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Obrigação Tributária O Direito tributário possui três elementos: i) poder de tributar (tributos e espécies tributárias); ii) competência tributária (divisão do poder – só o ente é competente); iii) limitações ao poder de tributar – princípios e imunidades tributárias (garantias dos direitos fundamentais, são cláusulas pétreas). Lei complementar: estabelece normas gerais em matéria de legislação tributári, especialmente sobre: obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários. O CTN é de 1966 e, como tal, era uma lei ordinária. Com o advento da CR/88 foi recepcionado como lei complementar. ▪ Obrigação: art. 113, CTN > principal > acessória. Só dois tipos de obrigação. Os entes não podem criar uma terceira modalidade de obrigação. ▪ Lançamento: art. 142, CTN > procedimento administrativo para calcular o montante devido ao tributo. Modalidades: de ofício, declaração ou homologação. ▪ Crédito: produzido pelo lançamento. Incidentes: suspensão, extinção, exclusão. ▪ Prescrição: art. 174, CTN - 05 anos; ▪ Decadência: art. 173, CTN - 05 anos. Princípio da legalidade A CR/88 estabelece que todo tributo só poderá ser instituído por meio de LEI, daquele ente que possui competência tributária. Normas gerais > Lei complementar. Instituição de Tributos > Lei ordinária, exceto: ▪ Empréstimos compulsórios – art. 148, CF; ▪ Imposto sobre Grandes Fortunas, art. 153, VII, CF; ▪ Imposto residual, art. 154, I, CF; ▪ Contribuição residual de seguridade, art. 195, § 4º, CF. ➢ Toda vez que uma lei instituir o tributo, deverá também prever a sua hipótese de incidência tributária. ➢ Hipótese de incidência: é a descrição normativa de algo que pode ou não acontecer para que o tributo incida. Há generalidade e abstratividade. ➢ A subsunção do fato à hipótese de incidência, gera o dever de pagar o tributo. ➢ A materialização/concretização da hipótese de incidência > fato gerador. Obrigação tributária é o vínculo jurídico transitório (até o lançamento) que decorre da lei. Há uma dívida ilíquida e inexigível, pois a Fazenda Pública sabe da ocorrência do fato gerador, e, logo, da obrigação da pessoa em realizar o pagamento, mas ainda não foi calculado o valor dessa dívida. É a partir do lançamento que se instaurará o procedimento administrativo para calcular o montante do tributo, é o que dará liquidez e exigibilidade à dívida. Estes tributos também não podem ser objeto de medida provisória, os demais podem!! O lançamento constitui o crédito tributário, a dívida se torna líquida e exigível. Constituído o crédito, haverá uma notificação ao devedor para proceder ao pagamento ou impugnação. STJ: a notificação será nula se não houver previsão do prazo para impugnação – viola o devido processo legal. Com a impugnação, a dívida volta a ser ilíquida, enquanto pendente de decisão, ficando suspensa também a exigibilidade. ➢ Toda vez que se questionar a legitimidade do crédito tributário por meio da impugnação teremos uma das hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Toda vez que a Fazenda Pública ficar satisfeita, o vínculo jurídico surgido com o fato gerador será rompido, art. 156 do CTN. O pagamento é a primeira e principal causa de extinção do tributo. Outras formas: art. 156, CTN. Ainda, poderá ocorrer que a pessoa notificada, não pagou, não impugnou e o crédito não foi excluído. No dia seguinte ao prazo fixado na notificação, a pessoa será uma devedora inadimplente, podendo, a Fazenda Pública inserir o nome dela no cadastro de dívida ativa. Inserido o crédito na dívida ativa, não haverá mais discussão na esfera administrava, o crédito será líquido, certo e exigível. ➢ Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída. Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite. Essa presunção gera a inversão do ônus da prova, o devedor é que deve provar que não possui dívida com a Fazenda Pública. Síntese da relação tributária: CF > CTN > Lei Ordinária > Hipótese de Incidência > Fato Gerador > Obrigação Tributária > Lançamento > Crédito Tributário > Inscrição na Dívida Ativa > Certidão de Dívida Ativa (CDA) > Execução Fiscal (Lei 6830/80). Execução Fiscal – Lei nº 6.830/80 Instituiu as regras para cobrar judicialmente qualquer crédito que a Fazenda Pública possua. Aplica-se subsidiariamente as normas do CPC, art. 1º, Lei. ➢ A competência para processar e julgar a execução da Dívida Ativa da Fazenda Pública exclui a de qualquer outro Juízo, inclusive o da falência, da concordata, da liquidação, da insolvência ou do inventário (a não ser a manifestação de vontade expressa do ente). ▪ Indeferimento da liminar; ▪ Julgar liminarmente improcedente o pedido; ▪ Citação para, em cinco dias: i) pagar (valor atualizado, multa, juros, honorários advocatícios); ii) garantir o juízo (depósito do valor cobrado atualizado, fiança, seguro ou nomear bens à penhora). O executado terá 30 dias, a partir da garantia, para opor embargos à execução, desde que garantida a execução. OBS: se a pessoa não possuir condições de oferecer garantia, o STJ permite a oposição dos embargos, mediante a demonstração da hipossuficiência, em homenagem ao princípio do acesso à jurisdição. Art. 16 - O executado oferecerá embargos, no prazo de 30 (trinta) dias, contados: I - do depósito; II - da juntada da prova da fiança bancária; II - da juntada da prova da fiança bancária ou do seguro garantia; III - da intimação da penhora. OAB 37 Os embargos à execução, que não são o único meio de defesa, são uma petição jurídica autônoma e serão distribuídos por dependência. O objetivo dos embargos à execução é a extinção do crédito tributário. Há possibilidade de apresentação de exceção de pré- executividade – incidente processual onde o executado demonstrará algum vício insanável, de ordem público, independentemente de qualquer garantia ao juízo. ➢ Súmula 393. STJ. A exceção de pré- executividade é admissível na execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória. Obrigação Tributária – art. 113, CTN Prestação: é o objeto de uma obrigação. 1) Principal - Prestação Pecuniária Dever de pagar tributo (hipóteses lícitas, tributo não é sanção) e/ou multa (penalidade/sanção pecuniária/hipótese ilícita). A obrigação deve estar prevista na lei em sentido estrito. A substância econômica extraída de uma atividade ilícita poderá ser objeto de tributação – princípio “pecúnia non olet”. Não importa se o fato gerador é oriundo de uma atividade ilícita. Uma vez verificada a hipótese de incidência haverá o dever de pagar o tributo. 2) Acessória – Prestação Positiva ou Negativa – obrigação de fazer ou não fazer. As obrigações acessórias têm como objetivo facilitar a fiscalização para que possa refletir na arrecadação. Será qualquer dever perante o fisco que não seja de natureza pecuniária. A obrigação acessória será prevista pela legislação tributária (leis, tratados, decretos, normas complementares – atos administrativos com conteúdo normativos). ➢ A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. OBS: Art. 96, § 3º, CTN - O não cumprimento da obrigação acessória se converte em obrigação principal > multa. As obrigações são independentes e autônomas. Pode haver obrigação acessóriasem principal, e vice- versa. O pagamento da multa não exonerará o contribuinte de cumprir a obrigação acessória. ➢ Art. 175, parágrafo único: A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente. Elementos Objetivos ▪ Material: é a própria materialização da hipótese de incidência. Ato praticado pela pessoa que vai gerar o tributo. ▪ Espacial: é o local em que se concretizou a hipótese de incidência. O local definirá o sujeito ativo da obrigação (credor). O tributo será pago no local de ocorrência do fato gerador. Bem imóvel: Estado ou DF de onde o imóvel estiver. Móvel: o Estado do domicílio do doador. ITCMD de bens móveis e imóveis: quanto aos bens imóveis, o imposto será recolhido no local do bem, seguindo a regra. Os bens móveis serão pagos onde a sucessão foi aberta. OBS: Pode ocorrer a bitributação - ocorrência de um fato gerador, levando dois ou mais entes a cobrar pelo mesmo ou tributos diversos. A bitributação, em regra, deve ser combatida. A bitributação pode alcançar vários tributos com o mesmo fato gerador em comum, mesma base econômica. Ex: imóvel em local urbano (IPTU) e rural (ITR) – União e Estado cobrarão os tributos do proprietário. Solução: Ação de Consignação em Pagamento, que é forma de extinção do crédito tributário, art. 156, VIII, CTN. O depósito deverá ser do maior valor exigido. Após o depósito, os entes tributantes serão citados e discutirão quem é legítimo para cobrar o tributo. ▪ Temporal: é o momento em que o fato gerador ocorre. ▪ Quantitativo: o valor a pagar pelo tributo. Corresponde à apuração da base de cálculo e a alíquota. Base de cálculo: fenômeno econômico do fato gerador. Pode ser expressa em dinheiro ou em outra grandeza/técnica. Alíquota: corresponde a um percentual (ad valorem) ou valor fixo expresso (específica) em dinheiro que incidirá na base de cálculo. Elementos Subjetivos Sujeitos que compõe a obrigação tributária. Ambos são ligados por um vínculo jurídico estabelecido em lei. a) Ativo – art. 119, CTN: pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigência do tributo – União, Estados, Municípios e DF. Competência: exercem por meio de funções: ▪ Instituir – Poder Legislativo, só por lei; ▪ Regular - Poder Legislativo, só por lei; ▪ Fiscalizar – Poder Executivo, administração tributária; ▪ Arrecadar/Fiscalizar tributos > Poder Executivo, administração tributária. A capacidade ativa tributária pode ser delegada, apenas na função de fiscalizar e arrecadar tributos. Quem tem capacidade ativa, terá legitimidade para executar em juízo (direito de outrem em nome próprio). A capacidade ativa pode ser revogada a qualquer momento por quem possui a competência tributária – art. 7º, § 2º, CTN. Delegação de capacidade ativa para pessoa jurídica de direito privado, posições: a) Pode: e possui como fundamento as entidades de direito público do sistema “S”, que são financiadas por contribuições previstas na CF > doutrinadores. b) Pode na função de arrecadar, mas não a função de fiscalização, porque só quem fiscaliza e pune é quem possui poder de polícia, logo, pessoa jurídica de direito público > STF + literalidade do art. 119, CTN. Somente pessoas jurídicas de direito público (autarquias e fundações públicas) podem ser sujeitos ativos da relação jurídica tributária. b) Passivo – art. 121, CTN: contribuinte ou o responsável tributário. Contribuinte: aquele que pratica fato gerador. Obs: a capacidade civil não interessa ao direito tributário. Assim ainda que alguém não seja civilmente capaz, a exemplo de um menor de idade, ainda assim será considerado contribuinte se praticar o fato gerador. Inclusive a notificação pode constar o nome do civilmente incapaz. OAB 37 Responsável Tributário: terceiro que não pratica fato gerador, mas a lei impõe o dever de pagar o tributo. OBS: convenções entre particulares não enseja alteração do responsável em pagar o tributo perante o sujeito ativo. Essa convenção valerá para as partes, mas não perante o fisco. Terá, portanto, eficácia relativa. ➢ Súmula 614, STJ: O locatário não possui legitimidade ativa para discutir a relação jurídico-tributária de IPTU e de taxas referentes ao imóvel alugado nem para repetir indébito desses tributos. OAB 37 Responsabilidade Tributária Lei pode estabelecer a obrigação de pagar a terceira pessoa vinculada ao fato gerador das seguintes formas: i) excluindo a responsabilidade do contribuinte (por substituição); ou ii) mantendo a responsabilidade subsidiária do contribuinte (por transferência). ▪ Por substituição: o contribuinte que pratica o fato gerador é excluído da responsabilidade tributária, chamando um terceiro para responder por ela. Sem regulamentação no CTN. Dica: para saber qual é o tipo de substituição a seguir, OLHAR SEMRE PARA O FATO GERADOR. a) Para trás: é um diferimento do pagamento do tributo. A -------------------- B ----------------------- C A: Produtor de leite B: Industria de laticínios C: Comerciante A vende para B: A pratica o fato gerador do ICMS – deveria recolher o tributo, mas não o faz. B adquire e vende para C: B pratica fato gerador do ICMS – recolhe o tributo B. A não vai recolher o tributo, e quando o B vender para C recolherá o ICMS de sua operação e da anterior (A --- B (responsável) e B ----C (contribuinte). Perceba que o fato gerador ocorreu “atrás” do pagamento. b) Para frente/Fato Gerador Presumido: é a antecipação do pagamento do tributo. É uma forma de responsabilidade que recai dentro de uma cadeia produtiva, observando a aplicação da não cumulatividade, sendo o ICMS e o IPI tributos indiretos. A -------------------- B ----------------------- C A: Montadora de automóveis B: Concessionária C: Consumidor A vende o carro para B (realizou o fato gerador, pagará ICMS A). Por determinação de lei, recolherá ICMS da atividade do B, que ainda vai realizar o fato gerador. B vende o carro para C (realizou o fato gerador, deveria pagar ICMC B, mas não o fará, porque A já antecipou o pagamento). ➢ Art. 150. § 7º, CR/88: A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. É assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga se o fato gerador não vier a ser realizado. O fato gerador ocorre antes do pagamento do tributo, que será pago por alguém que não o praticou. O fato gerador ocorre após o pagamento do tributo que é realizado por alguém que não o praticou. ▪ Por transferência: o contribuinte pratica o fato gerador, permanece no polo passivo, mas por circunstâncias posteriores um terceiro assumirá a obrigação (por previsão legal anterior). a) Sucessão: 1. Imobiliária, art. 130, CTN: o adquirente de imóvel será responsável por todos os tributos existentes à época da aquisição. Obrigação proptem rem (nasce do direito pessoal, mas possui caráter real). Exceto se no momento da aquisição houver prova da quitação - Certidão Negativa de Débito Tributário. Certidão Negativa – não tem débitos, demonstra a quitação. Certidão Positiva – possui débitos, demonstra inadimplemento. Certidão Positiva com efeitos negativos – imóvel regular, mas com débitos em discussão. 2. Pessoal, art. 131, CTN ▪ Inter vivos: o adquirente é responsável pelostributos relativos aos bens adquiridos. ▪ Causa mortis: o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro são responsáveis pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação; ▪ Causa mortis: o espólio é responsável pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão A morte só interrompe a prática de fatos geradores, mas não extingue as dívidas tributárias. Sempre limitada ao valor da herança recebida. 3. Empresarial, art. 132 e 133, CTN: finalidade de evitar praticas que burlem o pagamento de tributo. ▪ Art, 132, CTN Toda vez que a pessoa jurídica surgir de fusão, transformação ou incorporação, será responsável pelas dívidas tributárias das empresas fusionadas, transformadas ou incorporadas. a) Fusão > A + B = C C será responsável tributária pelas empresas A e B. b) Transformação > mudança do tipo societário. A nova sociedade será responsável tributária da antiga. c) Incorporação > A + B = A A será responsável tributária de B. d) Cisão > A é desmembrada em B e C. ▪ Art. 133, CTN A pessoa que adquirir fundo de comércio ou estabelecimento (o que a PJ utiliza para exercer a empresa – atividade empresarial, conjunto de bens destinado) e continuar na exploração da mesma atividade (sob a mesma PJ ou não) responde pelos tributos até a data do ato. OBS: Se não continuar na mesma atividade não responderá pelos tributos pré-existentes. ➢ Súmula 554. STJ. Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão. Se o alienante iniciar outra atividade no prazo de seis meses: a responsabilidade do adquirente será subsidiária. Ainda que em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. Se o alienante não exercer outra atividade em seis meses: a responsabilidade do adquirente será integral (solidária). Essa responsabilidade tributária não se aplica em alienação judicial: i) em processo de falência; ii) de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial. Regra: o adquirente do estabelecimento é responsável pelas dívidas tributárias, exceto em casos de falência e recuperação judicial. Essas exceções não se aplicam quando o adquirente for: ▪ Sócio da sociedade alienante ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial; ▪ Parente, em linha reta ou colateral até o 4º (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ▪ Identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária. Essas pessoas poderão comprar o estabelecimento, mas não o adquirirão livre de ônus tributários. b) Por terceiros art. 134 e 135, CTN Responsabilidade solidária e subsidiária - há benefício de ordem. Impossibilidade de cumprimento da obrigação pelo contribuinte, o responsável o fará. ▪ Os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; ▪ Os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; ▪ Os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; ▪ O inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; ▪ O síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; ▪ Os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; ▪ Os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. Art. 135: Responsabilidade pessoal - resultantes de atos praticados com excessos de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: ▪ As pessoas referidas no artigo anterior; ▪ Os mandatários, prepostos e empregados; ▪ Os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado - Sócio- administrador ou Sócio-gerente Aqui se tem uma responsabilidade direta, basta praticar ato com excesso de poder ou em infração à lei, contrato social ou estatutos. Outras responsabilidades a) Inadimplemento de tributo PJ > pratica um fato gerador (ICMS) > deve realizar o pagamento da data do vencimento > se não paga, houve violação à lei. ➢ Súmula 430. STJ. O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente. b) Extinção de fato – a extinção da empresa neste caso é sempre irregular. Não deu baixa no registro, mas fechou as portas e não exerce mais a atividade. ➢ O STJ entende que, neste caso, como o sócio- administrador deveria zelar pela regularidade da pessoa jurídica, o sócio responderá pela obrigação. ➢ Para o sócio ser responsabilizado deverá haver: inadimplemento do tributo + dissolução irregular. c) Alteração de endereço sem comunicação ao fisco: é equiparado à dissolução irregular. ➢ Súmula 435 - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente. Responsabilidade do sócio da época da dissolução irregular e não o sócio à época do inadimplemento (Súmula 430, STJ). d) Redirecionamento da execução ao sócio, cujo executado inicial seja a pessoa jurídica: pode! ➢ Súmula 392. STJ. A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo da execução. CDA: quando houver vício na CDA, poderá ser trocada até a sentença nos embargos, vedada a modificação do sujeito passivo da execução. Esta súmula só se aplica se o erro for da Administração Fazendária. Denúncia espontânea – art. 138, CTN Corresponde a um benefício fiscal com o objetivo de incentivar pessoas que estão irregulares a voltar à regularidade. Se a pessoa inadimplente se dirigir ao fisco e pagar o valor do tributo atualizado antes da instauração de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização > não haverá imposição de multa. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. Se o fiscal foi ao estabelecimento, já não haverá a possibilidade de denúncia espontânea, pois iniciou a fiscalização com início de procedimento administrativo. ➢ Iniciado o procedimento administrativo ou medida de fiscalização não caberá mais a denúncia espontânea. O parcelamento impede o reconhecimento da denúncia espontânea. Porque a lei exige o pagamento, extinção do crédito tributário, enquanto o parcelamento é apenas suspensão, o que não autoriza a denúncia espontânea. ➢ Súmula 360. STJ. O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo.
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