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Aula 04
Senado Federal (Técnico - Policial
Legislativo) Direito Penal - Cebraspe
2022
Autor:
Renan Araujo
02 de Janeiro de 2022
05642808796 - Flavio Gama de Oliveira
Renan Araujo
Aula 04
Índice
..............................................................................................................................................................................................1) Concurso de Pessoas 3
..............................................................................................................................................................................................2) Questões Comentadas - Concurso de Pessoas - Cebraspe 22
..............................................................................................................................................................................................3) Lista de Questões - Concurso de Pessoas - Cebraspe 48
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 CONCURSO DE PESSOAS
Conceito, natureza e características
O concurso de pessoas pode ser conceituado como a colaboração de dois ou mais
agentes para a prática de um delito ou contravenção penal.
O concurso de pessoas é regulado pelos arts. 29 a 31 do CP:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de
um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á
aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter
sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal,
salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Casos de impunibilidade
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição
expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser
tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Mas como compreender a natureza jurídico-penal de uma conduta criminosa praticada
por diversas pessoas? Três teorias surgiram:
● Pluralista (ou pluralística) - Para esta teoria cada pessoa responderia por um crime
próprio, existindo tantos crimes quantos forem os participantes da conduta
delituosa, já que a cada um corresponde uma conduta própria, um elemento
psicológico próprio e um resultado igualmente particular .1
● Dualista (ou dualística) – Segundo esta teoria, há um crime para os autores, que
realizam a conduta típica emoldurada no ordenamento positivo, e outro crime para
os partícipes, que desenvolvem uma atividade secundária.
● Monista (ou monística ou unitária) – A codelinquência (concurso de agentes) deve
ser entendida, para esta teoria, como CRIME ÚNICO, devendo todos responderem
1 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral. Ed. Saraiva, São Paulo, 2015, p. 548
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pelo mesmo crime. É a adotada pelo CP. Isso não significa que todos que
respondem pelo delito terão a mesma pena. A pena de cada um irá corresponder à
valoração de cada uma das condutas (cada um responde “na medida de sua
culpabilidade). Em razão desta diferenciação na pena de cada um dos infratores,
diz-se que o CP adotou uma espécie de teoria monista temperada (ou mitigada).
O concurso de pessoas pode ser, basicamente, de duas espécies:
● EVENTUAL – Neste caso, o tipo penal não exige que o fato seja praticado por mais
de uma pessoa. Isso não impede, contudo, que eventual ele venha a ser praticado
por mais de uma pessoa (Ex.: Furto, roubo, homicídio).
● NECESSÁRIO – Nesta hipótese o tipo penal exige que a conduta seja praticada por
mais de uma pessoa. Divide-se em: a) condutas paralelas (crimes de conduta
unilateral): Aqui os agentes praticam condutas dirigidas à obtenção da mesma
finalidade criminosa (associação criminosa, art. 288 do CPP); b) condutas
convergentes (crimes de conduta bilateral ou de encontro): Nesta modalidade os
agentes praticam condutas que se encontram e produzem, juntas, o resultado
pretendido (ex. Bigamia); c) condutas contrapostas: Neste caso os agentes praticam
condutas uns contra os outros (ex. Crime de rixa)
Requisitos
Mas quais são os requisitos para que se possa falar em concurso de pessoas? Cinco são os
requisitos para que seja caracterizado o concurso de pessoas. Vejamos:
Pluralidade de agentes
Para que possamos falar em concurso de pessoas, é necessário que tenhamos mais de uma
pessoa a colaborar para o ato criminoso. É necessário que sejam agentes culpáveis? A doutrina
se divide, mas prevalece o entendimento de que todos os comparsas devem ter discernimento,
de maneira que a ausência de culpabilidade por doença mental, por exemplo, afastaria o
concurso de agentes, devendo ser reconhecida a autoria mediata.
Assim, se uma pessoa, perfeitamente mental e maior de 18 anos (penalmente imputável)
determina a um doente mental (sem qualquer discernimento) que realize um homicídio, não há
concurso de pessoas, mas autoria mediata, pois o autor do crime foi o mandante, que se valeu
de uma pessoa sem vontade como mero instrumento para praticar o crime. Não há concurso,2
pois um dos agentes não era culpável.
Todavia, é bom ressaltar que, nos crimes plurissubjetivos , se um dos colaboradores não é3
culpável por qualquer razão, mesmo assim permanece o crime. Nos crimes eventualmente
plurissubjetivos (crime de furto, por exemplo, que eventualmente pode ser um crime qualificado
pelo concurso de pessoas, embora seja, em regra, unissubjetivo) também não é necessário que
3 Aqueles em que necessariamente deve haver mais de um agente, como no crime de associação criminosa,
por exemplo – art. 288 do CP
2 WELZEL, Hans. Derecho Penal, parte general. Ed. Roque Depalma. Buenos Aires, 1956, p. 106
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todos os agentes sejam culpáveis, bastando que apenas um o seja para que reste configurado o
delito em sua forma qualificada.
EXEMPLO: José, maior e capaz, perfeitamente imputável, combina de realizar um
roubo juntamente com Paulo, adolescente de 17 anos de idade e, portanto,
inimputável. O roubo se realiza. Neste caso, não podemos falar em autoria
mediata entre José e Paulo, eis que Paulo não foi mero instrumento nas mãos de
José. Paulo quis participar da empreitada criminosa, e responderá por isso, de
acordo com as regras próprias do ECA . Neste caso, como não houve autoria4
mediata, José deverá responder pelo crime roubo com a majorante de ter sido o
crime praticado em concurso de pessoas , ainda que Paulo responda de acordo5
com o ECA, e não de acordo com a Lei Penal.
Nessas duas últimas hipóteses, no entanto, não há propriamente concurso de pessoas, mas
o que a Doutrina chama de concurso impróprio, ou concurso aparente de pessoas. Contudo,
essa ressalva só se aplica ao caso de concurso entre culpável e “não culpável que possui
discernimento”. Assim, se o agente culpável se vale de alguém sem culpabilidade como mero
instrumento, sem que ele possua qualquer discernimento, teremos sempre autoria mediata.
Autoria mediata
A autoria mediata ocorre quando o agente (autor mediato) se vale de uma pessoa como
instrumento (autor imediato) para a prática do delito.
EXEMPLO: José, maior e capaz, entrega uma arma de fogo a uma criança de 05
anos, dizendo que ela deve colocar a arma na cabeça de Maria e fazer uma
brincadeira,pois ao apertar o gatilho, sairá água da arma. A criança aperta o
gatilho e Maria morre. Neste caso, temos autoria mediata, pois José (autor
mediato) se valeu da criança (executor) como mero instrumento para a prática do
delito.
Todavia, não basta que o executor seja um inimputável, ele deve ser um verdadeiro
INSTRUMENTO do mandante, ou seja, ele não deve ter qualquer discernimento no caso
concreto.
Ex.: José e Pedro (este menor de idade, com 17 anos) combinam de matar Maria.
José arma o plano e entrega a arma a Pedro, que a executa. Neste caso, Pedro é
5 Art. 157, §2º, II do CP.
4 Estatuto da Criança e do Adolescente.
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inimputável por ser menor de 18 anos, mas possui discernimento, não se pode
dizer que foi um mero “instrumento” de José. Assim, aqui não teremos autoria
mediata, mas concurso aparente de pessoas.
Ex.2: José, maior e capaz, entrega a Mauro (um doente mental sem nenhum
discernimento) uma arma e diz para ele atirar em Maria, que vem a óbito. Neste
caso há autoria mediata, pois Mauro (o inimputável) foi mero instrumento nas
mãos de José.
⇒ Mas esta é a única hipótese de autoria mediata? A resposta é negativa. A melhor Doutrina
divide a autoria mediata em três hipóteses, basicamente :6
1 – Autoria mediata por erro do executor – Neste caso, aquele que pratica a conduta foi induzido
a erro pelo mandante (erro de tipo ou erro de proibição). Ex.: Médico que entrega à enfermeira
uma injeção contendo determinada substância tóxica, e determina que esta aplique no paciente,
alegando que se trata de morfina, para aliviar a dor . A enfermeira, aqui, não atua dolosamente7
(do ponto de vista “finalístico”), pois apesar de dar causa à morte do paciente (causalidade física,
pois foi ela quem injetou a substância), não dirigiu sua conduta a este resultado. O domínio do
fato pertencia ao médico, o real infrator.
2 – Autoria mediata por coação do executor – Aqui o infrator coage uma terceira pessoa a
praticar um delito. Em se tratando de coação MORAL irresistível, teremos um agente não
culpável (a coação moral irresistível afasta a culpabilidade). Desta forma, aquele que executa o
faz em situação de não culpabilidade. A culpabilidade recai apenas sobre o coator, não sobre o
coagido. Ex.: Médico que determina à enfermeira que aplique sobre o paciente uma dose cavalar
de veneno. O médico, porém, não esconde da enfermeira que se trata de veneno, ao contrário
deixa isso bem claro. Porém, diz à enfermeira que se ela não fizer o que foi determinado, irá
matar sua filha. Vejam que, neste caso, a enfermeira sabe que está injetando o veneno, de forma
que age dolosamente, mas ainda assim sem culpabilidade, por inexigibilidade de conduta
diversa.
3 – Autoria mediata por inimputabilidade do agente – Nesta hipótese o infrator se vale de uma
pessoa inimputável para a prática do delito. A inimputabilidade, aqui, pressupõe que o executor
(inimputável) não tenha discernimento necessário . Caso o executor, mesmo inimputável, possua8
discernimento, não haverá autoria mediata. Ex.: José, 20 anos, organiza um plano para furtar uma
loja de eletrônicos, e combina com Marcelo, de 17, a execução do plano. Neste caso, não há
autoria mediata, pois Marcelo, a despeito de sua inimputabilidade legal, tem discernimento para
não ser considerado como “objeto”. Por outro lado, no mesmo exemplo, imaginemos que
Marcelo tenha 30 anos, mas seja absolutamente incapaz de entender o que se passa (doente
mental completo). Neste caso, a inimputabilidade de Marcelo afasta o reconhecimento do
concurso de pessoas com José, que responderá como autor mediato do crime.
8 WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p. 107-108
7 O exemplo é de Hans Welzel. (cf. WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p. 106)
6 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 560
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É cabível autoria mediata nos crimes próprios e de mão própria? Em relação aos crimes
próprios se admite a autoria mediata, desde que o autor MEDIATO reúna as condições especiais
exigidas pelo tipo penal.
EXEMPLO: Paulo, servidor público, coage moralmente Maria (coação irresistível),
obrigando-a a subtrair 10 notebooks da repartição em que ele, Paulo, exerce
suas funções. Paulo, para a execução do delito, se valeu de sua função para
facilitar a subtração. Neste caso, Paulo poderá responder por peculato-furto na
qualidade de autor mediato.
Mas, e se Maria é quem fosse a servidora e Paulo fosse um particular? Poderia haver autoria
mediata? Não, neste caso não poderíamos falar em autoria mediata.
Contudo, se não há autoria mediata e não há concurso de pessoas (pois não há concurso
de pessoas entre coator e coagido), Paulo ficará impune? Não, a Doutrina desenvolveu, para tais
casos, a figura da AUTORIA POR DETERMINAÇÃO. Consiste, basicamente, em punir aquele
que, embora não sendo autor nem partícipe, exerce sobre a conduta domínio EQUIPARADO à
figura da autoria.9
Não se pode considerar o agente como autor por não reunir os elementos necessários para
tanto. Também não se pode considerá-lo como partícipe, eis que a participação pressupõe o
crime praticado por outro autor (e não há). Ele será punido, portanto, por ser o autor da
determinação para a conduta (ter sido o responsável por sua ocorrência).
Em relação aos crimes de mão própria, contudo, não se admite a figura da autoria mediata,
eis que o crime não pode ser realizado por interposta pessoa (Ex.: A testemunha, no crime de
falso testemunho, não pode coagir alguém a depor em seu lugar, prestando testemunho falso).
Neste caso, porém, exemplificativamente, se a testemunha for coagida por terceira pessoa,
esta terceira pessoa poderá ser considerada AUTOR por determinação, conforme explicado
anteriormente.
Relevância causal da colaboração
A participação do agente deve ser relevante para a produção do resultado, de forma que a
colaboração que em nada contribui para o resultado é um indiferente penal.
Além disso, a colaboração deve ser prévia ou concomitante à execução, ou seja, anterior à
consumação do delito. Se a colaboração for posterior à consumação do delito, como o fato já
ocorreu, não há concurso de pessoas, podendo haver, no entanto, outro crime (favorecimento
real, receptação, etc.).
Porém, se a colaboração for posterior à consumação, mas combinada previamente, há
concurso de pessoas. Ex: Imagine que Poliana decide matar seus pais, e combina com seu
namorado para que ele esteja às 20h em ponto na porta de sua casa para lhe ajudar na fuga.
9 PIERANGELI, José Henrique. ZAFFARONI, Eugenio Raúl. Manual de Direito Penal Brasileiro. Ed. RT. São
Paulo, 2008, p. 580/581
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Assim, a conduta do namorado (auxiliar na fuga) é posterior à consumação, mas fora combinada
anteriormente, havendo, portanto, concurso de pessoas. Diversa seria a hipótese, no entanto, se
o namorado tivesse ido à casa da namorada sem saber que deveria lhe ajudar na fuga. Lá
chegando, a namorada conta o ocorrido e ele, a partir daí, concorda em auxiliá-la na fuga. Nessa
hipótese, o namorado comete o crime de favorecimento pessoal (nos termos do art. 348 do CP).
Cuidado com isso!
Vínculo subjetivo (ou liame subjetivo)
Também é conhecido como concurso de vontades. Assim, para que haja concurso de
pessoas, é necessário que a colaboração dos agentes tenha sido ajustada entre eles, ou pelo
menos tenha havido adesão de um à conduta do outro.
Deste modo, a colaboração meramente causal, sem que tenha havido combinação entre os
agentes, não caracteriza o concurso de pessoas. Trata-se do princípio da convergência. Caso haja
colaboraçãodos agentes para a conduta criminosa, mas sem vínculo subjetivo entre eles,
estaremos diante da autoria colateral, e não da coautoria.
Identidade de infração penal
Também conhecido como unidade de infração penal para todos os agentes, está
fundamentado no art. 29 do CP:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984).
Daí podemos perceber que, se 20 pessoas colaboram para a prática de um delito
(homicídio, por exemplo), todas elas respondem pelo homicídio, independentemente da conduta
que tenham praticado (um apenas conseguiu a arma, o outro dirigiu o veículo da fuga, outro
atraiu a vítima, etc.). As condutas dos agentes, portanto, devem constituir algo juridicamente
unitário .10
Existência de fato punível
Trata-se do princípio da exterioridade. Assim, é necessário que o fato praticado pelos
agentes seja punível, o que de um modo geral exige pelo menos que este fato represente uma
tentativa de crime, ou crime tentado.
Para a caracterização do crime tentado, é necessário que seja dado início à execução do
crime. Se o fato ficar meramente no plano abstrato, no plano da cogitação, não há fato punível,
nos termos do art. 14, II do CP.
O art. 31 do CP determina, ainda, de modo específico para a hipótese de concurso de
pessoas, que a colaboração só é punível se o crime for, ao menos, tentado:
10 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 553
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Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição
expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser
tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
Importante ressaltar que, em alguns casos, os atos preparatórios já configuram fato punível,
seja porque a lei assim expressamente determina, seja porque eles constituem tipo penal
autônomo.
Modalidades
Coautoria
Para entendermos o fenômeno da coautoria, devemos, primeiramente, estudar o que seria
a autoria do delito.
Várias teorias, ao longo do tempo, procuraram definir o conceito de AUTOR.
O conceito extensivo de autor não diferencia autor e partícipe, considerando que todos
aqueles que concorrem para o crime são autores do delito. Esse conceito é baseado numa
premissa “causal-naturalista” de que todo aquele que dá causa ao delito (por qualquer forma),
deve ser considerado autor do crime.
Contudo, como pelo conceito extensivo de autor não era possível definir quem era autor e
quem era partícipe, surgiu a teoria subjetiva da participação, que considerava como autor aquele
que pratica o fato como próprio, que quer o crime “como próprio”, como seu, e partícipe aquele
que quer o fato como alheio, pratica uma conduta acessória ao “crime de outra pessoa”. Isso11
era fundamental para a fixação da pena de cada um, já que aos autores deveriam ser aplicadas
penas, em tese, mais severas.
Como o conceito extensivo apresentou mais problemas que soluções, surgiu o conceito
restritivo de autor . Para esta teoria restritiva , autor e partícipe não se confundem. Autor será12 13
aquele que praticar a conduta descrita no núcleo do tipo penal (subtrair, matar, roubar, etc.).
Todos os demais, que de alguma forma prestarem colaboração (material ou moral), serão
considerados partícipes. Esta foi a teoria adotada pelo CP.
Agora que já sabemos que o CP diferencia autor e partícipe, precisamos saber qual é o
critério para se diferenciar um do outro. Três teorias surgiram.
A primeira teoria, a teoria objetivo-formal, estabelece que autor é quem realiza a conduta
prevista no núcleo do tipo, sendo partícipes todos os outros que colaboraram para isso, mas não
realizaram a conduta descrita no núcleo do tipo. Para esta teoria, por exemplo, no crime de
homicídio, somente seria autor aquele que efetivamente praticasse a conduta de “matar”
13 Também chamada por alguns de teoria dualista ou objetiva.
12 PIERANGELI, José Henrique. ZAFFARONI, Eugenio Raúl. Manual de Direito Penal Brasileiro. Ed. RT. São
Paulo, 2008, p. 572.
11 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 555
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alguém. Todos os outros colaboradores seriam partícipes. O grande problema desta teoria é
considerar o autor intelectual (mandante) como partícipe, e não como autor. Mais que isso: Essa
teoria não explica o fenômeno da autoria mediata (quando alguém se vale de um inimputável
para cometer um crime).
A segunda teoria, a teoria objetivo-material, entende que autor é quem colabora com
participação de maior importância para o crime, e partícipe é quem colabora com participação
reduzida, independentemente de quem pratica o núcleo do tipo (verbo que descreve a conduta
criminosa – matar, subtrair, etc.).
A terceira e última teoria, a teoria do domínio do fato, criada pelo pai do finalismo, Hans
Welzel , e posteriormente desenvolvida por Claus Roxin, defende que autor é todo aquele que14
possui o domínio da conduta criminosa, seja ele o executor (quem pratica a conduta prevista no
núcleo do tipo) ou não . Para esta teoria, o autor seria aquele que decide o trâmite do crime, sua15
prática ou não, etc. Essa teoria explica, satisfatoriamente, o caso do mandante, por exemplo, que
mesmo sem praticar o núcleo do tipo (“matar alguém”), possui o domínio do fato, pois tem o
poder de decidir sobre o rumo da prática delituosa.
Para esta teoria, o partícipe existe, e é aquele que contribui para a prática do delito ,16
embora não tenha poder de direção sobre a conduta delituosa. O partícipe só controla a própria
vontade, mas a não a conduta criminosa em si, pois esta não lhe pertence.
A teoria do domínio do fato tem por finalidade estabelecer uma diferenciação entre autor e
partícipe a partir da noção de “controle da situação”. Aquele que, mesmo não executando a
conduta descrita no núcleo do tipo, possui todo o controle da situação, inclusive com a
possibilidade de intervir a qualquer momento para fazer cessar a conduta, deve ser considerado
autor, e não partícipe.
O controle (ou domínio) da situação pode se dar mediante :17
1 - Domínio da ação - O agente realiza diretamente a conduta prevista no tipo penal
17 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 557-558
16 WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p.117-119
15 MUÑOZ CONDE, Francisco. Teoría general del delito. Ed. Temis Editorial. Bogotá, 1999, p. 155-156
14 WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p. 105
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2 - Domínio da vontade - O agente não realiza a conduta diretamente, mas é o "senhor do
crime", controlando a vontade do executor, que é um mero instrumento do delito (hipótese de
autoria mediata).
3 - Domínio funcional do fato - O agente desempenha uma função essencial e
indispensável ao sucesso da empreitada criminosa, que é dividida entre os comparsas, cabendo a
cada um uma parcela significativa, essencial e imprescindível.
Em todos estes casos, o agente será considerado autor do delito.
A teoria do domínio do fato, porém, não se aplica aos crimes culposos, pois neste não há
domínio final do fato, pois o fato final (resultado) não é buscado pelos agentes, que pretendiam
outro resultado .18
A teoria adotada pelo CP é a teoria objetivo-formal, considerando autor aquele que
realiza a conduta descrita no núcleo do tipo, já que denota sua “vontade de autor” (animus
auctoris), em contraposição à “vontade de colaboração” do partícipe (animus socii). Entretanto,
considera-se adotada a teoria do domínio do fato para os crimes em que há autoria mediata,
autoria intelectual, etc., de forma a complementara teoria adotada.
Esta é, portanto, a posição doutrinária a respeito da posição do CP sobre a diferença entre
autor e partícipe.
Desta maneira, após entendermos quem seria considerado autor do delito para o CP,
podemos definir a coautoria como a espécie de concurso de pessoas na qual duas ou mais
pessoas praticam a conduta descrita no núcleo do tipo penal. Assim, no crime de roubo, se duas
ou mais pessoas entram num banco, portando armas, e anunciam um assalto, todas elas
praticaram a conduta descrita no núcleo do tipo do art. 157, § 2°, I e II do CP (subtrair para si ou
para outrem, mediante violência ou grave ameaça...). Logo, todas são coautoras do delito. No
mesmo exemplo, porém, o dono do carro, que emprestou o veículo para a fuga, é mero
partícipe.
Não confundam coautoria com autoria colateral. Na coautoria, deve haver vínculo subjetivo
ligando as condutas de ambos os autores. Na autoria colateral, ambos praticam o núcleo do tipo,
mas um não age em acordo de vontades com o outro. Imaginem que A e B, desafetos de C, sem
que um saiba da existência do outro, escondem-se atrás de árvores esperando a passagem de C,
a fim de matá-lo. Quando C passa, ambos atiram, e C vem a óbito. Nesse caso, não houve
coautoria, mas autoria colateral. Entretanto, aí vai mais uma informação: Imaginem que o laudo
identifique que apenas uma bala atingiu C, direto na cabeça, levando-o a óbito. Nesse caso, o
18 Idem, p. 558
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laudo não conseguiu apontar de qual arma saiu a bala que matou C. Nesse caso, como não se
pode definir quem efetuou o disparo fatal, ambos respondem pelo crime de homicídio
TENTADO, pois não se pode atribuir a nenhum deles o homicídio consumado, já que o laudo é
inconclusivo quanto a isto. Este é o fenômeno da autoria incerta. No entanto, se ambos
estivessem agindo em conluio, com vínculo subjetivo, ou seja, se houvesse concurso de pessoas,
ambos responderiam por crime de homicídio CONSUMADO, pois nesse caso seria irrelevante
saber de qual arma partiu a bala que levou C a óbito.
A coautoria pode ser funcional (ou parcial), que é aquela na qual a conduta dos agentes
são diversas e se somam, de forma a produzir o resultado. Assim, se Ricardo segura a vítima para
que Poliana a espanque, ambos são coautores do crime de lesão corporal, mediante coautoria
funcional.
Porém, a coautoria pode ser, ainda, material (direta), que é a hipótese em que ambos os
coautores realizam a mesma conduta. Assim, no exemplo acima, se Ricardo e Poliana
espancassem a vítima, ambos seriam coautores mediante coautoria material.
Abaixo vou mostrar para vocês algumas hipóteses polêmicas de aplicação do instituto da
coautoria:
Admite-se a coautoria nos crimes próprios, desde que ambos os agentes possuam a
qualidade exigida pela lei, ou que, aqueles que não a possuem, ao menos tenham ciência
de que o outro agente age nessa qualidade.
Não se admite a coautoria nos crimes de mão-própria, pois são considerados de conduta
infungível, só podendo ser praticados pelo sujeito especificamente descrito pela lei.
A Doutrina se divide quanto à possibilidade de coautoria em crimes omissivos, da
seguinte forma:
1 – Parte entende que NÃO HÁ POSSIBILIDADE DE COAUTORIA OU
PARTICIPAÇÃO (Concurso de agentes), pois TODAS AS PESSOAS PRATICAM O
NÚCLEO DO TIPO, DE MANEIRA AUTÔNOMA;
2 – Outra parte da Doutrina entende poderia haver concurso de pessoas, na
modalidade de coautoria, mas é minoritário;
3 – A Doutrina ligeiramente majoritária entende que é possível PARTICIPAÇÃO, mas
NÃO COAUTORIA.
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Na autoria mediata não há concurso de pessoas entre autor mediato autor imediato,
respondendo apenas o autor mediato, que se valeu de alguém sem culpabilidade para a
execução do delito.
Entretanto, é possível coautoria e também participação na autoria mediata, desde que
haja colaboração entre os agentes mediatos. NUNCA HAVERÁ CONCURSO DE PESSOAS
ENTRE AUTOR MEDIATO E AUTOR IMEDIATO.
CUIDADO! Na coação física irresistível, não há autoria mediata, mas autoria direta, pois o
agente que realiza a ação não possui conduta, já que não há vontade. Nesse caso, aquele
que pratica a coação física irresistível é autor direto, não mediato;
Admite-se a autoria mediata nos crimes próprios, mas não nos crimes de mão própria (há
alguns doutrinadores que entendem ser possível).
Participação
Conforme estudamos, no Brasil adotou-se o conceito restritivo de autor, distinguindo-se
autor e partícipe. Adotou-se, ainda, a teoria objetivo-formal, de forma que podemos definir a
participação como a modalidade de concurso de pessoas na qual o agente colabora para a
prática delituosa, mas não pratica a conduta descrita no núcleo do tipo penal.
A participação pode ser:
⇒ Moral – É aquela na qual o agente não ajuda materialmente na prática do crime, mas
instiga ou induz alguém a praticar o crime. A instigação ocorre quando o partícipe age no
psicológico do autor do crime, reforçando a ideia criminosa, que já existe na mente deste.
O induzimento, por sua vez, ocorre quando o partícipe faz surgir a vontade criminosa na
mente do autor, que não tinha pensado no delito;
⇒ Material – A participação material é aquela na qual o partícipe presta auxílio ao autor, seja
fornecendo objeto para a prática do crime, seja fornecendo auxílio para a fuga, etc. É
também chamada de cumplicidade. Este auxílio não pode ser prestado após a
consumação, salvo se o auxílio foi previamente ajustado.
⇒ Já que o partícipe não pratica a conduta descrita no núcleo do tipo penal, como puni-lo?
A punibilidade do partícipe não pode ser realizada diretamente pela descrição do fato
típico. De fato, aquele que empresta uma arma para que alguém mate outra pessoa, não poderia
responder por homicídio, pois o art. 121 do CP diz: “matar alguém”. Aquele que empresta a
arma não está “matando”, por isso se diz que não há, aqui, adequação típica imediata.
Contudo, a punibilidade do partícipe é possível porque há normas de extensão da
adequação típica (no caso, o art. 29 do CP), que permitem a extensão do raio de aplicação do
tipo penal para aqueles que, de alguma forma, tenham contribuído para o delito. Trata-se da
chamada adequação típica mediata.
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Como a conduta do partícipe é considerada acessória em relação à conduta do autor (que
é principal), o partícipe é punido em razão da teoria da acessoriedade . Porém, existem quatro19
teorias da acessoriedade:
● Teoria da acessoriedade mínima – Entende que a conduta principal deva ser um
fato típico, não importando se é ou não um fato ilícito. EXEMPLO: Imagine que
Marcio e João combinam de matar Paulo. Na data combinada para a execução,
Marcio guia o carro até o local e fica esperando do lado de fora. João se dirige até
Paulo e, após uma discussão, Paulo começa a agredir João, que na verdade mata
Paulo em legítima defesa. João matou Paulo em legítima defesa e não em razão do
ajuste com Marcio (não tendo praticado fato ilícito, mas apenas típico), mas por esta
teoria, mesmo assim Marcio responderia como partícipe do crime. Veja que João,
de fato, matou Paulo. Contudo, o fato não é ilícito, pois João agiu em legítima
defesa. Porém, para esta teoria, ainda que a conduta de João seja considerada
apenas típica, mas não ilícita, Marcio deveria ser punido. O pior de tudo é que,
neste caso, Márcio, que não praticou a conduta seria punido, mas João seria
absolvido pela legítima defesa.
● Teoria da acessoriedade limitada – Exige que o fato praticado (conduta principal)
seja pelo menos uma conduta típica e ilícita. Assim,no exemplo dado acima, a
conduta do partícipe Marcio não é punível, pois a conduta principal, apesar de
típica, não é ilícita. Veja que, para esta corrente Doutrinária, se o fato praticado
pelo autor NÃO FOR ILÍCITO (Ainda que seja um fato típico), em razão de legítima
defesa, etc., o partícipe não deve ser punido.
● Teoria da acessoriedade máxima – Para esta teoria, o partícipe só será punido se o
fato for típico, ilícito e praticado por agente culpável. Essa teoria faz exigência
irrazoável, pois a culpabilidade é uma questão pessoal do agente, não guardando
relação com o fato. Assim, imagine que Carlos, maior de idade, seja partícipe de um
roubo praticado por Lucas, menor de idade. Para esta corrente, Carlos não poderia
responder pelo roubo praticado (na qualidade de partícipe), pois Lucas (o autor
principal) é inimputável (não tem culpabilidade), sendo o fato apenas típico e ilícito,
sem o complemento da culpabilidade.
● Teoria da hiperacessoriedade – Exige que, além de o fato ser típico e ilícito e o
agente culpável, o autor tenha sido efetivamente punido para que o partícipe
responda pelo crime. É ainda mais irrazoável que a última. Imagine que José seja
partícipe de um roubo praticado por Marcelo. No decorrer do processo, Marcelo
vem a falecer (o que gera a extinção da punibilidade de Marcelo, nos termos do
CP). Para esta corrente, como houve extinção da punibilidade em relação a Marcelo
(o autor do delito), o partícipe (José) não poderá mais ser punido.
O Nosso CP não adotou expressamente nenhuma das quatro teorias, mas com certeza
não adotou a teoria da acessoriedade mínima nem a teoria da hiperacessoriedade (as extremas).
19 A teoria da acessoriedade deriva de uma das teorias dos FUNDAMENTOS da punibilidade do partícipe, que
é a TEORIA DO FAVORECIMENTO (ou da CAUSAÇÃO), que diz que o partícipe deve ser punido por ter
coloborado para que o delito fosse realizado. Em contraposição a esta, havia a teoria da participação na
culpabilidade, que defendia que o partícipe deveria ser punido apenas por exercer “influência negativa” sobre
o autor. Esta última foi abandonada pela Doutrina há algumas décadas.
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A Doutrina entende que a teoria que mais se amolda ao nosso sistema é a teoria da
acessoriedade limitada , exigindo que o fato seja somente típico e ilícito para que o partícipe20
responda pelo crime.
Questões interessantes acerca da participação:
A lei admite a redução da pena de 1/6 a 1/3 se a participação é de menor importância (art.
29, § 1° do CP). Isto não se aplica às hipóteses de coautoria, mas apenas à participação;
A Doutrina admite a participação nos crimes comissivos por omissão, quando o partícipe
devia e podia evitar o resultado (art. 13, § 2° do CP).
A participação inócua não se pune. Assim, se A empresta uma faca a B, de forma a
auxiliá-lo a matar C, e B mata C usando seu revólver, a participação de A foi
absolutamente inócua, pois em nada auxiliou no resultado. Da mesma forma, se A instiga
B a matar C, e B realiza a conduta porque já estava determinado a isso, a instigação
promovida por A não teve qualquer eficácia, pois B já mataria C de qualquer forma.
Participação em cadeia é possível: Assim, se A empresta uma arma a B, para que este a
empreste a C, a fim de que este último mate D, tanto A quanto B são partícipes do crime,
por prestarem auxílio material em cadeia.
A participação em ação alheia ocorre quando o partícipe, sem qualquer liame subjetivo
com o autor, contribui de maneira culposa para a prática do delito. Assim, o funcionário
público que não tranca a porta da repartição ao final do expediente, e esta vem a ser
furtada por um particular na madrugada, responde por peculato culposo (art. 312, § 2° do
CP), enquanto o particular responde por furto. Não há concurso de pessoas pois falta o
liame subjetivo entre ambos (coerência de vontades).
Comunicabilidade das circunstâncias
O art. 30 do CP estabelece que:
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal,
salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Antes de estudarmos a comunicabilidade ou não das circunstâncias, devemos diferenciar a
mera circunstância da circunstância elementar do crime.
20 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 565
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A circunstância elementar é aquela que se refere a algo indispensável para a
caracterização do crime. Assim, a circunstância “alguém” no crime de homicídio, é uma
elementar, pois se o fato for praticado contra um animal, por exemplo, não haverá homicídio.
Por sua vez, a mera circunstância não é indispensável à caracterização do crime, pois
apenas agregam um fato que, se presente, aumenta ou diminui a pena. Assim, o “motivo torpe”
é uma circunstância não-elementar, ou mera circunstância, pois caso o fato seja praticado sem
essa circunstância, continua a existir homicídio, no entanto, sem a qualificadora.
Espécies de elementares e de circunstâncias
Podem ser subjetivas (de caráter pessoal), quando relativas à pessoa do agente. É o caso
da condição de funcionário público, que é pessoal, pois se refere ao agente.
Podem ser, ainda, objetivas (ou de caráter real), quando se referem ao fato criminoso em
si, seu modus operandi, etc. Assim, o emprego de violência, no crime de roubo (art. 157 do CP) é
uma elementar objetiva.
As condições pessoais não se confundem com as circunstâncias ou elementares de caráter
pessoal. As primeiras são fatores pessoais do agente, que independem da prática da infração
penal. Assim, o fato de o agente ser menor de 21 anos é uma condição pessoal, e não uma
circunstância de caráter pessoal, tampouco uma elementar.
Com base nesses três institutos (elementares, circunstâncias e condições pessoais),
podemos extrair três regras do CP:
✔ As circunstâncias e condições de caráter pessoal não se comunicam – Se A contrata
B, para que este mate C, em razão deste último ter estuprado sua filha, A comete o
crime de homicídio privilegiado, em razão do relevante valor moral (art. 121, § 1° do
CP). Entretanto, B não comete o crime de homicídio privilegiado, pois a
circunstância “relevante valor moral” é pessoal, não se estendendo ao coautor;
✔ As circunstâncias de caráter real, ou objetivas, se comunicam – Porém, é necessário
que a circunstância tenha entrado na esfera de conhecimento dos demais agentes.
Imagine que A contrata B para matar C. B informa a A que usará de emboscada
(portanto, homicídio qualificado, nos termos do art. 121, § 2° do CP), e A concorda
com isto. Nesse caso, a circunstância objetiva “emboscada” (relativa ao meio
utilizado), se comunica, pois embora A não tenha usado de emboscada, concordou
com esta prática por B. Diversamente, se B praticasse o crime mediante emboscada
sem nada comunicar ao mandante, A, esta circunstância não se comunicaria, por
não ter entrado na esfera de conhecimento de A;
✔ As elementares sempre se comunicam, sejam objetivas ou subjetivas – No entanto,
mais uma vez se exige que estas elementares tenham entrado no âmbito de
conhecimento dos demais agentes. Imaginem que Júlio, servidor público, convida
Marcelo a entrar na repartição onde trabalham, valendo-se da condição de Júlio,
para subtrair alguns computadores. Caso Marcelo conheça a condição de
funcionário público de Júlio, ambos respondem pelo crime de peculato-furto (art.
312, § 1° do CP). Caso Marcelo desconheça essa circunstância elementar, responde
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ele apenas pelo crime de furto, pois a ausência dessa circunstância faz desaparecero crime de peculato-furto, mas a conduta ainda é punível como furto comum.
Cooperação dolosamente distinta
A cooperação dolosamente distinta, também chamada de “participação em crime menos
grave” ou “desvio subjetivo de conduta”, ocorre quando ambos os agentes decidem praticar
determinado crime, mas durante a execução, um deles decide praticar outro crime, mais grave.
Nesse caso, aplica-se o art. 29, § 2° do CP:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
(...) § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave,
ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
EXEMPLO: Imaginem que Camila e Herval combinam de realizar um furto a uma
casa que imaginam estar vazia. Camila espera no carro enquanto Herval adentra à
residência. Entretanto, ao chegar à residência, Herval se depara com dois
seguranças, e troca tiros com ambos, levando-os a óbito (sinistro esse cara).
Após, entra na casa e subtrai diversos bens. Volta ao carro e ambos fogem.
Camila não quis participar de um latrocínio (que foi o que efetivamente ocorreu), mas
apenas de um furto. Assim, segundo a primeira parte do § 2° do art. 29 do CP, responderá
somente pelo furto.
Entretanto, se ficar comprovado que Camila podia prever que o latrocínio era provável (se
soubesse, por exemplo, que Herval estava armado e que havia a possibilidade de ter seguranças
na casa), a pena do crime de furto (não a do latrocínio!!) será aumentada até a metade.
A lei diz “até a metade”, logo, o aumento pode não chegar a esse patamar. O aumento de
pena irá variar conforme o grau de previsibilidade do crime mais grave para o qual Camila não se
predispôs, mas era previsível.
CUIDADO MASTER! Existe uma questão muito controvertida no que se refere ao concurso de
pessoas. É a possibilidade (ou não) de concurso de pessoas em crimes CULPOSOS.
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São muitas, MUITAS ideias diferentes. Cada autor inventa alguma coisa para vender seu livro,
certo? Bom, resumidamente, podemos definir a Doutrina majoritária da seguinte forma:
COAUTORIA EM CRIMES CULPOSO – É possível, pois é possível que duas pessoas, de comum
acordo, resolvam praticar uma conduta imprudente, por exemplo. Ex.: Dois rapazes resolvem
atirar um móvel do 10º andar de um prédio, sem intenção de atingir ninguém, mas acabam
lesionando uma pessoa.
PARTICIPAÇÃO EM CRIME CULPOSO – Depende. Podemos estar falando de participação
DOLOSA ou participação CULPOSA.
DOLOSA – Não cabe participação dolosa em crime culposo, pois a Doutrina entende que não há
“unidade de vontades” entre os agentes (um quer o resultado a título de dolo, e o outro,
executor, é apenas um descuidado). Assim, não há “vínculo subjetivo” entre eles no que tange ao
resultado. Logo, cada um responde por sua conduta.
CULPOSA – É possível, pois é possível que alguém, por culpa, induza, instigue ou preste auxílio
ao executor de uma conduta também culposa, e haveria “unidade de vontades”.
CUIDADO: O STJ entende que NÃO cabe nenhum tipo de participação em crime culposo. Parte
da Doutrina também segue este entendimento.
Multidão delinquente
Também chamada de “multidão criminosa” , são considerados pela doutrina como21
aqueles atos em que inúmeras (incontáveis, uma multidão) pessoas praticam o mesmo delito,
agindo em concurso de pessoas, muitas vezes sem um acordo prévio, mas cada uma aderindo
tacitamente à conduta da outra. Ex.: Linchamentos, brigas de torcidas organizadas, saques a lojas
ou a carretas tombadas, etc.
A Doutrina sustenta que, mesmo nestes casos, têm-se CONCURSO DE PESSOAS, pois há
vínculo subjetivo entre estas pessoas, ainda que tácito (não explícito). O agente que praticar o
delito nestas condições, porém, deverá ter sua pena atenuada, nos termos do art. 65, e do CP, já
que se trata de situação em que há maior vulnerabilidade psicológica para que uma pessoa
venha a aderir a uma conduta criminosa. Por outro lado, os que promoverem, organizarem ou
liderarem a conduta criminosa terão suas penas agravadas (art. 62, I do CP).
21 O termo “multidão criminosa” é utilizado, dentre outros, por René Ariel Dotti (cf. DOTTI, René Ariel. Curso
de Direito Penal, Parte Geral. Ed. Revista dos Tribunais. 4º ed. São Paulo. 2012, p. 459)
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 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES
CÓDIGO PENAL
Arts. 29 a 31 do CP – Regulamentam o concurso de agentes no Código Penal:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de
um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á
aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter
sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal,
salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Casos de impunibilidade
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição
expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser
tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 JURISPRUDÊNCIA CORRELATA
STJ - RESP 1306731/RJ – O STJ firmou entendimento no sentido de que não se pode condenar
um dos comparsas por homicídio culposo e outro por homicídio doloso, quando reconhecida a
ocorrência de concurso de agentes. Isso porque o concurso de pessoas, dada a adoção da teoria
monista, pressupõe a unidade de infrações penais, objetiva e subjetivamente, ou seja, todos
devem responder pelo mesmo delito, e sob o mesmo elemento subjetivo (dolo ou culpa):
(...) 3. Tratando-se de crime praticado em concurso de pessoas, o nosso Código
Penal, inspirado na legislação italiana, adotou, como regra, a Teoria Monista ou
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Unitária, ou seja, havendo pluralidade de agentes, com diversidade de condutas,
mas provocando um só resultado, existe um só delito.
4. Assim, denunciados em coautoria delitiva, e não sendo as hipóteses de
participação de menor importância ou cooperação dolosamente distinta, ambos
os réus teriam que receber rigorosamente a mesma condenação, objetiva e
subjetivamente, seja por crime doloso, seja por crime culposo, não sendo
possível cindir o delito no tocante à homogeneidade do elemento subjetivo,
requisito do concurso de pessoas, sob pena de violação à teoria monista, razão
pela qual mostra-se evidente o constrangimento ilegal perpetrado.
5. Diante da formação da coisa julgada em relação ao corréu e considerando a
necessidade de aplicação da mesma solução jurídica para o recorrente, em
obediência à teoria monista, o princípio da soberania dos veredictos deve, no
caso concreto, ser aplicado justamente para preservar a decisão do Tribunal do
Júri já transitada em julgado, não havendo, portanto, a necessidade de
submissão do recorrente a novo julgamento.
(...)
(REsp 1306731/RJ, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA,
julgado em 22/10/2013, DJe 04/11/2013)
STJ - HC 235.827/SP – O STJ firmou entendimento no sentido de é cabível a coautoria em
crimesculposos, embora não seja cabível a participação:
(...) 2. A doutrina majoritária admite a coautoria em crime culposo. Para tanto,
devem ser preenchidos os requisitos do concurso de agentes: a) pluralidade de
agentes, b) relevância causal das várias condutas, c) liame subjetivo entre os
agentes e d) identidade de infração penal. In casu, a conduta do pai não teve
relevância causal direta para o homicídio culposo na direção de veículo
automotor.
Outrossim, não ficou demonstrado o liame subjetivo entre pai e filho no que
concerne à imprudência na direção do automóvel, não podendo, por
conseguinte, atribuir-se a pai e filho a mesma infração penal praticada pelo filho.
3. Não há qualquer elemento nos autos que demonstre que o pai efetivamente
autorizou o filho a pegar as chaves do carro na data dos fatos, ou seja, tem-se
apenas ilações e presunções, destituídas de lastro fático e probatório. Ademais, o
crime culposo, ainda que praticado em coautoria, exige dos agentes a
previsibilidade do resultado. Portanto, não sendo possível, de plano, atestar a
conduta do pai de autorizar a saída do filho com o carro, muito menos se pode a
ele atribuir a previsibilidade do acidente de trânsito causado.
4. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício, ratificando-se em
parte a liminar, apenas para restabelecer a sentença absolutória, no que concerne
ao delito do art. 302, c/c o art. 298, inciso I, do Código de Trânsito Brasileiro.
(HC 235.827/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA,
julgado em 03/09/2013, DJe 18/09/2013)
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 EXERCÍCIOS COMENTADOS 
1. (CESPE – 2019 – TJPR – JUIZ/ADAPTADA) 
A autoria colateral é aquela em que há pluralidade de agentes e liame subjetivo entre eles para a 
realização da conduta. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois essa é a definição de concurso de agentes. A autoria colateral ocorre quando 
dois ou mais agentes atuam visando ao mesmo resultado, mas agem autonomamente, ou seja, 
não estão unidos por um vínculo subjetivo (cada um age por si). 
GABARITO: ERRADA 
2. (CESPE – 2019 – TJPR – JUIZ/ADAPTADA) 
A teoria da acessoriedade limitada entende que basta o fato principal ser típico para que o 
partícipe seja punido. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois para a teoria da acessoriedade limitada (adotada no Brasil, de acordo com a 
maioria da Doutrina), para que o partícipe seja punido, é necessário que a conduta do autor seja 
um fato típico e ilícito, pelo menos. 
GABARITO: ERRADA 
3. (CESPE – 2018 – MPU – ANALISTA) 
Cada um do item a seguir apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser 
julgada, a respeito da aplicação e da interpretação da lei penal, do concurso de pessoas e da 
culpabilidade. 
João e Manoel, penalmente imputáveis, decidiram matar Francisco. Sem que um soubesse da 
intenção do outro, João e Manoel se posicionaram de tocaia e, concomitantemente, atiraram na 
direção da vítima, que veio a falecer em decorrência de um dos disparos. Não foi possível 
determinar de qual arma foi deflagrado o projétil que atingiu fatalmente Francisco. Nessa situação, 
João e Manoel responderão pelo crime de homicídio na forma tentada. 
COMENTÁRIOS 
Item correto. No caso em tela houve a autoria colateral, e não concurso de agentes, vez que os 
agentes atuaram visando a obtenção do mesmo resultado, mas agiram autonomamente, ou seja, 
não estavam unidos por um vínculo subjetivo. Assim, cada um responde apenas por sua própria 
conduta. Como não se pode precisar exatamente de qual arma partiu o tiro fatal, não se pode 
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imputar o resultado a nenhum dois dois, de forma que ambos respondem pelo crime na forma 
tentada. 
GABARITO: CORRETA 
4. (CESPE – 2018 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
Clara, tendo descoberto uma traição amorosa de seu namorado, comentou com sua amiga Aline 
que tinha a intenção de matá-lo. Aline, então, começou a instigar Clara a consumar o pretendido. 
Nessa situação, se Clara cometer o crime, Aline poderá responder como partícipe do crime. 
COMENTÁRIOS 
Item correto, pois neste caso teremos participação moral, vez que Aline instigou (reforçou uma 
ideia já existente) Clara a praticar o delito, que efetivamente ocorreu. 
GABARITO: CORRETA 
GABARITO: CORRETA 
5. (CESPE – 2018 – EBSERH – ADVOGADO) 
Com referência à lei penal no tempo, ao erro jurídico-penal, ao concurso de agentes e aos sujeitos 
da infração penal, julgue o item que se segue. 
Para a punição de um partícipe que colabore com a conduta delituosa, é preciso que o fato 
principal seja típico, ilícito, culpável e punível. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois para a teoria da acessoriedade limitada, adotada no Brasil, de acordo com a 
maioria da Doutrina, para que o partícipe seja punido, é necessário que a conduta do autor seja 
um fato típico e ilícito, pelo menos. 
GABARITO: ERRADA 
6. (CESPE – 2018 – STJ – TÉCNICO) 
Julgue o item subsequente, relativo ao delito praticado em concurso de pessoas. 
Para a configuração do concurso de pessoas, é necessário que três ou mais agentes se auxiliem 
mutuamente na prática do ilícito penal. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois basta, como regra, a participação de DOIS ou mais agentes na atividade 
delituosa (e não três, como diz a questão). 
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GABARITO: ERRADA 
7. (CESPE – 2018 – STM – ANALISTA) 
Acerca dos institutos do erro de tipo, do erro de proibição e do concurso de pessoas, julgue o 
item subsequente. 
Inexiste, no ordenamento jurídico, a possibilidade de as condições e circunstâncias de caráter 
pessoal de um agente se comunicarem com as de outro agente que seja coautor de um crime. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois o art. 30 do CP estabelece que, como regra, não se comunicam as condições e 
circunstâncias de caráter pessoal, SALVO quando elementares do crime. Ou seja, existe exceção, 
o que torna a questão errada. 
GABARITO: ERRADA 
8. (CESPE – 2017 – SERES-PE – AGENTE PENITENCIÁRIO – ADAPTADA) A cooperação 
dolosamente distinta não permite a aplicação diferenciada de penas para aqueles que participam 
do crime. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois na cooperação dolosamente distinta, também chamada de participação em 
crime menos grave, um dos agentes quis participar de um delito menos grave do que aquele que 
efetivamente ocorreu. Neste caso, o agente receberá a pena relativa ao crime menos grave, que 
quis praticar. Tal pena pode ser aumentada até a metade, caso fosse previsível o resultado mais 
grave, na forma do art. 29, §2º do CP. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
9. (CESPE – 2017 – SERES-PE – AGENTE PENITENCIÁRIO – ADAPTADA) É absolutamente 
impossível o concurso de pessoas nos crimes culposos. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois a Doutrina majoritária entende ser possível a coautoria nos crimes culposos, já 
que duas ou mais pessoas poderiam, em união de desígnios (acordo de vontades), reunir-se para 
a prática de uma conduta arriscada, que venha a causar um resultado não pretendido. Não seria 
possível, de acordo com a Doutrina majoritária, a participação em crime culposo. Há, portanto, 
possibilidade de concurso de pessoas, na modalidade de coautoria. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
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10. (CESPE – 2017 – SERES-PE – AGENTE PENITENCIÁRIO – ADAPTADA) Na sentença 
condenatória, o juiz deve sempre aplicar penas iguais para o autor, o coautor e o partícipe. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois cada agente receberá sua pena na medida de sua culpabilidade, ou seja, as 
penas aplicadas aos agentes não serão, necessariamente, as mesmas. Como regra, pela adoção 
da teoria monista, todos respondem pelo mesmo CRIME (pelo mesmo tipo penal), mas isso não 
importa aplicação de penas idênticas para todos os envolvidos no delito. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
11. (CESPE – 2016 – PC-GO – DELEGADO DE POLÍCIA – ADAPTADA) O concurso de agentes 
na realização de um crime pressupõe sempre o prévio ajuste de vontades na consecução de um 
resultado danoso desejado por todos. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois não é necessário que haja um PRÉVIO ajuste entre os agentes, bastando que 
haja vínculo subjetivo entre eles, como ocorre, por exemplo, na hipótese de um agente aderir à 
conduta do outro (ex.: José está agredindo Paulo. Ricardo presencia a cena e se alia à José, 
ajudando-o a agredir Paulo). 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
12. (CESPE – 2016 – PC-PE – AGENTE) Roberto, Pedro e Lucas planejaram furtar uma relojoaria. 
Para a consecução desse objetivo, eles passaram a vigiar a movimentação da loja durante algumas 
noites. Quando perceberam que o lugar era habitado pela proprietária, uma senhora de setenta 
anos de idade, que dormia, quase todos os dias, em um quarto nos fundos do estabelecimento, 
eles desistiram de seu plano. Certa noite depois dessa desistência, sem a ajuda de Roberto, 
quando passavam pela frente da loja, Pedro e Lucas perceberam que a proprietária não estava 
presente e decidiram, naquele momento, realizar o furto. Pedro ficou apenas vigiando de longe 
as imediações, e Lucas entrou na relojoaria com uma sacola, quebrou a máquina registradora, 
pegou o dinheiro ali depositado e alguns relógios, saiu em seguida, encontrou-se com Pedro e 
deu-lhe 10% dos valores que conseguiu subtrair da loja. 
Na situação hipotética descrita no texto acima, 
a) Pedro e Lucas serão responsabilizados pelo mesmo tipo penal e terão necessariamente a mesma 
pena. 
b) o direito penal brasileiro não distingue autor e partícipe. 
c) Pedro, partícipe, terá pena mais grave que a de Lucas, autor do crime. 
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d) Roberto será considerado partícipe e, por isso, poderá ser punido em concurso de pessoas pelo 
crime praticado. 
e) se a atuação de Pedro for tipificada como participação de menor importância, a pena dele 
poderá ser diminuída. 
COMENTÁRIOS 
Neste caso, Roberto não responde por crime algum, pois houve desistência do plano inicialmente 
pretendido, não tendo havido o início da execução em relação àquele plano, de forma que aquele 
ajuste não é punível, nos termos do art. 31 do CP (letra D errada). 
Pedro e Lucas, porém, posteriormente, deram início a um novo plano, que se concretizou, de 
maneira que ambos responderão pelo crime de furto. Todavia, a pena dos agentes não será 
necessariamente a mesma, pois irá variar de acordo com a culpabilidade de cada um (letras A e C 
erradas). 
O direito penal brasileiro distingue autor e partícipe, sendo autor aquele que realiza a conduta 
descrita no núcleo do tipo e partícipes os demais que contribuem na empreitada criminosa (letra 
B errada). 
Por fim, se a atuação de Pedro for considerada como participação de menor importância, a pena 
dele poderá ser diminuída, de um sexto a um terço, nos termos do art. 29, §1º do CP (correta a 
letra E). 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
13. (CESPE – 2016 – PC-PE – ESCRIVÃO) A respeito do concurso de pessoas, assinale a opção 
correta. 
a) Em relação à participação no concurso de pessoas, a legislação penal brasileira adota a teoria 
da acessoriedade mínima. 
b) Situação hipotética: José, gerente de loja, mesmo ciente de que um dos vendedores subtraía 
dinheiro do caixa, nada fez para impedir o crime, agindo sem liame subjetivo e intenção de obter 
vantagem econômica. Assertiva: Nessa situação, o gerente responderá em coautoria pelo crime 
de furto, com ação omissiva. 
c) Em se tratando de crimes plurissubjetivos, como, por exemplo, o crime de rixa, não há que se 
falar em participação, já que a pluralidade de agentes integra o tipo penal: todos são autores. 
d) Situação hipotética: O motorista João e sua mulher, Maria, trafegavam por uma rodovia, quando 
ambos, deliberadamente, deixaram de prestar socorro a uma pessoa gravemente ferida, sem que 
houvesse risco pessoal para qualquer um deles. João foi instigado por Maria, que estava no banco 
do carona, a não parar o veículo, e, por fim, em acordo de vontades com Maria, assim efetivamente 
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procedeu. Assertiva: Nessa situação, João responderá como autor pelo crime de omissão de 
socorro e Maria será tida como inimputável. 
e) Haverá participação culposa em crime doloso na situação em que um médico, agindo com 
negligência, fornece ao enfermeiro substância letal para ser ministrada a um paciente, e o 
enfermeiro, embora percebendo o equívoco, decide ministrá-la com a intenção de matar o 
paciente. 
COMENTÁRIOS 
a) ERRADA: O CP brasileiro, de acordo com a Doutrina majoritária, adota a teoria da 
acessoriedade limitada, segundo a qual a conduta do partícipe é punível quando a conduta do 
autor for, ao menos, típica e ilícita. 
b) ERRADA: Item errado, pois não há coautoria neste caso. José, o gerente, será responsabilizado 
pelo crime de furto em razão de sua omissão (crime omissivo impróprio), mas por não haver vínculo 
subjetivo entre os agentes, cada um responderá isoladamente por sua conduta. 
c) CORRETA: Item correto, pois todos os participantes da rixa são coautores do delito. Todavia, 
há aqueles que não participam DA RIXA, mas de alguma forma prestam auxílio (ex.: emprestam 
uma arma, incentivam, etc.). Estes serão partícipes do crime, e não autores. A questão, portanto, 
apesar de estar correta, não faz a diferenciação mais apropriada entre as situações, o que dava 
margem à anulação. 
d) ERRADA: Item errado, pois neste caso ambos responderão como autores do crime omissivo, já 
que ambos praticaram o núcleo descrito no tipo penal, ao deixarem de socorrer a vítima. 
e) ERRADA: Item errado, pois neste caso, dada a diferença entre o elemento subjetivo de cada 
um dos agentes, não haverá concurso de agentes. O enfermeiro responderá por homicídio doloso 
e o médico por homicídio culposo. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
14. (CESPE – 2016 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) Tendo o CP adotado a teoria monista, não há 
como punir diferentemente todos quantos participem direta ou indiretamente para a produção 
do resultado danoso. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois o fato de o CP ter adotado a teoria monista significa apenas que, como regra, 
todos os agentes devem responder pelo mesmo tipo penal, mas não significa que terão 
necessariamente a mesma pena, já que cada um será penalizado na medida de sua culpabilidade, 
nos termos do art. 29 do CP. 
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Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
15. (CESPE – 2016 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) É impossível o concurso de pessoas nos crimes 
culposos, ante a ausência de vínculo subjetivo entre os agentes na produção do resultado danoso. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois é perfeitamente possível a ocorrência de concurso de pessoas em crime culposo, 
desde que haja vínculo subjetivo entreos agentes, ou seja, desde que os agentes atuem de forma 
descuidada (imprudente, negligente ou imperita) em conluio (ex.: dois irmãos combinam de 
arremessar, um para o outro, um tijolo pesado, mesmo sabendo que o tijolo poderia atingir um 
pedestre. O tijolo, de fato, atinge o pedestre, causando-lhes lesões corporais. Neste caso, 
podemos falar em crime de lesões corporais culposas praticado em concurso de agentes). 
Não há, portanto, união com vistas ao resultado, que não é pretendido pelos agentes. Todavia, 
há união para a prática da conduta descuidada. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
16. (CESPE – 2016 – TRE-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) A respeito do 
concurso de pessoas, assinale a opção correta. 
a) As circunstâncias objetivas se comunicam, mesmo que o partícipe delas não tenha 
conhecimento. 
b) Em se tratando de peculato, crime próprio de funcionário público, não é possível a coautoria 
de um particular, dada a absoluta incomunicabilidade da circunstância elementar do crime. 
c) A determinação, o ajuste ou instigação e o auxílio não são puníveis. 
d) Tratando-se de crimes contra a vida, se a participação for de menor importância, a pena aplicada 
poderá ser diminuída de um sexto a um terço. 
e) No caso de um dos concorrentes optar por participar de crime menos grave, a ele será aplicada 
a pena referente a este crime, que deverá ser aumentada mesmo na hipótese de não ter sido 
previsível o resultado mais grave. 
COMENTÁRIOS 
a) ERRADA: Item errado, pois para a comunicação das circunstâncias objetivas é necessário que 
tenham ingressado na esfera de conhecimento do partícipe. 
b) ERRADA: Item errado, pois admite-se o concurso de agentes em crimes próprios, desde que 
um dos agentes ostente a condição exigida pelo tipo e o outro comparsa saiba dessa condição. 
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c) ERRADA: Item errado, pois a determinação, o ajuste ou instigação e o auxílio, COMO REGRA, 
não são puníveis se o crime não chega pelo menos a ser tentado, na forma do art. 31 do CP. 
d) CORRETA: De fato, se a participação for de menor importância, a pena aplicada poderá ser 
diminuída de um sexto a um terço, na forma do art. 29, §1º do CP. Tal previsão se aplica, inclusive, 
aos crimes contra a vida, motivo pelo qual a afirmativa está errada. 
e) ERRADA: Item errado, pois o aumento de pena na cooperação dolosamente distinta só se dará 
se o agente que quis participar de crime menos grave podia prever a ocorrência do resultado mais 
grave, nos termos do art. 29, §2º do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 
17. (CESPE – 2014 - CÂMARA DOS DEPUTADOS - POLICIAL LEGISLATIVO) Paulo e João foram 
surpreendidos nas dependências da Câmara dos Deputados quando subtraíam carteiras e 
celulares dos casacos e bolsas de pessoas que ali transitavam. Paulo tem dezessete anos e teve 
acesso ao local por intermédio de João, que é servidor da Casa. 
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens a seguir. 
O fato de Paulo ser inimputável impede que se reconheça o concurso de pessoas no caso narrado. 
COMENTÁRIOS 
O item está errado. A inimputabilidade não impede o reconhecimento do concurso de agentes, 
conforme entendimento doutrinário majoritário. Nos crimes eventualmente plurissubjetivos (crime 
de furto, por exemplo, que eventualmente pode ser um crime qualificado pelo concurso de 
pessoas, embora seja, em regra, unissubjetivo) não é necessário que todos os agentes sejam 
imputáveis, bastando que apenas um o seja. Nesse caso, no entanto, não há propriamente 
concurso de pessoas, mas o que a Doutrina chama de concurso impróprio, ou concurso aparente 
de pessoas. De toda forma, temos uma hipótese de concurso de agentes. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
18. (CESPE – 2014 – TJ/SE – TÉCNICO) No que se refere a concurso de pessoas, aplicação da 
pena, medidas de segurança e ação penal, julgue os itens a seguir. 
Em se tratando de autoria colateral, não existe concurso de pessoas. 
COMENTÁRIOS 
Item correto, pois na autoria colateral dois agentes praticam a conduta ao mesmo tempo, mas não 
há qualquer vínculo subjetivo entre eles, ou seja, eles não agem em conluio, não há combinação 
entre ambos. 
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Ausente o vínculo subjetivo, ou seja, o vínculo de vontade entre ambos, não há concurso de 
pessoas. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
19. (CESPE – 2014 – TJ-SE – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) Caso dois agentes, previamente 
ajustados, tenham praticado crime de roubo, com o uso de arma de fogo, e, em consequência 
dos disparos feitos com a arma, a vítima faleça, o comparsa que não disparou os tiros somente 
responde pelos atos que efetivamente tiver praticado, não devendo ser responsabilizado pelos 
disparos que resultaram no óbito da vítima. 
COMENTÁRIOS 
Item errado. Estando ambos agindo em concurso de pessoas, ambos respondem pelo resultado 
advindo da conduta, ainda que os disparos tenham sido realizados apenas por um dos agentes: 
(...) 4. Por oportuno, registre-se, ao contrário do que sustenta a impetração, 
mesmo que o paciente não tenha sido o responsável pela efetuação dos disparos 
de arma de fogo que culminaram no óbito de uma das vítimas, deve responder 
como coautor pelo roubo seguido de morte. 
5. Isso porque ficou bem demonstrada, na espécie, a existência de liame subjetivo 
e ajuste prévio do paciente com os demais agentes, assumindo ele também o 
risco, com a participação na empreitada delituosa, de que alguma vítima fosse 
morta em virtude de disparo de arma. 
(...) 
(HC 185.167/SP, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEXTA TURMA, julgado em 
15/03/2011, DJe 08/02/2012) 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
20. (CESPE – 2013 – PG-DF – PROCURADOR) Marcos, imbuído de animus necandi, disparou 
tiros de revólver em Ricardo por não ter recebido deste pagamento referente a fornecimento de 
maconha. Apesar de ferido gravemente, Ricardo sobreviveu. Marcos, para chegar ao local onde 
Ricardo se encontrava, foi conduzido em motocicleta por Rômulo, que sabia da intenção homicida 
do amigo, embora desconhecesse o motivo, e concordava em ajudá-lo. Ricardo foi atingido pelas 
costas enquanto caminhava em via pública, e Marcos e Rômulo, ao verem a vítima tombar, 
fugiram, supondo tê-la matado. 
Com base nessa situação hipotética, julgue os próximos itens. 
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Rômulo agiu em coautoria e deve responder pelo mesmo crime cometido por Marcos, não se 
aplicando a ele, entretanto, a qualificadora baseada no motivo do crime (torpeza), já que ignorava 
o motivo por que o seu comparsa queria a morte de Ricardo. 
COMENTÁRIOS 
Item correto. Rômulo responderá pelo mesmo delito de Marcos, na qualidade de coautor 
(coautoria funcional), embora haja quem defenda tratar-se de participação. Seja como for, 
responderá pelo delito. 
Contudo, a qualificadora do motivo torpe não será imputada a Rômulo, pois se trata de 
circunstância de caráter pessoal e que sequer entrou na esfera de conhecimento de Rômulo, de 
forma que eventual imputação da qualificadora a este comparsa seria odiosa manifestação de 
responsabilidade penal objetiva. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
21. (CESPE – 2013 – TJ-RN – JUIZ – ADAPTADA) De acordo com a teoria da acessoriedade 
limitada, para a punibilidade da participação basta que a conduta principal constitua fato típico. 
COMENTÁRIOS 
Item errado. De acordo com tal teoria a punibilidade da participação depende de que a conduta 
principal seja típica e ilícita. A teoria que exige apenas a tipicidadeda conduta principal como 
requisito para a punibilidade da participação é a teoria da acessoriedade mínima. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
22. (CESPE – 2013 – TJ-RN – JUIZ – ADAPTADA) Considere que Carlos, Mércia e José, 
empregados de uma grande empresa em Natal, tenham oferecido bombons envenenados ao seu 
chefe, Mário, que morreu após ingerir unicamente os bombons oferecidos por Mércia. Considere, 
ainda, que os três tenham agido de forma independente, sem ter ciência da conduta dos demais. 
Nessa situação, de acordo com a teoria da causalidade material, resta configurada a autoria 
colateral, devendo Carlos, Mércia e José responder pela prática de homicídio consumado. 
COMENTÁRIOS 
Neste caso, não há concurso de agentes, apenas autoria colateral. Em casos tais, cada agente 
responde apenas por sua conduta, isoladamente. Assim, Mércia responderá por homicídio doloso 
consumado e os demais responderão, apenas, por tentativa de homicídio. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
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23. (CESPE – 2013 – TJ-RN – JUIZ – ADAPTADA) Considere que, em uma noite escura, Mel 
induza a prima Maria a disparar contra Pedro ao fazê-la acreditar que atirava em um animal feroz 
que rondava a casa de campo em que estavam. Nessa situação, ficando comprovado que Maria 
matou Pedro em erro de tipo escusável determinado pela prima, que sabia da realidade dos fatos, 
Mel responderá como autora mediata do crime de homicídio. 
COMENTÁRIOS 
Neste caso, Maria agiu em erro determinado por terceiro (Mel), de forma que somente o terceiro 
(Mel) é que responderá pelo delito, já que se tratava de erro escusável. Vejamos: 
Erro sobre elementos do tipo(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, 
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Descriminantes putativas(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, 
supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção 
de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime 
culposo.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Erro determinado por terceiro (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Neste caso, temos uma hipótese de autoria mediata, pois Maria agiu sem dolo, decorrente do 
erro de tipo permissivo escusável, determinado por terceiro. Assim, apenas o terceiro responderá 
pelo delito. Trata-se de utilização da teoria do domínio do fato, já que Maria, induzida a erro, foi 
utilizada como instrumento por Mel, sendo esta uma das hipóteses de autoria mediata. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
24. (CESPE – 2013 – BACEN – PROCURADOR – ADAPTADA) As hipóteses de coação moral 
irresistível e obediência hierárquica são de autoria mediata, e, por suas naturezas e consequências, 
excluem a ilicitude da conduta. 
COMENTÁRIOS 
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Item errado. Embora tais hipóteses sejam exemplos de autoria mediata (eis que somente o 
mandante ou coator responderá pelo delito), haverá exclusão da culpabilidade, e não da ilicitude, 
nos termos do art. 22 do CP. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
25. (CESPE – 2013 – SEFAZ-ES – AUDITOR FISCAL - ADAPTADA) As elementares objetivas do 
tipo sempre se comunicam, ainda que o partícipe não tenha conhecimento delas. 
COMENTÁRIOS 
As elementares objetivas do tipo sempre se comunicam ao partícipe, mas é necessário que estas 
elementares objetivas tenham entrado na esfera de conhecimento do agente, sob pena de 
responsabilização objetiva. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
26. (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Julgue os itens 
seguintes, a respeito de concurso de pessoas, tipicidade, ilicitude, culpabilidade e fixação da 
pena. 
Caso um indivíduo obtenha de um amigo, por empréstimo, uma arma de fogo, dando-lhe ciência 
de sua intenção de utilizá-la para matar outrem, o amigo que emprestar a arma será considerado 
partícipe do homicídio se o referido indivíduo cometer o crime pretendido, ainda que este não 
utilize tal arma para fazê-lo e que o amigo não o estimule a praticá-lo. 
COMENTÁRIOS 
Item errado. Isto porque para que alguém seja considerado partícipe de um delito é necessário 
prestar auxílio MATERIAL ou MORAL. No caso, não haveria auxílio MATERIAL, pois a arma 
utilizada não foi a mesma emprestada pelo amigo. Também não houve auxílio moral, pois a própria 
questão deixa claro que o amigo não estimulou o agente a praticar o crime. Assim, não há 
participação penalmente punível. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
27. (CESPE - 2015 - TJDFT – TÉCNICO) Em relação à improbidade administrativa, ao concurso 
de pessoas e às hipóteses de extinção da punibilidade, julgue os itens subsecutivos. 
Caracteriza-se a autoria colateral na hipótese de dois agentes, imputáveis, cada um deles 
desconhecendo a conduta do outro, praticarem atos convergentes para a produção de um delito 
a que ambos visem, mas o resultado ocorrer em virtude do comportamento de apenas um deles. 
COMENTÁRIOS 
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==1b4257==
Item correto. Na autoria colateral o resultado advém da conduta de apenas um dos agentes, não 
havendo vínculo subjetivo entre eles. Exatamente por não haver vínculo subjetivo entre os 
agentes, não há que se falar em concurso de pessoas, de maneira que somente aquele que 
efetivamente deu causa ao resultado é que responderá pelo delito. Não sendo possível determinar 
qual das condutas deu causa ao resultado, ambos respondem pelo delito na forma tentada. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
28. (CESPE - 2015 - TJDFT – TÉCNICO) Em relação à improbidade administrativa, ao concurso 
de pessoas e às hipóteses de extinção da punibilidade, julgue os itens subsecutivos. 
Pode haver participação dolosa em crime culposo, não sendo necessário, para a caracterização do 
concurso de pessoas, que autor e partícipes tenham atuado com o mesmo elemento subjetivo-
normativo. 
COMENTÁRIOS 
Item errado. A Doutrina majoritária (e a jurisprudência também majoritária) não admite a 
participação dolosa em crime culposo, tampouco a participação culposa em crime doloso. A 
Doutrina exige que a participação possua a mesma natureza volitiva (elemento de vontade) do 
crime para o qual o partícipe contribui. Há, contudo, corrente doutrinária (inclusive adotada pelo 
STJ) que nega possibilidade de participação em crime culposo, ainda que se trate de participação 
culposa. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
29. (CESPE - 2015 - TJDFT - OFICIAL DE JUSTIÇA) Idealizada por Welzel e Roxin e considerada 
objetivo-subjetiva, a teoria do domínio do fato diferencia autoria de participação em função da 
prática dos atos executórios do delito. 
COMENTÁRIOS 
Item errado. A teria do domínio do fato diferencia autor e partícipe não com base na prática dos 
atos executórios (isso quem o faz é a teoria objetivo-formal). A teoria do domínio do fato diferencia 
autor e partícipe tendo com fundamento o domínio sobre o curso da empreitada criminosa. Todo 
aquele que possui o domínio do curso da conduta criminosa (seja pelo domínio da ação, da 
vontade ou pelo domínio funcional do fato) é considerado autor do delito. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
30. (CESPE - 2007 - TJ-PI - JUIZ)No concurso de pessoas, há quatro teorias que explicam o 
tratamento da acessoriedade na participação. De acordo com a teoria da hiperacessoriedade, 
para se punir a conduta do partícipe, é preciso que o fato principal seja 
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I típico. 
II antijurídico. 
II culpável. 
IV punível. 
A quantidade de itens certos é igual a 
A) 0. 
B) 1. 
C) 2. 
D) 3. 
E) 4. 
COMENTÁRIOS 
Conforme estudamos, a teoria da hiperacessoriedade é a mais radical de todas as quatro, 
exigindo, para a punibilidade do partícipe, que a conduta principal deva ser típica, ilícita, culpável 
e punível. 
Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
31. (CESPE - 2009 - PC-RN - AGENTE DE POLÍCIA) Acerca do concurso de pessoas, assinale a 
opção correta. 
A) Considere que Lia e Lena estivessem discutindo dentro do carro quando, acidentalmente, Lia 
atropelou um pedestre que atravessava na faixa de segurança. Nessa situação hipotética, Lia e 
Lena deverão responder pela prática de homicídio culposo. 
B) O crime de falso testemunho admite coautoria e participação. 
C) Considere que Mévio e Leo tenham resolvido furtar uma casa supostamente abandonada. 
Nesse furto, considere que Leo tenha ficado vigiando a entrada, enquanto Mévio entrou para 
subtrair os bens; dentro da residência, Mévio descobriu que a mesma estava habitada e acabou 
agredindo o morador; após levarem os objetos para um local seguro, Mévio narrou o fato para 
Leo. Considerando essa situação hipotética, Mévio deverá responder pelo crime de roubo e Leo, 
por furto. 
D) No crime de induzimento ou instigação ao suicídio, o agente que instiga age como partícipe e 
o suicida é, ao mesmo tempo, sujeito ativo e passivo. 
E) As circunstâncias e as condições de caráter pessoal se comunicam entre os coautores e 
partícipes do crime. 
COMENTÁRIOS 
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A) ERRADA: Nesse caso não há concurso de agentes, pois não há participação culposa em crime 
culposo, segundo entendimento do STJ. Neste caso, somente Lia responderá pelo delito. 
B) ERRADA: A grande maioria da Doutrina entende não haver possibilidade de coautoria nesse 
caso, por se tratar de crime de mão-própria. No entanto, parte da Doutrina entende que pode 
haver coautoria quando há coação moral resistível de um terceiro sobre aquele que comete o 
crime. A participação, atualmente, é admitida. 
C) CORRETA: Aqui, trata-se da hipótese de cooperação dolosamente distinta. Leo não pretendeu 
praticar um roubo, e sim um furto, devendo responder apenas por este, e não pelo roubo, que foi 
praticado apenas por Mévio. Entretanto, nos termos do art. 29, § 2° do CP, se o crime de roubo 
era previsível, a pena de Leo pode ser aumentada até a metade, mas ele sempre responderá pelo 
crime de furto apenas. 
D) ERRADA: No crime de instigação ao suicídio, quem instiga é autor do crime (pratica o núcleo 
do tipo), e não mero partícipe do delito. Assim, a alternativa está errada. 
E) ERRADA: As circunstâncias e condições de caráter pessoal não se comunicam, nos termos do 
art. 30 do CP, salvo se forem elementares do delito. 
Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
32. (CESPE - 2011 - TJ-ES - ANALISTA JUDICIÁRIO - DIREITO - ÁREA JUDICIÁRIA - 
ESPECÍFICOS) Considere que os indivíduos João e José — ambos com animus necandi, mas um 
desconhecendo a conduta do outro — atirem contra Francisco, e que a perícia, na análise dos 
atos, identifique que José seja o responsável pela morte de Francisco. Nessa situação hipotética, 
José responderá por homicídio consumado e João, por tentativa de homicídio. Certo ou Errado? 
COMENTÁRIOS 
CORRETA: Como ambos não agiram com vínculo subjetivo, não há coautoria, mas autoria 
colateral, afastando-se, desta forma, o concurso de pessoas, respondendo cada um apenas pela 
sua conduta. Assim, a afirmativa está correta. 
Assim, A AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
33. (CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ESPECÍFICOS) O concurso de pessoas, no 
sistema penal brasileiro, adotou a teoria monística, com temperamentos, uma vez que estabelece 
certos graus de participação, em obediência ao princípio da individualização da pena. Certo ou 
Errado? 
COMENTÁRIOS 
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CORRETA: Conforme estudamos, o nosso CP adotou a teoria monista no concurso de pessoas, 
de forma que todos aqueles que cooperam para a prática do delito, por ele respondem, nos 
termos do art. 29 do CP. No entanto, o CP determina que a pena de cada um dos agentes deve 
ser calculada na medida de sua culpabilidade, o que demonstra a adoção de uma teoria monista 
mitigada, ou temperada.` 
Assim, A AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
34. (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLÍCIA) Considere a seguinte situação hipotética. 
Fernando, Cláudio e Maria, penalmente imputáveis, associaram-se com Geraldo, de 17 anos de 
idade, com o fim de cometer estelionato. Alugaram um apartamento e adquiriram os 
equipamentos necessários à prática delituosa, chegando, em conluio, à concretização de um único 
crime. 
Nessa situação, o grupo, com exceção do adolescente, responderá apenas pelo crime de 
estelionato, não se caracterizando o delito de quadrilha ou bando, em face da necessidade de 
associação de, no mínimo, quatro pessoas para a tipificação desse delito, todas penalmente 
imputáveis. 
COMENTÁRIOS 
A afirmativa está errada, pois o nosso sistema jurídico-penal adotou a teoria da acessoriedade 
limitada, ainda que não o tenha feito de forma expressa, mas é este o entendimento doutrinário 
dominante. Por esta teoria, para que haja participação, é suficiente que o partícipe tenha 
praticado fato típico e ilícito, não sendo necessário que seja culpável (o inimputável não é 
culpável). 
Portanto, neste caso, a participação do adolescente é penalmente relevante para a caracterização 
do crime de quadrilha ou bando. 
Assim, A AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
35. (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLÍCIA) Considere a seguinte situação hipotética. 
Luiz, imputável, aderiu deliberadamente à conduta de Pedro, auxiliando-o no arrombamento de 
uma porta para a prática de um furto, vindo a adentrar na residência, onde se limitou, apenas, a 
observar Pedro, durante a subtração dos objetos, mais tarde repartidos entre ambos. 
Nessa situação, Luiz responderá apenas como partícipe do delito pois atuou em atos diversos dos 
executórios praticados por Pedro, autor direto. 
COMENTÁRIOS 
Luiz responderá como coautor do delito, pois o arrombamento da porta é um ato integrante do 
núcleo do tipo, já que faz parte do iter da execução do crime. 
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Assim, A AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
36. (CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ESPECÍFICOS) O concurso de pessoas, no 
sistema penal brasileiro, adotou a teoria monística, com temperamentos, uma vez que estabelece 
certos graus de participação, em obediência ao princípio da individualização da pena. 
COMENTÁRIOS 
O art. 29 do CP diz: 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este 
cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
Esse artigo evidencia a adoção da teoria monista, eis que estabelece a unidade de crime para 
aqueles que participam do mesmo fato. No entanto, entende-se que a teoria monista adotada 
foi “mitigada” pela possibilidade de aplicação de graus diferentes de culpa a cada participante.Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
37. (CESPE - 2011 - PC-ES - DELEGADO DE POLÍCIA - ESPECÍFICOS) Quanto ao concurso de 
pessoas, o direito penal brasileiro acolhe a teoria monista, segundo a qual todos os indivíduos que 
colaboraram para a prática delitiva devem, como regra geral, responder pelo mesmo crime. Tal 
situação pode ser, todavia, afastada, por aplicação do princípio da intranscendência das penas, 
para a hipótese legal em que um dos colaboradores tenha desejado participar de delito menos 
grave, caso em que deverá ser aplicada a pena deste. 
COMENTÁRIOS 
A questão está praticamente toda correta. No entanto, peca ao afirmar que a teoria monista 
pode ser mitigada pelo princípio da intranscendência da pena. Está errado. A teoria monista é 
mitigada pelo princípio da individualização da pena, pois a pena de cada um deve corresponder 
ao seu grau de culpa no fato. 
Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
38. (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - ÁREA DE DIREITO) A teoria 
do domínio do fato é aplicável para a delimitação de coautoria e participação, sendo coautor 
aquele que presta contribuição independente e essencial à prática do delito, mas não 
obrigatoriamente à sua execução. 
COMENTÁRIOS 
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A teoria do domínio do fato (ou do domínio final do fato) é a teoria segundo a qual autor é aquele 
que, mesmo não realizando o núcleo do tipo (não sendo executor), possui ingerência decisiva 
acerca do cometimento ou não da infração (o mandante, por exemplo). 
Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
39. (CESPE - 2010 - DPU - DEFENSOR PÚBLICO) Em se tratando da chamada comunicabilidade 
de circunstâncias, prevista no Código Penal brasileiro, as condições e circunstâncias pessoais que 
formam a elementar do injusto, tanto básico como qualificado, comunicam-se dos autores aos 
partícipes e, de igual modo, as condições e circunstâncias pessoais dos partícipes comunicam-se 
aos autores. 
COMENTÁRIOS 
As circunstâncias de caráter pessoal, em regra, não se comunicam, salvo se elementares do crime. 
No entanto, mesmo quando elementares do delito, as circunstâncias pessoais do partícipe não 
se comunicam ao autor, por se tratar de participação acessória na conduta principal. 
Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
40. (CESPE - 2008 - MPE-RR - PROMOTOR DE JUSTIÇA) Ocorre a coautoria sucessiva quando, 
após iniciada a conduta típica por um único agente, houver a adesão de um segundo agente à 
empreitada criminosa, sendo que as condutas praticadas por cada um, dentro de um critério de 
divisão de tarefas e união de desígnios, devem ser capazes de interferir na consumação da infração 
penal. 
COMENTÁRIOS 
A afirmativa está perfeita. O concurso de agentes pode ser prévio, quando ambos se unem antes 
do início da execução do delito e sucessiva, quando ambos se unem para a prática do delito após 
o início da execução. 
Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
41. (CESPE - 2008 - MPE-RR - PROMOTOR DE JUSTIÇA) No tocante à participação, o CP adota 
o critério da hiperacessoriedade, razão pela qual, para que o partícipe seja punível, será necessário 
se comprovar que ele concorreu para a prática de fato típico e ilícito. 
COMENTÁRIOS 
De fato, para que o partícipe seja punível, é necessário que ele tenha praticado fato típico e 
ilícito. No entanto, essa teoria não é a da hiperacessoriedade, mas a da acessoriedade limitada. 
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Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
42. (CESPE - 2008 - STJ - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) A participação ínfima ou 
de somenos é tratada pelo CP da mesma maneira que a menor participação, tendo ambas como 
conseqüência a incidência de minorante da pena em um sexto a um terço. 
COMENTÁRIOS 
A participação ínfima ou de somenos (também chamada de “participação de menor 
importância”) é aquela prevista no art. 29, §1°, que significa a participação de pouquíssima 
importância, incidindo a causa de diminuição de pena, de 1/6 a 1/3. 
A menor participação, por sua vez, é aquela que se analisa em comparação com a participação 
de outro agente, mais importante, e não gera a diminuição da pena. 
Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
43. (CESPE - 2004 - POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLÍCIA - REGIONAL) De acordo com 
o sistema adotado pelo Código Penal, é possível impor aos partícipes da mesma atividade 
delituosa penas de intensidades desiguais. 
COMENTÁRIOS 
A afirmativa está correta, pois se baseia no art. 29 do CP, que estabelece que a pena deverá 
corresponder ao grau de participação do agente no delito. Vejamos: 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este 
cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
44. (CESPE - 2008 - STF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Em caso de concurso de 
pessoas para a prática de crime, se algum dos concorrentes participar apenas do crime menos 
grave, será aplicada a ele a pena relativa a esse crime, mesmo que seja previsível o resultado mais 
grave. 
COMENTÁRIOS 
A questão está MUITO mal formulada. A princípio, a questão está correta, por corresponder ao 
que prevê o art. 29, §2° do CP, que trata da chamada cooperação dolosamente distinta. Vejamos: 
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§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á 
aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter 
sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
Porém, a questão não fala que no caso de ser previsível o crime mais grave, a pena a ser aplicada 
será a do MENOS GRAVE, com o acréscimo previsto na lei. 
A questão é muito mal formulada e deveria ter sido anulada, eis que está correta, tendo a banca 
a considerado como errada. 
Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
45. (CESPE - 2010 - AGU - PROCURADOR) Ao crime plurissubjetivo aplica-se a norma de 
extensão do art. 29 do Código Penal, que dispõe sobre o concurso de pessoas, sendo este 
exemplo de norma de adequação típica mediata. 
COMENTÁRIOS 
A adequação típica imediata é a adequação perfeita da conduta do agente ao que prevê o tipo 
penal. Ex.: Matar alguém. Só há adequação típica imediata na conduta daquele que efetivamente 
mata alguém. Entretanto, como punir aquele que dá a arma para o agente matar a vítima? Isso 
se dá através de normas de extensão, que geram a chamada adequação típica mediata. A norma 
do art. 29 é uma delas, pois permite punir pessoas que, a princípio, não praticaram condutas 
previstas no tipo penal. 
Entretanto, nos crimes PLURISSUBJETIVOS, o concurso de agentes é NECESSÁRIO, e a conduta 
de cada um deles já está prevista diretamente no tipo penal, de forma que não é necessária 
norma de extensão para que se dê a adequação típica. 
Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
46. (CESPE - 2008 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Valdir e Júlio 
combinaram praticar um crime de furto, assim ficando definida a divisão de tarefas entre ambos: 
Valdir entraria na residência de seu ex-patrão Cláudio, pois este estava viajando de férias e, 
portanto, a casa estaria vazia; Júlio aguardaria dentro do carro, dando cobertura à empreitada 
delitiva. No dia e local combinados, Valdir entrou desarmado na casa e Júlio ficou no carro. 
Entretanto, sem que eles tivessem conhecimento, dentro da residência estava um agente de 
segurança contratado por Cláudio. Ao se deparar com o segurança, Valdir constatouque ele 
estava cochilando em uma cadeira, com uma arma de fogo em seu colo. Valdir então pegou a 
arma de fogo, anunciou o assalto e, em face da resistência do segurança, findou por atirar em sua 
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direção, lesionando-o gravemente. Depois disso, subtraiu todos os bens que guarneciam a 
residência. 
Nessa situação, deve-se aplicar a Júlio a pena do crime de furto, uma vez que o resultado mais 
grave não foi previsível. 
COMENTÁRIOS 
 A questão procura deixar bem claro que Júlio não tinha como saber que acabaria ocorrendo um 
roubo, eis que os donos da casa estavam viajando e seu comparsa entrou DESARMADO na casa. 
Assim, não tendo sido previsível o crime mais grave (roubo), aplica-se ao comparsa que não o 
cometeu, a pena do crime menos grave (furto), em razão do art. 29, §2° do CP: 
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á 
aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter 
sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
47. (CESPE - 2013 - PRF - POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) Em relação ao concurso de 
pessoas, o CP adota a teoria monista, segundo a qual todos os que contribuem para a prática de 
uma mesma infração penal cometem um único crime, distinguindo-se, entretanto, os autores do 
delito dos partícipes. 
COMENTÁRIOS 
O item está correto. O CP adota, como regra, a teoria monista no concurso de agentes, de forma 
que todos os que participam de uma conduta criminosa respondem pelo mesmo delito, embora 
existam exceções pontuais. Além disso, o CP adota também a teoria diferenciadora, distinguindo 
autores (aqueles que praticam o núcleo do tipo penal) e partícipes (aqueles que prestam auxílio 
na prática da conduta), num conceito restritivo de autor. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
48. (CESPE - 2013 - PRF - POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) Considere a seguinte situação 
hipotética. 
Aproveitando-se da facilidade do cargo por ele exercido em determinado órgão público, Artur, 
servidor público, em conluio com Maria, penalmente responsável, subtraiu dinheiro da repartição 
pública onde trabalha. Maria, que recebeu parte do dinheiro subtraído, desconhecia ser Artur 
funcionário público. 
Nessa situação hipotética, Artur cometeu o crime de peculato e Maria, o delito de furto. 
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COMENTÁRIOS 
O item está correto. Ambos praticaram a conduta prevista no art. 312, §1º do CP, que caracteriza 
o delito de peculato (modalidade peculato-furto): 
Peculato 
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro 
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou 
desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: 
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
Contudo, Maria não possui a condição de “funcionário público”, que é elementar do tipo penal. 
Além disso, Maria não sabe que seu comparsa é funcionário público, devendo responder apenas 
por furto (art. 155 do CP). Caso Maria soubesse que seu comparsa era funcionário público, 
responderia juntamente com ele por peculato-furto. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
49. (CESPE - 2013 - MPU - ANALISTA - DIREITO) Acerca dos institutos do direito penal brasileiro, 
julgue os próximos itens. 
Tratando-se de concurso de agentes, quando comprovada a vontade de um dos autores do fato 
em participar de crime menos grave, a pena será diminuída até a metade, na hipótese de o 
resultado mais grave ter sido previsível, não podendo, contudo, ser inferior ao mínimo da pena 
cominada ao crime efetivamente praticado. 
COMENTÁRIOS 
O item está errado. Trata-se da chamada cooperação dolosamente distinta. Na cooperação 
dolosamente distinta um dos comparsas quis participar de crime menos grave do que aquele que 
fora efetivamente praticado. Neste caso, ele responde pelo crime que se dispôs a praticar, e não 
por aquele que fora efetivamente praticado. 
Contudo, caso o crime “mais grave” (e que foi praticado) tivesse sido previsível, este agente terá 
a pena aumentada até a metade. Vejamos: 
Art. 29 – (...) 
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á 
aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter 
sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
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Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
50. (CESPE - 2013 - PC-BA - DELEGADO DE POLÍCIA) Considere que Joana, penalmente 
imputável, tenha determinado a Francisco, também imputável, que desse uma surra em Maria e 
que Francisco, por questões pessoais, tenha matado Maria. Nessa situação, Francisco e Joana 
deverão responder pela prática do delito de homicídio, podendo Joana beneficiar-se de causa de 
diminuição de pena. 
COMENTÁRIOS 
Aqui temos um caso de cooperação dolosamente distinta. Na cooperação dolosamente distinta 
um dos comparsas quis participar de crime menos grave do que aquele que fora efetivamente 
praticado. Neste caso, ele responde pelo crime que se dispôs a praticar, e não por aquele que 
fora efetivamente praticado. 
Contudo, caso o crime “mais grave” (e que foi praticado) tivesse sido previsível, este agente terá 
a pena aumentada até a metade. Vejamos: 
Art. 29 – (...) 
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á 
aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter 
sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
Na hipótese, Joana somente se dispôs a ser autora intelectual do delito de “lesão corporal”, não 
homicídio, devendo responder por lesão corporal, e Francisco por homicídio. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
51. (CESPE - 2013 - SERPRO - ANALISTA - ADVOCACIA) Havendo concurso de pessoas para a 
prática de crime, caso um dos agentes participe apenas de crime menos grave, será aplicada a ele 
a pena relativa a esse crime, desde que não seja previsível resultado mais grave. 
COMENTÁRIOS 
Essa questão é polêmica. O CESPE deu como correta, mas entendo estar errada. 
Temos aqui a cooperação dolosamente distinta. Na cooperação dolosamente distinta, o agente 
que quis praticar o crime menos grave SEMPRE responde pelo crime menos grave. O que pode 
acontecer é haver aumento de pena até a metade, no caso de o crime mais grave ser previsível, 
mas ainda assim o agente responderá pela pena do crime menos grave, só que majorada. Vejamos: 
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Art. 29 – (...) 
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á 
aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter 
sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
Assim, entendo que a questão está errada, mas o CESPE entendeu como correta. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
52. (CESPE - 2013 - TJ-DF - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) Se determinada 
pessoa, querendo chegar rapidamente ao aeroporto, oferecer pomposa gorjeta a um taxista para 
que este dirija em velocidade acima da permitida e, em razão disso, o taxista atropelar e, 
consequentemente, matar uma pessoa, a pessoa que oferecer a gorjeta participará de crime 
culposo. 
COMENTÁRIOS 
A Doutrina majoritária(há, portanto, controvérsia) não admite participação em crime culposo, pois 
por se tratar de uma violação a um dever objetivo de cuidado, seria pessoal e, portanto, impossível 
de vinculação subjetiva. O STJ adota este entendimento. Desta forma, não seria admitida, sequer, 
a coautoria em crimes culposos, embora parte da Jurisprudência admita. 
Nos dizeres de Luiz Flavio Gomes:” Parte da doutrina tradicional e da jurisprudência brasileira 
admite coautoria em crime culposo. Quanto à participação a doutrina é praticamente unânime: 
não é possível nos crimes culposos. A verdade é que a culpa (como infração do dever de cuidado 
ou como criação de um risco proibido relevante) é pessoal. Doutrinariamente, portanto, também 
não é sustentável a possibilidade de coautoria em crime culposo. Cada um responde pela sua 
culpa, pela sua parcela de contribuição para o risco criado. A jurisprudência admite coautoria em 
crime culposo, mas tecnicamente não deveria ser assim, mesmo porque a coautoria exige uma 
concordância subjetiva entre os agentes. Todas as situações em que ela vislumbra coautoria 
podem ser naturalmente solucionadas com o auxílio do instituto da autoria colateral." 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
53. (CESPE - 2013 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Em 18/2/2011, às 21 
horas, na cidade X, João, que planejara detalhadamente toda a empreitada criminosa, Pedro, 
Jerônimo e Paulo, de forma livre e consciente, em unidade de desígnios com o adolescente José, 
que já havia sido processado por atos infracionais, decidiram subtrair para o grupo uma geladeira, 
um fogão, um botijão de gás e um micro-ondas, pertencentes a Lúcia, que não estava em casa 
naquele momento. Enquanto João e Pedro permaneceram na rua, dando cobertura à ação 
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criminosa, Paulo, Jerônimo e José entraram na residência, tendo pulado um pequeno muro e 
utilizado grampos para abrir a porta da casa. Antes da subtração dos bens, Jerônimo, arrependido, 
evadiu-se do local e chamou a polícia. Ainda assim, Paulo e José se apossaram de todos os bens 
referidos e fugiram antes da chegada da polícia. 
Dias depois, o grupo foi preso, mas os bens não foram encontrados. 
Na delegacia, verificou-se que João, Pedro e Paulo já haviam sido condenados anteriormente pelo 
crime de estelionato, mas a sentença não havia transitado em julgado e que Jerônimo tinha sido 
condenado, em sentença transitada em julgado, por contravenção penal. 
De acordo com a teoria objetivo-material, considera-se Paulo autor do crime de furto e João e 
Pedro, partícipes. 
COMENTÁRIOS 
Mais uma questão polêmica e da qual eu discordo do gabarito. A teoria objetivo-material 
distingue autor e partícipe da seguinte forma: autor é quem colabora com participação de maior 
importância para o crime, e partícipe é quem colabora com participação de menor importância, 
independentemente de quem pratica o núcleo do tipo. 
Assim, o item está errado, pois de acordo com esta teoria João e Pedro praticaram condutas 
altamente relevantes para o delito, sendo considerados autores do crime. João, inclusive, 
arquitetou toda a empreitada criminosa. 
Desta forma, eu entendo a questão como errada, embora o CESPE tenha dado a questão como 
correta. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
54. (CESPE - 2013 - TC-DF - PROCURADOR) Ângelo, funcionário público exercente do cargo de 
fiscal da Agência de Fiscalização do DF (AGEFIS), no exercício de suas funções, exigiu vantagem 
indevida do comerciante Elias, de R$ 2.000,00 para que o estabelecimento não fosse autuado em 
razão de irregularidades constatadas. Para a prática do delito, Ângelo foi auxiliado por seu primo, 
Rubens, taxista, que o conduziu em seu veículo até o local da fiscalização, previamente acordado 
e consciente tanto da ação delituosa que seria empreendida quanto do fato de que Ângelo era 
funcionário público. Antes que os valores fossem entregues, o comerciante, atemorizado, 
conseguiu informar policiais militares acerca dos fatos, tendo sido realizada a prisão em flagrante 
de Ângelo. 
A condição de funcionário público comunica-se ao partícipe Rubens, que tinha prévia ciência do 
cargo ocupado por seu primo e acordou sua vontade com a dele para auxiliá-lo na prática do 
delito, de forma que os dois deverão estar incursos no mesmo tipo penal. 
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COMENTÁRIOS 
O item está correto. No caso de concurso de agentes para a prática de crime PRÓPRIO (que exige 
do infrator alguma qualidade especial, como a de funcionário público), ainda que um dos 
comparsas não possua esta qualidade, ela se estende a ele, por força do art. 30 do CP, desde que 
tenha conhecimento de que seu comparsa possui esta qualidade. Vejamos: 
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, 
salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
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 EXERCÍCIOS PARA PRATICAR 
 
1. (CESPE – 2019 – TJPR – JUIZ/ADAPTADA) 
A autoria colateral é aquela em que há pluralidade de agentes e liame subjetivo entre eles para a 
realização da conduta. 
2. (CESPE – 2019 – TJPR – JUIZ/ADAPTADA) 
A teoria da acessoriedade limitada entende que basta o fato principal ser típico para que o 
partícipe seja punido. 
3. (CESPE – 2018 – MPU – ANALISTA) 
Cada um do item a seguir apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser 
julgada, a respeito da aplicação e da interpretação da lei penal, do concurso de pessoas e da 
culpabilidade. 
João e Manoel, penalmente imputáveis, decidiram matar Francisco. Sem que um soubesse da 
intenção do outro, João e Manoel se posicionaram de tocaia e, concomitantemente, atiraram na 
direção da vítima, que veio a falecer em decorrência de um dos disparos. Não foi possível 
determinar de qual arma foi deflagrado o projétil que atingiu fatalmente Francisco. Nessa situação, 
João e Manoel responderão pelo crime de homicídio na forma tentada. 
4. (CESPE – 2018 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
 
 
Clara, tendo descoberto uma traição amorosa de seu namorado, comentou com sua amiga Aline 
que tinha a intenção de matá-lo. Aline, então, começou a instigar Clara a consumar o pretendido. 
Nessa situação, se Clara cometer o crime, Aline poderá responder como partícipe do crime. 
5. (CESPE – 2018 – EBSERH – ADVOGADO) 
Com referência à lei penal no tempo, ao erro jurídico-penal, ao concurso de agentes e aos sujeitos 
da infração penal, julgue o item que se segue. 
Para a punição de um partícipe que colabore com a conduta delituosa, é preciso que o fato 
principal seja típico, ilícito, culpável e punível. 
6. (CESPE – 2018 – STJ – TÉCNICO) 
Julgue o item subsequente, relativo ao delito praticado em concurso de pessoas. 
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Para a configuração do concurso de pessoas, é necessário que três ou mais agentes se auxiliem 
mutuamente na prática do ilícito penal. 
7. (CESPE – 2018 – STM – ANALISTA) 
Acerca dos institutos do erro de tipo, do erro de proibição e do concurso de pessoas, julgue o 
item subsequente. 
Inexiste, no ordenamento jurídico, a possibilidade de as condições e circunstâncias de caráter 
pessoal de um agente se comunicarem com as de outro agente que seja coautor de um crime. 
8. (CESPE – 2017 – SERES-PE – AGENTE PENITENCIÁRIO – ADAPTADA)A cooperação 
dolosamente distinta não permite a aplicação diferenciada de penas para aqueles que participam 
do crime. 
9. (CESPE – 2017 – SERES-PE – AGENTE PENITENCIÁRIO – ADAPTADA) É absolutamente 
impossível o concurso de pessoas nos crimes culposos. 
10. (CESPE – 2017 – SERES-PE – AGENTE PENITENCIÁRIO – ADAPTADA) Na sentença 
condenatória, o juiz deve sempre aplicar penas iguais para o autor, o coautor e o partícipe. 
11. (CESPE – 2016 – PC-GO – DELEGADO DE POLÍCIA – ADAPTADA) O concurso de agentes 
na realização de um crime pressupõe sempre o prévio ajuste de vontades na consecução de um 
resultado danoso desejado por todos. 
12. (CESPE – 2016 – PC-PE – AGENTE) Roberto, Pedro e Lucas planejaram furtar uma relojoaria. 
Para a consecução desse objetivo, eles passaram a vigiar a movimentação da loja durante algumas 
noites. Quando perceberam que o lugar era habitado pela proprietária, uma senhora de setenta 
anos de idade, que dormia, quase todos os dias, em um quarto nos fundos do estabelecimento, 
eles desistiram de seu plano. Certa noite depois dessa desistência, sem a ajuda de Roberto, 
quando passavam pela frente da loja, Pedro e Lucas perceberam que a proprietária não estava 
presente e decidiram, naquele momento, realizar o furto. Pedro ficou apenas vigiando de longe 
as imediações, e Lucas entrou na relojoaria com uma sacola, quebrou a máquina registradora, 
pegou o dinheiro ali depositado e alguns relógios, saiu em seguida, encontrou-se com Pedro e 
deu-lhe 10% dos valores que conseguiu subtrair da loja. 
Na situação hipotética descrita no texto acima, 
a) Pedro e Lucas serão responsabilizados pelo mesmo tipo penal e terão necessariamente a mesma 
pena. 
b) o direito penal brasileiro não distingue autor e partícipe. 
c) Pedro, partícipe, terá pena mais grave que a de Lucas, autor do crime. 
d) Roberto será considerado partícipe e, por isso, poderá ser punido em concurso de pessoas pelo 
crime praticado. 
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e) se a atuação de Pedro for tipificada como participação de menor importância, a pena dele 
poderá ser diminuída. 
13. (CESPE – 2016 – PC-PE – ESCRIVÃO) A respeito do concurso de pessoas, assinale a opção 
correta. 
a) Em relação à participação no concurso de pessoas, a legislação penal brasileira adota a teoria 
da acessoriedade mínima. 
b) Situação hipotética: José, gerente de loja, mesmo ciente de que um dos vendedores subtraía 
dinheiro do caixa, nada fez para impedir o crime, agindo sem liame subjetivo e intenção de obter 
vantagem econômica. Assertiva: Nessa situação, o gerente responderá em coautoria pelo crime 
de furto, com ação omissiva. 
c) Em se tratando de crimes plurissubjetivos, como, por exemplo, o crime de rixa, não há que se 
falar em participação, já que a pluralidade de agentes integra o tipo penal: todos são autores. 
d) Situação hipotética: O motorista João e sua mulher, Maria, trafegavam por uma rodovia, quando 
ambos, deliberadamente, deixaram de prestar socorro a uma pessoa gravemente ferida, sem que 
houvesse risco pessoal para qualquer um deles. João foi instigado por Maria, que estava no banco 
do carona, a não parar o veículo, e, por fim, em acordo de vontades com Maria, assim efetivamente 
procedeu. Assertiva: Nessa situação, João responderá como autor pelo crime de omissão de 
socorro e Maria será tida como inimputável. 
e) Haverá participação culposa em crime doloso na situação em que um médico, agindo com 
negligência, fornece ao enfermeiro substância letal para ser ministrada a um paciente, e o 
enfermeiro, embora percebendo o equívoco, decide ministrá-la com a intenção de matar o 
paciente. 
14. (CESPE – 2016 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) Tendo o CP adotado a teoria monista, não há 
como punir diferentemente todos quantos participem direta ou indiretamente para a produção 
do resultado danoso. 
15. (CESPE – 2016 – TJ-AM – JUIZ – ADAPTADA) É impossível o concurso de pessoas nos crimes 
culposos, ante a ausência de vínculo subjetivo entre os agentes na produção do resultado danoso. 
16. (CESPE – 2016 – TRE-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) A respeito do 
concurso de pessoas, assinale a opção correta. 
a) As circunstâncias objetivas se comunicam, mesmo que o partícipe delas não tenha 
conhecimento. 
b) Em se tratando de peculato, crime próprio de funcionário público, não é possível a coautoria 
de um particular, dada a absoluta incomunicabilidade da circunstância elementar do crime. 
c) A determinação, o ajuste ou instigação e o auxílio não são puníveis. 
d) Tratando-se de crimes contra a vida, se a participação for de menor importância, a pena aplicada 
poderá ser diminuída de um sexto a um terço. 
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e) No caso de um dos concorrentes optar por participar de crime menos grave, a ele será aplicada 
a pena referente a este crime, que deverá ser aumentada mesmo na hipótese de não ter sido 
previsível o resultado mais grave. 
17. (CESPE – 2014 - CÂMARA DOS DEPUTADOS - POLICIAL LEGISLATIVO) Paulo e João foram 
surpreendidos nas dependências da Câmara dos Deputados quando subtraíam carteiras e 
celulares dos casacos e bolsas de pessoas que ali transitavam. Paulo tem dezessete anos e teve 
acesso ao local por intermédio de João, que é servidor da Casa. 
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens a seguir. 
O fato de Paulo ser inimputável impede que se reconheça o concurso de pessoas no caso narrado. 
18. (CESPE – 2014 – TJ/SE – TÉCNICO) No que se refere a concurso de pessoas, aplicação da 
pena, medidas de segurança e ação penal, julgue os itens a seguir. 
Em se tratando de autoria colateral, não existe concurso de pessoas. 
19. (CESPE – 2014 – TJ-SE – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) Caso dois agentes, 
previamente ajustados, tenham praticado crime de roubo, com o uso de arma de fogo, e, em 
consequência dos disparos feitos com a arma, a vítima faleça, o comparsa que não disparou os 
tiros somente responde pelos atos que efetivamente tiver praticado, não devendo ser 
responsabilizado pelos disparos que resultaram no óbito da vítima. 
20. (CESPE – 2013 – PG-DF – PROCURADOR) Marcos, imbuído de animus necandi, disparou 
tiros de revólver em Ricardo por não ter recebido deste pagamento referente a fornecimento de 
maconha. Apesar de ferido gravemente, Ricardo sobreviveu. Marcos, para chegar ao local onde 
Ricardo se encontrava, foi conduzido em motocicleta por Rômulo, que sabia da intenção homicida 
do amigo, embora desconhecesse o motivo, e concordava em ajudá-lo. Ricardo foi atingido pelas 
costas enquanto caminhava em via pública, e Marcos e Rômulo, ao verem a vítima tombar, 
fugiram, supondo tê-la matado. 
Com base nessa situação hipotética, julgue os próximos itens. 
Rômulo agiu em coautoria e deve responder pelo mesmo crime cometido por Marcos, não se 
aplicando a ele, entretanto, a qualificadora baseada no motivo do crime (torpeza), já que ignorava 
o motivo por que o seu comparsa queria a morte de Ricardo. 
21. (CESPE – 2013 – TJ-RN – JUIZ – ADAPTADA) De acordo com a teoria da acessoriedade 
limitada, para a punibilidade da participação basta que a conduta principal constitua fato típico. 
22. (CESPE – 2013 – TJ-RN – JUIZ – ADAPTADA) Considere que Carlos, Mércia e José, 
empregados de uma grande empresa em Natal, tenham oferecido bombons envenenados ao seu 
chefe, Mário, que morreu após ingerir unicamente os bombons oferecidos por Mércia. Considere, 
ainda, que os três tenham agido de forma independente, sem ter ciência da conduta dos demais. 
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Nessa situação, de acordo com a teoria da causalidade material, resta configurada a autoria 
colateral, devendo Carlos, Mércia e José responder pela prática de homicídio consumado. 
23. (CESPE – 2013 – TJ-RN – JUIZ – ADAPTADA) Considere que, em uma noite escura, Mel 
induza a prima Maria a disparar contra Pedro ao fazê-la acreditar que atirava em um animal feroz 
que rondava a casa de campo em que estavam. Nessa situação, ficando comprovado que Maria 
matou Pedro em erro de tipo escusável determinado pela prima, que sabia da realidade dos fatos, 
Mel responderá como autora mediata do crime de homicídio. 
24. (CESPE – 2013 – BACEN – PROCURADOR – ADAPTADA) As hipóteses de coação moral 
irresistível e obediência hierárquica são de autoria mediata, e, por suas naturezas e consequências, 
excluem a ilicitude da conduta. 
25. (CESPE – 2013 – SEFAZ-ES – AUDITOR FISCAL - ADAPTADA) As elementares objetivas do 
tipo sempre se comunicam, ainda que o partícipe não tenha conhecimento delas. 
26. (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Julgue os itens 
seguintes, a respeito de concurso de pessoas, tipicidade, ilicitude, culpabilidade e fixação da 
pena. 
Caso um indivíduo obtenha de um amigo, por empréstimo, uma arma de fogo, dando-lhe ciência 
de sua intenção de utilizá-la para matar outrem, o amigo que emprestar a arma será considerado 
partícipe do homicídio se o referido indivíduo cometer o crime pretendido, ainda que este não 
utilize tal arma para fazê-lo e que o amigo não o estimule a praticá-lo. 
27. (CESPE - 2015 - TJDFT – TÉCNICO) Em relação à improbidade administrativa, ao concurso 
de pessoas e às hipóteses de extinção da punibilidade, julgue os itens subsecutivos. 
Caracteriza-se a autoria colateral na hipótese de dois agentes, imputáveis, cada um deles 
desconhecendo a conduta do outro, praticarem atos convergentes para a produção de um delito 
a que ambos visem, mas o resultado ocorrer em virtude do comportamento de apenas um deles. 
28. (CESPE - 2015 - TJDFT – TÉCNICO) Em relação à improbidade administrativa, ao concurso 
de pessoas e às hipóteses de extinção da punibilidade, julgue os itens subsecutivos. 
Pode haver participação dolosa em crime culposo, não sendo necessário, para a caracterização do 
concurso de pessoas, que autor e partícipes tenham atuado com o mesmo elemento subjetivo-
normativo. 
29. (CESPE - 2015 - TJDFT - OFICIAL DE JUSTIÇA) Idealizada por Welzel e Roxin e considerada 
objetivo-subjetiva, a teoria do domínio do fato diferencia autoria de participação em função da 
prática dos atos executórios do delito. 
30. (CESPE - 2007 - TJ-PI - JUIZ) No concurso de pessoas, há quatro teorias que explicam o 
tratamento da acessoriedade na participação. De acordo com a teoria da hiperacessoriedade, 
para se punir a conduta do partícipe, é preciso que o fato principal seja 
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I típico. 
II antijurídico. 
II culpável. 
IV punível. 
A quantidade de itens certos é igual a 
A) 0. 
B) 1. 
C) 2. 
D) 3. 
E) 4. 
31. (CESPE - 2009 - PC-RN - AGENTE DE POLÍCIA) Acerca do concurso de pessoas, assinale a 
opção correta. 
A) Considere que Lia e Lena estivessem discutindo dentro do carro quando, acidentalmente, Lia 
atropelou um pedestre que atravessava na faixa de segurança. Nessa situação hipotética, Lia e 
Lena deverão responder pela prática de homicídio culposo. 
B) O crime de falso testemunho admite coautoria e participação. 
C) Considere que Mévio e Leo tenham resolvido furtar uma casa supostamente abandonada. 
Nesse furto, considere que Leo tenha ficado vigiando a entrada, enquanto Mévio entrou para 
subtrair os bens; dentro da residência, Mévio descobriu que a mesma estava habitada e acabou 
agredindo o morador; após levarem os objetos para um local seguro, Mévio narrou o fato para 
Leo. Considerando essa situação hipotética, Mévio deverá responder pelo crime de roubo e Leo, 
por furto. 
D) No crime de induzimento ou instigação ao suicídio, o agente que instiga age como partícipe e 
o suicida é, ao mesmo tempo, sujeito ativo e passivo. 
E) As circunstâncias e as condições de caráter pessoal se comunicam entre os coautores e 
partícipes do crime. 
32. (CESPE - 2011 - TJ-ES - ANALISTA JUDICIÁRIO - DIREITO - ÁREA JUDICIÁRIA - 
ESPECÍFICOS) Considere que os indivíduos João e José — ambos com animus necandi, mas um 
desconhecendo a conduta do outro — atirem contra Francisco, e que a perícia, na análise dos 
atos, identifique que José seja o responsável pela morte de Francisco. Nessa situação hipotética, 
José responderá por homicídio consumado e João, por tentativa de homicídio. Certo ou Errado? 
33. (CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ESPECÍFICOS) O concurso de pessoas, no 
sistema penal brasileiro, adotou a teoria monística, com temperamentos, uma vez que estabelece 
certos graus de participação, em obediência ao princípio da individualização da pena. Certo ou 
Errado? 
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34. (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLÍCIA) Considere a seguinte situação hipotética. 
Fernando, Cláudio e Maria, penalmente imputáveis, associaram-se com Geraldo, de 17 anos de 
idade, com o fim de cometer estelionato. Alugaram um apartamento e adquiriram os 
equipamentos necessários à prática delituosa, chegando, em conluio, à concretização de um único 
crime. 
Nessa situação, o grupo, com exceção do adolescente, responderá apenas pelo crime de 
estelionato, não se caracterizando o delito de quadrilha ou bando, em face da necessidade de 
associação de, no mínimo, quatro pessoas para a tipificação desse delito, todas penalmente 
imputáveis. 
35. (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLÍCIA) Considere a seguinte situação hipotética. 
Luiz, imputável, aderiu deliberadamente à conduta de Pedro, auxiliando-o no arrombamento de 
uma porta para a prática de um furto, vindo a adentrar na residência, onde se limitou, apenas, a 
observar Pedro, durante a subtração dos objetos, mais tarde repartidos entre ambos. 
Nessa situação, Luiz responderá apenas como partícipe do delito pois atuou em atos diversos dos 
executórios praticados por Pedro, autor direto. 
36. (CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ESPECÍFICOS) O concurso de pessoas, no 
sistema penal brasileiro, adotou a teoria monística, com temperamentos, uma vez que estabelece 
certos graus de participação, em obediência ao princípio da individualização da pena. 
37. (CESPE - 2011 - PC-ES - DELEGADO DE POLÍCIA - ESPECÍFICOS) Quanto ao concurso de 
pessoas, o direito penal brasileiro acolhe a teoria monista, segundo a qual todos os indivíduos que 
colaboraram para a prática delitiva devem, como regra geral, responder pelo mesmo crime. Tal 
situação pode ser, todavia, afastada, por aplicação do princípio da intranscendência das penas, 
para a hipótese legal em que um dos colaboradores tenha desejado participar de delito menos 
grave, caso em que deverá ser aplicada a pena deste. 
38. (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - ÁREA DE DIREITO) A teoria 
do domínio do fato é aplicável para a delimitação de coautoria e participação, sendo coautor 
aquele que presta contribuição independente e essencial à prática do delito, mas não 
obrigatoriamente à sua execução. 
39. (CESPE - 2010 - DPU - DEFENSOR PÚBLICO) Em se tratando da chamada comunicabilidade 
de circunstâncias, prevista no Código Penal brasileiro, as condições e circunstâncias pessoais que 
formam a elementar do injusto, tanto básico como qualificado, comunicam-se dos autores aos 
partícipes e, de igual modo, as condições e circunstâncias pessoais dos partícipes comunicam-se 
aos autores. 
40. (CESPE- 2008 - MPE-RR - PROMOTOR DE JUSTIÇA) Ocorre a coautoria sucessiva quando, 
após iniciada a conduta típica por um único agente, houver a adesão de um segundo agente à 
empreitada criminosa, sendo que as condutas praticadas por cada um, dentro de um critério de 
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divisão de tarefas e união de desígnios, devem ser capazes de interferir na consumação da infração 
penal. 
41. (CESPE - 2008 - MPE-RR - PROMOTOR DE JUSTIÇA) No tocante à participação, o CP adota 
o critério da hiperacessoriedade, razão pela qual, para que o partícipe seja punível, será necessário 
se comprovar que ele concorreu para a prática de fato típico e ilícito. 
42. (CESPE - 2008 - STJ - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) A participação ínfima ou 
de somenos é tratada pelo CP da mesma maneira que a menor participação, tendo ambas como 
conseqüência a incidência de minorante da pena em um sexto a um terço. 
43. (CESPE - 2004 - POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLÍCIA - REGIONAL) De acordo com 
o sistema adotado pelo Código Penal, é possível impor aos partícipes da mesma atividade 
delituosa penas de intensidades desiguais. 
44. (CESPE - 2008 - STF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Em caso de concurso de 
pessoas para a prática de crime, se algum dos concorrentes participar apenas do crime menos 
grave, será aplicada a ele a pena relativa a esse crime, mesmo que seja previsível o resultado mais 
grave. 
45. (CESPE - 2010 - AGU - PROCURADOR) Ao crime plurissubjetivo aplica-se a norma de 
extensão do art. 29 do Código Penal, que dispõe sobre o concurso de pessoas, sendo este 
exemplo de norma de adequação típica mediata. 
46. (CESPE - 2008 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Valdir e Júlio 
combinaram praticar um crime de furto, assim ficando definida a divisão de tarefas entre ambos: 
Valdir entraria na residência de seu ex-patrão Cláudio, pois este estava viajando de férias e, 
portanto, a casa estaria vazia; Júlio aguardaria dentro do carro, dando cobertura à empreitada 
delitiva. No dia e local combinados, Valdir entrou desarmado na casa e Júlio ficou no carro. 
Entretanto, sem que eles tivessem conhecimento, dentro da residência estava um agente de 
segurança contratado por Cláudio. Ao se deparar com o segurança, Valdir constatou que ele 
estava cochilando em uma cadeira, com uma arma de fogo em seu colo. Valdir então pegou a 
arma de fogo, anunciou o assalto e, em face da resistência do segurança, findou por atirar em sua 
direção, lesionando-o gravemente. Depois disso, subtraiu todos os bens que guarneciam a 
residência. 
Nessa situação, deve-se aplicar a Júlio a pena do crime de furto, uma vez que o resultado mais 
grave não foi previsível. 
47. (CESPE - 2013 - PRF - POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) Em relação ao concurso de 
pessoas, o CP adota a teoria monista, segundo a qual todos os que contribuem para a prática de 
uma mesma infração penal cometem um único crime, distinguindo-se, entretanto, os autores do 
delito dos partícipes. 
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48. (CESPE - 2013 - PRF - POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) Considere a seguinte situação 
hipotética. 
Aproveitando-se da facilidade do cargo por ele exercido em determinado órgão público, Artur, 
servidor público, em conluio com Maria, penalmente responsável, subtraiu dinheiro da repartição 
pública onde trabalha. Maria, que recebeu parte do dinheiro subtraído, desconhecia ser Artur 
funcionário público. 
Nessa situação hipotética, Artur cometeu o crime de peculato e Maria, o delito de furto. 
 
49. (CESPE - 2013 - MPU - ANALISTA - DIREITO) Acerca dos institutos do direito penal 
brasileiro, julgue os próximos itens. 
Tratando-se de concurso de agentes, quando comprovada a vontade de um dos autores do fato 
em participar de crime menos grave, a pena será diminuída até a metade, na hipótese de o 
resultado mais grave ter sido previsível, não podendo, contudo, ser inferior ao mínimo da pena 
cominada ao crime efetivamente praticado. 
50. (CESPE - 2013 - PC-BA - DELEGADO DE POLÍCIA) Considere que Joana, penalmente 
imputável, tenha determinado a Francisco, também imputável, que desse uma surra em Maria e 
que Francisco, por questões pessoais, tenha matado Maria. Nessa situação, Francisco e Joana 
deverão responder pela prática do delito de homicídio, podendo Joana beneficiar-se de causa de 
diminuição de pena. 
51. (CESPE - 2013 - SERPRO - ANALISTA - ADVOCACIA) Havendo concurso de pessoas para a 
prática de crime, caso um dos agentes participe apenas de crime menos grave, será aplicada a ele 
a pena relativa a esse crime, desde que não seja previsível resultado mais grave. 
52. (CESPE - 2013 - TJ-DF - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) Se determinada 
pessoa, querendo chegar rapidamente ao aeroporto, oferecer pomposa gorjeta a um taxista para 
que este dirija em velocidade acima da permitida e, em razão disso, o taxista atropelar e, 
consequentemente, matar uma pessoa, a pessoa que oferecer a gorjeta participará de crime 
culposo. 
53. (CESPE - 2013 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Em 18/2/2011, às 21 
horas, na cidade X, João, que planejara detalhadamente toda a empreitada criminosa, Pedro, 
Jerônimo e Paulo, de forma livre e consciente, em unidade de desígnios com o adolescente José, 
que já havia sido processado por atos infracionais, decidiram subtrair para o grupo uma geladeira, 
um fogão, um botijão de gás e um micro-ondas, pertencentes a Lúcia, que não estava em casa 
naquele momento. Enquanto João e Pedro permaneceram na rua, dando cobertura à ação 
criminosa, Paulo, Jerônimo e José entraram na residência, tendo pulado um pequeno muro e 
utilizado grampos para abrir a porta da casa. Antes da subtração dos bens, Jerônimo, arrependido, 
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evadiu-se do local e chamou a polícia. Ainda assim, Paulo e José se apossaram de todos os bens 
referidos e fugiram antes da chegada da polícia. 
Dias depois, o grupo foi preso, mas os bens não foram encontrados. 
Na delegacia, verificou-se que João, Pedro e Paulo já haviam sido condenados anteriormente pelo 
crime de estelionato, mas a sentença não havia transitado em julgado e que Jerônimo tinha sido 
condenado, em sentença transitada em julgado, por contravenção penal. 
De acordo com a teoria objetivo-material, considera-se Paulo autor do crime de furto e João e 
Pedro, partícipes. 
54. (CESPE - 2013 - TC-DF - PROCURADOR) Ângelo, funcionário público exercente do cargo 
de fiscal da Agência de Fiscalização do DF (AGEFIS), no exercício de suas funções, exigiu 
vantagem indevida do comerciante Elias, de R$ 2.000,00 para que o estabelecimento não fosse 
autuado em razão de irregularidades constatadas. Para a prática do delito, Ângelo foi auxiliado 
por seu primo, Rubens, taxista, que o conduziu em seu veículo até o local da fiscalização, 
previamente acordado e consciente tanto da ação delituosa que seria empreendida quanto do 
fato de que Ângelo era funcionário público. Antes que os valores fossem entregues, o 
comerciante, atemorizado, conseguiu informar policiais militares acerca dos fatos, tendo sido 
realizada a prisão em flagrante de Ângelo. 
A condição de funcionário público comunica-se ao partícipe Rubens, que tinha prévia ciência do 
cargo ocupado por seu primo e acordou sua vontade com a dele para auxiliá-lo na prática do 
delito, de forma que os dois deverão estar incursos no mesmo tipo penal. 
 GABARITO 
 
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