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Direito Tributário 2023 Mylena Lopes Adriana Marinho - Prof. 21 de abril de 2023 1 Aula 1: • Conceito de direito tributário: Os tributos coletam receita para os cofres públicos, garantindo a execução das políticas públicas previstas na constituição e atuam na regulação da economia e das políticas sociais. • A criação de tributos deve ser sempre por meio de Lei complementar e qualquer alteração do CTN deve ser através de Lei complementar, pois embora o código tenha sido formalmente criado como Lei Ordinária, foi recepcionado pela Constituição como LC. • Art. 145 CF - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I - impostos; II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. § 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. § 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. • A Constituição distribuiu competências tributárias entre os entes federativos (Município, Estado e União). • O art. 3° da CF, trás os objetivos da rep. federativa, sendo o direito tributário um mediador para garantir a realização destes objetivos. • Receita pública: Se dividem em originárias e derivadas. 2 a) Originárias: São obtidas com base na exploração do patrimônio do Estado, por meio de aluguéis ou mesmo por empresas estatais. ex: Preço público b) Derivadas: Tem origem no patrimônio do particular, ocorrendo através de tributos, multas e confiscos. ex: imposto • As multas não são tributos, uma vez que a multa coíbe ato ilícito, enquanto tributos decorrem de demonstração de riqueza. Ressalta-se que os tributos não podem ser sanção de ato ilícito. • O tributo é receita derivada pois deriva do patrimônio do particular. • Definição de tributo: Art. 3º CTN: Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. • Tributo é gênero, enquanto imposto é espécie. • OBS: O sujeito que auferir receita por meio de atividades criminosas (tráfico de drogas, venda de órgãos humanos ou animais silvestres, exploração de jogos de azar etc.) estará sujeito à incidência do Imposto de Renda (art. 43,II do CTN), como qualquer outra pessoa que receba rendimentos. • Tributo: Não é vinculado a serviço e exigem contraprestação do estado. • Imposto: Não tem contraprestação. • Taxa: Estão vinculadas a prestação de serviços "disponibilidade". • O valor dos tributos podem ser cobrados através de unidade fiscal de referência, como a UFIR. • Embora tributo não seja sanção de ato ilícito, as circunstâncias que geram a demonstração de riqueza são irrelevantes para o direito tributário, segundo o princípio "pecunia non olet". 3 • Fontes do direito tributário e financeiro: a) Material: São necessidades públicas e as pretensões do Estado. b) Formal: Representam as normas jurídicas que encontramos na constituição, CTN, decretos, regulamentos e instruções normativas. • Lei Federal x Lei nacional: A Lei nacional é aplicada nacionalmente, enquanto a Lei federal só serve para a união. • O Imposto é uma forma de enriquecimento do Estado. União: II - Imposto de importação IE - Imposto de exportação IPI - Imposto sobre produtos industrializados IOF - Imposto sobre operações financeiras IR - Imposto de renda IGF - Imposto sobre grandes fortunas Estados: ITCMD - Imposto transmissão, causa morte, doação. 4 ICMS - Imposto sobre situação de mercadoria e serviços IPVA - Imposto sobre propriedade de veículo automotor. Municípios: IPTU - Imposto sobre propriedade predial urbana ITBI - Imposto de transmissão de bens imóveis ISS - Imposto sobre serviços. Aula 2 e 3: • O CTN adotou a teoria tripartide. Segundo o CTN, tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria. As taxas e contribuições são tributos vinculados pela prestação efetiva ou potencial de um serviço público. ex: Taxa de incêndio, de coleta de lixo, custas cartorais e etc. • A constituição de 88 trouxe a corrente quatripartida, acrescentando os empréstimos compulsórios ao conceito de tributo. Destinação do empréstimo compulsório: Art. 148 cf/88 - I - Para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; • Atualmente a corrente adotada é a tetrapartida, em que foi acrescentada as contribuições especiais (relacionadas à empresas e autarquias) - STF. 5 • Os impostos somente podem ser cobrados mediante atividade plenamente vinculada, embora seja vedado destinar o produto de sua arrecadação a finalidade específica, ressalvadas as autorizações previstas na legislação. • A natureza do tributo é determinada pelo Fato Gerador - Art. 4° do CTN. • O fato gerador é aquele que gera para o Estado o direito de cobrar o tributo. • A cobrança de tributos também pode ser chamada de EXAÇÃO. • Embora, de forma geral os tributos não necessitem de uma destinação específica, os empréstimos compulsórios e as contribuições especiais tem destino certo, uma vez que são tributos finalísticos. • Segundo o CTN, a natureza jurídica especifica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes, para qualifica-la, tanto a denominação e demaís características formais adotadas pela lei quanto a destinação legal do produto da sua arrecadação. Todavia, com o advento da Constituição de 1988, os empréstimos compulsórios e as contribuições sociais assumiram o status de espécies tributárias. Algumas dessas exações, todavia, têm fato gerador idêntico ao dos impostos, o que torna inaplicável a citada regra do CTN. • TAXA X TARIFA: A) Taxa - Art. 145, II, CF A taxa é cobrada para serviço público específico e divisível, ou no exercício do poder de polícia (pertencente à administração pública). Não precisa ser efetivo, pode ser potencial, basta o serviço estar disponível. 6 Os impostos são relacionados com a capacidade contributiva, enquanto as taxas variam somente de acordo com a natureza do serviço, sendo irrelevante a situação econômica do contribuinte. Devem ser criadas e modificadas por lei. Devem respeitar o princípio da anterioridade anual (intervalo mínimo entre a criação da taxa e sua efetiva cobrança) e nonagesimal (o fisco só pode exigir um tributo instituído ou majorado decorridos 90 dias de da data em que foi publicada a lei que os instituiu ou aumentou). Art. 77 do CTN - As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Definido pelo Direito Público. • Tarifas (Direito Privado) É cobrada na prestação de serviço público delegado a concessionária ou permissionária. Não é criada por Lei e não respeita o princípio da anterioridade. 7 Tarifa é a forma de pagamento por algum serviço não obrigatório, pelo qual se pode optar entre recebê-lo (e por isso pagando-se uma tarifa) ou não. OBS: Art. 177 CTN . Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: I - às taxas e às contribuições de melhoria; II -aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão "Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração." Aula 4: • OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA: Art. 113 CTN - A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. 8 • Obrigação principal: de pagar tributo ou converter a sanção em pagar dinheiro. A obrigação principal sempre irá decorrer da lei. ex: Pagar tributo. • Obrigação acessória: decorre de legislação ou instruções normativas da receita federal. ex: emissão de documento fiscal, não transportar mercadoria sem NF. • Exemplo: Fato gerador: recebimento de renda. -> Obrigação principal: Pagar Imposto. -> Obrigação acessória: entregar a declaração de IR. • De forma simples, podemos dizer que o crédito tributário é o produto da obrigação tributária principal, representado pelo valor que o sujeito passivo deverá recolher aos cofres públicos. • ELISÃO X EVASÃO E ELUSÃO FISCAL: São formas de evitar ou reduzir o pagamento de tributos. a) Elisão: É lícita, e ocorre pelo planejamento tributário, que consiste em adoção de alternativas legais para reduzir, ou mesmo para afastar a incidência do tributo, antes da ocorrência do fato gerador que traz a obrigação principal. Ex: escolha do Simples Nacional; mudança de sede da empresa para pagar ISS com menor alíquota; opção pela declaração simplificada de imposto de renda. b) Evasão: Ilícita. Também chamada de sonegação fiscal. Ex: a aplicação intencional de uma alíquota de imposto menor que aquela determinada em lei; deixar de emitir nota fiscal, uso de data diversa para obter alíquota menor. c) Elusão: Também chamada de elisão ineficaz. São práticas dissimuladas que parecem ser lícitas mas não são. Ex: Comprar um imóvel mas incorpora-lo a uma empresa falsa para não pagar ITBI, nos temos do art. 156, §2°, I da CF. • SUJEITOS DO CRÉDITO: 9 A partir da ocorrência do fato gerador, o sujeito passivo tem a obrigação de pagar tributo e o sujeito ativo passa a ter o direito de receber esse tributo, ou seja, trata-se de um CRÉDITO do sujeito ativo. a) Passivo: contribuinte/devedor. Pode ser PJ ou PF. Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei. Art. 126. A capacidade tributária passiva independe: I - da capacidade civil das pessoas naturais; II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios; III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional. b) Ativo: Credor. Estado, Município ou Distrito Federal. Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento. • Cabe ressaltar, que as Cláusulas contratuais não alteram o polo passivo da relação tributária - Art. 123 do CTN - De modo que, se um locatário deixa de pagar o IPTU, conforme disposto no contrato de locação, o locador será executado por ação de execução, e não há a opção de chamar o locatário para o polo passivo da ação, uma vez que apesar de ter descrito no contrato a obrigação de pagar, o fisco reconhece o dono do imóvel como responsável fiscal. 10 Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. SÚMULA N. 399 STJ Cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo do IPTU Aula 5: Lançamento • Serve para quantificar e qualificar o Crédito Tributário. • "cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada" • O lançamento constituí o crédito tributário. • Art. 142 do CTN. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. *AUT. ADM = auditores fiscais. Natureza Jurídica do lançamento: mista Lançamento → atividade privativa de autoridade administrativa que tem natureza DECLARATÓRIA (pq declara a ocorrência do FG que já existia) e CONSTITUTIVA (pq constitui o crédito tributário). Formas de lançamento: o que irá diferencia-los é a contribuição do sujeito passivo. 11 a) De ofício: (Direto) Ocorre quando o lançamento é realizado pela administração pública sem qualquer colaboração do particular. ex: IPVA, IPTU e contribuição de melhoria - Art. 149 do CTN. b) Por declaração (Misto): Ocorre quando há obrigação de o sujeito passivo ou de terceiro prestar declarações sobre matéria de fato à administração tributária que, como base nestas, calcula o valor do tributo devido e constitui o crédito tributário. É o lançamento verificado em impostos como o ITCMD e o ITBI. - Art. 147 do CTN. c) Por homologação - Art. 150 do CTN. Ocorre nos casos em que a lei impõe ao sujeito passivo a obrigação de apurar o valor devido a título de tributo, declarando-o e efetuando o seu pagamento, cabendo à administração pública um controle a posteriori da conduta praticada. É a modalidade utilizada no lançamento do ICMS, IPI, IR, ISS, COFINS, CSLL e etc. O próprio contribuinte quando ocorre o fato calcula o valor→ faz o pagamento→ comunica ao fisco →após o pagamento o fisco vai analisar se foi correto ou não → se estiver correto é extinto o crédito Se incorreto →notifica o contribuinte e se for o caso aplica penalidade. Ex: ICMS, IR, IPI, II, IE. Neste tipo de lançamento, a Fazenda Pública possui prazo de 5 anos para verificar as declarações do sujeito passivo e homologar o pagamento efetuado →Trata-se de prazo decadencial, dentro do qual é possível lançar de ofício, se for o caso, valores que não foram declarados pelo sujeito passivo. 12 Súmula 446 do STJ: Declarado e não pago o débito tributário pelo contribuinte, é legítima a recusa de expedição de certidão negativa ou positiva com efeito de negativa. Súmula 436 do STJ? A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco. • A alíquota aplicada na cobrança do imposto devido é a vigente na data do fato gerador. Aula 6: Suspensão da exigibilidade do crédito tributário. • Art. 151 do CTN - “moderecocopa“ • Constituído o créditoTributario, ocorre a notificação do lançamento para que o devedor efetue o pagamento no prazo de 30 dias. Nesse momento, o devedor possui três opções: pagar, nao pagar ou apresentar impugnação a exação. • A impugnação gera a suspensão da exigibilidade. Essa suspensão impede a cobrança do patrimônio do devedor ate que a situação seja resolvida. O ct continua existindo mas nao pode ser alcançado pois encontra-se suspenso, impedindo que o credor pratique atos de cobrança tendentes a satisfação do crédito. • Vantagens: Nao há cobrança judicial e ha o recebimento de uma certidão positiva com efeitos negativos - certidão de regularidade fiscal. • Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 13 A) Moratória: vide art. 152 = aumento do prazo de pagamento de um tributo vencido ou por vencer. A moratória se dará em caráter geral ou em caráter individual. Pode ser concedida antes ou depois do vencimento. Precisa de lei para ser concedida - art. 153 do CTN. O ente competente é o que legisla, fiscaliza e arrecada o tributo. Ressalta-se que o estado nao pode conceder moratória de iptu. A moratória é medida excepcional que somente deve ter lugar em casos de situações naturais, econômicas ou sociais que dificultem o normal adimplemento das obrigações tributárias. B) O depósito do montante integral = Deve ser feito em dinheiro antes do vencimento. (Súmula 112 do STJ) Este tem a vantagem de afastar a incidência de acréscimo do credito original. SUM. Vin. 28 do stf - É inconstitucional exigir depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial, que discuta a exigibilidade de crédito tributário. C) As reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; A impugnação e o recurso administrativo apenas suspendem a exigibilidade do crédito tributário quando apresentada tempestivamente. D) A Concessão de medida liminar em mandado de segurança; O juíz pode exigir caução, fiança, depósito, visando ressarcir a pj futuramente. Caso a liminar seja anulada ou reformada, o CT volta a ser exigido. E) A concessão de medida liminar ou de tutela antecipada em outras espécies de ações judiciais; requisitos: forte fundamento de direito ou probabilidade do direito; - risco de ineficácia da medida ou risco de dano; apresentação de elementos consistentes quanto ao fato alegado. 14 F) O parcelamento; = não excluí a incidência de juros e multa. • A suspensão da exigibilidade nao dispensa o cumprimento das obrigações acessórias cujo o credito seja suspenso. • O rol do art. 151 é taxativo. • A suspensão da prescrição o prazo continua a contar de onde parou, enquanto na interrupção o prazo continua a contar do zero. • O fisco possui 5 anos para o lançamento do tributo. (DECADÊNCIA). O prazo prescricional de 5 anos começa a contar do 31 dia da notificação. • STJ: As fazendas públicas deverão constituir seus crédito tributários com a atividade de lançamento independente de a exigibilidade estar suspensa, para nao correr o risco de perder este direito pela decadência. Aula 7: Extinção e Exclusão do crédito tributário • Modalidades de extinção do crédito tributário - Art 156 do CTN A) Pagamento: Vide art. 157, 158 e 159 do CTN. O pagamento dos tributos é feito na repartição competente ao domicílio do devedor. Quando a lei não dispuser, o prazo para pagamento será de 30 dias. - art. 160 CTN. A legislação tributaria pode conceder desconto na antecipação do pagamento. A mora é presumida = ex re Os juros de mora são de 1% ao mês se a lei não dispuser de modo diverso - art.161, §1 do CTN. 15 SUM. 70 e 323 do STF - É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de tributo. “ É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos“ Excesso de exação: Art. 316 do CP - Reclusão. Tem direito de repetição do indébito. B) Compensação - Art. 170 e 170-A do CTN. A lei deve estabelecer os critérios e procedimentos para a compensação, bem como as figuras tributárias alcançadas. Poderão ser objeto de compensação de créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos. Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. SUM 213 do STJ - O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação tributária. C) Transação: Art. 171 do CTN Decorre de concessões mútuas entre o poder publico e o sujeito passivo. Depende de lei. D) Remissão (perdão): Art. 172 CTN. Pode ser revogada pois não gera direito adquirido. E) Prescrição e decadência: Art. 156, V do CTN 16 Os prazos devem ser disciplinados por Lei complementar - Art. 146, III, b da CF. Decadência: perda do direito de lançamento. Sendo sua consequência, a extinção do crédito tributário. O prazo é de cinco anos - art. 173 do CTN. A CONTAR DO FATO GERADOR. F) Conversão do deposito em renda cc. Art.151, II. O ente não precisa mover ação de execução fiscal, basta converter o depósito em renda G) Pagamento antecipado e homologação do lançamento H) A consignação em pagamento I) Decisão administrativa irreformável J) Decisão judicial passada em julgado (sem recurso) K) Dação em pagamento de bens imóveis. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. As modalidades são taxativas. 17 • Exclusão do crédito tributário: • Impede a constituição do credito (lançamento). • Importante: a exclusão do crédito (isenção ou anistia) apenas dispensa da obrigação principal, mantendo-se o contribuinte com os deveres relativos às obrigações acessórias do tributo isentado ou da multa anistiada. A) Isenção: Dispensa legal do pagamento de tributo. Pode ser revogada. B) Anistia: dispensa legal do pagamento de multa, através do “perdão” de fatos que configuram infração tributária. só poderá incidir sobre fatos pretéritos (infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede), sendo impossível “perdoar por antecedência”. Conforme art. 180 do CTN, a anistia não abrange: a) “aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele” e, b) “salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas”. A anistia concedida mediante despacho da autoridade administrativa não gera direito adquirido, podendo ser revogada uma vez comprovada que eu sujeito não fazia jus ao benefício. Aula 8 - prescrição e decadência 18 • SV nº 8 - Decadência e prescrição devem ser disciplinadas por lei complementar, no caso o CTN ( art 146, III, “b” CR/88). • Decadência: é a perda do direito de lançamento→ consequência: extinção do crédito tributário. • Prazo de lançamento: 5 anos - art. 173 do CTN. • 1. Termo inicial Regra Geral Art. 173. ( para lançamento de ofício ou por declaração). O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. • 2. Termo inicial de Tributos sujeitos à lançamento por homologação: Art. 150. § 4º - Se a lei não fixar prazo a homologação,será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. • Prescrição: Perda do tempo da pretensão executória. • Prazo: 5 anos. • Trata-se da perda da pretensão do direito do Estado de ingressar com ação de execução fiscal em relação ao crédito tributário já constituído. • Prescreve em cinco anos o direito do Estado para ajuizar ação de cobrança do crédito tributário, contados da data da sua constituição definitiva. • O prazo para que o fisco tem, por meio da autoridade competente, promova o lançamento é decadencial (art 173 c/c 150, par4°). O prazo para que se ajuíze a ação de execução fiscal é prescricional. 19 • Operada a decadência, tem-se por extinto o direito de lançar. Verificada a prescrição, tem-se impossibilitado o manejo da execução fiscal. • O lançamento é exatamente o marco que separa, na linha do tempo, a prescrição da decadência. • Regra Geral do Prazo Decadencial: O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (para lançamento de oficio ou declaração). • Regra da Antecipação da Contagem do Prazo Decadencial: uma vez iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento, considera-se como fato que antecipa a contagem do prazo decadencial. • Regra da Anulação de Lançamento – Vício Formal – Decadência Contada da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado, apresenta-se como consequência a devolução do prazo para que se constitua o crédito (173, par único). • Regra do Lançamento por Homologação: o término do prazo para a homologação, sem que esta tenha sido expressamente realizada, não apenas configura homologação tácita, mas também decadência do direito de constituir o crédito relativo a qualquer diferença. • No lançamento por homologação, a regra é: único caso em que o prazo decadencial é contado exatamente da data da ocorrência do fato gerador. • Mas atenção nos casos de lançamento por homologação onde não houver lançamento ou ele for realizado com dolo, fraude ou simulação, o prazo decadencial passará para a regra geral (art. 173, I, do CTN, ou seja, 1º dia do exercício subsequente). 20 • Lembrando que a prescrição se interrompe quando: houver despacho do juiz ordenando citação em execução, qualquer protesto judicial ou ato judicial que constitua o devedor em mora e por qualquer ato inequívoco (mesmo que seja extrajudicial) que importe reconhecimento do débito pelo devedor. Aula 9 - Limitações constitucionais ao poder de tributar • São os princípios e imunidades tributarias. 1) Princípio da legalidade - Art. 150 da CF. A redução do tributo não exige lei. Existem tributos que podem ser majorados pelo poder executivo, com a finalidade de regular a economia e o mercado, sendo ma mitigação ao principio da legalidade. Exceções ao princípio da legalidade: II, IE, IOF e IPI, podem ser alterados pelo poder executivo. O IOF e o IMP podem se dar por meio de decretos e portarias. Estes impostos são denominados extrafiscais - Art. 153, §1 da CF As alterações nas alíquotas realizadas pelo poder executivo devem respeitar os imites estabelecidos pela lei. Impostos fiscais objetivam obter receita para cumprir funções sociais como saude, educação, segurança pública. Ex. ICMS E ISS. 2) Principio da anterioridade - Art. 150, I, a e b da CF ANUAL E NONAGESIMAL. 21 Aula 10 - Impostos Municipais Ente Federado Tributo União - II, IE, IR, IPI, IOF, ITR, IGF; - Taxas; - Contribuição de melhoria; - Empréstimo Compulsório; - Contribuições especiais; - Impostos e contribuições residuais; Impostos extraordinários de guerra. Estados - ITCMD, ICMS, IPVA; - Taxas; - Contribuição de melhoria; - Contribuição social para regime previdenciário próprio de seus servidores. Distrito Federal - ITCMD, ICMS, IPVA, IPTU, ITBI, ISS; - Taxas; - Contribuição de melhoria; - Cosip; - Contribuição social para regime previdenciário próprio de seus servidores. Municípios - IPTU, IBI, ISSS; - Taxas; - Contribução de melhoria; - Cosip; -Contribuição social para regime previdenciário próprio de seus servidores. 22 • Art. 156, I da CF - IPTU c.c Art. 32 a 34 do CTN. • Constituição: O fato gerador do IPTU está relacionado a propriedade que deve estar localizada em área urbana. • CTN: O fato gerador é a propriedade, o domínio útil ou a posse. • SUM. 399 STJ: Cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo do IPTU. • Seu lançamento é de oficio. • Conceito de zona urbana: Art. 32, §1° do CTN: Existência de pelo menos dois dos seguintes melhoramentos: a) I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; b) abastecimento de água; c) III - sistema de esgotos sanitários; d) IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; e) V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado. • Loteamento é área urbana. • Critérios: a) Temporal: na data que ocorre o fato gerador; b) Espacial: localização do imóvel; c) Pessoal: Sujeito ativo: município, Sujeito passivo: proprietário. e) Quantitativo: A base de cálculo do imposto é o valor venal do imóvel - Art. 33 do CTN. • A alíquota é progressiva, ou seja, quanto maior a base de cálculo, maior a alíquota. - impostos com alíquotas progressivas: IR, IPTU, ITR e o ITCMD. • A atualização monetária da base de cálculo do IPTU pode ser realizada por meio de decreto. • Progressividade no tempo - Art. 181, §4° da CF - Máximo de 15%. • O IPTU tem finalidade arrecadatória, ou seja, tem natureza fiscal, porém excepcionalmente tem natureza extra-fiscal, através do IPTU progressivo 23 no tempo, sendo cobrado por cinco anos podendo chegar a alíquota no quantitativo de 15%, com o objetivo de compelir o proprietário a cumprir a função social. • O IPTU respeita a anterioridade anual e nonagesimal exceto quando altera a base de cálculo, deixando de respeitar a nonagesimal. • Art. 156, II da CF c.c. Art. 35 a 42 do CTN - ITBI. • Lançamento por declaração; • Respeita a anterioridade anual e nonagesimal; • Transferência de bem imóvel por ato oneroso; • Transferência de direitos reais e cessão de direitos. • Não incide no usucapião. • inscrição no cartório competente • não incide ITB na promessa de compra e venda (nesse caso, não há a transferência de titularidade) • critério espacial: Localização do imóvel ou onde se encontra os direitos a ele relativo. • Base cálculo: valor venal - Não pode ser progressivo - SÚMULA 656- STF: É INCONSTITUCIONAL A LEI QUE ESTABELECE ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS PARA O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO "INTER VIVOS" DE BENS IMÓVEIS - ITBI COM BASE NO VALOR VENAL DO IMÓVEL. • imunidade do ITBI: § 2º O imposto previsto no inciso II: I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; • ISSQN - LC 116/03 c.c Art. 156, III da CF. 24 • Prestação de serviço que não haja previsão de ICMS e que esteja previsto na LC. • Súmula vinculante 31: É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS sobre operações de locação de bensmóveis. • Critério misto: prestação de serviço+entrega de mercadoria: pode incidir – ISS ( ex: prestação de serviços hospitalares) ou ICMS ( não havendo previsão na LC, ex: serviço de restaurante, pois só incide ICMS sobre as mercadorias, serviço de garçom não incide ISS) ou ambos (ex: retifica de motores) • SÚMULA 274 STJ- O ISS INCIDE SOBRE O VALOR DOS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA MÉDICA, INCLUINDO-SE NELES AS REFEIÇÕES, OS MEDICAMENTOS E AS DIÁRIAS HOSPITALARES. • critério temporal: Momento da finalização do serviço. • Critério espacial: Local onde esteja estabelecida a empresa que prestou o serviço, subsidiariamente - o domicílio do prestador • Exceção: art 3° da LC onde o serviço é prestado Ex: construção civil • e) Critério quantitativo: Base de cálculo: preço do serviço ( art 7° LC) - Alíquota:mínima 2% e máxima 5% ( art 8° e 8°-A LC). • O pagamento do ISS como regra deve ocorrer no município da sede da empresa, senão houver empresa constituída o pagamento será no domicílio do prestador de serviço. Por fim, como exceção, a lei complementar 116 estabelece o local da prestação de serviço. • Quando profissionais liberais optam por pagamento único, o lançamento é de ofício. • Aula 11 - Impostos estaduais ITCMD, ICMS, IPVA 25 • O distrito federal é competente para cobrar impostos estaduais e municipais. • O STF decidiu que não é possível haver a cobrança de taxa de iluminação pública, uma vez que não é possível determinar e individualizar o contribuinte beneficiado. • Repartição de receitas com os municípios - art. 158 da CF A) 50% do ITR. B) 50% do IPVA. C) 25% do ICMS. • ITCMD - Art. 155, I da CF. - Momento da cobrança: na tradição do bem móvel ou no registro do bem imóvel. - Estado competente: Onde está sendo processado o inventário do bem móvel se for causa mortis, ou o estado de domicilio do doador, em caso de doação. Caso seja bem imóvel, o local da situação do bem. - Sujeito passivo: causa mortis: Legatários e herdeiros. - Doação: Art. 42 do CTN - Qualquer das partes na operação tributária. - Será regulado por lei complementar doações ou inventários processados no exterior com objetivo de unificar as alíquotas - art. 155, §1°, III da CF. - As alíquotas do ITCMD serão fixadas pelo Senado Federal, sendo a máxima de 8%, podendo ser progressivas. - SUM 112 STF - O ITCMD é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão. - SUM 113 STF - O ITCMD é calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação. - SUM 114 STF - O pagamento do ITCMD é feito após a partilha dos bens. - Lançamento por declaração. - Respeita a anterioridade anual e nonagesiamal. 26 • ICMS - Art. 155, II da CF. - Sum 573 do STF - NÃO CONSTITUI FATO GERADOR DO ICMS A SAÍDA FÍSICA DE MÁQUINAS, UTENSÍLIOS E IMPLEMENTOS A TÍTULO DE COMODATO. - SUM 166 STJ - NÃO CONSTITUI FATO GERADOR DO ICMS O SIMPLES DESLOCAMENTO DE MERCADORIA DE UM PARA OUTRO ESTABELECIMENTO DO MESMO CONTRIBUINTE. - Súmula vinculante 32 - O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras. - SUM 334 STJ - O ICMS não incide no serviço dos provedores de acesso à Internet. - SÚMULA 350 STJ- O ICMS não incide sobre o serviço de habilitação de telefone celular. - O ICMS incide sobre a circulação jurídica de mercadoria, havendo a transferência da titularidade. ex: comodato não incide ICMS, apenas venda. - Fato gerador: Transferência de tutularidade, Transporte interestadual e intermuniciapal, serviços de comunicação, importação de bens (SV 48), fornecimento de energia elétrica e combustível. - Momento do fato gerador: Início da prestação de serviço e na saída da mercadoria do estabelecimento, entrada de mercadoria no país ou desembaraço aduaneiro. - Competência: • Circulação de mercadoria: o estado que praticou o FG • prestação do serviço: o estado onde iniciou o serviço • importação:estado da entrada física (empresa)/ou domicilio da pessoa física. - Base de calculo: Valor da operação ou do serviço prestado, Produto importado: ICMS sobre: IPI,IOF, II e taxas aduaneiras. 27 Aula 1: Aula 2 e 3: Aula 4: Aula 5: Lançamento Aula 6: Suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Aula 7: Extinção e Exclusão do crédito tributário Aula 8 - prescrição e decadência Aula 9 - Limitações constitucionais ao poder de tributar Aula 10 - Impostos Municipais Aula 11 - Impostos estaduais ITCMD, ICMS, IPVA
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