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COMUNICAÇÃO 
ALTERNATIVA NO TEA
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Prof.ª Adriana Prado Santana Santos
Prof. Marcelo Martins
Indaial - 2020
1ª Edição
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Jairo Martins 
Jóice Gadotti Consatti
Marcio Kisner
Norberto Siegel
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2020
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
S237c
 Santos, Adriana Prado Santana
 Comunicação alternativa no TEA. / Adriana Prado Santana 
Santos; Marcelo Martins. – Indaial: UNIASSELVI, 2020.
 134 p.; il.
 ISBN 978-65-5646-247-9
 ISBN Digital 978-65-5646-242-4
1. Transtorno do espectro autista. - Brasil. I. Martins, Marcelo. II. 
Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 618.928982
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................5
CAPÍTULO 1
Comunicação e Linguagem no Autismo ......................................7
CAPÍTULO 2
TEA: Materiais e Instrumentos da Intervenção 
em Comunicação Aumentativa Alternativa (CAA) ....................47
CAPÍTULO 3
Utilização de Tecnologias de Comunicação Alternativa 
e Aumentativa para Pessoas com TEA ......................................89
APRESENTAÇÃO
Prezado pós-graduando. O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) 
como uma condição de distúrbio neurológico é bastante complexo. Uma 
das consequências dessa condição é que nenhum autista apresenta as 
mesmas características de outro. Observamos essas singularidades em suas 
características principais, como comportamento, interação social e linguagem/
comunicação. 
No que diz respeito à comunicação e linguagem, os autistas se 
expressam de maneiras distintas do ponto de vista da fala, da linguagem e 
da própria comunicação. Assim, é fundamental que intervenções na área da 
comunicação possa ser realizadas quanto antes, a fim de contribuir para uma 
resposta positiva ao tratamento (em termos de linguagem, desenvolvimento 
cognitivo). 
Desta forma, o livro didático inicia o Capítulo 1 destacando a Comunicação 
e Linguagem e sua importância para vida social e acadêmica do autista; os 
diferentes aspectos da comunicação da pessoa com TEA, que envolve os tipos 
de Comunicação Alternativa, conciliando a teoria e prática, explorando alguns 
distúrbios de fala principais na comunicação do autista.
O Capítulo 2 enfatiza a Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) 
e alguns sistemas para conversação e letramento para os autistas. Trará 
metodologias e ferramentas passadas e atuais usadas como intervenção no 
auxilio da comunicação e linguagem do sujeito com TEA.
Na conclusão, o Capítulo 3 abordará a utilização das tecnologias da 
informação e comunicação (TIC), desenvolvidas como uma inovação na 
Comunicação Alternativa e Aumentativa. Nesse sentido, apontamos que as 
tecnologias têm sido usadas não só com a finalidade de auxiliar na linguagem e 
comunicação, mas, também, para atenuar os momentos de crises.
Prof.ª Adriana Prado Santana Santos
Prof. Marcelo Martins
CAPÍTULO 1
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM 
NO AUTISMO
A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
• Abordar brevemente a importância da linguagem e comunicação para a pessoa 
com TEA.
• Conheceros diferentes aspectos relacionados à comunicação do TEA.
• Entender mecanismos cognitivos no uso da linguagem verbal e não verbal.
• Explorar alguns distúrbios de fala relacionados à pessoa com TEA como: 
ecolalia e apraxia.
• Relacionar terapias interventivas por profi ssionais habilitados na fala e 
linguagem.
8
 Comunicação Alternativa no TEA
9
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM NO AUTISMO Capítulo 1 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Uma das áreas mais comprometidas na pessoa com TEA (Transtorno do 
Espectro Autista) é a comunicação social e o atraso no desenvolvimento da 
linguagem de forma compreensível. Conforme mostra Klin (2006, p. 8), “muitas 
áreas do funcionamento cognitivo estão frequentemente preservadas e, às vezes, 
os indivíduos com essas condições exibem habilidades surpreendentes e até 
prodigiosas”, sendo, muitas vezes, encarados como superdotados, porém não a 
utilizam de forma funcional, ou seja, sua comunicação não alcança um resultado 
desejado para uma compreensão com o outro.
FIGURA 1 – ESTIMULAÇÃO DA LINGUAGEM NO AUTISTA
FONTE: <https://bit.ly/3jSjgh1>. Acesso em: 26 jul. 2020. 
Podemos nos perguntar o que se confi gura a fala e a linguagem? Sobre a 
fala é importante trazer os estudos de Schirmer, Fontoura e Nunes (2004). Ele 
esclarece que, “muito antes de começar a falar, a criança está habilitada a usar o 
olhar, a expressão facial e o gesto para comunicar-se com os outros. Tem também 
capacidade para discriminar precocemente os sons da fala” [...] (SCHIRMER; 
FONTOURA; NUNES, 2004, p. 95). 
Sobre a linguagem, os mesmos autores continuam, ”também estão 
envolvidas na linguagem áreas de controle motor e as responsáveis pela 
memória” (SCHIRMER; FONTOURA; NUNES, 2004, p. 98. ). Assim, a fala e a 
linguagem estão diretamente ligadas a nossa memória e ao controle motor do 
nosso aparelho fonador. Conforme mostra a fi gura a seguir:
10
 Comunicação Alternativa no TEA
FIGURA 2 – FISIOLOGIA DA VOZ
FONTE: Adaptada de <https://bit.ly/2PjOwYt>. Acesso em: 26 jul. 2020.
Entretanto, nem todos têm a capacidade de desenvolver uma linguagem 
adequada para comunicarcar-se, os autores Schirmer, Fontoura e Nunes (2004, 
p. 2) continuam dissertando que, as alterações da linguagem atingem “cerca 
de 3 a 15% das crianças e podem ser classifi cadas em atraso, dissociação e 
desvio”. Nesta porcentagem, encontram-se as crianças com TEA. Observe esses 
conceitos no quadro a seguir :
QUADRO 1 – ETIOLOGIA DA LINGUAGEM
Classifi cação das alterações da linguagem
Atraso – a progressão na linguagem processa-se na sequência correta, mas em ritmo 
mais lento, sendo o desempenho semelhante aos de uma criança inferior.
Dissociaçao – existe uma diferença signifi cativa entre a evolução da linguagem e das 
outras áreas do desenvolvimento.
Desvio – o padrão de desenvolvimento é mais alterado: verifi ca-se uma aquisição quali-
tativamente anômala da linguagem. É um achado comum nas perturbações da comuni-
cação do espectro do autismo.
FONTE: Adaptado de Schirmer, Fontoura e Nunes (2004, p. 2)
Ainda sobre a defi nição da linguagem, destacamos Bechara (2004, p. 16), 
ele diz que a linguagem “é qualquer sistema de signos simbólicos empregados na 
intercomunicação social para expressar e comunicar ideias e sentimentos, isto é, 
conteúdos da consciência”. Corroborando com esse pensamento, Geraldi (1995), 
nos diz que a linguagem é fundamental ao desenvolvimento de toda e qualquer 
pessoa. Dada a importância da linguagem para o ser humano, Benveniste (1976, 
p. 285) afi rma que:
Não atingimos nunca o homem separado da linguagem e não 
o vemos nunca inventando-a. Não atingimos jamais o homem 
reduzido a si mesmo e procurando conceber a existência do 
outro. É o homem falando que encontramos no mundo, um 
homem falando com outro homem, e a linguagem ensina a 
própria defi nição de homem.
11
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM NO AUTISMO Capítulo 1 
FIGURA 3 – LINGUAGEM
FONTE: <https://elo.pro.br/cloud/_src/ckfi nder/userfi les/images/B/
apresentac3a7c3a3o2(2).jpg>. Acesso em: 26 jul. 2020.
Assim, a linguagem nos permite compreender o mundo a nossa volta e ser 
compreendido. SegundoVygotsky (1989), para nos comunicar são necessárias 
duas funções básicas: o intercâmbio social e o pensamento generalizante. O 
intercâmbio social pode ser visto quando, principalmente, bebês interagem por 
meio de gestos e balbucios, demostrando seus sentimentos. Sobre a função 
generalizante, observe a fi gura a seguir:
FIGURA 4 –
FONTE: <https://4.bp.blogspot.com/-0tW7njphK_c/T6bOY8Wy1LI/
AAAAAAAAARI/pydfL4xF3tc/s1600/imagem.bmp>. Acesso em: 26 jul. 2020.
Desse modo “são os signifi cados que vão propiciar a mediação simbólica 
entre o indivíduo e o mundo real” (VYGOTSKY, 1989, p. 104). Compreendemos 
12
 Comunicação Alternativa no TEA
melhor na continuação do autor “uma palavra sem signifi cado é um som vazio” 
(VYGOTSKY, 1989, p. 104). Nesse sentido, a fala e a escrita dão signifi cados à 
palavra que auxilia na elaboração de orações mais simples à abstrata.
Aprender a ler e a escrever não é um processo natural como 
o de aprender a falar. Trata-se de uma tarefa complexa, 
que envolve competências cognitivas, psicolinguísticas, 
perceptivas, espácio-temporais, grafomotoras e afectivo-
emocionais. Um dos passos cruciais para facilitar a iniciação 
à leitura e à escrita consiste na promoção da refl exão sobre 
a oralidade e no treino da capacidade de segmentação da 
cadeia de fala em frases, das frases em palavras, das palavras 
em sílabas e destas nos sons que as compõem (FREITAS, 
2004, p. 3). 
Dessa forma, idenpendente da comunidade linguistuica que a criança está 
inserida o estimulo social e mais tarde o acadêmico, irá fazer toda diferença no 
seu desenvolvimento intelectual e letramento em sua língua nativa. Conforme 
autores Schirmer, Foutoura e Nunes (2004).
Apesar de não estar completamente esclarecido o grau de 
efi cácia com que a linguagem é adquirida, sabe-se que as 
crianças de diferentes culturas parecem seguir o mesmo 
percurso global de desenvolvimento da linguagem. Ainda, 
antes de nascer, elas iniciam a aprendizagem dos sons da sua 
língua nativa (SCHIRMER; FOUTOURA; NUNES, 2004, p. 2).
As autoras Delfrate, Santana e Massi (2009 apud ALBANO, 1990), mostra 
que a criança depende de quatro condições básicas e imprescindíveis para o 
desenvolvimento da linguagem.
A primeira seria a presença de um interesse subjetivo na 
criança, isto é, uma disposição de brincar. [...]. A segunda 
seria a existência de pelo menos um sistema sensório-
motor íntegro (audiovisual ou visomanual). A terceira seria a 
inserção em um meio cuja linguagem faça parte de rotinas 
signifi cativas. [...]. A quarta e última seria a presença de uma 
língua minimamente autorreferenciada que contenha alguns 
mecanismos gramaticais, sinalizando a própria organização 
para que a descoberta da sua estrutura possa se proceder 
efi cientemente, seguindo uma direção mais ou menos 
determinada (DELFRATE; SANTANA; MASSI, 2009 apud
ALBANO, 1990, p. 2). 
Nessa direção, tomando para discussão da pessoa com TEA, essas quatro 
condições teriam muitas incertezas alencadas como: interesse subjetivo, ou seja 
(difi culdade em socializar-se), é comum a criança com TEA tomar a mão ou o 
braço da outra criança ou mesmo do adulto de modo a facilitar que ela “pegue” 
um objeto ou um brinquedo, mas ele continua em sua subjetividade.
13
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM NO AUTISMO Capítulo 1 
Sobre o sistema sensório-motor estar preservado ou íntegro, como o 
segundo ponto destacado pelos autores, Delfrate, Santana e Massi (2009 apud
ALBANO, 1990), entendemos que muitas pessoas com TEA que têm transtornos 
relacionados à motrocidade ampla e fi na, entre outros. Nesse sentido, existirão 
algumas difi culdades envolvendo a fala e uma linguagem expressiva e coerente, 
de forma que o outro o entenda.
Do ponto de vista de manter uma rotina de linguagem signifi cativa, para 
o autista difi cilmente isso se concretiza. Um dos motivos é devido aos rituais 
repetitivos de movimentos esterioptipados que, em geral, acontece quando está 
feliz ou desorganizado, o que o impede de manter um raciocínio estruturado que 
faça sentido ao se comunicar, nesse contexto, deve-se considerar as diferenças 
entre um espectro de maior ou menor grau de complexidade.
Assim, a fala deve ser o resultado de todo o processo do desenvolvimento 
da linguagem e do entendimento da criança, segundo a teoria de Vygotsky 
(1989), destacada anteriormente, entre o intercâmbio social e o pensamento 
generalizante. Essa relação entre o pensamento e a linguagem se torna um 
desafi o para o autista, haja visto a difi culdade social e comunicativa presente 
desde a infância, por isso, a partir de agora, observaremos os diferentes aspectos 
da comunicação na pessoa com TEA.
Se emocione com o vídeo de uma mãe – fundadora da Ação 
Autismo – conhecer amar e educar. Ela conta sua experiência com 
o fi lho, Autismo – Como o Lucas falou em uma semana. Disponível 
em: https://www.youtube.com/watch?v=gcBLVSnNeH4>. Acesso em: 
2 ago. 2020. 
2 BREVE CONTEXTO – 
COMUNICAÇÃO DA PESSOA COM 
TEA
Antes de abordamos os aspectos relacionados à comunicação da pessoa 
com TEA, vamos elencar, brevemente, conceitos da linguagem verbal e não 
verbal a fi m de entendemos melhor como fazer as intervenções necessárias a fi m 
de contribuir para a comunicação e linguagem do TEA. 
14
 Comunicação Alternativa no TEA
A linguagem verbal, de acordo com Fiorin (2002), está relacionada com a 
matéria do pensamento e o veículo da comunicação social. Dessa forma, não 
podemos deixar de associar a sociedade com a linguagem. O livro Leitura sem 
palavras (BRASIL, 2011), traz mais informações sobre o signifi cado da linguagem 
verbal, note:
A linguagem verbal é a forma de comunicação mais presente em 
nosso cotidiano. Mediante a palavra falada ou escrita, expomos 
aos outros as nossas ideias e pensamentos, comunicando-nos 
por meio desse código verbal imprescindível em nossas vidas. 
Ela está presente em textos, em propagandas, em reportagens 
(jornais, revistas etc.), em obras literárias e cientifi cas, na 
comunicação entre as pessoas, em discursos (políticos, 
representantes de classe, candidatos a cargos públicos etc.); 
e em várias outras situações (BRASIL, 2011, p. 5).
Quanto à linguagem não verbal, o documento continua dizendo que ela se 
constitui no:
Uso de imagens, fi guras, desenhos, símbolos, dança, 
pintura, música, mímica, escultura e gestos como meio de 
comunicação. Dentro do contexto temos a simbologia que é 
uma forma de comunicação não verbal. Exemplos: sinalização 
de trânsito, semáforo, logotipos, bandeiras, uso de cores 
para chamar a atenção ou exprimir uma mensagem. É muito 
interessante observar que para manter uma comunicação não 
é preciso usar a fala e sim utilizar uma linguagem, seja verbal 
ou não verbal (BRASIL, 2011, p. 5).
Notamos que a linguagem verbal ou não envolve qualquer sistema de 
comunicação baseados em diversos signo. O livro do MEC continua explicando 
sobre a Linguagem Mista, que “é o uso simultâneo da linguagem verbal e da 
linguagem não verbal, usando palavras escritas e fi guras ao mesmo tempo” 
(BRASIL, 2011, p. 5).
A fi gura a seguir demonstra os três tipos de linguagem que acabamos de 
destacar e que, de forma direta ou indireta, faz parte da pessoa com TEA, pois irá 
se utilizar de algumas dessas linguagens para se comunicar.
15
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM NO AUTISMO Capítulo 1 
FIGURA 5 – TIPOS DE LINGUAGEM
FONTE: <https://cursoenemgratuito.com.br/wp-content/uploads/2019/08/
Linguagem-verbal-n%C3%A3o-verbal-e-mista.jpg>. Acesso em: 26 jul. 2020.
A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é a língua materna da 
comunidade surda brasileira. Ela se apresenta na modalidade 
espaço – visual, pois a informação linguística é recebida pelos 
olhos e produzida pelas mãos. Os surdos, assim como os ouvintes 
também ampliam seu vocabulário, por meio da criação de novos 
sinais/palavras. Você sabia que muitas pessoas com TEA não verbal 
aprendem língua de sinais para desenvolver umacomunicação?
Dessa forma, é por meio da comunicação que o ser humano se expressa 
e interage com os demais. E como já bem referido, a comunicação e linguagem 
é uma das áreas mais afetadas em pessoas com Transtorno do Espectro 
Autista (TEA), fi cando a interação social muito prejudicada. Assim, familiares 
e profi ssionais da área devem observar alguns indícios desde muito cedo nas 
crianças com TEA, para antecipar terapias de auxílio na comunicação e linguagem 
do TEA. Observe:
• ausência ou atraso na fala;
• fala rebuscada ou “robotizada”;
• difi culdade na compreensão verbal;
• presença de ecolalias (repetição da fala de outras pessoas);
16
 Comunicação Alternativa no TEA
• ausência de entendimento de piadas, sarcasmo, duplo sentido;
• ausência de simbolismo (imaginação) (RHEMA EDUCAÇÃO, 
2018, s.p).
Assista ao vídeo Autismo e fonoaudiologia – dicas práticas para 
desenvolver fala e linguagem, de Maria Claudia Brito. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=ADm-X5yTHhc. Acesso em: 2 
ago. 2020.
2.1 CONVERSANDO COM O TEA
Notamos que as crianças com TEA dão indicações se sua comunicação 
será verbal ou não. Isso porque o autismo pode trazer difi culdades sérias na 
linguagem, causando grandes prejuízos no desenvolvimento de sua comunicação 
e socialização. Nesse sentido, podem usar formas inadequadas para se 
expressar, tais como: gritar, apontações, entre outras. Afi nal, qual a melhor forma 
de se comunicar com a criança com TEA.
FIGURA 6 – COMO CONVERSAR COM CRIANÇA COM TEA
FONTE: <https://bit.ly/2Dcaiud>. Acesso em: 26 jul. 2020. 
.
etc.).
17
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM NO AUTISMO Capítulo 1 
Os estímulos de linguagem durante a infância são muito importantes para 
qualquer criança, pois acontece um processo emocional e social. Vamos dar um 
exemplo clássico: a criança escuta os sons emitidos ao seu redor, passa a repetir, 
no início parece não ter signifi cados, mas a partir do momento que ela percebe 
que ao emitir os sons vai gerar algum efeito, passa a interagir e também entender 
para que serve a linguagem. Acerca da percepção da criança sobre o sons e 
o desenvolvimento da fala, é pertinente trazer a contribuição do Referencial 
curricular nacional para a Educação Infantil, que mostra:
Aprender a falar, portanto, não consiste apenas em memorizar 
sons e palavras. A aprendizagem da fala pelas crianças não 
se dá de forma desarticulada com a refl exão, o pensamento, a 
explicitação de seus atos, sentimentos, sensações e desejos 
(BRASIL, 1998, p. 116).
Atenção! Todo essse processo acontecerá dentro das particularidades 
únicas de cada criança com TEA, que, neste caso, supõe-se que a criança tem 
a capacidade de desenvolver uma linguagem verbal. Sobre a importância do 
estímulos desde a infância, note o que Silva, Gaiato e Reveles (2012, p. 14) diz:
Algumas crianças com autismo podem ter um excelente 
desenvolvimento da linguagem falada e, por vezes, emitem 
palavras "perfeitinhas". Em outros casos, os pais percebem 
que, com um ano de idade, sobrinhos ou coleguinhas já 
articulam as primeiras palavras, mas seus fi lhos ainda não. 
As preocupações crescem (e muito) a partir dos dois anos, 
fase em que outras crianças já conseguem formar frases 
completas, enquanto seus "pequenos" nem parecem ouvir 
quando são chamados. 
Pensar que não adianta se comunicar com a criança com TEA, porque ela 
não produz a fala, e, por isso, não irá entender e dar o retorno esperado, é um 
erro, mesmo que a criança tenha autismo de nível severo. Por outro lado, vimos 
que a fala (oral) não é sinônimo de comunicação, pois há várias formas de se 
comunicar. 
Com relação à comunicação e à linguagem, D’ Antino, Brunoni e Schwartzman
(2015, p. 16) refere que os alunos com transtorno do espectro autista:
• Em alguns casos há completa ausência da fala.
• Em geral, os pacientes não chegam a desenvolver linguagem 
oral funcional, não compensada por formas alternativas de 
comunicação.
• Nos indivíduos que têm fala, há evidentes difi culdades em 
iniciar e manter uma conversação.
• A fala pode ser repetitiva e estereotipada. 
• No meio de uma frase, pode surgir parte de um anúncio 
ouvido na TV ou a simples repetição de frases inteiras e de 
18
 Comunicação Alternativa no TEA
palavras isoladas fora do contexto daquele momento.
• Há, frequentemente, a tendência para a repetição de frases ou 
palavras na forma de ecolalias imediatas, tardias ou mitigadas.
• A maneira de falar também se mostra anormal no ritmo, na 
acentuação e na infl exão.
• Alguns autistas terminam todas as frases com uma infl exão 
interrogativa. Outros, pela alteração da prosódia, dão a 
impressão de falar com sotaque estrangeiro. 
• Nos pacientes com bom rendimento intelectual, a fala se 
mostra pedante pelo uso de termos e construções que não são 
esperados para a idade. 
• A compreensão da fala está quase sempre comprometida, até 
mesmo nos casos em que o intelecto está mais preservado.
• Tendem a ter um entendimento literal do que lhes é dito, 
havendo grande difi culdade para a compreensão de metáforas. 
• Há grande difi culdade, também, para contextualizar o 
discurso, não conseguem entender o sentido fi gurado de 
alguns termos. 
• Certas ambiguidades que fazem parte da nossa língua não 
são compreendidas, o que pode difi cultar sobremaneira a 
comunicação.
Por causa destas difi culdades, a orientação é buscar ajuda de especialistas 
como: neurologistas, fonoaudiólogos e psicólogos, para fazer as intervenções e 
terapias com o objetivo de ensinar competências de comunicação para a pessoa 
com TEA. 
Todos nós podemos contribuir de forma individual com o mesmo objetivo, 
que é o de efetivar uma comunicação com a pessoa com TEA, mas como? É 
Importante fazer com que a pessoa com TEA sinta-se bem ao nosso lado. Isso, 
porque, em geral, eles têm mais facilidade em comunicar-se quando se sentem 
à vontade com outro. Escolher, também, um momento em que estejam tranquilo 
para iniciar uma comunicação, longe de um ambiente cheio de estímulos sonoros 
ou luminosos, qualquer coisa que desestabilize a não efetivação da comunicação.
Assista ao vídeo com as dicas da psicóloga Mayra Gaiato, 
Autismo: 8 passos para ensinar a falar – como fazemos. Disponivel 
em: https://www.youtube.com/watch?v=NzlntFS0Gn8. Acesso em: 2 
ago. 2020.
19
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM NO AUTISMO Capítulo 1 
É preciso entender que algumas crianças diagnosticadas com autismo nunca 
desenvolverão a fala como forma de comunicação de fato, mas irão se utilizar de 
outros meios. Assim, encorajar qualquer intenção da criança em querer comunicar-
se, trará grandes benefícios social, além de substituir alguns comportamentos 
considerados inadequados para a família e a sociedade, conforme mostra Posar 
e Visconti (2018, p. 2). 
As alterações sensoriais das crianças com TEA também 
podem afetar seu comportamento em atividades diárias 
familiares, inclusive comer, dormir e rotinas de dormir; e fora 
de casa essas alterações podem criar problemas, por exemplo, 
ao viajar e participar de eventos na comunidade. 
Por exemplo, ela aponta para um copo de água, mas não sabe falar a palavra 
(preciso de um copo de água) e outra pessoa atendeu seu pedido, será que ela 
não se comunicou? Sim, pois o mais importante foi feito, que é a comunicação 
funcional e social, seu objetivo foi alcançado quando seu desejo foi socializado e 
atendido prontamente. Dessa forma, aproveitar toda e qualquer oportunidade de 
expressão da criança com TEA, é valorizar suas particularidades de linguagem, 
seja ela verbal ou não.
Apartir desse momento, vamos diferenciar uma linguagem da outra, além de 
contextualizar a comunicação mista.
FIGURA 7 – DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM NO AUTISTA
FONTE: <https://bit.ly/312ih5p>. Acesso em: 26 jul. 2020.
20
 Comunicação Alternativa no TEA
Devido, principalmente, à característica da difi culdade social e cognitiva, 
as pessoas que se enquadram no espectro do autismoapresentam difi culdade 
em compreender seu próprio estado mental, bem como o de outras pessoas, 
Mercadante e Rosário (2009, p. 18), nos dizem que “existe uma tendência atual 
em conceber essa categoria como aquela que apresenta alterações no modo do 
funcionamento do cérebro social”, e o resultado é uma linguagem sem contexto 
ou entendimento com o outro, visto que as habilidades expressivas e receptivas 
fi cam comprometidas. 
Uma vez que a linguagem receptiva pode se mostrar mais 
atrasada do que o desenvolvimento da linguagem expressiva, 
no transtorno do espectro autista as habilidades de linguagem 
receptiva e expressiva devem ser consideradas em separado 
(APA, 2014, p. 53).
Portanto, é clara a alteração na capacidade de metarrepresentação, ou seja, 
apresentam grande difi culdade em se colocar no lugar do outro nos indivíduos 
com TEA. Conforme Hobson (1991), pressupõe que as crianças adquirem 
um conhecimento das pessoas com a mente e que isso acontece através da 
experiência das relações interpessoais. O que se torna um desafi o para a pessoa 
com TEA devido à difi culdade de interação social.
Nesse momento, julgamos importante trazer para seu conhecimento os 
códigos e defi nição dos transtornos relacionados à comunicação e linguagem, 
pelo APA (2014), que mais se encontram nos autistas ao receberem os laudos 
por especialistas, conforme o quadro a seguir:
QUADRO 2 – CÓDIGOS – APA (2014)
315.32 (F80.2) Transtorno da Linguagem.
315.39 (F80.0) Transtorno da Fala.
315.39 (F80.89) Transtorno da Comunicação Social (Pragmática).
307.9 (F80.9) Transtorno da Comunicação Não Especifi cado
Nota: Casos com início tardio são diagnosticados como 307.0.
FONTE: APA (2014, p. 13)
Nesse contexto, apresentamos critérios que a Receita Federal usa para 
laudar a pessoa com TEA em sua fi cha avaliativa: INSTRUÇÕES DO ANEXO IV 
AUTISMO (Transtorno Autista e Autismo Atípico); Utiliza-se os mesmos critérios 
Diagnósticos (baseado no DSM – IV – Manual Diagnóstico e Estatístico de 
Transtornos Mentais e na Classifi cação Internacional de Doenças (CID 10). Entre 
estes critérios consta o da comunicação e linguagem:
21
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM NO AUTISMO Capítulo 1 
Comprometimento qualitativo da comunicação, manifestado 
por pelo menos um dos seguintes aspectos: atraso ou 
ausência total de desenvolvimento da linguagem falada (não 
acompanhamento por uma tentativa de compensar por meio 
de modos alternativos de comunicação, tais como gestos 
ou mímica); em indivíduos com fala adequada, acentuado 
comprometimento da capacidade de iniciar ou manter uma 
conversa; uso estereotipado e repetitivo da linguagem 
idiossincrática; ausência de jogos ou brincadeiras de 
imitação social variados e espontâneos próprios do nível de 
desenvolvimento. [...] (APA, 2014, p. 50).
Acerca do desenvolvimento da linguagem nas crianças com TEA, de 
grau leve, observa-se que, até certo ponto, há um bom desenvolvimento da 
linguagem em seus aspectos formais (elementos fonológicos e sintáticos). Assim, 
apresentamos recortes da pesquisa de site – Rhema Educação (2018, s.p.), cujo 
objetivo é capacitar profi ssionais para atender crianças e adultos com TEA na 
questão da comunicação e linguagem:
O TEA verbal: a criança ou (jovem) adulto que fala, pode 
ter ainda algum comportamento diferenciado em relação à 
Comunicação. Imagine pedir ao autista que fale como foi seu 
dia na escola. Boa chance de ele não responder ou responder 
com “bom” ou “ruim”.[...] Isso signifi ca que devem evitar fazer 
muitas perguntas de uma só vez: “Como foi na escola? Foi legal? 
Comeu a merenda? Brincou com o amiguinho?[...].Troque 
por: “Como foi na escola? ” Espere a resposta. Se não vier 
a resposta após esperar entre 30 segundos a um minuto, 
refaça a pergunta dando ao autista duas ou três opções de 
respostas: “Foi bom na escola, hoje? Ou não foi bom?” Dê 
tempo a ele de responder “sim” ou “não”. [...]. Assim, vai-se 
estimulando o autista a falar/comunicar-se cada vez mais. 
O TEA não verbal: em primeiro lugar não parte do princípio 
de que deve “consertá-lo”, mas procure encontrar a maneira 
de agir com o autista como indivíduo. Que personalidade o 
autista tem? Do que ele gosta? Que tipo de atividade prefere 
executar? Ele tem problemas de ordem sensorial? Quais? 
Anote tudo o que faz com que o autista em questão se sinta 
bem [...] (grifo nosso).
Assista ao vídeo da psicóloga especialista em autismo Mayara 
Bonifacio Gaiato, ela explica o conceito de alcance dirigido, 
disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=2HY0S2qg6vU. 
22
 Comunicação Alternativa no TEA
Nesse interim, Silva, Gaiato e Reveles (2012, p. 43) explica algumas 
características presentes na linguagem e comunicação do sujeito com TEA:
• Têm difi culdades no desenvolvimento da linguagem falada, sem 
que haja tentativas de compensar essa comunicação por meios 
alternativos, tais como gestos ou mímicas. Já as crianças que 
não apresentam prejuízos signifi cativos na fala têm difi culdade 
em iniciar, manter ou terminar uma conversa adequada e com 
reciprocidade.
• Uso estereotipado e repetitivo da linguagem. Por exemplo, 
decoram frases de desenhos animados e as falam em momentos 
completamente fora do contexto ou repetem aquilo que lhes é 
perguntado (ecolalia).
• Difi culdade de se engajar em brincadeiras de faz de conta. As 
crianças não conseguem brincar de escolinha ou casinha, por 
exemplo, pois têm difi culdade de imaginar os papéis a serem 
representados.
• Inversão de pronomes. Elas podem falar na terceira pessoa, 
por exemplo, "você é linda", referindo-se a si própria. Ou, ainda, 
construírem a frase com excesso de pronomes: "Me dá meu pra 
mim a bola. É do Rodrigo", referindo-se a sua própria bola.
• Ingenuidade. Não conseguem avaliar segundas intenções e 
podem ser enganadas por pessoas maldosas.
• Difi culdade no entendimento de ironias. Muitas vezes não 
entendem piadas ou frases com duplo sentido.
• Crianças e até muitos adultos com autismo não são hábeis para 
mentir, dissimular, enganar ou falar palavras que não expressam 
a verdade. São extremamente sinceras e apresentam sérias 
difi culdades ou até mesmo impossibilidade de utilizar pequenas 
mentiras diplomáticas.
• Aprendem a ler e escrever sozinhas antes da fase de alfabetização 
(hiperlexia).
Que tal baixar Mundo singular: entenda o autismo? O 
livro é da autora Ana Beatriz Barbosa Silva com a colaboração 
da psicóloga Mayra Bonifacio Gaiato e de Leandro Thadeu 
Reveles. Disponível em: https://drive.google.com/fi le/d/1zFIAv_
DjcT7JDjjeaf5qwsCW7gMvDYFi/view. Acesso em: 5 mar. 2020.
23
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM NO AUTISMO Capítulo 1 
FIGURA – LIVRO MUNDO SINGULAR: ENTENDA O AUTISMO
FONTE: <http://draanabeatriz.com.br/wp-content/uploads/2017/10/
singular2.png>. Acesso em: 2 ago. 2020.
A questão da linguagem e comunicação na pessoa com Transtorno do 
Espectro do Autismo (TEA) possui muitas variáveis a ser discutidas, a fi m de fazer 
as intervenções necessárias. Assim, vamos seguir explorando esse cenário.
3 UM CENÁRIO EXPLORATÓRIO 
SOBRE DISTÚRBIOS DE FALA E A 
PESSOA COM TEA
Ao nascermos temos pouco conhecimento acerca do mundo que nos rodeia, 
mas, depois de sermos diariamente bombardeados por inúmeras informações, 
principalmente visuais, conforme estudos psicológicos. Para Bosi (1988), “os 
psicólogos da percepção são unânimes em afi rmar que a maioria absoluta das 
informações que o homem moderno recebe lhe vem por imagens” (BOSI, 1988, p. 
65). Com o tempo fazemos relação de tudo que vamos observando e ouvindo e, 
consequentemente, ampliando nosso aprendizado sobre o mundo. 
Cada área do nosso cérebro se encarrega em trabalhar um tipo de 
informação. Isso acontece, segundo Fonseca (2016, p. 1), “porque os seres 
humanos são animais sociais e dispõem de cognição social e de inteligência 
emocional (valor das expressões faciais e da comunicação não verbal) [...].
Através da linguagem demonstramos se dominamos ou não ovocabulário 
que fomos adquirindo ao longo do tempo, é como se fosse uma representação 
24
 Comunicação Alternativa no TEA
mental que vai sendo armazenada no nosso cérebro, e aos poucos vai sendo 
externada por meio das nossas emoções e linguagem. Por isso, Piaget (1977, p. 
17) considera:
A inteligência um sistema de operações vivas e atuantes de 
natureza adaptativa e afi rma que o essencial do pensamento 
lógico é ser operativo com o fi m da constituição de sistemas, 
não descarta a interferência da afetividade no processo do 
conhecimento. Reafi rma a existência de um paralelo constante 
entre a vida afetiva e a vida intelectual, considerando-as 
como dois fatores indissociáveis e complementares em toda 
a conduta humana.passamos a criar uma imagem mental e 
acontece a fala e aquisição de conhecimentos. 
O signifi cado das palavras envolve diversas áreas cerebrais dependendo 
dos fenômenos aos quais a palavra pode estar relacionada. A fi gura a seguir nos 
mostra didaticamente a nossa capacidade de expressão.
FIGURA 8 – FUNÇÃO FALA/LEITURA/ESCRITA
FONTE: <http://www.enscer.com.br/neuroeducacao/capacitacao/
linguagem.html> Acesso em: 26 jul.. 2020.
 
Dessa forma, cada área do nosso cérebro se encarrega em conhecer 
determinados aspectos do mundo em nossa volta. Assim, aprender bem uma 
palavra implica no nosso cérebro conectar o maior número possível de áreas 
relacionadas com seu signifi cado. Isso pode ocorrer durante toda nossa vida, 
porque o signifi cado ou a semântica de uma palavra deve envolver todas as 
características que somos capazes de atribuir a ela.
Quer dizer que a pessoa com TEA não conseguirá obter conhecimento 
igualmente como os outros, devido à difi culdade em dominar vocabulário e 
conseguir relacionar os signifi cados das palavras ouvidas ou objetos vistos? Isso 
dependerá muito dos estímulos que cada um terá nas intervenções terapêuticas. 
Isso porque, segundo o APA (2014) alguns indivíduos autista também possuem, 
oTranstorno da Comunicação Social (Pragmática), o que envolve: 
25
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM NO AUTISMO Capítulo 1 
Difi culdades persistentes no uso social da comunicação verbal 
e não verbal como manifestado por todos os elementos a 
seguir: 1. Défi cits no uso da comunicação com fi ns sociais, 
como em saudações e compartilhamento de informações, de 
forma adequada ao contexto social. 2. Prejuízo da capacidade 
de adaptar a comunicação para se adequar ao contexto ou 
às necessidades do ouvinte, tal como falar de forma diferente 
em uma sala de aula do que em uma pracinha, falar de forma 
diferente a uma criança do que a um adulto e evitar o uso de 
linguagem excessivamente formal. 3. Difi culdades de seguir 
regras para conversar e contar histórias, tais como aguardar a 
vez, reconstituir o que foi dito quando não entendido e saber 
como usar sinais verbais e não verbais para regular a interação. 
Transtornos do Neurodesenvolvimento 4. Difi culdades para 
compreender o que não é dito de forma explícita (por exemplo, 
fazer inferências) e sentidos não literais ou ambíguos da 
linguagem (por exemplo, expressões idiomáticas, humor, 
metáforas, múltiplos signifi cados que dependem do contexto 
para interpretação) [...] (APA, 2014, p. 91).
Assim, segundo a explicação do APA (2014), para a pessoa com TEA, os 
enunciados não são contínuos e ela tem difi culdade em engajar uma conversa, em 
fornecer informações e, principalmente, em expressar suas ideias. Na maioria dos 
casos, ela parece não saber o que são e para que servem as palavras, ou seja, 
uma linguagem descontextualizada. Sobre esse aspecto, Wing (1985) nos fala 
que a difi culdade na abstração da comunicação e linguagem causa difi culdades 
em entender perguntas, orientações ou piadas simples. As estruturas gramaticais 
são, geralmente, imaturas, o uso de estereotipias e repetições constitui, muitas 
vezes, uma linguagem metafórica. 
Ao mesmo tempo que o bebê humano aprende a produzir os sons da 
fala que identifi ca a sua volta, deve também começar a perceber que os sons 
produzidos pelos adultos possuem alguma relação com os objetos que veem. 
Assim, as áreas de percepção e de produção verbal, além de se relacionarem 
entre si, devem se relacionar com a área visual de reconhecimento dos objetos. 
Dessa forma, estamos fi nalmente aptos para visualizar mentalmente uma palavra 
falada e capazes de reproduzi-la a partir da nossa imaginação. 
FONTE: <http://www.enscer.com.br/material/artigos/eina/linguagem/
geral/leituraescrita.php>. Acesso em: 7 mar. 2020.
O aspecto sintático, segundo Rapin (2005), é o mais afetado em crianças 
com autismo. Essas crianças, conforme o autor, geralmente apresentam uma fala 
com vocabulário sem elementos coesivos, característicos de uma fala telegráfi ca. 
Tal alteração, na maioria das vezes, causa a ininteligibilidade para o interlocutor, 
uma vez que os enunciados da criança tornam-se curtos e sem estrutura sintática. 
26
 Comunicação Alternativa no TEA
A fala telegráfi ca, segundo Goodglass e Menn (1985, p. 2), foi 
descrita por Deleuze, em 1819, como “uma característica marcante 
na fala de certos pacientes afásicos”, em geral aqueles acometidos 
por episódios neurológicos em áreas anteriores do cérebro (que 
envolvem regiões motoras, mais especifi camente a área de Broca), 
resultando em uma produção laboriosa da fala“.
Assim, de modo geral, o domínio de estruturas linguísticas fl exíveis essenciais 
para a compreensão da linguagem falada, como pronomes, verbos, adjetivos e 
conjunções, geralmente está prejudicado na criança com autismo.
Entenda melhor seu cérebro. Assista ao vídeo Setores do 
cérebro, responsáveis pela linguagem e a fala. Disponível em: https://
www.youtube.com/watch?v=bQvYZ0TkHjk. Acesso em: 2 ago. 2020.
3.1 ECOLALIA
Até aqui notamos que o processo de aquisição de linguagem para a criança 
com TEA, diferencia-se em muitos sentidos, devido aos défi cits relacionados, 
entre eles, está incluso a ecolalia, neste sentido, para Delfrate, Santana e Massi 
(2009, p. 3):
A ecolalia pode ser considerada não apenas como repetição, 
mas como indício da entrada da criança na língua, ou seja, de 
que ela não tem domínio sobre o que está dizendo e ainda não 
é consciente de seu trabalhou. 
Lier-de-Vitto (1995) comenta que a criança em fase de aquisição fala sozinha 
sem o intuito de interação. Assim, para qualquer criança repetir palavras que 
ouvem dos adultos ou mesmo falar sozinha é algo bem natural. Porém, parece 
que, em algumas crianças autistas essas características de repetição de palavras 
ou seja “ecolalia” persistem. Nesse contexto, Gauderer (1980), nos diz que, 
existem algumas crianças com autismo que falam com volubilidade ou com 
27
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM NO AUTISMO Capítulo 1 
facilidade, porém com atraso linguístico signifi cativo. 
Nesse contexto, Delfrate, Santana e Massi (2009, p. 3) fala sobre a “ecolalia 
dita normal diferencia-se no contexto patológico pela sua continuidade e por ser, 
muitas vezes, a única fala de crianças com autismo”. Porém ele também traz 
um alerta ao dizer que, “a ecolalia, [...], não pode ser analisada apenas como 
sintoma patológico, como se não fosse também encontrada no discurso dito 
normal” (SANTANA; MASSI 2009, p. 3). Dessa forma, qualquer um pode em 
algum momento ter uma fala ecolalica.
A APA (2014, p. 126) classifi ca a ecolalia como: “ repetição da última palavra 
ou frase ouvida”. Mello (2007) nos diz que existem dois tipos de ecolalia: [...] 
ecolalia imediata, (acontece no momento). Outras crianças repetem frases 
ouvidas há horas ou até mesmo dias antes; é a chamada ecolalia tardia (MELLO, 
2007, p. 3). 
Nesse sentido, as Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com 
Transtornos do Espectro do Autismo (2014), do Ministério da Saúde, traz algumas 
considerações sobre a precisão do diagnóstico da criança com TEA, destacando 
a questão da fala e comunicação, como sendo um dosfatores essenciais para o 
diagnostico, além disso faz referência à ecolalia, veja:
Algumas crianças com TEA repetem palavras que acabaram 
de ouvir (ecolalia imediata). Outras podem emitir falas ou 
slogans e vinhetas que ouviram na televisão sem sentido 
contextual (ecolalia tardia). Pela repetição da fala do outro, não 
operam a modifi cação no uso de pronomes. Podem apresentar 
características peculiares na entonação e no volume da voz. A 
perda de habilidades previamente adquiridas deve ser sempre 
encarada como sinal de importância. Algumas crianças com 
TEA deixam de falar e perdem certas habilidades sociais já 
adquiridas por volta dos 12 aos 24 meses. A perda pode ser 
gradual ou aparentemente súbita. Caso isso seja observado 
em uma criança, ao lado de outros possíveis sinais, a hipótese 
de um TEA deve ser aventada, sem, no entanto, excluir 
outras possibilidades diagnósticas (por exemplo: doenças 
progressivas) (BRASIL, 2014, p. 34-35).
Para Oliveira (2001), a ecolalia tem grande valor na aquisição da linguagem, 
seria como uma "tentativa primitiva" de manter o contato social. Segundo Saad 
e Goldfeld (2009), especialistas fonoaudiólogas mostram que pesquisas sobre a 
ecolalia foram iniciada por volta de 1969 e se refere a qualquer modifi cação da 
emissão ecoada, podendo ser imediata ou tardia para fi ns comunicativos. Sobre 
ecolalias tardia, elas expressam:
28
 Comunicação Alternativa no TEA
• Ecolalias tardias não interativas:
o não focada;
o associação situacional;
o ensaio;
o autodiretiva;
o rotulação não interativa.
• Ecolalias tardias-interativas:
o troca de turno;
o conclusão verbal;
o otulação interativa;
o prover informação;
o chamado;
o afi rmação;
o pedido;
o protesto;
o diretiva (SAAD; GOLDFELD, 2009, p. 3).
Algumas famílias ao ter o diagnóstico de TEA dos seus fi lhos, buscam 
informações sobre a linguagem e a fala, acabam tendo uma percepção errônea 
com relação à linguagem da criança, ou seja, que está se desenvolvendo 
normalmente como qualquer criança, mas, aos poucos, a família vai percebendo 
que sua fala não é dirigida ao outro. Corroborando com esse pensamento, 
Jerusalinsky (1993, p. 66), esclarece que: 
A ecolalia implica numa mera repetição fônica de signifi cante, 
sem produção e circulação de signifi cação, por a criança “estar 
completamente hipotecada à decisão do outro, por estar numa 
colagem absoluta ao outro”.
Destacamos, aqui, que a intervenção do fonoaudiólogo é imprescindível para 
o tratamento precoce da ecolalia da criança com TEA.
O que é ecolalia patológica? É a repetição tipo papagaio e, 
aparentemente, sem sentido (“fazer eco”) de uma palavra ou frase 
recém-falada por outra pessoa (APA, 2014, p. 866).
29
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM NO AUTISMO Capítulo 1 
Onomatopeia é uma fi gura de linguagem da língua portuguesa, 
pertencente ao grupo das “fi guras de palavras” e que indica a 
reprodução de sons ou ruídos naturais. A onomatopeia é o processo 
de formação de palavras ou fonemas com o objetivo de tentar imitar 
o barulho de um som quando são pronunciadas. 
FONTE: <https://www.signifi cados.com.br/onomatopeia/>. Acesso em: 
2 ago. 2020.
FIGURA 9 – ECOLALIA
<https://static.wixstatic.com/media/5fa721_7ffe2226b4334045a082d9adbb5d75ff~mv2.
jpeg/v1/fi ll/w_385,h_250,al_c,lg_1,q_80/Unknown-1.webp>. Acesso em: 26 jul. 2020.
Os efeitos da ecolalia podem ser reduzidos por meio de tratamento 
fonoaudiológico individualizado e familiar. Assim, a terapia fonoaudiológica deve 
contar com o envolvimento de toda a família para a melhora da criança, isso 
porque o maior convívio social que essa criança terá, será sua família, eles serão 
os primeiros a observar falas que pareçam impertinentes, descontextualizadas 
ou falas com onomatopeias , mas que, para a criança, poderão ter signifi cados. 
Assim, destacamos que exige atenção conjunta dos familiares para seguir de 
forma positiva com a terapia. 
Para tanto, é preciso que o profi ssional seja procurado já na fase infantil, 
para que os resultados sejam positivos e efi cazes. O objetivo é fazer com 
que a criança seja entendida no momento em que se comunica durante seu 
desenvolvimento. Ressaltamos que cada profi ssional traçará o plano que melhor 
se adeque para cada sujeito com TEA. Há casos em que será preciso que sejam 
realizadas avaliações periódicas, enquanto que outros semanais.
30
 Comunicação Alternativa no TEA
Estudamos que a ecolalia não é apenas característica da 
criança com TEA, mas pode acontecer durante o desenvolvimento 
da fala de qualquer criança, porém, tende a desaparecer com o 
passar dos anos. Para Oliveira (2001), a ecolalia tem grande valor 
na aquisição da linguagem, seria como uma “tentativa primitiva” de 
manter o contato social. Sobre o exposto, avalie as asserções a 
seguir e a relação proposta entre elas:
I- Em crianças com TEA a ecolalia tende a persistir.
PORQUE
II- A ecolalia, diferencia-se no contexto patológico pela sua 
continuidade e por ser, muitas vezes, a única fala de crianças 
com autismo. 
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma 
justifi cativa da I.
b) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não 
é uma justifi cativa da I. 
c) ( ) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma 
proposição falsa. 
d) ( ) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição 
verdadeira.
e) ( ) As asserções I e II são proposições falsas.
3.2 APRAXIA NA PESSOA COM TEA
A apraxia está relacionada com a nossa motrocidade, conforme APA (2014, 
p. 683), “apraxia leve (i.e., difi culdade com movimentos com um propósito)”. 
Assim, a apraxia envolve a difi culdade em fazer movimentos fi nos e precisos, 
apesar da pessoa sentir o desejo de fazer esses pequenos movimentos. Gubiani, 
Pagliarin e Soares (2015), defi ne a apraxia de fala infantil, em inglês (Childhood 
Apraxia of Speech – CAS), como:
A CAS é um dos subtipos de distúrbio de fala infantil de origem 
desconhecida, o qual é defi nido como uma desordem motora 
31
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM NO AUTISMO Capítulo 1 
dos sons, que interfere especifi camente o planejamento ou 
a execução do movimento orofacial durante a produção dos 
fonemas (GUBIANI; PAGLIARIN; SOARES, 2015, p. 2). 
 
Dentro desse mesmo conceito, Kent e Read (2002) dizem que a apraxia 
se manifesta pela alteração na sequência dos movimentos da fala, embora a 
musculatura não pareça estar fraca, lenta ou descoordenada. Nesse sentido, a 
apraxia que conhecemos, em geral, acontecem devido a patologias relacionadas 
com: AVC, infarto cerebral, tumor ou uma degeneração, nas conexões por causa 
de Alzheimer, demências, entre outras.
Nessas patologias mencionadas, a apraxia retém memórias de movimentos 
motores fi nos familiares, como: iniciar caminhada, pentear o cabelo, abrir ou 
fechar portas, utilizar chave de fenda ou tesoura, inspirar profundamente e 
segurar a respiração, usar corretamente talheres, escova de dentes, escrever. 
Oberserve a fi gura a seguir sobre a área do cérebro lesionado por infarto 
cerebral.
FIGURA 10 – INFARTO CEREBRAL
FONTE: <https://www.mdsaude.com/wp-content/uploads/
AVC-isquemico.jpg>. Acesso em: 26 jul. 2020.
Segundo a APA (2014), apraxia, de forma geral, está dentro dos transtornos 
do desenvolvimento da coordenação motora integrado. Assim, a apraxia 
envolve não só o corpo, mas também a fala, além disso, o transtorno de fala 
é visto como uma comorbidade dentro de algumas patologias ou transtornos do 
desenvolvimento da coordenação (dispraxia verbal), conforme delinea a APA 
(2014, p. 88):
encontrado comórbido com transtorno da fala. [...]. Pode 
existir história de atraso ou descoordenação na aquisição 
das habilidades que também utilizam os articuladores e a 
musculatura facial relacionada; essas habilidades incluem, 
entre outras, mastigação, manutenção do fechamento da 
32
 Comunicação Alternativano TEA
boca e ato de assoar o nariz. Outras áreas da coordenação 
motora podem estar prejudicadas, como no transtorno do 
desenvolvimento da coordenação. Dispraxia verbal é um termo 
também usado para problemas de produção da fala. 
Muitas vezes, doenças como AVC, demência etc., não vêm com tanta 
intensidade e a apraxia passa despercebida, por isso, qualquer sintoma que 
indique uma apraxia tem de ser levado em consideração. Neste contexto, fazer 
testes ou exames neuropsicológicos realizados por neurogistas, fi sioterapeutas 
ou terapeuta ocupacional podem ajudar a identifi car apraxias mais sutis. Para 
um diagnótisco preciso é necessário: 
• Avaliação de um médico especialista.
• Testes das funções cerebrais.
• Exames por imagem, como tomografi a computadorizada ou imagem por 
ressonância magnética.
Destacamos a importância para não confundirmos apraxia com dispraxia
– que relaciona a problemas motores verbais e espaciais. Alguns especialistas 
usam o termo “síndrome da criança desajeitada” (APA, 2014, p. 119), para 
dispraxia. Já a apraxia está relacionada, em específi co, com movimentos fi nos, 
conforme já descrito pelo APA (2014).
Assim, no geral, a apraxia e dispraxia são condições médicas que afetam o 
sistema nervoso do corpo, levando a difi culdades nos movimentos que também 
podem envolver a articulação da fala e linguagem. Ambas são condições 
neurológicas incuráveis que precisam de terapia física e psicológica para trazer 
autonomia ao paciente.
Entenda melhor a diferença entre a dispraxia e apraxia 
por meio do vídeo a seguir: https://www.youtube.com/
watch?v=KJVvuxLMuwQ>.
A fi sioterapia e a terapia ocupacional são de suma impotância para melhorar 
moderadamente a vida funcional e tornar o ambiente mais seguro para os 
sujeitos com essas condições de apraxia e dispraxia. Vaz, Fontes e Fukujima 
(1999) dizem que as apraxias podem ser identifi cadas por testes específi cos, mas 
trazem o seguinte alerta sobre a aplicabilidade:
33
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM NO AUTISMO Capítulo 1 
Por profi ssionais da saúde envolvidos na recuperação 
neuromotora desses pacientes, quando devidamente 
treinados. [...] Para a aplicação dos testes, deve-se manter 
uma observação objetiva do comportamento motor do paciente 
[...] (VAZ; FONTES; FUKUJIMA, 1999, p. 2).
Vaz, Fontes e Fukujima (1999) nos dizem que as apraxias são classifi cadas 
segundo suas características, assim, poderíamos citar as várias apraxias 
explicando cada uma delas, certos que não esgotaríamos os estudos referentes a 
esta temática, mas esse não é nosso principal objetivo, por enquanto, dialogamos 
que,
A apraxia pode ser pura quando é específi ca e não está 
associada a uma outra condição; ou pode ocorrer associada 
a outras condições, tais como autismo e síndromes genéticas, 
por exemplo, Síndrome de Down, Síndrome de Prader-Willi, 
entre outras (TISMOO, 2017, s.p., grifo do autor).
Note a seguir as apraxias mais divulgadas e discultidas nas literaturas, 
segundo Vaz, Fontes e Fukujima (1999, p. 2-4):
• Apraxia ideomotora: é um distúrbio na realização dos gestos 
simples ou simbólicos, sem a utilização de objetos. Embora 
o paciente saiba o que fazer, ele é incapaz de fazê-lo com 
intenção, mas pode executá-los automaticamente (ex.: ordena-
se que o paciente faça o sinal da cruz, ele não o faz, mas 
realiza-o automaticamente ao entrar em uma igreja.
• Apraxia construtiva: é a incapacidade ou a difi culdade 
de reproduzir ou desenhar espontaneamente o que fazia 
anteriormente à lesão neurológica, sem difi culdade (ex.: ele é 
incapaz de fazer um desenho com molde).
• Apraxia mielocinética: é a incapacidade de executar 
movimentos adquiridos delicados; a rapidez e a habilidade 
estão afetadas, independentemente da complexidade do 
gesto; pode ser identifi cada na mímica, sendo mais evidente 
quando se testam os movimentos distais independentes, 
principalmente os mais rápidos (ex.: o paciente é incapaz de 
imitar o ato de passar a ferro).
• Apraxia da marcha: corresponde a um défi cit da marcha, 
que não pode ser explicado por fraqueza, perda sensorial 
ou incoordenação motora. A marcha é lenta, com passos 
pequenos, arrastados e hesitantes, às vezes com pausa; o 
início da marcha é difícil e a piora é progressiva, sendo que 
nos casos mais graves os pacientes são incapazes de dar um 
passo, como se seus pés estivessem colados ao chão.
• Apraxia bucofacial: o paciente é incapaz de realizar os 
movimentos voluntários da deglutição, movimentos voluntários 
da língua, movimentos faciais ao comando (ex.: lamber os 
lábios, soprar um fósforo), mas automaticamente fumam e 
recolhem migalhas nos lábios com a língua.
• Apraxia agnóstica: é comum alguns autores associarem as 
apraxias com as agnosias, sendo por defi nição: apraxia – 
34
 Comunicação Alternativa no TEA
Ao contrário da apraxia existe a praxia. Segundo o dicionário 
on-line em português [...] Na [Medicina] Função responsável pela 
realização de gestos ordenados e funcionais. Ação de participar 
ativamente numa atividade de ordem prática. 
Etimologia (origem da palavra praxia). Do grego práxis, “ação” 
+ ia. 
 FONTE: <https://www.dicio.com.br/praxia/>. Acesso em: 2 ago. 2020. 
alteração das funções gestuais, e agnosias – alteração das 
funções cognitivas, ou seja, o paciente não realiza os gestos 
por não reconhecer o objeto e qual a sua utilização.
• Apraxia diagonística: consiste em má cooperação entre 
as mãos na execução de tarefas bimanuais. Nas atividades 
espontâneas, [...] As difi culdades que o paciente encontra 
para a execução dessas tarefas bimanuais devem-se ao fato 
de que o conjunto cérebro esquerdo/mão direita responde às 
solicitações verbais ou aos projetos conceituais, enquanto 
o conjunto cérebro direito/mão esquerda responde às 
estimulações visuais concretas. Os dois hemisférios separados 
não podem coordenar sua respectiva atividade e atrapalham-
se mutuamente (grifo do autor).
Falamos de apraxia de uma forma geral, sejam por motivos patológicos 
ou por algum transtorno. Relacionado à pessoa com TEA e dependendo 
do grau de comprometimentos do espectro, a maioria das apraxias citadas 
anterioemente por Vaz, Fontes e Fukujima (1999), enquadram-se na pessoa com 
TEA, principalmente a apraxia bucofacial relacionada a fala, porque enquanto 
desenvolvemos nossa linguagem, ocorrem os chamados refi namentos nos 
movimentos nas estruturas fonológicas articulatórias responsáveis pela fala, 
transformando-os em movimentos cada vez mais precisos. Refi namentos estes 
importantes para a efetividade da comunicação oral.
Em algumas crianças com TEA, esse refi namento dos movimentos que vão 
ser usados durante a fala pode não acorrer, gerando uma fala desconxa e gestos 
articulatórios, caracterizando uma difi culdade práxica. Neste contexto, a apraxia
de fala na infância pode ser defi nida por Souza e Payão (2008, p. 1) como:
35
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM NO AUTISMO Capítulo 1 
A Associação Americana de Fonoaudiologia recomenda o 
termo Apraxia de Fala na Infância para “Distúrbio neurológico 
motor da fala na infância, resultante de um défi cit na consistência e 
precisão dos movimentos necessários a fala, na ausência de défi cits 
neuromusculares (por exemplo, re-exos normais, tônus alterado).
FONTE: <https://apraxiabrasil.org/informacoes-sobre-afi />. Acesso 
em: 06 de Mar. 2020.
[...] um transtorno da articulação no qual há comprometimento 
da capacidade de programar voluntariamente a posição da 
musculatura dos órgãos fonoarticulatórios e a sequência 
dos movimentos musculares para a produção de fonemas 
e palavras. Essas difi culdades de programação de posição 
e seqüência dos movimentos ocorrem, apesar de sistemas 
motores, sensoriais, das habilidades de compreensão, 
atenção e cooperação encontrarem-se preservados (1-4) a 
difi culdade em programar voluntariamente o gesto articulatório 
na ausência de défi cits neurológicos ou musculares.
FIGURA 11 – APRAXIA NA INFÂNCIA
FONTE:<https://expliqi.com.br/wp-content/uploads/2019/08/
maxresdefault.jpg>. Acesso em: 26 jul. 2020.
^
Assim, crianças com a Apraxia de Fala na Infância (AFI) normalmente 
possuem muitos erros durante a articulação. Shriberg et al. (1997) nos dizem que 
a AFI é defi nida como uma categoria diagnóstica atribuída a crianças cujos erros 
de fala diferem daqueles encontrados em crianças com atraso no desenvolvimento 
da fala e se assemelham aos erros de adultos com apraxia adquirida, os erros 
36
 Comunicação Alternativa no TEA
cometidos por essas crianças assemelham-se aos erros cometidos por adultos, 
após algum dano cerebral. 
De acordo com a ABRAPRAXIA (Associação Brasileira de Apraxia de Fala na 
Infância), no Brasil, as principais características encontradas na fala de crianças 
acometidas por essa difi culdade são:
• Pobre repertório de vogais, erros na produção das vogais na 
fala.
• Pobre repertório de consoantes durante a fala, incluindo as 
consideradas mais visíveis e fáceis de serem adquiridas, como 
P e M.
• Variabilidade de erros e presença de erros incomuns na fala.
• Os erros e a difi culdade aumentam com o aumento da 
quantidade de sílabas das palavras.
• Dependendo do grau de severidade, a criança pode produzir 
o som, sílaba ou palavra-alvo em um contexto, mas é incapaz 
de produzi-lo com precisão em um contexto diferente.
• Possuem mais di fi culdade nas tarefas que precisam de 
controle voluntário, em comparação com as realizadas de 
forma automática.
• Di fi culdade nas tarefas de diadococinesia, ou seja, para 
alternar com precisão a repetição das mesmas sequências, 
como pa/pa/pa ou de sequências múltiplas, como pa/ta/ka.
• Presença de alterações prosódicas, fala acelerada ou 
monótona, erros de ritmo e entonação, défi cit na duração dos 
sons e pausas entre as sílabas.
• Pode ser observado durante a fala “procura” ou “esforço” 
para realizar as posições articulatórias.
• A criança demonstra que fi ca “perdida”, não sabe como 
movimentar a boca, possui intenção comunicativa, tenta falar 
mas não consegue.
• Presença de uma grande discrepância entre a compreensão e 
a produção de fala (exemplo, entende o que lhe é falado, porém 
não consegue verbalizar sua resposta etc.) (ABRAPRAXIA, 
2018, s.p).
Agora, pare e refl ita! Já parou e percebeu o processo neurológico que está 
envolvido quando você fala? Quantos passos seus cérebro dá para acontecer a 
fala? Quantos músculos do seu corpo é preciso? É algo tão automático e natural 
que, provavelmente, nunca paramos para pensar nisso, não é mesmo? Bem, 
para a pessoa que possui apraxia de fala, não é nada natural produzir e soltar as 
palavras, exige um esforço muito grande, é um processo bem diferente, conforme 
descreve a fi gura a seguir. 
37
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM NO AUTISMO Capítulo 1 
FIGURA 12 – COMO ACONTECE A APRAXIA
FONTE: <https://apraxiabrasil.org/site/wp-content/uploads/2020/06/CARTILHA-
APRAXIA-DE-FALA-NA-INF%C3%82NCIA_ISBN.pdf>. Acesso em: 26 jul. 2020.
Dessa forma, trazemos um exemplo da ABRAPRAXIA, com a experiência 
de uma mãe que possue uma fi lha diagnosticada com apraxia de fala logo na 
infância, e que hoje já sabe ler. É um exemplo prático para pais e profi ssionais 
que atendem às crianças que possuem apraxia, independente de ter o diagnóstico 
com TEA. Acompanhe como ela estimula sua fi lha na leitura, na escrita e na 
noção do espaço temporal por meio de um quadro de rotina. Essa foto mostra um 
exercício diário que tem realizado com a fi lha.
FIGURA 13 – QUADRO ROTINA
FONTE: <https://apraxiabrasil.org/textos-sobre-afi /criando-uma-rotina-
para-a-crianca-com-apraxia-de-fala/>. Acesso em: 26 jul. 2020.
38
 Comunicação Alternativa no TEA
Para seu conhecimento, acadêmico, elencamos indicações de 
estudos e sites, relacionados à apraxia com um dos caminhos para 
se buscar e se aprofundar. Entre eles, destacamos a Associação 
Norte Americana de Fonoaudiólogos (ASHA), ela publicou três 
importantes documentos no ano de 2007 sobre a Apraxia de Fala 
na Infância (AFI). Eles se encontram na língua inglesa, mas com os 
recursos tecnológicos existentes hoje, pode-se fazer a tradução em 
pouco tempo. Então que tal pesquisar!
Note como a mãe faz isso: 
“— Todos os dias pergunto:
1) Que dia é hoje? Daí escrevo o dia, exemplo, 2.
2) Que dia foi ontem? Que dia veio antes de hoje? Daí escrevo 
o dia, exemplo, 1.
3) Que dia vai ser amanhã? Que dia vem depois de hoje? Daí 
escrevo o dia, exemplo, 3.
Faço as mesmas perguntas para o dia da semana, exemplo, 
quinta, quarta e sexta. Depois escrevemos a data completa 
e fi nalizo perguntando como está o tempo lá fora e desenho” 
(COLLAVINI, 2020, s.p.).
Esse é apenas um exemplo que parece simples, mas que tem dado certo em 
muitos lares e escolas. Assim, se há dúvidas quanto ao desenvolvimento da fala 
do fi lho ou do educando, se está adequado ou não para sua idade, não espere 
para procurar ajuda. A orientação é que busque o quanto antes um especialista 
fonoaudiólogo que tenha experiência com crianças, desenvolvimento da fala 
e linguagem e que conheça a Apraxia de Fala na Infância (AFI), para dar um 
diagnóstico correto. Procure, também, apoio em grupos de pais e profi ssionais 
na área, para que possam trocar informações importantes e de fontes seguras.
Estudos têm indicado que a música tem contribuído muito 
nas terapias para apraxia. Leia o artigo: Musicoterapia na fala 
da apraxia infantil. Disponível em: https://www.researchgate.net/
publication/334230784_Musicoterapia_na_Apraxia_da_Fala_Infantil.
39
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM NO AUTISMO Capítulo 1 
Para sse aprofundar neste assunto, acadêmico, indicamos 
alguns material a seguir:
• ABC da Apraxia de Fala na Infância: https://apraxiabrasil.org/
textos-sobre-afi/%EF%BB%BFabc-da-apraxia-de-fala-na-
infancia/.
• Baixe alguns materiais informativo: https://apraxiabrasil.org/
baixar-materiais/.
• Videos de profi ssionais e pais: https://apraxiabrasil.org/videos/.
• Declaração sobre AFI – www.asha.org/policy/PS2007-00277/.
• Reporte Técnico sobre AFI – www.asha.org/policy/TR2007-
00278/.
• Descrição da AFI como distúrbio de fala – www.asha.org/public/
speech/disorders/ChildhoodApraxia/.
Nesse sentido, nota-se a impotância de terem mais estudos relacionados à 
apraxia também aqui no Brasil. Assim, apresentamos alguns estudos e dicas da 
Associação Brasileira de Apraxia de Fala na Infância (ABRAPRAXIA), fundada em 
2016, que tem como principal objetivo a divulgação e terapias sobre apraxia no 
Brasil.
Fique atendo a esta data, 14 de maio, ela foi escolhida como o 
Dia da Conscientização da Apraxia na Fala na Infância nos Estados 
Unidos. Aqui, no Brasil, a ABRAPRAXIA vem utilizando a mesma 
data, com atividades educativas e informativas em vários pontos do 
país. 
Assim, é necessário muita atenção para disgnosticar qualquer 
tipo de apraxia na criança ou pessoa com TEA, visto que, em pessoas 
com algum tipo de lesão cerebral se torna fácil esse diagnóstico após 
alguns testes. O diagnóstico de apraxia, por vezes, acaba sendo 
tardio e confundido com outros transtornos de atraso de linguagem 
ou alguma comorbidade. Desta forma, destacamos que não tendo o 
diagnóstico correto, desde a infância, não terá também as terapias e 
nem suportes necessários para lidar com a apraxia quando se tornar 
um adulto com TEA.
Fique atendo a esta 
data, 14 de maio, 
ela foi escolhida 
como o Dia da 
Conscientização 
da Apraxia na Fala 
na Infância nos 
Estados Unidos. 
Aqui, no Brasil, a 
ABRAPRAXIA vem 
utilizando a mesma 
data, com atividades 
educativas e 
informativas em 
vários pontos do 
país. 
40
 Comunicação Alternativa no TEA
Após imergir no mundo da Apraxia de Fala na Infância (AFI), 
disserte brevemente sobre as principais características encontradas 
na fala das crianças acometidas por essa difi culdade, segundo a 
ABRAPRAXIA:
R.:_______________________________________________
__________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________
Conheça o livro Estimulação da linguagem no transtorno do 
espectro autista – TEA. Elaboração e adequação de exercícios e 
atividades estruturadas, com base no método multissensorial para 
crianças com TEA em fase de alfabetização. Esta obra é o resultado 
das experiências, refl exões sobre a prática fonoaudiológica de 
autoria de Mariana Paes Leme Hypólito.
FIGURA – ESTIMULAÇÃO DA LINGUAGEM NO 
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA – TEA
FONTE: <https://images-americanas.b2w.io/produtos/01/00/
oferta/50289/5/50289510_1SZ.jpg>. Acesso em: 2 ago. 2020.
41
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM NO AUTISMO Capítulo 1 
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES 
Ao refl etir sobre o processo de aquisição de linguagem e da fala da 
criança com TEA, encontramos muitas questões pragmáticas que, aos poucos, 
com o conhecimento adquirido, vão se dissolvendo em resposta a muitos 
questionamentos por parte dos pais e profi ssionais que atuam diretamente 
com crianças com TEA. Essas questões vão desde défi cits simples de atraso 
de linguagem até aos mais complexos, incluindo os sintomas relacionados aos 
movimentos corporais de marcha, entre outros.
Fica evidente que a ecolalia é uma característica que pode ser considerada 
como indício da entrada de qualquer criança no mundo da linguagem, o que muitas 
vezes difi culta o disgnóstico em crianças com TEA, sendo confundida como um 
desenvolvimento de linguagem normal na infância, até que se mostrem, de fato, 
que existe um problema de fala para se comunicar e precisa de intervenção. 
Logo, a interação social se torna uma peça-chave na construção da linguagem, 
com qualquer pessoa que possue qualquer ditúrbio de linguagem, pois é nela que 
ocorrem as práticas dialógicas.
Entende-se também que nem todas as crianças com TEA desenvolverão 
transtornos do desenvolvimento motor fi no ou grosso, relacionado à dispraxia 
com seu seus subgrupos: ecolalia, apraxia, entre outros. Muitos possuem 
movimentos práxicos sem nenhuma difi culdade motora fi na ou global, ou seja, 
aqueles movimentos que seguem uma sequência familiar que já foi desenvolvida 
e aprendida ao longo do tempo.
Outro aspecto considerado foi a importância de valorizarmos as 
demonstrações de tentativas do autista diagnosticado com apraxia de fala em 
expressar o seu desejo, entende-se que, em sua mente, está claro o que ele 
quer, talvez imagem mental da fi gura do objeto, mas não é capaz de realizar 
a programação cerebral específi cas dos órgãos fonoarticulatórios (OFA) para 
produzir os sons desejados, na ordem e sequência adequadas, e, por fi m, produzir 
a fala e se comunicar.
Enfatizamos que crianças com TEA que possuem mais comorbidades 
associadas que outras, além da ecololaia e apraxia, fazer intervenções 
comunicacionais, torna-se um desafi o ainda maior, isso devido a questões 
comportamentais ou sensoriais, que não permitem um tempo de foco/
atenção, bem como outras caracteristicas para tal intervenção. A partir destas 
considerações, entendemos que a intervenção fonoaudiológica por especialistas 
na área de apraxia e TEA que direciona as terapias essencialmente para os 
42
 Comunicação Alternativa no TEA
aspectos da comunicação social/funcional e para as habilidades de linguagem, 
são de fundamental importância. 
Destaca-se, nesse processo, a importância do respeito na construção da 
subjetividade de cada criança ou adulto com TEA, considerando a singularidade 
de cada um. Essa singularidade é própria ao processo de aquisição de linguagem 
e faz parte da relação particular que se estabelece entre o sujeito, a linguagem e 
suas interações sociais.
Acima de tudo, devemos lembrar que cada pessoa com TEA terá suas 
especifi cidades. Por isso, é extremamente importante pensar em terapias para 
ecolalia e apraxia de forma personalizadas/customizadas, bem como buscar 
contemplar todos os componentes que fazem parte da intervenção. Nesse 
contexto, a participação da família, especialmente dos pais, da escola e dos 
demais profi ssionais que o atende será, sem dúvida, um caminho do êxito, 
comunicativo e social da pessoa com TEA.
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CAPÍTULO 2
TEA: MATERIAIS E INSTRUMENTOS DA 
INTERVENÇÃO EM COMUNICAÇÃO 
AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)
A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
• Compreender a importância de ferramentas interventivas para complementar 
ou suplementar a comunicação da pessoa com TEA.
• Conceituar a Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) e seus instrumentos 
no uso da comunicação de pessoas com défi cit de fala.
• Entender o desenvolvimento e utilização do sistema SCALA na promoção e 
letramento do autista.
• Analisar os sistemas PECS, CARDS como instrumentos para potencializar a 
comunicação das pessoas com TEA.
• Propor a Língua de Sinais como uma alternativa de expressão e sinalização 
para a pessoa com TEA.
48
 Comunicação Alternativa no TEA
49
TEA: MATERIAIS E INSTRUMENTOS DA INTERVENÇÃO 
EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)
 Capítulo 2 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A comunicação é um dos meios responsáveis pela construção da sociedade 
humana, por meio dela, realizamos trocas de informações, compartilhamos 
momentos, defendemos, avaliamos, enfi m, construímos uma rede em nossa volta. 
De fato, o homem é um ser social! Nesse sentido, o movimento de ir e vir do ser 
humano foi construindo processos de comunicação que produzem e transmitem 
informações e opiniões sobre pessoas, instituições, produtos, acontecimentos, 
conhecimentos do mundo inteiro. 
Tudo é transformado em mensagem, em informação. Isso só é possível 
através de meios que possibilitam que qualquer pessoa possa saber o que 
está acontecendo “agora” em qualquer lugar do mundo. Desde o nascimento, a 
efetivação da comunicação acontece e envolve o emissor (quem transmite) e o 
receptor (quem recebe). É uma troca que de alguma forma há a obtenção e a 
transmissão de conhecimentos e signifi cados daquele sinal utilizado por ambos 
que o utilizam.
Conforme já foi visto, a pessoa com TEA apresenta um défi cit considerável 
na comunicação, interação social e comportamento, por ser um transtorno global 
do desenvolvimento, o que implica em défi cits nos aspectos neurológicos. Neste 
capítulo, veremos alguns instrumentos relacionados à comunicação, que podem 
ajudar e contribuir para o desenvolvimento da linguagem da pessoa com TEA, 
principalmente aqueles conhecidos como “não verbais”.
No contexto da comunicação não verbal, trazemos um recorte sobre 
a comunicação proxêmica, esse tipo de comunicação estuda o signifi cado 
social do espaço, a proximidade, ou seja, estuda como o homem estrutura 
inconscientemente o próprio espaço por meio da comunicação, Conforme Galvão 
et al. (2006), para entendermos sobre análise proxêmica temos que compreender 
oito fatores compostos pelas seguintes dimensões: 
1. Postura-sexo: analisa o sexo dos participantes e a posição 
básica dos interlocutores, como as posições: de pé, sentado 
e deitado; 2. eixo sociofugo-sociopeto: o eixo sociofugo 
demonstra o desencorajamento da interação, enquanto o 
sociopeto trata do inverso. Essa dimensão analisa o ângulo 
dos interlocutores, a saber: face a face, de costas um para 
os outros, entre outras angulações; 3. cinestésicos: cabe-
lhes provocar a proximidade entre os interlocutores. Analisa o 
contato físico a curta distância, como o toque ou o roçar da pele 
e o posicionamento das partes do corpo; 4. comportamento de 
contato: esse fator refere-se às formas de relações táteis como 
acariciar, agarrar, apalpar, segurar demoradamente, apertar, 
tocar localizado, roçar acidental ou nenhum contato físico; 
5. código visual; verifi ca o modo de contato visual ocorrido 
50
 Comunicação Alternativa no TEA
nas interações como o olho no olho ou ausência de contato; 
6. código térmico: diz respeito ao calor percebido pelos 
interlocutores; 7. código olfativo: analisa as características e 
o grau de odor percebidopelos interlocutores; e, fi nalmente, 
8. volume de voz: avalia a percepção dos interlocutores em 
relação ao espaço interpessoal (GALVÃO et al., 2006, p. 2).
A partir de Galvão et al. (2006), entendemos que existem vários eixos 
incorporados à comunicação não verbal, e que envolvem a análise proxêmica, ou 
seja, que podem nos aproximar ao outro, entre eles podemos relacionar a pessoa 
com TEA com o eixo 3, que fala do contato sinestésico, esse tipo de contato, 
às vezes, não são bem recebidos por algumas pessoas com TEA, esse contato, 
corpo a corpo por meio de abraços, aperto de mão ou mesmo um “tapinha 
nas costas”, são formas poderosas de comunicação e que podem, de alguma 
maneira, criar vínculos entre as pessoas. 
Além disso, Galvão et al. (2006) fala de código ou contato visual (olho a 
olho) ou mesmo a ausência desse contato visual, nesse sentido, essa ausência 
de contato pode ser uma das características de algumas pessoas com TEA, 
difi cultando a comunicação em sociedade. E tudo isso acontece no que 
chamamos de sua zona proximal entre o emissor e receptor, e, sem perceber, 
muitas pessoas com TEA utilizam-se dessa zona proximal. 
FIGURA 1 – ZONA DE CONTATO
FONTE: Adaptada de <https://clue-lab.com.br/wp-content/uploads/2018/02/
prox%C3%A9mica.png>. Acesso em: 17 ago. 2020.
A distância pessoal pode ser imaginada como uma bolha que cerca o 
indivíduo, protegendo-o. Na fase próxima, as extremidades podem tocar o corpo 
do outro, mas já não há distorção visual. A qualidade tridimensional de objetos 
51
TEA: MATERIAIS E INSTRUMENTOS DA INTERVENÇÃO 
EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)
 Capítulo 2 
pode ser percebida com detalhes, assim como as texturas. Na fase afastada, 
caso o braço seja estendido, pode tocar a outra pessoa, representando o domínio 
físico concreto. Os detalhes do outro ainda são bastante perceptíveis e o nível 
da voz é moderado. Esta é a distância em que assuntos pessoais podem ser 
discutidos (VENDRAMINI, 2016, p. 62 apud HALL, 1977).
A Comunicação é um assunto extremamente vasto, apresenta muitas 
formas, tipos e conceitos em diferentes situações, neste capítulo, o intuito é 
abordar aqueles que são relevantes para pessoas com TEA. Desse modo, 
será feito um breve apanhado da história da comunicação e de que forma ela 
evoluiu na sociedade. Isso envolve compreender como funcionam os sistemas de 
comunicação alternativa que foram desenvolvidos, por meio de muitos estudos e 
pesquisas para pessoa com difi culdade na comunicação.
São sistemas de comunicação como: SCALA, PECS, CARDS, FLASH 
CARDS. Além disso, contextualizaremos contribuições das Língua de sinais, 
como uma possível metodologia para possibilitar uma comunicação alternativa 
para a pessoa com TEA. É uma área que ainda necessita de mais estudos 
científi cos para comprovar sua efi cácia.
Se você fi cou curioso como ocorre a comunicação proxêmica 
e quiser se aprofundar mais um pouco no assunto, acesse o 
site A mente é maravilhosa (https://amenteemaravilhosa.com.br/
proxemica/).
2 EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO – 
BREVE CONTEXTO
Muitos povos antigos se comunicavam por meio de desenhos esculpidos nas 
paredes das cavernas. Assim, graças aos nossos antepassados, a escrita por 
representações de imagens foi se desenvolvendo para escrita de texto, ampliando 
a base para a comunicação que conhecemos hoje, e, ao mesmo tempo, muitas 
línguas foram surgindo. Sobre o desenvolvimento das línguas, Steiner (2005, p. 
72), dialoga que “[...] o fato de que milhares e milhares de línguas diferentes e 
52
 Comunicação Alternativa no TEA
mutuamente incompreensíveis foram e são faladas em nosso pequeno Planeta, é 
uma expressão clara do enigma profundo da individualidade humana, [...]”. 
Quando Steiner (2005) disserta que milhares de línguas diferentes foram 
e são faladas, entende-se que ele chama a atenção para alguns fatores, como 
sexo dos falantes, idade, classe social, região geográfi ca e registro (culto ou 
informal). O ser humano foi desenvolvendo-se na faculdade da linguagem e, 
como consequência, línguas novas foram sendo criadas.
FIGURA 2 – A COMUNICAÇÃO E O TEMPO
FONTE: <https://miro.medium.com/max/1575/1*7-
MDA79sxAVk34EcFSCY1A.jpeg>. Acesso em: 17 ago. 2020
Nota-se que a comunicação sempre esteve presente na sociedade e que 
trouxe suas variações linguísticas e culturais, bem como tipos de comunicação, 
entre elas, a mais comum, a comunicação direta e imediata, conforme Bessa 
(2016, p. 20):
A comunicação direta e imediata acontece quando as pessoas 
estão cara a cara. Elas se relacionam principalmente por meio 
da fala e da gesticulação. Exemplo típico de comunicação direta 
entre as pessoas é quando conversam em algum ambiente 
informal (em uma festa ou no intervalo do trabalho, por 
exemplo) em que contam histórias; relatam acontecimentos; 
descrevem pessoas; dizem o que leram no jornal; avisam da 
chegada de alguém, contam piadas.
Observamos que a comunicação direta acontece interativamente, com trocas 
e partilhamentos de informações entre as pessoas. Sobre a comunicação indireta 
e mediada, comumente feita a distância, note:
Já a comunicação indireta e mediada acontece quando as 
pessoas estão distantes e não podem se enxergar nem escutar 
53
TEA: MATERIAIS E INSTRUMENTOS DA INTERVENÇÃO 
EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)
 Capítulo 2 
uma a outra. Nessa situação, elas precisam usar algum meio 
que lhes possibilite a troca de informações, transportando a 
voz ou os gestos que uma faz até a outra. Os meios utilizados 
podem ser variados (telefone, carta, computador), mas uma 
vez usado um meio, ele estará mediando (intermediando) a 
comunicação entre as pessoas (BESSA, 2016, p. 21).
FIGURA 3 – COMUNICAÇÃO DIRETA E INDIRETA
FONTE: <https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fslideplayer.
com.br%2Fslide%2F3398471%2F&psig=AOvVaw2zWXPj4iM6N2zmesMuuxd-
m&ust=1598842423672000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCLiSwrr-
2wesCFQAAAAAdAAAAABAZ>. Acesso em: 17 abr. 2020.
Como vimos, a comunicação indireta e mediada é muito utilizada entre 
as pessoas que estão distantes, podemos dizer que a tecnologia é uma das 
ferramentas para efetivação da comunicação indireta. Assim, esses dois tipos 
de comunicação referido por Bessa (2016) – direta e indireta –, acontece todo 
o tempo entre os seres humanos. Nestas circunstâncias, encontra-se a pessoa 
com TEA e o meio que vive, presenciando os tipos de comunicação, seja direta 
ou indireta, e compartilhando seus pensamentos por meio de uma comunicação 
verbal e não verbal, conforme a concepção de Mesquita (1997, p. 159):
Estes dois níveis de comunicação, o verbal e o não verbal, 
podem se apresentar e atuar concomitantemente nas interações 
entre indivíduos, complementando-se ou contrapondo-se no 
discurso. Em determinadas situações socioculturais poderá 
ocorrer uma justaposição de um nível sobre o outro [...]. 
 Nas condições da comunicação verbal e não verbal, para as pessoas com 
défi cits na comunicação, há muitos obstáculos ou barreiras que podem surgir de 
forma intensa ou sutis. Para entendermos melhor sobre essas barreiras, trazemos 
o pensamento crítico de Chiavenato (2010, p. 97):
No processo e na comunicação humana podem ocorrer aquilo 
que designa por chuvas e tempestades. Estas correspondem 
a “barreiras que servem como obstáculos ou resistências 
à comunicação entre os interlocutores”. são variáveis que 
54
 Comunicação Alternativa no TEA
intervêm no processo de comunicação e que o afetam 
profundamente, fazendo com que a mensagem tal como é 
enviada se torne diferente da mensagem tal como é recebida.
Veja que Chiavenato (2010) cita a expressão chuvas de tempestades para 
se referir a barreiras de comunicação. Quando relacionamos essa barreira – 
chuvas de tempestade – à pessoa com (TEA), podemos lembrar de características 
como hostilidade, estereotipias,comportamento considerados incomuns ou 
defensivo, distrações, entre outros que os impedem de compreender e serem 
compreendidas, como falamos anteriormente. Diante do exposto, Weiss, Tafner e 
Lorenzi (2013, p. 22) mostram que:
[...] a comunicação é um processo de interação no qual 
compartilhamos mensagens, ideias, sentimentos e emoções, 
podem infl uenciar o comportamento das pessoas que, por 
sua vez, reagirão a partir de suas vivências, crenças, valores, 
história de vida e cultura.
Assim, Weiss, Tafner e Lorenzi (2013) destacam que, durante a comunicação 
compartilhamos, esclarecemos ideias, emoções suas histórias de vida, e é o que 
todos nós queremos, não é mesmo? independentes de termos ou não alguma 
difi culdade na comunicação.
Portanto, a partir de agora, consideraremos algumas características e 
tipologias dentro dos conceitos que envolve a comunicação, a fi m de ampliarmos 
a temática sobre a comunicação da pessoa com (TEA), além de ferramentas 
de Comunicação Alternativas. Vamos conhecer alguns meios de Comunicação 
Alternativa Aumentativa (CAA) mais utilizados até o momento pelos profi ssionais 
na área de comunicação e linguagem para pessoa com TEA. 
A comunicação é frequentemente um ato imperfeito, pois durante o processo 
de comunicação há sempre condicionamentos, seja porque o emissor está 
condicionado pelo que sabe e o que pode dizer, seja porque o receptor pode 
não interpretar a mensagem da forma como o emissor quis transmitir, chegando 
aos seus ouvidos interpretações diferentes e a mensagem ser aceita apenas 
parcialmente (DEVESA, 2016, p. 26).
Leia na íntegra alguns tipos de comunicação como 
ferramenta na sociedade, disponível em: https://comum.rcaap.pt/
bitstream/10400.26/17915/1/Laura%20Devesa_140327005%20
Ci%C3%AAncias%20Empresariais.pdf.
55
TEA: MATERIAIS E INSTRUMENTOS DA INTERVENÇÃO 
EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)
 Capítulo 2 
3 CONCEITUANDO A COMUNICAÇÃO 
ALTERNATIVA AUMENTATIVA/
AMPLIADA (CAA) – TEORIA E 
PRÁTICA
FIGURA 4 – EU ME COMUNICO, E VOCÊ?
FONTE: <https://miro.medium.com/max/2800/0*F1F9HXicx9zoykzU.
jpg>. Acesso em: 17 ago. 2020.
Até aqui compreendemos como a linguagem e comunicação é imprescindível 
para construção da sociedade, fazendo parte da constituição do ser humano, 
conforme Telles (1998, p. 7) afi rma, "a formação do pensamento representacional 
é assegurada pelo desenvolvimento processual harmônico da função simbólica, 
sendo a linguagem uma das mais satisfatórias". Dessa forma, a criança que 
interage por meio da linguagem possui também uma facilidade de interação com 
o meio social, e esse convívio contribui para o desenvolvimento, deixando claro 
que a comunicação é universal. De acordo com Castro e Gomes (2000):
A comunicação entre membros, [...] é uma constante. Na 
medida em que as mais variadas espécies, desde a formiga 
ao Homo Sapiens, usam formas de comunicar entre os seus 
membros, podemos afi rmar que a comunicação é universal 
(CASTRO; GOMES, 2000, p. 19, grifo do autor).
Lima (2015, p. 29) afi rma que: 
Quando, entre indivíduos, ocorre a redução de comunicação 
oral face a face devido ao repertório verbal ser limitado, 
ininteligível ou mesmo quando não se manifesta, (apesar da 
linguagem oral não ser a única forma de comunicação), esta 
redução na comunicação afetará outras áreas do indivíduo 
como as relações sociais (interpessoais e intrapessoais), [...].
56
 Comunicação Alternativa no TEA
Desse modo, para não ocorrer o que Lima (2015) discorre como redução de 
comunicação entre as pessoas, é necessário mediações interventivas para que 
as relações sociais não sejam afetadas. Para as pessoas com difi culdades em se 
comunicar, surge a Comunicação Alternativa Aumentativa (CAA). Conforme Lima 
(2015, p. 29), “para esta população, são necessários dispositivos como sistemas 
de Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA), oportunizando uma comunicação 
mais funcional e mais signifi cativa no contexto socioafetivo”. Pereira (2016, p. 15) 
afi rma que:
[...] uma criança com perturbações de linguagem e com graves 
problemas de comunicação, verá a sua aprendizagem limitada 
pelo fato de quase não existirem meios que proporcionem 
a sua interação com o mundo e, consequentemente, o seu 
processo de socialização natural. [...], as perturbações da 
fala incluem as difi culdades da voz, da articulação e da 
fl uência, enquanto as perturbações da linguagem envolvem 
as difi culdades da compreensão ou produção da linguagem, 
independentemente do sistema simbólico utilizado. Em suma, 
uma perturbação de linguagem poderá envolver a forma da 
linguagem (perturbações fonológicas, morfológicas e de 
sintaxe), o conteúdo da linguagem (o aspeto semântico da 
linguagem) e a função da linguagem (o aspeto pragmático).
Esses défi cits na linguagem ou perturbações advindas por heranças sociais 
ou biológicas, interferem de forma signifi cativa no sujeito quando adulto. Assim, 
Pereira (2016, p. 27) nos dá um alerta: “os indivíduos que não conseguem se 
comunicar podem sentir-se subestimados e desenvolverem um sentimento de 
inferioridade em relação aos outros que, em situações mais graves, pode-se 
traduzir numa atitude de passividade e dependência dos outros”. Diante disso 
podemos nos perguntar: o que signifi ca Comunicação Alternativa Aumentativa 
(CAA) e como ela pode contribuir ou mesmo modifi car a vida da pessoa com 
(TEA)?
Você pode iniciar seu aprendizado sobre CAA assistindo à 
videoaula da USP, Comunicação alternativa, disponível em: http://
eaulas.usp.br/portal/video.action?idItem=8486.
57
TEA: MATERIAIS E INSTRUMENTOS DA INTERVENÇÃO 
EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)
 Capítulo 2 
Nesse viés, é importante considerar a ampliação da defi nição 
de comunicação alternativa e adequação do termo Comunicação 
Alternativa, sem trazer a ideia de que a fala será substituída. 
Seria melhor adotar o termo “comunicação suplementar” ou, ainda, 
“comunicação ampliada”. Esse termo designaria uma comunicação 
de suporte, ou seja, um apoio suplementar à fala. “[...] A comunicação 
suplementar ou ampliada enfatiza formas alternativas de 
comunicação visando dois objetivos: promover e suplementar a fala, 
e garantir uma forma alternativa de comunicação para um indivíduo 
que não começou a falar” (BRASIL, 2006, s.p.).
Talvez, quando se fala de sistemas de comunicação alternativa, vem logo 
a nossa mente a substituição da fala do sujeito ou apenas o uso de tecnologias, 
além disso, ela está muito associada à prática clínica, por profi ssionais habilitados 
para fazer tais intervenções. Ao trazer a etiologia sobre a CAA, conforme Brasil 
(2006, s.p.), questões relacionadas à CAA e sujeitos com alguma defi ciência de 
fala:
Têm sido debatidas em vários países, tais como Dinamarca, 
EUA, Canadá e Brasil, que têm desenvolvido sistemas 
alternativos para comunicação.[...], a expressão comunicação 
alternativa e/ ou suplementar vem sendo utilizada para designar 
um conjunto de procedimentos técnicos e metodológicos 
direcionado a pessoas acometidas por alguma doença, 
defi ciência ou alguma outra situação momentânea que impede 
a comunicação com as demais pessoas por meio dos recursos 
usualmente utilizados, mais especifi camente a fala.
Passerino e Bez (2015) trazem o conceito de CAA segundo a American 
Speech-Language-Hearing Association, que defi ne Comunicação Alternativa 
como, “o uso integrado de componentes, incluindo símbolos, recursos, estratégias 
e técnicas utilizados pelos indivíduos a fi m de complementar a comunicação” 
(PASSERINO; BEZ, 2015, p. 121). Sobre a concepção da CAA, Lima (2015, p. 29) 
disserta que: 
[...] ela propõe compensar desordens na comunicação 
expressiva (temporárias ou não) devido aos prejuízos na 
linguagem (oral e escrita). Diferentes meios de comunicação 
derivados do uso de gestos, linguagem de sinais e expressões 
faciais, fi guras,símbolos, além de sofi sticados sistemas 
computadorizados podem ser utilizados de forma complementar 
ou alternativa à linguagem oral, quando possível.
58
 Comunicação Alternativa no TEA
No escopo anteriormente citado, a CAA se torna um instrumento desenvolvido 
com o objetivo de proporcionar diferentes meios de comunicação, seja por 
gestos, símbolos, sinais, tecnologias, entre outras, de forma a complementar
a comunicação dos indivíduos que apresentam algum défi cit na comunicação, 
facilitando sua vida diária. Assim, a CAA não envolve apenas ferramentas 
tecnológicas, mas muitas outras. Cortes (2015, p. 22) relata como surgiu o 
interesse pela CCA:
A Comunicação Alternativa e Ampliada, como conhecemos 
hoje, teve seu início nos anos 1950. Os pioneiros no campo 
foram profi ssionais e pessoas com difi culdades de comunicação 
severa que desenvolveram pranchas utilizando sua intuição. 
Inicialmente, o uso da Comunicação Alternativa e Ampliada 
era considerado apenas para as pessoas com problemas 
de laringe e era utilizada como alternativa à comunicação 
escrita. No decorrer da década de 1950, com o avanço da 
medicina, mais crianças prematuras passaram a sobreviver, 
assim como adultos com sequelas de acidentes, doenças ou 
traumas. Os profi ssionais passaram a utilizar a Comunicação 
Alternativa e Ampliada em indivíduos com difi culdades severas 
de comunicação.
Nota-se, então, que foi a partir dos anos 1950, com avanços da medicina, que 
a CAA começou a ser intencionada como uma intervenção positiva, inicialmente, 
pelos próprios sujeitos acometidos pela difi culdade na comunicação, e depois 
ampliando-se gradualmente para pessoas com sequelas por algum trauma, 
ou doença durante ou após o nascimento que necessitassem de terapias para 
aprender a falar ou como alternativa para ampliar a comunicação. Cortes (2015, 
p. 23 apud PELOSI, 2000, p. 36) explica que:
Foi nos anos 1960/1970 que se iniciou o desenvolvimento 
da fi losofi a da comunicação total que é a perspectiva que vai 
defender o uso simultâneo da fala e dos gestos. Nesse período, 
algumas crianças com defi ciências múltiplas [...]. Indivíduos 
com paralisia cerebral e outras disfunções neuromotoras 
iniciaram a utilização de pranchas de comunicação e do código 
Morse quando as pesquisas começaram a mostrar que esses 
indivíduos com disartria corriam o risco de não adquirirem a 
linguagem oral.
Dessa forma, os autores Cortes (2015) e Pelosi (2000) afi rmam que a CAA 
surge como uma fi losofi a da comunicação total, que se utiliza de gestos, escrita, 
imagens etc., ou seja, toda forma de comunicação, com o objetivo para auxiliar 
ou dar voz às pessoas com defi ciências, com disfunções motoras na fala. Dessa 
forma, observa-se que a CAA começa a tomar forma por meio da literatura 
científi ca, evidenciando resultados promissores obtidos com o uso de vários 
recursos para uma fala funcional.
59
TEA: MATERIAIS E INSTRUMENTOS DA INTERVENÇÃO 
EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)
 Capítulo 2 
FIGURA 5 – COMUNICAÇÃO SUPLEMENTAR/ALTERNATIVA
FONTE: <https://3.bp.blogspot.com/-F9_tpmrms-g/V3EqUEJCTtI/
AAAAAAAAAFE/07AkmUoNXHou_nktJzxri3_564SzKE0gwCLcB/
s320/BoardMaker.gif>. Acesso em: 17 ago. 2020.
 
Brasil (2006, p. 5) salienta que:
Podemos encontrar duas subdivisões: comunicação apoiada 
e comunicação não apoiada. A comunicação apoiada 
englobaria todas as formas de comunicação que possuem 
expressão linguística na forma física e fora do corpo do 
usuário, como objetos reais, miniaturas de objetos, pranchas 
de comunicação com fotografi as, fotos e outros símbolos 
gráfi cos e, ainda, os sistemas computadorizados (grifo nosso).
Assim, segundo Brasil (2006), a comunicação apoiada por envolver todas 
as formas de comunicação, ou seja, a fala, expressões (facial e corporal) etc., 
mostra-se mais adequada para pessoas com difi culdade de comunicação, pois 
envolve o uso de pranchas, imagens, entre outros, estando dentro do sistema 
de CAA. São muitas as nomenclaturas usadas para se referir a esse tipo de 
comunicação. Assim, destacamos a explicação para acessibilidade comunicativa 
por Grosko (2016, p. 27, grifo nosso):
Comunicação Alternativa [porque há somente uma forma de 
se comunicar] Ampliada [quando há uma comunicação por 
parte do sujeito, porém, esta não sustenta suas expectativas no 
convívio social] (CAA), Comunicação Aumentativa [signifi ca 
um apoio ou um complemento à comunicação alternativa] e 
Alternativa (CAA), Comunicação Alternativa e Suplementar
(CAS), Sistemas Suplementares e/ou Alternativos de 
Comunicação (SSAC) e Comunicação Suplementar e/ou 
Alternativa (CSA).
60
 Comunicação Alternativa no TEA
É importante entendermos bem esses conceitos ao realizar a escolha de um 
Sistema de Comunicação Alternativa e pensar como um todo, na perspectiva do 
sujeito e suas particularidades, conhecer suas competências e suas necessidades. 
Pereira (2016, p. 28) ainda reforça que alguns autores defendem que:
A participação da família como sendo primordial e imprescindível 
no processo de avaliação e nos trabalhos desenvolvidos, isso 
porque os pais, melhor do que qualquer um tem conhecimento 
das competências, necessidades e desejo dos seus fi lhos, 
sua conexão lhe permite identifi car expressões gestuais, 
expressão facial, o olhar e até mesmo movimentos corporais.
Cortes (2015, p. 26 apud NUNES, 2003, p. 10) também diz:
Diferentes meios de comunicação derivados do uso de gestos, 
[...] e expressões faciais, fi guras, símbolos, além de sofi sticados 
sistemas computadorizados podem ser empregados de 
forma substitutiva ou suplementar de apoio à fala, ajudando a 
desenvolver, quando possível, a linguagem oral (grifo nosso).
A CAA vem como auxílio para as pessoas com TEA com seus vários sistemas 
de comunicação, com ou sem o uso de recursos tecnológicos, propiciando a 
comunicação de indivíduos que apresentam limitação de fala, oportunizando a 
aprendizagem e a interação social. 
Até aqui foi possível perceber o quão importante e funcional são os 
sistemas de Comunicação Alternativa, bem como seu nível de abrangência 
é surpreendente, tornando possível o aumento das competências do sujeito, o 
desenvolvimento da linguagem e comunicação, resultando em uma melhora na 
qualidade de vida. Além disso, destacou-se que o principal objetivo da CAA não 
é substituir a fala, mas o de garantir que o indivíduo venha se comunicar, não 
importando a defi ciência ou transtorno.
Aprofunde-se nos estudos por meio da dissertação A 
comunicação aumentativa e alternativa enquanto fator de inclusão 
de alunos com necessidades educativas especiais, disponível em: 
https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/14218/1/Jacinta%20
Pereira.pdf.
61
TEA: MATERIAIS E INSTRUMENTOS DA INTERVENÇÃO 
EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)
 Capítulo 2 
Embora haja várias nomenclaturas nas muitas literaturas sobre o 
conceito relacionado à Comunicação Aumentativa Alternativa (CAA), 
destacamos a concepção por Brasil (2006). Com base no exposto, 
analise as sentenças a seguir:
I- Afi rmam que a CAA surge como uma fi losofi a da comunicação 
total, que se utiliza gestos, escrita, imagens etc. [...]. 
II- [...], têm sido debatidas em vários países, tais como Dinamarca, 
EUA, Canadá e Brasil, que têm desenvolvido sistemas alternativos 
para comunicação.
III- [...] vem sendo utilizada para designar um conjunto de 
procedimentos técnicos e metodológicos direcionado a pessoas 
cometidas por alguma doença, defi ciência.
III- “Diferentes meios de comunicação derivados do uso de gestos, _
[...] e expressões faciais, fi guras, símbolos, além de sofi sticados 
sistemas podem ser empregados de forma substitutiva ou 
suplementar de apoio à fala.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
b) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
c) ( ) Assentenças I, III e IV estão corretas. 
d) ( ) As sentenças II, III e IV estão corretas.
Assim, antes de adentrar nos estudos sobre o Scala – Sistema de 
Comunicação Alternativa, vamos descrever, brevemente, alguns modelos de 
sistemas de CAA para ampliar seu conhecimento. Antes, vamos para nossa 
primeira atividade de estudo!
4 ALGUNS MODELOS DE SISTEMAS 
DE CAA
Anteriormente, conversamos sobre um olhar atento, as características do 
sujeito com défi cits na comunicação, para a escolha do melhor sistema de CAA. 
Nesse sentido, Pereira (2016, p. 30 apud TETZCHNER; MARTINSEN, 2000, p. 
62
 Comunicação Alternativa no TEA
22) distinguem comunicação alternativa de comunicação aumentativa da seguinte 
forma: 
Comunicação alternativa é qualquer forma de comunicação 
diferente da fala e usada por um indivíduo em contextos de 
comunicação frente a frente. Os signos gestuais e gráfi cos, 
o código Morse, a escrita etc., são formas alternativas de 
comunicação para indivíduos que carecem de capacidade 
de falar. Comunicação aumentativa signifi ca comunicação 
complementar ou de apoio. A palavra “aumentativa” sublinha 
o fato de o ensino das formas alternativas de comunicação 
ter um duplo objetivo: promover e apoiar a fala e garantir uma 
forma de comunicação alternativa se a pessoa não aprender 
a falar.
Haja visto a diferença entre Comunicação alternativa, que signifi ca qualquer 
forma de comunicação para alcançar o sujeito, com difi culdade da linguagem 
e comunicação, e a Comunicação alternativa, que também usa o termo 
comunicação complementar/suplementar, como os autores supracitados bem 
colocaram, é como se esse tipo de comunicação tivesse um duplo signifi cado. 
Ainda, Pereira (2016 apud TETZCHNER; MARTINSEN, 2000, p. 23), 
dizem que existem alguns elementos que constituem os Sistemas Alternativos e 
Aumentativos de Comunicação (SAAC) são: 
[...] signos realizados com as mãos. gráfi cos – incluem todos 
os signos produzidos grafi camente (Bliss, SPC, PIC, Rebus 
etc.). tangíveis – são geralmente feitos em madeira ou plástico. 
Podem apresentar formas e texturas diferentes (PEREIRA, 
2016, p. 30 apud TETZCHNER; MARTINSEN, 2000, p. 23).
Assim, visto que estes sistemas por serem de características diferentes, 
envolve usar vários tipos de materiais. Vamos nos ater, agora, aos sistemas de 
comunicação que vêm por meios digitais. 
4.1 SISTEMA DE COMUNICAÇÃO BLIS 
OU BLISSYMBOLICS
É baseado na escrita pictográfi ca chinesa. A autora Pereira (2016, p. 33) 
compartilha esse sistema como “o mais completo sistema de comunicação 
alternativo [...]. Foi criado e estudado por Charles Bliss, desenvolvido com o 
objetivo de ser utilizado como sistema de comunicação internacional”. Cortes 
(2015) coloca esse sistema como o primeiro sistema gráfi co de símbolos criados 
para CAA, note:
63
TEA: MATERIAIS E INSTRUMENTOS DA INTERVENÇÃO 
EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)
 Capítulo 2 
Os Símbolos Bliss foi o primeiro sistema gráfi co de símbolos 
a ser adotado na Comunicação Alternativa e Ampliada. 
Através do esforço de Shirley McNaughton, o Blissymbolics 
Communication Institute foi formado em Toronto, para promover 
treinamento profi ssional no uso da Comunicação Alternativa e 
Ampliada (CORTES, 2015, p. 24). 
FIGURA 6 – SISTEMA GRÁFICO BLISS
FONTE: <https://1.bp.blogspot.com/-wUg8tBjAJ7o/VU-LlGllRxI/AAAAAAAAAAQ/
aQ_U4LfxQDc/s1600/bliss.jpg>. Acesso em: 17 ago. 2020.
O sistema Bliss faz parte dos sistemas de comunicação aumentativa e 
alternativa, é composto, em específi co, por três sistemas de símbolos, afi rma 
Pereira (2016, p. 34):
Pictográfi cos – baseados no valor denotativo da imagem 
(semelhantes fi sicamente aos objetos que representam). 
Ideográfi cos – baseados no valor conotativo da imagem, 
sugerem conceitos, mas não os representam diretamente. 
Arbitrários – não têm relação pictográfi ca ou ideográfi ca no seu 
signifi cado (reconhecidos por convenção internacional).
Quer saber como o sistema Bliss mudou a vida da jornalista 
Samara Andresa Del Monte, cadeirante e PC? Visite o site https://
samarandresa.wixsite.com/delmonte/bliss. 
64
 Comunicação Alternativa no TEA
4.2 SISTEMA PIC 
(PICTOGRAMIDEOGRAM 
COMMUNICATION)
É outro sistema que se tornou muito popular, entre os usuários de CAA. De 
acordo com Pereira (2016), é originário do Canadá. “É composto por cerca de 
1300 símbolos, sendo 400 existentes em Portugal. Representado por silhuetas 
brancas sobre um fundo preto. A palavra está sempre escrita em branco sobre o 
desenho” (PEREIRA, 2016, p. 35).
FIGURA 7 – SISTEMA GRÁFICO PIC
FONTE: <https://i.pinimg.com/originals/36/4d/48/364d4833f81cfe39c8413ef03a9b66b7.
png>. Acesso em: 17 ago. 2020.
O sistema PIC consiste em uma comunicação mais restringida se comparado 
ao sistema Bliss, que tem seus três sistemas dentro de só um sistema. “O sistema 
PIC foi desenvolvido no Canadá na década de 1980 pelo terapeuta da fala Subhas 
Maraj, para um vocabulário funcional” (PEREIRA, 2016, p. 33).
65
TEA: MATERIAIS E INSTRUMENTOS DA INTERVENÇÃO 
EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)
 Capítulo 2 
Entenda mais sobre o sistema de CAA, o PIC, acessando o link 
http://www.itad.pt/tratamento-de-psicologia/sistema-comunicacao-
pic/.
4.3 O SISTEMA SPC (SÍMBOLOS 
PICTOGRÁFICOS PARA A 
COMUNICAÇÃO – PICTURE 
COMMUNICATION SYMBOLS)
Assim como o sistema Bliss e PIC, este sistema se utiliza de muitas fi guras. 
Segundo Pereira (2016), é de origem americana (PCS, Picture Communication 
Symbols), concebido pela terapeuta da fala, Roxana Mayer Johnson, em 1951. 
Foi divulgado e amplamente produzido em “1981 nos EUA. Dispõe de cerca de 
3000 signos. Os desenhos são de linhas simples e preto sobre fundo branco 
e as palavras escrita sobre o desenho, havendo uma relação com o objeto em 
referência. Incluindo o alfabeto, números e o uso de fotos” (PEREIRA, 2016, p. 
35).
Usado por muitos profi ssionais, este é um sistema, não é só fi guras, mas 
estas fi guras permitem comunicar conceitos, note o que diz Pereira (2016, p. 35) 
“devido a sua confi guração formada por desenhos que indicam substantivos, 
pronomes, verbos e adjetivos, o nível de difi culdade de abstração é menor sendo, 
por isso, indicado para crianças”.
66
 Comunicação Alternativa no TEA
FIGURA 8 – SISTEMA GRÁFICO SPC
FONTE: <https://2.bp.blogspot.com/-ip4DzUbBOA0/UR1lNO_PfxI/AAAAAAAAAI0/
A23bY5_FnRw/s1600/simbolos+spc.gif>. Acesso em: 17 ago. 2020.
As cores são outro destaque do sistema SPC, colocadas de forma a contribuir 
para abstração do conhecimento de quem a usa, por isso, ao ler a citação, atente 
para a Figura 8 para entender melhor. Veja:
Figuras sociais – cor rosa (contorno ou fundo); Figuras de 
verbos – cor verde (contorno ou fundo); Figuras de pessoas 
– cor amarela (contorno ou fundo); Figuras descritivas – 
(adjetivos ou advérbios) – cor azul (contorno ou fundo); 
Figuras miscelâneas – cor branca; Figuras de substantivos – 
cor laranja (PEREIRA, 2016, p. 34).
Após essa discussão sobre alguns sistemas de CAA, mais conhecidos e 
utilizados como ferramentas para qualquer sujeito com défi cits na comunicação, 
muito utilizados também para pessoas com TEA não verbais, vamos conhecer e 
nos aprofundar no sistema de software Scala, pois este é um dos mais utilizados 
para auxiliar na comunicação de autistas não verbais.
Sobre os sistemas de CAA citados, lembramos que, mesmo antes de surgirem 
de forma digitalizada, tendo em vista que estamos cercado por tecnologias, essas 
ferramentas como conhecemos hoje, digitalmente, em geral, surgem inicialmente 
de forma física, ou seja, como cartões de comunicação com fotos e imagens, 
pranchas de comunicação física muito utilizados hoje em dia ainda etc.
67
TEA: MATERIAIS E INSTRUMENTOS DA INTERVENÇÃO 
EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)Capítulo 2 
Acesse o site Bengala Legal e leia o artigo Bliss e PCS: 
Sistemas Alternativos de Comunicação de Luciana Della Nina 
Verzoni. Conheça um pouco mais todos os sistemas citados até o 
momento. Disponível em: http://www.bengalalegal.com/bliss-e-pcs.
5 SCALA: SISTEMA DE 
COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA 
PARA O LETRAMENTO DA 
PESSOA COM TEA
FIGURA 9 – LOGO SISTEMA SCALA
FONTE: <http://scala.ufrgs.br/Scalaweb/INICIO/index.php>. Acesso em: 17 ago. 2020.
Considerando o que já foi estudado sobre o processo de apropriação da 
linguagem até aqui, entendemos que esse processo é extremamente relevante 
para o desenvolvimento do ser humano, principalmente quando foi dialogado 
sobre a tríade das pessoas com TEA, detalhando as características principais, ou 
os défi cits combinados como: (comunicação, interação social, comportamento), 
percebeu-se a importância do alcance de metodologias e ferramentas que 
venham de fato auxiliar na comunicação para ter uma vida mais participativa e 
produtiva em sociedade. 
O software Scala vem com essa proposta, ele é uma ferramenta que auxilia 
no processo de oralidade, letramento e comunicação, como um Sistema de 
68
 Comunicação Alternativa no TEA
Comunicação Alternativa para Letramento de Pessoas com Autismo. As autoras 
Passerino e Bez (2015), que contribuíram para a criação do Scala, afi rmam que:
[...] as habilidades de comunicação são fundamentais 
no desenvolvimento da interação social, além de outros 
elementos, como relação de reciprocidade entre os 
participantes, existência de contexto cultural comum e uso de 
instrumentos e signos que permitam sustentar a construção e o 
compartilhamento intersubjetivo de signifi cados (PASSERINO; 
BEZ, 2015, p. 251).
Segundo Passerino e Bez (2013, p. 6), “o Sistema Scala tem como início 
de sua trajetória o ano de 2009, com o objetivo de apoiar o desenvolvimento de 
crianças com TEA com défi cits de comunicação, no seu letramento, autonomia 
e interação social”. Assim, o sistema foi desenvolvido a partir das características 
presentes em pessoas com TEA, ele é gratuito, qualquer pessoa pode ter acesso, 
por isso, ele é amplamente utilizado pelos familiares e instituições escolares, bem 
como profi ssionais de fala. Como de fato surgiu essa proposta? 
No período de 2009/2010, Bez (2010) realizou uma pesquisa 
com duas crianças com Transtorno Global do Desenvolvimento 
(TGD) [...] que demonstrou que estratégias de mediação, 
através de baixa e alta tecnologia, poderiam apoiar o 
desenvolvimento da comunicação dos sujeitos com TGD. 
Com este embasamento e de Passerino (2005), o protótipo do 
Scala é desenvolvido por Ávila (2011). O protótipo teve versão 
desktop (PC), a principal linguagem utilizada foi Java por sua 
portabilidade, legibilidade do código, grande quantidade de 
bibliotecas e códigos reutilizáveis com sintaxe similar a C/C++ 
(PASSERINO; BEZ, 2013, p. 7).
Foi preciso um embasamento teórico, as autoras supracitadas continuam:
Foi embasado numa visão sócio-histórica, [...] para tal, seguiu-
se a metodologia do Desenvolvimento Centrado em Contextos 
(DCC) para a construção da tecnologia assistiva almejada. 
Já o desenvolvimento técnico, envolveu o foco no autismo, 
gratuidade, objetividade e simplicidade, ambos (metodologia e 
tecnologia (PASSERIN; BEZ, 2013, p. 2, grifo nosso).
Dessa forma, a partir da teoria sócio-histórica que destaca a cognição e 
linguagem como processos imbricados na constituição do sujeito (VYGOTSKY, 
2001) e auxilio da tecnologia assistiva, o sistema Scala propõe suprir tanto a 
questão da interação social quanto a alfabetização e ainda um letramento, ou 
seja, o usuário do Scala vai além de aprender a ler e escrever de forma digital 
ou escrita, ele propõe um entendimento mais amplo das fi guras de comunicação, 
passando para um estágio de funcionalidade e autonomia. Segundo Soares 
(2004, p. 7), o conceito de letramento é:
69
TEA: MATERIAIS E INSTRUMENTOS DA INTERVENÇÃO 
EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)
 Capítulo 2 
O indivíduo terá não só aprendido a ler e escrever, mas também 
a fazer uso da leitura e da escrita, verifi ca-se uma progressiva, 
embora cautelosa, extensão do conceito de alfabetização em 
direção ao conceito de letramento: do saber ler e escrever em 
direção ao ser capaz de fazer uso da leitura e da escrita.
Na visão de Soares (2004), o sujeito letrado passou por um contexto formal 
de educação e será capaz de usar a escrita e leitura em sociedade de forma 
funcional. Nesse contexto, um dos objetivos do Scala, é “uma ação mediada que 
vise à comunicação e ao letramento de sujeitos com TGD será elaborada com 
CAA” (PASSERINO; BEZ, 2015, p. 54, grifo nosso).
Sendo o sistema Scala desenvolvido para alfabetização e letramento, é 
importante saber também sua aplicação, por se tratar de uma tecnologia que 
exigiu muitas variáveis. 
O Scala é mais do que uma aplicação, é um sistema que 
engloba estratégias, metodologias e investigações que apoiam 
os processos inclusivos na nossa sociedade, resultado dos 
estudos e das pesquisas do Grupo Teias, que vem se dedicando 
sistematicamente ao ensino, à extensão e à pesquisa sobre a 
tecnologia, a linguagem e a comunicação” (PASSERINO; BEZ, 
2015, p. 18).
Para entender o funcionamento do Scala, vamos nos aprofundar como se 
deu seu desenvolvimento desde sua criação.
5.1 O DESENVOLVIMENTO DO 
MÉTODO SCALA
Como todos os sistemas de software, no Scala também foi preciso fazer 
ajustes e melhorias ao longo do tempo. Segundo Passerino e Bez (2015, p. 15):
Em 2010, iniciou-se a segunda fase do Scala, denominada 
Scala 2.0, com apoio e fi nanciamento de agências como 
CNPq, Capes e Fapergs, o que nos permitiu desenvolver 
duas versões, uma para funcionamento pela Internet e outra 
em dispositivos móveis no sistema Android. A versão do Scala 
2.0 incorporou, além do módulo Prancha, já existente, um 
novo módulo, denominado Narrativas Visuais, idealizado para 
apoiar os processos de letramento de crianças com autismo a 
partir da contação e da construção de histórias. 
Bez e Passerino (2013) atestam que o método idealizado que supriria as 
expectativas de interação e comunicação do sujeito autista, seria denominado 
como Desenvolvimento Centrado em Contextos de Uso (DCC), conforme 
mencionado anteriormente. Passerino e Bez (2013, p. 9) complementam: 
70
 Comunicação Alternativa no TEA
Desta forma, procurou-se não ter apenas uma visão funcional 
do usuário de forma a atender somente as características e 
necessidades do indivíduo, como acontece comumente no 
desenvolvimento de uma tecnologia assistiva, mas, agregar 
estas características individuais às interações dos contextos 
culturais onde o sujeito se insere. Assim, o foco de análise está 
no sujeito em relação aos mais diversos contextos culturais 
que participa, pois cada ser humano está integrado a diversos 
contextos, com participação mais ou menos ativa em variadas 
práticas culturais. Quando estas acontecem num processo 
mediático ou através de uma ação mediadora, efetiva-se a 
aprendizagem e o desenvolvimento. 
Desde o surgimento do sistema Scala ocorreram vários estudos 
metodológicos sobre seu desenvolvimento. De acordo com os resultados, 
o grupo TEIAS (Tecnologia na Educação para Inclusão e Aprendizagem em 
Sociedade) da UFRGS, entre 2013 e 2014, logo iniciou a ampliação de mais 
projetos de pesquisa sobre os resultados do projeto Scala original. Passerino e 
Bez (2015) compartilham as três fases por quais o sistema Scala passou no seu 
desenvolvimento:
Fase II: multiplataforma e usabilidade que direciona seu foco 
para o desenvolvimento de versões do Scala para dispositivos 
móveis e o uso por diferentes usuários com base em critérios 
de usabilidade e acessibilidade. Como resultado do Scala 
II, desenvolve-se um sistema de varredura que permite a 
utilização do sistema por usuários com limitações motoras com 
base em um sistema de varreduraincorporado ao próprio Scala. 
Sistema de Comunicação Aumentativa e Alternativa – Scala 
Fase III: visa analisar o uso dos protótipos desenvolvidos nos 
projetos anteriores com sujeitos com autismo não oralizados 
na educação infantil, com ênfase aos processos de Narrativas 
Visuais no apoio ao letramento e à alfabetização. [...]. Sistema 
de comunicação alternativa para letramento de pessoas com 
autismo – Scala Fase IV: Multiplataforma, Gerenciamento 
Semântico e Internacionalização, [...] (PASSERINO; BEZ, 
2015, p. 16).
O Scala foi tão bem aceito entre os familiares e profi ssionais que, de acordo 
com Passerino e Bez (2015, p.18): 
O Scala continua em desenvolvimento e aperfeiçoamento, 
com mais de 500 usuários em todo o Brasil e no exterior (Chile, 
Argentina, Uruguai, Colômbia, Portugal, Itália, Espanha, entre 
outros) graças a sua disponibilidade também em Inglês e em 
Espanhol, além do Português, que foi a base original.
71
TEA: MATERIAIS E INSTRUMENTOS DA INTERVENÇÃO 
EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)
 Capítulo 2 
Quer saber como se benefi ciar do projeto Scala e quais 
estratégias o sistema possibilita ao sujeito com TEA a aumentar 
seu repertório de atividades? Acesse o site Escola Digital de Suelen 
Fernanda Machado e leia o artigo Scala – Comunicação Alternativa. 
Disponível em: https://escoladigital.org.br/odas/scala-comunicacao-
alternativa.
Passerino e Bez (2013, p. 13) explicam:
O SCALA possui dois módulos: prancha, narrativas virtuais. No 
módulo prancha é possível construir pranchas de comunicação, 
no módulo narrativas visuais pode-se construir histórias. 
Além de funcionalidades comuns entre os aplicativos, como 
importar imagens, editar sons, salvar, exportar e gerenciar os 
diferentes arquivos gerados pelo sistema, cada módulo possui 
funcionalidades específi cas [...]. 
Assim, descreveremos brevemente algumas funções do sistema Scala, 
acompanhe. Após o login e senha aparecerá essa tela inicial, ou seja, tela prancha.
FIGURA 10 – PRANCHA COM SEUS DIVERSOS MODULOS
FONTE: Adaptada de <https://www.researchgate.net/publication/319381186/
fi gure/fi g1/AS:533344037203968@1504170535141/Figura-3-SCALA-Modulos-
Prancha-e-Narrativas-Visuais_Q640.jpg>. Acesso em: 17 ago. 2020.
72
 Comunicação Alternativa no TEA
Que tal assistir ao vídeo a seguir com o tutorial de como 
funciona o sistema Scala. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=s8qgDlYa8TY&feature=youtu.be.
A partir do módulo prancha, em sua parte superior, você encontrará a 
alternativa para utilizar dentro da prancha: construir narrativas visuais, histórias 
sociais ou mesmo manter comunicação livre. Feito a escolha, ao lado esquerdo 
tem uma aba para editar as imagens a serem usadas. Sobre a aba ou menu lado 
esquerdo, Passerino, Bez, (2013, p. 13) informa:
O menu à esquerda apresenta ao usuário as categorias de 
imagens que podem ser utilizadas em todos os módulos enquanto 
a barra horizontal de menu apresenta suas funcionalidades. 
Através da escolha de um layout predefi nido, a pessoa pode 
preencher cada quadro clicando nas categorias de imagens. 
 Na parte inferior há vários ícones, como abrir, salvar a qualquer momento 
fazendo download, desfazer, importar, exportar, imprimir, visualizar, entre outros. 
Nota-se a funcionalidade do sistema, e o quanto ele é amplo com suas várias 
opções. Por isso, desde sua criação passou por diversas fases para chegar ao que 
conhecemos hoje.
FIGURA 11 – MÓDULO PRANCHA-COMUNICAÇÃO
FONTE: Adaptada de <https://1.bp.blogspot.com/-Bj1SNoMY2Qw/U5TTsSrmNSI/
AAAAAAAAAJU/wdxG72uTndA/s1600/2.png>. Acesso em: 17 ago. 2020.
73
TEA: MATERIAIS E INSTRUMENTOS DA INTERVENÇÃO 
EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)
 Capítulo 2 
Agora chegou sua vez de praticar a comunicação por meio do 
sistema Scala, Projeto desenvolvido UFRGS, PPGIE e CNPQ traz 
muitas funcionalidades para o sujeito com TEA. Por ser gratuito, 
qualquer pessoa interessada pode se utilizar em muitas partes do 
mundo. Então, que tal iniciar por meio de um pequeno editorial?
I) Acesse o link: http://scala.ufrgs.br/Scalaweb/INICIO/index.php.
II) Faça um login e senha.
III) Você receberá em seu e-mail um link para ter seu primeiro 
Para conhecer algumas funcionalidades do método Scala, 
atente-se ao artigo Comunicação Alternativa: Mediação para uma 
inclusão social a partir do Scala, da página 71 a 99.
FONTE: <https://www.ufrgs.br/faced/parasemprelilianapasserino/>. 
Acesso em: 17 ago. 2020.
Por tudo que foi mencionado, nota-se como o Scala respeita as 
especifi cidades dos seus usuários. Além disso, como ele é muito utilizado nas 
escolas, é importante destacar a fi gura do profi ssional que atende como mediador 
na aplicação do método SCALA. Estes precisam de uma formação prévia, para 
resultados mais positivos.
Vá em frente, cadastre-se pelo portal da UFGRS, você 
receberá uma mensagem automática via e-mail, por parte da equipe 
responsável pelo projeto para utilizar o sistema disponível em: http://
scala.ufrgs.br/Scalaweb/INICIO/index.php.
Agora, vamos ver o quanto você entendeu sobre o sistema Scala, 
respondendo a atividade a seguir: 
74
 Comunicação Alternativa no TEA
acesso. Nessa etapa, poderá escolher um layout com um modelo 
diferente de prancha, e poderá iniciar uma conversa, ou mesmo 
construir uma história.
IV) Na aba ao lado esquerdo, clique nas imagens e arraste para 
a prancha, forme frases ou crie histórias por meio do ícone 
narrativas visuais. 
FIGURA A – PRANCHA DO SCALA 
FONTE: <http://scala.ufrgs.br/Scalaweb/MODULO_PRANCHA/
index.php>. Acesso em: 17 ago. 2020.
FIGURA B – CRIAÇÃO DE HISTÓRIA 
FONTE: <http://scala.ufrgs.br/Scalaweb/MODULO_HISTORIA/
index.php>. Acesso em: 17 ago. 2020.
75
TEA: MATERIAIS E INSTRUMENTOS DA INTERVENÇÃO 
EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)
 Capítulo 2 
FIGURA C – COMUNICAÇÃO LIVRE
FONTE: <http://scala.ufrgs.br/Scalaweb/MODULO_
PRANCHA/index.php>. Acesso em: 17 ago. 2020.
Se você conhece um sujeito com TEA, ou familiares ou quem 
sabe é um profi ssional da área, que tal apresentar como funciona 
esse sistema? vá em frente, é gratuito.
R.: ____________________________________________________
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_______________________________________________________
6 SISTEMA DE COMUNICAÇÃO 
BASEADO EM IMAGENS
As pessoas são diferentes e, por isso, cada um aprende e se expressar de 
formas diferentes. Alguns se expressam e entendem melhor por meio visual, 
outros por meio auditivo, outros por meio cinestésico e, ainda, há aqueles que se 
identifi cam com uma comunicação digital. 
É fato que vivemos em um mundo imagético, em que uma imagem pode 
signifi car muitas palavras. A imagem é capaz de expressar e despertar nossos 
sentidos, por exemplo, uma cena, fotografi a, ilustração, entre outros. Conforme 
Bosi (1988, p. 65), “o homem de hoje é um ser predominantemente visual”. 
76
 Comunicação Alternativa no TEA
Considera-se, portanto, que a imagem se confi gura um dos meios mais utilizados 
de informação, muitas vezes uma representação gráfi ca, na maioria das vezes 
fi ca melhor gravado, pois dá muito mais signifi cado que muitas palavras.
Agora, imagine quando essa imagem ou fi gura é bem elaborada e ainda 
com função, ou seja, com um objetivo a atingir para assimilar conceitos. É neste 
sentido, que os sistemas Scala, PECS e Cards foram desenvolvidos para atingir o 
objetivo que é o de auxiliar as pessoas com défi cits de comunicação.
FIGURA 12 – VISUAL, AUDITIVO E CINESTÉSICO OU DIGITAL?
FONTE: <https://static.wixstatic.com/media/db450f_
c4c90631a04d40fc84330dcc8624570c~mv2.gif>. Acesso em: 17 ago. 2020.
6.1 SISTEMA PECS
Pesquisas sobre a comunicação funcionalpara a pessoa com TEA não é 
algo novo. Passerino e Bez (2015, p. 27) diz que, “o trabalho de Bondy e Frost 
(1994), que em princípios da década de 1990, propôs um sistema denominado 
Picture Exchange Communication System (PECS)”. Passerino e Bez (2015) 
continua discorrendo sobre o (PECS). Ela encontra características favoráveis e 
desvantagens:
O objetivo do PECS é incentivar a comunicação espontânea a 
partir do uso de reforçadores potenciais com imagens e trocas 
físicas. O sistema é organizado em seis níveis hierárquicos de 
passos, e também foca num método de análise de conduta 
e de ensino de comportamentos no PECS. A crítica que 
estabelecemos ao PECS é seu forte controle comportamental, 
todavia, destacamos seus aspectos positivos, como o pequeno 
número de habilidades necessárias como pré-requisitos para 
uso de PECS, tais como atenção conjunta, imitação ou contato 
visual (PASSERINO; BEZ, 2015, p. 27).
O sistema PECS é um Sistema de comunicação através da troca de fi guras, 
pode ser usado por meio de blocos de imagens físicas, muitos programas de 
77
TEA: MATERIAIS E INSTRUMENTOS DA INTERVENÇÃO 
EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)
 Capítulo 2 
softwares passaram a usar o PECS para potencializar suas características, fi car 
mais dinâmico e atraente. A seguir fi guras (PECS) que podem ser confeccionadas 
por familiares e profi ssionais. Mello (2007, p. 39) indica que:
Tem sido bem aceito em vários lugares do mundo, pois não 
demanda materiais complexos ou caros, é relativamente fácil 
de aprender, pode ser aplicado em qualquer lugar e quando 
bem aplicado apresenta resultados inquestionáveis na 
comunicação através de cartões em crianças que não falam, 
e na organização da linguagem verbal em crianças que falam, 
mas que precisam organizar esta linguagem.
FIGURA 13 – SISTEMA PECS – TROCA DE FIGURA
FONTE: <http://tismoo.us/wp-content/uploads/2018/05/1dF8iIm_
qR4xK3Gdv6Jvw-w.jpeg>. Acesso em: 17 ago. 2020.
FIGURA 14 – BLOCO DE PECS
FONTE: <https://neuroconecta.com.br/wp-content/uploads/2018/04/Uso-de-PECS-para-
ajudar-na-comunica%C3%A7%C3%A3o-funcional.png>. Acesso em: 17 ago. 2020.
78
 Comunicação Alternativa no TEA
Sobre esse sistema ser utilizado por meios digitais, Cortes (2015, p. 34) 
nos conta que “o programa de computador mais utilizado é o Boardmaker, que 
é um banco de dados que contém mais de 3.500 símbolos de comunicação. O 
sistema atua na classifi cação de símbolos, no manejo e utilização com função 
comunicativa”. Como exemplo, temos a fi gura a seguir.
FIGURA 15 – BOARDMAKER
FONTE: <https://i.pinimg.com/564x/a5/62/52/
a562524b693065b9a10ad0073c97ad2a.jpg>. Acesso em: 17 ago. 2020.
Quer saber mais sobre software Boardmaker? Em inglês Board
signifi ca “prancha” e maker signifi ca “produtor”. Acesse o site: http://
visaoautista.blogspot.com/p/software-boardmaker.html.
Crianças utilizando PECS podem aprender a se comunicar primeiro com 
fi guras isoladas, mais tarde, porém, aprendem a combinar imagens para assimilar 
diversas estruturas gramaticais, relações semânticas e funções comunicativas. O 
PECS trabalha com atividades e materiais funcionais e pode ser utilizado com 
o aluno que tenha fala suplementando-a como comunicação aumentativa e/ou 
como método de comunicação alternativa, quando a fala não se desenvolveu 
ou foi perdida. Visa espontaneidade e generalização. Quanto mais fatores de 
generalização forem considerados, melhor comunicador o aluno será. Essa 
79
TEA: MATERIAIS E INSTRUMENTOS DA INTERVENÇÃO 
EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)
 Capítulo 2 
ferramenta é muito importante pois possibilita não apenas a comunicação 
independente, como também ensina a esperar, a pedir ajuda, a aceitar o não e, 
em alguns casos, a comentar o que vê e o que escuta.
FONTE: RAMOS, C. Comunicação e PECS (Picture Exchange Communication 
System). Revista autismo: informação gerando ação, ano 1, n. 1, p. 36, abr. 
2011. Disponível em: https://www.revistaautismo.com.br/numero/001/revista-
autismo-numero-1/. Acesso: em 20 abr. 2020.
Vale ressaltar que só acontece a comunicação quando ocorre a troca em 
uma relação, ou seja, quando o sujeito troca a fi gura e espera uma resposta ou 
um retorno. “Essa ‘ponte’ não se ampara meramente só na tecnologia. Ao se 
referir a sistemas de CA, estamos nos referindo a todos os sistemas tecnológicos, 
humanos e sociais” (PASSERINO; BEZ, 2015 p. 32). 
Além disso, existem muitos outros sistemas físicos e digitais que favorecem a 
comunicação e melhora do comportamento, favorecendo a vida social do autista, 
entre eles, os mais conhecidos são: TEACHH, ABA, Denver e Sonrise. O sistema 
Scala, PECS e Cards são os desenvolvidos em específi cos para estimular, 
complementar e/ou suplementar a linguagem e comunicação da pessoa com TEA 
ou qualquer outro sujeito que tenha défi cits na comunicação. 
Acesse o link https://www.youtube.com/watch?v=9J4o52gVxKge 
e assista ao vídeo PECS Comunicação, este vídeo mostra de forma 
dinâmica e bem simples sobre o PECS. 
6.2 SISTEMA CARDS
Até aqui fi cou muito mais que comprovado, pela teoria e pela prática, o poder 
de fi xação que as fi guras têm no aprendizado, desde a fase infantil até a adulta 
da pessoa com défi cit de fala ou comunicação. Também observamos que nem 
sempre aparatos tecnológicos estão disponíveis para uso, é nesse contexto que 
entram os Flashcards que diferem um pouco do sistema PECS.
80
 Comunicação Alternativa no TEA
Flashcard é uma palavra em inglês que conota a ideia de 
representação gráfi ca prática (fl ash=rápido/card=cartão). São nada 
mais nada menos que pequenos cartões que auxiliam no resumo 
e memorização da matéria. É um método que funciona através 
da repetição, associação e memorização, proporcionando uma 
aprendizagem rápida e fl uida. Podem ser facilmente elaborados. 
FONTE: <https://silabe.com.br/blog/fl ashcards-o-que-sao-e-como-
usar-em-sala/#Flashcards_o_que_sao>. Acesso em: 17 ago. 2020.
O sistema Cards está pautado e é utilizado em formato de cartões fi chas 
físicas, isso não quer dizer que as fi guras dos cartões não possam ser criadas 
também por meio de programas tecnológicos, podem sim, mas sua essência 
sempre será o material em cartões fi chas.
FIGURA 16 – FLASH CARDS FÍSICOS
FONTE: <https://silabe.com.br/blog/fl ashcards-o-que-sao-e-
como-usar-em-sala/>. Acesso em: 17 ago. 2020.
81
TEA: MATERIAIS E INSTRUMENTOS DA INTERVENÇÃO 
EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)
 Capítulo 2 
FIGURA 17 – FLASH CARDS DO ABC
FONTE: <https://bit.ly/2E8rNN1>. Acesso em: 17 ago. 2020.
FIGURA 18 – FLASH CARDS VERBOS/OPOSTOS
FONTE: <https://ae01.alicdn.com/kf/Hab0eababf4a34f0882ab0fcc04f
da90dF/46-grupos-conjunto-de-verbos-irregulares-montessori-ingl-s-
palavra-bolso-cart-o-de-jogo-fl ash.jpg>. Acesso em: 17 ago. 2020.
82
 Comunicação Alternativa no TEA
Acesse o material do MEC, Portal de ajudas técnicas. Disponível 
em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/ajudas_tec.pdf.
6.3 LÍNGUA DE SINAIS COMO 
ALTERNATIVA NA COMUNICAÇÃO DA 
PESSOA COM TEA
Como vimos, todo esse capítulo ressaltou a comunicação como sempre 
presente na humanidade. Nesse sentido, Von Tetzchner (1997) cita o uso da Língua 
de sinais como um recurso importante quando o aluno não tem a possibilidade de 
falar, pois ela consegue estabelecer uma comunicação face a face. O aprendizado 
da língua de sinais requer habilidades motoras para aprendizagem e realização 
dos sinais, nesse caso, a pessoa com defi ciência intelectual associada à questão 
motora, poderão ter difi culdades em aprender língua de sinais. Ela se confi gura 
uma alternativa quando outros sistemas de comunicação falham.
FIGURA 19 – PECS E LÍNGUA DE SINAIS
FONTE: <https://librasatividadesnovas.blogspot.com/2013/10/lingua-
portuguesa-para-surdos.html>. Acessoem: 21 abril 2020.
 Atualmente, além da comunidade Surda, outras comunidades também têm 
adotado as línguas de sinais como meio para comunicar-se. Aqui, no Brasil, a 
nossa língua de sinais é a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), reconhecida 
83
TEA: MATERIAIS E INSTRUMENTOS DA INTERVENÇÃO 
EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)
 Capítulo 2 
como meio legal de comunicação e expressão da comunidade Surda, conforme a 
Lei nº 10.436/2002. 
Assim, muitos profi ssionais terapeutas têm indicado e até utilizado a Libras 
como uma comunicação alternativa para autistas não verbais, crianças ou 
adultos. Nesse contexto, mesmo que a pessoa com TEA não a utilize de forma 
gramaticalmente correta, pois ela é uma língua cientifi camente reconhecida, o 
objetivo é terem um meio de alternativa comunicacional funcional no meio social 
que vivem.
É conveniente que familiares e os profi ssionais que atendem a pessoa 
com TEA na escola também participem desse novo aprendizado, em língua 
de sinais, isso facilitará sua comunicação, sociabilidade e sua aprendizagem 
ao seu entorno, eles terão pessoas para compartilhar o que estão aprendendo, 
em outras palavras, falaram a mesma língua ou o mesmo sistema alternativo de 
comunicação, mesmo que sejam apenas os sinais básicos utilizados no nosso 
cotidiano.
Destacamos que a escolha do método mais adequado de comunicação para 
qualquer pessoa com défi cit na comunicação e linguagem, deve ser unânime 
entre as partes que envolvem a pessoa, a família e o grupo multidisciplinar que o 
atende, principalmente o terapeuta ou profi ssional especialista na fala.
De fato, as crises causadas por alguma desorganização no autista, que 
já é tão exposto na sociedade como tendo comportamento difícil de entender, 
poderão ser amenizadas, a partir do uso das ferramentas de CAA, aqui citadas, 
contribuirão signifi cativamente na articulação do seu convívio social e sua 
aprendizagem em todos campos da vida da pessoa com TEA. Sem dúvida 
concordamos com Cavaco (2014, p. 46) “compreender o autismo é abrir as portas 
para o entendimento do nosso próprio desenvolvimento [...]”.
Assim, respeitar as singularidades de cada pessoa autista, seja ele verbal ou 
não, vai ao encontro de tudo que foi exposto. 
Quer saber um pouco mais sobre a inserção da Língua de sinais 
como apoio e alternativa de comunicação para autista? Assista ao 
vídeo Autismo – LIBRAS no auxílio dos não verbais. A psicóloga 
especialista em LIBRAS, Letícia Segrete, explica como a língua de 
84
 Comunicação Alternativa no TEA
Por meio de fi guras físicas ou digitais, o sistema PECS é um dos 
sistemas mais conhecido e utilizado entre as instituições e família 
para auxiliar na comunicação da pessoa com TEA não verbal. Sobre 
o exposto, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre 
elas:
I- Incentiva a comunicação espontânea a partir do uso de 
reforçadores potenciais com imagens e trocas físicas. 
PORQUE
II- Como possibilidade comunicativa, requer habilidades motoras 
para aprendizagem e realização dos sinais.
Assinale a alternativa CORRETA: 
a) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma 
justifi cativa da I.
b) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não 
é uma justifi cativa da I. 
c) ( ) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma 
proposição falsa. 
d) ( ) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição 
verdadeira.
e) ( ) As asserções I e II são proposições falsas.
sinais pode auxiliar na comunicação e desmistifi ca o assunto para 
que entendam como os sinais são importantes para atingir a fala.
FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=Q6zuoFQfLDw>. 
Acesso em: 17 ago. 2020.
Finalizamos por aqui esse capítulo. Vamos para atividade fi nal?
85
TEA: MATERIAIS E INSTRUMENTOS DA INTERVENÇÃO 
EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)
 Capítulo 2 
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Conforme mencionado, comunicamo-nos a todo o tempo, seja através de 
sentimentos, sensações, fala, gestos, imagens, desenhos, proporcionando a 
troca de dados entre pessoas de diferente tradições e localidades. E, na era da 
tecnologia, essa comunicação se torna ainda mais ativa.
Para algumas pessoas com a defi ciência na linguagem, comunicar-se 
torna-se um desafi o. No caso da pessoa com TEA, esse défi cit encontra-se mais 
prejudicado em autistas não verbais, trazendo grandes prejuízos desde a infância, 
gerando desorganizações, angústias e até sofrimento para a pessoa autista e 
sua família. Esse défi cit na comunicação da pessoa com TEA tem impulsionado 
profi ssionais de áreas interdisciplinares a desenvolver metodologias e ferramentas 
com o objetivo de auxiliar e suavizar as tensões comunicacionais e interativas 
entre a sociedade e o autista. Dessa forma, Pereira (2016, p. 29) diz que se torna 
necessário: 
Recorrer a recursos, ferramentas, metodologias e 
procedimentos que possam ajudar a ultrapassar a barreira da 
ausência da comunicação oral, sendo o recurso a sistemas 
aumentativos e alternativos de comunicação uma possibilidade 
para aquisição da linguagem. 
Nesse sentido, instrumentos como PECS, PIC, Cards e ferramentas 
tecnológicas como Scala, são alternativas não só como meio de alfabetizar, 
comunicar-se e socializar-se, mas com a proposta de letramento, ou seja, saber 
usar a escrita e leitura com funcionalidade em vários contextos sociais e não só 
em família. O sistema Bliss e SPC têm sido utilizados com muito sucesso na 
promoção da comunicação e interatividade, reforçando a importância para que o 
processo de trocas de informações e elementos sociais e cognitivos seja mediado 
por outro ou de forma autônoma.
Destacamos que, de acordo com o conceito de CAA, o objetivo desses 
sistemas não é substituir a fala do sujeito autista, mas complementar ou 
potencializar a capacidade de linguagem e comunicação do autista. Além disso, 
durante os estudos apresentamos a possibilidade da pessoa com TEA, em 
específi co não verbal, aprender língua de sinais, no caso do Brasil, a Libras, como 
uma alternativa de comunicação aliada ou não com os outros sistemas. 
86
 Comunicação Alternativa no TEA
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22 ago. 2020.
87
TEA: MATERIAIS E INSTRUMENTOS DA INTERVENÇÃO 
EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)EM COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA ALTERNATIVA (CAA)
 Capítulo 2 
DEVESA, L. M. A importância da comunicação no contexto organizacional: 
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88
 Comunicação Alternativa no TEA
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WEISS, C. S.; TAFNER, E. P.; LORENZI, E. M. B. Comunicação e linguagem. 
Indaial: Uniasselvi, 2013.
CAPÍTULO 3
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE 
COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E 
AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEA
A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
• Indicar possibilidades de comunicações alternativas 
para pessoas com défi cits de comunicação.
• Refl etir a infl uência do ambiente tecnológico para mediação 
na comunicação com a pessoa com TEA.
• Compreender a importância dos dispositivos eletrônicos e digitais para 
potencializar a comunicação entre a sociedade e as pessoas com TEA.
• Conhecer Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) 
e suas subáreas na garantia de acesso à informação.
• Analisar como o uso da comunicação suplementar ou alternativa 
pode minimizar as crises em pessoas com TEA.
90
 Comunicação Alternativa no TEA
91
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO 
ALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEAALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEA
 Capítulo 3 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Sabemos que o ser humano não nasce dominando o mecanismo da fala, 
leva-se algum tempo para isso acontecer. Alguns dominam mais depressa que 
outros. O fato é que não existe data precisa para determinar a normalidade.
Relacionando a linguagem e a comunicação, Vygotsky (2001) deixa claro 
a importância da linguagem no desenvolvimento humano, pois ela permite a 
apropriação de sistemas de referência para desenvolver sua relação com o 
mundo, quando nos diz que, “a palavra é o signo que serve tanto para indicar 
o objeto como para representá-lo como conceito, sendo, nesse último caso, um 
instrumento do pensamento” (VYGOTSKY , 2001, p. 145). Sendo a palavra o 
signo, ela é parte da nossa linguagem expressada verbalmente ou não. Assim, 
esse signo se torna uma produção sociocultural produzidos pelos sujeitos, que 
implica na conversão dos saberes produzidos no ambiente social que vive.
Com a internalização dos signos linguísticos, sejam eles verbais ou não, 
confi guramos que, para uma comunicação ser produtiva, ela precisa atingir seu 
objetivo, que é o de transmitir uma mensagem com clareza, utilizando os mais 
diversos tipos de canais de comunicação. Conforme Pasqualini (2012, p. 3), “o 
pressuposto dessa concepção prioriza a relação do sujeito com a língua e suas 
condições de uso, considerando-a não só como instrumento de informação, mas 
constitutiva do homem, como resultado das interações sociais”. Ainda, de acordo 
com Bordenave (1986), a comunicação se confunde com a vida, comunicamo-nos 
tanto quanto respiramos ou andamos, “somente percebemos a sua importância 
quando, por acidente ou uma doença, perdemos a capacidade de nos comunicar” 
(BORDENAVE, 1986, p. 17).
Para isso acontecer, há muitos fatores envolvidos, e quando esses fatores 
falham, é preciso buscar outras estratégias ou outros meios de comunicação 
alternativa. 
92
 Comunicação Alternativa no TEA
FIGURA 1 – NINGUÉM ME ENTENDE
FONTE: <https://im-h-a-c-k-e-d.tumblr.com/post/41489478872>. Acesso em: 27 ago. 2020.
´
Antes de apresentarmos os fatores envolvidos para efetivar a comunicação, 
é relevante entendermos o conceito da teoria da comunicação. Apresentamos a 
teoria tradicional da comunicação, segundo Telles (2009 apud VANOYE, 2007, p. 
3), que estabelece que a comunicação basicamente se processa a partir de sete 
elementos: 
O responsável pela transmissão da informação proveniente 
desta fonte, seja pela linguagem verbal (oral ou escrita) ou por 
qualquer outro sistema de códigos, é entendido como sendo o 
emissor; a informaçãoa ser transmitida, que é veiculada pelo 
sistema de códigos manipulado pelo emissor, é denominada 
de mensagem; o elemento a que se destina a mensagem (um 
indivíduo, grupo ou auditório) é denominado genericamente 
como sendo o receptor; o campo de circulação da mensagem 
deve ser entendido como sendo o canal de comunicação, este 
é o responsável pelo deslocamento espacial e/ou temporal da 
mensagem; aquilo que veicula a mensagem e que é trabalhado 
pelo emissor, o sistema de signos, é compreendido como 
sendo um código, o qual pode ser verbal ou não verbal, o 
primeiro utiliza-se da palavra falada e/ou escrita e o segundo 
pode ser constituído pelos mais variados meios e técnicas; [...] 
(grifo nosso).
Nesse contexto, Telles (2009 apud VANOYE, 2007) cita a relação entre os 
elementos ou objetos existentes para compor uma comunicação, estes elementos, 
são chamados de referente, entenda melhor, na continuação da citação:
93
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO 
ALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEAALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEA
 Capítulo 3 
O sistema de comunicação se completa com o elemento ao 
qual a mensagem se refere, que pode corresponder a objetos 
materiais ou a aspectos abstratos que compõem a situação ou 
o contexto da comunicação, a esse elemento dá-se o nome de 
referente (TELLES, 2009 apud VANOYE, 2007, p. 3).
Assim, o texto ou a conversa realizada durante a comunicação recebe o 
nome de referente, ou seja, não há como fazer uma comunicação efetiva, somente 
com o emissor e o receptor e o sistemas de signo, sem haver uma articulação da 
mensagem com o elemento contexto, ou seja, seu referente contendo: objetos, 
materiais e vários aspectos. Nesse sentido, Pasqualini (2012, p. 14) explica os 
referentes:
Há dois tipos de referentes: o situacional e o textual. O primeiro 
é constituído pelos elementos da situação do emissor e do 
receptor e pelas circunstâncias de transmissão da mensagem. 
Ocorre em situações nas quais emissor e receptor estão em 
contato direto com os referentes. [...]. O segundo referente, 
denominado textual, é constituído pelos elementos do contexto 
linguístico que estabelecem a conectividade e a retomada de 
ideias, construindo uma cadeia signifi cativa e garantindo a 
unidade do texto.
Comunicação é uma palavra derivada do termo latino communicare, que 
signifi ca "partilhar, participar algo, tornar comum". Através da comunicação, os 
seres humanos e os animais partilham diferentes informações entre si, tornando o 
ato de comunicar uma atividade essencial para a vida em sociedade. 
FONTE: <https://www.signifi cados.com.br/comunicacao/>. Acesso em: 29 ago. 
2020.
FIGURA 2 – ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
FONTE: Adaptada de <https://www.portuguesdigital.com.br/wp-content/uploads/
Elementos-da-Comunica%C3%A7%C3%A3o-3.png>. Acesso em: 27 ago. 2020.
A recepção da mensagem não signifi ca necessariamente a sua 
compreensão, porque pode haver falhas de comunicação em qualquer um dos 
níveis anteriormente mencionados. Assim, Pasqualini (2012, p. 5) conclui que: 
94
 Comunicação Alternativa no TEA
A comunicação efetiva-se quando a mensagem incide 
de alguma maneira sobre o receptor. Entendida não 
necessariamente como compreensão, mas recepção. Para 
tanto, o homem utiliza sinais devidamente organizados de 
acordo com o espaço físico, o assunto tratado e os meios 
utilizados para a comunicação.
A mensagem pode ser recebida, mas não compreendida, isso acontece 
principalmente quando o emissor e o receptor não possuem os mesmos signos 
linguísticos ou quando a comunicação é restrita por poucos signos, isto é, um 
vocabulário escasso. 
Contudo, não basta que apenas o código/signo seja comum para ambos ou 
que um desses elementos, ou seja, o emissor ou o receptor tenham um bom 
vocabulário para que se realize uma comunicação satisfatória, podem existir 
outras variáveis que incidam sobre a comunicação, principalmente acerca do 
contexto da comunicação da pessoa com TEA, que tem difi culdade em expressar 
uma linguagem que seja dialógica e entender os signifi cados das palavras do 
outro, o que pode resultar uma falha ou ruído na comunicação. 
FIGURA 3 – RUÍDO NA MENSAGEM
FONTE: <https://1.bp.blogspot.com/-vG-c264MuLA/Vhkl7_Kb8lI/AAAAAAAAAfY/
ET44bBPgEAc/s1600/Capturar.JPG>. Acesso em: 27 ago. 2020.
Quando falamos da importância de uma comunicação dialógica que cumpre 
sua função, lembramos de Freire (2011, p. 108) que diz: “existir humanamente é 
pronunciar o mundo, é modifi cá-lo. O mundo pronunciado, por sua vez, volta-se 
problematizado aos sujeitos pronunciantes, a exigir deles novo pronunciar”.
Assim, para a pessoa com TEA manter uma mensagem dialógica com 
trocas de pronunciamentos com o mundo em sua volta, apresenta-se um desafi o 
devido à tríade de défi cits (comunicação, interação social, comportamento), 
95
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO 
ALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEAALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEA
 Capítulo 3 
comprometendo fortemente suas relações. Acerca dessa temática, 
compartilhamos a fala de Passerino et al. (2013, p. 624):
No caso do autismo, pesquisas, tanto sobre as competências 
linguísticas, quanto as sociocognitivas, existiria um défi cit 
na leitura da mente em pessoas com autismo que afetaria 
a capacidade de atribuir estados mentais, compreender 
intenções, crenças e emoções de outras pessoas. Por outro 
lado, outras pesquisas parecem apontar a que os problemas de 
comunicação poderiam estar associados à atenção conjunta 
ou imitação mutua.
Essa difi culdade do autista em ter a competência linguística de entender o 
pensamento do outro, segundo Passerino (2013), afeta diretamente a capacidade 
na abstração de emoções pessoais e alheias, difi cultando a recepção e emissão 
da mensagem. Klin (2006) explica o que acontece, em geral, na pessoa com TEA, 
há o que ele chama de: “a não supressão ou anulação da produção vocal que 
acompanha os pensamentos introspectivos” (KLIN, 2006, p. 8). Assim, o processo 
na interação como um dos envolvidos apresentará falhas na construção e na 
compreensão dos signifi cados, bem como na forma da linguagem expressada. 
Conforme bem representado fi gurativamente por Tramonte (2015) em seu livro 
Humor Azul: o lado engraçado do autismo (grifo nosso).
FIGURA 4 – COMO O PENSAMENTO DO AUTISTA SE MOVE
FONTE: Tramonte (2015, p. 75)
Se essa comunicação não se dá por meio verbal (escrita, falada), esses 
processos dialógicos sociais podem ocorrer por outros meios, outros objetos, 
conforme relacionou Vygotsky (2001), anteriormente. Meios que consigam 
estabelecer esse processo o mais realista possível na interação social (sujeito 
com sujeito). Nesse sentido, podemos enxergar a tecnologia também como uma 
96
 Comunicação Alternativa no TEA
Nos subtópicos anteriores, apresentamos os fatores envolvidos 
para efetivar uma comunicação funcional, seja ela verbal ou não 
verbal, a qualquer indivíduo. Nesse sentido, apresentamos o 
conceito da teoria tradicional da comunicação, segundo Telles (2009 
apud VANOYE, 2007). Sobre o conceito da teoria tradicional da 
comunicação, associe os itens, utilizando o código a seguir:
I- Emissor. 
II- Receptor. 
III- Mensagem. 
IV- Canal de comunicação. 
V- Código. 
( ) O sistema de signos. 
( ) A informação a ser transmitida. 
( ) O responsável pela transmissão da informação.
( ) A que se destina a mensagem.
( ) O campo de circulação da mensagem.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) I – III – II – IV – V.
b) ( ) V – III – I – II – IV.
c) ( ) III – II – I – IV – V.
d) ( ) II – IV – III – V – I.
e) ( ) III – I – II – IV – V.
linguagem, possuidorade um signo sócio-histórico, quando se permite a utilização 
dessa ferramenta como representações mentais da linguagem. É o que veremos 
a partir de agora.
Aprofunde-se nos elementos necessários para efetivar a 
comunicação, assistindo ao vídeo Português: elementos básicos da 
comunicação.
FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=eXJq2i3EnCs>. Acesso 
em: 29 ago. 2020.
97
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO 
ALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEAALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEA
 Capítulo 3 
2 O PARADIGMA DO AMBIENTE 
TECNOLÓGICO
FIGURA 5 – TECNOLOGIAS NAS MÃOS
FONTE: <https://www.aconteceempetropolis.com.br/wp-content/
uploads/2018/08/tecnologia-1.jpg>. Acesso em: 27 ago. 2020.
Para entender melhor a utilização de Tecnologias de Comunicação Alternativa 
para as pessoas com TEA, inicialmente, é importante dialogar sobre o conceito do 
termo de tecnologia. Pinto (2005) aponta para a existência de várias acepções do 
termo tecnologia, porém denota quatro signifi cados centrais, os quais incorporam 
as diversas concepções: 
a) tecnologia como logos da técnica ou epistemologia da 
técnica; b) tecnologia como sinônimo de técnica; c) tecnologia 
no sentido de conjunto de todas as técnicas de que dispõe 
determinada sociedade; d) tecnologia como ideologização da 
tecnologia. O primeiro signifi cado é aquele que, conforme se 
observará, carrega o sentido primordial do termo tecnologia; já 
o último, o que trata das ideologizações da tecnologia, é aquele 
que, na sociedade moderna, tem fundamental relevância e, por 
isso mesmo, será objeto de análise especial por parte do autor 
(PINTO, 2005, p. 5).
Iremos nos ater ao que Pinto (2005. p. 5) chama de tecnologia no sentido de 
“conjunto de todas as técnicas de que dispõe determinada sociedade”, visto que é 
a interpretação que mais se aproxima para compreendermos o comportamento da 
pessoa com TEA em sociedade. Ao conceituar a tecnologia como “conjuntos de 
todas as técnicas”, ele se refere a um tipo de tecnologia de forma global, histórica 
e social, contudo, sem deixar de estar atrelado aos outros termos.
98
 Comunicação Alternativa no TEA
Outra concepção de tecnologia que trazemos é, segundo Oliveira (2001, 
p. 10), “refere-se a arranjos materiais e sociais que envolvem processos físicos 
e organizacionais, referidos ao conhecimento científi co aplicável”. Assim como 
Pinto (2005), percebe-se o conceito de tecnologia como produto do fazer do 
homem para a sociedade, em constante mudança. Com isso, concordam Jacaúna 
e Rizzatti (2018, p. 2), “[...] estamos na era da tecnologia e da informação, 
convivemos em uma grande evolução de recursos tecnológicos, especialmente 
aqueles oriundos da microinformática [...]”. É fácil entendermos o porquê vivemos 
na era da tecnologia, conforme Meirelles (1994, p. 1):
Para receber informação de alguma fonte, realizar algo com 
essa informação e transmiti-la para outra pessoa ou sistema. 
Cada vez mais a maioria das pessoas estará envolvida 
na manipulação e transmissão de informação. Uma nova 
sociedade na qual as pessoas transformam a informática em 
ferramenta que lhes permite amplifi car a inteligência humana e 
adquirir a informação necessária para explorar novos sistemas 
de educação, saúde, manufatura, governo, entre outros. 
Todavia, para que se respeitem e se reconheçam as inúmeras diferenças, 
é preciso ação de políticas públicas. Neste seguimento, brevemente, 
contextualizamos sobre as leis que amparam as pessoas com Defi ciência 
Comunicativa. Aqui no Brasil, foi em meados nos anos 1990 que iniciaram 
investimentos crescentes em políticas de inovação e tecnologia. 
Para início, podemos citar a Declaração de Salamanca, de junho de 1994, 
sobre o uso da tecnologia nas escolas com o fi m de auxiliar na aprendizagem 
item: C. Recrutamento e treinamento de educadores, encontra-se a seguinte 
afi rmação:
31. Tecnologia apropriada e viável deveria ser usada quando 
necessário para aprimorar a taxa de sucesso no currículo 
da escola e para ajudar na comunicação, mobilidade e 
aprendizagem [...]. Preparação para a vida adulta. 53. [...] 
Escolas deveriam auxiliá-los a se tornarem economicamente 
ativos e provê-los com as habilidades necessárias ao 
cotidiano da vida, oferecendo treinamento em habilidades 
que correspondam às demandas sociais e de comunicação 
e às expectativas da vida adulta. Isto implica em tecnologias 
adequadas de treinamento, incluindo experiências diretas em 
situações da vida real, fora da escola (DECLARAÇÃO DE 
SALAMANCA, 1994, p. 9).
Sobre os itens citados, é visível que, inicialmente, o incentivo para promoção 
do uso de tecnologia no âmbito escolar deve partir do poder público, melhorando 
o currículo da escola, inserindo a tecnologia como forma a prover habilidades 
tecnológicas para professores e alunos, com objetivos além de pedagógicos, 
para utilizar em todos os ambientes da sociedade. 
99
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO 
ALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEAALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEA
 Capítulo 3 
Pode-se citar também o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com 
Defi ciência – Plano Viver sem Limites, criado em 2011, que garante um sistema 
educacional inclusivo, por meio do Decreto nº 7.612, de 17 de novembro de 2011, 
Art. 3º “[...]. VIII- promoção do acesso, do desenvolvimento e da inovação em 
Tecnologia Assistiva” (BRASIL, 2011, s.p.).
A lém disso, o Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009, promulga a 
Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Defi ciência e seu 
Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007. Neste 
documento em específi co, estabelece no artigo 9 em seu primeiro parágrafo:
Com vista a permitir que as pessoas com defi ciência vivam com 
independência e participem plenamente em todos os aspectos 
da vida, […] o acesso, [...], aos transportes, à informação e 
comunicações, incluindo os sistemas e as tecnologias da 
informação e de comunicação, e a outros equipamentos e 
serviços abertos ou prestados ao público, tanto nas zonas 
urbanas como nas rurais. Estas medidas [...] incluem a 
identifi cação e a eliminação de obstáculos e de barreiras à 
acessibilidade (BRASIL, 2009, s.p.).
No escopo da citação fi ca destacada a importância do uso das Tecnologias 
da Informação e Comunicação (TIC), na garantia de acesso à informação e à 
comunicação para pessoas com defi ciência. Assim, a tecnologia surge como 
uma ferramenta considerada funcional na promoção para inclusão. As TIC podem 
interferir e mediar os processos do conhecimento e comunicação envolvendo a 
pessoa com TEA, isso porque ela abrange um conjunto de tecnologias, entre elas 
a de Tecnologia Assistiva (TA), conforme Bersch (2007, p. 31):
A tecnologia assistiva é uma expressão utilizada 
para identifi car todo o arsenal de recursos e serviços 
que contribuem para proporcionar ou ampliar 
habilidades funcionais de pessoas com defi ciência e, 
consequentemente, promover vida independente e 
inclusão.
Note que, fala-se de um arsenal de recursos e serviços, mas será que se 
refere apenas na área da tecnologia por meio de programas de computadores, 
tablets, celular etc.? Não, esse arsenal, também conforme Bersche (2017. p. 5), 
podem ser de baixo recurso, ou seja:
Materiais e produtos que favorecem desempenho autônomo 
e independente em tarefas rotineiras ou facilitam o cuidado 
de pessoas em situação de dependência de auxílio, nas 
atividades, como se alimentar, cozinhar, vestir-se, tomar banho 
e executar necessidades pessoais. 
100
 Comunicação Alternativa no TEA
FIGURA 6 – EXEMPLOS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA NÃO DIGITAL
FONTE <https://bit.ly/32zzPGU>. Acesso em: 27 ago. 2020.
Quer se aprofundar nessa temática? Acesse o link http://
tecassistiva.blogspot.com/2011/06/categorias-de-tecnologias-
assistivas.html e leia o artigo Categorias de Tecnologias Assistivas. 
Como subárea de Tecnologia Assistiva (TA), oucomo também é conhecida 
– Tecnologia Adaptativa –, temos a Comunicação Alternativa (CA), conforme 
já abordado seus conceitos no Capítulo 2, ela aborda as ajudas técnicas para 
comunicação. Como bem expressa Bersch (2017, p. 5): 
É destinada a atender pessoas sem fala ou escrita funcional 
ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua 
habilidade em falar, escrever e/ou compreender. Recursos como 
as pranchas de comunicação, construídas com simbologia 
gráfi ca [...] letras ou palavras escritas, [...] para expressar 
suas questões, desejos, sentimentos, entendimentos. A alta 
tecnologia dos vocalizadores (pranchas com produção de 
voz) ou o computador com softwares específi cos e pranchas 
dinâmicas em computadores tipo tablets, garantem grande 
efi ciência à função comunicativa. 
Assim, na condição de CA, existem variados sistemas e suportes de baixa 
e alta tecnologia, para favorecer a autonomia e interação comunicativa entre as 
pessoas com défi cit de fala e a sociedade, destacamos novamente que, dentro 
da área da Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e da CA, há uma 
grande diversidade de terminologias e que necessitam ser melhor estudadas e 
entendidas para não confundir o leitor, mas o objetivo fi nal de todas elas é facilitar 
a comunicação e socialização do sujeito. 
101
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO 
ALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEAALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEA
 Capítulo 3 
Por meio do desenvolvimento de recursos de acessibilidade, as ferramentas 
TIC abrem uma possibilidade de combate aos preconceitos, impostos pelas 
limitações, oferecendo uma oportunidade de condições para interagir e aprender, 
explicitando com mais facilidade e sendo tratado como um “diferente-igual” ou 
seja, “diferente” por sua condição de pessoa com defi ciência, mas ao mesmo 
tempo “igual” por interagir, relacionar-se e competir em seu meio com recursos 
mais poderosos, proporcionados pelas adaptações de acessibilidade de que 
dispõe. 
FONTE: <https://www.infojovem.org.br/infopedia/descubra-e-aprenda/TIC/as-TIC-
e-as-pessoas-com-defi ciencia/>. Acesso em: 27 ago. 2020.
Salientamos que a CA e todos outros sistemas de linguagem não devem 
substituir a fala se o sujeito a usa para se comunicar, pois são recursos para 
auxiliar e/ou ampliar a comunicação de pessoas com TEA. Assim, de forma 
gradativa, seja direta ou indireta, a tecnologia está adentrando na vida do sujeito 
autista, seja a partir de políticas públicas ou por iniciativas educacionais, familiares 
ou pessoais.
Assista a um vídeo do Grupo Conduzir, referência no tratamento 
de crianças autistas, com o tema: Métodos de comunicação 
alternativa e aumentativa da fala.
FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=rgTPerLzqrk>. Acesso 
em: 29 ago. 2020.
Na sequência, brevemente, interpretaremos a tecnologia e a pessoas com 
TEA em todos os âmbitos da sociedade. 
102
 Comunicação Alternativa no TEA
3 TECNOLOGIAS COMO 
CONTRIBUIÇÃO PARA MINIMIZAR AS 
CRISES DA PESSOA COM TEA 
Já vimos que o desenvolvimento das tecnologias da comunicação e 
informação (TIC) favorecem o surgimento de novos caminhos para a construção 
do conhecimento e de inovações de qualquer sujeito. Sobre a importância 
da informação, Wiener (2003, p. 17) indica que “[...] informação é o termo que 
designa o conteúdo daquilo que permutamos com o mundo exterior ao nos ajustar 
a ele, e que faz com que nosso ajustamento seja nele percebido. Viver de fato é 
viver com informação”.
Por esse ângulo conseguimos enxergar a dinamicidade da tecnologia 
e a comunicação por meio de suas diversas ferramentas. Assim, ela pode 
apresentar-se como importante aliada no processo de inclusão das pessoas com 
TEA em toda sociedade, tornando-se um instrumento importante na produção 
de conhecimento, comunicação e como uma alternativa para reduzir crises de 
ansiedades e comportamentais.
Essa mediação, por meios tecnológicos, tem o interesse de oportunizar ou 
potencializar a comunicação entre os sujeitos com TEA e o seu meio, podendo 
ser de forma individual ou compartilhada.
Dessa forma, será que dentro do amplo contexto da tecnologia podemos 
encontrar estratégias de comunicação para pessoa com TEA? Que abordagens e 
metodologias comunicativas e alternativas são mais adequadas para cada nível? 
Existem muitos dispositivos para fazer tal mediação? Vamos abordar tais questões 
de forma breve, entendendo que a revolução tecnológica trouxe profundas 
transformações para a humanidade, em que a informação e comunicação têm 
sido repensadas em face de tantos novos recursos tecnológicos. 
103
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO 
ALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEAALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEA
 Capítulo 3 
FIGURA 7 – TEA E A TECNOLOGIA
FONTE: <https://www.larassegna.it/wp-content/uploads/2015/08/2042012103910-
inclusionedigitale.jpg>. Acesso em: 27 ago. 2020.
Na concepção epistemológica da Teoria Sócio-Histórica fala-se da 
importância da ação entre sujeitos ou “ação conjunta e interdependente de dois 
ou mais participantes e que produz mudanças tanto nos sujeitos como no contexto 
no qual a interação se desenvolve” (WATZLAWICK; BEAVIN; JACKSON, 1967, p. 
108). Essa interação que os autores se referem é uma ação conjunta gerada por 
fatores biológicos, porém, Facci (2004) ressalta que essa mediação entre seres 
humanos acontece também por meio dos instrumentos utilizados ao seu redor, 
por objetos construídos pela humanidade, note:
São produtos da atividade cerebral, têm uma base biológica, 
mas, fundamentalmente, são resultados da interação do 
indivíduo com o mundo, interação mediada pelos objetos 
construídos pelos seres humanos” [...] (FACCI, 2004, p. 64).
Conforme Facci (2004), a interação em pessoas com atrasos de 
linguagem pode ter resultados positivos por meio de vários instrumentos, e não 
necessariamente por outro ser humano. Os dispositivos eletrônicos e digitais 
estão crescendo em um ritmo acelerado, ganhando popularidade à medida que 
se tornam mais acessível. Nesse sentido, Aragão, Bottentuit Junior e Zaqueu 
(2019, p. 3) continua que:
É importante aproveitar as habilidades que as crianças 
desta geração apresentam, como predileção por máquinas 
fotográfi cas, celulares, computadores, tablets, jogos, entre 
outros dispositivos a favor da sua interação, para realizar 
atividades que promovam o avanço do desenvolvimento 
infantil.
104
 Comunicação Alternativa no TEA
Como exemplo, pensemos em uma pessoa com TEA não verbal, hoje já 
e possível a captura ou reconhecimento por comando de voz nos dispositivos 
androides, entre outros, além disso, o contrário também acontece, ao clicar na 
imagem escolhida, o dispositivo vocaliza a voz, ou seja, essas novas tecnologias 
praticamente já fazem parte da vida diária desses sujeitos desde o seu 
nascimento. Sobre esse acontecimento, Costa, Duqueviz e Pedroza (2015, p. 2 
apud FRANCO, 2013, p. 7; PRENSKY, 2001, s.p.) mostram que, “os usuários que 
nasceram a partir de 1990, em um mundo circundado pelas novas tecnologias e 
que usam as mídias digitais como parte integrante de suas vidas são chamados 
de nativos digitais”.
Assim, segundo os autores supracitados, em nossos dias essa geração 
de nativos digitais independentemente de terem alguma defi ciência ou não 
tem inúmeras possibilidades de acesso às mídias digitais e eletrônicas, bem 
diferentes de gerações anteriores. Nesse sentido, favorece também meios novos 
para desenvolver habilidades de autoajuda, como interação social, comunicação, 
atenção, motivação, organização de hábitos diários, bem como conhecimento 
acadêmico. 
O desenvolvimento dessas novas habilidades tem impacto diretamente no 
comportamento amenizando as supostas crises de desorganização, que a pessoa 
com TEA venham a ter. A questão do comportamento relacionado a crises sempre 
foi uma preocupação dos genitores e profi ssionais que trabalham com pessoascom TEA. Conforme Bosa (2006, p. 4): 
Ainda que o estabelecimento de regras claras para lidar com 
essas difi culdades seja útil, saber como fazer amigos, entender 
os sentimentos e pensamentos das demais pessoas não são 
habilidades baseadas em regras que são aprendidas por meio 
do ensino. Parece que o treinamento de habilidades sociais é 
mais efi caz quando realizado em uma situação específi ca, pois 
cada situação exige uma resposta social diferente. O resultado 
das intervenções em grupos de habilidades sociais tende a 
ter efeito mais limitado, devido às difi culdades da criança em 
generalizar as habilidades adquiridas.
Dessa forma, para a pessoa com TEA e a comunidade em que ela 
convive, observamos que as tecnologias quando bem utilizadas irá estimular e/
ou desenvolver habilidades necessárias a vida da pessoa, trazendo mudanças 
signifi cativas.
105
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO 
ALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEAALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEA
 Capítulo 3 
No ponto de vista tecnológico, existe uma diferença entre os 
termos “eletrônico” e “digital”. Um documento eletrônico é acessível 
e interpretável por meio de um equipamento eletrônico, podendo ser 
registrado e codifi cado em forma analógica ou em dígitos binários. 
Já um documento digital é um documento eletrônico caracterizado 
pela codifi cação em dígitos binários e acessado por meio de sistema 
computacional. Assim, todo documento digital é eletrônico, mas nem 
todo documento eletrônico é digital. 
FONTE: <https://www.estadovirtual.com.br/documento-digital-e-
eletronico>. Acesso em: 29 ago. 2020.
Diante de todo esse contexto, o universo de profi ssionais para desenvolver 
aplicativos e mídias para crianças com difi culdades de linguagem e comunicação, 
tem-se expandido acerca dos dispositivos desenvolvidos especifi camente para 
pessoas com TEA. Em geral, os profi ssionais envolvidos além de especialistas 
em tecnologias, são fonoaudiólogos e pedagogos que lidam diariamente no 
atendimento de crianças com TEA. Cesa e Mota (2017) nos dão uma informação 
que serve como alerta sobre o Comitê de Comunicação Suplementar e Alternativa 
(CSA) do Departamento de Linguagem da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia 
(SBFa) quando diz que esse comitê visa:
Organizar ações que ampliem a inserção da atuação do 
fonoaudiólogo na área, com discussões científi cas a respeito 
dos referenciais teóricos e práticos. A atuação fonoaudiológica 
nas práticas com CSA precisa ser ainda mais investigada e 
difundida, através de estudos baseados em evidências clínicas 
e científi cas (CESA; MOTA, 2017, p. 2).
Assim, têm surgido vários estudos promissores baseados em muitas 
experiências, principalmente no que diz respeito a se trabalhar o comportamento, 
comunicação e aprendizado desses sujeitos. Um exemplo muito utilizado na CSA, 
por meio da tecnologia, estão as pranchas digitais, que é um modelo das pranchas 
físicas, conforme fi gura a seguir.
106
 Comunicação Alternativa no TEA
FIGURA 8 – PRANCHA CAA DIGITAL
FONTE: <https://www.assistiva.com.br/CA01b.gif>. Acesso em: 27 ago. 2020.
Nesse sentido, compartilhamos, a título de exemplo, um estudo interessante 
feito por Lima (2018) sobre o uso de Plataforma Educacional Assistiva com 
Fantoche Eletrônico, a fi m de contribuir para a afetividade e a comunicação 
das pessoas com Transtorno de Espectro Autista (TEA), por meio de contação 
de história usando um fantoche eletrônico. Lima (2018) baseou seus estudos 
na concepção de Tomasello (2003, p. 136) sobre a aquisição da linguagem da 
criança autista “compreender o signifi cado dos objetos; compreender a existência 
de si próprio; compreender as outras pessoas; compreender que faz parte de um 
meio e ater-se a ele”.
FIGURA 9 – FANTOCHE ELETRÔNICO
FONTE: <https://i.ytimg.com/vi/NR0E2LnHkAw/
maxresdefault.jpg>. Acesso em: 27 ago. 2020.
Estudos e pesquisas como a de Lima (2018) surge da necessidade de 
entender e auxiliar a interação, comunicação e comportamento das crianças e 
adultos com TEA, com préstimos da (Comunicação Alternativa – CA e Tecnologias 
da Informação e Comunicação – TIC). Sobre as tecnologias relacionadas ao uso 
de aplicativos Benedetti, (2015), disserta que:
107
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO 
ALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEAALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEA
 Capítulo 3 
[...] No entanto, o surgimento de novas tecnologias como 
os tablets e smartphones trouxe à tona uma nova área para 
exploração e difusão destes sistemas. Assim como ocorre no 
caso dos computadores já podemos encontrar opções para 
estas novas áreas. Existem opções tanto para a plataforma 
Android como para iOS, as mais relevantes no momento 
(BENEDETTI, 2015, p. 25).
A citação deixa claro como a CA e seus recursos dentro dos sistemas de 
aplicativos, entre outros, fomenta alternativas comunicacionais. Mello e Sganzerla 
(2013) nos informam os sistemas ou plataformas operacionais utilizados para 
manipular os programas e aplicativos criados, observe:
Comumente encontrados em computadores, estão presentes, 
também, nos dispositivos móveis, principalmente nos celulares 
e tablets. Dentre eles, destaca-se o sistema operacional 
Android. Este é um sistema operacional baseado em Linux 
e conta com a assinatura de criação da empresa Google 
(MELLO; SGANZERLA, 2013, p. 3).
FIGURA 10 – LOGOMARCA GOOGLE/ANDROID
FONTE: Mello e Sganzerla (2013, p. 3)
Assim, a seguir listamos alguns aplicativos para seu conhecimento, que 
podem ser utilizados tanto na área da educação como socialmente, para qualquer 
pessoa com défi cit de comunicação, e, muito embora alguns foram criados 
especifi camente para os autistas não verbais, não signifi ca que não podem ser 
utilizados por quaisquer usuários. Acompanhem.
108
 Comunicação Alternativa no TEA
Observamos que o interesse de profi ssionais que trabalham 
com terapias de fala junto à tecnologia tem aumentado para 
desenvolver aplicativos, mídias para pessoas com difi culdades de 
linguagem e comunicação. Acerca dos dispositivos desenvolvidos, 
especifi camente para pessoas com TEA, avalie as asserções a 
seguir e a relação proposta entre elas:
I- Os profi ssionais envolvidos são especialistas em tecnologias, 
além de fonoaudiólogos e pedagogos, que lidam diariamente no 
atendimento de crianças com TEA.
PORQUE
II- A necessidade de entender e auxiliar a interação, comunicação e 
comportamento das crianças e adultos com TEA em sociedade, 
não necessariamente precisa da tecnologia.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma 
justifi cativa da I.
b) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não 
é uma justifi cativa da I.
c) ( ) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II uma 
proposição falsa.
d) ( ) A asserção I é uma proposição falsa, e a II uma proposição 
verdadeira.
Quer entender mais sobre o projeto Promoção do Interesse em 
Criança com Autismo a partir de uma Plataforma Educacional Assistiva com 
Fantoche Eletrônico? Acesse o site 
http://www.ufrgs.br/ppgie/defesas-1/teses/promocao-do-interesse-
em-crianca-com-autismo-a-partir-de-uma-plataforma-educacional-
assistiva-com-fantoche-eletronico.
109
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO 
ALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEAALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEA
 Capítulo 3 
3.1 ESTUDOS DE APLICATIVOS 
O ato de brincar é visto pelos especialistas na área como facilitador na 
aprendizagem de qualquer criança. Com respeito à criança autista, Cipriano e 
Almeida (2016, p. 1) nos diz que: 
O brincar também é feito como intervenção terapêutica, 
correlacionando sua relevância dentro do neurodesenvolvimento 
e assumindo o poder transformador e terapêutico que o lúdico 
tem na intervenção direta junto à criança com Autismo.
Por isso iniciamos nossa pesquisa sobre os aplicativosque auxiliam na 
comunicação e vida de pessoas autistas, com uma plataforma que é muito 
difundida entre a comunidade de profi ssionais e familiares de autista por ser muito 
lúdica, é a plataforma Jade Autism. Conhece ou já ouviu falar?
3.1.1 Jade Autism
FIGURA 11 – PLATAFORMA JADE
FONTE: <https://jadeautism.com/wp-content/uploads/2019/07/
logo-jade-500.png>. Acesso em: 27 ago. 2020.
É certo que hoje a tecnologia fez com que o brincar ganhasse novos 
signifi cados, sendo capaz de contribuir para o desenvolvimento cognitivo de 
qualquer criança e adolescente, especialmente quando bem utilizados em 
crianças e adolescentes que tem difi culdades de aprendizagem e atrasos no 
desenvolvimento cognitivo, como por exemplo, crianças e adolescentes com 
TEA. Dessa forma, o App Jade Autism vem com a proposta de brincar e aprender, 
como uma plataforma para crianças e adolescentes com autismo, com atraso no 
desenvolvimento ou difi culdade de aprendizado. 
Criado em 2018, já é considerado um dos melhores App na área de 
comunicação para autista, inclui tarefas interativas e inteligentes, elaboradas para 
110
 Comunicação Alternativa no TEA
O site do aplicativo traz as principais características do Jade 
Autism:
• O mecanismo simples de toque em cima (resposta de observação) 
e toque embaixo para seleção, o que facilita a compreensão da 
criança.
• A diversidade de campos temáticos separados por categorias: 
alimentos, animais, cores, formas, letras e números, permitindo 
que a criança aprenda enquanto se diverte.
• A simplicidade e objetividade das interfaces que têm, também, 
um toque lúdico para encantar a criança.
• A ausência de anúncios. O Jade Autism é um ambiente 
completamente seguro para crianças, pois não há meios de um 
grupo externo entrar em contato com o pequeno.
• O Jade Autism é desenvolvido com auxílio e acompanhamento 
de terapeutas e profi ssionais especializados.
FONTE: JADE. Conheça a nova versão do Jade Autism. c2020. 
Disponível em: https://jadeautism.com/conheca-a-nova-versao-do-
jade-autism/. Acesso em: 29 ago. 2020.
estimular o desempenho visual, a atenção e o raciocínio lógico matemático das 
crianças que interagem por meio de mais de 732 atividades. Seguindo o fl uxo 
natural de aprendizagem, vai aumentando o nível de difi culdade respeitando o 
ritmo e a individualidade de cada um. Atualizado em 2020, passou a ter correção 
de erros. 
Segundo um dos desenvolvedores do App, Ronaldo Cohin, e sua equipe, 
o App faz parte da tecnologia Serious Games por causa da possibilidade da 
jogabilidade, aliado a Ferramentas Terapêuticas com a Facilidade e Inovação. O 
site do aplicativo explica qual o objetivo do App, note: 
O Jade desenvolve soluções terapêuticas gamifi cadas para 
crianças e adolescentes com defi ciências cognitivas. À medida 
que o paciente usa o aplicativo, métricas de prognóstico são 
geradas automaticamente para o terapeuta, garantindo um 
tratamento mais efi caz. [...] Com o auxílio de terapeutas e 
profi ssionais especialistas no tratamento do Transtorno do 
Espectro Autista (TEA) da APAE-ES, parceira desde o início, 
desenvolveu um App baseado em jogos de associação de 
cores, números, letras, bichos e objetos (JADE, c2020, s.p.).
111
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO 
ALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEAALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEA
 Capítulo 3 
Neste App, os dados gerados a partir da interação dos participantes na 
plataforma fazem parte de relatórios de prognóstico e desempenho das crianças 
para que seus terapeutas possam acompanhar com mais exatidão o seu 
desenvolvimento e saber onde estão seus maiores desafi os. 
FONTE: <https://mwpt.com.br/aplicativo-inclui-criancas-e-jovens-
com-autismo-no-mundo-digital/?utm_source=linkedin&utm_
medium=timeline&utm_campaign=liposts>. Acesso em: 30 ago. 2020.
O App pode ser baixado em três línguas: português, inglês e espanhol. Está 
disponível gratuitamente para usuários de Android e IOS. Para fazer uso no PC, 
entre no site a seguir (http://jadeautism.com/), faça seu cadastro e comece a 
utilizar. Conforme as fi guras a seguir. 
FIGURA 12 – TELAS DO APP JADE AUTISM EM PC
FONTE: <https://apps.apple.com/us/app/jade-autism/
id1473169233>. Acesso em: 15 mar. 2020.
Conheça como funciona a plataforma Jade Autism em 
menos de um minuto, acessando o link https://www.youtube.com/
watch?v=1miPtJLzYIc.
112
 Comunicação Alternativa no TEA
3.1.2 Terapia da linguagem e cognição 
com Mita
FIGURA 13 – APLICATIVO MITA
FONTE: <https://bit.ly/3banGvF>. Acesso em: 28 ago. 2020.
O Mita é um aplicativo muito conhecido aqui no Brasil, muito embora não 
foi desenvolvido por profi ssionais brasileiros, pois, segundo informações do 
próprio site do MITA, ele foi criado pelo Dr. A. Vyshedskiy – neurocientista da 
Universidade de Boston, R. Dunn – especialista em desenvolvimento precoce 
infantil da Universidade de Harvard. Está fi cando muito popular nas clínicas 
brasileiras que fazem terapias de linguagem e cognição. Sobre as projeções ao 
utilizar esse aplicativo em pessoas com difi culdade na comunicação, note o que o 
próprio site do MITA explica:
A habilidade da criança em perceber e responder a múltiplas 
pequenas variações visuais apresentadas simultaneamente, 
é a mais crítica. Esta habilidade é tipicamente afetada em 
indivíduos com autismo, levando àquilo que é comumente 
descrito como "super seletividade de estímulos" ou "visão de 
túnel". Melhorando a capacidade de responder a múltiplas 
pequenas variações tem mostrado conseguir reduzir essa 
super seletividade, que por sua vez leva a melhoramentos 
enormes na aprendizagem em geral (GOOGLE PLAY, 2020a, 
s.p.). 
O site continua dissertando algumas de suas características:
• Cada jogo é adaptativo e entrega exercícios que estão no 
nível exato de difi culdade apropriado para sua criança naquele 
momento do desenvolvimento.
• A seleção de jogos é adaptativa. Novos jogos serão 
automaticamente selecionados baseados no desempenho de 
sua criança.
• O mecanismo simples de arraste-e-solte faz com que seja 
113
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO 
ALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEAALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEA
 Capítulo 3 
fácil para que crianças toquem e movam objetos.
Abordagem estruturada para exercícios cognitivos, com 6 
jogos que as crianças podem concluir todos os dias antes de 
ganhar uma recompensa divertida no fi nal dos seus exercícios 
diários (GOOGLE PLAY, 2015, s.p.).
Assista como funciona esse aplicativo a seguir, disponível 
em: https://play.google.com/store/apps/details?id=com.imagiration.
mita&hl=pt_BR.
3.1.3 Matraquinha
O Matraquinha é um aplicativo de comunicação alternativa para ajudar 
crianças e adolescentes com autismo a transmitirem seus desejos, sentimentos 
e necessidades mais básicas. Segundo o site do aplicativo (https://www.
matraquinha.com.br/), ele foi criado em 2018 pelos empresários Grazyelle, 
Wagner e Adriano Yamuto. O projeto foi inspirado em Gabriel, de 9 anos, fi lho 
de Grazyelle e Wagner e sobrinho de Adriano, que foi diagnosticado com este 
transtorno de desenvolvimento quando ainda era bebê. O site continua:
O usuário poderá se comunicar através de cartões digitais que 
utilizam o sistema PECS (Picture Exchange Communication 
System, ou Sistema de Comunicação por Troca de Figuras). 
Os cartões estão dentro de categorias, quando clicamos 
nas imagens, uma voz reproduz o que a imagem signifi ca, 
reproduzindo o que a pessoa deseja transmitir. É importante 
que no início a criança ou o adulto se familiarize clicando 
nos cartões para entender o signifi cado de cada um deles 
(MATRAQUINHA, 2018, s.p.).
114
 Comunicação Alternativa no TEA
FIGURA 14 – APLICATIVO MATRAQUINHA
FONTE: <https://www.revistaversar.com.br/wp-content/uploads/2018/08/
matraquinha-696x392.jpg>. Acesso em: 28 ago. 2020.
Observamos como o uso de PECS tem se tornado uma opção importante 
para reconhecimentode símbolos, objetos e ações, de forma a permitir que o 
usuário comunique seus desejos e necessidades. Conforme Aragão, Bottentuit 
Junior e Zaqueu (2019, p. 2).
Tendo em vista a necessidade de encontrar novas metodologias 
para desenvolver a criança com TEA e utilizando a tecnologia 
como aliada desse processo, pois entendemos que estas 
crianças estão intimamente ligadas ao desenvolvimento 
tecnológico. 
O Matraquinha pode ser utilizado por qualquer pessoa com problema de 
linguagem. Está disponível gratuitamente para usuários de Android e IOS.
Conheça como funciona o Matraquinha. Disponível em: https://
www.matraquinha.com.br/.
115
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO 
ALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEAALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEA
 Capítulo 3 
3.1.4 Picto TEA
FIGURA 15 – PICTO TEA
FONTE: https://lh3.googleusercontent.com/zhM4F03tCvrbo0DLFil5VmU8qI4MQ
2hggX1HaX17w-hLavIyv4PNOAEZ1wil9OrpoIE>. Acesso em: 38 ago. 2020.
Lembra daquelas placas de trânsito ou símbolos espalhados por muitos 
lugares para representar o local ou informar vagas para defi cientes, placas de 
banheiros? O aplicativo Picto TEA utiliza esse tipo de fi guras ou pictogramas em 
um ambiente digital.
Criado em 2018, o Picto TEA permite que você personalize o 
aplicativo de acordo com seis estágios com diferentes graus de 
difi culdade. À medida que a pessoa avança no aprendizado, 
ele pode personalizar inserindo mais pictogramas, formando 
categorias e ir construindo frases cada vez mais complexas, 
tudo por meio dos pictogramas (GOOGLE PLAY, 2020b, s.p.).
Nesse sentido, lembramos da capacidade da pessoa com TEA entender por 
pistas visuais. Segundo estudos, Finkel, Williams (2001), Krantz, McClannahan 
(1998) e Shabani et al. (2002) comprovam que quanto mais concreta (com mais 
características físicas), estruturada e específi ca for o tipo de dica, melhor e mais 
rápido é o aprendizado de habilidades verbais, motoras e sociais de pessoas com 
TEA, se comparado com as dicas auditivas. 
O site do App Picto TEA (https://play.google.com/store/apps/details?id=ar.
com.velociteam.pictoTEA&hl=pt_BR) nos informa que ele é gratuito e na versão 
mais atualizada foi incorporado novos idiomas: alemão, italiano e francês.
116
 Comunicação Alternativa no TEA
Acadêmico, você se interessou em conhecer e saber como 
funciona o aplicativo Picto TEA? Acesse o tutorial, disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=ISiiFN5tj3M. 
3.1.5 Tradução de comandos em voz: 
Livox
FIGURA 16 – LIVOX
FONTE: <https://1.bp.blogspot.com/-BttH_RNUsyU/WZS_DOSFADI/
AAAAAAAAABY/MTmiof_xRLQErxTfC8AME0baWvEgxSyggCLcBGAs/
s1600/2.jpg>. Acesso em: 28 ago. 2020.
O Livox, ou como denominado pelo seu projetista, Carlos Pereira, “Liberdade 
em Voz Alta”, foi lançado no ano de 2015. De acordo com o site do App Livox: 
Foi vencedor do prêmio da ONU de melhor aplicativo de 
empoderamento na inclusão, já foi traduzido até o momento para 
25 idiomas. O principal objetivo é viabilizar uma comunicação 
alternativa para crianças, adolescentes e adultos que ainda 
não tenham total domínio da comunicação verbal. Possui cerca 
de 12 mil símbolos para produzir frases vocalizadas, comuns 
do cotidiano. O aplicativo oferece uma plataforma com sistema 
touch inteligente (LIVOX, 2015, s.p). 
Segundo Mello e Sganzerla (2013), trata-se de uma espécie de comunicação 
alternativa, destinada a pessoas sem fala, ou sem escrita funcional, ou em 
defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade de falar e/ou 
escrever. Através do uso de imagens e sonorização de palavras, o site garante 
que este aplicativo permite ao usuário: 
117
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO 
ALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEAALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEA
 Capítulo 3 
• falar sobre emoções e necessidades; 
• participar ativamente de tudo, fazendo perguntas e dando 
respostas; 
• comer exatamente aquilo que mais gosta de comer; 
• autonomia para se divertir sozinho, escolhendo o DVD que 
preferir assistir; 
• aumentar ou diminuir informações na tela; 
• interagir rapidamente com respostas Sim ou Não; 
• verifi car favoritos e estatísticas em tempo real; 
• escolher entre milhares de desenhos ou usar as próprias 
fotos do usuário (MELLO; SGANZERLA, 2013, p. 9).
Mello e Sganzerla (2013) continuam descrevendo os principais motivos para 
o uso do Livox, de acordo com o fabricante:
• é intuitivo: não requer um longo aprendizado; 
• permite escutar o ente querido “falar”; 
• é portátil: pode ser levado a qualquer lugar;
• permite tocar vídeos e músicas; 
• totalmente personalizável (MELLO; SGANZERLA, 2013, p. 5).
Está disponível para iPad, iPhone e tablets com sistema operacional Android, 
RA ou com realidade aumentada. É disponibilizado para o setor educacional, 
governamental, hospitalar e para usuário fi nal. Não é gratuito.
Acesse o site a seguir e conheça a história por trás do Livox. Ele 
conta com informações específi cas para usar o aplicativo de acordo 
com o tipo de defi ciência da criança.
FONTE: <www.livox.com.br>. acesso em: 30 ago. 2020. 
118
 Comunicação Alternativa no TEA
3.1.6 Indi – tablet para comunicação 
alternativa Tobii
FIGURA 17 – TELA TOBII
FONTE: <https://tecnologiaassistiva.civiam.com.br/wp-content/uploads/
sites/2/2020/01/indi-capa.jpg>. Acesso em: 28 ago. 2020.
O Indi foi lançado em 2019, você pode fazer um teste gratuito antes de 
comprar o tablet que já vem com o App instalado para usar onde for, isso quer 
dizer que não é preciso baixar nenhum programa. Está na categoria AAC, estimula 
as crianças a construir frases específi cas a partir de símbolos bastante objetivos 
para comunicar necessidades básicas. 
Ao contrário de outros tablets, [...] o Indi é uma solução de 
comunicação completa, você não precisa se preocupar em 
confi gurar diferentes componentes ou acessar vários sites e 
softwares para obter os recursos – está tudo integrado e já 
confi gurado para você utilizar. O sistema de áudio acompanha 
caixas de som embutidas de alta qualidade, projetando o som 
de forma clara, e com um conjunto de vozes sintetizadas 
femininas e masculinas. O design ergonômico torna o tablet Indi 
fácil de segurar e ultra portátil. [...]. Além disso, o Indi oferece 
muito mais que a comunicação através da fala, podendo 
ser utilizado como uma unidade de automação residencial 
(UCEs) sendo possível ter acesso a equipamentos IR (controle 
remoto), acessar as mídias sociais, e-mail e mensagens de 
texto (CIVAM, 2019, s.p.).
119
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO 
ALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEAALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEA
 Capítulo 3 
Entenda como funciona a comunicação por meio do Tobii no 
vídeo a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=XcHLRlLN4t0.
3.1.7 Tobii Sono Flex
FIGURA 18 – TOBII SONO FLEX
FONTE: <https://bit.ly/2QJKY21>. Acesso em: 28 ago. 2020.
O Tobii Sono Flex faz parte da mesma tecnologia de recursos assistivos que 
permitem acessibilidade e inclusão para autonomia e comunicação alternativa, 
igualmente o aplicativo anterior Indi – tablet para comunicação alternativa Tobii. 
Segundo o site do aplicativo, o Tobii Sono Flex:
É um aplicativo de vocabulário de comunicação assistiva e 
alternativa, fácil de utilizar, e que transforma símbolos em fala 
com clareza. Contêm 11 mil símbolos, além de 50 frases e 
expressões de contexto já estruturadas. O aplicativo oferece 
o recurso da linguagem aos usuários sem capacidade verbal e 
ainda sem total controle da alfabetização. O objetivo é viabilizar 
uma comunicação alternativa para crianças, adolescentes e 
adultos que ainda não têm total domínio da comunicação 
verbal (APP STORE PREVIEW, 2020, s.p.).
Algo diferencial dos outros, é que esse aplicativo possui cinco tipos diferentes 
de vozes que podem ser utilizados de acordo com o gênero: (um menino, uma 
menina, duas mulheres e um homem). No caso doadulto, poderá usar também a 
câmera e os álbuns do aparelho para selecionar e criar os seus próprios símbolos 
personalizados. 
120
 Comunicação Alternativa no TEA
O aplicativo possui uma versão gratuita para experimentação chamada Tobii 
Sono Flex Lite (esta versão é limitada e mais simplifi cada, mas pode ser usada 
para testar o aplicativo). Disponível para iPad, iPhone e tablets com sistema 
operacional Android. 
Para mais informações sobre o Tobii Sono Flex, acesse o link 
https://itunes.apple.com/us/app/sono-fl ex-bp/id562578933?mt=8. 
Orientação para pais e educadores: antes dos dois anos, nada de telas. 
A Academia Americana de Pediatria (AAP), um dos órgãos referência mundial no 
campo da saúde infantil, orienta que o contato com qualquer tipo de tela não é 
recomendável para crianças menores de 18 meses. A partir dos 18 meses, até 
os 24, a AAP recomenda que a criança assista a programações de qualidade 
acompanhada de um adulto, que poderá ajudá-la a entender o conteúdo e 
a relacioná-lo com o mundo. No caso de crianças de dois a cinco anos, a 
recomendação é que a exposição às telas, também acompanhada por um adulto, 
seja de até uma hora por dia. 
FONTE: <https://revistacrescer.globo.com/Voce-precisa-saber/
noticia/2016/10/academia-americana-de-pediatria-atualiza-recomendacao-
de-tempo-de-telas-para-criancas.html>. Acesso em: 30 ago. 2020.
Até aqui contextualizamos aplicativos relacionados à comunicação para a 
pessoa com TEA, a partir de agora, citaremos alguns aplicativos que podem 
ser usados como auxílio na rotina como um instrumento que demanda uma 
sequência de ações, cuja função é antecipar os acontecimentos do dia a dia de 
maneira organizada, possibilitando autonomia e segurança. 
Sobre organização e rotina, com certeza quando temos a situação sob 
controle nos sentimos melhor, não mesmo? E para a pessoa com TEA, a 
importância da rotina se torna ainda mais relevante, conforme características 
identifi cadas por Mello (2007, p. 72), que destaca: “a criança autista usa as 
pessoas como ferramenta, resiste à mudança de rotina, não se mistura com 
outras crianças, [...]”. Se assim for, a tecnologia será uma ferramenta a mais para 
ajudá-los a organizar sua rotina, que deve ser elaborada de acordo com as suas 
necessidades /e ou interesses.
121
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO 
ALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEAALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEA
 Capítulo 3 
Nesse sentido, alguns aplicativos foram criados em específi co para auxiliar na 
rotina da pessoa com défi cits de fala. Assim, vamos citar alguns brevemente.
4 APLICATIVOS QUE AUXILIAM NA 
ROTINA DO AUTISTA
A organização é importante para qualquer pessoa, quando temos tudo em 
ordem, nossa vida se torna mais leve, temos mais tempo para realizar outras 
atividades. Agora pense nisso! você tem tudo organizado para o dia seguinte 
em sua rotina, faz o mesmo ritual todos os dias, vai para a escola ou trabalho, 
volta para casa, e, no outro dia, tudo igual. De repente acontece algo e você que 
precisa modifi car seu planejamento do dia seguinte. 
Bem, para grande maioria de nós é uma situação considerada normal, porém 
para algumas pessoas autistas, essa mudança repentina em sua rotina diária é 
algo bem difícil de fazer, podendo causar desorganização em sua mente. Com 
esta preocupação, alguns estudiosos desenvolveram aplicativos que auxiliam 
pessoas que tem difi culdades em organizar sua rotina, o que incluem os autistas. 
Acompanhe a seguir. 
4.1 MINHA ROTINA ESPECIAL 
Em geral a pessoa com TEA que já tem uma rotina programada em sua 
mente, consegue cumprir as etapas, pois já lhe anteciparam os acontecimentos, 
mas quando há uma mudança no planejamento por uma emergência, como 
explicar de forma objetiva sem causar uma crise ou desorganização? É o que a 
ferramenta rotina especial permite criar em um planejamento detalhado passo a 
passo de toda e qualquer tarefa do dia em qualquer momento, ele é oferecido pela 
App Store e disponível para iPad.
É um aplicativo cuidadosamente planejado para estimular o desenvolvimento, 
integrando informações diárias que deixam a rotina mais clara e organizada para 
as crianças e adultos com TEA, diminuindo, assim, sua ansiedade, caso surja uma 
atividade diferente.
122
 Comunicação Alternativa no TEA
FIGURA 19 – TELA APLICATIVO, TELA MINHA ROTINA ESPECIAL
FONTE: <http://revistadmais.com.br/conheca-os-aplicativos-que-
auxiliam-criancas-com-defi ciencia>. Acesso em: 23 mar. 2020.
Segundo o site Inspirados pelo Autismo, a rotina especial tem muitas 
características diferentes de outros aplicativos de rotina para pessoas com TEA, 
acompanhe:
É possível personalizar o aplicativo para cada criança com a 
inclusão de fotos e áudios. Estas ferramentas permitem que a 
criança se reconheça, identifi que as atividades de seu dia a dia 
e acompanhe os passos necessários para a execução de cada 
atividade. Ainda é possível inserir na rotina o planejamento 
de viagens e a antecipação de possíveis imprevistos. Por 
exemplo, fotos e informações sobre visitas e fatos novos na 
rotina podem ser antecipados, para que a criança não se 
desorganize com esses eventos. [...] poderá narrar as etapas 
do dia a dia da pessoa com autismo usando uma voz familiar 
a ela, o que é útil para crianças com defi ciência visual ou para 
aquelas que ainda não sabem ler. Após a montagem das 
atividades cotidianas, também é possível imprimir a agenda 
completa da criança e utilizá-la como um quadro de rotina 
ou um mural de fotos, que poderão ser afi xados em algum 
local da residência, como o quarto da criança (INSPIRADOS 
PELO AUTISMO, 2015, s.p.).
123
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO 
ALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEAALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEA
 Capítulo 3 
Que tal conhecer uma síntese de alguns aplicativos que 
acabamos de mencionar, inclusive a rotina especial e ainda acessível 
em Libras? Vá em frente e acesse o vídeo da revista D+. Disponível 
em: http://revistadmais.com.br/conheca-os-aplicativos-que-auxiliam-
criancas-com-defi ciencia/. 
4.2 ROTINA DIVERTIDA
FIGURA 20 – ROTINA DIVERTIDA
FONTE: <//www.rotinadivertida.com.br/wp-content/uploads/2019/09/
AndroidRotinaFeelings.png>. Acesso em: 28 ago. 2020.
Esse aplicativo vem no mesmo seguimento da Rotina Especial, foi pensado 
exclusivamente no relacionamento entre pais e fi lhos com TEA, a fi m de melhorar 
a comunicação e compreensão de atividades diárias. Muito simples e de 
acesso fácil, têm a opção da pergunta: “Como estou me sentindo?” para que a 
criança informe seu sentimento ao iniciar e fi nalizar uma tarefa. Além disso, é 
disponibilizado um histórico com as tarefas executadas. Segundo os criadores do 
aplicativo:
Muitas crianças acabam sendo silenciosas, por isso criamos 
a possibilidade de a criança dizer, ao aplicativo, como está se 
sentindo toda vez que terminar cada tarefa. Através disso, os 
124
 Comunicação Alternativa no TEA
pais já têm um histórico de como está a criança e conseguem 
saber se teve algum desconforto ou se estava bem (PIETRO, 
2018, s.p.).
Após concluir a atividade, uma mensagem de incentivo é reproduzida para 
estimular a pessoa continuar realizando as tarefas, interessante não?! Lançado 
em 2019, ainda está em fase de desenvolvimento. Pode ser baixado gratuitamente 
para Android na loja Google Play. 
Assista um vídeo explicativo sobre o aplicativo Rotina divertida. 
Disponível em: https://www.rotinadivertida.com.br/.
4.3 PROJETO INTEGRAR
Criado em 2016, veio com objetivo de auxiliar pessoas com Transtorno do 
Espectro Autista na organização de suas atividades da vida diárias, principalmente 
de nível mais severo. Segundo o site sobre aplicativos voltados para pessoas com 
TEA (https://www.maicokrause.com/transtorno-do-espectro-autista/aplicativos-
voltados-para-pessoas-com-tea), isso é feito através do apoio audiovisual dos 
desenhos roteirizadossobre comportamento e higiene. Ele permite também o 
cadastro do mural “Meus compromissos” com até 18 atividades, passo a passo 
de como será a rotina da pessoa com TEA, além disso, exibe uma agenda com as 
atividades do dia.
FIGURA 21 – PROJETO INTEGRAR – TELA INICIAL
FONTE: <https://maicokrause.com/images/imagens/AAPI-tela-inicial.png>. Acesso em:
28 ago. 2020.
125
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO 
ALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEAALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEA
 Capítulo 3 
Krause et al. (2017) fez uma pesquisa sobre o site Autismo Projeto Integrar, 
ele diz: “o projeto foi idealizado pelo casal Adriana Godoy e Neimer Gianvechio 
que percebeu que a técnica de Desenhos Roteirizados com o uso continuado, 
era capaz de ajudar não só seu fi lho, mas também outras pessoas com TEA a 
compreender melhor os contextos sociais e desenvolver autonomia” (KRAUSE et 
al., 2017. p. 4). 
Essa tecnologia utilizada no projeto integrar passou por algumas etapas 
metodológicas tanto para criação como validação, para que o produto fi nal atinja 
seu objetivo. Conforme destacam os autores Krause et al. (2017, p. 5):
A pesquisa foi dividida em três etapas, na primeira etapa
foi realizada uma campanha nas redes sociais, divulgando 
a pesquisa, angariando voluntários a participar do teste com 
o aplicativo e obtendo informações iniciais sobre o perfi l das 
famílias voluntárias; após essa etapa, foram realizadas 
visitas em que os voluntários foram orientados como utilizar 
o aplicativo e como coletar os dados através dos formulários 
fornecidos. Após o período de 30 dias de utilização do aplicativo, 
na terceira etapa da pesquisa, foram feitas entrevistas com os 
voluntários e os dados dos formulários de pesquisa recolhidos 
para avaliação e discussão (grifo nosso). 
Para utilizar o aplicativo Autismo Projeto Integrar, basta fazer a instalação 
através da loja Play Store gratuitamente. Então, vá em frente, obtenha mais 
informações acessando por meio do Play Store.
Para conhecer sobre todo o Projeto Integrar e sua relação com a 
construção do aplicativo, acesse o site: http://autismoprojetointegrar.
com.br/de-pais-para-pais/.
Que tal baixar um desses aplicativos por meio do seu celular e 
fazer um teste? Vamos lá! O aplicativo escolhido é o “Matraquinha”. 
Vá até a ferramenta Google Play ou App Store e procure-o. Depois 
de baixado, aparecerá a imagem a seguir:
126
 Comunicação Alternativa no TEA
FIGURA –MATRAQUINHA
FONTE: <https://bit.ly/2Dd5hlz>. Acesso em: 28 ago. 2020.
Pronto, agora é só clicar na categoria que deseja e iniciar:
FIGURA – OPÇÕES DO MATRAQUINHA
FONTE: <https://bit.ly/34MlU2P>. Acesso em: 28 ago. 2020.
Por exemplo, se clicou em “emoções”, aparecerá essa tela com a imagem e 
a palavra, ao clicar em cima, o aplicativo vocalizará a voz da respectiva emoção.
FIGURA – CATEGORIA EMOÇÕES
FONTE: <https://bit.ly/3lAfLwq>. Acesso em: 28 ago. 2020.
127
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO 
ALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEAALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEA
 Capítulo 3 
Gostou? Continue passeando por outras categorias do aplicativo Matraquinha.
Após conhecer e pesquisar vários tipos de tecnologias para auxiliar a vida 
acadêmica e social da pessoa com TEA, no que diz respeito à comunicação 
alternativa, disserte sobre a importância de escolher a tecnologia assistiva correta 
para a pessoa com TEA.
R.: ______________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Visto que a linguagem e comunicação é uma das áreas mais afetadas no 
sujeito com TEA, é importante pensar em formas de comunicação alternativa, 
que possibilitem melhor compreensão pelos autistas e por todos que vivem em 
sua volta. É nesse contexto que foram abordadas muitas tecnologias dentro da 
área de TIC, com o objetivo de complementar, suplementar, suprir de fato a falta 
de estruturas mentais que o cérebro da pessoa com défi cit de linguagem não foi 
capaz de criar. 
Assim, a difi culdade imposta pela difi culdade em comunicar-se da pessoa 
com TEA tem gerado muitos desafi os para a família e educadores, e os recursos 
tecnológicos têm se tornado um grande aliado em trazer transformações 
signifi cativas em suas vidas. Conforme Campbell (2009, p. 123): 
Quanto mais signifi cativo for o aprendizado para a criança, mais 
aumentará a oportunidade de promover o seu desenvolvimento 
e, para tanto, o facilitador deverá ter uma base teórica acerca 
do TEA de forma que não exiba ideias preconcebidas ou 
concepções equivocadas.
Desse modo, observamos que a inclusão associada ao uso da tecnologia 
apresenta grandes possibilidades para pessoas com TEA desenvolver muitas 
habilidades, que vai além da comunicação. Tratamos, aqui, algumas ferramentas 
inseridas no sistema de aplicativos. Por exemplo, O PECS (Picture Exchange 
Communication System), como um sistema digital que cabe no bolso, diferente 
das fi chas físicas que também são muito utilizadas.
O fato é que a tecnologia permite digitalizar essas fi chas, mas isso não 
signifi ca que não irá ser criado o relacionamento interpessoal, além de interação 
128
 Comunicação Alternativa no TEA
entre face a face e individual entre o sujeito e máquina. São tecnologias capazes 
de favorecer a autonomia, ampliar o repertório de interesses, desenvolvendo a 
sua funcionalidade, para obter avanços no processo de aprendizagem de forma 
global se bem utilizados.
Isso porque, em geral, antes de desenvolver uma determinada tecnologia, 
segue-se um protocolo baseado em investigação teórica. No caso específi co em 
desenvolver tecnologias para auxiliar a pessoa com TEA a se comunicar por meio 
de PECS, a maioria dos aplicativos criados foram baseados em estudos a partir 
de técnicas específi cas da Psicologia Behaviorista por meio da metodologia ABA 
(sigla em inglês para Análise Comportamental Aplicada). Nesse contexto, Mello e 
Sganzerla (2013, p. 4-5) dialoga que: 
A Psicologia Behaviorista dedica-se ao estudo das interações 
entre o ambiente (os estímulos) e o indivíduo (suas respostas), 
uma vez que “certos estímulos levam o organismo a dar 
determinadas respostas, isso ocorre porque os organismos 
se ajustam aos seus ambientes por meio de equipamentos 
hereditários e pela formação de hábitos [...]. Pesquisas indicam 
que quando o PECS é implementado, a fala pode emergir em 
muitas pessoas. A Análise Comportamental Aplicada (ABA), 
citada anteriormente como base do PECS, [...] analisa e explica 
a associação entre o ambiente, o comportamento humano e a 
aprendizagem.
Assim, entendemos que essas tecnologias vêm como uma possibilidade 
viável e acessível para famílias e profi ssionais que atendem pessoas com TEA 
em qualquer idade, auxiliando com base na psicologia, pedagogia e tecnologia. 
As telas de computadores e os aplicativos que tanto entretêm os adultos, encanta 
também as crianças que, muitas vezes, manejam os dispositivos melhor do que os 
adultos. 
Poderíamos fi car aqui citando muitas outras TIC para ampliar a capacidade 
de interação social e criar estratégias de comunicação, ajuda para modular o 
comportamento e desenvolver a autorregulação, para aperfeiçoar a habilidade 
de organização no ambiente, ufa! realmente a tecnologia não para, e veio 
para transformar nossas vidas, agora mesmo, neste momento, muitos estão 
desenvolvendo vários tipos de tecnologias. 
Assim, fi nalizamos este capítulo com a sensação de que há muito a se 
falar da gama de tecnologias existentes para inclusão e a pessoa com TEA, 
mas que oportunamente trouxemos muito conhecimento a respeito de recursos 
tecnológicos e a comunicação relacionada à pessoa com TEA. 
129
UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO 
ALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEAALTERNATIVA E AUMENTATIVA PARA PESSOAS COM TEACapítulo 3 
REFERÊNCIAS
APP STORE PREVIEW. Sono Flex BP: Tobii Dynavox LLC. 2020. Disponível 
em: https://apps.apple.com/us/app/sono-fl ex-bp/id562578933. Acesso em: 28 
ago. 2020.
ARAGÃO, M. C. M.; BOTTENTUIT JUNIOR, J. B.; ZAQUEU, L. da. C. C. O uso 
de aplicativos para auxiliar no desenvolvimento de crianças com transtorno do 
espectro autista. Olhares & Trilhas, Uberlândia, v. 21, n. 1, p. 43-57, jan./abr. 
2019.
BENEDETTI G. R. Aplicativo android como alternativa na comunicação de 
autistas: um estudo de caso. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel 
em Ciência da Computação) –Universidade Feeval, Novo Hamburgo, 2015. 
Disponível em: https://tconline.feevale.br/NOVO/tc/fi les/0001_3983.pdf Acesso 
em: 27 ago. 2020.
BERSCH. R. Introdução à tecnologia assistiva: tecnologia e educação. 2017. 
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