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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO Manual resumido MELINE LOPES L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m ÍNDICE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO 01 ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 08 ALFABETIZAÇÃO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL 10 BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR 13 PSICOGÉNESE DA LÍNGUA ESCRITA 15 PRÁTICAS SOCIOINTERACIONISTA 20 QUESTÕES RESOLVIDAS 22 L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m PARA COMEÇAR Este material tem como objeto de estudo a Alfabetização e Letramento em seus aspectos históricos, políticos e pedagógicos e conta com uma abordagem voltada para as exigências de concursos públicos em carreiras educacionais. Nele você encontrará os principais tópicos da Alfabetização e Letramento de maneira didática e esquematizada. É muito importante que esse material seja usado para melhor instrumentalizar seus estudos, complementando seus conhecimentos e fixando os conteúdos para que você tenha tudo na ponta da caneta na hora da prova. Porém, não deixe de se aprofundar em cada um dos tópicos trabalhados neste material. Para isso, você, aluno(a) de nosso curso FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO, tem à sua disposição dezenas de videoaulas, senão centenas, sobre diversos livros e temas da educação infantil, dentre muitos outros assuntos. L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m Diferenças entre Alfabetização e Letramento e a sua interdependência Ao longo da história da educação existiu, e ainda persiste uma tendência a separar o processo de alfabetização do letramento, como sendo a alfabetização objetivada na codificação e o letramento como o uso social da escrita e leitura: “Apesar de estarem indissolúvel e inevitavelmente ligados entre si, escrita, alfabetização e letramento nem sempre têm sido enfocados como um conjunto pelos estudiosos. Diria incialmente que a relação entre eles é aquela do produto de um processo: enquanto os sistemas de escrita são um produto cultural, a alfabetização e o letramento são processos de aquisição de um sistema escrito”. (Tfouni,2010,p.11) Ou seja, pode-se concluir que a alfabetização Segundo Magda Soares (2005): 1. Refere-se ao ensino e o aprendizado de uma outra tecnologia 2. “Tecnologia de representação” traduz-se como o instrumento de comunicação, registro, representação manifestado pela linguagem humana a partir da escrita alfabético-ortográfica, e seu processo de construção. “O domínio dessa tecnologia envolve um conjunto de conhecimentos e procedimentos relacionados tanto ao funcionamento desse sistema de representação quanto às capacidades motoras e cognitivas para manipular os instrumentos e equipamentos de escrita.” (Soares, 2005). 01 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO Segundo Soares (2005) o conceito de letramento surgiu: De uma ampliação progressiva do próprio conceito de alfabetização. Dicionário Houaiss: “ato ou efeito de alfabetizar, de ensinar as primeiras letras” Por isto, entende-se que uma pessoa alfabetizada é entendida como aquela que domina as “primeiras letras”, que domina as habilidades básicas ou iniciais do ler e do escrever. Ao longo do século XX: O conceito de alfabetizado vai sendo progressivamente ampliado devido necessidades sociais e políticas. A partir disso não se considera alfabetizado aquele que apenas domina o sistema de escrita e as capacidades básicas de leitura e escrita. Alfabetizado é aquele que sabe usar a linguagem escrita para exercer uma prática social em que essa modalidade da língua é necessária”. (Soares,2005). L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m O conceito de letramento revela “o conjunto de conhecimentos, atitudes e capacidades envolvidos no uso da língua em práticas sociais e necessários para uma participação ativa e competente na cultura escrita.” (Soares,2005) Um explicação importante a partir destes conceitos e da percepção da interdependência de ambos, busca compreender que uma pessoa pode ser alfabetizada, mas não letrada: Um adulto pode ser analfabeto e letrado: não sabe ler nem escrever, mas utilizar a escrita. Uma criança pode ainda não ser alfabetizada, mas ser letrada: uma criança que vive num contexto de letramento, que convive com livros. “Uma pessoa pode ser alfabetizada e não ser letrada: sabe ler e escrever, mas não cultiva nem exerce práticas de leitura e de escrita, não lê livros, jornais, revistas, ou não é capaz de interpretar um texto lido; tem dificuldades para escrever uma carta, até um telegrama – é alfabetizada, mas não letrada”. (Soares, 1999) O termo “literacy” traduzido como “letramento” é concebido como ação de ensinar e aprender práticas sociais de leitura e escrita envolvendo identidade, deste modo é possível compreender que: “Ter-se apropriado da escrita é diferente de ter aprendido a ler e escrever: aprender a ler e escrever significa adquirir uma tecnologia, a de codificar em língua escrita e de decodificar a língua escrita; apropriar-se da escrita é tornar a escrita “própria”, ou seja, é assumi-la como sua “propriedade” Soares (1998,p.30) “Literacia também engloba a prática social enquanto fenômeno social e cultural mais que para além do cognitivo, considerando atitudes, sentimentos, expectativas, valores e crenças de todos os participantes que exercem papel central no processo de literacia”. (Jonez Diaz e Makin ,2005) A autora Magda Soares participa do projeto Alfaletrar disponível online, o qual convida os leitores a conhecer uma importante experiência envolvendo a aprendizagem inicial da língua escrita. Os idealizadores do site desenvolveram o quadro abaixo “para expressar o quanto letramento e alfabetização são complementares e inseparáveis no processo de aprendizagem da língua escrita.” (Projeto Alfaletrar). Vale lembrar que Magda Soares é professora emérita da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pesquisadora do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale) e coordenadora do Núcleo de Alfabetização e Letramento de Lagoa Santa. 02 L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m 03 Como definir Alfabetização? Para fins de estudo, organizamos 3 tópicos com as principais abordagens de Tfouni (2010), sobre alfabetização : A alfabetização refere-se a aquisição da escrita enquanto aprendizagem de habilidades para leitura, escrita e as chamadas práticas de linguagem. Isso é levado a efeito, em geral, por meio do processo de escolarização e, portanto da instrução formal. A alfabetização pertence, assim, ao âmbito individual. O letramento por sua vez, focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição da escrita. (...) tem por objetivo investigar não somente quem é alfabetizado, mas também quem não é alfabetizado, e, nesse sentido, desliga-se de verificar o individual e centraliza-se no social. A escrita é o produto cultural por excelência, resultado exemplar da atividade humana sobre o mundo, tal como o livro que pode ser usado como metáfora do corpo humano, “orelhas, página de rosto”. L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m Duas formas de se entender alfabetização: Processo de aquisição individual de habilidades requeridas para a leitura e escrita: Nessa perspectiva alguns equívocos acontecem quando acredita-se que a alfabetização é algo que chega a um fim e pode ser descrita sob a forma de objetivos instrucionais, sendo que o principal destaque da alfabetização é sua incompletude. Tfouni (2010), explica que a descrição dos objetivos a serem atingidos está mais ligado a escolarização do que da alfabetização, ou também como processo de representação deobjetos diversos, de natureza diferentes. A crítica ao debate sobre alfabetização e escolarização segundo Giroux (1983 apud Tfouni) é importante , porque indica como, em parte, a produção de significados e do saber escolar é determinada por relações mais amplas de poder. Dentro de tal contexto comumente se vê a alfabetização sendo definida em termos mecânicos ou “habilidades fundamentais”, que segundo o autor Giroux está ligada as lógicas e necessidades do capital que ditam tais habilidades como necessárias a expansão do processo de trabalho, diferente de pensar nas habilidades voltadas a formação humana. A crítica de Giroux citada por Tfouni, revela que a escola reproduz essa necessidade do capital e cria normas para que essa educação esteja de acordo com o capitalismo, diferente de buscar habilidades voltadas para o amplo desenvolvimento humano. A necessidade do método para alfabetizar De todo modo, considerando as discussões sobre alfabetização e letramento a grande dúvida que permeia os educadores em geral se dá na esfera do “como fazer’? Como “alfabetizar letrando” e vice-versa? Para Colello (2014) é importante criticar a ineficiência das práticas pedagógicas, que reduzem a alfabetização a uma aprendizagem técnica”, e assim defender e apresentar formas de realizar a construção do conhecimento desde que: no contexto das práticas sociais e a aprendizagem da língua escrita pela reconfiguração dos modos de interagir e de se situar no mundo letrado. Vem daí o interesse em compreender como a natureza das atividades escolares pode favorecer a exploração dos recursos linguísticos e temáticos, contribuindo para a constituição do sujeito interlocutivo (Colello, 2014). Para esta autora quais os grandes desafios que os educadores enfrentam na prática educativa envolvendo a aquisição da leitura e da escrita? Para elencar as principais inquietações dos educadores, Colello (2012) pontua os seguintes aspectos: I. Ocorrência de procedimentos mecânicos, descontextualizados e pouco significativos. II. Práticas que desconsideram o contexto sociocultural dos alunos (seus valores, motivações e práticas letradas de seu mundo). 04 L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m III. Desconsideração dos saberes conquistados em situações de efetivo uso da língua. IV. Sensação de despreparado por parte dos professores ao lidar com as turmas, numerosas e heterogêneas, ou para promover experiências plurais do ler e escrever. V. Estrutura metodológica linear, que prevê e controla os passos de uma progressão cognitiva inflexível, não necessariamente compatível com o percurso e ritmo dos alunos. VI. Recursos didáticos de caráter prescritivo e generalista que, seguindo uma lógica do mercado editorial, pouco investem na relação funcional do indivíduo com a língua que se pretende ensinar. Faz-se necessário compreender que a alfabetização é um processo que passou a ser denominado, entre nós, a partir do início do século XX. No Brasil a história da alfabetização tem sua face mais visível na história dos métodos de alfabetização. Desde “o final do século XIX, vêm-se gerando tensas disputas relacionadas com "antigas" e "novas" explicações para um mesmo problema: a dificuldade de nossas crianças em aprender a ler e a escrever, especialmente na escola pública.” (Mortatti,2006). Em uma conferência realizada pelo MEC em 2006, com o tema "Alfabetização e letramento em debate", o autor e pesquisador Mortatti revela quais foram os principais momentos da história da alfabetização no Brasil e seus consequentes “métodos” organizados no quadro abaixo: 05 1º momento - A metodização do ensino da leitura: Métodos Sintético 2º momento – A institucionalização do Método Analítico: Até o final do Império brasileiro: as poucas escolas existentes eram, na verdade, salas adaptadas, que abrigavam alunos de todas as “séries”: métodos de marcha sintética (da "parte" para o "todo"): 1 - Baseados na soletração (alfabético), partindo do nome das letras; fônico (partindo dos sons correspondentes às letras); 2 - Silabação (emissão de sons), partindo das sílabas. Sob influência da pedagogia norte- americana, baseava-se em: 1 - Princípios didáticos derivados de uma nova concepção — de caráter biopsicofisiológico — da criança, cuja forma de apreensão do mundo era entendida como sincrética. 2 - Necessidade de se adaptar o ensino da leitura a essa nova concepção de criança. L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m 06 Como ensinar? Como ensinar? 1 - Iniciar o ensino da leitura com a apresentação das letras e seus nomes (método da soletração/alfabético), ou de seus sons (método fônico), ou das famílias silábicas (método da silabação), sempre de acordo com certa ordem crescente de dificuldade. 2 - Posteriormente, reunidas as letras ou os sons em sílabas, ou conhecidas as famílias silábicas, ensinava-se a ler palavras formadas com essas letras e/ou sons e/ou sílabas e, por fim, ensinavam-se frases isoladas ou agrupadas. 3 - Quanto à escrita, esta se restringia à caligrafia e ortografia, e seu ensino, à cópia, ditados e formação de frases, enfatizando-se o desenho correto das letras. (...) 1 - Deveria ser iniciado pelo “todo”, para depois se proceder à análise de suas partes constitutivas. No entanto, diferentes se foram tornando os modos de processuação do método, dependendo do que seus defensores consideravam o “todo”: a palavra, ou a sentença, ou a "historieta". 2 - O processo baseado na "historieta" foi institucionalizado em São Paulo, mediante a publicação do documento Instrucções praticas para o ensino da leitura pelo methodo analytico – modelos de lições. (...) Os defensores do método analítico continuaram a utilizá-lo e a propagandear sua eficácia. No entanto, buscando conciliar os dois tipos básicos de métodos de ensino da leitura e escrita (sintéticos e analíticos), em várias tematizações e concretizações das décadas seguintes, passaram-se a utilizar: métodos mistos ou ecléticos (analítico-sintético ou vice-versa), considerados mais rápidos e eficientes. (Mortatti,2006). Por volta da década de 1970, passou-se a considerar a alfabetização relacionando o ensino de acordo com a maturidade da criança, supervalorizando as questões didáticas submetidas às questões de ordem psicológica. Na década de 1980 desloca-se a centralidade das questões da alfabetização ligadas anteriormente ao ensino para o sujeito cognoscente, o aluno. “Tal mudança deve-se as questões polícas e econômicas nas quais o país estava imerso e no enfrentamento do fracasso da escola na alfabetização de crianças. “ Neste contexto é que surge “o pensamento construtivista sobre alfabetização, resultante das pesquisas sobre a psicogênese da língua escrita desenvolvidas pela pesquisadora argentina Emilia Ferreiro “(Mortatti,2006). L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m 07 A alfabetização é muito mais “do que simples técnica de associar letras e palavras, justificada pelo seu potencial educativo “; Colello (1995) explica que este potencial visa formar: I. O sujeito falante, poliglota II. Produtor de texto, interprete III. Leitor, revisor de texto, estudante IV.Pesquisador, ser pensante, ser social. Entre tantas esferas da construção da língua escrita, é possível relacionar conforme descrito ao lado, (de 1 a 5.) a importância do universo simbólico em sua construção e também os diferentes papéis da língua escrita: 1. Construção e fortalecimento do universo simbólico, relação entre a oralidade e a escrita 2. Usos da língua escrita em seus múltliplos papéis, funcionamento do sistema 3. Relação entre fonema e grafia, relação “todo-partes” na escrita e a sistematização das suas variações quantitativas e qualitativas 4. Relações entre a leitura e a escrita, relações entreimagens e texto/ desenhar e escrever, conhecimento dos portadores de texto nas suas relações com funções 5. Gêneros, estilos, componentes visuais e composição estética. L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m Toda prática bem sucedida envolvendo afabetização e letramento de criaças de 3 a 5 anos “devem envolver escola,família e cultura popular” como fatores essenciais que ampliam o letramento. Esta afirmativa é de Tizuko Morchida Kishimoto referência no assunto alfabetização e letramento, constantemente citada em concursos e provas na área da Educação. A pergunta que esta autora ajuda compreender se dá no seguinte questionamento: Como a criança torna-se letrada? Abaixo algumas considerações sobre esta questão: 1) Na atividade situada a partir de instrumentos sociais de comunicação: como computadores, internet, telecomunicações, fax, fotocópias, televisão, dramas, filmes, teatro e arte e também a partir dos textos da vida cotidiana, como os mapas, sinais de trânsito, horários de transporte coletivo, são fundamentais para a inserção no mundo. (Jones Diaz, Makin, 2005). 2) Termos, como multiliteracia (multiletramento) e literacia multimodal (letramento multimodal), indicam a variedade e as interrelações entre os textos impressos, visuais e auditivos. 3) Dessa forma, linguagem, música, artes visuais,símbolos matemáticos, brincadeiras, blocos ou computadores são sistemas semióticos que as crianças usam para representar, ou seja, são multiliteracias ou multiletramentos. 4) Quando se utiliza uma prática típica da educação infantil de integrar a música à linguagem e ao movimento temos a literacia/letramento multimodal. Desde a Educação Infantil o educador, a família devem sempre incentivar as crianças a participarem de situações comunicativas. Mas o que são situações comunicativas? Segundo o Referencial curricular nacional para a educação infantil, situações comunicativas podem ser compreendidas como toda forma de expressão que incentive a criança a participar ativamente das situações em que a comunicação existe, seja ela entre adultos e crianças, ou entre alunos, de todas idades, respeitando as fases do desenvolvimento infantil, valorizando a diversidade e o desenvolvimento individual, longe de buscar padrões, ou impor a perspectiva do adulto do que seja comunicação. Deste modo o documento explica que: 1. “O maior número possível de situações comunicativas e expressivas resulta no desenvolvimento das capacidades linguísticas das crianças, uma das tarefas da educação infantil é ampliar, integrar e ser continente da fala das crianças em contextos comunicativos para que ela se torne competente como falante. (BRASIL,1998,p. 134)”. 2. É importante que o professor converse com bebês e crianças, ajudando-os a se expressarem, apresentando-lhes diversas formas de comunicar o que desejam, sentem, necessitam, etc. (BRASIL, 1998, p.134). ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL (CRIANÇAS DE 3 A 5 ANOS) 08 L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m 1. A roda de conversa é o momento privilegiado de diálogo e intercâmbio de ideias. Por meio desse exercício cotidiano as crianças podem ampliar suas capacidades comunicativas, como a fluência para falar, perguntar, expor suas ideias, dúvidas e descobertas, ampliar seu vocabulário e aprender a valorizar o grupo como instância de troca e aprendizagem.(BRASIL,1998,p.138). 2. A leitura realizada em voz alta, em situações que permitem a atenção e a escuta das crianças, seja na sala de aula, no parque debaixo de uma arvore, antes de dormir, numa atividade específica para tal fim etc., fornece ás crianças um repertório rico em oralidade.(BRASIL,1998, p.135). 3. Em algumas práticas, se considera o aprendizado da linguagem oral, como um processo natural, que ocorre em função da maturação biológica prescinde-se nesse caso de ações educativas planejadas com a intenção de favorecer essa aprendizagem.” (BRASIL, 1998, p.119). . 09 L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m Para compreender de que forma os programas e projetos políticos vão sendo construídos em prol da alfabetização de crianças, e transformando-se em políticas nacionais para a educação é preciso conhecer duas importantes esferas de atuação destas políticas sendo elas o PNAIC e a BNCC. Sabe-se que a discussão da BNCC tem sido presente nos ambientes escolares devido ao seu recente projeto de implementação o qual tem agitado diversos setores da educação. Antes da BNCC, faz-se necessário compreender o que se trata o PNAIC, e de que forma os concursos podem tratar questões envolvendo o assunto, e como o aluno deve-se preparar para apropriar-se deste tema. O PNAIC (Programa Nacional Alfabetização na Idade Certa) é um programa integrado cujo objetivo é a alfabetização em Língua Portuguesa e Matemática, até o 3º ano do Ensino Fundamental, de todas as crianças das escolas municipais e estaduais, urbanas e rurais, brasileiras. Caracteriza-se, sobretudo: 1) pela integração e estruturação, a partir da Formação Continuada de Professores Alfabetizadores, de diversas ações, materiais e referências curriculares e pedagógicas do MEC que contribuem para a alfabetização; 2) pelo compartilhamento da gestão do programa entre Governo Federal, estados e municípios; 3) pela orientação de garantir os direitos de aprendizagem e desenvolvimento, a serem aferidos pelas avaliações anuais. (MEC,2012). Segundo informações do site do MEC, o Programa também possui sua estratégia de avaliação que vão desde avaliações contínuas, até avaliações de âmbito nacional de forma a quantificar, e gerar indicadores de educação, para mensurar o quesito qualidade, em especifico na produção de dados acerca da alfabetização de nossas crianças. AVALIAÇÃO Aplicação da Provinha Brasil, pelas próprias redes, no início e no final do 2° ano do ciclo de alfabetização: Resultados, serão “devolvidos” em sistema informatizado desenvolvido pelo INEP para tabular, agregar e informar resultados às redes. Aplicação de avaliação externa anual pelo INEP, universal, ao final do 3° ano: INEP desenvolverá resultados tabulados para as redes até março do ano seguinte à aplicação; Provas serão compatíveis com Provinha Brasil. ALFABETIZAÇÃO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL 10 L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m Pacto Nacional no qual o Governo Federal, os estados e os municípios reafirma e ampliam o compromisso previsto pelo Decreto 6.094/2007, especialmente no tocante ao inciso II do Art. 2° - “alfabetizar as crianças até, no máximo, os oito anos de idade, aferindo os resultados por exame periódico específico” – que passa abranger: Alfabetização em Língua Portuguesa e em Matemática; Realização de avaliações anuais universais, pelo INEP, para os concluintes do 3° ano do Ensino Fundamental; Apoio gerencial, no caso dos estados, aos municípios que tenham aderido ao Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), para sua efetiva implementação. No âmbito do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (doravante PNAIC), adota-se a abordagem da alfabetização na perspectiva do letramento, na qual se busca: Se retomarmos as quatro principais dimensões do eixo oralidade abordadas nos Cadernos de 2013, podemos constatar relações com a escrita em todas elas. 1. A dimensão da produção e compreensão de gêneros orais; 2. Relações entre fala e escrita; 3. Oralização da escrita; 4. Valorização dos textos da tradição oral. No caderno de número 5 encontramos informações sobre o Ciclo de Alfabetização. Neste documento encontramos os principais pontos a serem destacados: “é muito produtivo mobilizar situações orais como ponto de partida para entender o funcionamento linguístico e discursivo da escrita: é assim com situações de aprendizadoda organização discursiva da escrita, como a própria escuta de textos lidos. “ (Brasil, 2015). A situação de ouvir a leitura organizada pelo professor, diferente da contação de histórias sem livros e da explicação de conteúdos sem a presença do texto, favorece a aprendizagem de diversos aspectos da linguagem própria à escrita, bem como de comportamentos leitores (Lerner, 2002 apud Brasil, 2005) e de diversas estratégias de leitura (Solé,1998 apud Brasil,2005). 11 Favorecer situações propícias de aprendizagem do funcionamento do sistema de escrita alfabética, de modo articulado e simultâneo às aprendizagens relativas aos usos sociais da escrita e da oralidade. (Brasil, 2015) L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m O reconto oral pelas crianças de histórias que foram lidas para elas; A reescrita de textos pelos alunos ou pelo professor escriba de textos mediada pela leitura oral do professor; A produção coletiva de textos, centrada nos aspectos textuais (e não na notação alfabética) e mediadas oralmente pelo professor escriba; A ditado ao professor (os próprios alunos determinam as formas que serão escritas, revisando o texto junto com o professor); O uso de procedimentos recursivos de planificação e de revisão oral do texto escrito; Como essa, muitas outras práticas de compreensão e produção de textos articulam a fala e a escrita, tais como: 12 CONCLUSÕES DO CADERNO 5: “Em todas as disciplinas, há leitura, deveria haver produção escrita dos alunos, deveriam colocar-se questões de ordem linguística que podem constituir objeto de ensino e deveria haver a voz do aluno, nos debates, nas negociações de sentido, nas publicações que possam se dar por via oral.” DESTACA-SE: A “Importância de algumas possibilidades do entrecruzamento articulado (imbricação) dos diferentes eixos do ensino da língua escrita, considerando que esses entrecruzamentos são mais desejáveis em uma perspectiva interdisciplinar. “O ensino específico da língua torna-se mais eficaz porque se imprime com maior significado, produzindo nos sujeitos discentes efeitos duradouros e que se tornam germes para desenvolver continuamente, com aprofundamentos sempre necessários que marcam as experiências de letramento” (Brasil, 2015). L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m Nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental a ação pedagógica deve ter como foco: A alfabetização, a fim de garantir amplas oportunidades para que os alunos se apropriem do sistema de escrita alfabética de modo articulado ao desenvolvimento de outras habilidades de leitura e de escrita e ao seu envolvimento em práticas diversificadas de letramentos. Como aponta o Parecer CNE/CEB nº 11/20102: “os conteúdos dos diversos componentes curriculares [...], ao descortinarem às crianças o conhecimento do mundo por meio de novos olhares, lhes oferecem oportunidades de exercitar a leitura e a escrita de um modo mais significativo” (BRASIL, 2010). Para a BNCC, é preciso que os estudantes conheçam: O alfabeto e a mecânica da escrita/leitura – processos que visam a que alguém (se) torne alfabetizado, ou seja, consiga “codificar e decodificar” os sons da língua (fonemas) em material gráfico (grafemas ou letras) O que envolve o desenvolvimento de uma consciência fonológica (dos fonemas do português do Brasil e de sua organização em segmentos sonoros maiores como sílabas e palavras) O conhecimento do alfabeto do português do Brasil em seus vários formatos (letras imprensa e cursiva, maiúsculas e minúsculas) Estabelecimento de relações grafofônicas entre esses dois sistemas de materialização da língua. Ao longo do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, a progressão do conhecimento ocorre pela: Consolidação das aprendizagens anteriores e pela ampliação das práticas de linguagem e da experiência estética e intercultural das crianças. Devem ainda ser consideradas medidas para assegurar aos alunos um percurso contínuo de aprendizagens entre as duas fases do Ensino Fundamental. BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) 13 L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m No Ensino Fundamental – Anos Iniciais, aprofundam-se as experiências com a língua oral e escrita já iniciadas na família e na Educação Infantil. É nos anos iniciais (1º e 2º anos) do Ensino Fundamental que se espera que ela se alfabetize. Para se compreender a concepção de alfabetização para a BNCC é preciso destacar alguns fatores os quais: Dominar o sistema de escrita do português do Brasil não é uma tarefa tão simples. Trata-se de um processo de construção de habilidades e capacidades de análise e de transcodificação linguística. Estamos tratando de uma nova forma ou modo (gráfico) de representar o português do Brasil. Estamos tratando de uma língua com suas variedades de fala regionais, sociais, com seus alofones, e não de fonemas neutralizados e despidos de sua vida na língua falada local. De certa maneira, é o alfabeto que neutraliza essas variações na escrita. Principais pontos da BNCC segundo Montagnoli e Bazani (2017): O documento manifesta atenção na transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, visando a integração e continuidade nos processos de aprendizagem dos educandos, respeitando as especificidades de cada etapa A BNCC (2017) expressa valorização pelas situações de aprendizagens lúdicas e indica a necessidade de articular as experiências vividas na Educação Infantil. Segundo a BNCC (2017), as experiências que o aluno traz consigo do ambiente familiar, cultural e social, o contato com as tecnologias, memórias, estimulam sua curiosidade e assim, novas perguntas. Isso faz com que o aluno comece a ampliar sua compreensão de si mesmo e do mundo social, das relações humanas no qual ele está inserido. Para o documento o homem é um ser mediado socialmente pela linguagem. Os conhecimentos humanos são sempre construídos por diversas formas de linguagem, na qual se dá a partir da interação do homem com outros homens, de forma coletiva. Nos anos iniciais das crianças, a BNCC (2017) nos mostra que é preciso se atentar ao desenvolvimento da capacidade de representação, essencial para a compreensão do sistema de escrita alfabética. O Ensino Fundamental nos anos iniciais é composto por cinco eixos, que são: oralidade, conhecimentos linguísticos e gramaticais, leitura, escrita e educação literária. 14 L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m As questões sobre alfabetização, que envolvem a pergunta: “Como ensinar a ler e escrever?” Podem ser respondidas considerando que cada resposta será oriunda de uma perspectiva filosófica, histórica, partindo do conceito do que se entende por infância, escola e sociedade. Para este trabalho foram selecionadas algumas autoras e autores que na contemporaneidade vem respondendo estas questões considerando o êxito em práticas anteriores, e na forma como o país e o mundo entende por termas como alfabetização, ensino, aprendizado e letramento. E na forma como estas informações sobre este tema podem ser organizadas para o estudante que busca aprovação em um concurso público. A autora Telma Weisz (2011) no livro Reflexões sobre alfabetização (Volume 6-Questões da nossa época, editora Cortez), ao realizar a releitura de Emília Ferreiro ressalta a importância da consolidada teoria da psicogênese da escrita. Telma Weisz explica que ao longo da história, com a democratização do acesso a educação e o avanço das ciências voltadas para como a criança aprende e se desenvolve, reforçaram-se a importância de repensar a prática escolar da alfabetização. O grande salto que marcou o início da quebra dos paradigmas da alfabetização se deram sobretudo na crença de que a alfabetização “começava e acabava entre as quatroparedes da sala de aula” (Weisz et al, 2011,p.7), ou ainda quando se passou a buscar pelos culpados da dificuldade e fracasso escolar, ora nos próprios alunos “carentes, deficientes”, ora nos professores “malformados”, ou ainda na escola como “máquina de reprodução das relações de poder”. O grande diferencial de Emília Ferreiro neste contexto se deu na forma como as teorias desta autora proporcionam mudanças na “própria natureza das relações do poder pedagógico”, uma revolução conceitual que demonstra que o processo de alfabetização nada tem de mecânico, desde que concentrado do ponto de vista da criança que aprende. O que nem sempre fora uma perspectiva adotada pelos envolvidos na educação de crianças. Professoras e pesquisadoras mais recentes como a já citada Telma Weisz, Esther Pilar Grossi, Terezinha Nunes Carraher e Lucia Browner Rego possibilitam o entendimento da argentina Emília Ferreira, a qual se formou como doutora na Universidade de Genebra, onde teve o privilégio de ser orientada por Jean Piaget. Para fins de estudos, seguem sintetizadamente abaixo, os principais tópicos e contribuições destas professoras e pesquisadoras da área, concentradas na fonte referida acima (Weisz et al, 2011): A PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA (EMÍLIA FERREIRO) 15 L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m É recente a tomada de consciência sobre a importância da alfabetização inicial como a única solução real para o problema de alfabetização remediativa (adolescentes e adultos) Tríade essencial para o entendimento da natureza do objeto de conhecimento envolvendo a aprendizagem: sistema de representação alfabética da linguagem, e as concepções dos alunos e professores sobre o processo de aprendizagem. Escrita pode ser considerada como uma representação da linguagem ou como um código de transcrição gráfica das unidades sonoras. Alguns termos precisam estar esclarecidos para os estudantes que buscam entender melhor sobre Alfabetização e Letramento, e um deles se refere ao conceito de codificar. Lembrando que essa diferença será destaque do nosso estudo em um outro tópico, mas que nessa parte iremos nos aproximar do que significam esses termos para Emília Ferreiro. O estudante que busca conteúdo para provas e concursos deve estar cientes de que o termo “letramento” advém de discussões mais recentes, mas que podem ser incorporadas em questões envolvendo teorias sobre alfabetização como no caso da psicogênese que estamos aqui tratando. É sabido que Emília Ferreiro escreveu em um determinado período histórico e ao longo do tempo outras teorias que partiram ou não da mesma perspectiva que a autora, foram sendo consideradas também essenciais e neste texto traremos aos aluno esse importante panorama envolvendo o tema. Para se compreender a psicogênese é importante ressaltar por exemplo, que a transcrição das letras do alfabeto em um código binário computacional ou códigos telegráficos são exemplos de construção de códigos de transcrição alternativa baseado em algo que já existe, ou seja: o sistema alfabético e ideográfico. Ao se falar em codificação, não se criam novos códigos, mas consiste no processo de aprender aquilo que já existe e que para as crianças acontece de forma “nova”, tal como no processo do ser humano ao “descobrir a escrita”. Então vejamos: essa criança está em um meio em que a escrita já existe, e ela deve aprender como isso se constrói, não inventando algo, mas aprendendo um sistema que já está sendo utilizado. Baita processo não é? Considerando a grandeza desse processo de aquisição da escrita que engloba tantas habilidades, é que se dá a importância do estudo de Emília Ferreiro, pois ela traz a concepção de desenvolvimento de Jean Piaget, mas agora para além do “desenvolvimento global” do corpo humano e da inteligência, mas em específico da aquisição da escrita e leitura. Ao longo da história, remontando ao processo de invenção da escrita, sabemos que ela não foi codificada de início, mas passou por uma construção de um sistema de representação. A partir da sua construção novas formas de codificação vão ocorrendo. E a criança, ela codifica, ou constroem um sistema de escrita? Partindo de uma sequência de que a escrita já foi inventada, pressupõe-se que as crianças codificariam, certo? Mas não, e as autoras explicam que no começo da escolarização “as dificuldades que as crianças enfrentam são dificuldades conceituais semelhantes às da construção do sistema e por isso pode-se dizer, (...) que a criança reinventa esses sistemas “ (Weisz et al, 2011,p.17), bem diferente de considerar que as crianças reinventam letras e números, trata-se de compreender que as crianças no processo de ler e escrever, “devem compreender seu processo de construção e sua regra de produção”, eis que neste ponto que surge a questão da representação, da forma como se representa o real. 16 L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m Deste modo considera-se: 1. Natureza bifásica do signo linguístico: Escritas do tipo alfabético poderiam ser caracterizadas como sistemas de representação cujo intuito é representar as diferenças entre os significantes. Escritas ideográficas podem ser caracterizadas como sistema de representação cuja intenção primeira é representar diferenças nos significados. 2. Sistema alfabético: privilegiam a representação de diferenças entre os significantes, e outros (como ideográficos) privilegiam a representação de diferenças nos significados, nenhum dele é puro. (Weisz et al, 2011,p.18). A questão é de que diante tais diferenciações não se pode separar o significante sonoro do significado, pois assim destruíra-se o signo linguístico, pois considera-se a escrita “como um código de transcrição que converte as unidades sonoras em unidades gráficas, coloca-se em primeiro plano a discriminação perceptiva nas modalidades envolvidas (visual e auditiva)”. Dois termos bastante recorrente quando o assunto é alfabetização e letramento, que vem sido cobrado dos candidatos em provas e concursos são os termos “significantes e significado”. Tais termos também possibilitam compreender melhor as teorias de aprendizagem que envolvem a discussão do signo, já que a linguagem verbal se realiza por meio de signos linguísticos. Para Magda Soares (2005): Quando ouvimos palavras como SAPO e MESA, utilizamos signos linguísticos. Esses signos possuem sempre duas faces, como as moedas. Uma das faces é o significado, ou a ideia que formulamos ao falar ou escutar as palavras SAPO e MESA. A outra face é o significante, ou aquele conjunto de sons articulados, ao qual associamos um significado. Por exemplo: u ao ouvirmos ou pronunciarmos o signo SAPO, associamos os sons [s]+[a]+[p]+[u] (o significante) a seus significados; Agora já podemos responder à pergunta feita mais acima. O sistema de escrita que você utilizou representa que aspecto da linguagem humana, do signo linguístico? A resposta é: representa os significados dos signos linguísticos. Trata-se de um sistema de escrita ideográfico: ideo- (ideia, significado) + -grafia (escrita) = escrita da ideia ou do significado. Tais reflexões possibilitam evitar a repetir a ideia de que a escrita é código de transcrição, ou que se pode ensinar a ler e escrever por meio de técnicas. A palavra técnica, não pode ser confudida com metodologia, mas sim, diante toda as explicações aqui postas a partir de Weisz et al (2011), de Magda Soares (2005) a de que a aprendizagem conceitual é mais profunda e envolve mais fatores do que pura e simplesmente técnica. . 17 L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m Se o aprendizado do sistema de escrita não é uma técnica , mas sim uma concepção o que se sabe até hoje sobre esse assunto? Para isso, as autoras explicam que podem ser observados três grandes períodos os quais podem se subdividir em muitas dimensões: Distinçãoentre o modo de representação icônico e o não icônico; Construção de formas de diferenciação (qualitativo e quantitativo); Fonetização da escrita ( início no silábico até o alfabético). O Programa Bolsa Escola Pública e Universidade na Alfabetização foi instituído pelo DECRETO nº 51.627, de 1º de março de 2007 pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo – e com ele ficou claro alguns pontos principais que interessa a saber aos educadores. Os princípios básicos desses encontros visava demonstrar aos professores que em relação a psicogênese e ao processo de alfabetização não se deve: 1) Não identificar leitura com decifrado; 2) Não identificar escrita com cópia de um modelo; 3) não identificar progressos na conceitualização como avanços no decifrado ou na exatidão da cópia. Para Magda Soares (2005) a criança inicia a apropriação da escrita antes mesmo de entrar para a escola, processo este de apropriação da linguagem escrita, de natureza conceitual, resultante dentre outros fatores, de uma atividade complexa que envolve a formulação de perguntas e a construção de hipóteses em resposta a essas perguntas. Ainda ressaltando o que há de mais importante na teoria da Psicogênese, e que vem sido cobrado de forma recorrente nas questões de concursos e provas sobre o assunto é a compreensão de que: Formulada em Ferreiro & Teberosky (1974). A psicogênese da língua escrita resgata (...) a noção de que o indivíduo tem, por condicionamento filogenético, a capacidade de identificar o valor simbólico de um sinal empregado com fins comunicativos, em seguida analisá-lo, construir gradativa e positivamente um conhecimento acerca de sua estrutura e, finalmente, empregá-lo em situações comunicativas. Esta sucessão de atos resume o percurso por que passa o alfabetizando para realizar a psicogênese da língua escrita. As hipóteses aludidas em Ferreiro & Teberosky (1974) constituem os estados provisórios que representam o conhecimento acerca do código, durante o processo de psicogênese. Deste modo, tais hipóteses relacionam-se diretamente (segundo a metáfora heurística descrita na seção anterior) às hipóteses que redundam em teorias de gramática no processo de aquisição da língua materna pela criança. Na medida em que, como já vimos anteriormente, não existe motivação filogenética para se postular alguma isomorfia entre a aquisição da língua materna e o aprendizado do código escrito, a menção às hipóteses em Feneiro & Teberosky (1974) constitui uma estratégia metodológica e não uma verdade científica que possa justificar uma teoria acerca da psicogênese da língua escrita. (SENNA, 1994,p.19) . 18 L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m O autor acima faz um trabalho muito importante pois apresenta o que há de essencial no entendimento da psicogênese a partir de estudos do Colégio de Aplicação e da Faculdade de Educação da UERJ. Magda Soares (2005) em parceria com o Ceale, importante centro Centro de alfabetização, leitura e escrita da FaE / UFMG, em conjunto com o Ministério da Educação elaborou um curso de formação de profesores nos quais a autora definia os principais conceitos relacionados a psicogênese, tratados abaixo conforme a autora: Os estudos de Emília Ferreiro, Ana Teberosky e seus colaboradores, sobre a aquisição da escrita (ou sobre a psicogênese da escrita), fornecem uma excelente base para fundamentar discussões de natureza metodológica. (...)Psicogênese: origem e desenvolvimento dos processos mentais ou psicológicos relativos ao conhecimento de um determinado objeto. (Soares,2005) Síntese das principais ideias que sustentam os estudos sobre a psicogênese da linguagem escrita segundo Magda Soares (2005) no material disponibilizado com o Ceale e o MEC: 1) A criança não começa a aprender a escrita apenas quando entra para escola; desde que, em seu meio, ela entra em contato com a linguagem escrita, começa seu processo de aprendizado. 2) Esse aprendizado não consiste numa simples imitação mecânica da escrita utilizada por adultos, mas numa busca de compreender o que é a escrita e como funciona; é por essa razão que se diz que se trata de um aprendizado de natureza conceitual. 3) Na busca de compreensão da escrita, a criança faz perguntas e dá respostas a essas pergun tas por meio de hipóteses baseadas na análise da linguagem escrita, na experimentação de modos de ler e de escrever, no contato ou na intervenção direta de adultos. 4) As hipóteses feitas pela criança se manifestam muitas vezes em suas tentativas de escrita muitas vezes chamadas de escritas “espontâneas”) e, por isso, não são “erros”, no sentido usual do termo, mas sim a expressão das respostas ou hipóteses que a criança elabora. 5) O desenvolvimento das hipóteses envolve construções progressivas, por meio das quais a criança amplia seu conhecimento sobre a escrita com base na reelaboração de hipóteses anteriores. 19 AVALIAÇÃO DA ESCRITA (FERREIRO & TEBEROSKY, 1991) NÍVEL DE ESCRITA CARACTERÍSTICAS Nível alfabético Cada um dos caracteres da escrita corresponde a valores sonoros menores eu a sílaba. Não atende à norma ortográfica. Nível silábico-alfabético Manifestações alternante do valor silábico ou fonético para as diferentes letras. Nível silábico Cada letra vale por uma sílaba. Escrita com ou sem o predomínio do valer sonoro convencional. Nível pré-silábico Marcado por escritas que não apresentam nenhum tipo de correspondência sonora, isto é, sem relação com grafia e som. ___________________ Somente Rabiscos L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m Antes de adentramos a discussão do sociointeracismo e alfabetização devemos compreender que esse termo “Sócio+interacionismo” advém da junção da teoria construtivista de Jean Piaget (1987) e da teoria histórico-cultural de Vygotsky (1988). Em suma, segundo Tfouni (2010) do ponto de vista sociointeracionista, a alfabetização, enquanto processo individual, não se completa nunca, visto que a sociedade está em contínuo processo de mudança, e a atualização individual para acompanhar essas mudanças é constante, deste modo observa-se que é mais adequado falar em em graus ou níveis de alfabetização. Para Barreto (2010) a perspectiva sociointeracionista a partir da contribuição de Vygotsky com a compreensão da Zona de Desenvolvimento proximal e Zona de Desenvolvimento Real, mediação, interação, pré-história da linguagem escrita, papel do brinquedo no desenvolvimento e a formação de conceitos, os estudos psicogenéticos, os níveis de aprendizagem da escrita, e também saberes linguísticos e pedagógicos sobre o ensino da leitura, da escrita e da produção textual os quais permitem destacar alguns pontos importantes da forma como essa teoria possibilita compreender o processo educativo de alfabetização e letramento: Salienta o professor como um dos mediadores mais importantes na aprendizagem escolar. Nesse aspecto, sua função, dentre outras, é atuar na zona de desenvolvimento proximal do aluno, o que implica a compreensão do quanto o professor pode contribuir para desenvolver essa zona, desvendada por Vygotsky. Teberosky e Colomer (2003, p. 78), ao ressaltarem que essa é uma das grandes contribuições da psicologia soviética para a prática pedagógica, uma vez que, “trabalhando na zona de desenvolvimento proximal, pode-se atingir uma maior integração entre ensino e aprendizagem”. Tem-se consciência de que a mediação e a interação permeiam todas as relações do indivíduo com o seu meio físico (Barreto,2010). Luna (2012) explica alguns dos principais pontos a respeito da perspectiva sociointeracionista e de como essa junção de teorias colabora na compreensão do ensino, da educação, da escola, do aluno e é claro, de como as crianças aprendem. A partir da revisão desta autora é possível destacar 4 pontos importantes a respeito do tema sociointeracionismo: 1) Paulo Freire (2003 apud Luna, 2012) já falava há muitos anos sobre uma abordagemsociointerativa da educação, reforçando que a aprendizagem só ocorreria se o professor se aproximasse do aluno, quebrasse barreiras e se houvesse em sala de aula uma interação entre ambas as partes sempre levando em conta o contexto social do aluno. PRÁTICAS SOCIOINTERACIONISTAS 20 L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m 2) Conforme Lira (2007 apud Luna,2012) a aprendizagem é, portanto, um processo social que se realiza por meio das possibilidades criadas pelas mediações do sujeito e de dado contexto sócio- histórico que o rodeia. Mas, para que o aprendizado ocorra de fato, há necessidade de que o conteúdo que é ministrado ao aluno tenha significado e que esse conteúdo possa criar novas potencialidades, como fontes futuras de significados, em um processo contínuo e dinâmico de re- significação. Os sentidos construídos pelos alunos são resultados de interação de vários componentes: o próprio aluno, o conteúdo e o professor. 3) O que se lê só começa a fazer sentido, ou ser coerente, quando se consegue perceber os sentidos possíveis do autor, entender e compartilhar seus pontos de vista e, até, ‘adivinhar’ as possibilidades de desfecho para um determinado texto. (Luna, 2012). 21 L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m Muito bem! Agora que você estudou os principais tópicos de Alfabetização e Letramento, para concursos é muito importante que pratique através de exercícios retirados de provas anteriores. O gabarito você encontra ao final do caderno de questões. Questão 1 Para Soares (2004) a alfabetização é “[...] a ação de ensinar e aprender a ler e a escrever”, ao tempo que letramento “[...] é estado ou condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais que usam a escrita”. Com esse contexto, analise as afirmativas abaixo. I. O termo letramento surge a partir das novas relações estabelecidas com as práticas de leitura e escrita na sociedade, ao passo que não basta apenas saber ler e escrever, mas sim que funções a leitura e a escrita assumem em decorrência das novas exigências impostas pela cultura letrada. II. Entende-se alfabetização como sendo um caminho para o letramento, ou seja, alfabetizado é aquela pessoa que conhece o código escrito, que sabe ler e escrever e, dessa forma, amplia esses conhecimentos. III. Enquanto a alfabetização ocupa-se da aquisição da decodificação na escrita por grupos de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos codificação da aquisição de um sistema escrito por uma sociedade. Assinale a alternativa correta. A) Apenas a afirmativa II esta correta. B) Apenas as afirmativas I e II estão corretas C) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. D) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. Questão 2 Ano: 2019 Banca: IDECAN Cargo: Professor de Língua Portuguesa (...) Conhecer as práticas de letramento literário presentes na escola, bem como as práticas de letramento literários presentes em diferentes âmbitos sociais, têm seu contributo para que se possa pensar nas relações entre: a) texto e contexto, fazendo-os convergir para a compreensão de textos situados e reais com interpretações cada vez mais acessíveis. b) ensino e aprendizagem, fazendo-os convergir para formação de indivíduos com uma formação cidadã situada em seu contexto social. c) escola e vida social, fazendo-as convergir para formação de indivíduos com graus de letramento e de letramento literário cada vez maiores. d) alfabetização e letramento, fazendo-as convergir para formação de indivíduos capazes de desfazer os índices de analfabetismo funcional. QUESTÕES RESOLVIDAS 22 L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m Questão 3 Ano: 2019 Banca: IFEPAE Cargo: Ensino Fundamental O professor atuante no Ensino Fundamental tem profundo preparo para condução de processos que levam a criança à plena alfabetização. Para alcançar esse preparo tão importante na garantia do pleno acesso ao conhecimento historicamente construído pela humanidade, o profissional estudou alternativas metodológicas para alfabetização, dentre as quais, o Método Sintético e o Método Analítico, corretamente definidos: a) Sintético: estabelece correspondência entre som e grafia através do aprendizado letra por letra / sílaba por sílaba / palavra por palavra. Analítico: trabalha unidade completa de linguagem, dividindo-a em partes menores, ou seja, Frase / Palavra / Sílaba. b) Sintético: trabalha unidade completa de linguagem, dividindo-a em partes menores, ou seja, Frase / Palavra / Sílaba. Analítico: estabelece correspondência entre som e grafia através do aprendizado letra por letra / sílaba por sílaba / palavra por palavra. c) Sintético: estabelece correspondência entre som e grafia através do aprendizado dos conjuntos lexicais. Analítico: trabalha unidade complexa de linguagem, dividindo-a das partes menores às maiores, ou seja, Sílaba / Palavra / Frase. d) Sintético: Tem como seu maior representante a Cartilha "Caminho Suave", trabalhando o desenho de cada letra, o reconhecimento dos sons e a formação das frases a partir das sílabas. Analítico: Teve sua origem na reflexão contrária ao modelo Sintético, propondo que os alunos aprendessem a ler e a escrever por meio do processo de experiência livre da escrita, logo, o campo das artes é indispensável, já que a administração do tônus muscular para produção da escrita, assim como, o desenvolvimento da sensibilidade auditiva, para percepção das nuances sonoras, são elementos indispensáveis. Questão 4 Cargo: Professor - Ensino Fundamental Séries Iniciais O processo de popularização da língua escrita originou a preocupação com o “como alfabetizar”. Desde então, a busca pelo melhor método de alfabetização é uma constante. No que diz respeito aos métodos de alfabetização sintético e analítico (Moll, p. 60), pode-se afirmar que: 1) O método de marcha sintética é o mais antigo; usado na Grécia e Roma Antiga tem mais de 2.000 anos. Parte do elemento para o todo, isto é, da letra para a sílaba e da sílaba para a palavra; propõe partir dos elementos mais simples para chegar aos mais complexos. 2) Pelo método sintético, no processo fônico, a fase inicial da aprendizagem concentra-se no reconhecimento das sílabas prontas, assim como há uma maior preocupação em dar ênfase à articulação das consoantes com as vogais. 3) Os métodos sintéticos conduzem a uma decodificação automática, que pode provocar o desinteresse da criança pela leitura e o consequentemente afastamento da realidade social. 4) Os métodos sintéticos têm como pressuposto o conceito de que, para ensinar a ler, é preciso partir de unidades significativas da língua: palavras, sentenças ou textos. Buscam uma alfabetização mais significativa; entretanto centram a atenção em estratégias visuais, cristalizando o processo de alfabetização em etapas e procedimentos que desconsideram o processo de aprendizagem do aluno. 5) Os métodos sintéticos se desdobram em processos de palavração, sentenciação e contos, assim como os analíticos se desdobram em processos como o alfabético, o silábico e o fônico. 23 L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m Está (estão) correta(s): a) Somente as afirmativas 2, 3 e 4. b) Somente a afirmativa 3. c) Somente as afirmativas 1 e 3. d) Todas as afirmativas estão incorretas. Questão 5 Ano: 2019 Banca: FAL Cargo: Professor Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até os oito anos de idade, durante os primeiros cinco anos de vigência do plano; no máximo, até os sete anos de idade, do sexto ao nono ano de vigência do plano; e até o final dos seis anos de idade, a partir do décimo ano de vigência do plano. Toda essa prescrição faz parte de um documento na área educacional: A) RCNT’s. B) PCN’s. C) LDB. D) BNCC. E) PNE. Questão 6 Ano: 2019 Banca: FAL Cargo: ProfessorComplete as lacunas abaixo com a sequência correta de palavras: A alfabetização é a aquisição do _______________, da escrita e da leitura. Segundo Magda Soares, esta se faz pelo ________________ de uma técnica: ______________ e reconhecer letras, usar o papel, entender a ____________________ da escrita, pegar no lápis, codificar, estabelecer relações entre sons e letras, de fonemas e _________________; a criança perceber unidades menores que compõem o sistema de escrita (palavras, sílabas, letras). Letramento é a utilização desta tecnologia em práticas sociais de leitura e de escrita. A) Domínio, código, ler, composição, símbolos. B) Código, domínio, grafar, direcionalidade, grafemas. C) Domínio, conhecimento, compreender, leitura, grafemas. D) Ato, domínio, ler, organização, símbolos. E) Código, ato, traçar, composição, morfologias. 24 L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m Questão 7 Ano: 2015 Cargo: Professor O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) é um compromisso formal assumido pelos governos federal, do Distrito Federal, dos estados e municípios de assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ao final do 3º ano do Ensino Fundamental. As ações do PNAIC se apoiam em quatro eixos de atuação. Marque a alternativa que revela CORRETAMENTE quais sejam. A) Formação; Materiais didáticos; Avaliações; Gestão, mobilização e controle social. B) Treinamento; Produção de livros; Aplicação de testes; Administração e Fiscalização das ações. C) Capacitação; Recursos didáticos; Avalição periódica; Coordenação e Fiscalização. D) Formação continuada; Livros e Revistas; Avaliação; Gestão e controle. Questão 8 Ano: 2016 Banca: CS-UFG Cargo: PE II – Português Segundo a orientação da BNCC, no eixo da análise linguística, a ação pedagógica adequada para enfrentar o desafio que se coloca para os anos iniciais do ensino fundamental é: A) trabalhar primeiro o letramento presente nas práticas sociodiscursivas da linguagem e depois a alfabetização. B) contemplar na condução do trabalho voltado para os conhecimentos linguísticos, de maneira articulada e simultânea, alfabetização e letramento. C) assegurar primeiramente a apropriação do código e depois a reflexão sobre os usos da língua nas atividades de leitura e escrita. D) valorizar a inserção nas práticas sociais de leitura e escrita, desprezando a sistematização do sistema alfabético-ortográfico. 25 L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m Questão 09 Ano: 2018 Banca: UFAL Cargo: Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnólogo. Segundo Magda Soares, o processo de alfabetização exige do profissional grande especificidade e também uma preparação que o leve a compreender várias facetas como as áreas: (A) Cognitiva, psicológica e sociolinguística. (B) Sociolinguística e linguística. (C) Linguística, psicológica e cognitiva. (D) Psicolinguística, sociolinguística, cognitiva e linguística. Questão 10 Assinale a opção correta a respeito de conceitos relacionados a alfabetização e letramento, conforme proposta de Magda Soares. A) Alfabetizar e letrar são duas ações distintas, mas não inseparáveis, sendo ideal ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais de leitura e escrita. B) Letramento corresponde ao processo pelo qual se adquire a tecnologia de codificar em língua escrita e a de decodificar a língua escrita. C) Alfabetizado é não só aquele que sabe ler e escrever, mas aquele que responde às demandas sociais de leitura e escrita. D) Como alfabetizar e letrar são duas ações distintas, é necessário que o sujeito tenha aprendido a ler e escrever para envolver-se nas práticas de leitura e escrita. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 B D A B E B A C D A GABARITO L ic en se d t o m ar ci a p er ei ra m u n h o - m ar ci ap m u n h o @ g m ai l.c o m Referências BARRETO, Maria do Socorro. FORMAÇÃO DE PROFESSORAS ALFABETIZADORAS EM UMA PERSPECTIVA SOCIOINTERACIONISTA: A (RE)ELABORAÇÃO DE CONCEITOS E PRÁTICAS DOCENTES. 2010. 315f. CENPEC. PROJETO ALFALETRAR: LER E ESCREVER, UM DIREITO DE TODA CRIANÇA”. COLELLO, S. M. G. ALFABETIZAÇÃO EM QUESTÃO. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014. JONES DIAZ, Criss; MAKIN, Laurie. LITERACY AS SOCIAL PRACTICE. In MAKIN, Laurie; Jones Diaz. (eds.). LITERACIES IN EARLY CHILDHOOD. CHANGING VIEWS CHALLENGING. PRACTICE. Sydney: Maclennan & Petty, 2005, p. 3-14. KISHIMOTO, T. M.; ONO, A. T. BRINQUEDO, GÊNERO E EDUCAÇÃO NA BRINQUEDOTECA. Pro- Posições, v. 19, 3 (57), p. 209-224, 2008. 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