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livro fisioterapia na saude do atleta

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Prévia do material em texto

Saúde do 
atleta
Prof.ª Daniel Vicentini de Oliveira
FiSioterapia na
Indaial – 2022
1a Edição
Impresso por:
Elaboração:
Prof.ª Daniel Vicentini de Oliveira
Copyright © UNIASSELVI 2022
 Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI.
Núcleo de Educação a Distância. OLIVEIRA, DANIEL VICENTINI DE.
Fisioterapia na Saúde do Atleta. Prof. Daniel Vicentini de Oliveira. Indaial - SC: 
Arqué, 2022.
200p.
ISBN Digital 978-65-5466-174-4
“Graduação - EaD”.
1. Atleta 2. Fisioterapeuta 3. Articulação 
CDD 615.82
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
Olá, acadêmico! Como vai? Seja bem-vindo à disciplina Fisioterapia na Saúde 
do Atleta.
Na Unidade 1, abordaremos os princípios básicos, fundamentos, subdivisões 
e áreas de atuação da biomecânica, além da aplicação da biomecânica nos esportes. 
Estudaremos alguns conceitos cinemáticos e cinéticos para análise do movimento, o 
histórico e os conceitos relacionados à cinética e cinemática, formas de movimento, 
terminologia padronizada de referência e do movimento articular, cargas mecânicas 
agindo sobre o corpo humano e os tipos de análise biomecânica. 
Abordaremos, também, os mecanismos e características do trauma neuro-
musculo-esquelético na prática esportiva, lesões ósseas, articulares, musculotendíneas 
e neurais, e as alterações cinético-funcionais nos membros superiores, inferiores e da 
coluna vertebral relacionadas à prática esportiva.
Em seguida, na Unidade 2, estudaremos a atuação do fisioterapeuta na área 
esportiva, a atividade física no contexto da saúde, do esporte e do lazer, e a relação 
entre exercício físico e condicionamento físico no processo de recuperação funcional 
para a prática esportiva. Estudaremos a prevenção de lesões no esporte por meio da 
alimentação e nutrição, sono e controle do estresse com foco na equipe interdisciplinar 
e a conduta fisioterapêutica na prevenção de lesões esportivas, como por meio do 
alongamento e aquecimento.
Por fim, na Unidade 3, aprenderemos algumas técnicas fisioterapêuticas para 
lesões esportivas da coluna vertebral, do quadril e dos membros superiores e inferiores. 
Bons estudos!
Prof. Daniel Vicentini de Oliveira.
APRESENTAÇÃO
GIO
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – 
e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR 
Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite 
que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, 
é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
QR CODE
SUMÁRIO
UNIDADE 1 — BIOMECÂNICA DO ESPORTE ............................................................1
TÓPICO 1 — PRINCÍPIOS BÁSICOS DA BIOMECÂNICA .......................................... 3
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
2 FUNDAMENTOS E DIVISÕES DA BIOMECÂNICA ................................................4
2.1 BIOMECÂNICA X CINESIOLOGIA ........................................................................................6
3 ÁREAS DE ATUAÇÃO DA BIOMECÂNICA ............................................................ 7
3.1 ANATOMIA E ANATOMIA FUNCIONAL ...............................................................................9
4 BIOMECÂNICA E ESPORTES ............................................................................. 10
4.1 ANÁLISE DO DESEMPENHO ESPORTIVO .......................................................................11
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................... 13
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 14
TÓPICO 2 — CONCEITOS CINEMÁTICOS E CINÉTICOS PARA ANÁLISE DO 
MOVIMENTO .......................................................................................17
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................17
2 HISTÓRICO E CONCEITOS RELACIONADOS A CINEMÁTICA ........................... 18
2.1 CONCEITOS...........................................................................................................................19
2.1.2 PONTO MATERIAL E SISTEMA DE REFERÊNCIA ................................................21
2.1.3 TRAJETÓRIA ...............................................................................................................21
2.1.4 DESLOCAMENTO E DISTÂNCIA PERCORRIDA .....................................................................21
2.1.5 VELOCIDADE MÉDIA E VELOCIDADE INSTANTÂNEA ....................................... 22
2.1.6 ACELERAÇÃO MÉDIA E ACELERAÇÃO INSTANTÂNEA .................................... 22
3 FORMAS DE MOVIMENTO ..................................................................................22
3.1 MOVIMENTO ANGULAR ....................................................................................................23
3.2 MOVIMENTO LINEAR ........................................................................................................ 24
3.3 MOVIMENTO GERAL ......................................................................................................... 25
3.4 SISTEMA DE REFERÊNCIA .............................................................................................. 25
3.5 ESTÁTICA E DINÂMICA ..................................................................................................... 26
4 TERMINOLOGIA PADRONIZADA DE REFERÊNCIA E DO MOVIMENTO 
ARTICULAR ........................................................................................................ 27
4.1 INÉRCIA E MASSA ...............................................................................................................27
4.2 FORÇA E CENTRO DE GRAVIDADE ...............................................................................28
4.3 PESO, PRESSÃO, VOLUME, DENSIDADE, TORQUE E IMPULSO .............................30
5 CARGAS MECÂNICAS AGINDO SOBRE O CORPO HUMANO ............................32
5.1 FORÇA DE COMPRESSÃO, TENSÃO E CISALHAMENTO ........................................... 32
5.2 CARGAS DE TORÇÃO, INCLINAÇÃO E COMBINADAS ...............................................34
5.3 ESTRESSE MECÂNICO .....................................................................................................34
5.4 EFEITOS DAS CARGAS .................................................................................................... 35
5.5 CARGAS REPETITIVAS VERSUS AGUDAS .................................................................. 36
6 TIPOS DE ANÁLISE BIOMECÂNICA ...................................................................36
6.1 ELETROMIOGRAFIA ........................................................................................................... 36
6.2 DINAMOMETRIA .................................................................................................................38
RESUMO DO TÓPICO 2 ......................................................................................... 40
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 41
TÓPICO 3 — ALTERAÇÕES CINÉTICO-FUNCIONAIS EM LESÕES ESPORTIVAS .......43
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................43
2 MECANISMOS E CARACTERÍSTICAS DOS TRAUMAS NEURO-MUSCULO-
ESQUELÉTICO NA PRÁTICA ESPORTIVA ........................................................ 44
2.1 CINEMÁTICA DA LESÃO E DO TRAUMA ........................................................................44
3 LESÕES ÓSSEAS E ARTICULARES ...................................................................46
3.1 FRATURAS ...........................................................................................................................46
3.2 LUXAÇÕES ..........................................................................................................................48
3.3 ENTORSES .......................................................................................................................... 49
4 LESÕES MUSCULOTENDÍNEAS ........................................................................50
4.1 ESTIRAMENTOS E DISTENSÕES .....................................................................................50
4.2 CÂIMBRAS ...........................................................................................................................51
4.3 CONTRATURAS ...................................................................................................................51
4.4 CONTUSÕES ....................................................................................................................... 52
4.5 BURSITES ........................................................................................................................... 52
5 ALTERAÇÕES CINÉTICO-FUNCIONAIS NOS MEMBROS SUPERIORES E 
INFERIORES RELACIONADAS À PRÁTICA ESPORTIVA ...................................52
5.1 MEMBROS SUPERIORES .................................................................................................. 52
5.2 MEMBROS INFERIORES ................................................................................................... 55
6 ALTERAÇÕES CINÉTICO-FUNCIONAIS DA COLUNA VERTEBRAL 
RELACIONADAS À PRÁTICA ESPORTIVA .........................................................58
6.1 LOMBALGIA ......................................................................................................................... 59
6.2 HÉRNIA DE DISCO ............................................................................................................. 59
LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................. 61
RESUMO DO TÓPICO 3 ..........................................................................................66
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 67
REFERÊNCIAS .......................................................................................................69
UNIDADE 2 — FISIOTERAPIA ESPORTIVA ............................................................71
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À FISIOTERAPIA ESPORTIVA ................................... 73
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 73
2 ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA ÁREA ESPORTIVA .................................. 73
2.1 ÓRGÃOS DE REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO ......................................................74
2.2 SOCIEDADE NACIONAL DE FISIOTERAPIA ESPORTIVA E DA ATIVIDADE 
FÍSICA (SONAFE) ................................................................................................................75
2.3 ATRIBUIÇÕES E MOMENTOS DE ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA ESPORTIVO ..76
3 ATIVIDADE FÍSICA NO CONTEXTO DA SAÚDE, DO ESPORTE E DO LAZER ....78
3.1 CONCEITUALIZAÇÃO DOS TERMOS: ATIVIDADE FÍSICA E EXERCÍCIO ..................79
3.2 FORMAS DE MANIFESTAÇÃO ESPORTIVA ..................................................................80
3.3 ENTENDENDO NOSSO OBJETO DE ESTUDO: O ATLETA ..........................................81
4 RELAÇÃO ENTRE EXERCÍCIO FÍSICO E CONDICIONAMENTO FÍSICO NO 
PROCESSO DE RECUPERAÇÃO FUNCIONAL À PRÁTICA ESPORTIVA ...........82
4.1 IMPORTÂNCIA DO CONDICIONAMENTO FÍSICO PARA PRÁTICA ESPORTIVA ......83
4.2 RECUPERAÇÃO FUNCIONAL APÓS O EXERCÍCIO ....................................................83
4.3 TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO PÓS-EXERCÍCIO .......................................................85
RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................89
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................90
TÓPICO 2 — PREVENÇÃO DE LESÕES NO ESPORTE...........................................93
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................93
2 EQUIPE INTERDISCIPLINAR NA PREVENÇÃO DE LESÕES NO ESPORTE ......94
2.1 IMPORTÂNCIA DA EQUIPE INTERDISCIPLINAR PARA PREVENIR LESÕES 
ESPORTIVAS........................................................................................................................ 95
2.2 NUTRICIONISTA ................................................................................................................. 96
2.2.1 Fontes de energia utilizadas para treinamento e competição ......................97
2.3 EDUCADOR FÍSICO ........................................................................................................... 99
2.4 PSICÓLOGO ........................................................................................................................ 99
2.5 MÉDICO ..............................................................................................................................100
3 ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO ........................................................................... 101
4 SONO E CONTROLE DO ESTRESSE .................................................................102
4.1 ASPECTOS RELACIONADOS AO SONO DO ATLETA ................................................. 103
4.2 CONTROLE DO ESTRESSE NO ATLETA ...................................................................... 106
4.3 RECUPERAÇÃO FISIOLÓGICA E MOTIVACIONAL......................................................107
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................109
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 110
TÓPICO 3 — CONDUTA FISIOTERAPÊUTICA NA PREVENÇÃO DE LESÕES 
ESPORTIVAS ................................................................................... 113
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 113
2 FISIOTERAPIA NA EQUIPE ESPORTIVA .......................................................... 114
2.1 PAPEL DA FISIOTERAPIA NO MANEJO DO ATLETA .................................................. 115
2.2 INTERVENÇÕES FISIOTERAPÊUTICAS NA PREVENÇÃO DE LESÕES ................. 116
2.2.1 Estabilização central ................................................................................................117
2.2.2 Alongamento ............................................................................................................117
2.2.3 Aquecimento ........................................................................................................... 118
2.2.4 Bandagem funcional ............................................................................................. 118
2.2.5 Propriocepção ......................................................................................................... 119
2.2.6 Exercício excêntrico............................................................................................... 119
3 ALONGAMENTO E AQUECIMENTO NO ESPORTE ...........................................120
3.1 ALONGAMENTO NO ESPORTE ....................................................................................... 121
3.2 AQUECIMENTO NO ESPORTE ........................................................................................123
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................ 125
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................130
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................131
REFERÊNCIAS .....................................................................................................133
UNIDADE 3 — FISIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO DAS LESÕES ESPORTIVAS ....... 135
TÓPICO 1 — TÉCNICAS FISIOTERAPÊUTICAS PARA LESÕES ESPORTIVAS 
DA COLUNA VERTEBRAL ................................................................ 137
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 137
2 ANATOMIA DA COLUNA VERTEBRAL .............................................................138
2.1 REGIÕES DA COLUNA .................................................................................................... 139
2.1.1 Biomecânica ............................................................................................................. 140
2.2 LESÕES DA COLUNA ...................................................................................................... 141
2.3 INTERVENÇÕES FISIOTERAPÊUTICAS NAS LESÕES DE COLUNA ..................... 144
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................148
AUTOATIVIDADE .................................................................................................149
TÓPICO 2 — TÉCNICAS FISIOTERAPÊUTICAS PARA LESÕES ESPORTIVAS 
DO QUADRIL .....................................................................................151
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................151
2 ANATOMIA DO QUADRIL ...................................................................................151
2.1 BIOMECÂNICA ....................................................................................................................152
2.2 LESÕES ESPORTIVAS NA REGIÃO DO QUADRIL ..................................................... 153
2.3 INTERVENÇÕES FISIOTERAPÊUTICAS NAS LESÕES DE QUADRIL .................... 155
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................158
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 159
TÓPICO 3 — TÉCNICAS FISIOTERAPÊUTICAS PARA LESÕES ESPORTIVAS 
DO MEMBRO SUPERIOR ..................................................................161
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................161
2 ANATOMIA DOS MEMBROS SUPERIORES ..................................................... 162
2.1 Biomecânica .................................................................................................................... 163
2.2 LESÕES EM MEMBROS SUPERIORES ........................................................................ 164
2.2.1 Intervenções fisioterapêuticas nas lesões de membros superiores ........ 166
RESUMO DO TÓPICO 3 .........................................................................................171
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 172
TÓPICO 4 — TÉCNICAS FISIOTERAPÊUTICAS PARA LESÕES ESPORTIVAS 
DO MEMBRO INFERIOR .................................................................. 175
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 175
2 ANATOMIA DOS MEMBROS INFERIORES ....................................................... 176
2.1 BIOMECÂNICA .................................................................................................................... 177
2.2 LESÕES ESPORTIVAS EM MEMBROS INFERIORES .................................................179
2.3 INTERVENÇÕES FISIOTERAPÊUTICAS NAS LESÕES DOS MEMBROS INFERIORES ....181
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................ 187
RESUMO DO TÓPICO 4 ........................................................................................194
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 195
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 197
1
UNIDADE 1 — 
BIOMECÂNICA DO 
ESPORTE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender os princípios básicos da biomecânica;
• conhecer os conceitos cinemáticos e cinéticos para análise do movimento humano 
com foco nos esportes;
• estudar as cargas mecânicas que agem sobre o corpo humano;
• compreender os tipos de análise biomecânica;
• conhecer as alterações cinético-funcionais das lesões esportivas
 A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – PRINCÍPIOS BÁSICOS DA BIOMECÂNICA
TÓPICO 2 – CONCEITOS CINEMÁTICOS E CINÉTICOS PARA ANÁLISE DO MOVIMENTO
TÓPICO 3 – ALTERAÇÕES CINÉTICO-FUNCIONAIS EM LESÕES ESPORTIVAS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
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3
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA BIOMECÂNICATÓPICO 1 — UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos os princípios básicos da biomecânica, 
muito importantes para o profissional do movimento humano, como o fisioterapeuta.
Primeiramente, você precisa entender a diferença entre cinesiologia e 
biomecânica. A cinesiologia é a ciência que tem como objetivo a análise dos movimentos, 
ou seja, estuda os movimentos do corpo humano. Já a biomecânica, ocupa-se da 
aplicação das leis da mecânica ao sistema locomotor do corpo humano. São ciências 
distintas, mas que se complementam. A biomecânica do movimento humano é uma das 
subdivisões da cinesiologia, que é o estudo do movimento humano. E qual a importância 
de ambas para a área da fisioterapia? Entenderemos nesta unidade.
Por meio da biomecânica, busca-se a compreensão de habilidades esportivas 
e a observação e análise de movimentos durante o esporte. No decorrer da execução dos 
movimentos, o atleta pode estar suscetível a lesões, sendo necessária uma possível 
reabilitação para a seu retorno aos treinos. Dessa forma, o fisioterapeuta deve ter o 
conhecimento de biomecânica para uma adequada reabilitação do atleta de acordo 
com suas necessidades. Além de reabilitar, ele se torna apto a fortalecer os grupos 
musculares envolvidos na realização de uma habilidade esportiva a fim de prevenir 
futuras lesões musculoesqueléticas.
Lembre-se: a biomecânica é a ciência que estuda o corpo em movimento. Na 
prática esportiva, os atletas precisam passar por análises biomecânicas para melhorar a 
performance dos movimentos e para prevenir lesões. Ela é reconhecida como uma área 
multidisciplinar e multiprofissional científica que inclui formas aplicadas de princípios 
mecânicos, considerando pesquisas sobre as estruturas e os aspectos funcionais dos 
organismos vivos.
Com base nas diversas vertentes dos profissionais que realizam pesquisas na área 
de biomecânica, além dos diferentes contextos, os estudos biomecânicos abordam vários 
problemas e/ou conflitos. Portanto, o conhecimento dos princípios da biomecânica é pré-
requisito fundamental para que o indivíduo tenha competência para atuar profissionalmente. 
Vamos lá?
4
2 FUNDAMENTOS E DIVISÕES DA BIOMECÂNICA
Caro acadêmico, a biomecânica do movimento humano é uma das subdivisões 
da cinesiologia, que é o estudo do movimento humano. E qual a importância de ambas 
para a área do treinamento físico e da reabilitação?
Por exemplo, na prescrição de exercícios, é importante saber quando e quais 
músculos serão utilizados em cada movimento/exercício. As mudanças no uso dos 
músculos que ocorrem de acordo com a intensidade ou a característica do exercício são 
dados que podem comprometer o trabalho do praticante.
FIGURA 1 - PRATICANTE DE EXERCÍCIO FÍSICO
FONTE: Disponível em: < http://twixar.me/dvMm>. Acesso em: 20 set. 2022.
Por isso, a biomecânica torna-se importante para o entendimento de como as 
articulações funcionam. Com esse conhecimento, os profissionais da área do movimento 
humano podem programar o treinamento e a reabilitação ou mesmo determinar a 
intensidade da atividade.
A biomecânica é reconhecida como uma área multidisciplinar e 
multiprofissional científica que inclui formas aplicadas de princípios 
mecânicos, considerando pesquisas sobre as estruturas e os aspectos 
funcionais dos organismos vivos.
IMPORTANTE
Por meio da biomecânica, no esporte, por exemplo, busca-se a compreensão 
de habilidades esportivas, a observação e análise de movimentos durante o esporte. No 
decorrer da execução dos movimentos, o atleta pode estar suscetível a lesões, sendo 
necessária uma possível reabilitação para a sua volta ao treino. O profissional deve ter 
5
o conhecimento dos principais métodos de análise biomecânica à adequada reabilitação do 
atleta de acordo com suas necessidades. Além de reabilitar, ele se torna apto a fortalecer 
os grupos musculares envolvidos na realização de uma habilidade esportiva, a fim de 
prevenir futuras lesões musculoesqueléticas (ALBUQUERQUE, 2020).
Para estudar a cinesiologia humana, é necessário entender de biomecânica e 
do funcionamento de músculos e articulações, fator primordial para se obter sucesso 
em planos de treinamento e reabilitação. Muitas vezes, não nos dedicamos a investigar 
o papel de cada músculo em determinados movimentos e podemos negligenciar 
algum grupo muscular importante (MOREIRA; RUSSO, 2018). Esse fator merece grande 
atenção, pois, em se tratando de estabilização e equilíbrio muscular em atletas de alta 
performance, por exemplo, é um ponto que pode evitar lesões e potencializar resultados.
Em uma análise da palavra Biomecânica, pode-se apresentar o em 
duas partes: o prefixo “bio-”, provindo de biológico, isto é, relativo 
aos seres vivos e de mecânica. Assim, a biomecânica é a aplicação 
dos princípios da mecânica aos seres vivos.
INTERESSANTE
A biomecânica é uma ciência que lança mão de instrumentos da mecânica para 
analisar sistemas biológicos, entre os quais, recebe destaque o corpo humano (assim 
como ocorre nos estudos cinesiológicos e na área de ciências do exercício físico). As 
forças estudadas em biomecânica são as tensões musculares, que representam as forças 
internas, e as forças que atuam sobre o corpo humano, representando as forças externas.
Os princípios aplicados às bases biomecânicas resultam de análises que 
visam à compreensão e/ou resolução de problemas referentes à área da saúde ou ao 
desempenho humano. Desse modo, conhecer a biomecânica, desde os seus conceitos 
até a sua forma aplicada é fundamental para a intervenção responsável de um profissional 
da área da saúde (ALBUQUERQUE, 2020), como o fisioterapeuta.
Existem dois campos de estudo na biomecânica: o estudo das forças internas 
e das forças externas, assim como as suas repercussões. Dessa forma, conseguimos 
diferenciar a existência da biomecânica interna e externa. A biomecânica interna objetiva 
determinar as forças internas, assim como as consequências que resultam dessas 
forças. Já a biomecânica externa, objetiva determinar, quantitativa ou qualitativamente, 
os parâmetros relacionados às mudanças de posição do corpo e lugar, ou seja, as 
características observáveis exteriormente na estrutura do movimento. 
Outra definição da biomecânica é o estudo da estrutura e da função dos sistemas 
biológicos, utilizando os métodos da mecânica. As áreas subsidiárias da biomecânica 
são: a anatomia, a fisiologia e a mecânica.
6
• Anatomia: ciência que estuda a constituição, as formas e as 
estruturas dos seres vivos. 
• Fisiologia: ciência que estuda o funcionamento de todas as partes 
do organismo vivo e do organismo como um todo.
• Mecânica: ciência que descreve e prediz as condições de repouso 
ou de movimento de corpos sob ação de forças (HALL, 2020).
NOTA
Em suma, a biomecânica é uma ciência interdisciplinar que descreve e analisa 
o movimento humano e de animais, utilizando-se de aplicações da área da mecânica, 
levando em consideração as propriedades do sistema biológico. Em outras palavras, 
estuda as forças internas e externas e seus impactos nas estruturas do corpo humano. O 
objetivo da biomecânica é analisar o movimento dos sistemas corporais, considerando 
suas particularidades fisiológicas e anatômicas.
2.1 BIOMECÂNICA X CINESIOLOGIA
Vimos que a cinesiologia e a biomecânica se relacionam. Mas, você sabe a diferença 
entre elas? A cinesiologia objetiva analisar os movimentos do corpo humano. Já a biomecânica 
estuda a aplicação das leis da mecânica ao sistema locomotor humano. 
Durante o início da década de 1970, a comunidade internacional começou a 
utilizar o termo biomecânica na descrição da ciência dedicada ao estudo dos sistemas 
biológicos por meio de uma perspectiva mecânica. Os profissionais dessa área utilizam 
os diversos instrumentos da mecânica no estudo dos aspectos anatômicos e funcionais 
do corpo humano. A cinemática e a cinética são subdivisões do estudo biomecânico 
(ALBUQUERQUE, 2020). 
Entre os autores que estudam o movimento humano,há divergências quanto 
ao uso dos termos “cinesiologia” e “biomecânica”. O primeiro deles pode ser empregado 
de duas formas. Uma delas compreende que a cinesiologia, quando utilizada como base 
científica de estudos sobre o movimento humano, descreve as avaliações psicológicas, 
anatômicas, fisiológicas e/ou a própria mecânica do movimento. Isso significa que vários 
componentes curriculares realizam essas descrições em contextos diversos. Outra 
maneira de se usar o termo é para se referir a uma avaliação específica do movimento 
humano a partir de suas características e sua origem. Uma aula que aborda temas 
da área de cinesiologia pode ter como base a anatomia funcional ou somente fatores 
biomecânicos.
7
Com o passar do tempo, o estudo da cinesiologia vem compondo as grades 
curriculares das universidades, sendo incluído nos planejamentos pedagógicos dos 
cursos de educação física, ciências do movimento humano e fisioterapia, por exemplo. 
De forma geral, esses cursos dão ênfase ao aparelho locomotor, analisando a eficácia 
dos movimentos propriamente ditos, simples ou complexos, e tendo como proposta 
identificar de forma fragmentada as ações musculares em cada fase dos movimentos 
articulares (MOREIRA; RUSSO, 2018). Por exemplo, o fisioterapeuta pode analisar, entre as 
inúmeras situações, o movimento de levantar-se de uma cadeira, identificando a extensão 
dos quadris, dos joelhos e a flexão plantar, e relacionar esses movimentos às ações dos 
músculos isquiotibiais, quadríceps femoral e tríceps sural, respectivamente. 
A maior parte das análises em cinesiologia apresenta um perfil 
qualitativo, tendo em vista as observações do movimento e a 
fragmentação, tanto das habilidades, quanto das descrições das 
ações musculares requeridas no movimento em análise.
IMPORTANTE
A maior parte das análises em cinesiologia apresenta um perfil qualitativo, tendo 
em vista as observações do movimento e a fragmentação, tanto das habilidades, quanto 
das descrições das ações musculares requeridas no movimento em análise.
3 ÁREAS DE ATUAÇÃO DA BIOMECÂNICA
Os objetivos da biomecânica são: otimizar o rendimento e reduzir a sobrecarga. 
Já as áreas de aplicação (atuação), envolvem, segundo Albuquerque (2020):
• Biomecânica do esporte: análise da técnica do movimento e a construção de 
equipamentos esportivos.
• Clínica e reabilitação.
• Movimento laboral.
• Movimento cotidiano.
• Instrumentação (instrumentos e métodos).
• Biomateriais.
Os estudos na área de biomecânica são considerados relativamente novos, 
principalmente no que se refere à evolução científica. Entre as áreas acadêmicas, em que 
a biomecânica se insere, estão a zoologia, ortopedia, cardiologia, medicina desportiva, 
engenharia biomédica ou biomecânica, fisioterapia, cinesiologia, anatomia funcional etc. 
Todas essas áreas têm como interesse comum os fatores biomecânicos estruturais e 
funcionais dos organismos vivos. 
8
A biomecânica do movimento humano é uma subdivisão da cinesiologia, 
e o movimento humano é o objeto de estudo de ambas (HALL, 2020).
IMPORTANTE
Cada componente curricular ou disciplina que tem como base de investigação 
o movimento humano – como a antropometria, anatomia funcional, neurofisiologia, 
fisiologia geral, bioquímica, psicologia esportiva, medicina desportiva, o ensino do 
movimento aplicado ao esporte, a sociologia, física, matemática e os processamentos de 
sinais eletrônicos, bem como a biomecânica – devem ser considerados em um contexto 
multidisciplinar e/ou multiprofissional, a fim de que seja possível compreender o movimento 
de forma mais ampla. O processo pedagógico, nesse caso, deve respeitar a realidade 
do público-alvo, de modo que sirva como conhecimento prévio para a assimilação do 
conhecimento novo.
Especificamente na biomecânica, observa-se um grande cuidado com a sua 
utilização como prática pedagógica, sobretudo, pelas suas formas de abordagem. A 
biomecânica não estuda somente o movimento em si, e, mesmo com foco em modalidades 
esportivas, por exemplo, ela se associa com outras áreas do conhecimento. 
As associações entre as diversas áreas do movimento e os princípios 
biomecânicos visam ao aprimoramento de gestos técnicos de cada 
movimento, etapa de treino, simulação do movimento, tecnologias 
instrumentais de hardware ou software, bem como adaptações 
ambientais. Em suma, tais associações objetivam tanto a realização 
de análises dos movimentos quanto a sua aplicação prática.
IMPORTANTE
A integração de conceitos e práticas determina a ação e a maneira como o 
trabalho é, ou deve ser proposto. Nessa perspectiva, é necessário compreender o que a 
metodologia tradicional e o treinamento propriamente dito se destacam no processo de 
ensino e aprendizagem. Enquanto a biomecânica favorece a compreensão da técnica e sua 
forma mais adequada de aplicação, as metodologias tradicionais buscam definir o que deve 
ser ensinado e como deve se dar esse ensino no processo educativo (ALBUQUERQUE, 2020).
Por meio de análises biomecânicas, pode-se melhorar o desempenho no 
esporte e as técnicas dos movimentos e os equipamentos esportivos utilizados, além 
de ser possível otimizar a prevenção de lesões e protocolos de reabilitação.
9
O conhecimento a respeito da biomecânica traz benefícios aos profissionais da 
área da saúde, esteja em formação ou em pleno exercício, seja no treinamento desportivo, 
seja na área de reabilitação ou tratamento. Dominar os princípios da biomecânica e 
as estratégias de análise e intervenção que envolvem o movimento humano direciona 
esses profissionais a ações com melhores resultados e/ou prognósticos.
Os estudiosos da área de biomecânica utilizam a mecânica como um mecanismo 
da física, a qual, por sua vez, engloba amplamente as análises das forças em ação. Trata-
se de um recurso viável para o estudo de fatores anatômicos e funcionais do corpo 
humano, por exemplo. 
Subdivisões importantes da mecânica são a estática e a dinâmica. A primeira 
delas tem como objeto de estudo corpos em repouso, ou seja, que estão em constante 
estado de movimento. Já a dinâmica, se ocupa do estudo de sistemas que apresentam 
aceleração.
Também são subdivisões do estudo em biomecânica a cinemática e a cinética, 
que estudaremos ainda nesta unidade. A cinemática do movimento indica o que é 
possível ver um corpo durante o seu movimento. Nesse tipo de análise, são observados o 
tamanho, a cadência e o tempo em que o movimento ocorre, sendo descartada a ação 
das forças. A cinética, por outro lado, leva em consideração as forças que agem sobre 
os corpos, sendo, no senso comum, conhecida como “técnica” ou “forma”. Portanto, a 
cinemática está relacionada com a descrição e estética do movimento, ao passo que, 
a cinética, centraliza a sua atenção nas forças que agem sobre ele – forças essas que 
podem tanto puxar como empurrar um corpo.
3.1 ANATOMIA E ANATOMIA FUNCIONAL
Para entender de biomecânica e suas aplicações na área esportiva, é fundamental 
o conhecimento sobre anatomia e anatomia funcional. 
A anatomia é a ciência que estuda aspectos estruturais e funcionais do corpo 
humano, seja em um nível macroscópico (no qual o objeto de estudo pode ser observado 
a olho nu), seja em um nível microscópico (quando são requeridos instrumentos para 
a ampliação do que se deseja observar). O estudo anatômico “[...] é a base da pirâmide 
a partir da qual se desenvolve a experiência sobre o movimento humano” (HAMILL; 
KNUTZEN; DERRICK, 2016, p. 5). É essencial conhecer a anatomia sob o ponto de vista 
topográfico, sendo necessário isolar as regiões para efetuar as devidas identificações 
morfofuncionais de ossos, articulações, músculos, vasos e nervos. Além disso, conhecer os 
aspectos anatômicos também favorece às avaliações de possíveis lesões.
10
Por exemplo, suponhamos que, na reabilitação, um atleta manifeste uma 
sensação dolorosa na região interna do cotovelo. Nessa região, podemos identificar, a 
partir do nosso conhecimento de anatomia, o epicôndilo medial do úmerocomo um 
acidente ósseo proeminente, além de músculos que possuem ação no carpo e nos 
dedos, permitindo que, tanto a mão quanto os dedos se direcionem para o antebraço 
em um movimento de flexão. Assim, o conhecimento de anatomia pode nos levar a 
diagnosticar uma epicondilite medial, cuja possível causa tenha sido a ampla utilização 
dos músculos flexores do carpo e dos dedos (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016).
Já a anatomia funcional diz respeito à área que se ocupa do estudo das 
estruturas corporais que são solicitadas durante a realização dos movimentos humanos. 
[...] a anatomia funcional, utilizada na análise de uma elevação 
lateral do braço com um haltere, identifica os músculos deltoide, 
trapézio, levantador da escápula, romboide e supraespinhal como 
contribuidores para a rotação para cima e elevação do cíngulo do 
membro superior e para a abdução do braço. (HAMILL; KNUTZEN; 
DERRICK, 2016, p. 6).
Portanto, conhecer a anatomia e suas correlações funcionais pode ser útil de 
várias formas e em contextos diversos, como em programas de treinamento, com ou 
sem uso de cargas e em avaliações de lesões no esporte. O foco de atenção da anatomia 
funcional está na ação muscular, e não necessariamente na sua localização (HAMILL; 
KNUTZEN; DERRICK, 2016).
4 BIOMECÂNICA E ESPORTES
O fisioterapeuta precisa avaliar o movimento humano durante as práticas 
esportivas. Para tal, é preciso conhecer a análise biomecânica da técnica do esporte, 
como a qualitativa ou subjetiva, e a quantitativa ou objetiva. Essas análises se referem a 
como as características de desempenho são observadas e examinadas por ele.
FIGURA 2 - FISIOTERAPEUTA
FONTE: Disponível em: < http://twixar.me/DvMm>. Acesso em: 20 set. 2022.
11
É importante que o profissional busque conhecimentos referentes à biomecânica 
do esporte, porque a compreensão das habilidades, a observação sistemática e a análise 
biomecânica do movimento permitem que ele proporcione uma assistência adequada 
à necessidade do paciente. Tendo em vista essas informações, o profissional tem a 
capacidade, não de só reabilitar os atletas, mas, de participar das análises realizadas 
em laboratórios de alta tecnologia, ajudando no desenvolvimento da habilidade para a 
prevenção de lesões decorrentes dos esportes.
Juntamente com outros componentes curriculares, a biomecânica representa um 
recurso essencial para embasar tanto um bom planejamento, quanto a aplicação de um 
programa de treino. No esporte, por exemplo, saltar mais alto ou correr por uma distância 
maior em menos tempo são feitos que podem resultar maior pontuação nas competições. 
E, para alcançar esses objetivos, é necessário investir em uma melhor performance de 
modo a superar limites, finalidades essas que estão em consonância com os princípios 
biomecânicos (ALBUQUERQUE, 2020).
Apesar de a melhora do rendimento no esporte estar associada a fatores genéticos 
e aspectos sociais e afetivos, é inquestionável que alcançar um alto rendimento esteja sob 
responsabilidade, em grande parte, do planejamento estratégico. Desse modo, é preciso 
elaborar programas que potencializem as capacidades requeridas por cada desporto, bem 
como utilizar ferramentas biomecânicas adequadas para as devidas investigações.
Outra grande contribuição da biomecânica é a possibilidade de se 
identificarem as características mecânicas dos gestos esportivos. 
A biomecânica pode estabelecer uma significativa contribuição 
para a avaliação da influência da técnica de movimento no 
desempenho esportivo.
IMPORTANTE
4.1 ANÁLISE DO DESEMPENHO ESPORTIVO
No esporte, uma questão essencial (e que, portanto, não deve ser negligenciada) é 
a capacidade do profissional responsável pelo treinamento de fazer análises adequadas 
em relação à técnica desportiva. Trata-se de um encaixe, em geral, entre análises 
quantitativas e qualitativas.
A análise qualitativa é uma forma de observação sistemática e subjetiva em torno 
das características do movimento humano. O seu objetivo é intervir apropriadamente na 
melhora do desempenho. O principal benefício dessa opção de análise é o fornecimento 
de um amplo conhecimento ao treinador, que o utiliza rapidamente para dar feedbacks 
ou instruções imediatas ao atleta. Apesar dessa possibilidade de uso rápido do 
12
conhecimento pelo fisioterapeuta, é preciso agir com cautela, de modo a não induzir os 
atletas ao erro por falta de atenção aos elementos-chave que definem o desempenho. 
Portanto, uma análise qualitativa deve ser estruturada e aplicada adequadamente 
(ALBUQUERQUE, 2020).
Além de experiência e conhecimento alicerçados em bases científicas, o 
fisioterapeuta ainda precisa conhecer e dominar as tecnologias que podem favorecer suas 
análises, cujos resultados serão intervenções eficientes ou não. Entre as tecnologias que 
podem auxiliar na mensuração de variáveis de desempenho, estão o cronômetro (figura 3) 
e o replay de vídeo, os quais possibilitam quantificar o tempo do desempenho humano, ou 
seja, permitem a realização de uma análise quantitativa.
FIGURA 3 - CRONÔMETRO
FONTE: Disponível em: < http://twixar.me/LvMm >. Acesso em: 20 set. 2022.
Conhecer os princípios da biomecânica, as áreas em que ela atua e os seus 
procedimentos, permite a otimização das intervenções profissionais e contribui na 
melhora do desempenho do atleta. O estudo da biomecânica também contribui para 
que se evitem lesões, sobretudo porque ela possibilita a definição de maneiras corretas, 
com técnicas bem desenvolvidas, para a execução dos movimentos e uma postura 
adequada do fisioterapeuta no que diz respeito às suas escolhas durante o planejamento 
e às instruções que fornece ao atleta.
13
Neste tópico, você aprendeu:
• A biomecânica é reconhecida como uma área multidisciplinar e multiprofissional científica, 
que inclui formas aplicadas de princípios mecânicos, considerando pesquisas sobre as 
estruturas e os aspectos funcionais dos organismos vivos.
• Com base nas origens diversas dos profissionais que realizam pesquisas na área de 
biomecânica, e em diferentes contextos, os estudos biomecânicos abordam vários 
problemas e/ou conflitos. 
• O conhecimento dos princípios da biomecânica é pré-requisito fundamental para que 
o indivíduo tenha competência para atuar profissionalmente. Compreender sobre a 
biomecânica é fundamental para o fisioterapeuta do esporte.
• É importante que o profissional busque conhecimentos referentes à biomecânica 
do esporte, porque a compreensão das habilidades, a observação sistemática e a 
análise biomecânica do movimento permitem que ele proporcione uma assistência 
adequada à necessidade do paciente.
RESUMO DO TÓPICO 1
14
1 Os objetivos da biomecânica incluem otimizar o rendimento e reduzir a sobrecarga. 
Já as áreas de aplicação, incluem a biomecânica do esporte, clínica e reabilitação, 
movimento laboral, movimento cotidiano, instrumentação e biomateriais. Os estudos na 
área de biomecânica são considerados relativamente novos, principalmente no que se 
refere à evolução científica. Sobre a atuação e objetivos da biomecânica, assinale a 
alternativa CORRETA:
a) ( ) A biomecânica estuda apenas áreas relacionadas ao movimento do ser humano. 
b) ( ) Todas as áreas da biomecânica têm como interesse comum os fatores biomecâ-
nicos estruturais e funcionais dos organismos vivos.
c) ( ) A biomecânica não representa um recurso para embasar tanto um planejamento 
quanto a aplicação de um programa de treino. 
d) ( ) A biomecânica relaciona-se com anatomia e fisiologia humana, apenas. A cine-
siologia é uma área distinta à biomecânica.
2 A cinesiologia objetiva analisar os movimentos do corpo humano. Já a biomecânica, 
estuda a aplicação das leis da mecânica ao sistema locomotor humano. São 
ciências distintas, mas que se complementam. Com base nas definições e estudo da 
biomecânica e cinesiologia, analise as seguintes afirmativas:
I– Profissionais da biomecânica utilizam os diversos instrumentos da mecânica no 
estudo dos aspectos anatômicose funcionais do corpo humano. 
I– A cinemática e a cinética são subdivisões do estudo da cinesiologia.
III– A cinesiologia, quando utilizada como base científica de estudos sobre o movimento 
humano, descreve as avaliações psicológicas, anatômicas, fisiológicas e/ou a própria 
mecânica do movimento. 
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As afirmativas I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a afirmativa II está correta.
c) ( ) As afirmativas I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a afirmativa III está correta.
3 O estudo da cinesiologia e biomecânica vem compondo as grades curriculares das 
universidades, sendo incluído nos planejamentos pedagógicos dos cursos de educação 
física, ciências do movimento humano e fisioterapia. De acordo com o estudado em 
biomecânica e cinesiologia, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as 
falsas:
AUTOATIVIDADE
15
( ) Os cursos dão ênfase ao aparelho locomotor, analisando a eficácia dos movimentos 
propriamente ditos, simples ou complexos.
( ) Os cursos têm como proposta identificar, de forma fragmentada, as ações 
musculares em cada fase dos movimentos articulares. 
( ) A biomecânica e cinesiologia são áreas estudadas no esporte, mas não nas 
atividades de vida diária.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – V – F.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 A cinesiologia e a biomecânica são disciplinas e áreas distintas, mas que se complemen-
tam. A biomecânica do movimento humano é uma das subdivisões da cinesiologia. 
Diante do exposto, disserte sobre a diferença entre biomecânica e cinesiologia.
5 Os objetivos da biomecânica incluem a otimização do rendimento e redução da 
sobrecarga, não apenas no esporte. As possibilidades de atuação desta área são bem 
diversificadas. Neste contexto, disserte sobre as áreas de atuação da biomecânica.
16
17
CONCEITOS CINEMÁTICOS E CINÉTICOS 
PARA ANÁLISE DO MOVIMENTO
UNIDADE 1 TÓPICO 2 — 
1 INTRODUÇÃO 
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos os conceitos cinemáticos e cinéticos para 
análise do movimento. 
Como você explica um movimento? Existem ferramentas específicas que são 
utilizadas para descrever o movimento de um objeto. Ao explicar um movimento, seja ele 
linear ou angular, você começa explicando a posição do objeto, que sempre é descrita 
em relação a uma referência. Se quiser saber como esse objeto se desloca, você pode 
estimar a velocidade do movimento e a aceleração dele.
Parece complexo, mas não precisa ser. Realmente, para estudar movimentos 
complexos, é necessário utilizar equipamentos e cálculos mais sofisticados, mas existem 
coisas que você pode fazer apenas com papel e caneta. Por exemplo, você pode extrair 
muitas informações sobre o desempenho esportivo a partir do resultado das provas.
A cinemática é um importante descritor do movimento, seja ele linear ou angular, 
e parte fundamental da biomecânica dos esportes. É com as variáveis cinemáticas que 
são percebidos os detalhes na execução de um gesto esportivo e identificadas possíveis 
melhoras no desempenho, ou fatores que devem alterados para diminuir o risco de 
lesão. Já a cinética, estuda as forças que estão associadas ao movimento, como as 
forças internas e externas. O corpo humano tanto gera, como resiste às forças durante 
a realização dos movimentos. 
Com o estudo da cinética, é possível compreender como as forças musculares 
e articulares, que são as forças internas, atuam, pelo sistema de alavancas, para que o 
movimento ocorra e quais forças externas atuarão durante a realização do movimento, 
ou mesmo na posição estática. Dessa forma, você terá um olhar mais técnico sobre o 
movimento humano e as informações resultantes podem ser utilizadas para melhorar o 
desempenho do atleta.
Neste tópico, estudaremos o histórico e conceitos relacionados a cinemática, as 
formas de movimento, conceitos relacionados a cinética, cargas mecânicas agindo sobre o 
corpo humano, e finalizaremos com os tipos de análise biomecânica.
18
2 HISTÓRICO E CONCEITOS RELACIONADOS A CINEMÁTICA
Ptolomeu (FIGURA 1), no século II, foi um astrônomo que criou um livro e afirmava 
que “se a terra possuísse movimento de rotação diário para realizar o seu circuito, sua 
velocidade deveria ser muito grande e, por isso, os objetos sobre ela deveriam ser 
arremessados, a menos que fossem mantidos em ligação com o planeta por uma força 
muito grande.”
 
Por meio dessa frase e da razão, Copérnico (FIGURA 2), Kepler e Galileu, criaram 
leis que descreviam a trajetória circular dos planetas ao redor do Sol e que harmonizavam 
os períodos de revolução desses planetas com suas distâncias do Sol.
FIGURA 1 - PTOLOMEU
FONTE: Disponível em: <http://twixar.me/4vMm >. Acesso em: 20 set. 2022.
FIGURA 2 - COPÉRNICO
FONTE: Disponível em: < http://twixar.me/bvMm >. Acesso em: 20 set. 2022.
Em 1687, Isaac Newton (FIGURA 3) propôs a existência de uma força de atração 
entre dois corpos quaisquer do universo: a  Lei da Gravidade. Logo, estava explicado 
a cinemática de Galileu e o movimento planetário de Kepler. A essa lei foi dada a fórmula: 
F=G.M.m/d2, onde “G” representa a constante de gravitação universal, cujo valor é 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cop%C3%A9rnico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Kepler
https://pt.wikipedia.org/wiki/Galileu
https://pt.wikipedia.org/wiki/Isaac_Newton
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_da_gravidade
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Cinem%C3%A1tica_de_Galileu&action=edit&redlink=1
19
6,67.10a-11, “M” e “m” são as massas dos corpos dados, e “d” é a distância dos corpos. 
Muitos perceberam a grandiosidade da obra de Newton, como Alexander Pope (FIGURA 
7), escritor inglês que escreveu: "A natureza e as leis da natureza ocultavam-se nas 
trevas. Deus disse: ‘Que Newton se faça’, e fez-se a luz" (ALBUQUERQUE, 2020).
Caro acadêmico, assista este vídeo sobre Cinemática. A partir dele você 
terá um conhecimento básico e inicial sobre o tema. 
Disponível em: <http://twixar.me/gvMm>.
DICA
FIGURA 3 - ISAAC NEWTON
FONTE: Disponível em: < http://twixar.me/wvMm >. Acesso em: 20 set. 2022.
2.1 CONCEITOS
A cinemática considera as particularidades do movimento e o analisa com base 
no espaço e no tempo, sem computar as forças que o causam ou que interferem nele. 
Mediante esse tipo de análise, é possível identificar e descrever a velocidade com que um 
objeto se move, qual altura ele atinge e em que distância acontece o seu deslocamento. 
Dessa forma, os pontos que são considerados em uma análise cinemática são a posição, 
a velocidade e a aceleração de um objeto (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016).
Ela é considerada uma subdivisão do estudo biomecânico e compreende tudo 
o que aquilo que é capaz de ser visualizado em um corpo que esteja em movimento. 
Ela engloba o estudo do sequenciamento, tamanho e cronologia do movimento, sem a 
necessidade de descrever as forças que o causam ou que dele resultam (HALL, 2020). 
Em suma,  é a área da mecânica responsável em descrever determinado movimento, 
posição, velocidade e aceleração de um corpo em cada instante. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alexander_Pope
20
Fazem parte das variações cinemáticas para um determinado movimento: o local 
do movimento, o tipo de movimento que está ocorrendo, a direção do movimento e a 
magnitude do movimento (ALBUQUERQUE, 2020).
No dia a dia, costuma-se associar movimento a tudo que esteja em 
constante atividade, mudança, agitação, animação, desenvolvimento 
ou evolução. Na Física, porém, movimento significa, em função do 
tempo, a variação da posição de um corpo em relação a outro corpo 
que serve de referência.
IMPORTANTE
Como exemplo de uma análise cinemática linear, podemos pensar na descrição 
de um atleta realizando um salto em altura ou no exame de desempenho de nadadores 
de elite. Já a análise cinemática angular, pode ser exemplificada considerando-se uma 
sequência de movimentos articulares para um serviço de tênis e a cadência segmentar 
em um salto vertical(HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016).
A partir de análises cinemáticas de movimentos angulares e/ou lineares, é 
possível aprimorar o padrão das ações e, assim, conseguir progressos técnicos, além de 
entender melhor o movimento humano. Quando uma mesa é empurrada, por exemplo, 
ela pode ou não ser movida, dependendo da força aplicada sobre ela (HAMILL; KNUTZEN; 
DERRICK, 2016).
Embora restrito, conceituar movimento necessita de precisão. Para isso, é 
necessário compreender o entendimento sobre corpo, posição e corpo de referência. 
Esses conceitos, juntamente com os de deslocamento, distância percorrida, trajetória, 
velocidade, tempo, aceleração, e referencial, fazem parte do arcabouço conceitual que 
descreve a cinemática do movimento de corpos por meio de representações externas, 
proposições semânticas e modelos matemáticos.
O que vem a ser um modelo matemático? Nada do que um 
tipo de representação simbólica utilizando entes matemáticos, 
como os vetores e as funções. Na física, os modelos 
matemáticos representam sistemas dinâmicos, os quais são 
compreendidos como um conjunto de relações matemáticas 
entre as grandezas que descrevem o tempo e o sistema, 
considerado como uma variável independente.
IMPORTANTE
21
2.1.2 PONTO MATERIAL E SISTEMA DE REFERÊNCIA
Quando dizemos que um corpo está em movimento, é necessário explicitar 
em relação a qual outro corpo a posição se altera conforme o tempo passa. Veja um 
exemplo: imagine um táxi que se aproxima de um local onde dois passageiros aguardam 
sentados. Em relação a este local, o táxi está em movimento e, os passageiros, em 
repouso. Em relação ao táxi, tanto o local dos passageiros quanto os próprios passageiros 
estão em movimento. Dessa forma, perceba que o conceito de movimento é relativo 
(ALBUQUERQUE, 2020).
2.1.3 TRAJETÓRIA
A trajetória de um corpo pode ser compreendida como o caminho que ele 
percorreu durante instantes de tempo sucessivos ao longo de seu movimento. Um 
exemplo clássico é o de um paraquedista que salta de dentro de um avião. Do ponto 
de vista do piloto do avião, desprezando os efeitos de resistência do ar, enquanto o 
paraquedas não se abre, a trajetória do paraquedista é vertical e retilínea. Para uma 
pessoa que esteja em solo, a trajetória do paraquedista será parabólica. Dessa forma, 
os conceitos de repouso, movimento e trajetória irão depender do referencial adotado 
(ALBUQUERQUE, 2020).
FIGURA 4 - MOVIMENTO, REPOUSO E TRAJETÓRIA
FONTE: do Autor (2022).
2.1.4 DESLOCAMENTO E DISTÂNCIA PERCORRIDA
O deslocamento de um corpo é uma grandeza vetorial, ou seja, possui direção, 
módulo e sentido, sendo definido como a variação de posição de um corpo em um 
intervalo de tempo específico. Diante disso, o vetor deslocamento é obtido pela diferença 
entre as posições final e inicial. Vale lembrar que o deslocamento é independente da 
trajetória. O seu módulo representa a menor distância entre o ponto inicial e final de um 
corpo que esteja em movimento, podendo ser expresso na forma vetorial ou mesmo em 
módulo. Em outras palavras, determina-se o deslocamento de um corpo realizando, em 
linha reta, a medida de diferença entre o ponto de partida e o ponto de chegada. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Grandeza_vetorial
22
Já a distância percorrida por um corpo ao longo do seu movimento, é considerada 
a medida da linha de trajetória do corpo, ou seja, a medida obtida corresponde ao valor 
da distância percorrida pelo corpo (HALL, 2020).
2.1.5 VELOCIDADE MÉDIA E VELOCIDADE INSTANTÂNEA
Define-se velocidade média a partir do conceito de deslocamento. Informa a 
velocidade com que o corpo se desloca entre duas posições. Quer um exemplo? Imagine 
que você corra em linha reta por uma quadra com 60 metros de extensão, em um minuto. 
Em média, você terá sofrido um deslocamento de um metro a cada um segundo de corrida. 
Podemos dizer que sua velocidade média foi de 1 m/s. 
Velocidade instantânea, também chamada apenas de velocidade, é semelhante 
à velocidade média. Aqui, o intervalo de tempo irá se reduzir a um instante de tempo. 
Dessa forma, naquele instante, a velocidade média torna-se a velocidade instantânea.
2.1.6 ACELERAÇÃO MÉDIA E ACELERAÇÃO INSTANTÂNEA
O conceito de aceleração média pode ser definido pelo conceito de velocidade e 
está relacionado ao quanto a velocidade de um corpo pode variar em um intervalo de tempo 
correspondente. Veja um exemplo: suponha que um carro durante a arrancada possui uma 
aceleração média de 10 km/h/s. Essa aceleração indica que a velocidade instantânea (que é 
a mesma indicada pelo velocímetro do carro), em média, está variando 10 km/h a cada um 
segundo de movimento. Pensando assim, ao partir do repouso, o carro poderia chegar a uma 
velocidade de 10 km/h após um segundo, atingindo 20 km/h depois de dois segundos, 30 
km/h depois de três segundos e assim por diante (ALBUQUERQUE, 2020).
O conceito de aceleração instantânea, ou simplesmente aceleração, é definido 
similarmente à aceleração média. Aqui, a aceleração média torna-se a aceleração naquele 
instante.
3 FORMAS DE MOVIMENTO
A maioria dos movimentos humanos constituem-se de movimento geral, que 
é uma complexa combinação dos componentes dos movimentos angular e linear. 
Como os movimentos angular e linear são formas “puras” de movimento, é útil dividir 
os movimentos mais complexos em seus componentes angular e linear ao realizarmos 
uma análise. Vamos entender essas formas de movimento?
23
3.1 MOVIMENTO ANGULAR
O movimento angular é considerado a rotação de uma linha imaginária central 
(eixo de rotação), a qual é perpendicularmente orientada ao plano em que se processa a 
rotação. Por exemplo, quando um atleta de ginástica realiza um círculo na barra, todo 
o seu corpo irá rodar com o eixo de rotação passando por meio do centro da barra. Já 
quando um atleta de saltos ornamentais realiza uma cambalhota no ar, todo o corpo 
dele estará rodando novamente, mas, dessa vez, ao redor de um eixo imaginário de 
rotação que irá se movimentar junto com o corpo (ALBUQUERQUE, 2020).
FIGURA 5 - SALTO ORNAMENTAL
FONTE: Disponível em: < http://twixar.me/9vMm >. Acesso em: 20 set. 2022.
Em outras palavras, o movimento angular acontece em torno de um ponto, 
de modo que áreas diferentes de um segmento comum não se movem em distância 
e tempo iguais. Pode-se observar um movimento angular, por exemplo, em um giro 
que ocorre em torno de uma barra suspensa. Para concluir o giro, os pés precisam se 
deslocar por uma distância destacadamente maior do que a que será percorrida pelos 
membros superiores – isso porque os pés estão mais afastados do ponto em que 
acontece a rotação. 
Em biomecânica, é comum analisar uma ação primeiramente sob o ponto de vista 
linear para, em seguida, analisá-la sob o ponto de vista angular de forma mais específica. 
Considera-se que os movimentos angulares originam ou auxiliam os movimentos lineares e 
que, por essa razão, é positivo proceder a análise das duas formas.
Quase todos os nossos movimentos voluntários compreendem a rotação que 
passa por meio do centro da articulação à qual o segmento está ligado. Quando acontece 
um movimento angular, ou uma rotação, partes do corpo em movimento estarão 
constantemente se deslocando em relação a outras partes do corpo (COMPLETO; 
FONSECA, 2011).
24
3.2 MOVIMENTO LINEAR
O movimento linear puro, também chamado de movimento de translação, 
compreende um movimento uniforme do sistema considerado o de maior interesse, 
onde todas as partes do sistema se movimentarão na mesma direção e velocidade 
(ALBUQUERQUE, 2020).
Esse tipo de movimento acontece com uma projeção retilínea ou curvilínea, de 
modo que todas as interfaces do corpo que estão se deslocando percorram a mesma 
distância no mesmo tempo. São exemplos de movimentos lineares as trajetórias de um 
velocista, de uma bola de beisebol, de uma barra no supino ou de um pé, quando se 
desloca para chutar uma bola de futebol. 
FIGURA 6 - VELOCISTAS
FONTE: Disponível em: < http://twixar.me/JvMm>. Acesso em: 20 set. 2022.
A atenção central dessas ações está exatamente na definição da direção, do 
trajeto e/ou da velocidade em que o objeto se desloca ou é impulsionado a se deslocar. O 
centro de massa corporal, ou de um segmento do corpo, é uma área que também pode 
ser monitorada por análises lineares. Isso quer dizer que é possível identificar o ponto de 
concentração de massa de um corpo para se conhecer o efeito gravitacional exercido 
sobre ele. Assim, qualquer segmento de um corpo ou objeto pode ser individualizado 
para que seja realizada uma análise linear (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016).
Veja um exemplo: uma pessoa dormindo em uma viagem de avião está sendo 
transladada por meio do ar. Porém, se essa pessoa levanta o braço para apertar o botão e 
chamar um dos comissários, a translação pura deixará de ocorrer, afinal, modificou-se a 
posição do braço em relação ao corpo (NEUMANN, 2018). 
Em suma, o movimento linear de um corpo acontece quando qualquer ponto, 
que esteja localizado nesse corpo, move-se ao mesmo tempo, na mesma direção e 
percorrendo a mesma distância. Quando um corpo se restringe a se mover sobre um 
eixo fixo, descrevendo uma trajetória circular em que qualquer ponto contido nesse 
corpo terá o mesmo deslocamento angular, mas não o mesmo movimento linear, pois 
depende de quão distante ele estará do eixo de rotação. 
25
O movimento ao longo de uma linha também pode ser considerado um 
movimento linear. Se a linha for reta, consideramos o movimento como retilíneo, mas 
se a linha for curva, consideramos o movimento como curvilíneo. 
3.3. MOVIMENTO GERAL
Ao combinar translação e rotação, o movimento resultante é um movimento 
geral. Uma bola de futebol chutada de um ponto a outro realiza um movimento de 
translação pelo ar e, ao mesmo tempo, ela roda ao redor de um eixo central. Um corredor 
realiza uma translação ao longo do caminho em virtude dos movimentos angulares dos 
segmentos corporais do quadril, joelho e tornozelo. O movimento humano consiste, 
habitualmente, muito mais em movimento geral que em movimento linear ou angular 
puro (ALBUQUERQUE, 2020).
3.4 SISTEMA DE REFERÊNCIA
Caro acadêmico, para que seja possível realizar análise do movimento humano, 
seja ele qual for, precisamos de uma referência, o que chamamos de sistema de 
referência. O movimento será sempre relativo, sendo assim, é importante conhecer o 
sistema de referência a que se analisa. Geralmente, o movimento humano de um corpo é 
descrito com relação ao Sistema de Referência Global (SRG).
A análise em duas dimensões (2D) é a referência ao movimento 
em um único plano. Em múltiplos planos, o mais comum é o de 
três dimensões (3D). E para que um movimento seja descrito, é 
importante estabelecer a origem do sistema de referência. No 
2D, a origem terá duas coordenadas, e no 3D, três coordenadas.
INTERESSANTE
O SRG é útil na descrição de movimentos que ocorrem em um corpo como um 
todo em relação ao início do movimento. Porém, caso se tenha interesse na posição 
desse ponto no corpo, mas também na sua orientação, é necessário que outro sistema 
de referência se movimente junto com esse corpo. Esse é chamado de Sistema de 
Referência Local (SRL), ou, no caso do corpo humano, sistema de referência anatômico, 
no qual sua origem e eixos estão fixados no corpo em questão. A origem do SRL pode ser 
localizada no Centro de Massa (CM) desse corpo, que é o ponto no qual está localizada 
a média das massas de um corpo. Esse ponto de trata de onde as massas desse corpo 
são distribuídas igualmente em todas as direções. Já o Centro de Gravidade (CG) é 
considerado o ponto no qual a força da gravidade se concentra. 
26
Na posição anatômica em ortostatismo, o CM se localiza aproximadamente 
na região anterior à segunda vértebra sacral. Porém, vale lembrar que esse ponto pode 
mudar de posição conforme a pessoa move o seu corpo, ou parte dele, como durante o 
ato da marcha. Na figura abaixo, veja a localização do CG.
FIGURA 6 - CENTRO DE GRAVIDADE
FONTE: Disponível em: < http://twixar.me/SvMm >. Acesso em: 20 set. 2022.
Outro conceito biomecânico importante é o grau de liberdade, que são as formas 
independentes em que um corpo pode se mover no espaço, ou também o número de 
valores necessários para descrever a posição e a orientação relativas ao SR espacial 
adotado. 
3.5 ESTÁTICA E DINÂMICA
A estática examina sistemas imóveis ou que estejam se movimentando em 
velocidade constante. Trata-se de uma área da mecânica que considera que os sistemas 
estáticos estão em equilíbrio, isto é, em uma condição estável, na qual a aceleração está 
ausente devido à neutralização por forças opostas.
A seguir, veja como é possível examinar uma postura estática (HAMILL; 
KNUTZEN; DERRICK, 2016):
• Observe a postura de uma pessoa sentada em uma cadeira para trabalhar num 
computador.
• Considere que há forças sendo exercidas, apesar de não ser identificado nenhum 
movimento.
• As forças estão concentradas entre a região dorsal do tronco e a cadeira, bem como 
entre o chão e os pés.
• As forças musculares, por sua vez, neutralizam a ação da gravidade em relação à 
postura corporal geral, além de manterem a cabeça e o tronco eretos.
• Portanto, as forças identificadas em um cenário estático, como nessa situação 
descrita, são mantidas para estabilizar uma postura que não inclui movimentos. 
27
A dinâmica, por sua vez, propõe-se a examinar sistemas móveis – que estejam 
em aceleração – mediante uma abordagem cinemática ou cinética. Valendo-se da 
postura estática que acabamos de usar como exemplo, podemos dar início a uma 
análise dinâmica a partir do momento em que a pessoa se levanta da cadeira para deixar 
a mesa do computador, isto é, quando ela passa a se movimentar. Então, retomando a 
cinemática e a cinética, podemos analisar, nesse exemplo, as forças aplicadas no chão 
e nas articulações, bem como as forças que agem sobre o movimento da pessoa ao se 
levantar da cadeira e se afastar da mesa (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016).
4 TERMINOLOGIA PADRONIZADA DE REFERÊNCIA E DO 
MOVIMENTO ARTICULAR
Caro acadêmico, compreender os conceitos de inércia, massa, peso, pressão, 
volume, densidade, peso específico, torque e impulso lhe proporcionará um conhecimento 
útil para entender os efeitos das forças durante os diversos movimentos realizados pelos 
atletas nas mais variadas modalidades esportivas.
Agora, aprenderemos os conceitos relacionados à inércia.
4.1 INÉRCIA E MASSA
Inércia compreende a resistência à ação ou à mudança, é resistência à aceleração, 
à tendência de um corpo em manter seu estado atual de movimento, movimentando-se 
com velocidade constante ou parado. Por exemplo, uma barra de 30kg parada sobre o 
solo tende a permanecer parada, imóvel. Um patinador que desliza sobre o gelo tende a 
ficar deslizando em velocidade constante e seguindo uma linha reta (HALL, 2020).
FIGURA 7 - PATINAÇÃO NO GELO
FONTE: Disponível em: < http://twixar.me/tvMm >. Acesso em: 20 set. 2022.
28
E o que vem a ser a massa? É definida como a quantidade de matéria que 
compõem um corpo/objeto, sendo o seu símbolo convencional o m. A unidade de massa 
no sistema métrico é o quilograma (kg).
4.2 FORÇA E CENTRO DE GRAVIDADE
Podemos caracterizar a força como uma ação exercida por um corpo sobre outro, 
sendo um conceito utilizado na descrição daquelas encontradas no movimento humano. O 
símbolo convencional para força é o F. Mais comumente no sistema métrico, a unidade 
de força é o Newton (N), que é o produto de 1 kg de massa por 1 m/s² de aceleração. 
No sistema inglês, a unidade de força mais comum é a libra (lb). O conceito de “corpo” 
abrange qualquer objeto, corpo ou parte corporal que está sendo focalizado para análise 
(ALBUQUERQUE, 2020). 
Sobre os tipos de força, existem as externas e internas. As externas são aquelas 
que atuam no corpo ou em segmento corporal, originadas de fontes fora do corpo. A 
gravidade é um exemplo que constantemente age no nosso corpo. Já as forças internasneutralizam as forças externas, pois podem gerar danos à estabilidade ou integridade 
de uma articulação.
É importante você compreender que cada força se caracteriza por sua direção, 
magnitude e ponto de aplicação em determinado corpo. Por exemplo, atrito, peso corporal 
e resistência da água ou do ar são forças que atuam comumente sobre o corpo humano. 
Um atleta de natação está constantemente resistindo às forças externas da água para 
poder se locomover. Para que isso ocorra, ele aplica forças internas durante os nados. A 
ação de uma força acarreta aceleração da massa de um corpo (FLOYD, 2016).
A quantidade de inércia que um corpo possui é diretamente 
proporcional à sua massa, porém, a inércia não possui unidades de 
mensuração.
NOTA
29
FONTE: Disponível em: < http://twixar.me/8vMm >. Acesso em: 20 set. 2022.
FIGURA 8 - NATAÇÃO
Devemos levar em consideração que diversas forças atuam de forma 
simultânea na maioria das situações do dia a dia e nos esportes.
IMPORTANTE
A ação isolada de uma força é rara. Portanto, é importante reconhecer que o 
efeito global de muitas forças agindo sobre um corpo livre constitui uma função da força 
efetiva, que é considerada a soma de vetores de todas as forças presentes. Quando 
todas as forças presentes mutuamente se neutralizam, a força efetiva é zero, portanto, 
o corpo permanece em seu estado de movimento original, o qual poderá ser imóvel ou 
movimentando-se com velocidade constante. Quando existe uma força efetiva, o corpo se 
movimenta na direção dessa força e com aceleração proporcional à magnitude da força 
efetiva.
Com certeza você já ouviu falar em força da gravidade. Ela é a força de atração 
que a massa da Terra exerce sobre os corpos, sendo seu ponto de aplicação considerado 
como centro de gravidade do objeto. O centro de gravidade (CG), sobre o qual estudamos 
resumidamente no tópico anterior, e conhecido como centro de massa, é o ponto ao 
redor do qual a massa corporal está equilibrada igualmente (ALBUQUERQUE, 2020).
Em um objeto assimétrico, como o corpo humano, o centro de 
gravidade posiciona-se aproximadamente anteriormente à segunda 
vértebra sacral, dependendo das suas proporções e posicionamento. 
Já em um objeto simétrico, o centro de gravidade está localizado no 
centro. Para que o corpo esteja em equilíbrio, a linha de gravidade 
deve estar acima da base de suporte. Desta forma, os fatores que 
podem afetar a estabilidade do corpo são: a proximidade do centro 
de gravidade da base de suporte e o tamanho da base de suporte.
IMPORTANTE
30
4.3 PESO, PRESSÃO, VOLUME, DENSIDADE, TORQUE E IMPULSO
Podemos definir Peso como a quantidade de força gravitacional que é exercida 
sobre um corpo em específico. Essa definição é considerada a definição geral de força, 
porém modificada, com o peso (p) sendo igual à massa (m), multiplicada pela aceleração 
da gravidade (ag) (COMPLETO; FONSECA, 2011).
Entenda que, quando se aumenta a massa de um corpo, o seu peso também 
aumenta de forma proporcional. O peso também possui direção, magnitude e ponto de 
aplicação, afinal, é uma força. A direção para a qual o peso atuará será sempre o centro 
da Terra.
O ponto no qual o peso atua sobre um corpo constitui o centro de gravidade 
desse corpo, portanto, o centro de gravidade é o ponto onde o vetor de peso atua 
nos diagramas de corpo livre. Para que sejam corretos tecnicamente, os pesos são 
identificados em Newtons e as massas em quilogramas (ALBUQUERQUE, 2020).
A Pressão (P) é definida como força (F) distribuída por uma determinada área 
(A). As unidades de pressão são as unidades de força divididas pelas unidades de área. 
As unidades de pressão no sistema métrico são representadas por N, por centímetro 
quadrado, ou seja, N/cm² e Pascal (Pa). No sistema inglês, libra por polegada quadrada 
(psi ou lb/pol²) é a unidade de pressão mais comum.
A pressão que a sola de um tênis exerce sobre o piso debaixo dele 
(o chã), é o peso corporal apoiado sobre o tênis dividido pela área 
superficial entre a sola do tênis e o piso.
INTERESSANTE
A quantidade de espaço que um corpo ocupa é o volume. Considere o espaço 
possuindo três dimensões: profundidade, largura e altura. Uma unidade de comprimento 
multiplicada por uma unidade de comprimento é considerada uma unidade de volume. 
As unidades comuns de volume são centímetros cúbicos (cm³), metros cúbicos (m³) e 
litros (l), no sistema métrico (HALL, 2020). No sistema de medidas inglês, são polegadas 
cúbicas (pol³) e pés cúbicos (pé³). 
A Densidade é definida como massa por unidade de volume, ou seja, combina 
a massa de um corpo com seu volume. A letra minúscula grega rô (p) é o símbolo 
convencional para densidade. As unidades de densidade são unidades de massa 
divididas por unidades de volume. No sistema métrico, o quilograma por metro cúbico 
(kg/m³) é uma unidade comum de densidade (ALBUQUERQUE, 2020).
31
Peso específico é definido como peso por unidade. Sendo o peso proporcional à 
massa, o peso específico será proporcional à densidade. As unidades de peso específico 
são unidades de peso divididas por unidades de volume. A unidade métrica para peso 
específico é o Newton por metro cúbico (N/m³). No sistema inglês, é a libra por pé cúbico 
(lb/m³).
Veja um exemplo: a bola de futebol e a bola de vôlei ocupam aproximadamente o 
mesmo volume, porém, a de futebol possui maiores densidades e peso específico, afinal, 
ela possui mais massa e mais peso. Outro exemplo: uma pessoa magra com o mesmo 
volume corporal de uma pessoa acima do peso possui densidade corporal total mais alta, 
já que o músculo é mais denso que a gordura. Em outras palavras, o percentual de gordura 
corporal está relacionado inversamente à densidade.
Agora, vejamos sobre o torque, que também é chamado de momento da força, 
sendo considerado o efeito rotatório criado por uma força. O torque (força rotatória), 
o equivalente angular de força linear, é o produto da força (F) e da distância (d) 
perpendicular, indo da linha de ação da força ao seu eixo de rotação. Quanto maior for a 
quantidade de torque que atuará ao nível do eixo de rotação, maior será a tendência para 
a acontecer a rotação. São unidades de força multiplicadas por unidades de distância: 
Newton-metros (N-m) ou pé-libras (pé-lb).
O produto da força pelo tempo é conhecido como impulso. Quando se aplica 
uma força a um corpo, o movimento que resulta do corpo depende da magnitude da 
força aplicada e da duração de sua aplicação. 
Para ajudá-lo a estudar todas as unidades métricas das quantidades físicas 
usadas comumente na cinesiologia e biomecânica, veja o QUADRO 1.
QUADRO 1 - UNIDADES MÉTRICAS DAS QUANTIDADES FÍSICAS
FONTE: Hall (2020, p. 66).
32
5 CARGAS MECÂNICAS AGINDO SOBRE O CORPO HUMANO
Força da gravidade e forças musculares, assim como a força de ruptura de 
osso, são forças que encontramos em diversos momentos e ocasiões no dia a dia, 
como em acidentes que diretamente afetam o corpo humano. Durante a prática de um 
esporte, um gesto esportivo, um movimento na prática de exercício físico, ou ao realizar 
atividades físicas (deslocar, limpar a casa etc.), também encontramos essas forças, 
umas em maior, outras em menor grau. O efeito de uma determinada força irá depender 
de sua duração, direção e magnitude (ALBUQUERQUE, 2020).
Na Física, a mecânica desempenha um importante papel. É por meio dela que 
são estudados os movimentos de diversos corpos. Com leis que explicam como ocorre 
a interação entre forças, a mecânica tem aplicações práticas nas mais diversas áreas, 
como construção, esportes, entre outras. Dependendo do tipo de situação, um tipo 
diferente de força pode estar agindo sobre um corpo. Determinar a força resultante a 
partir das forças que podem estar interagindo em um objeto é muito importante para a 
solução de problemas.
Vamos compreender essas forças?
5.1 FORÇA DE COMPRESSÃO, TENSÃO E CISALHAMENTO
A força de compressão também é chamada de força compressiva ou de 
esmagamento. A compressão irá ocorrer quando

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