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ME. RICARDO AZENHA LOUREIRO ALBUQUERQUE ESP. TAÍS LUCIANA ROVINA MINÉ PROF. LUÍS AUGUSTO ZILLMER CARDOSO COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL E ORATÓRIA EXPEDIENTEEXPEDIENTE Coordenador(a) de Conteúdo Grazielle Jenske Projeto Gráfico e Capa Arthur Cantareli Silva Editoração Matheus Silva de Souza Design Educacional Vanessa Graciele Tibúrcio Revisão Textual Keli Francieli Cattoni Ilustração Geison Ferreira da Silva Fotos Shutterstock Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a). FICHA CATALOGRÁFICA Impresso por: Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722. Núcleo de Educação a Distância. CARDOSO, Luís Augusto Zillmer, ALBUQUERQUE, Ricardo Azenha Loureiro, MINÉ, Taís Luciana Rovina. Comunicação Empresarial e Oratória / Luís Augusto Zillmer Cardoso, Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque, Taís Luciana Rovina Miné, Vanessa Graciele Tibúrcio (Org.). - Indaial, SC: Arqué, 2023. 260 p. ISBN papel 978-65-5466-004-4 ISBN digital 978-65-5466-009-9 “Graduação - EaD”. 1. Comunicação 2. Empresarial 3. Oratória. 4. EaD. I. Título. CDD - 658.45 ACADÊMICO!ACADÊMICO! AO FIM DE CADA TEMA DE APRENDIZAGEM, VOCÊ É CONVIDADO A VERIFICAR O QUE COM PREENDEU SOBRE O ASSUNTO ESTUDADO, REALIZANDO ALGUMAS ATIVIDADES. ACESSE AS ÚLTIMAS PÁGINAS DE CADA TEMA E RESOLVA AS ATIVIDADES PROPOSTAS. NÃO PERCA A OPORTUNIDADE DE AMPLIAR SEUS CONHECIMENTOS! NO FINAL DO LIVRO VOCÊ PODE ACESSAR O GABARITO E CONFERIR A RESOLUÇÃO DAS ATIVIDADES DE CADA TEMA. BOA SORTE! AVISO IMPORTANTE! 1 2 3 RECURSOS DE IMERSÃO Utilizado para temas, assuntos ou conceitos avançados, levando ao aprofundamento do que está sen- do trabalhado naquele momento do texto. APROFUNDANDO Professores especialistas e convidados, ampliando as discussões sobre os temas por meio de fantásticos podcasts. PLAY NO CONHECIMENTO Utilizado para agregar um conteúdo externo. Utilizando o QR-code você poderá acessar links de vídeos, artigos, sites, etc. Acres- centando muito aprendizado em toda a sua trajetória. EU INDICO Este item corresponde a uma proposta de reflexão que pode ser apresentada por meio de uma frase, um trecho breve ou uma pergunta. PENSANDO JUNTOS Utilizado para desmistificar pontos que possam gerar confusão sobre o tema. Após o texto trazer a explicação, essa interlocução pode trazer pontos adicionais que con- tribuam para que o estudante não fique com dúvidas sobre o tema. ZOOM NO CONHECIMENTO Uma dose extra de conheci- mento é sempre bem-vinda. Aqui você terá indicações de filmes que se conectam com o tema do conteúdo. INDICAÇÃO DE FILME Uma dose extra de conheci- mento é sempre bem-vinda. Aqui você terá indicações de livros que agregarão muito na sua vida profissional. INDICAÇÃO DE LIVRO 4 CAMINHOS DE APRENDIZAGEM 09U N I D A D E 1A COMUNICAÇÃO NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL . . . . . . . . . . 10 EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO NO BRASIL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 COMUNICAÇÃO NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ESTRATÉGICA . . . . . . . . . . . . 22 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ESTRATÉGICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 PANORAMA DA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL . . . . . . . . . . . 42 MINHAS METAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 DEFINIÇÃO DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 FUNDAMENTOS E HISTÓRICO DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 PAPEL DA COMUNICAÇÃO NA EMPRESA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 OBJETIVOS DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 5 CAMINHOS DE APRENDIZAGEM 65U N I D A D E 2COMPOSTO DA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL . . . . . . . . . . . 66 MINHAS METAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 COMUNICAÇÃO ADMINISTRATIVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 COMUNICAÇÃO INTERNA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 COMUNICAÇÃO MERCADOLÓGICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96 COMUNICAÇÃO SOCIAL INTEGRADA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 MINHAS METAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 COMUNICAÇÃO CULTURAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 COMUNICAÇÃO SOCIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO E SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134 MINHAS METAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134 COMUNICAÇÃO ADMINISTRATIVA/GERENCIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E MÍDIAS DIGITAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140 6 CAMINHOS DE APRENDIZAGEM 155U N I D A D E 3GÊNEROS TEXTUAIS DO CONTEXTO ORGANIZACIONAL: LEITURA E ESCRITA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 156 MINHAS METAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 156 GENEROS TEXTUAIS – ABORDAGENS INICIAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157 CARACTERÍSTICAS DA LINGUAGEM DOS GÊNEROS EMPRESARIAIS . . . . . . . . . 163 LEITURA DE GÊNEROS TEXTUAIS EMPRESARIAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 174 PRÁTICAS DA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL . . . . . . . . . . . . 182 MINHAS METAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 182 IDENTIDADE DA MARCA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 183 COMUNICAÇÃO E GESTÃO DE PESSOAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188 POLÍTICAS E DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES . . . . . . . . . . 196 COMUNICAÇÃO NA ERA DIGITAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205 TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO E ORATÓRIA . . . . . . . . . . . . . . . . 220 MINHAS METAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 220 HABILIDADES DO ORADOR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 221 PLANEJAMENTO DA APRESENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 231 7 UNIDADE 1UNIDADE 1 MINHAS METAS T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 1 MINHAS METAS A COMUNICAÇÃO NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL ME. RICARDO AZENHA LOUREIRO ALBUQUERQUE Conhecer os conceitos básicos da comunicação. Compreender a trajetória da comunicação. Conceber o conceito “sociedade da informação”. Elaborar os aspectos constituintes da sociedade da informação. 1 1 1 1 INICIE SUA JORNADA Você já parou para pensar no significado de comunicação? Nós, seres huma- nos, fazemos uso de diversos meios para nos comunicar, e a fala é um exem- plo dessas modalidades. Embora diversos estudos já tenham demonstrado a comunicação entre baleias, golfinhos, cães, insetos e até árvores. A comunicação entre humanos tem como característica umanatureza interdisciplinar, sendo que importantes pesquisas relacionadas ao tema já foram realizadas pela sociologia, antropologia, história, psicologia social e experimental, linguística, semiótica e, evidentemente, filosofia. Nossa comunicação tem a capacidade de nos informar, emocionar, dis- trair, vender, construir mitos, denegrir, poder distorcer fatos, acabar com a reputação das pessoas, ignorar verdades, criar mentiras, emocionar, produzir o silêncio, influenciar comportamentos, fazer rir ou chorar, enganar, conven- cer, gerar dúvida, ter importância e encorajar os que necessitam de coragem. Também é capaz de produzir o que chamamos de “incomunicação”, o que reservamos para tratar em outro momento. Vamos conhecer alguns conceitos sobre o termo comunicação? Matos (2014, p. 2), por exemplo, explica que a palavra comunicação “tem origem no termo latim communicare, ou seja, ‘tornar comum’, ‘partilhar’, ‘repartir’, ‘associar’, ‘trocar opiniões’, ‘conferenciar’”. Por sua vez, Cordeiro (2017, p. 14) complementa essa definição ao explicar que a palavra latina communicatione “deriva de commune que significa ‘comum’, ou, tornar algo comum, como uma informação, uma emoção ou uma experiência”. Isso, para a autora, é como ocorre a comunicação. Outros autores que corroboram com esses conceitos são Perez e Bairon (2002, p. 14), que apontam como origem da comunicação a palavra latina cummunis, a qual tem como significado a “ideia de comunhão, em outras palavras, comungar, compartilhar e transmitir, sendo esse, para eles, o sentido do que seja comunicação”. Por fim, trazemos alguns conceitos de comunicação encontrados, no dicionário Priberam (2020, s.p.): “1. Informa- ção; participação; aviso; 2. Transmissão; 3. Notícia; 4. Passagem; 5. Ligação; 6. Convivência; 7. Relações; 8. Comunhão (de bens)”. 1 1 UNIDADE 1 DESENVOLVA SEU POTENCIAL VAMOS RECORDAR? A intenção, até aqui, foi a de deixar claro que o conceito da palavra comuni- cação se refere ao fato de comunicar-se com outras pessoas, transmitir algu- ma informação ou opinião. Enfim, comunicar é a capacidade de se expressar nos mais diversos contextos sociais. EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO A oralidade (ou uso da fala), além de ser a maneira mais simples, é uma forma primitiva de se comunicar. No entanto, com o passar do tempo, o modo de se comunicar ganhou novas formas, acompanhando a evolução da humanidade. Em um primeiro momento, as pessoas se reuniam para contar histórias e, as- sim, transmitiam seus conhecimentos. Logo depois, o ser humano começou a utilizar pin- turas rupestres (desenhos pré-históricos em cavernas) para se comunicar. Conforme sua evolução acontecia, a lin- guagem foi se desenvolvendo e o ser humano passou a utilizar pedras, argilas, couro, papi- ro e papel para registrar, de maneira escrita, as suas ideias. Cordeiro (2017) diz que foram os sumérios que inventaram a escrita há 3.500 anos antes de Cristo. Depois disso, ainda segun- do o autor, foi a vez dos judeus e gregos passarem a utilizar a escrita como forma de comunicação. 1 1 Pimenta (2002) explica que, com a utilização da escrita, foi possível registrar as informações e, dessa forma, transportá-las de um local para o outro. Esse registro, também, permitiu a viabilidade de se manter várias informações a respeito de diversas culturas e povos ao longo do tempo. A primeira grande transformação social por meio da escrita, sem sombra de dúvidas, deu-se com a invenção da prensa de tipos móveis por Gutenberg. Segundo Thompson (2014), Gutenberg desenvolveu, em meados de 1440, um método de duplicar a fundição de letras de metal de modo que se tornou possível produzir composições de textos extensos. Com isso, criou o conceito dos livros, além de dar força à imprensa. Assim, desenvolveu-se a cultura de mídia, com o surgimento de jornais e revistas por todo o mundo. Com a Revolução Industrial, teve o início da cultura de massa, caracterizada pela difusão de mensagens veiculadas a partir dos meios de comunicação eletrônica, coincidindo com o surgimento do cinema, do rádio e, mais tarde, da tele- visão, contribuindo para a propagação, em massa, de ideologias e movimentos culturais (FELICE, 2008). Com a Revolução Industrial, teve o início da cultura de massa VOCÊ SABE RESPONDER? Já parou para pensar na maneira como você se relaciona com as novas tecno- logias da informação e comunicação? Será que você é um influenciador ou está sendo influenciado, principalmente, pelo que vê e divulga nas redes sociais? No atual cenário, com o desenvolvimento de novas tecnologias de informação e comu- nicação, Felice (2008, p. 23) explica que “pela primeira vez na história da humanidade, a comunicação se torna um processo de fluxo em que as velhas distinções entre emissor, meio e receptor se confundem e se trocam até estabelecer outras formas e outras di- nâmicas de interação”. Isso se dá em função da conectividade de nossos computadores em rede, proporcionando uma comunicação em tempo real, o que torna possível estabelecer um diálogo constante entre as pessoas em qualquer parte do planeta. Essa condição transformou a maneira de interação entre os povos e o modo do ser humano se comunicar. As tecnologias da informação e comunicação ex- pandiram, significativamente, a capacidade de integração, interação e influência das pessoas em uma sociedade em rede. 1 1 UNIDADE 1 EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO NO BRASIL “ “A comunicação evoluiu em conjunto com o desenvolvimento eco-nômico nacional, social e político das últimas décadas”, Torquato (2008, p. 1). Muito dessa evolução se deu pela criação da Asso- ciação Brasileira de Editores de Revistas e Jornais de Empresas (ABERJE), em 1967, na cidade de São Paulo, a qual, com o passar do tempo, tornou-se a Associação de Comunicação Empresarial, movida pela vontade de al- guns profissionais de trans- formar a atividade do jornalismo empresarial em uma atividade profissional. Em termos cronológicos, temos a evolução da comunicação organizacional no Brasil a partir da década de 1950, como é possível ver a seguir (ANDREI, 2016). • 1950: o produto dá ênfase à comunicação no mundo, deixando a imagem das organ- izações em segundo plano. • 1960: inicia-se a chamada “era da imagem”, idealizada pelo publicitário David Oglivy (um dos papas da publicidade moderna). • 1960: início das primeiras atividades da comunicação no Brasil. Forte industrialização no Sudeste. 1 4 • 1967: ABERJE faz sua primeira convenção, sendo a comunicação interna o tema geral de todas as atividades. Iniciavam-se os primeiros desenhos das “atividades do profissional de relações públicas”. • 1970: o mercado do jornalismo (impresso e via rádio) está em fase de saturação. Com a inserção da TV no Brasil, a comunicação assume a escala de posicionamento estratégico nas organizações. • 1980: a comunicação se torna mais interativa por meio das campanhas publicitárias. • 1990: com a popularização dos computadores, a comunicação inicia seu processo de evolução. A globalização é algo irreversível no âmbito dos negócios. • ANOS 2000: tidos como a era tecnológica, fazendo com que a comunicação não pare de se transformar. As tecnologias da comunicação e informação fazem parte do cotidiano de cada cidadão brasileiro. A popularidade da internet impulsiona tal crescimento. É a partir da década de 1980 que a comunicação empresarial ganha força no Brasil, passando a ser vista pelas organizações como algo de grande impor- tância, a ponto de atrair profissionais das mais diversas áreas para atuar nesse campo de trabalho. A criação da política de comunicação social no Brasil nessa mesma época, por meio da Rhodia (empresa do grupo internacional do ramo químico industrial Solvey), teve importante influência na comunicação organizacional (BUENO, 2009). 1 5 UNIDADE 1 “ “O jornalismo empresarial e as atividades afetas às relações públicas se profissionalizaram com a chegada dos egressos dasfaculdades-cursos de comunicação e, sobretudo, com a vigência do regime democrático, que exigiu nova postura das organizações” (BUENO, 2009, p. 7). Mas é a partir dos anos 1990 que o conceito de comunicação empresarial se aprimora, passando “a ser considerada estratégica nas e para as organizações, o que significa, estritamente vinculada ao negócio” (BUENO, 2009, p. 8), atuando como um processo de relacionamento entre as organizações e seu público. Vivemos em um momento em que é facilmente observável o quanto a co- municação organizacional está em crescimento, no sentido de busca por con- solidação nesse ambiente. Ela deixa de ser considerada uma simples atividade empresarial para se constituir em um processo de inteligência organizacional de extrema relevância do ponto de vista estratégico. Com um olhar voltado para o negócio, Bueno (2009, p. 46) explica que “os desafios que a ‘nova economia’ impõe às organizações - entidades, asso- ciações etc. - resvalam, sempre em questões afetas ao bom desempenho da comunicação”. Em outras palavras, faz-se necessário profissionalismo, ética e transparência, além de valores constitutivos na moderna comunicação organizacional. Caro(a) acadêmico(a), para que você entre em contato com uma breve história da comunicação empresarial no Brasil, acesse o en- dereço eletrônico. EU INDICO faz-se necessário profissionalismo, ética e transparência, além de valores constitutivos na moderna comunicação organizacional. COMUNICAÇÃO NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO Todo desenvolvimento da sociedade foi acompanhado por importantes mu- danças tecnológicas, desde o período agrícola, passando pela era industrial, até chegar ao que hoje é conhecido como sociedade da informação. Cada uma dessas mudanças na tecnologia foi responsável por profundas transformações sociais. 1 6 https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/18015 Alguns autores, como Alvin Toffler, chamam essas mudanças tecnológicas de onda. A primeira onda é caracterizada pelas transformações na era agrícola. Já a segunda teve início com a Revolução Industrial, no século XVIII, e contribuiu para o surgimento da sociedade de consumo e dos meios de comunicação de massa. Atualmente, estaríamos vivendo a terceira onda, que é consequência da criação e introdução do computador, da internet e de diversas invenções que impactaram fortemente o desenvolvimento social, contribuindo para que nos tornássemos a sociedade da informação. Acompanhe a evolução no quadro a seguir CARACTERÍSTICAS- CHAVES SOCIEDADE AGRÍCOLA SOCIEDADE INDUSTRIAL SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO PERÍODO DE TEMPO 10.000 anos 200 anos (Inglaterra – 1750) 1955 (Começou nos EUA) RECURSO BÁSICO Alimentar Energia Informação MÃO DE OBRA PRINCIPAL Fazendeiros Trabalhadores de fábricas Trabalhadores da informação INSTITUIÇÃO SOCIAL Fazenda Fábricas, siderúrgicas Pesquisa e Universidades TECNOLOGIA BÁSICA Trabalho manual Máquinas a vapor Computação e eletrônica NATUREZA DA COMUNICAÇÃO Mídia impressa Rádio, cinema e televisão Mídia interativa, redes sociais Quadro 1 – Comparação entre a sociedade agrícola, a sociedade industrial e a sociedade da informação Fonte: Rogers (1986, p. 13). O fato de hoje vivermos em uma sociedade que tem como base a produção de valores informacionais, e não mais valores materiais, é o que caracteriza a expressão de sociedade da informação. Por isso, é possível perceber que tanto a informação quanto a comunicação se fazem tão importantes em nossa vida. 1 7 UNIDADE 1 Outro fator de suma importância que contribui para que vivamos na sociedade da informação é a conectividade que a internet proporciona. O avanço dessa tecnologia permitiu uma verdadeira revolução na maneira como as pessoas se comunicam. Felice (2008, p. 23) consegue resumir bem essa situação quando explica que “diante dos nossos computadores ligados em rede, podemos nos comunicar somente se passarmos a interagir com as nossas interfaces em um diálogo constante, [...] no qual é excluído qualquer distinção entre o produtor e o receptor da mensagem”. Ao mesmo tempo que esse tipo de conexão é revolucionário, acaba sendo também perigoso. Ao se perder a noção de emissor e receptor das mensagens, uma característica do tipo de informação que trafega em redes sociais, como no Facebook, por exemplo, as pessoas se perdem em um emaranhado de informações que são comunicadas indefinidamente, dificultando ter conhe- cimento a respeito de sua veracidade. “ “A internet é mais do que multimídia, ela é hipermídia, uma vez que possibilita a junção de todas as outras mídias com a conexão em rede” (BUENO, 2009, p.119). Castells (1999, p. 40 apud BUENO, 2009, p. 120) com- plementa essa fala ao pontuar que “as redes interativas de computadores estão crescendo exponencialmente, criando novas formas e canais de comunicação, mol- dando a vida e, ao mesmo tempo, sendo moldadas por ela”. O referido autor já previu, há mais de 20 anos, o impacto que a internet viria a causar na sociedade. Esse crescimento exponencial transformou as relações sociais, expandindo a ca- pacidade de os indivíduos, antes anônimos, tornarem-se celebridades em virtude de uma hiperexposição só possível pela utilização da internet e de mídias sociais. As empresas também vêm se aproveitando desse novo canal de comunica- ção, fato que pode ser comprovado observando-se a preocupação que grande parte delas tem demonstrado em fazer parte de alguma rede social, como o Facebook, por exemplo, e em monitorar os comentários que são postados a respeito de seus produtos e serviços, tentando, assim, controlar e administrar as críticas o mais rápido possível, de modo a diminuir possíveis impactos negativos que possam aparecer. Crescimento exponencial transformou as relações sociais 1 1 Outras ferramentas de comunicação, com grande impacto social, são os aplica- tivos de conversação como o WhatsApp, que trouxe grande prejuízo às compa- nhias telefônicas, obrigando-as a mudar seu modelo de negócio. Hoje, a maioria das pessoas e das empresas utiliza mensagens de texto ou envio de arquivos de áudio para se comunicar, tudo isso em função do baixíssimo custo e da pratici- dade. Sem contar o uso de aplicativos, como Uber, Rappi, iFood, dentre outros, que facilitaram, e muito, a contratação de serviços de entrega e de deslocamento. É engraçado pensar que a geração anterior aos anos 1990 nunca mais verá o mundo como conheceram, ao mesmo tempo que a geração a partir dos anos 1994 nunca conheceu um mundo sem a utilização da internet e de suas facilidades. Segundo Ferreira e Malheiros (2016), as mídias sociais, também permitem que as empresas: • Divulguem seus produtos. • Realizem campanhas promocionais. • Acompanhem sua imagem junto aos seus consumidores. • Observem as tendências do mercado. • Conheçam seus clientes. • Fidelizem seus clientes. • Envolvam seu público-alvo de acordo com suas intenções. APROFUNDANDO Como seria o seu mundo hoje sem as ferramentas do Google, como o Maps, ou sua rede social preferida, como Facebook ou Instagram? Seria um mundo mais fácil? Veja que estou falando de tecnologias que existem há menos de 20 anos! PENSANDO JUNTOS NOVOS DESAFIOS Agora que finalizamos este tema, o que você aprendeu até aqui? Foi possível conhecer os conceitos básicos da comunicação humana? O processo histórico da trajetória da comunicação é importante para a compreensão do status atual de nossa sociedade? Considerando que estamos vivendo a era da sociedade da informação, quais mu- danças você vivenciou com relação aos aspectos de comunicação e interação social? 1 1 AGORA É COM VOCÊ 1. A comunicação sempre existiu e existirá na história das organizações. Obviamente, o que irá diferenciá-la é a sua evolução. Hoje, a comunicação empresarial é uma ferra- menta estratégica de planejamento usada com o objetivo de melhorar, por exemplo, a imagem da empresa. De acordo com o material de estudo, sobre a comunicaçãoempresarial, podemos destacar que ela é uma atividade multidisciplinar que envolve métodos e técnicas das áreas de: I - Propaganda. II - Marketing. III - Área da Produção. IV - Relações Públicas. V - Engenharia. Assinale a alternativa correta: a) Apenas I e II estão corretas. b) Apenas II e III estão corretas. c) Apenas I está correta. d) Apenas I, II e IV estão corretas. e) Nenhuma das alternativas está correta. 2. Comunicação pode sofrer algumas barreiras, durante o seu processo, que precisam ser evitadas. Essas barreiras, conhecidas como ruídos, podem causar problemas de comunicação. Portanto, é correto dizer que: a) Deve-se deixar de se preocupar com possíveis distrações recebidas. b) Deve-se manter na defensiva durante a comunicação. c) Quando alguém estiver lhe dirigindo a palavra, prestar muita atenção, não desviar o olhar ou realizar outra atividade ao mesmo tempo. d) Deve-se prestar atenção, apenas, no conteúdo emitido que seja confuso. e) Embasar decisões, apenas, na opinião que se tem do emissor, mesmo que este não tenha credibilidade. 1 1 AGORA É COM VOCÊ 3. A comunicação é inerente ao ser humano, desde o seu primeiro dia de vida. Uma mamãe não precisa esperar seu bebê recém-nascido pedir o seu leite para saber que ele está com fome. Basta escutá-lo chorar. Dessa forma, a comunicação é processa- da o todo tempo, independentemente da forma em que ocorre. De uma criança que chora pelo seu leite até um executivo que precisa convencer seu cliente a comprar seu produto, o sucesso de toda a atividade “profissional” passa por uma comunicação eficaz. Para se fazer uma comunicação de excelência, é necessário compreender seus elementos. Com base nesta afirmação, aponte quais são os elementos do pro- cesso de comunicação. 4. Na comunicação organizacional, é importante que as empresas saibam utilizar, corre- tamente, suas ferramentas de comunicação de maneira que seja possível transmitir uma melhor imagem para o seu público, demonstrando, assim, certa preocupação com a opinião do mercado. No entanto é importante entender que não basta ter uma comunicação eficiente se as atitudes da organização não forem condizentes com o que ela diz. Portanto, cite quais são os objetivos a serem alcançados quando a organização utiliza, estrategicamente, a comunicação. 1 1 UNIDADE 1UNIDADE 1 MINHAS METAS T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 2 MINHAS METAS COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ESTRATÉGICA ME. RICARDO AZENHA LOUREIRO ALBUQUERQUE LUÍS AUGUSTO ZILLMER CARDOSO Conhecer itens importantes que fazem parte da comunicação organizacional estratégica. Identificar os elementos do processo de comunicação. Aprender modelos e técnicas de comunicação empresarial. Aprender os passos para construir uma imagem positiva da empresa e identific- ar o papel dos funcionários nessa construção. Compreender a importância de as empresas agirem de maneira condizente com suas ações e valores. 1 1 1 1 INICIE SUA JORNADA A partir de agora, caro(a) acadêmico(a), traremos abordagens a respeito da co- municação organizacional. Para isso, te convido a pensar sobre o tema: qual a importância da comunicação para uma organização? Nas palavras de Fleury (1996, p. 24), “a comunicação constitui um dos ele- mentos essenciais no processo de criação, transmissão e cristalização do universo simbólico de uma organização”. Guerra do Fogo (Quest for fire, 1981). Sinopse: aligenimi, retrata dois grupos de hominídeos na Pré-História em busca do domínio do fogo, em uma época em que a fala ainda não havia se desenvolvido. Comentário: preste atenção na forma como a linguagem corporal con- tribui para a interação das tribos e na transmissão do conhecimento para dominar o fogo e para a própria aprendizagem de uma linguagem mais complexa e bem elaborada. INDICAÇÃO DE FILME Acredito que você já tenha uma percepção do quão valiosa é a comunicação para as organizações. Ainda assim, poucas são as empresas que conseguem se comuni- car de modo estratégico. Aliás, podemos afirmar que o sucesso ou o fracasso das empresas tem muita relação com a maneira pela qual elas se comunicam com o mercado. Vamos, juntos(as), conhecer estratégias de comunicação organizacional? VAMOS RECORDAR? Vale lembrar que quando se fala em organização, estamos nos referindo a todo e qualquer tipo de empresa, tendo em vista que a comunicação deve ser considerada como a base da existência para todas as organizações. A partir dessa linha de pensamento, há duas formas de existência da comunicação: ordenada e desordenada (TAVARES, 2010, p. 11). A primeira diz respeito a organizações que valorizam a importância da comu- nicação como um todo e fazem uso da comunicação de forma planejada. A segunda representa as organizações que utilizam de forma intuitiva a comu- nicação, sem o planejamento se basear no “achismo” (TAVARES, 2010). 1 1 UNIDADE 1 DESENVOLVA SEU POTENCIAL# COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ESTRATÉGICA A má comunicação traz desgastes nas relações organizacionais em fun- ção de agressões verbais, perda de tempo, retra- balho, mal-entendidos e muitas outras situações ruins, frutos de proble- mas com a comunicação (MARTINIANO, 2007). Para que as organi- zações utilizem estrate- gicamente a comunica- ção organizacional, é importante que exista uma cultura de comunicação, de maneira que os recursos necessários sejam disponibilizados para tais atividades. Caso contrário, a organização pode ter maus resultados. Não existe comunicação organizacional em ambientes organizacionais em que essa perspectiva cultural seja ausente. Conforme Bueno (2009, p. 59), “dificilmente se poderia surpreender uma comunicação organizacional estratégica numa organização que fosse avessa a um sistema de gestão comprometido com esse paradigma organizacional”. É preciso lembrar que, em um mundo conectado, as organizações precisam oferecer muito mais do que apenas bons serviços ou produtos com preços com- petitivos. Não adianta também apresentarem estruturas atrativas. As organizações precisam comunicar-se de maneira correta com o seu público. Perez e Bairon (2002, p. 33) afirmam ser: “ “Necessário cada vez mais comunicar-se não só com clientes, mas também com clientes em potencial, fornecedores, colaboradores, entidades de classe, investidores e o público em geral”. 1 4 Percebe-se, então, que a comunicação organizacional, quando bem reali- zada, é condição que contribui para o lucro das empresas e, ainda, que uma boa comunicação é um diferencial entre as organizações. Seu objetivo é transmitir informações, criar e estreitar relacionamentos com o mercado, além de manter seus clientes internos e externos situados a respeito do que se passa com a organização. De modo geral, a comunicação organizacional é uma maneira de manter integrados todos os diversos processos pelos quais as organizações passam dia- riamente. Corroborando com esse pensamento, Kunsch (2009, p. 113), diz que “a importância da comunicação dentro das empresas pode contribuir signifi- cativamente em todas as áreas, inclusive, para a área financeira”. Um exemplo muito simples sobre a relevância da comunicação organizacional é a utilização do famoso “jornalzinho” da empresa, para divulgar os feitos entre seus funcionários. Isso é o tipo de ação que, sem grandes investimentos, provoca uma melhora na moral dos colaboradores e, muitas vezes, pode acarretar um aumento no rendimento organizacional. Trata-se de uma estratégia simples, prática e de fácil aplicação, mas que a grande maioria das organizações não sabe como aplicar. Outra maneira de se utilizar a comunicação organizacional ocorre por meio de uma assessoria de imprensa e, como mostramos anteriormente, com a uti- lização das redes sociais. As atuais ferramentas de tecnologia e informação das quais as empresas dispõem favorecem que se tenha acesso a praticamente todo o tipo de informação que possamos imaginar. Por meio dessas ferramentas conectadas à internet,como os smartphones ou tablets, é possível que as empresas e as pessoas, de modo geral, conversem virtualmente nas mais diversas situações, independentemente das distâncias. O ganho em interação que as organizações conseguem com esses meios é muito grande. A capacidade de melhorar a imagem das organizações diante do seu público só com a utilização das redes sociais, além de ser muito eficiente, per- mite um estreitamento das relações nunca imaginado. As empresas que sabem utilizar corretamente essas ferramentas on-line de comunicação têm condição de transmitir uma imagem melhor para o seu público, além de demonstrarem preocupação com a opinião do mercado. 1 5 UNIDADE 1 No entanto, Matos (2014, p. 96) chama atenção para o fato de que “de nada servem veículos e canais formais de comunicação interna e externa se não houver atitudes e comportamentos positivos que estimulem a livre interação de pensamentos, opiniões e ideias”. Portanto, além de utilizar as ferramentas de comunicação organizacional, é necessário que elas sejam utilizadas de maneira correta. Estrategicamente, a utilização da comunicação organizacional deve ser implantada pelas orga- nizações para alcançar determinados objetivos. São eles, segundo Pimenta (2010): ■ Construção da imagem institucional da empresa. ■ Adequação dos trabalhadores ao aumento da competição no mercado. ■ Atender às exigências dos consumidores mais conscientes de seus direitos. ■ Defender interesses frente ao governo (lobby). ■ Encaminhar questões sindicais e relacionadas à preservação do meio ambiente. Vamos conhecer cada um deles. Vem comigo! Construção da imagem institucional da empresa Fundamental para qualquer organização, sua imagem determina o con- ceito que as pessoas e o mercado em geral têm a respeito das empresas. Uma organização que esteja preocupada com questões de responsabilidade social e ambiental e age de maneira verdadeira, conforme o que divulga, terá uma grande chance de construir, frente ao seu público, uma imagem de uma organização séria e comprometida com o equilíbrio socioambiental. Será possível também perceber que existe uma tendência por parte dos con- sumidores de desenvolver imagens positivas de organizações que promovem ou estejam envolvidas com eventos culturais, esportivos ou de voluntariado. organização séria e comprometida com o equilíbrio socioambiental 1 6 “ A imagem do produto e da empresa (como instituição) formam seu maior patrimônio, que deve ser construído e preservado, tendo como base a ética, a organização e a competência” (PIMENTA, 2010, p. 139). Essa imagem institucional é construída pela imagem do produto em relação à qualidade, preço e durabilidade, e pela imagem da relação com o consumidor que leva em consideração o atendimento, a assistência técnica etc. Adequação dos trabalhadores ao aumento da competição no mercado A participação dos funcionários na construção da imagem organizacional é muito importante. As organizações só conseguem construir imagens positivas diante da sociedade caso os seus funcionários conheçam e tenham efetiva participação na construção dessa imagem. Para isso, é necessário algum investimento na melhora do desempenho dos funcionários, e a co- municação interna é uma excelente ferramenta para isso – como no exemplo dado anteriormente a res- peito do “jornalzinho interno”. comunicação interna é uma excelente ferramenta 1 7 UNIDADE 1 Outra maneira de trabalhar essa melhoria de desempenho é desenvolver os valores e técnicas organizacionais junto aos funcionários. Para isso, a comunica- ção interna, segundo Pimenta (2010), pode ser utilizada, em termos de valores, para melhorar a responsabilidade, o compromisso, a cooperação, a solidariedade e a dedicação dos funcionários. Com relação às melhorias técnicas, é possível utilizar formas de comunicação que possibilitem às equipes desenvolver novos procedimentos e métodos de trabalhos. Atender às exigências dos consumidores mais conscientes de seus direitos O atendimento às exigências do mercado também tem reflexo na imagem da organização. Esse atendimento deve ser realizado por meio de uma comunicação organizacional bem estruturada, que deve ser disponibilizada para os consumi- dores pelos meios de comunicação em geral e, principalmente, pela internet. Tais informações referentes à organização devem ser suficientes para satisfazer os consumidores, que estão cada vez mais exigentes e conscientes de seus direitos. Defender interesses frente ao governo (lobby) Não só os consumidores têm maior conhecimento de seus direitos, já que as organizações também vêm buscando, por meio de associações e sindicatos, lutar por seus interesses frente ao governo. Para que isso se efetive, Pimenta (2010, p. 133) explica que é necessário as “or- ganizações criarem representantes que estabeleçam contato com as entidades governamentais, para que posteriormente, estabeleçam vínculos que possibi- litem a ampliação dos negócios”. Encaminhar questões sindicais e relacionadas à preservação do meio ambiente Uma exigência cada vez maior, por parte dos consumidores, refere-se à manei- ra como as organizações vêm agindo, frente às suas responsabilidades sociais, econômicas e ambientais, quanto à sua atuação no mercado. Para o mercado, de 1 1 forma geral, essa é uma tendência em crescimento e que não tem volta. Por isso, munir o mercado e seus consumidores com a maior quantidade de informações referente a esses assuntos é fundamental para tranquilizar seus consumidores. Além de buscar esses objetivos, uma estratégia de comunicação também deve pensar quais recursos estão disponíveis para se alcançar esses objetivos e o que precisa ser diagnosticado em termos de reputação da organização. O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES A comunicação torna possível nos organi- zarmos em sociedade, estruturar e expressar nossos sentimentos e desejos. Por meio dela, é possível se relacionar continuamente com outras pessoas e seus ambientes (CHIAVE- NATO, 2016). Nesse sentido, três conceitos preliminares são importantes: ■ Dado – registro a respeito de determinado evento ou ocorrência ou pessoa. ■ Informação – conjunto de dados com determinado significado, ou seja, que reduz a incerteza a respeito de algo ou que permite o conhecimento a respei- to de algo. ■ Comunicação – ocorre quando uma informação é transmitida a alguém e é, então, compartilhada também por esse alguém. 1 1 UNIDADE 1 Assim, há várias formas de comunicação, seja por meio da fala, da escrita, da pintura, dos símbolos, das cores, das danças e todas as demais maneiras de ex- pressarmos nossas intenções, emoções ou sentimentos. Para que a comunicação seja efetiva, Terciotti e Macarenco (2009, p. 9) esclarecem que “o emissor precisa tornar sua ideia ou informação comum ao receptor, sob pena de ter sua mensagem interpretada de forma incorreta”. Nem toda comunicação ocorre de maneira verbal, ou seja, por meio das coisas que falamos ou escrevemos. A comunicação também pode ocorrer de forma não verbal de diversas maneiras. A comunicação verbal é aquela transmitida de maneira escrita ou falada por uma pessoa. Ela representa a capacidade do homem de dominar a linguagem e a capacidade de usar e se expressar por meio de palavras. Por outro lado, a escrita representa os sons articulados na fala por meio de sinais gráficos. Todavia, também podemos nos expressar pela comunicação não verbal, ou seja, aquela utilizada por outros meios, como gestos, olhares, cores, tom de voz, expres- sões faciais, postura e até pelas roupas que usamos (TOMASI; MEDEIROS, 2014). VOCÊ SABE RESPONDER? Você se lembra da definição de “comunicação”? Relembre aqui. A palavra comunicação deriva do latim communicare, cujo significado é tornar comum, partilhar, associar, trocar opiniões ou conferenciar. Assim, o termo “comunicação” tem o sentido de participação e de interação (CHINEM, 2010). Para Terciottie Macarenco (2013), a comunicação implica uma transferência de significados entre as pessoas capazes de produzir um efeito real, o que exige compreensão dos significados por todos os envolvidos no processo de comunicação. Isso nos ajuda a compreender a definição de comunicação, cuja palavra tem origem na junção das ex- pressões “comunicar” e “ação”. Ou seja, comunicar significa tornar comum uma ação (ação + tornar comum = comunicação). 1 1 Para compreendermos melhor como realizar uma comunicação eficaz, que seja comum ao emissor e ao receptor, precisamos entender como se dá o processo de comunicação. Um processo consiste em uma sequência de etapas e, assim, a comunicação deve obedecer a uma ordem de fatores sem os quais ela não ocorre. Observe a figura a seguir, que apresenta os elementos envolvidos no processo de comunicação. Emissor Receptor Codi�cação da mensagem Decodi�cação da mensagem Ambiente Ambiente Código Canal de comunicação Mensagem enviada Ruído Ruído Resposta (ou���������) Figura 1 – Elementos do processo de comunicação / Fonte: Terciotti e Macarenco (2009, p. 3). Para ilustramos a comunicação não verbal, podemos recorrer ao exemplo do gesto com o polegar levantado para cima. Para nós, brasileiros, isso significa que está tudo bem e até serve para confirmar uma afirmação ou dar uma resposta positiva para alguém sem precisar dizer nada. Agora, se você for para a Índia, tome cuidado. Ao utilizar esse mesmo gesto com um comerciante, em vez de confirmar que está tudo bem com a sua compra, você estará dizendo que desistiu do negócio. Da mesma forma, esse gesto tem uma representação obscena na Austrália e na Nigéria (TOMASI; MEDEIROS, 2014). APROFUNDANDO 1 1 UNIDADE 1 Como podemos constatar na figura, os elementos-chave do processo de co- municação são os seguintes: emissor, canal de comunicação, receptor, mensagem, código, codificação, decodificação, resposta ou feedback, ruído e ambiente. Utili- zaremos a sequência de explicações, proposta por Terciotti e Macarenco (2009), de cada um dos elementos para identificá-los e verificar sua função no processo de comunicação. Vejamos: • EMISSOR responsável por transmitir a mensagem codificada ao interlocutor. • RECEPTOR recebe, decodifica e interpreta a mensagem enviada pelo emissor. • MENSAGEM informação transmitida por meio de sinais (signos) pertencentes a um código linguístico ou não. • CÓDIGO compõe-se dos sinais (signos) linguísticos ou não que devem ser comuns tanto ao emissor quanto ao receptor, bem como as regras de utilização dos sinais. • CODIFICAÇÃO designa a conversão da informação na mensagem, por meio de um código ade- quado para transmissão e de um canal de comunicação. • CANAL DE COMUNICAÇÃO corresponde ao meio (oral, escrito, visual ou corporal) pelo qual a mensagem é transmitida. 1 1 • DECODIFICAÇÃO é o processo inverso à codificação, ou seja, corresponde à percepção e interpre- tação do significado da mensagem pelo receptor. • RESPOSTA representa a reação do receptor à mensagem e faz com que o emissor saiba se a mensagem foi compreendida ou não. Por exemplo: uma curtida em uma post- agem de rede social. • FEEDBACK significa a realimentação do processo de comunicação e o retorno dado pelo re- ceptor. Por exemplo: o compartilhamento de uma postagem em uma rede social. Há outros dois elementos que não são essenciais ao processo de comuni- cação, mas que afetam diretamente a comunicação (TERCIOTTI; MACAREN- CO, 2009). São eles: ■ Ambiente – é o contexto no qual as mensagens são transmitidas e recebidas. ■ Ruído – é tudo aquilo que interfere na comunicação, ocasionando perda de informação durante a transmissão da mensagem. A existência e a compreensão do processo de comunicação se torna essencial e vital para os seres humanos. “ É fundamental porque toda a sociedade humana – da primitiva à contemporânea – baseia-se na capacidade do homem de transmitir suas intenções, desejos, sentimentos, conhecimentos e experiência de pessoa para pessoa. E é vital porque a habilidade de se comuni- car aumenta as chances de sobrevivência do indivíduo, enquanto sua falta é geralmente considerada uma séria forma de patologia (SANT’ANNA; ROCHA JÚNIOR; GARCIA, 2009, p. 2). 1 1 UNIDADE 1 O processo de comunicação apresentado denomina-se modelo sistêmico de comunicação. Esse padrão objetiva integrar a descrição dos elementos e dos processos da comunicação a fim de compreender sua funcionalidade em um determinado contexto. “ É o enfoque sistêmico que traz a dimensão estratégica das comu-nicações humanas, por isso o interesse pelos objetivos da comuni-cação, percepção das mensagens e resultados obtidos com os es- forços de comunicação. O enfoque sistêmico considera também a simultaneidade de fonte e receptor, que são os atores envolvidos na comunicação. Enfim, a comunicação exige a presença de um emis- sor (destinador), um receptor (destinatário), o canal e a mensagem. Além desses elementos, são necessários processos para que ela se estabeleça. Tais processos compreendem: composição, interpreta- ção e resposta (TOMASI; MEDEIROS, 2014, p. 12). Isso reforça a necessidade de que o receptor pre- cisa entender a mensagem para que a comuni- cação se estabeleça de fato e/ou seja eficaz. Se a mensagem não for compreendida ou não puder ser decodificada de forma correta, dizemos que não houve comunicação ou que houve um ruído de comunicação. Quantas vezes acontecem situações em nos- sas vidas em que dizemos: “eu não entendi isso ou aquilo” ou “eu achei que fosse assim”. Esses são exemplos de que a comunicação falhou entre os envolvidos e não ocorreu a compreensão da mensagem correta. Outro aspecto importante a se ressaltar diz res- peito ao comportamento do destinatário da men- sagem. No entendimento de Tomasi e Medeiros (2014), o receptor pode assumir funções passivas, ativas ou proativas. Vejamos alguns exemplos dos comportamen- tos do receptor em relação à comunicação. 1 4 Essas situações revelam que, em um processo de comunicação, emissor e recep- tor alternam constantemente seus papéis. As pessoas envolvidas tanto emitem quanto recebem mensagens e isso ocorre também com um grupo de pessoas, uma empresa ou a própria sociedade como um todo (TOMASI; MEDEIROS, 2014). Reforçando: para que a comunicação seja bem-sucedida, o emissor pre- cisa ser claro e objetivo, a fim de conseguir tornar comum sua informação ao receptor. Para tanto, Tomasi e Medeiros (2014) destacam a necessidade de atenção especial a determinados aspectos. De acordo com os autores, a comunicação poderá ser ineficiente, sem efeito, se for mal escolhido o canal utilizado para se estabelecer a comunicação. Isso se justifica na medida em que o canal de comunicação corresponde ao meio físico utilizado para veicular a mensagem. Portanto, é ele que possibilita que a men- sagem chegue ao receptor-alvo no momento oportuno, com a intensidade e a fre- quência desejadas e a linguagem mais apropriada (TOMASI; MEDEIROS, 2014). Figura 2 – Comportamentos do receptor / Fonte: adaptado de Tomasi e Medeiros (2014). Destina tário pa ssivo Aquele que r ecebe a men sagem , mas n ão a u tiliza. S eu com porta- mento é indi ferente em re lação à mensa gem. E xemplo : um p edestre em rela ção a u ma pla ca de t rânsito de proi bido es taciona r. Destinatário ativo Aquele que recebe a mensagem e reage a ela de uma determinada maneira. Nessa situação, dizemos que seu comportamento é reativo à mensagem. Exemplo, ao ler a placa de “não toque nos objetos” em um museu. Destinatário proativo Consiste em estimular o emissor a oferecer-lhe uma mensagem. Por exemplo: quando espirramos, o destinatário provoca o emissor a desejar-lhe saúde. 1 5 UNIDADE 1 Tudo o que tratamos até o momento mantém similaridade com o processo de comunicação das organizações, com o mercado e com os seus vários públicos de interesse. Para deixar isso mais claro,antes de ingressarmos no tema “comunicação nas organizações”, precisamos adaptar o processo de comunicação ao mercado. A forma correta para a escolha do canal de comunicação tem como base o resulta- do de uma pesquisa do engenheiro elétrico e matemático norte-americano Claude Elwood Shannon. Ele determinou matematicamente a quantidade máxima de in- formações que um canal é capaz de veicular (TERCIOTTI; MACARENCO, 2009). De acordo com os resultados das pesquisas de Shannon, o canal de comunicação é tanto mais rico quanto maior a quantidade de informação transmitida e a veloci- dade do feedback e a menor perda de informação. Com relação à capacidade de transmitir informação de um canal, os resultados da pesquisa de Shannon classificam os canais em (TERCIOTTI; MACARENCO, 2009): MAIS RICO MENOS RICO PRIMEIRO Face a face (reuniões, videocon- ferências etc.), pois permite o uso da linguagem verbal e não verbal, com feedback imediato e redução da ambiguidade. Documentos pessoais escritos (faxes, e-mails, cartas, me- morandos etc.), porque esses apresentam poucas expres- sões/indicações visuais (figu- ras, gráficos, negritos, itálicos etc.) e o feedback é lento. SEGUNDO Telefone (fixo/móvel) e demais meios pessoais e eletrônicos de comunicação (mensagens de texto), porque as mensagens são pessoais e podem usar recursos adicionais, tais como entonação, figuras etc. e o feedback é rápi- do, embora ainda não se possa utilizar as expressões visuais. Documentos impessoais escritos (boletins, relatórios, bancos de dados), porque esses são quantitativos e têm o propósito de atingir muitos pessoas e, geralmente, não permitem feedback. Quadro 1 – Canais de comunicação segundo Shannon / Fonte: adaptado de Terciotti e Macarenco (2009). Muito bem! Agora que já definimos o termo “comunicação” e conhecemos os elementos que compõem o processo de comunicação e suas respectivas funções, podemos verificar como isso se aplica na prática das organizações. 1 6 A forma como a empresa se comunica com o mercado tem como base o pró- prio conceito da comunicação sistematizada, em que as pessoas se comunicam de forma cognitiva (PINHEIRO; GULLO, 2005). Para entender essa semelhança, faremos algumas adaptações no processo de comunicação, conforme demonstra a figura a seguir. Anunciante Consumidor �������� (procura do produto) ������������ �������� ����������� ����� ������� � ����� ����� ������� � ����� Figura 3 – Processo de comunicação adaptado ao mercado / Fonte: adaptado de Pinheiro e Gullo (2005). Com base nas adaptações feitas no processo de comunicação, podemos perceber as semelhanças entre eles. A empresa representa o emissor, a mídia representa os meios de comunicação e o consumidor representa o destinatário da mensagem. A resposta/feedback se dá por meio das vendas ou da imagem da empresa no mercado. “ O anunciante é o grande investidor no mercado através de seus pro-dutos (bens ou serviços). A comunicação utiliza símbolos e signos que representam o código que irá compor a comunicação com o consumi- dor. É então criada a mensagem que informará sobre o produto, com os signos e símbolos certos para cada tipo de público, que então irá decodi- ficar essa mensagem; a procura pelo produto é a resposta ao anunciante de que ele entendeu a mensagem (PINHEIRO; GULLO, 2005, p. 32). Na comunicação nas organizações, temos vários públicos que nem sempre são o consumidor. Esse modelo de comunicação adaptado ao mercado reflete como se dá a comunicação das empresas na sociedade como um todo e serve como base para ingressarmos no tema da comunicação nas organizações. 1 7 UNIDADE 1 Vamos, conforme Terciotti e Macarenco (2009), estabelecer a distinção entre os dois conceitos de feedback, a saber: • Feedback como resposta do receptor ao emissor da mensagem. • Feedback como instrumento de comunicação e de avaliação, que serve para ajudar a empresa e/ou o funcionário a melhorar seu desempenho. Esse segundo tipo de feedback constitui-se em uma das partes mais importantes do processo de comunicação, pois é o meio pelo qual as pessoas e a empresa melhoram seu trabalho com o aprendizado proporcionado por seus próprios erros. É, portanto, uma técnica usada para identificar erros, introduzir novidades e aprender continuamente com a experiência. Como exemplo de aprendizado com feedback, podemos citar a avaliação que normalmente é entregue aos participantes ao término de uma sessão de treinamento. Dentre os principais propósitos do feedback, podemos citar: a) Orientação do foco de pessoas. b) Incentivo ou reforço de um bom desempenho. c) Incentivo à busca do desenvolvimento profissional. d) Incentivo à mudança de comportamento inadequado. e) Busca continuada da eficácia. APROFUNDANDO NOVOS DESAFIOS Agora que finalizamos este tema, o que você aprendeu até aqui? Só existe co- municação quando o receptor entende a mensagem transmitida pelo emissor? A comunicação ocorre por meio de um processo, o que exige uma sequência de etapas bem definidas para que ela ocorra de maneira eficaz. Quais são os elementos-chave do processo de comu- nicação? Você consegue identificar no seu local de trabalho/organização to- dos os elementos? Qual a importância do canal ao emitir uma comunicação para que ela seja eficiente e eficaz? De que forma é possível avaliar a resposta de uma comunicação organizacional? 1 1 AGORA É COM VOCÊ 1. (ENADE/2006) A tira ilustra os elementos do modelo do processo de comunicação proposto por Shannon e Weaver. Com base no referido modelo e com relação à tira, julgue os itens a seguir: I - A voz do personagem Cascão é um canal de comunicação. II - O personagem Cebolinha desempenha o papel de receptor/destinatário da mensagem. III - A forma como o diálogo entre Cascão e Cebolinha se desenvolveu indica que hou- ve ruído no processo de comunicação, segundo o modelo de Shannon e Weaver. IV - O modelo de Shannon e Weaver, ilustrado nessa tira, é circular. V - É possível encontrar na tira os seguintes elementos do modelo de Shannon e Weaver: fonte, código, mensagem, canal, decodificador e receptor. Estão corretos apenas os itens: a) I e III. b) I e IV. c) II e III. d) II e V. e) IV e V 2. A comunicação exige a presença de um emissor (destinador), um receptor (destina- tário), o canal e a mensagem. Além desses elementos, são necessários processos para que ela se estabeleça, e tais processos compreendem: composição (codificação), interpretação (decodificação), resposta (feedback). Acerca do processo de comunica- ção e seus elementos, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. 1 1 AGORA É COM VOCÊ I - A composição de uma comunicação envolve a escolha dos signos, palavras, desenhos, sinais, ícones, símbolos, canal e outros. Os elementos reunidos em certa disposição compõem um sistema de signos que significam algo. PORQUE II - A existência de ruídos impede que a comunicação se estabeleça. Os ruídos po- dem ser técnicos, organizacionais, semânticos, de atitudes ou de comportamen- to. Por essa razão, é preciso ter presente que emissor e receptor têm caracterís- ticas pessoais, culturais e motivação diferentes. A respeito dessas asserções, assinale a opção CORRETA: a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. 3. (ENADE/2015) O processo de comunicação envolve elementos essenciais, como emissor, receptor, mensagem, canal e código. Com relação às barreiras que dificultam a comunicação, avalie as afirmações a seguir: I - As barreiras da comunicação são variáveis que interferem na interpretação ou transmissão adequada dasideias entre indivíduos ou grupos. II - O emprego de palavras ambíguas e a distância entre o emissor e o receptor configuram-se como barreiras externas à comunicação. III - O uso de línguas diferentes pelo emissor e pelo receptor e a iluminação do espaço no qual eles se comunicam são barreiras internas à comunicação. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II. d) II e III. e) I, II e III. 4 1 MEU ESPAÇO 4 1 UNIDADE 1 T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 3 MINHAS METAS PANORAMA DA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL LUÍS AUGUSTO ZILLMER CARDOSO Conhecer as definições fundamentais da comunicação nas organizações. Abordar os aspectos e um breve panorama histórico a respeito do tema. Estabelecer o papel da comunicação nas organizações empresariais. Determinar e explorar os objetivos da comunicação nas organizações. Identificar os diversos públicos-alvo de uma empresa. 4 1 INICIE SUA JORNADA Caro(a) estudante, a comunicação funciona como elemento de ligação entre as pessoas, fazendo com que possamos expressar nossos sentimentos, emoções e intenções. Com isso, conseguimos aquilo de que gostaríamos ou desejaríamos. Podemos dizer o mesmo a respeito de uma organização? Afinal, as organizações são parte da sociedade e vivem para produzir bens e serviços para as pessoas, a fim de satisfazer suas necessidades e desejos. VAMOS RECORDAR? Para uma melhor compreensão, vamos recordar a definição de Maximiano (2015, s.p.): “uma organização é um sistema de trabalho que transforma recursos em produtos e serviços”. Assim, pessoas, matérias-primas, finanças, informações, conhecimento, espaço e tempo compõem os recursos que a empresa utiliza para organizar e transformar em produtos e serviços para as pessoas. As empresas precisam consumir informação dos consumidores e do mercado para que possam ajustar seus produtos e serviços às necessidades das pessoas. Da mesma forma, depois de fabricar os produtos e os serviços, as empresas precisam comunicar a existência deles para os consumidores. As organizações de qualquer natureza, sejam públicas ou privadas, necessitam de comunicação com seus públicos. Dentre os vários motivos para isso, estão o lançamento de produtos, posicionamentos da empresa e outros mais específicos para determinados públicos. Logo, podemos perceber que as organizações não têm outro objetivo que não seja trabalhar para as pessoas. É por essa razão que podemos fazer uma analogia das empresas como organismos vivos em uma sociedade. 4 1 UNIDADE 1 DESENVOLVA SEU POTENCIAL DEFINIÇÃO DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL As organizações não são máquinas de produzir, mas sofrem influências do ambiente externo em que se inserem e também do ambiente interno do qual as pessoas fazem parte e interagem diariamente. “ Todos nós vivemos dentro de organizações e cercados por elas. A faculdade na qual você estuda, a universidade da qual ela faz parte e o centro acadêmico são organizações. A prefeitura, a padaria, o aero- porto, o shopping center e cada uma de suas lojas também. Serviços de saúde, água e energia, segurança pública, controle de poluição, diversão e educação em todos os níveis são fornecidos por organiza- ções. Praticamente tudo depende de organizações, as quais também fornecem os meios de subsistência para muitas pessoas. Em retri- buição por seu trabalho, as pessoas recebem salários, abonos, lucros distribuídos e outras formas de remuneração. Esses rendimentos do trabalho e de investimentos permitem às pessoas adquirir os bens e os serviços de que necessitam. O desempenho das organizações é do interesse de clientes, usuários, funcionários, acionistas, fornecedores e da comunidade em geral (MAXIMIANO, 2015). Como o desempenho das organizações é de inte- resse de vários públicos, podemos concluir que elas precisam se comunicar com esses públicos, a fim de estreitar seu relacionamento e demonstrar suas ações e resultados para todos eles. elas precisam se comunicar com esses públicos, a fim de estreitar seu relacionamento 4 4 Nesse sentido, Terciotti e Macarenco (2013) destacam os públicos para os quais se destina a comunicação empresarial. São eles: ■ • Público externo – formado pela sociedade em geral (governo, políticos, con- sumidores e formadores de opinião, tais como professores, jornalistas etc.). ■ • Público interno – formado pelos colaboradores da empresa, tais como funcionários, fornecedores e parceiros em geral, os quais também são chamados de stakeholders. Ainda de acordo com Terciotti e Macarenco (2013), a comunicação nas organiza- ções surgiu porque as empresas contemporâneas deixaram de se dedicar apenas à produção de bens duráveis e passaram a expandir suas atividades para os meios de diversos setores, como o político, o esportivo, o cultural e o social. Assim, já temos uma boa base para definir o termo “comunicação empresa- rial”. A comunicação empresarial consiste no somatório de todas as atividades de comunicação da empresa (TOMASI; MEDEIROS, 2014). Os autores ainda acres- centam que a comunicação nas organizações é uma atividade multidisciplinar que envolve métodos e técnicas de relações públicas, jornalismo, assessoria de imprensa, lobby, propaganda, promoções, pesquisa, endomarketing e marketing. A comunicação empresarial é aque- la existente entre a organização – seja empresas privadas, empresas públicas, instituições ou organizações não gover- namentais – e os seus públicos de inte- resse, tais como clientes internos e fun- cionários, fornecedores, distribuidores, clientes, prospects, mídia e a sociedade em geral (TAVARES, 2010). VOCÊ SABE RESPONDER? Você conhece o termo prospect? É utilizado para designar pessoas ou em- presas que têm potencial de se transformar em clientes de uma determinada organização. 4 5 UNIDADE 1 Da mesma forma, Ferreira e Malheiros (2016) entendem que a comuni- cação empresarial abrange uma série de ações, atividades e estratégias que visam reforçar a imagem de uma empresa ou instituição com o seu público de interesse. Nesse sentido, os termos “comunicação empresarial”, “comunicação organ- izacional”, “comunicação corporativa” ou “comunicação nas organizações” são sinônimos, por considerarem que as comunicações são realizadas para o público interno e externo à organização (FERREIRA; MALHEIROS, 2016). Devido a essa abrangência da comunicação nas or- ganizações, Tomasi e Medeiros (2014) entendem a comunicação empresarial como uma atividade sistêmica e de caráter estratégico que está ligada aos mais altos escalões da empresa e tem como ob- jetivos criar, manter e mudar para favorável a ima- gem da empresa junto a seus públicos prioritários. Ao se referirem ao caráter sistêmico, Tomasi e Medeiros (2014) pretendem dizer que a comunicação deve ser vista como uma atividade constante, e não apenas como uma atividade feita para apagar incêndio em momentos de crise ou “quebra um galho”. Ao tratarem a comunicação como uma ativida- de estratégica, significa que ela tem relação com a missão e os objetivos da empresa, ou seja, a comu- nicação pode contribuir com a estratégia global da organização (TOMASI; MEDEIROS, 2014). Encontramos em Tavares (2010) um reforço a essa ideia de que a comuni- cação integrada significa o esforço de trabalhar toda a comunicação da orga- nização (interna, institucional e de marketing) de forma planejada e integrada. O caráter estratégico atribuído à comunicação está relacionado à constru- ção de uma reputação corporativa, a qual está diretamente relacionada aos objetivos da comunicação que estudaremos mais adiante neste tópico. comunicação empresarial como uma atividade sistêmica e de caráter estratégico a comunicação pode contribuir com a estratégia global da organização 4 6 “ “A comunicação corporativa é uma função recente da administra-ção e foi concebida para ajudar a empresa a obter e manter uma reputação favorável no processo de comunicação com seus públi-cos. Usando o conhecimento sobre as realidades da empresa e de seu ambiente externo, em especial os relacionados às tendências culturais, sociais, políticas e econômicas, a função busca identifi- car as oportunidades nas quais a empresa pode projetar sua voz e capitalizar o interesse das audiências” (SILVA NETO, 2010, p. 1-2). Isso deve ao fato de que a opinião pública varia com relação às empresas. Por exemplo, quando uma empresa cresce, gera empregos, lança novos produtos ou tecnologias, costu- mamos ter uma opinião favorável e positiva em relação a ela. Por outro lado, quan- do uma empresa provo- ca um acidente ambiental, fornece produtos ou serviços com defeitos ou age de maneira ilegal ou antiética, costumamos ter uma opinião desfavorável ou negativa em relação a ela. Essa variabilidade pode ser encarada como um problema ou como uma oportunidade para a empresa. Conforme Silva Neto (2010), diante dessas si- tuações, sejam elas reais ou potenciais, a comuni- cação corporativa busca identificar e recomendar soluções para as vulnerabilidades das empresas no ambiente em que estão inseridas e disso decorre o caráter estratégico da comunicação. a comunicação corporativa busca identificar e recomendar soluções para as vulnerabilidades das empresas 4 7 UNIDADE 1 FUNDAMENTOS E HISTÓRICO DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Como nasce a opinião pública? Nasce das ideias e das crenças individuais, que vão se aglomerando em núcleos, expandindo-se de maneira vertical (nas classes sociais) e horizontal (nos espaços ge- ográficos). São conduzidas pelos meios de comunicação, que funcionam como uma tuba de ressonância dos fatos. Em um certo momento e espaços imprevisíveis, vão surgindo ondas que se encadeiam, difundindo e multiplicando, de acordo com as circunstâncias, a complexidade dos fatos, as peculiaridades dos atores sociais envolvidos e as características do momento e do lugar. A opinião pública funciona como salvaguarda da sociedade. É de suas criações mais im- portantes para o próprio desenvolvimento e ajuste social. É uma arma de defesa contra as ameaças de sistemas autoritários, uma ferramenta de avanços e mudanças e uma câmara de eco das grandes demandas sociais. Fonte: Torquato (2002, p. 77-78). APROFUNDANDO A história da comunicação organizacional começou por volta de 1906 Agora, vamos reconstituir brevemente os fundamentos e o histórico da comunicação empresarial, vem comigo? O surgimento da comunicação nas organizações se deu com a Revolução In- dustrial, no final do século XIX. A sociedade industrializada passou a questionar algumas práticas das empresas da época e isso levou os gestores a se preocuparem com a comunicação interna e externa da organização. A história da comunicação organizacional começou por volta de 1906, com a criação do primeiro escritório de relações públicas pelo jornalista Ivy Lee. Ele foi responsável por resgatar a credibilidade do empresário norte-americano John D. Rockefeller. Rockfeller foi acusado de combater os pequenos e médios concorrentes de suas empresas com práticas pouco ortodoxas em busca do lucro a qualquer preço. 4 1 Para resgatar a imagem do empresário, Ivy Lee propôs a publicação de notícias em espaços editoriais e com uma abordagem diferente daquela utilizada nos anún- cios publicitários. Conforme nos contam Ferreira e Malheiros (2016), o caso de Rockfeller se tornou um sucesso e sua imagem pública foi transformada na de um benfeitor da humanidade por uma série de ações e atitudes traçadas por Ivy Lee. Para que isso ocorresse com sucesso, Rockefeller dispensou o uso de guarda- -costas, colaborou com as investigações do Congresso Americano na apuração de denúncias contra ele próprio e criou fundações de interesse público, como a Fundação Rockfeller. Essa técnica de compor a imagem institucional do empre- sário e suas empresas alastrou-se pelo mundo. “ As relações públicas ganharam o mundo a partir dessa experiência nos Estados Unidos. Chegaram ao Canadá e à França nos anos 1940 e, na década seguinte, a países como Holanda, Inglaterra, Noruega, Itália, Bélgica, Suécia, Finlândia e Alemanha. Alguns autores defendem que, no Brasil, a prática de relações públicas se iniciou na década de 1940 em uma empresa canadense de eletricidade (The São Paulo Tramway Light and Power Company Limited), sob a liderança de Eduardo Pi- nheiro Lobo (KUNSCH, 2008). Outros autores, contudo, consideram que o desenvolvimento das relações públicas no Brasil só veio a ocorrer mesmo a partir de 1950” (FERREIRA; MALHEIROS, 2016, s.p.). A história da comunicação organiza- cional no Brasil se confunde com a própria história do desenvolvimento nacional, entende Torquato (2002). Se- gundo ele, o surgimento da Associação Brasileira de Editores de Revistas e Jor- nais de Empresa (ABERJE) foi o marco inicial em 1967. De acordo com Chinem (2010), a atividade de comunicação nas organi- zações iniciou-se no Brasil com as in- dústrias e as agências de comunicação dos Estados Unidos, atraídas pelo governo Juscelino Kubitschek, principalmente as indústrias de automóveis e de higiene. 4 1 UNIDADE 1 A disposição do ex-presidente JK em fazer “50 anos em 5” atraiu empresas do ramo industrial e deu as condições para que viessem para o país, empresas de capital estrangeiro e fomentou o desenvolvimento nacional. Na mesma década, as agências internacionais de publicidade se tornaram referência por deslocarem a ênfase dada à comunicação do produto para se focarem no con- ceito da marca e das empresas, cujo pontapé inicial foi dado pelo publicitário David Ogilvy (TORQUATO, 2002). Até esse período da nossa história, a comuni- cação sempre esteve relegada a um segundo pla- no. No entendimento de Tavares (2010), ela existia, mas não era compreendida como elemento estra- tégico nem era trabalhada de forma integrada. As décadas seguintes, dos anos 1970 e 1980, serviram para consolidar a comunicação nas empresas como um setor estraté- gico e responsável pelo posicionamento da imagem das empresas junto a seus públicos e seus consumidores. Empresas como Vale, Petrobras e Embratel, na época ainda estatais, passaram a contar com profissionais e departamentos de comunicação responsáveis pela assessoria de imprensa, comunicação interna e relações públicas (FERREIRA; MALHEIROS, 2016). não era compreendida como elemento estratégico nem era trabalhada de forma integrada 5 1 O desenvolvimento da comunicação nas organ- izações demandou profissionais para atuarem na área. Em paralelo, surgiram a Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), seguida depois pela Escola Superior de Propaganda e Marketing e o os cursos de graduação em faculdades e universidades focados em Relações Públicas, Publi- cidade e Propaganda e Jornalismo. No mesmo período, também foram criados os cursos de tecnologia em comunicação, tais como Comunicação Institucional, Produção Publicitária, dentre outros, que tiver- am como base a ascensão da profissionalização da atividade de comunicação. Nesse contexto, Torquato (2002) acrescenta que o perfil do profissional responsável pela comuni- cação estratégica das organizações mudou e exige cada vez mais especialistas de maior qualificação do nível profissional para atuar em conjunto com agências e assessorias especializadas. “ “Tradicionalmente, o trabalho de assessoria de comunicação é feito por profissionais que executam tarefas próprias nas instituições, como ocorre nos Estados Unidos e na Europa, e independe de o profissional ser jornalista, relações públicas, publicitário, adminis- trador de empresa, engenheiro, especialista com pós-graduação em marketing ou de qualquer outra profissão. O importante é que en- tenda da comunicação” (CHINEM, 2010, p. 24). Desde as décadas de 1980 e 1990, a área de comuni- cação empresarial cresceu em importância e se tor- nou uma ferramenta estratégica para o crescimento de qualquer organização e queprecisa estar alinhada com a estratégia empresarial como um todo. A comunicação organizacional passou por um refinamento a partir dos anos 1990, ganhou o status de estratégica e passou a ser exercida por profissionais com uma visão abrangente, seja da comunicação ou do mercado em que a empresa ou entidade se insere (BUENO, 2014). O desenvolvimento da comunicação nas organizações demandou profissionais para atuarem na área o perfil do profissional responsável pela comunicação estratégica das organizações mudou se tornou uma ferramenta estratégica para o crescimento de qualquer organização 5 1 UNIDADE 1 As crescentes preocupações das pessoas com a preservação ambiental, a responsabilidade social das empresas, a retribuição delas com as comunidades com as quais interagem e todos os demais públicos fazem com que a comuni- cação se torne um elo entre comunidade e mercado. Por esse breve histórico e pela crescente necessi- dade de as empresas se comunicarem com seus públicos interno e externo, você está estudando a comunicação nas organizações e visualizando que sua atuação não se restringe a agências de publici- dade ou produtoras. Cada vez mais, exige-se que os profissionais de comunicação enfatizem sua importância na relação entre empresas, mídias e sociedade, com foco nas questões comunitárias e experiências de sua realidade, para posicionarem-se como profissionais com princípios éticos (CHINEM, 2010). PAPEL DA COMUNICAÇÃO NA EMPRESA Com base em tudo o que estudamos até o momento, uma coisa é certa: a comunicação é essencial para o ser humano e tem se mos- trado também com a mesma relevância para as organizações. É nesse contexto que podemos estabelecer o papel da comunicação nas em- presas. que sua atuação não se restringe a agências de publicidade ou produtoras 5 1 Chinem (2010) entende, ao colocar a comu- nicação interna e externa como uma das suas prioridades, que a comunicação se destaca como um instrumento indispensável para a conquista do sucesso. “ A imagem institucional de uma companhia é o que garante e sus-tenta as bases de seu permanente progresso e desenvolvimento. Um dos maiores desafios das empresas é criar, desenvolver e aperfeiçoar um conceito de credibilidade. E isso leva tempo. Nesse contexto, a assessoria de comunicação é a área nobre do sistema de comuni- cação externa das organizações. Está consolidada como conceito, como atividade e como suporte estratégico” (CHINEM, 2010, p. 11). A comunicação deve estar alinhada com a estratégia da empresa e servir de instrumento para sua realização, pois, para que isso aconteça, é necessária a participação de todos na organização e a comunicação serve de elemento de ligação, explica Tavares (2010). Cabe à comunicação empresarial conseguir se relacionar com os vários públicos de interesse na organização, por meio de canais diferenciados, com linguagens distintas e discursos alinhados com o ob- jetivo e a estratégia geral da empresa (BUENO, 2014). Isso é bastante comum em determinados segmentos de atuação, por exemplo, no caso do petróleo, do taba- co e das bebidas alcoólicas, nos quais sindicalistas, entidades ambientalistas, consumidores e investidores possuem visões diferencia- das a respeito da empresa. É por essa razão que Bueno (2014) nos ensina que as expressões “comunicação inte- grada” e “comunicação estratégica” não podem se resumir apenas a meras expressões, mas devem conduzir a práticas para a boa gestão da imagem da organização. a comunicação se destaca como um instrumento indispensável para a conquista do sucesso Cabe à comunicação empresarial conseguir se relacionar com os vários públicos de interesse na organização 5 1 UNIDADE 1 “ A comunicação integrada pressupõe uma política formalmente estabelecida e amplamente pactuada nas diversas instâncias de uma organização e não se manifesta apenas em determinados mo- mentos para atender a resultados esporádicos. Ela não se limita à articulação entre as várias competências ou atividades de comuni- cação, mas pressupõe efetivamente um vínculo com o processo de gestão, com a cultura organizacional, com a missão, com os valores e com os princípios de uma organização” (BUENO, 2014, p. 13). Nem sempre o profissional de comunicação atua diretamente ligado à empresa, na forma de contrato de trabalho direto como funcionário, mas é bastante comum as em- presas contratarem assessorias de comunicação, ou seja, empresas terceirizadas para a prestação do serviço. Pense na possibilidade de empreender na área de comunicação com uma assessoria de comunicação, a fim de prestar serviço a várias empresas. Pode ser um bom caminho para o seu futuro profissional! PENSANDO JUNTOS Para alcançar esse nível de atuação, as empresas precisam se conscientizar de que a prática da comunicação organizacional requer uma estrutura e recur- sos, como pessoas qualificadas, orçamento e tecnologia. Aos departamentos de comunicação ou assessorias de comunicação, como são costumeiramente conhecidas as estruturas de comunicação nas empresas, cabe estabelecer o diálogo com os mais variados públicos. 5 4 O principal papel da comunicação nas organizações, portanto, consiste em construir uma boa reputação da identidade e da imagem da empresa. Antes de prosse- guirmos, torna-se essencial diferenciarmos imagem de identidade. A identidade resulta das percepções públicas, ou seja, de como as pessoas enxergam a empresa por meio de seus atos e ações de comunicação. Por isso, Silva Neto (2010) entende que toda empresa tem uma identidade própria con- ferida por seus públicos. Por outro lado, o reflexo da identidade da organi- zação representa a imagem da empresa. Essa imagem será positiva se a identidade estiver alinhada com as práticas da empresa, caso contrário, essa imagem será negativa, explica Silva Neto (2010). A identidade refere-se às características físicas fundamentais do produto, da marca ou da empresa. Já a imagem relacionada é a projeção da identidade. Torquato (2002) ressalta que identidade se refere ao plano dos conteúdos lógicos e concretos, aprendidos pelo nível consciente. Já a imagem, segundo ele, se refere ao plano dos simbolismos, das intuições e das conotações, apreendidas pelo nível do inconsciente das pessoas. A identidade resulta das percepções públicas o reflexo da identidade da organização representa a imagem da empresa Por analogia, o autor mostra que a identidade é aquilo que a empresa de fato é, enquan- to a imagem seria o reflexo da identidade. Pense a respeito dessa figura de linguagem. Quando você caminha na praia, ao meio-dia, com o sol sob sua cabeça, não há sombra sua refletida no chão. Isso significa que sua imagem está alinhada com a sua identidade. Por outro lado, quando você caminha na praia ao final da tarde, tendo o sol pelas costas e quase no horizonte, sua sombra aparece distorcida e longe daquilo que você real- mente é. Isso significa que sua identidade está distorcida, você parece mais alto e magro do que realmente é. A soma desses dois elementos, identidade e imagem, resulta na reputação da empresa construída ao longo do tempo. ZOOM NO CONHECIMENTO Com base nesse mecanismo tão simples e definitivo, a empresa deve cuidar para que as ações de comunicação realizadas por seus diversos setores e interlocutores – seus produtos, serviços, marcas, anúncios, atitudes, entrevistas, comunicados etc. – tenham a qualidade e a coerência necessárias para gerar, nessa ordem, iden- tidade, imagem e reputação positivas ou favoráveis. 5 5 UNIDADE 1 Para assegurar que isso ocorra, a empresa deve adotar uma política de comunicação que permita o alinhamento entre as comunicações internas e exter- nas e desenvolver programas de comunicação para estimular o engajamento das pessoas junto às marcas (SILVA NETO, 2010, p. 5). Lovemarks: o futuro além das marcas Comentário: o engajamento dos vários públicos com uma marca é a melhor
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