triplo. 
Vejam que se adotou o mesmo sistema da exasperação, entretanto, o § 
único previu um quantum maior a ser acrescido à pena-base. A lei não 
estabelece a quantidade mínima nesse caso, mas a 
Jurisprudência, inclusive o STF, entende que o mínimo aqui 
também é de 1/6. 
Aqui também se aplica a regra do “concurso material benéfico”, ou 
seja, se o sistema da exasperação se mostrar mais gravoso, deverá ser 
aplicado o sistema do cúmulo material. 
 
C) Crime continuado e conflito de leis penais no tempo 
Se durante a execução do crime continuado sobrevir lei nova, mais 
gravosa ao réu, esta última é aplicada, pois o crime continuado se 
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considera praticado quando cessa a continuidade delitiva. Assim, sendo o 
tempo do crime o momento em que cessa a continuidade, a lei nova 
chegou a vigorar antes de sua consumação, aplicando-se a este, por ser a 
lei vigente ao tempo do crime. 
Este entendimento está, inclusive, sumulado pelo STF: 
SÚMULA Nº 711 
A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME 
CONTINUADO OU AO CRIME PERMANENTE, SE A SUA 
VIGÊNCIA É ANTERIOR À CESSAÇÃO DA CONTINUIDADE 
OU DA PERMANÊNCIA. 
 
D) Prescrição 
Nos crimes continuados, por haver mera ficção jurídica de crime 
único, apenas para fins de aplicação da pena, a prescrição é calculada 
em relação a cada crime isoladamente. 
Entretanto, para o cálculo da prescrição, leva-se em conta a pena 
mínima estabelecida para a pena-base, desprezando-se o acréscimo que 
seria aplicado. Assim, se há dois furtos simples praticados em 
continuidade delitiva (penas mínimas de um ano), tendo a sentença 
aplicado a pena mínima, por exemplo, acrescida de determinado 
percentual, a prescrição é calculada tendo por base a pena mínima 
aplicada, e não a pena mínima de um ano acrescida do percentual de 
exasperação. Isso é o que consta do verbete n° 497 da súmula do 
STF: 
SÚMULA Nº 497 
QUANDO SE TRATAR DE CRIME CONTINUADO, A PRESCRIÇÃO 
REGULA-SE PELA PENA IMPOSTA NA SENTENÇA, NÃO SE 
COMPUTANDO O ACRÉSCIMO DECORRENTE DA CONTINUAÇÃO. 
 
II.d) Multa e o concurso de crimes 
Assim prevê o art. 72 do CP: 
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Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e 
integralmente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Assim, o art. 72 do CP prevê a aplicação do sistema do 
cúmulo material no que tange às penas de multa. Essa aplicação é 
inquestionável no concurso material e no concurso formal. 
No entanto, no que se refere ao crime continuado, há forte 
divergência. 
A primeira corrente (amplamente majoritária na Doutrina) entende 
que esta regra também se aplica ao crime continuado, por não ter a Lei 
feito qualquer distinção. 
A segunda corrente (majoritária na Jurisprudência, inclusive 
no STJ), entende que, nesse caso, não se aplica a regra do art. 72, 
por ter a lei entendido que se trata de crime único, mediante 
ficção jurídica. 
 
Bons estudos! 
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LISTA DAS QUESTÕES 
 
01 - (CESPE - 2007 - TJ-PI - JUIZ) 
No concurso de pessoas, há quatro teorias que explicam o tratamento da 
acessoriedade na participação. De acordo com a teoria da 
hiperacessoriedade, para se punir a conduta do partícipe, é preciso que o 
fato principal seja: 
I típico. 
II antijurídico. 
II culpável. 
IV punível. 
A quantidade de itens certos é igual a 
A) 0. 
B) 1. 
C) 2. 
D) 3. 
E) 4. 
 
02 - (CESPE - 2009 - PC-RN - AGENTE DE POLÍCIA) 
Acerca do concurso de pessoas, assinale a opção correta. 
A) Considere que Lia e Lena estivessem discutindo dentro do carro 
quando, acidentalmente, Lia atropelou um pedestre que atravessava na 
faixa de segurança. Nessa situação hipotética, Lia e Lena deverão 
responder pela prática de homicídio culposo. 
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B) O crime de falso testemunho admite coautoria e participação. 
C) Considere que Mévio e Leo tenham resolvido furtar uma casa 
supostamente abandonada. Nesse furto, considere que Leo tenha ficado 
vigiando a entrada, enquanto Mévio entrou para subtrair os bens; dentro 
da residência, Mévio descobriu que a mesma estava habitada e acabou 
agredindo o morador; após levarem os objetos para um local seguro, 
Mévio narrou o fato para Leo. Considerando essa situação hipotética, 
Mévio deverá responderpelo crime de roubo e Leo, por furto. 
D) No crime de induzimento ou instigação ao suicídio, o agente que 
instiga age como partícipe e o suicida é, ao mesmo tempo, sujeito ativo e 
passivo. 
E) As circunstâncias e as condições de caráter pessoal se comunicam 
entre os coautores e partícipes do crime. 
 
03 - (CESPE - 2011 - TJ-ES - ANALISTA JUDICIÁRIO - DIREITO - 
ÁREA JUDICIÁRIA - ESPECÍFICOS) 
Considere que os indivíduos João e José — ambos com animus necani, 
mas um desconhecendo a conduta do outro — atirem contra Francisco, e 
que a perícia, na análise dos atos, identifique que José seja o 
responsável pela morte de Francisco. Nessa situação hipotética, José 
responderá por homicídio consumado e João, por tentativa de homicídio. 
Certo ou Errado? 
 
04 - (CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVÃO DE POLÍCIA - 
ESPECÍFICOS) 
O concurso de pessoas, no sistema penal brasileiro, adotou a teoria 
monística, com temperamentos, uma vez que estabelece certos graus de 
participação, em obediência ao princípio da individualização da pena. 
Certo ou Errado? 
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05 - (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - 
ÁREA DE DIREITO) 
A teoria do domínio do fato é aplicável para a delimitação de coautoria e 
participação, sendo coautor aquele que presta contribuição independente 
e essencial à prática do delito, mas não obrigatoriamente à sua 
execução. Certo ou Errado? 
 
06 - (CESPE - 2010 - DPU - DEFENSOR PÚBLICO) 
Em caso de concurso formal de crimes, a pena privativa de liberdade não 
pode exceder a que seria cabível pela regra do concurso material. Certo 
ou Errado? 
 
07 - (CESPE - 2009 - AGU - ADVOGADO) 
No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre 
a pena de cada um deles, isoladamente. 
 
08 - (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLÍCIA) 
Considere a seguinte situação hipotética. 
Fernando, Cláudio e Maria, penalmente imputáveis, associaram-se com 
Geraldo, de 17 anos de idade, com o fim de cometer estelionato. 
Alugaram um apartamento e adquiriram os equipamentos necessários à 
prática delituosa, chegando, em conluio, à concretização de um único 
crime. 
Nessa situação, o grupo, com exceção do adolescente, responderá 
apenas pelo crime de estelionato, não se caracterizando o delito de 
quadrilha ou bando, em face da necessidade de associação de, no 
mínimo, quatro pessoas para a tipificação desse delito, todas penalmente 
imputáveis. 
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09 - (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLÍCIA) 
Considere a seguinte situação hipotética. 
Luiz, imputável, aderiu deliberadamente à conduta de Pedro, auxiliando-
o no arrombamento de uma porta para a prática de um furto, vindo a 
adentrar na residência, onde se limitou, apenas, a observar Pedro, 
durante a subtração dos objetos, mais tarde repartidos entre ambos. 
Nessa situação, Luiz responderá apenas como partícipe do delito pois 
atuou em atos diversos dos executórios praticados por Pedro, autor 
direto. 
 
10 - (CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVÃO DE POLÍCIA - 
ESPECÍFICOS) 
O concurso de pessoas, no sistema penal brasileiro, adotou a teoria 
monística, com temperamentos, uma vez que estabelece certos graus de 
participação, em obediência ao princípio da individualização da pena. 
 
11 - (CESPE - 2011 - PC-ES - DELEGADO DE POLÍCIA - 
ESPECÍFICOS) 
Quanto ao concurso de pessoas, o direito penal brasileiro acolhe a teoria 
monista, segundo a qual todos os indivíduos que colaboraram para a 
prática delitiva devem, como regra geral, responder pelo mesmo crime. 
Tal situação pode ser, todavia, afastada, por aplicação do princípio da 
intranscendência das penas, para a hipótese legal em que um dos 
colaboradores tenha desejado participar de delito menos grave, caso em 
que deverá ser aplicada a pena deste. 
 
12 - (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - 
ÁREA DE DIREITO) 
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A teoria do domínio do fato é aplicável para a delimitação de coautoria e 
participação, sendo coautor aquele que presta contribuição independente 
e essencial à prática do delito, mas não obrigatoriamente à sua 
execução. 
 
13 - (CESPE - 2010 - DPU - DEFENSOR PÚBLICO) 
Em se tratando da chamada comunicabilidade de circunstâncias, prevista 
no Código Penal brasileiro, as condições e circunstâncias pessoais que 
formam a elementar do injusto, tanto básico como qualificado, 
comunicam-se dos autores aos partícipes e, de igual modo, as condições 
e circunstâncias pessoais dos partícipes comunicam-se aos autores. 
 
14 - (CESPE - 2008 - MPE-RR - PROMOTOR DE JUSTIÇA) 
Ocorre a coautoria sucessiva quando, após iniciada a conduta típica por 
um único agente, houver a adesão de um segundo agente à empreitada 
criminosa, sendo que as condutas praticadas por cada um, dentro de um 
critério de divisão de tarefas e união de desígnios, devem ser capazes de 
interferir na consumação da infração penal. 
 
15 - (CESPE - 2008 - MPE-RR - PROMOTOR DE JUSTIÇA) 
No tocante à participação, o CP adota o critério da hiperacessoriedade, 
razão pela qual, para que o partícipe seja punível, será necessário se 
comprovar que ele concorreu para a prática de fato típico e ilícito. 
 
16 - (CESPE - 2008 - STJ - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
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A participação ínfima ou de somenos é tratada pelo CP da mesma 
maneira que a menor participação, tendo ambas como consequência a 
incidência de minorante da pena em um sexto a um terço. 
 
17 - (CESPE - 2004 - POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLÍCIA - 
REGIONAL) 
De acordo com o sistema adotado pelo Código Penal, é possível impor aos 
partícipes da mesma atividade delituosa penas de intensidades desiguais. 
 
18 - (CESPE - 2008 - STF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Em caso de concurso de pessoas para a prática de crime, se algum dos 
concorrentes participar apenas do crime menos grave, será aplicada a 
ele a pena relativa a esse crime, mesmo que seja previsível o resultado 
mais grave. 
 
19 - (CESPE - 2010 - AGU - PROCURADOR) 
Ao crime plurissubjetivo aplica-se a norma de extensão do art. 29 do 
Código Penal, que dispõe sobre o concurso de pessoas, sendo esta 
exemplo de norma de adequação típica mediata. 
 
20 - (CESPE - 2008 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Valdir e Júlio combinaram praticar um crime de furto, assim ficando 
definida a divisão de tarefas entre ambos: Valdir entraria na residência 
de seu ex-patrão Cláudio, pois este estava viajando de férias e, portanto, 
a casa estaria vazia; Júlio aguardaria dentro do carro, dando cobertura à 
empreitada delitiva. No dia e local combinados, Valdir entrou desarmado 
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na casa e Júlio ficou no carro. Entretanto, sem que eles tivessem 
conhecimento, dentro da residência estava um agente de segurança 
contratado por Cláudio. Ao se deparar com o segurança, Valdir constatou 
que ele estava cochilando em uma cadeira, com uma arma de fogo em 
seucolo. Valdir então pegou a arma de fogo, anunciou o assalto e, em 
face da resistência do segurança, findou por atirar em sua direção, 
lesionando-o gravemente. Depois disso, subtraiu todos os bens que 
guarneciam a residência. 
Nessa situação, deve-se aplicar a Júlio a pena do crime de furto, uma 
vez que o resultado mais grave não foi previsível. 
 
21 - (CESPE – 2002 – SENADO – CONSULTOR LEGISLATIVO) 
Acerca da responsabilidade criminal e do concurso de pessoas, julgue o 
item em seguida. 
Se Raul estimula Ângelo a matar Honório, o que efetivamente ocorreu, 
Raul não deverá responder pelo crime de homicídio em concurso com 
Ângelo, porque não praticou a conduta típica "matar alguém". 
 
22 - (CESPE – 2002 – SENADO – CONSULTOR LEGISLATIVO) 
Acerca da responsabilidade criminal e do concurso de pessoas, julgue o 
item em seguida. 
Para que haja o concurso de pessoas, seja na modalidade da co-autoria, 
seja na modalidade da participação, não há necessidade de que os 
agentes tenham combinado previamente a execução do crime. 
 
23 - (CESPE – 2002 – SENADO – CONSULTOR LEGISLATIVO) 
Acerca da responsabilidade criminal e do concurso de pessoas, julgue o 
item em seguida. 
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Pedro, comerciário, auxiliou Igor, funcionário público, a apropriar-se de 
dinheiro que ele, Igor, tinha em sua posse, em razão do cargo. Nesse 
caso, Pedro deverá responder pelo crime de peculato em concurso com 
Igor. 
 
24 - (CESPE – 2010 – ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE 
INTELIGÊNCIA) 
Julgue o item a seguir, acerca das causas excludentes de ilicitude e do 
concurso de pessoas. 
A teoria do domínio do fato é aplicável para a delimitação de coautoria e 
participação, sendo coautor aquele que presta contribuição independente 
e essencial à prática do delito, mas não obrigatoriamente à sua execução. 
 
25 - (CESPE – 2002 – SEFAZ/AL – TÉCNICO DE FINANÇAS) 
À luz do direito penal, julgue o item subsequente. 
Considere a seguinte situação hipotética. 
José e Manuel praticaram um crime de peculato, em concurso de agentes. 
Instaurada a ação penal, José veio a falecer. Nessa situação, tomando 
conhecimento informalmente do óbito de um dos réus, o juiz declarará a 
extinção da punibilidade com relação a José e Manuel. 
 
26 - (CESPE – 2010 – AGU – PROCURADOR FEDERAL) 
No que se refere à parte geral do Código Penal, julgue o item 
subsequente. 
Ao crime plurissubjetivo aplica-se a norma de extensão do art. 29 do 
Código Penal, que dispõe sobre o concurso de pessoas, sendo esta 
exemplo de norma de adequação típica mediata. 
 
27 - (CESPE – 2002 – PF – ESCRIVÃO DE POLÍCIA FEDERAL) 
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No item seguinte, é apresentada uma situação hipotética relativa ao 
direito penal, seguida de uma assertiva a ser julgada. 
Juliana era conhecida de Múcio, funcionário de autarquia federal, e sobre 
ele a primeira possuía grande ascendência. Juliana não era funcionária 
pública e, durante muito tempo, tentou convencê-lo a subtrair um 
equipamento, de pequeno porte mas valioso, que havia no ente público, 
até que Múcio anuiu e efetuou a subtração. Nessa situação, Múcio 
cometeu peculato e, pelo fato de esse delito ser próprio de funcionário 
público, Juliana não poderia ser punida como partícipe do crime. 
 
28 - (CESPE – 2002 – PF – ESCRIVÃO DE POLÍCIA FEDERAL) 
No item a seguir, é apresentada uma situação hipotética relativa à 
legislação penal, seguida de uma assertiva a ser julgada. 
Um agente de polícia resolveu torturar um preso sob sua guarda, e, antes 
que isso ocorresse, o delegado responsável tomou conhecimento da 
intenção do agente. O delegado não concordava com a tortura e não a 
praticou, mas nada fez para evitá-la. Nessa situação, tanto o agente 
quanto o delegado poderiam ser responsabilizados penalmente, com base 
na lei que define os crimes de tortura. 
 
29 - (CESPE – 2002 – PF – ESCRIVÃO DE POLÍCIA FEDERAL) 
Acerca dos crimes contra o patrimônio e a administração pública, julgue o 
item abaixo. 
Por ser a concussão crime próprio, inadmissível é a participação de 
pessoa estranha ao quadro do funcionalismo público (particular). 
 
30 - (CESPE – 2002 – TC/DF – PROCURADOR DO MINISTÉRIO 
PÚBLICO) 
Julgue o item abaixo. 
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Considere a seguinte situação hipotética. 
Juvenal, servidor público federal, participou de desvio de verbas públicas, 
juntamente com outros coautores. Com a soma, adquiriu diversos bens 
no Brasil e no exterior. Sua esposa, Vitória, usufruiu de todos os confortos 
propiciados pelo desvio dos valores públicos. 
Nessa situação, não houve por parte de Vitória ato de execução algum. 
No entanto, vislumbra-se sua participação nos crimes, uma vez que tinha 
conhecimento de todos os atos criminais do marido e poderia tê-los 
evitado. 
 
31 - (CESPE - 2013 - PRF - POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) 
Em relação ao concurso de pessoas, o CP adota a teoria monista, segundo 
a qual todos os que contribuem para a prática de uma mesma infração 
penal cometem um único crime, distinguindo-se, entretanto, os autores 
do delito dos partícipes. 
 
32 - (CESPE - 2013 - PRF - POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) 
Considere a seguinte situação hipotética. 
Aproveitando-se da facilidade do cargo por ele exercido em determinado 
órgão público, Artur, servidor público, em conluio com Maria, penalmente 
responsável, subtraiu dinheiro da repartição pública onde trabalha. Maria, 
que recebeu parte do dinheiro subtraído, desconhecia ser Artur 
funcionário público. 
Nessa situação hipotética, Artur cometeu o crime de peculato e Maria, o 
delito de furto. 
 
33 - (CESPE - 2013 - PC-BA - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
Acerca do concurso de crimes, do concurso de pessoas e das causas de 
exclusão da ilicitude, julgue os itens que se seguem. 
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No concurso de pessoas, a caracterização da coautoria fica condicionada, 
entre outros requisitos, ao prévio ajuste entre os agentes e à necessidade 
da prática de idêntico ato executivo e crime. 
 
34 - (CESPE - 2013 - MPU - ANALISTA - DIREITO) 
Acerca dos institutos do direito penal brasileiro, julgue os próximos itens. 
Tratando-se de concurso de agentes, quando comprovada a vontade de 
um dos autores do fato em participar de crime menos grave, a pena será 
diminuída até a metade, na hipótese de o resultado mais grave ter sido 
previsível, não podendo, contudo, ser inferior ao mínimo da pena 
cominada ao crime efetivamente praticado. 
 
35 - (CESPE - 2013 - PC-BA - DELEGADO DE POLÍCIA) 
Considere que Joana, penalmente imputável, tenha determinado a 
Francisco, também imputável, que desse uma surra em Maria e que 
Francisco, por questões pessoais, tenha matado Maria. Nessa situação, 
Francisco e Joana deverão responder pela prática do delito de homicídio, 
podendo Joana beneficiar-se de causa de diminuição de pena. 
 
36 - (CESPE - 2013 - SERPRO - ANALISTA - ADVOCACIA) 
Havendo concurso de pessoas para a prática de crime, caso um dos 
agentes participe apenas de crime menos grave, será aplicada a ele a 
pena relativa a esse crime, desde que não seja previsível resultado mais 
grave. 
 
37 - (CESPE - 2013 - TJ-DF - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA 
ADMINISTRATIVA)Direito Penal ʹ PRF (2014) 
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Se determinada pessoa, querendo chegar rapidamente ao aeroporto, 
oferecer pomposa gorjeta a um taxista para que este dirija em velocidade 
acima da permitida e, em razão disso, o taxista atropelar e, 
consequentemente, matar uma pessoa, a pessoa que oferecer a gorjeta 
participará de crime culposo. 
 
38 - (CESPE - 2013 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Em 18/2/2011, às 21 horas, na cidade X, João, que planejara 
detalhadamente toda a empreitada criminosa, Pedro, Jerônimo e Paulo, 
de forma livre e consciente, em unidade de desígnios com o adolescente 
José, que já havia sido processado por atos infracionais, decidiram 
subtrair para o grupo uma geladeira, um fogão, um botijão de gás e um 
micro-ondas, pertencentes a Lúcia, que não estava em casa naquele 
momento. Enquanto João e Pedro permaneceram na rua, dando cobertura 
à ação criminosa, Paulo, Jerônimo e José entraram na residência, tendo 
pulado um pequeno muro e utilizado grampos para abrir a porta da casa. 
Antes da subtração dos bens, Jerônimo, arrependido, evadiu-se do local e 
chamou a polícia. Ainda assim, Paulo e José se apossaram de todos os 
bens referidos e fugiram antes da chegada da polícia. 
Dias depois, o grupo foi preso, mas os bens não foram encontrados. 
Na delegacia, verificou-se que João, Pedro e Paulo já haviam sido 
condenados anteriormente pelo crime de estelionato, mas a sentença não 
havia transitado em julgado e que Jerônimo tinha sido condenado, em 
sentença transitada em julgado, por contravenção penal. 
De acordo com a teoria objetivo-material, considera-se Paulo autor do 
crime de furto e João e Pedro, partícipes. 
 
39 - (CESPE - 2013 - TC-DF - PROCURADOR) 
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Ângelo, funcionário público exercente do cargo de fiscal da Agência de 
Fiscalização do DF (AGEFIS), no exercício de suas funções, exigiu 
vantagem indevida do comerciante Elias, de R$ 2.000,00 para que o 
estabelecimento não fosse autuado em razão de irregularidades 
constatadas. Para a prática do delito, Ângelo foi auxiliado por seu primo, 
Rubens, taxista, que o conduziu em seu veículo até o local da fiscalização, 
previamente acordado e consciente tanto da ação delituosa que seria 
empreendida quanto do fato de que Ângelo era funcionário público. Antes 
que os valores fossem entregues, o comerciante, atemorizado, conseguiu 
informar policiais militares acerca dos fatos, tendo sido realizada a prisão 
em flagrante de Ângelo. 
A condição de funcionário público comunica-se ao partícipe Rubens, que 
tinha prévia ciência do cargo ocupado por seu primo e acordou sua 
vontade com a dele para auxiliá-lo na prática do delito, de forma que os 
dois deverão estar incursos no mesmo tipo penal. 
 
40 - (CESPE - 2013 - PC-BA - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
Acerca do concurso de crimes, do concurso de pessoas e das causas de 
exclusão da ilicitude, julgue os itens que se seguem. 
No que diz respeito ao concurso de crimes, o direito brasileiro adota o 
sistema do cúmulo material e o da exasperação na aplicação da pena. 
 
41 - (CESPE - 2013 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Em 15/10/2005, nas dependências do banco Y, Carlos, com o objetivo de 
prejudicar direitos da instituição financeira, preencheu e assinou 
declaração falsa na qual se autodenominava Maurício. No mesmo dia, foi 
até outra agência do mesmo banco e, agindo da mesma forma, declarou 
falsamente chamar-se Alexandre. 
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Em 1/5/2010, Carlos foi denunciado, tendo a denúncia sido 
recebida em 24/5/2010. Após o devido processo legal, em sentença 
proferida em 23/8/2012, o acusado foi condenado a um ano e dois 
meses de reclusão, em regime inicialmente aberto, e ao pagamento 
de doze dias-multa, no valor unitário mínimo legal. A pena 
privativa de liberdade foi substituída por uma pena restritiva de 
direitos e multa. O MP não apelou da sentença condenatória. 
Com relação à situação hipotética acima, julgue os itens seguintes. 
As ações de Carlos configuram crime continuado, visto que as condições 
de tempo, lugar e modo de execução foram as mesmas em ambos os 
casos, tendo a ação subsequente dado continuidade à primeira. 
 
42 - (CESPE – 2014 - CÂMARA DOS DEPUTADOS - POLICIAL 
LEGISLATIVO) 
Paulo e João foram surpreendidos nas dependências da Câmara dos 
Deputados quando subtraíam carteiras e celulares dos casacos e bolsas 
de pessoas que ali transitavam. Paulo tem dezessete anos e teve acesso 
ao local por intermédio de João, que é servidor da Casa. 
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens a seguir. 
O fato de Paulo ser inimputável impede que se reconheça o concurso de 
pessoas no caso narrado. 
 
43 - (CESPE – 2014 – TJ/SE - ANALISTA) 
No que se refere à punibilidade e às causas de sua extinção, bem como 
ao concurso de pessoas, julgue os itens a seguir. 
Para um coautor cujas ações tiverem resultado em crime mais grave, 
apesar de ele ter desejado participar de crime de menor gravidade, a 
pena aplicada deve ser a referente ao crime menos grave, que deve ser 
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aumentada até a metade no caso de o resultado mais grave ter sido 
previsível quando as ações foram realizadas. 
 
44 - (CESPE – 2014 – TJ/SE – TÉCNICO) 
No que se refere a concurso de pessoas, aplicação da pena, medidas de 
segurança e ação penal, julgue os itens a seguir. 
Em se tratando de autoria colateral, não existe concurso de pessoas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
 
01 - (CESPE - 2007 - TJ-PI - JUIZ) 
No concurso de pessoas, há quatro teorias que explicam o 
tratamento da acessoriedade na participação. De acordo com a 
teoria da hiperacessoriedade, para se punir a conduta do 
partícipe, é preciso que o fato principal seja 
I típico. 
II antijurídico. 
II culpável. 
IV punível. 
A quantidade de itens certos é igual a 
A) 0. 
B) 1. 
C) 2. 
D) 3. 
E) 4. 
COMENTÁRIOS: Conforme estudamos, a teoria da hiperacessoriedade é 
a mais radical de todas as quatro, exigindo para a punibilidade do 
partícipe, que a conduta principal deva ser típica, ilícita, culpável e 
punível. Assim, a alternativa correta é a letra E. 
 
02 - (CESPE - 2009 - PC-RN - AGENTE DE POLÍCIA) 
Acerca do concurso de pessoas, assinale a opção correta. 
A) Considere que Lia e Lena estivessem discutindo dentro do carro 
quando, acidentalmente, Lia atropelou um pedestre que 
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atravessava na faixa de segurança. Nessa situação hipotética, Lia 
e Lena deverão responder pela prática de homicídio culposo. 
ERRADA: Nesse caso não há concurso de agentes, pois não há 
participação culposa em crime culposo; 
B) O crime de falso testemunho admite coautoria e participação. 
ERRADA: A grande maioria da Doutrina

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