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BIODIESEL DE MICROALGAS Andressa, Artur, Marielle e Pedro Henrique Microalgas e a produção de biodiesel As microalgas são organismos unicelulares e microscópicos que vivem em meios aquáticos e têm uma característica curiosa: embora não sejam plantas, são capazes de realizar fotossíntese e se desenvolver utilizando luz do sol e gás carbônico. Elas se reproduzem muito rapidamente, gerando grandes quantidades de óleo e biomassa em pouco tempo. A produtividade pode ser de dez a 100 vezes maior do que os cultivos agrícolas tradicionais. Isso chamou a atenção de setores que necessitam de grandes quantidades de matéria-prima, como o de biocombustíveis. As microalgas são organismos de estrutura unicelular e de característica autotrófica, sendo assim, produzem seus próprios nutrientes através da fotossíntese, no entanto há algas de características heterotróficas em que consiste ser providas de nutrientes encontrados no ecossistema, como por exemplo, as algas azuis e as cianobactérias. As microalgas podem ser encontradas em meio terrestre ou aquoso, tanto em água doce quanto salgada, e desempenham uma importante função como produtoras primárias de matéria orgânica do planeta, destacando-se nesse sentido as microalgas oceânicas que integram o fitoplâncton. As microalgas são capazes de produzir energia anualmente, além de não competir com produções agrícolas de alimentos, utilizar solos inapropriados para a agricultura, ocupar uma área de produção menor, pois apresentam produtividade significativamente superior a das plantas oleaginosas, aproximadamente 94,7 % em relação à palma e 99,7 % à soja (CHISTI, 2007), conforme mostra no gráfico a seguir. Cultivo das microalgas Esses cultivos podem ser realizados de diversas formas, em diversos volumes de cultura e são mais vantajosos que os cultivos de plantas terrestres por alguns fatores tais como: ● Um cultivo de microalgas é um sistema biológico eficiente na utilização da energia solar para a produção de matéria orgânica, sendo que muitas espécies crescem mais rapidamente que as plantas terrestres por unidade de área, fato que possibilita maiores rendimentos de biomassa (maior produtividade). ● Sua natureza unicelular assegura uma biomassa com mesma composição bioquímica, o que não ocorre nas plantas terrestres que apresentam compostos localizados em partes específicas: nos frutos, folhas, sementes ou raízes. ● Por manipulação das condições ambientais de cultivo (e.g. luz, temperatura, nutrientes), muitas espécies podem ser induzidas a sintetizar e acumular altas concentrações de proteínas, carboidratos, lipídios etc. Tais compostos apresentam um elevado valor comercial, principalmente por serem produtos naturais. ● Podem crescer bem em regiões com extremas condições climáticas. Os cultivos podem ser desenvolvidos com água marinha ou de estuários, a qual não pode ser convencionalmente empregada no cultivo de plantas com valor para a agricultura, ou com água proveniente de diversos processos de produção (agropecuária industrial e dejetos domésticos, por exemplo). Benefícios para o meio ambiente A produção a partir da microalga traz ainda vantagens ecológicas, já que contribui para a redução de gás carbônico (CO2) do ar, um dos geradores do efeito estufa, que causa o aquecimento global, uma das maiores preocupações atuais com o meio ambiente. A gerente ressaltou que esse gás carbônico ainda será aproveitado para a produção de um substituto dos combustíveis fósseis. Vantagens do biodiesel de microalgas ● As algas não são muito usadas como alimento, como acontece com o milho, a soja e outras fontes de óleos vegetais que são usadas para produzir biodiesel. Assim, o uso das algas pode ser a solução para se produzir biodiesel em larga escala, já que pode minimizar bastante o impacto sobre a produção de alimento; ● Elas crescem bem rápido, podendo completar um ciclo de crescimento em poucos dias e duplicar sua biomassa várias vezes por dia; ● Elevado rendimento: As microalgas possuem alto teor de óleo, sendo que, em alguns casos, esse teor pode chegar a 80% de óleo por peso seco. Elas podem produzir pelo menos 30 vezes mais energia por hectare do que as culturas terrestres. Em condições ótimas, pode-se produzir 137.000 litros de óleo por hectare por ano; ● A produção de algas não necessita de grandes extensões de espaço para cultivo. Desafios encontrados ● O custo da biomassa algal é mais dispendioso do que para os vegetais terrestres. É necessário, por exemplo, controlar o parâmetro de acidez do meio de cultivo, fornecer os nutrientes, água do mar, dióxido de carbono, luz e manter a temperatura em torno de 20-30ºC; ● A produção em larga escala em sistemas exteriores tem apresentado falhas em virtude das dificuldades de aplicação; ● Nos tanques de cultura, espécies invasivas podem surgir; ● Algumas culturas de microalgas têm alta densidade, assim, é mais difícil para a luminosidade penetrar nelas; ● Os altos índices de ácidos graxos e iodo presentes nas algas obtidas tornam necessárias várias etapas de purificação, o que encarece a sua produção. Quando comparamos com a produção do biodiesel a partir do óleo de soja, vemos que o custo de produção de óleo pelas algas é cerca de 20 vezes superior; ● Os métodos de extração continuam caros e há dificuldades em se desidratar a alga para extração do óleo. Isso tem impedido o surgimento de indústrias que produzam o biodiesel de algas em larga escala. É importante que haja o desenvolvimento de soluções para aperfeiçoar os sistemas de produção e extração dos óleos das algas e também os métodos de estudo para a descoberta de espécies de algas que são mais indicadas para esse recurso energético. Cultivo e uso das microalgas Mercado das microalgas Uma das empresas que se tornou referência no tema microalgas é a TerraVia, que até março de 2016 chamava-se Solazyme. Com origem na região do Vale do Silício, nos Estados Unidos, a companhia estabeleceu sua unidade de produção no Brasil, numa joint venture com a Bunge. A biofábrica está associada a uma usina sucroalcooleira, em Orindiúva (SP), porque a espécie de microalga com que trabalha não realiza fotossíntese, mas alimenta-se de açúcar. O diesel e o combustível de aviação obtidos a partir do óleo dessa microalga, o Soladiesel e o Solajet, eram destaque entre os produtos oferecidos pela tecnologia da empresa, mas isso mudou junto com o nome, justamente por causa de valor de mercado. “Esses mercados podem se tornar maiores e rentáveis no futuro e ainda são ativos valiosos para nós. Porém, com os níveis de preços atuais do barril de petróleo, biocombustíveis nesse momento não são o principal driver econômico para nós”, revela o presidente da joint venture TerraVia / Bunge, Walfredo Linhares. O executivo afirma que a empresa está voltada, agora, exclusivamente para alimentos, nutrição animal e ingredientes especiais para o mercado de cuidados pessoais. Empresas como Natura, Nestlé e Unilever já utilizam ou vão utilizar, em seus produtos, óleos e compostos originários das microalgas cultivadas em Orindiúva. Avanço no Brasil A Petrobras trabalha no desenvolvimento de uma tecnologia pioneira para produzir biodiesel de microalgas – alternativa aos combustíveis derivados do petróleo, que pode ser usada em carros e ou qualquer outro veículo com motor a diesel. Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, a gerente de Biotecnologia do Centro de Pesquisas (Cenpes) da Petrobras, Juliana Vaz, ressaltou o pioneirismo do projeto que, em sua avaliação, “vai contribuir para a construção de um futuro mais sustentável. É um projeto de vanguarda, pioneiro no Brasil e que logo estará à disposição de todos”. Fabricado a partir de fontes renováveis (entre elas óleo de soja, gordura animal e óleo de algodão) ou do sebo de animais, o biocombustível emite menos poluentes que o diesel. No processo biológico dasmicroalgas é produzida uma biomassa usada para extrair o óleo, que será matéria prima para a produção do biocombustível. A estatal almeja chegar a produzir o combustível feito a partir da microalga em escala comercial. “O biodiesel produzido já foi submetido a testes de qualificação em laboratório, sob os padrões da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), e os resultados preliminares mostraram ser promissores”, diz Juliana. As microalgas têm como principal vantagem o fato de não ter sazonalidade (períodos de safra) e não depender de condições específicas – de solo, por exemplo – para sua produção. Sua fabricação possibilita colheitas "quase que semanais", com uma produtividade até 40 vezes maior do que a da biomassa feita de vegetais terrestres. “As microalgas têm uma produtividade muito maior do que a soja e cana”, afirmou a pesquisadora. Os resultados são promissores , segundo a gerente de Biotecnologia do Centro de Pesquisa (Cenpes) da Petrobras, Juliana Vaz Francisco Alves de Souza Fonte: Banco de Imagens Petrobras/Embrapa Referências https://www.google.com/amp/s/www.biodieselbr.com/noticias/materia-prima/ algas/todo-o-potencial-das-microalgas-251019/amp https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/33836 http://www.usp.br/portalbiossistemas/?p=1787 https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/20361833/pesquisa-enco ntra-microalgas-que-crescem-em-residuos-e-geram-biocombustiveis https://www.google.com/amp/s/www.biodieselbr.com/noticias/materia-prima/algas/todo-o-potencial-das-microalgas-251019/amp https://www.google.com/amp/s/www.biodieselbr.com/noticias/materia-prima/algas/todo-o-potencial-das-microalgas-251019/amp https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/33836 http://www.usp.br/portalbiossistemas/?p=1787 https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/20361833/pesquisa-encontra-microalgas-que-crescem-em-residuos-e-geram-biocombustiveis https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/20361833/pesquisa-encontra-microalgas-que-crescem-em-residuos-e-geram-biocombustiveis
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