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Direito Penal 1 - Introdução 03 - Princípios Penais ok

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DIREITO PENAL I
PRINCÍPIOS DE DIREITO PENAL
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 
O princípio da dignidade da pessoa humana possui importância nuclear no nosso sistema jurídico, por orientar e permear todas as demais normas nele presentes. 
Preconiza que haja um tratamento à pessoa que não lhe prive do mínimo necessário para que possa exercer sua capacidade de autodeterminação. 
Afasta qualquer tratamento degradante, impondo a um indivíduo uma privação maior que aquela necessária para os fins previstos na norma. 
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
No caso da pena, por exemplo, esta deve ser proporcional e necessária, não visando simplesmente a um tratamento cruel ou de vingança. 
Trata-se de princípio fundamental da República Federativa do Brasil, ou seja, é um dos princípios que orientam a própria formação do Estado. 
Deste modo, torna-se um princípio regente do Direito Penal, norteando a interpretação de todas as suas normas. 
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
Assim prevê a Constituição no seu artigo 1º: 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
(...) III - a dignidade da pessoa humana;
Percebam que a dignidade da pessoa humana possui status de fundamento da República Federativa do Brasil, o que demonstra sua relevância, mesmo diante de outros princípios constitucionais.
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
O devido processo legal é um princípio regente do Direito Penal e do Direito Processual Penal. 
É necessário que se respeite todo o procedimento previsto nas leis para que, ao final de um processo condenatório, possa haver a justa punição do acusado. 
Do devido processo legal derivam vários subprincípios, como por exemplo: 
Contraditório, 
Ampla defesa, 
Juiz natural, 
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
Imparcialidade do julgador,
 Vedação das provas ilícitas, 
 Motivação dos atos decisórios, 
Publicidade dos atos processuais, 
Duração razoável do processo, dentre outros.
Como se nota, seu estudo mais detido, inclusive com análise dos princípios que dele derivam, é matéria de Direito Processual Penal e Civil. 
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA OFENSIVIDADE OU LESIVIDADE
Consoante o princípio da ofensividade ou da lesividade, não pode haver crime sem que haja conteúdo ofensivo a bens jurídicos. 
A repressão penal somente se justifica se houver lesão ou ameaça de lesão a um bem jurídico penalmente tutelado.
Com base neste princípio, há doutrinadores que defendem a inconstitucionalidade dos crimes de perigo abstrato. 
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
Não se exige, nesses casos, a comprovação de perigo concreto a um bem jurídico, ou seja, de que o bem foi efetivamente exposto a risco. 
São exemplos destes crimes o porte ilegal de arma de fogo e a omissão de socorro. 
Não é necessário que o bem jurídico seja efetivamente posto em perigo, pois o perigo é presumido pela Lei, possibilitando a punição de quem pratica a conduta típica. 
Esta posição, entretanto, não é acolhida pela jurisprudência do STF, que vem entendendo serem constitucionais os crimes de perigo abstrato.
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE (NULLUM CRIMEN NULLA POENA SINE LEGE)
O Princípio da Legalidade é de tanta importância para o Direito Penal, que além de estar previsto constitucionalmente no art. 5°, XXXIX, da CF/88, também é tratado logo no primeiro artigo no nosso Código Penal:
Art. 1° Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
Trata-se de princípio basilar do Direito Penal, voltado à fixação dos limites do poder punitivo do Estado.
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
Liga-se diretamente à ideia da função garantista do Direito Penal, segundo a qual o Direito Penal tem a função de garantir que o agente somente poderá ser punido pelo Estado se cometer alguma das condutas previstas na lei penal.
IMPORTANTE! 
O Princípio da Legalidade Penal não se restringe aos crimes e às penas, mas alcança qualquer norma de natureza penal, como as normas que regem as contravenções penais, as medidas de segurança e a execução penal.
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
Ainda sobre tal princípio, a doutrina cita que são quatro suas funções fundamentais, a saber:
1° Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
2° Não há crime nem pena, sem uma lei escrita;
3° Não há crime nem pena, sem uma lei formal;
4° Não há crime nem pena, sem uma lei certa e determinada;
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
1° FUNÇÃO DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE PENAL
NÃO HÁ CRIME SEM LEI ANTERIOR QUE O DEFINA, NEM PENA SEM PRÉVIA COMINAÇÃO LEGAL
A lei deve ser anterior ao fato. 
Visa proibir a retroatividade maléfica da lei penal!
Essa função do princípio da legalidade penal consubstancia o princípio da anterioridade da lei penal, previsto no art. 5°, XL, da CF/88, segundo o qual a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
ATENÇÃO! 
O princípio da anterioridade penal veda apenas a retroatividade maléfica, não impedindo, portanto, a retroatividade da lei para beneficiar o réu!
Além do mais, a retroatividade benéfica é bastante ampla, abrangendo qualquer alteração legislativa capaz de beneficiar o réu no caso concreto, como por exemplo, diminuição da pena cominada em abstrato, criação de atenuantes, criação de causas de diminuição de pena, diminuição do prazo prescricional, diminuição dos prazos para progressão de regime prisional, etc.
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
2° FUNÇÃO DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE PENAL
NÃO HÁ CRIME NEM PENA, SEM UMA LEI ESCRITA.
A lei deve ser escrita. Visa proibir a criação de crimes e penas pelos costumes!
IMPORTANTE! O costume, apesar de não poder ser empregado para criar crimes e penas, tem aplicação no Direito Penal no campo da interpretação de normas penais!
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
EXEMPLO: Determinadas palavras que constituem ofensa em determinadas regiões não constituem em outras, a conduta deve ser interpretada conforme o costume do local para a caracterização ou não do crime contra a honra.
IMPORTANTE! Prevalece o entendimento de que o costume, além de não poder criar crimes, também não pode revogar crimes!
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
3° FUNÇÃO DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE PENAL 
NÃO HÁ CRIME NEM PENA, SEM UMA LEI FORMAL.
Não há crime sem lei formal (lei em sentido estrito) – Visa proibir o emprego de analogia para criar crimes, fundamentar ou agravar penas.
Essa função do princípio da legalidade consubstancia o PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL!
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
ANALOGIA: é uma forma de integração do direito, ou seja, não existindo norma para um caso concreto específico (lacuna), cria-se uma nova norma a partir de outra ou do todo do ordenamento jurídico para suprir a lacuna existente.
É possível sua aplicação no Direito somente a favor do réu.
IMPORTANTE! A proibição do emprego da analogia para criar crimes, fundamentar ou agravar penas não significa que a analogia não tem aplicação no Direito Penal! 
A analogia é uma forma de INTEGRAÇÃO do sistema penal (serve para suprir lacunas).
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
ATENÇÃO: Isso porque o que é vedado é a analogia in malam partem, ou seja, em prejuízo do réu. 
A analogia, no Direito Penal, pode perfeitamente ser aplicada em benefício do réu (analogia in bonam partem)!
IMPORTANTE! Em decorrência do princípio da reserva legal, entende-se que Medida Provisória NÃO pode criar crimes e cominar penas!
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
IMPORTANTE!
Também não quer dizer que uma Medida Provisória não possa versar sobrenenhuma matéria de Direito Penal: 
O STF entende que, é perfeitamente admissível Medida Provisória que verse sobre normas penais não incriminadoras (RE 254.818 – PR).
EXEMPLO: criação de hipótese de extinção da punibilidade.
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
4° FUNÇÃO DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE PENAL
NÃO HÁ CRIME NEM PENA, SEM UMA LEI CERTA E DETERMINADA.
A lei deve ser certa. 
Visa proibir incriminações vagas e indeterminadas.
Essa função é tratada por muitos como o PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE DA LEI PENAL.
É recorrente em provas de concursos e OAB a questão sobre a relação entre o princípio da taxatividade e o uso das leis penais em branco.
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
O uso de Leis Penais em Branco não caracteriza ofensa ao princípio da taxatividade! 
Leis Penais em Branco são normas que dependem de complemento normativo.
EXEMPLO: o crime de peculato, previsto no art. 312, do Código Penal, que utiliza a expressão “funcionário público”, expressão esta que é explicada no art. 327 do próprio CP, dispositivo este que funciona como complemento normativo.
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
Também chamado de PRINCÍPIO DA NÃO CULPABILIDADE, é previsto como direito fundamental no art. 5°, LVII, da CF/88:
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
Desse princípio se extrai uma inversão do ônus da prova, ou seja, cabe à parte acusadora provar a culpa, pois a inocência do acusado é presumida.
Com base nesse princípio, o STF entendeu que ninguém pode ter sua pena privativa de liberdade executada antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DO NE BIS IN IDEM
É o princípio que veda a dupla punição pelo mesmo fato, bem como a dupla valoração de um mesmo fato para agravamento da pena. 
Também se proíbe a execução em dobro de uma pena, bem como que o indivíduo seja processado duas vezes pelo mesmo crime. Também denominado PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO BIS IN IDEM.
Significa, em outros termos, que ninguém deve ser processado ou punido duas vezes pela prática da mesma infração penal.
Assim, o agente que tiver sido absolvido não pode ser processado novamente pelo fato objeto de sua absolvição.
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DO IN DUBIO PRO REO
IN DUBIO PRO REO é uma expressão latina que significa “na dúvida, em favor do réu”. 
É um princípio jurídico e está baseado na Presunção da Inocência, segundo a qual ninguém é culpado até que se prove o contrário.
Isso significa que alguém só pode ser condenado se existirem provas concretas. Se houver dúvidas ou falta de provas em relação à autoria ou à materialidade do fato, a ação será julgada em favor do réu, isto é, ele será absolvido.
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PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
IN DUBIO PRO REO NA PRÁTICA
Na prática, esse princípio funciona da seguinte forma: se, ao final de um processo, o juiz não possuir provas suficientes para condenar o acusado, esse deverá ser absolvido. 
Dessa forma, evita-se que uma pessoa seja condenada pelo simples fato de ter sido acusada. Assim, a decisão deve ser orientada a favor do réu caso permaneçam dúvidas. O objetivo, portanto, é evitar que pessoas sejam condenadas injustamente.
É preferível, portanto, absolver culpados a punir injustamente pessoas inocentes, afinal, seria um erro judiciário que poderia resultar na responsabilização civil do Estado.
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PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
IN DUBIO PRO REO NO DIREITO PENAL
O princípio da presunção da inocência é utilizado, especialmente, no Direito Penal. Este é o ramo do Direito que trata das punições do Estado sobre os indivíduos, decorrentes de delitos praticados. Segundo o Código do Processo Penal:
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: (...)
VII – não existir prova suficiente para a condenação.
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
Em um Processo Penal, a carga probatória é daquele que faz a acusação. Ou seja, a pessoa que foi acusada também deve fazer sua defesa, mas quem deve provar que ela é culpada é quem faz a acusação.
O princípio do IN DUBIO PRO REO também está garantido no artigo 11, item 1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
Todo homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
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PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA PESSOALIDADE, PERSONALIDADE OU RESPONSABILIZAÇÃO PESSOAL
O princípio da responsabilização pessoal é previsto como direito fundamental no art. 5°, XLV, da CF/88:
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
Significa que a punição, em matéria penal, não pode nunca ultrapassar a pessoa do criminoso.
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
A família do condenado, por exemplo, não deve ser afetada pelo crime cometido.
Também é conhecido como PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA, pois ninguém pode ser responsabilizado por um fato que foi cometido por um terceiro.
Segundo o STF: “O postulado da intranscendência impede que sanções e restrições de ordem jurídica superem a dimensão estritamente pessoal do infrator”.
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA
O princípio da individualização da pena é previsto como direito fundamental no art. 5°, XLV, da CF/88:
XLVI - a lei regulará a individualização da pena (...).
A pena deve ser individualizada nos planos legislativo, executório e judicial, evitando-se a padronização à sanção penal.
Significa que a pena não pode ser padronizada e que cada pessoa deve responder pelos seus atos na medida exata do que fez.
Mesmo quando dois agentes praticam o mesmo fato não necessariamente receberão a mesma pena. 
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
Se um deles for reincidente e o outro não, por exemplo, sobre ele incidirá uma agravante que tornará sua pena mais severa do que o agente primário.
Trata-se de medida que visa aplicar o princípio constitucional da igualdade (tratar desigualmente os desiguais na medida de sua desigualdade).
Consiste, portanto, em aplicar o direito a cada caso concreto, levando-se em conta suas particularidades, o grau de lesividade do bem jurídico penal tutelado, bem como os pormenores da personalidade do agente.
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA
Princípio da Intervenção Mínima se define com base em duas características:
A SUBSIDIARIEDADE - A intervenção do Direito Penal apenas se justifica quando os demais ramos não se mostrarem suficientes. Ou seja, a criação de uma infração penal é medida excepcional no Direito (medida de ultima ratio).
A FRAGMENTARIEDADE - A criação legislativa de infrações penais somente pode ocorrer para proteger os bens jurídicos mais importantes.
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
Um exemplo de crime que violava o princípio da intervenção mínima era o Adultério.
Conforme preleciona Moura Teles, “o pensamento atual da sociedade brasileira não mais vê no adultério uma lesão grave a um bem jurídico importante”.
Assim, por não merecer a proteção do Direito Penal, em 2005 (pasmem, apenas em 2005!), através da Lei n° 11.106/05, o adultério foi descriminalizado.
Nesse caso, portanto, o Direito Penal não irá atuar nos casos envolvendo o adultério, podendo haver, conforme o caso, a atuação do Direito Civil (danos morais, etc).
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 
 Este princípio surgiu com a ideia de afastar da esfera do Direito Penal situações com pouca significância paraa sociedade. 
REQUISITOS DE ORDEM OBJETIVA SEGUNDO O STF - HC 92961/SP – DJe 07/02/2008
A mínima ofensividade da conduta;
A ausência de periculosidade social da ação;
O reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e; 
O inexpressividade da lesão jurídica.
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
NATUREZA JURÍDICA DA INSIGNIFICÂNCIA: Excludente de Tipicidade Material.
Mas e se, por exemplo, Tício furta uma caneta de Mévio, podemos afirmar que o princípio será aplicado e, portanto, a tipicidade material afastada?
A resposta é negativa, pois o simples fato de um objeto ter um reduzido valor patrimonial não quer dizer que ele não é importante para quem o detém. 
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
EXEMPLO: Imagine que a supracitada caneta tenha sido dada a Mévio por seu avô querido, poucos instantes antes de morrer. 
Não será valioso para ele?
Ou seja, o pequeno valor do objeto do furto não se traduz, automaticamente, na aplicação do princípio da insignificância!!!
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
VAMOS VER O QUE DIZ O STJ SOBRE O TEMA:
“1. O pequeno valor da res furtiva (objeto do furto) não se traduz, automaticamente, na aplicação do princípio da insignificância. Há que se conjugar a importância do objeto material para a vítima, levando-se em consideração a sua condição econômica, o valor sentimental do bem, como também as circunstâncias e o resultado do crime, tudo de modo a determinar, subjetivamente, se houve relevante lesão. Precedente desta Corte.”
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
“2. Consoante se constata dos termos da peça acusatória, a paciente foi flagrada fazendo uma única ligação clandestina em telefone público. 
Assim, o valor da res furtiva pode ser considerado ínfimo, a ponto de justificar a aplicação do Princípio da Insignificância ou da Bagatela, ante a falta de justa causa para a ação penal.”
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
Cumpre, então, observarmos resumidamente como o STF tem entendido, sobre a incidência ou não do princípio da insignificância, em relação a determinadas infrações penais: 
Crimes ambientais: STF reconhece em alguns casos, HC 112.563 
Rádio Clandestina: STF, 2ª Turma reconhece. HC 126.592. 1ª Turma, não. HC 131.591. 
Descaminho: STF reconhece. HC 121.717. 
Contrabando: STF não reconhece. ARE 924.284 AgR.
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
Moeda Falsa: STF não reconhece HC 126.285. 
Posse de drogas para consumo próprio: STF não reconhece. ARE 728.688 AgR.
O Superior Tribunal de Justiça, no âmbito do tema da insignificância, aprovou a Súmula 589, com o seguinte teor: 
Súmula 589 STJ - É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas.
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
Assim, qualquer crime ou contravenção penal que sejam praticados contra a mulher, envolvendo relações domésticas, NÃO serão considerados insignificantes. 
Pelo contrário, adotando-se a tese do STJ, serão sempre relevantes a lesão ou a ameaça de lesão, o que impede a aplicação do princípio da insignificância.
Também tratando do princípio da insignificância, o Superior Tribunal de Justiça aprovou a Súmula 599, cujo enunciado é o seguinte: 
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
Súmula 599 STJ - O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a Administração Pública. 
Assim, entende-se que, sempre que o delito for praticado contra a Administração Pública, não haverá incidência do princípio da insignificância, pois o que está em jogo não é somente o valor pecuniário da coisa em si, mas também a moralidade/probidade administrativa.
Podemos pensar, de imediato, em delitos envolvendo o patrimônio público, em período histórico em que o combate à corrupção é tema em pauta.
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA ALTERIDADE 
Conforme o princípio da alteridade ou da transcendentalidade, o Direito Penal não deve se ocupar de atitudes meramente internas, que não apresentem potencial de lesionar o bem jurídico. 
Não se pode punir as condutas humanas que não saem da esfera da disponibilidade do agente, ou seja, que não afetam terceiros.
Este princípio é interessante e de fácil entendimento. Vamos compreendê-lo através de um exemplo:
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
Imagine que Tício, após assistir a um jogo de futebol, fica desesperado com seu time e começa a bater em seu próprio corpo. Tício poderá ser condenado criminalmente por algo?
A resposta é NÃO, pois, segundo o princípio da alteridade, ninguém pode ser punido por causar mal APENAS A SI PRÓPRIO.
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE 
O princípio da proporcionalidade consiste na limitação da ação estatal, com base nos critérios da necessidade e da adequação, ponderando-se os meios utilizados e os fins pretendidos. 
No Direito Penal, a criação, pelo legislador, de tipos penais, deve atender a uma vantagem social relevante (relação de custo-benefício). 
Ademais, as penas devem guardar a devida proporção quanto aos atos a que visam punir e à importância do bem jurídico tutelado.
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
O princípio da proporcionalidade pode ser extraído, de forma indireta, do artigo 98, I, da Constituição, em que se determina que haja um procedimento oral e mais abreviado, com possibilidade de transação, para os casos de infrações penais de menor potencial ofensivo, vejamos: 
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;
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PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
O princípio da proporcionalidade pode se desdobrar em cinco elementos: 
Necessidade;
Adequação;
Legitimidade do meio;
Legitimidade do fim e;
Proporcionalidade em sentido estrito ou ponderação. 
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PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
Deste modo, uma medida estatal que influencie os direitos individuais deve ser necessária, deve ser adequada àquilo que pretende, deve se utilizar de meios legítimos para alcançar um fim legítimo e, por fim, deve haver uma proporcionalidade entre todos esses critérios, ou, em outras palavras, ponderação que demonstre que estão consonantes e compatíveis. 
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PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
PRINCÍPIOS DO GARANTISMO 
O garantismo consiste em teoria do Professor italiano Luigi Ferrajoli.
O garantismo consiste em um conjunto de princípios que visam a garantir os direitos do acusado no curso do processo penal e visa limitar o poder punitivo estatal, reduzindo-o ao mínimo necessário, a fim de proteger a liberdade do cidadão.
O professor Ferrajoli explicita que existem três acepções de garantismo.
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
A primeira diz respeito à vinculação do Poder Público ao Estado de Direito, com a maximização da liberdade dos indivíduos e a limitação do poder punitivo.
Em segundo lugar, estabelece-se a distinção entre validade e vigência, não devendo o juiz aplicar as leis que, embora vigentes, não sejam válidas por serem incompatíveis com o ordenamento jurídico. 
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
Por fim, em terceiro lugar, preconiza a necessidade de que o ponto de vista interno, o jurídico, se adeque ao ponto de vista externo, ético político, devendo o Estado justificar suas medidas jurídicas sob o ponto de vista da justiça e da validade, com base nos bens e interesses que tutela. 
Deste modo, atua como uma doutrina de legitimação das normas penais.
Prof. Weslley Alves
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENALEm resumo, o Garantismo Penal traz segurança aos cidadãos, pois, atua para minimizar o poder punitivo e assegurar suas liberdades, em um Estado democrático de direito, onde o poder obrigatoriamente surge do ordenamento jurídico, principalmente da Constituição.
Prof. Weslley Alves
FIM!
;)
Prof. Weslley Alves

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