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SEÇÃO 2 CONSTITUCIONAL

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Seção 2 
SUA PETIÇÃO 
 
 
DIREITO 
CONSTITUCIONAL 
 
 
 
 P
A G
 
 
 
 
 
 
Caro estudante, 
Damos boas-vindas ao nosso segundo encontro do Núcleo de Prática Jurídica com suporte 
em AVA de Direito Constitucional! 
Vamos continuar nosso aprendizado de Direito Constitucional com a elaboração de 
importantes peças processuais e com um conteúdo essencial que vai possibilitar o pleno 
desenvolvimento da matéria. 
A importância do seu estudo não é só para a prova da Ordem, mas para toda a sua vida 
profissional. 
Você terá a oportunidade de vivenciar, ao longo das seis seções que compõem o nosso 
estudo, diversas fases processuais que exigirão de você conhecimentos específicos, como 
um jurista profissional deve ter. 
Serão situações que poderão ser exigidas no Exame da Ordem dos Advogados, em provas 
de concursos públicos ou no próprio exercício da advocacia pública ou privada. Por ser uma 
ótima oportunidade de treinar seus conhecimentos, aproveite os nossos encontros e você se 
tornará um expert na prática constitucional. 
Vamos retomar nosso trabalho! 
O caso 
Tenha em mente que se trata de um caso fictício apenas destinado à prática jurídica. 
Renata, designer, casada, brasileira e domiciliada na capital do estado de São Paulo, é uma 
cliente regular de uma grande rede de supermercados chamada Pão de Sal. 
Ela usava os serviços da loja on-line e das lojas físicas, fazendo diversas transações. No 
entanto, ela percebeu que o mercado Pão de Sal havia começado a enviar mensagens 
 
Seção 2 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 Sua causa! 
 
 
 
 P
A G
publicitárias não solicitadas para o seu celular, oferecendo produtos e serviços pelos quais 
ela não estava interessada. 
Um dia, Renata recebeu um material publicitário parabenizando-a por sua gravidez, fato que 
até então ela não havia revelado a absolutamente ninguém. Nesse material foram enviados 
cupons de desconto para diversos produtos para gestantes e para crianças recém-nascidas, 
com uma frase: “Descontos especiais para você Renata, futura mamãe!”. 
Irritada e intrigada pela absurda invasão de privacidade, Renata procurou o seu escritório 
para entrar com uma ação para ter acesso aos dados que a Rede Pão de Sal tinha a seu 
respeito, e para que fossem suprimidos. Ela sabia que tinha o direito de proteger seus dados 
pessoais e evitar que o mercado usasse suas informações para fins comerciais sem o seu 
consentimento, mas não tem o interesse de receber qualquer indenização por esse 
transtorno. Ela também não deseja ter gastos com os honorários e demais custas 
processuais; somente deseja saber quais são os seus dados que constam do banco de dados 
da rede de supermercados e impedir que sejam compartilhados com terceiros sem o seu 
consentimento. 
Renata procurou o advogado Dr. Luiz Augusto, que notificou extrajudicialmente a Rede Pão 
de Sal para que fornecesse todas as informações que coletou a respeito da cliente. No 
entanto, a rede resistiu a fornecer os dados, alegando que tinha o direito de usar as 
informações dos clientes para fins comerciais, e se recusou a fornecer as informações. 
Figurando como o advogado Luiz Augusto você apresentou uma petição inicial, propondo 
uma ação de habeas data em face da Rede Pão de Sal com a finalidade de obter acesso às 
informações e dados que essa empresa tem a respeito da impetrante Renata. Parabéns! 
No entanto, mesmo antes de realizar a notificação da empresa impetrada, o juiz da 8ª Vara 
Central da Capital decidiu pela extinção da ação de habeas data, fundamentando sua decisão 
da seguinte forma: 
“O fato de a Rede Pão de Sal ser uma empresa privada, e não pública, impede o uso do 
remédio constitucional do habeas data para obter acesso a informações constantes de seu 
banco de dados. Esse instrumento constitucional de proteção de informações pessoais 
somente pode ser proposto para acesso a banco de dados públicos ou de acesso ao público, 
o que não é o caso.” 
O advogado Luiz Augusto imediatamente apresentou uma petição apontando o equívoco, 
pois o banco de dados da impetrada tem acesso aberto ao público, já que as informações 
constantes do cadastro “Clientes Fidelidade” da Rede podem ser acessadas em consultas 
por todas as centenas de lojas existentes e por parceiros comerciais da Rede Pão de Sal. 
 
 
 
 P
A G
Aliás, a impetrada vende os registros de preferências e compras de seus clientes a seus 
parceiros comerciais, que apresentam ofertas personalizadas conforme as informações 
coletadas. Tais fatos já constavam dos documentos apresentados com a inicial – inclusive 
essa possibilidade consta do contrato de adesão que é apresentado a todos os clientes que 
se tornam “Fidelidade Pão de Sal”. 
O pedido de reconsideração não foi acolhido, tendo o magistrado de primeiro grau mantido 
integralmente a sua decisão. 
Qual a medida judicial cabível para reformar essa decisão do juiz que colocou fim ao processo 
de primeiro grau sem o julgamento do mérito? 
No papel do advogado Luiz Augusto, apresente a peça processual adequada para reformar 
essa decisão. 
Vamos obter conhecimentos que auxiliarão nessa missão que começa neste momento. 
 
 
 
Os remédios constitucionais 
Vimos que nossa Constituição ocupa o ponto mais elevado de nosso ordenamento jurídico e 
que tem ampla previsão de diversos direitos fundamentais cuja função é a proteção da dignidade 
humana em seus mais variados aspectos. 
Para a proteção de seus princípios e de direitos fundamentais, a Constituição previu algumas 
ações em seu próprio texto, que são os chamados remédios constitucionais. 
Esse rol de remédios é composto por: habeas corpus (direito de liberdade), habeas data 
(acesso a informações pessoais em bancos de dados públicos ou de acesso público), mandado de 
injunção (em casos de omissão legislativa que impedem o gozo e fruição de direitos previstos na 
constituição), mandado de segurança individual e coletivo (para qualquer ato de autoridade que 
lesione ou ameace de lesão um direito líquido e certo do impetrante) e ação popular (para a proteção 
das coisas públicas, e que pode ser proposta por qualquer cidadão – ou seja, todos aqueles que 
gozam de direitos políticos, todos aqueles que podem votar). 
Há também outra ação de imensa importância prevista em nossa Constituição e regulada por 
um conjunto de leis: a ação civil pública. 
 
 Fundamentando! 
 
 
 
 P
A G
Ação civil pública 
O artigo 129, III da Constituição Federal, prevê como uma das funções institucionais do 
Ministério Público a promoção do inquérito civil e a ação civil pública (ACP), para a proteção do 
patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos. 
Essa ação prevista em nossa Constituição é regulamentada pela Lei nº 7.347/85 e tem como 
objeto ato lesivo que cause danos morais e patrimoniais ao meio ambiente, ao consumidor, a bens 
e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico, à ordem urbanística, à honra e à dignidade 
de grupos raciais étnicos ou religiosos, ao patrimônio público e social, ou a qualquer outro interesse 
difuso e coletivo, por infração da ordem econômica. 
A ACP é muito ampla e pode ser usada pelo Ministério Público para a proteção de qualquer 
direito difuso, coletivo e mesmo dos chamados individuais homogêneos, aqueles que atingem um 
determinado grupo de pessoas alcançadas por uma relação jurídica base – isto é, essas pessoas 
não têm coisas em comum, somente o evento lesivo as une. Por exemplo, será uma relação 
individual homogênea a decorrente da abusividade de um contrato de adesão que atinge muitas 
pessoas, o aumento abusivo de uma determinada taxa que atinge um grupo de pessoas etc. 
Ao contrário do habeas data, que tem uma aplicação limitada e uma resposta específica do 
Poder Judiciário – como o acesso a informações em um banco de dados –, na ACP o objeto da ação 
é bastante amplo. 
Poderá haver na ACP o pedido de condenaçãoem dinheiro ou o cumprimento de obrigação 
de fazer ou não fazer, isto é, ela pode ser ajuizada para pedir uma indenização por um dano material 
ou moral causado, ou pode ser proposta para que seja feita uma ação cujo objetivo seja desfazer um 
ato lesivo, regularizar uma situação, ou, ainda, que o réu não mais aja de alguma maneira a fim de 
evitar ou desfazer um ato lesivo a algum interesse difuso, coletivo ou individual homogêneo. 
Além do Ministério Público, são legitimados para propor a ação civil pública a Defensoria 
Pública; a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; autarquias, empresas públicas, 
fundações ou sociedades de economia mista; a associação que, concomitantemente: a) esteja 
constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; inclua, entre suas finalidades 
institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem 
econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio 
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. 
Ao contrário do HD, que visa apenas a alteração ou acesso a dados pessoais exclusivos da 
pessoa do impetrante, na ACP pode haver a tutela do direito à intimidade, previsto no inciso X do 
artigo 5º, de diversas pessoas ou grupos, e o pedido de indenização (também inexistente no HD) e, 
ainda, a aplicação de multas diárias para coibir a permanência das práticas lesivas. 
 
 
 
 P
A G
Portanto, é importante ressaltar que o habeas data não é o único instrumento de proteção da 
privacidade e dos dados pessoais, sendo complementado por outras ações, como as ordinárias de 
obrigação de fazer, indenizatórias e a ação civil pública, quando os dados objeto de proteção se 
referirem a um grupo de pessoas, uma coletividade ou a toda a sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com esse conteúdo estamos prontos para a prática! 
Qual medida judicial o Dr. Luiz Augusto poderá tomar para reformar a sentença judicial que colocou 
fim ao processo de habeas data? 
Lembre-se: temos que buscar solução no mesmo processo. 
Qual é a medida judicial cabível? 
Feito isso, você deverá: 
1) Verificar qual o foro competente para o seu julgamento, para fazer o correto endereçamento 
da petição recursal; 
 
 
 
 
Os legitimados para propor a ação civil pública são: 
• Ministério Público; 
• Defensoria Pública; 
• União, Estados, Distrito Federal e Municípios; autarquias, empresas públicas, fundações 
ou sociedades de economia mista; 
• Associação que, concomitantemente: a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano 
nos termos da lei civil; inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao 
patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à 
livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio 
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. 
 
PONTO DE ATENÇÃO 
 Vamos peticionar! 
 
 
 
 P
A G
2) Apontar corretamente o polo ativo e polo passivo da sua demanda, observando os 
fundamentos legais; 
3) Demonstrar o cabimento da medida, com a devida fundamentação legal; 
4) Narrar os fatos que a embasam; 
5) Enumerar os requerimentos e pedidos; 
6) Datar e assinar a petição. 
Agora é com você! 
Mãos à obra!

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