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ZOOTOXINAS Universidade Estadual do Ceará-UECE Faculdade de Veterinária- FAVET Toxicologia Veterinária 01 Bothrops sp. Principais espécies: Bothrops jararaca, B. alternatus, B. moojeni, B. neuwiedi, B. jararacussu e B. cotiara. Solenóglifas Ovovíparas Com fosseta loreal Final da cauda lisa Comportamento agressivo PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: AÇÃO PROTEOLÍTICA Fosfolipases A2 + Esterases No local da picada, geram necrose tecidual de aspecto gelatinoso Alteração da permeabilidade de membranas com liberação de substâncias vasoativas (histamina e bradicinina), produzindo dor intensa, edema, eritema e hemorragias. AÇÃO ANTICOAGULANTE Botrojararacina + Botrombina + Jararagina Ativação de fatores de coagulação sanguínea (fibrinogênio, protrombina e fator X) convertendo fibrinogênio em fibrina – instável e rapidamente degradada Inativação do fator XIII (aumento do tempo de coagulação) VENENO Bothrops sp. AÇÃO VASCULOTÓXICA Hemorraginas (metaloproteases) Rompimento da integridade vascular por degradação de vários componentes da matriz extracelular AÇÃO NEFROTÓXICA Ação sobre os túbulos renais e o endotélio vascular Insuficiência renal aguda Sensibilidade do animal ao veneno Quantidade de veneno inoculado Local afetado Tempo decorrido do acidente até o tratamento A GRAVIDADE DO ACIDENTE DEPENDE: SINAIS CLÍNICOS: Prostração Inapetência Apatia Taquipneia Edema Equimose Hemorragias Bolhas Claudicação Dispneia Hipotensão Insuficiência respiratória Hipotermia Choque hipovolêmico Sudorese Êmese NECROSE DIAGNÓSTICO: Histórico + Sinais Clínicos + Exames Laboratoriais TRATAMENTO: Internação nas primeiras 24-48hrs (até 72hrs, em casos mais graves) Soroterapia com o uso do soro antibotrópico ou anti-botrópico-crotálico Fluidoterapia com solução fisiológica ou ringer (até que possa ingerir água novamente) 02 03 Crotalus sp. ESPÉCIES SENSÍVEIS: COMPOSIÇÃO DO VENENO: Crotoxina + Crotamina + Giroxina + Convulxina AÇÃO MIOTÓXICA Crotoxina: Atua nas junções pré-sinápticas, inibindo a liberação de acetilcolina, resultando em bloqueio neuromuscular (paralisia motora ou muscular) Crotamina: Atua na membrana das fibras musculares esqueléticas, alterando sua permeabilidade ao sódio e causando rabdomiólise). AÇÃO NEFROTÓXICA Crotamina: Excreção de enzimas e mioglobina (mioglobinúria) VENENO AÇÃO NEUROTÓXICA Convulxina AÇÃO COAGULANTE Giroxina 04 Crotalus sp. SINAIS CLÍNICOS: Transtornos de locomoção Fasciculações musculares Flacidez da musculatura facial Ptose palpebral Midríase Oftalmoplegia Disfagia Sialorreia Alteração na fonação Depressão neurológica Dores musculares generalizadas Mioglobinúria CAUSA DO ÓBITO: Insuficiência respiratória aguda – paralisia respiratória Insuficiência renal aguda – anúria e oligúria DIAGNÓSTICO: Anamnese + Sinais Clínicos + Patologia Clínica TRATAMENTO: Soro antiofídico (anticrotálico, quando se sabe o gênero) Fluidoterapia com solução fisiológica ou ringer lactato Diuréticos Analgésicos (mialgia generalizada) Cães e gatos com urina ácida, deve ser alcalinizada Acidentes leves e moderados – atendimento nas primeiras 6 horas após a picada – Favorável; Acidentes graves – presença ou ausência da insuficiência renal aguda – reservado ou ruim (necrose tubular aguda). PROGNÓSTICO: 05 Acidente Crotálico X Acidente Botrópico Bothrops sp. Crotalus sp. Ação do veneno Ação proteolítica ou necrosante Ação neurotóxica e miotóxica Reações locais Edema intenso, equimose, hemorragias e intensa sensibilidade dolorosa Edema e eritema discretos ou sem lesões locais evidentes Quadro clínico Hemoglobinúria, quadro hemorrágico intenso, edema intenso no local da picada e ao seu redor, presença de vesículas com conteúdo aquoso sanguinolento, hiperestasia Mioglobinúria, quadro hemorrágico sutil, mialgia generalizada, paralisia muscular, ptose palpebral, face miastênica 06 Escorpião Principais espécies: Tityus serrulatus, T. bahiensis e T. stigmurus COMPOSIÇÃO DO VENENO: Proteínas Básicas + Aminoácidos + Sais + Tityustoxina + Neurotoxina MECANISMO DE AÇÃO: Atua nos canais de sódio Despolarização das membranas nas terminações nervosas periféricas Estimulação do sistema simpático e parassimpático (acetilcolina e catecolaminas) SINAIS CLÍNICOS: Dor local Sudorese Êmese Agitação Desorientação Hiperatividade Taquicardia ou bradicardia Arritmias Taquipnéia ou bradipnéia Nos casos graves, verifica-se: hipertensão ou hipotensão arterial, falência cardíaca, edema pulmonar e choque. CARDIOTOXICIDADE: Ação do veneno sobre o sistema nervoso simpático, liberando grande quantidade de catecolaminas Ação direta do veneno sobre os cardiomiócitos, que estimula o maior influxo de íons de cálcio Aumento do inotropismo Alterações estruturais VENENO 07 Escorpião LESÕES: Lesões degenerativas da fibra muscular cardíaca Áreas necróticas com infiltração de polimorfonucleares Lesões hemorrágicas em subendocárdio e subepicárdio Microtrombos em capilares decorrentes de CID TRATAMENTO: Soro antiescorpiônico (ou antiaracnídico) – antídoto (indisponível para fins médico-veterinários) Tratamento de suporte – preservar as funções vitais do animal (vasodilatadores, anticolinérgicos, antieméticos, corticosteroides, analgésicos e anticonvulsivantes) Prazosina – antídoto farmacológico O prognóstico geralmente é bom, exceto nos casos mais graves As complicações e o óbito podem ocorrer nas primeiras 24 hrs (consideradas críticas) PROGNÓSTICO: 08 Sapo Principais espécies: Bufo vulgares, B. marinus, B. ictericus, B. crucifer, B. rufus e B. paracnemis. Preferem áreas de clima tropical e temperado úmido Glândulas na superfície da pele capazes de produzir veneno Nem todas as espécies são venenosas PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: COMPOSIÇÃO DO VENENO: Aminas Biogênicas + Derivados de Esteroides MECANISMO DE AÇÃO: AMINAS BIOGÊNICAS Adrenalina e noradrenalina: vasoconstricção em vasos da pele e de vísceras, broncodilatação, aumento da força de contração do coração e aumento da frequência cardíaca Bufoteninas, hiidrobufoteninas e bufotioninas: atuam no SNC, produzindo efeitos alucinógenos DERIVADOS DE ESTEROIDES Bufodienólide e bufotoxina: inibem a bomba de sódio e potássio das células da musculatura cardíaca, atuando principalmente no bloqueio da atividade dos canais de sódio Espécie (e variação regional) do sapo Potência e quantidade de veneno absorvida Espécie animal acometida Porte suscetibilidade do animal acometido A GRAVIDADE DO ACIDENTE DEPENDE: 09 Sapo SINAIS CLÍNICOS: Quando classificado como leve: Irritação da mucosa oral Sialorreia, com formação de espuma branca ou avermelhada Incontinência fecal Inapetência por algumas horas Quando classificado como moderado: Irritação da mucosa oral Sialorreia Vomito Depressão Evacuação e micção espontâneas Quando classificado como grave: Diarreia Dor abdominal Decúbito esternal Pupilas não responsivas a luz Fraqueza Ataxia Andar em círculos Arritmias Convulsões Edema pulmonar Cianose Óbito CAUSA DO ÓBITO: Fibrilação ventricular DIAGNÓSTICO: Anamnese + Sinais Clínicos + Eletrocardiograma + CK-MB elevada + Hipocalemia TRATAMENTO: Remoção do veneno Fluidoterapia Controle das alterações cardiovasculares e respiratórias Analgesia Pentobarbital: convulsões Dexametasona: diminuição do edema cerebral 10 Abelha Espécie: Apis mellifera (abelhas africanizadas) COMPOSIÇÃO DO VENENO: Aminas Biogênicas + Peptídeos + Proteínas MECANISMO DE AÇÃO: MELITINA Efeito: hemolítico, cardiotóxico, citotóxico FOSFOLIPASE A2 Efeito: hemolítico – lise de hemácias HISTAMINA Efeito: vasodilatação e aumento da permeabilidade dos capilares FATOR DEGRANULADOR DOS MASTÓCITOS Efeito: edema e dor generalizada na região da (s) ferroada (s) e vasodilatação APAMINA Efeito: neurotóxico SINAIS CLÍNICOS: Reação tóxica local (poucas ferroadas): Rubor, aumento da temperatura na região da ferroada e edema Reação de Hipersensibilidade TipoI (o animal já foi sensibilizado): Choque anafilático Reação tóxica sistêmica (múltiplas ferroadas): Taquicardia, taquipneia, dispneia, agitação, urina com coloração escura, edema e icterícia TRATAMENTO: Retirada dos ferrões Tratamento de suporte 11 Loxosceles sp. Loxosceles sp. (Aranha marrom) COMPOSIÇÃO DO VENENO: Hialuronidase + Lipase + Fosfatase Alcalina + Metaloproteases + Fosfolipase D MECANISMO DE AÇÃO: SINAIS CLÍNICOS: TRATAMENTO: Fluidoterapia Tratamento de suporte Fator quimiotático da Fosfolipase D Recrutamento de neutrófilos para o local da lesão Promove a agregação plaquetária Coagulação intravascular Necrose dérmica Inchaço Mal-estar Febre Lesão inflamatória Anemia Icterícia Hemoglobinúria
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