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UNIVERSIDADE FEDRAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO – UFERSA BACHARELADO EM ENGENHARIA QUÍMICA ENGENHARIA BIOQUÍMICA PROJETO DE UM FERMENTADOR A PARTIR DA DISSERTAÇÃO: VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DE ETANOL A PARTIR DO SUCO DE CAJU POR Saccharomyces cerevisiae FLOCULANTE. José Caio Chaves Holanda 1 INTRODUÇÃO A dissertação trata-se do desenvolvimento de um bioprocesso tecnicamente e economicamente viável para produção de etanol a partir do suco de caju, utilizando a levedura Saccharomyces cerevisiae (CCA008) geneticamente modificada contendo gene floculante (FLO5α). Para a manutenção, propagação e obtenção da concentração de inóculo desejada utilizou-se o meio complexo YEPD (Yeast ExtractPeptone-Dextrose), na qual é constituído de 10 g/l de levedura, 20 g/l por litro , 20 g/l de glicose e 20 g/l de ágar Sabouraud. Ocorreu-se também o ajuste do pH para 4,5 com H2SO4, bem como estabilidade térmica de 4°C em tubos na cutura. O processo fermentativo analisou em um biorreator batelada de 1 L Tec-Bio, Modelo 1,5, Tecnal, SP, Brasil) com volume de 750 ml de suco de caju (Figura 1), a influência da temperatura, concentração de inóculo e agitação na condição ótima que maximiza o processo. O tempo de observação foi de 10 horas com intervalos de 2 horas para análise da concentração de célula, substrato e produto. Figura 1 – Representação esquemática do Biorreator Tec-Bio 1,5 Fonte: PINHEIRO, 2015 Como resultado, a dissertação apresenta dados cinéticos referentes de fermentação referentes às temperaturas de 26, 30, 34, 38 e 42°C, concentração de inóculo de 3, 5, 8 e 10 g.L- 1) e da velocidade de agitação (80, 150, 300, 490, 650 e 800 rpm. 2 OBJETIVO Projetar um fermentador a partir de dados cinéticos encontrados na literatura. 3 METODOLOGIA 3.1 Levantamento dos dados cinéticos Para o projeto deste fermentador, será levado em consideração os dados cinéticos relacionados a temperatura, concentração de inóculo e rotação que melhor se adequa às condições ótimas operacionais para. Desse modo, os dados referentes aos parâmetros citados anteriormente podem ser visualizados nas tabelas 1, 2 3. Tabela 1: – Influência da concentração celular inicial nos parâmetros de máxima velocidade específica de crescimento, conversão de substrato em célula, de célula em produto e de substrato em produto, conversão, produtividade, eficiência e produção máxima de etanol. Fonte: PINHEIRO, 2015. Observa-se que com o aumento da concentração de inóculo, a máxima velocidade específica de crescimento (µmáx) aumenta entre 3 e 5 g.L-1. Para concentrações superiores, o parâmetro apresenta valores inferiores ao obtido para 5 g.L-1 de inóculo. Assim, 5 g/L (PINHEIRO, 2015 p.59). Tabela 2: Parâmetros cinéticos e operacionais da produção de etanol utilizando suco de caju como fonte de substrato por S. cerevisiae para várias temperaturas. Fonte: PINHEIRO, 2015. Quanto a temperatura (Tabela 2), percebe-se que a máxima velocidade específica de crescimento aparente aumenta conforme a temperatura sobe na faixa de 24 °C a 34 °C, obtendo assim seu valor máximo (0,158 h-1) para 34 °C. Tabela 3: Influência da intensidade de agitação nos parâmetros fermentativos para a faixa de agitação avaliada. Fonte: PINHEIRO, 2015. Na tabela acima, pode-se observar semelhança entre a máxima velocidade específica de crescimento (µmáx) com o comportamento apresentado para o perfil de crescimento celular. A velocidade especifica permaneceu praticamente inalterada quando a intensidade de agitação foi elevada de 80 a 300 rpm. O mesmo comportamento é observado entre 490 e 650 rpm. 3.2 Determinação dos dados cinéticos Para o projeto determinação dos dados cinéticos foram considerados os dados referentes apenas a terceira batelada (temperatura de 34 °C), com concentração máxima de substrato de aproximadamente 100 g/l, concentração inicial de 5 g/L e 140 rpm. Para isso, realizou-se a leitura gráfica dos dados de concentração de célula, substrato e produto em função tempo. Seguidamente, foram adicionados no programa excel para aplicação do modelo em escala semi-logarítmica e obtenção da velocidade específica de crescimento (µmáx) e por meio das equações demais parâmetros foram calculados. Por se tratar de um fermentador com agitação, foi necessário dimensionar o reator, no qual os cálculos foram realizados para um volume de 1 L, sendo este utilizado experimentalmente, e para um volume de 14 L, levando em consideração se fosse projetado em escala industrial. 4 RESULTADOS Os resultados referentes aos dados cinéticos podem ser observados na tabela 4: Tabela 4: Dados experimentais Tempo (h) X (g/L) S (g/L) P (g/L) Ln (X/X0) 0 5 95 1 0,000 2 6,9 57 16,5 0,322 4 8 24 33,5 0,470 6 8,7 5 39 0,554 8 7,9 1 41,5 0,457 10 8,5 1 41,5 0,531 Fonte: Autoria própria, 2023. Sendo possível observar através dos gráficos gerados pelo Excel (Gráfico 1, 2, 3 e 4). Fonte: Autoria própria. Os resultados referentes a tempo de batelada para célula, substrato e produto proveniente da equação do modelo, bem como, os parâmetros cinéticos estão representados na tabela 5. Tabela 5: Dados cinéticos e de modelo μmáx 0,1044 YP/S observado 0,4309 YP/S teórico 0,4368 YX/S 0,0372 YP/X 11,5714 η 98,63 PP 4,1500 μmáx 0,1044 tb Célula (h) 5,083 tb Substrato (h) 5,083 tb Produto 5,083 Fonte: Autoria própria. Os resultados referentes ao dimensionamento podem ser observados nas tabelas abaixo: Tabela 5: Dimensões de Ruston Razão Valores típicos Altura do líquido do reator e altura do reator Ht/Hl ~ 0,7 - 0,8 Altura do reator e diâmetro do tanque Ht/Dt ~ 1 - 2 Diâmetro do impelidor e diâmetro do tanque Da/Dt 1/3 -1/2 Diâmetro das chicanas e diâmetro do impelidor Db/Dt ~ 0,08 - 0,1 Altura da pá do impelidor e diâmetro do impelidor W/Da 0,2 0 20 40 60 0 5 10 15 C o n ce n tr aç ão d e p ro d u to Tempo (h) P (g/l) 0 50 100 0 5 10 15 C o n ce n tr aç ão d e su b st ra to Tempo (h) S (g/l) 0 5 10 0 5 10 15 C o n ce n tr aç ão d e cé lu la Tempo () X (g/l) R² = 0,9171y = 0,1044x 0,000 0,500 1,000 0 2 4 6 8 LN ( X /X 0) Tempo (h) LN (X/X0) versus Tempo (h) Largura da pá do impelidor e diâmetro do impelidor L/Da 0,25 Distância média entre o impelidor e saída de gás e altura da pá E/W 1 Fonte: Autoria própria Tabela 7: Valor estimado em escala industrial e experimental Dimensões de Escala de Bancada Laboratório Industrial Altura do tanque (Ht) 0,1420 0,3423 Altura do líquido (Hl) 0,0994 0,2396 Diâmetro do tanque (Dt) 0,0947 0,2282 Diâmetro do impelidor (Da) 0,0316 0,0761 Diâmetro das chicanas (Db) 0,0095 0,0228 Altura da pá do impelidor (W) 0,0063 0,0152 Largura da pá do impelidor (L) 0,0079 0,0190 Distância média entre o impelidor e a saída de gás (E) 0,0063 0,0152 Volume do fermentador (V) 0,001 0,014 Raio do tanque (rt) 0,0473 0,1141 Fonte: Autoria própria. 5 CONCLUSÃO Em termos gerais, cada processo possui sua particularidade matemática, possuindo equações próprias capazes de solucionarem problemas do dia a dia, como é o caso do processo batelada e contínuo. Assim, é evidente a importância do estudo da cinética química para a projeção e entendimento de fermentadores, uma vez que é a partir disso que pode-se analisar a viabilidade de um processo. 6 REFÊNCIAS PINHEIRO, Álvaro Daniel Teles. VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DE ETANOL A PARTIR DO SUCO DE CAJU POR Saccharomyces cerevisiae FLOCULANTE. 2015. 182 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Química, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2015. Disponível em: https://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/14589/1/2015_tese_adtpinheiro.pdf. Acesso em: 11 abr. 2018.
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