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30/03/2022 21:27 Su-BL2-HOS_HISPAT_19_E_3
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Unidade 3 - Turismo, globalização e
hospitalidade
Christiane Alves Faria
Iniciar
Introdução
Hoje, atuar na área de turismo, engloba uma gama de conhecimentos que o pro�ssional deve
ter e se especializar como por exemplo: ser bilíngue.
Conhecimento sobre a área que atua é importante, e também devemos ampliar esse
conhecimentos para os conceitos do que usamos para exercermos o nosso trabalho. Deve-se
conhecer outras culturas, entendê-las, e para tanto, não basta apenas ir no local e voltar com
um relatório.
É necessário ter-se a compreensão do que é uma outra cultura, como ela se relaciona, conhecer
os patrimônios do local e entender o que são esses patrimônios, sua importância, sua história,
para compreender suas restrições identi�cando os cuidados necessários para a devida
preservação do patrimônio.
Com esses conhecimentos, é possível desenvolver um trabalho com excelência. Nesta unidade
iremos compreender os conceitos de Turismo, Globalização, Proteção e Hospitalidade.
Para cada item existe uma história que será necessário o aprofundamento do aluno para que
compreenda a complexidade que é, hoje, tratarmos de turismo. Portanto, leiam o E-book com
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atenção, leiam o material complementar, façam os exercícios e anotem as dúvidas que surgirão
ao longo do curso sempre buscando seus tutores para auxiliá-los
Bom Estudo!
1. A turistificação do
patrimônio(cont.)
Conforme as unidades anteriores, a de�nição de turismo é baseada no deslocamento de
pessoas que desejam conhecer e usufruir os atrativos e serviços de lugares diferentes de onde
moram. Deve-se levar em conta o tempo de permanência, as atratividades e atividades locais
entre outro fatores, mas costuma-se dizer que o turismo moderno iniciou a partir da Revolução
industrial pois com a produção de máquinas a vapor o transporte propiciou rapidez a viagem. A
revolução industrial não apenas gerou os meios para o desenvolvimento do turismo mas
também os motivos uma vez que as viagens em máquinas mais rapidez levavam as pessoas a
desejarem essa experiência.
Depois da criação de animais, descoberta da agricultura, a humanidade repensa sobre o
trabalho, o que faz com que reorganizem a vida inteira, que re�etem consequentemente na
estrutura de poder, sociedade e por sequência a necessidade de viagens.
Segundo Silveira e Madaglia (2015), em comparação com o século XVII o turismo, que hoje
conhecemos, é resultado de evolução na tecnologia e nos transportes, que favoreceram as
classes mais baixas a conseguir viajar seja com enfoque cultural ou para tirar férias. Conforme
sua escrita..”o turismo com enfoque cultural, permaneceu restrito a uma pequena parcela da
sociedade até os de 1970 e 1980, de acordo com Kohler e Durand(2007), quando deixou de ser
atividade exclusiva de uma elite rica e educada, no século XIX…[ ]. As evoluções tecnológicas e a
transformação do trabalho propiciam paulatinamente o acesso da recém-estabelecida classe
média ao mundo das viagens. Iniciou-se, assim, a atuação de pessoas "normais", ou da grande
massa da população, no cenário do turismo, e esse cenário vem se reinventando e se
con�gurando em um novo mosaico resultante das novas estruturas sociais”.
Desta forma podemos dizer que não somente através da revolução industrial, mas também
com a mudança na economia, houve uma maior abertura para que o povo comum tivesse a
oportunidade de viajar. Silveira e Medaglia (2010, p.161) explicam que o “período de incremento
nas possibilidades de viagens coincide com a evolução do capitalismo industrial e, dessa forma,
"o turismo aconteceu seguindo o �uxo natural das civilizações, acompanhado de evolução
econômica e industrial".
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Devido a Primeira Guerra Mundial, as viagens pela Europa diminuíram, pois em consequência
da guerra houve mudanças no mapa do velho continente, porém nem todos os países foram
prejudicados. Com o exploração do automóvel entre 1920 e 1940, o transporte terrestre
viabilizou muito as viagens de turismo, no período entre guerras, a Alemanha e a Itália
promoveram o turismo social, que segundo citações de Secall (1983,p.82) destacaram as
iniciativas: a adoção de medidas sociais, favorecendo o turismo nacional, restringiu-se liberdade
dos turistas nacionais para viajar ao exterior(o que limitou o turismo internacional) o que levou
os governos a repensarem sobre os efeitos econômicos do turismo.
Se o turista é visto como um visitante, geralmente estrangeiro, que viaja a determinado local por lazer, é
possível que sua imagem seja associada à de um indivíduo adventício que gasta dinheiro nos lugares que
frequenta, e esse acaba sendo o fator que mais estimula os destinos a fomentar a atividade turística. (
SILVEIRA; MADAGLIA, 2015, p.48 ).
Tabela 1 - Motivações turísticas. 
Fonte: (SILVEIRA; MEDAGLIA, 2015) 
Além do fator econômico, um dos pontos que se justi�ca o investimento em turismo, defendido
inclusive por órgãos como o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS) é que o
turismo é um grande aliado a conservação dos bens. Porém o que mais se destaca hoje na
atividade turísticas são os atrativos e as motivações para a visitá-los.
Vamos analisar o que são atrativos:
“Atrativos são recursos naturais ou culturais que, como o próprio nome sugere, atraem a atenção de
turistas e levam pessoas a visitá-los. Entre esses recursos incluem-se desde manifestações climáticas e de
natureza intocada até parques e paisagens naturais e culturais, atrações arti�ciais como parques
temáticos, museus e construções, manifestações folclóricas, artísticas e culturais, costumes, personalidades
e uma in�nidade de itens que podem motivar uma viagem. Esses atrativos que compõem a oferta turística
original (Beni, 2001) e serão classi�cados em naturais ou culturais de acordo com a intervenção que
tenham sofrido pelas mãos humanas” …  ( SILVEIRA; MADAGLIA, 2015, p.48 ).
Ou seja, pode-se a�rmar que através da exploração responsável de um patrimônio como
recurso turístico e a utilização de suas localizadas para visitação turística é que determina que
tipo de turismo será realizado.
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Habitualmente, o vínculo do turismo com o patrimônio se dá por meio do turismo cultural, do
ecoturismo ou, ainda, pela combinação destes, dependendo do sítio visitado e dos interesses
da demanda.
Segundo Barreto (2000, p.29):
"Na língua inglesa existe a possibilidade de ampliar o conceito de turismo histórico para a expressão
heritage based tourism, que deve ser traduzida como "turismo com base no legado cultural", mas que pode
ser simpli�cada para "turismo de tradição", embora tradição e herança cultural não sejam exatamente a
mesma coisa. o turismo com base no legado cultural é aquele que tem como principal atrativo o
patrimônio cultural". ( Barreto, 2000, p.29 )
Na literatura ainda não existe a a�rmação que o ecoturismo seja considerado patrimônio, mas,
pode-se considerar o patrimônio natural representante de um legado, assim como o cultural.
Seja pela natureza ou pela cultura, os motivos para o turismo são vários e as necessidades ou
desejos que impelem pessoas a viajar são o ingrediente para que se faça bom uso dos bens
culturais e dos patrimônios para o desenvolvimento turístico e, dentro do contexto do
patrimônio, há especial destaque às motivações culturais, em virtude da própria classi�cação
do patrimônio e sua relaçãocom determinado grupo, local ou cultura.
1.1 Globalização e cultura
O fenômeno da globalização foi pensado por muitos como o �m da produção das diversidades. Esse termo,
sempre associado à ideia de modernização - ou, ainda, "americanização"-, trouxe consigo a perspectiva de
um mundo que estaria rumando a um processo de homogeneização cultural: as diversidades seriam
solapadas por essa nova ordem colocada em escala mundial. Desde o �nal da Segunda Guerra Mundial e,
em especial, após a Queda do Muro de Berlim, um mundo "sem fronteiras" e interligado difundiu o
imaginário de uma "aldeia global”. ( SALAINI; SANTOS; ROMERO, 2012, p.15 ).
A dinâmica cultural ganha mais velocidade com a globalização e a diferença é a multiplicação de
identidades, o que criou desa�os para interpretar e tratar os fenômenos culturais
contemporâneos do ponto de vista antropológico.
“Segundo a socióloga Maria Cecília Londres Fonseca (2001), a recente ampliação da noção de patrimônio
cultural pode ser considerada mais um dos efeitos da globalização, na medida em que aspectos de sua
cultura, tais como arquitetura e as manifestações artísticas - muitas vezes considerados por olhares
externos como toscas, primitivas ou exóticas, porém, reconhecidas como patrimônio mundial - contribuem
para inserir um país ou grupo social na comunidade internacional, com benefícios políticos e econômicos”.
( SALAINI; SANTOS; ROMERO, 2012, p.130 ).
De acordo com a citação acima, o antropólogo indiano Arjun Appadurai (1990), explica que o
principal problema das interações globais atuais é a tensão entre a homogeneização e a
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heterogeneização cultural. O autor explica em seus estudos que a americanização e – ainda– a
mercantilização dão respaldo às  forças homogeneizantes provenientes de várias metrópoles,
criando, assim,  novas associações. Como exemplo, podemos citar o Brasil; temos um povo que
aparentemente teria uma cultura homogeneizada (país de uma cultura), porém, como mostra
nossa própria história, através da heterogeneização, pequenas comunidades ainda lutam para
impor seus costumes e valores locais, como os índios por exemplo.
É possível perceber que o acúmulo de conhecimento sobre a vivência na cultura popular e
tradicional, foi o responsável pela aplicação do conceito de patrimônio cultural em escala
mundial. Os estudos sobre o tema renderam frutos e permitiu que a preservação do patrimônio
se tornasse uma prática de proporções planetárias, mesmo sendo diferente de uma país para
outro.  Foram adotadas medidas para a salvaguarda de patrimônio como o inventário de
referências culturais, no Brasil, por exemplo, essa é uma prática que garante salvaguardar o
patrimônio imaterial ou intangível .
1.2 Diversidades culturais
O povo brasileiro tem origem principalmente nos índios, europeus e africanos, e, além disso,
também é uma civilização que ultrapassa a chamada "descoberta" portuguesa, já que podemos
encontrar vestígios de presença humana datadas de 100 mil anos. Há ainda sinais de ocupação
civilizatória em territórios de norte a sul do país passando por ruínas encontradas no Amazonas
até sambaquis no litoral do Estado de São Paulo. Desse modo, podemos perceber uma conexão
clara entre patrimônio cultural e natural brasileiro e o papel das comunidades locais. Darcy
Ribeiro, quando analisa a formação do povo brasileiro e o cotidiano do qual esse povo é
formado destaca:
"Surgimos da con�uência do entrechoque e do caldeamento do invasor portugueses, com índios silvícolas e
campineiros e com negros africanos, uns e outros aliciados como escravos. Nessa con�uência, que se dá
sob a regência dos portugueses, matrizes raciais díspares, tradições culturais distintas, formações sociais
defasadas se enfrentam e se fundem para dar lugar a um povo novo num novo modelo de estruturação
societária. (Ribeiro, 1995, p 19)".( FINAZZI PORTO, 2015, p.174 ).
O primeiro recenseamento no Brasil foi em 1873. Existiam nessa data 10 milhões de habitantes.
Hoje, 142 anos depois, temos uma população 20 vezes maior. Mesmo assim devemos
considerar que esse aumento não foi baseado em um único tipo de habitante e sim de vários
imigrantes que fazem parte da história e da formação de um povo novo.
Conforme E-book da unidade 2, o povo brasileiro é realmente novo, tanto numérica quanto
socialmente, traços das etnias que o formam são recentes devido ao sincretismo e a
miscigenação que ocorreram no século XIX, formando em pleno século XX um povo novo:
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"Novo porque surge como uma etnia nacional, diferenciada culturalmente de suas matrizes formadoras,
fortemente mestiçada, dinamizada por uma cultura sincrética e singularizada pela rede�nição de traços
culturais oriundos. Também novo porque se vê a si mesmo e é visto como uma gente nova, um novo gênero
humano diferentes de quanto existem. Povo novo, porque é um novo modelo de estruturação societária,
que inaugura uma forma singular de organização socioeconômica, fundada num tipo renovado de
escravismo e numa servidão continuada ao mercado mundial. Novo, inclusive, pela inverossímil alegria e
espantosa vontade de felicidade, num povo tão sacri�cado, que alenta e comove a todos os brasileiros." (
FINAZZI PORTO, 2015, p.176 ).
Conforme explicado na unidade anterior, a miscigenação, apesar de criar uma nova etnia, não
desfaz o homem de sua diversidade nacional. Essa nova etnia se dá por três fatores: o
ecológico, pois para se adaptar a terra em que vive a pessoa muda não somente a aparência
mas também os hábitos; o econômico, que criou formas diferentes de modos de produção, e o
migratório, que ajudou a completar essa miscigenação, especialmente com a presença de
europeus, japoneses e árabes.
Podemos dizer que houve grande resiliência do povo brasileiro. Seu cotidiano, costumes,
cultura, foram adaptados com a miscigenação a ponto de se tornar parte única de uma nova
cultura. As comunidades desenvolveram em seu crescimento modos de vida gerando um
patrimônio imaterial de acordo com a sua vivência.
Desse ponto de partida, vemos que há uma variedade imensa de comunidades nos entornos do que
chamamos de patrimônio da humanidade, que se adaptaram e moldaram uma forma de vida na qual
matérias-primas, ferramentas equipamentos e meios de tração fazem parte do cotidiano...[ ] Por ter sido
um fenômeno que se estabeleceu principalmente no campo, com ocupações agrícolas de regiões
interioranas - assim ocorreu com os italianos em São Paulo e no Rio Grande do Sul e com os alemães em
Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, estejam presentes até hoje nos mais diversos rincões brasileiros. O
fato de a imigração ter ocorrido no interior aumenta o pesa dela na ocupação do país. ( FINAZZI PORTO,
2015, p.178 ).
Se usarmos somente o Brasil, para centralizarmos a ideia de turismo, baseando nas
diversidades culturais, podemos dizer que temos um país rico justamente devido a sua
formação. Cada Estado, cidade ou comunidade tem a miscigenação como origem, e com isso
muito a oferecer ao turismo, seja ele ecológico, cultural, gastronômico, entre outros. Em se
tratando de diversidade cultural, temos outros países como exemplos que podem ser avaliados
do ponto de vista cultural.
Segundo Silveira; Madaglia (2015), vamos pensar como exemplo a China, mesmo sendo  menos
procurada pelos turistas ocidentais, o mundo asiático vem se desenvolvendo exponencialmente
no mundo do turismo e se torna um grande receptores de turistas hoje. Já o Japão é um grande
emissor no ramo do turismo.
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Figura 1 - A Grande Muralha da China.Fonte: (BORDIGNON, 2016) 
A Ásia, possui os dois países mais populosos do mundo (Índia e China). A China equilibra o
turismo entre atrativos naturais e culturais, com predominância destes últimos, resultantes da
riqueza histórica do Império Chinês e a cultural milenar da China – mesmo sendo pouco
difundida e com algumas restrições no país. Segundo Silveira e Madaglia (2015) mesmo assim
atraí muitos turistas para cidades, como Shangai, Xian e a própria Pequim. Já o Japão é
possuidor de atrativos únicos e uma riqueza cultural magní�ca, sendo um dos países com a
gastronomia mais difundida internacionalmente por ser mais concentrada na alimentação
provinda do mar, segundo Silveira; Madaglia (2015).
Figura 2 – Pontos Turísticos do Japão. Fonte: (KAWANAMI, 2013) 
Um país que também é destaque é a Índia. País com uma grande população, conta com mais de
20 idiomas o�ciais e centenas de religiões – entre as mais importantes estão o hinduísmo e o
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budismo, sendo o budismo o responsável pelo vínculo entre muitos países da Ásia, além de
adeptos espalhados por todos os continentes segundo os autores SILVEIRA e MADAGLIA (2015).
Figura 3 - Taj Mahal. Fonte: (TAJ..., 2016) 
2. Turismo globalização e proteção
Com a globalização houve o aumento do turismo devido às facilidades de conexão e
deslocamento, e também fomentou a curiosidade e o interesse pelos "outros" graças ao �uxo
de informações e conhecimento. Com a globalização também os passageiros mudariam pois
antes os que não poderiam viajar como os emergentes e os mais jovens, agora com as
facilidades à disposição existia essa possibilidade. A exemplo, antigamente viajavam para fora
do país apenas as pessoas consideradas maduras e ou com dinheiro  ou pro�ssão garantida.
Idoso e crianças �cavam em casa, porém o turismo mudou e hoje todos viajam, “dos bebês à
"terceira idade", dos intelectuais às novas classes médias e aos empresários, muitas vezes em
excursões temáticas especialmente desenhadas para acomodar distintos ritmos e expectativas”
conforme explica Nogueira (2011).
Há pacotes turísticos para todos os gostos e interesses: gastronomia, artes, compras, parques infantis,
futebol, cinema, moda, decoração, ciência. Todo grande evento internacional inclui uma invariável "agenda
social", com a qual arrasta acompanhantes não diretamente envolvidos nas pautas principais. (
NOGUEIRA, 2011, p. 1 ).
Vejamos a seguinte ideia: ao viajarmos para a praia não estamos apenas em busca de sol, água
e descanso. Existe todo um contexto por trás desse aparente motivo que levam as pessoas a
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praia. Funari e Pinsky (2015) explicam que o turismo ainda é visto de forma estreita no campo
de estudos. O motivo de irem para a praia é na verdade a busca por um todo que a cerca: a
água de coco, os quitutes feitos a mão, o bate papo com os nativos, a casa de praia e sua
arquitetura rústica, a paisagem e a história do lugar. Essa visão já é entendida nos países de
língua inglesa pois já consta como pauta e motivos de estudos para o segmento do turismo.
Pode-se dizer que o turismo é cultural. Do ponto de vista teórico parece simples, mas é
justamente por parecer óbvio que não damos certa atenção a amplitude do que é o turismo
cultural. O turismo em massa é um dos exemplos em que a pessoa pode fazer visitas sem sair
do lugar, a questão não é o que se vê, mas como se vê o turismo cultural. A exemplo temos o
seguinte trecho da análise realizada por Funari e Pinsky (2015).
“Será que um grupo que propõe a ver a Europa toda em duas semanas, às pressas, em ônibus nos quais
fala-se apenas o português, as paisagens vistas apenas através dos vidros (que funcionam quase como
escudo contra os cheiros, gostos e cores das ruas), faz algum tipo de turismo cultural? Nas rápidas
paradas, as pessoas são avisadas que daquele cartão-postal deve-se tirar fotos, seja ele a torre Ei�el, a
torre de Londres, a muralha da China ou a sereiazinha de Hans Christian Andersen, em Copenhague.
Dispara-se o obturador, perpetua-se a imagem e prova-se aos amigos e familiares que lá se esteve, o que,
de resto, é testemunhado pelas lembranças made in Taiwan dos mesmo estereótipos fotografados (oh,
quantas miniaturas de torre Ei�el adornam geladeiras ao lado de pinguins) e generosamente dados de
presente a quem �cou”.( FUNARI; PINSKY, 2015, p.7 ).
Justamente por conta das formas de turismo, se faz necessário, é claro, que se tenha um
comprometimento com o local, enquanto as instituições precisam cuidar dos patrimônios, pois
são deles que o turismo “mais prolongado” pode gerar mais renda e consequente mais
cuidados com o patrimônio.
2.1. A proteção do patrimônio e o mundo
contemporâneo.
A prática da preservação histórica contribuiu para a representação simbólica da "identidade" e da "
memória" da nação, reforçando o sentimento de nacionalidade por meio de uma narrativa histórica, bem
como a valorização de determinada produção artística. ( SALAINI; SANTOS; ROMERO, 2012, p.124 ).
Ainda segundo Salaini, Santos e Romero (2012), a ideia de combinar a conservação dos sítios
culturais com os sítios naturais foram dos Estados Unidos. Foi criado em 1965, a Fundação do
Patrimônio Mundial, através de uma conferência na Casa Branca, onde seus representantes
pediram essa medida para estimular a cooperação internacional e proteger áreas paisagísticas
e sítios históricos.
Os museus mais imponentes precisam de preparar e se adaptar para um público cada vez
maior e muitas vezes não conhecem a etiqueta de visita padrão do local e da mesma forma os
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restaurantes, bares, lojas ajustam seus preços para atender o novo público muitas vezes
curioso em conhecer algo novo. São essas mudanças, associadas com a rotina do local que
podem passar por adaptações, mas nunca mudanças para serem compartilhadas com os
estrangeiros. Como exemplo, temos uma explicação de Nogueira (2011), sobre esse fato:
“Nenhum romano deixa de beber seu cappuccino, nenhum parisiense deixa de comprar sua baguette,
nenhum nova-iorquino deixa de se estender para tomar sol na grama do Central Park, mas todos devem
conviver com bandos de curiosos e imitadores. Muitos reagem com irritação, outros viajam para longe ou
não saem de casa. Lugares menos conhecidos, fora dos roteiros, vinculados ao dia a dia que os turistas
não veem, convertem-se assim em refúgios dos moradores, fortalezas de onde tentam defender suas
cidades. Seja como for, é uma experiência coletiva de interação, ao sabor da qual o mundo se vai
integrando culturalmente”. ( NOGUEIRA, 2011, p.1 ).
Portanto essa preservação deve ser constante, não somente para o turismo estrangeiro, mas
também para conforto de quem vive no local, uma vez que os “nativos” precisam conviver com
o turista, também se faz necessário o atendimento de suas necessidades locais e habituais.
2.2. Estratégias de preservação
"O projeto de inserir o Ceará na globalização delineou-se timidamente, com a inclusão do turismo entre os
setores prioritários, que seria bene�ciado com melhorias na infraestrutura física - inclusive a construção de
um novo aeroporto e de uma "rodovia estruturante", ligando Fortaleza ao litoral oeste. Este programa foi
esforço dirigido principalmente pelo Programa de desenvolvimento do turismo do Nordeste, Prodetur-NE,
criado pelo governo federal, com �nanciamento do BID, por meio do Banco do Nordeste, e da
contrapartida dos governos estaduais". ( VARGAS; CASTILHO, 2009, p.252 ).
Conforme os textos de Nogueira (2011), o  turismo tornou-se, de fato, uma indústria pois
empregacentenas de milhares de pessoas, cria em torno de si inúmeras atividades, movimenta
os negócios em escala global, produz riqueza material e intercâmbio cultural. Ainda que quase
sempre centrado no lazer e no entretenimento, tem múltiplas implicações. Portanto podemos
dizer que um turismo consciente e que tenha interesse na preservação local é bené�co para a
população que dele faz parte.
Hoje, no Brasil, temos como modo de preservação, o tombamento histórico, os recursos
disponibilizados pelas entidades como Iphan, para tratar da preservação dos bens culturais e
patrimônios históricos. Porém devemos repensar o modo de cuidado e ampliar seu conceito e
entendimento para as salas de aula. Uma população consciente de sua história, se sensibiliza e
entende melhor a necessidade de cuidar de um patrimônio.
“O Brasil é um dos países mais urbanizados do mundo. Em 1964, 50% do território já tinha sido tomado.
Hoje, a nação está à frente dos Estados Unidos. Isso faz com que o país sofra com alguns problemas, já que
abriga muitas pessoas em pequenas áreas. Um deles é o tráfego intenso. O outro, a moradia”, diz Edward
Glaeser, professor de economia na Universidade Harvard. Com a demanda crescente por espaço urbano,
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os patrimônios históricos entram em cheque: até que ponto é relevante mantê-los intocáveis? Ao preservar
uma área, o metro quadrado se torna caro e expulsa pessoas da região. ( CULTURA..., 2017 ).
Você quer ver?
Para saber mais sobre o assunto assista o vídeo “Patrimônio em Debate” Políticas
públicas de preservação de Washington Fajardo. Clique aqui e assista.
3. Turismo globalização e
proteção(cont.)
O turismo globalizado, nos faz entender a vida hoje; pois através do turismo podemos ver que
os locais se equilibrando entre a reprodução de ritos e tradições e a reinvenção diária do
cotidiano, mostra que a crise não perdoa ninguém, e  portanto obriga o plano econômico-social
a ver os problemas de estabilidade �nanceira e segurança. O turismo globalizado também
mostra a necessidade de novas práticas e condutas nas rotinas e tradições para se manter.
FUNARI E PINSKY(2015, P.7), nos explica o deslocamento em si pode ser discutido como um fato
cultural, como por exemplo, ao viajarmos, o visitante conhecer mais do cotidiano e vida dos
nativos fazendo parte de seus hábitos que visitar locais pré determinados, por um curto
período ou apenas fazer compras e voltar para seu hotel.
“Deve-se, portanto, discutir se o fato em si do deslocamento já constitui um fato cultural. Talvez seja mais
adequado observar o turismo cultural efetiva-se quando da apropriação de algo que possa ser
caracterizado como bem cultural, seja o que for. Antes que nos entendam mal, não estamos nos referindo
a apropriar-se de um cinzeiro num café parisiense, um coral em Fernando de Noronha ou um santo barro
sobrevivente em uma igreja de Ouro Preto. Uma caminhada demorada pelo Quartier Latin, em Paris, pode
ser culturalmente mais expressiva que uma visita burocrática ao Museu do Louvre ( e seguramente mais
expressiva que uma visita no Magazine Printemps), da mesma forma que o simples feijão com arroz num
pequeno restaurante frequentado por baianos, na Baixa do Sapateiro, em salvador, pode nos ajudar a
entender mais a cidade do que um vatapá saboreado na companhia de uma legião de turistas”. ( FUNARI;
PINSKY, 2015, p.7 ).
Com a globalização, podemos dizer, de certo modo, que patrimônio cultural e tudo aquilo que
constitui um bem apropriado pelo homem. Para exempli�carmos: o McDonald's faz um
sanduíche cuja receita é seguida à risca em qualquer lugar do mundo, praticamente sem
https://www.insper.edu.br/conhecimento/politicas-publicas/patrimonio-historico-brasileiro/
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modi�cações. Conforme explica Funari e Pinsky (2015), da mesma forma, um pescado pode ser
preparado de diferentes maneiras por diferentes cozinheiros: embrulhados em folha de
banana, no litoral paulista; com leite de coco e azeite de dendê no litoral baiano; como �lé, na
manteiga, acompanhado de molho de alcaparras em restaurantes elegantes e simplesmente
frito "à doré", na beira da praia.Tanto o hambúrguer quanto o peixe podem ser vistos como
bens culturais. O Mcdonald's  representa um bem cultural global padronizado onde as pessoas
que estão viajando tem a sensação de não sair do lugar, enquanto o peixe é uma iguaria local
do qual buscamos quando viajamos.
Manter a proteção de um sanduíche parece absurdo, mas a verdade é que este sanduíche, ou
peixe, o que for, é a representação física e materializada da necessidade do homem se sentir
pertencente ao mundo. Independente de onde esteja. Este é o papel de um bem cultural e o
motivo pelo qual existe a necessidade de o protegermos.
3.1. A proteção do patrimônio e o mundo
contemporâneo
O turismo oferece a seus praticantes a oportunidade rara de apreciar in loco aquilo de que se ouve falar ou
com o que se fantasia. Diminui a distância entre �lmes, livros e vida real. É uma ferramenta de
desmiti�cação. Devolve à realidade certos lugares-comuns dos relatos e conversas sobre os "outros". O
turista descobre, surpreso e extasiado, que os argentinos adoram os brasileiros, que os franceses não são
mal-humorados (embora alguns o sejam), nem os italianos são alegres e receptivos (embora muitos o
sejam), que não há somente glamour em Nova York nem tristeza em Lisboa. A depender da profundeza
social que alcança em sua viagem, pode descobrir também que o cotidiano é tão desgastante em
Barcelona e na Filadél�a quanto em São Paulo ou no Rio de Janeiro, sobretudo para os grupos sociais
menos favorecidos, obrigados a experimentar dissabores de todo tipo. Descobre, en�m, que os brasileiros
não são melhores nem piores que os outros povos, que nossa economia não está tão racional e e�ciente
quanto dizem, que não somos os únicos a gostar fanaticamente de música e futebol, que nossas garotas de
Ipanema são tão lindas quanto milhões de holandesas, tailandesas, espanholas, mexicanas, húngaras e
chinesas.( NOGUEIRA, 2011, p.1 )
A criação de instituições e instrumentos direcionados para a tarefa de cuidar e manter locais e
recordações do passado, busca contribuir para evitar o esquecimento de nossas histórias em
um tempo tão globalizado e em que as necessidades são tão fugazes. Essa forma de se
relacionar com o passado é Ocidental, precisamos cuidar de objetos e lugares para nos
lembrarmos do passado, diferente dos Orientais que fazem do passado tradições vividas no seu
cotidiano.
“No Japão, os templos são mantidos novos por meio de reconstruções idênticas, periódicas e
rituais, trata-se de uma preservação muito diversa da ocidental, que não enfatiza a
permanência do objeto e a noção de autenticidade, mas do saber fazer, refazer e reproduzir
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�elmente, sejam monumentos ou escritos, seja uma expressão cênica ou plástica de
celebração”, conforme nos explica SALAINI; SANTOS e ROMERO, (2012) p.127).
O Patrimônio Cultural deve ser valorizado por todos e sua proteção deve ser pensada para e pelos sujeitos
que detém o conhecimento do valor de um patrimônio. A sensibilização e conscientização do por que e
como preservar deve ser realizada através de políticas públicas que envolvam as comunidades e os agentes
que se relacionam com os bens portadores da memória coletiva e da identidade cultural dos diversos
grupos sociais. ( SECRETARIA DO ESTADO DA CULTURA, 2006 ).
3.2. Estratégias de preservação
A política de preservação deve ser efetivamente apropriada, enquanto produção simbólica e enquanto
prática política,pelos diferentes grupos que integram a sociedade brasileira ( FONSECA, 1997 ).
O turista quando sai de em viagem, muitas vezes não percebe que nem tudo é o que parece. A
princípio, a festa de rua a qual participa é diária, mas quando acaba e ele visita a periferia ou
bairros menos nobres, percebe que tudo é mera aparência e ao voltar para casa, tem uma
possibilidade de re�etir sobre o mundo em que vive.
MARCUSE, (1998) citado por VARGAS e CASTILHO (2009, p.30) explica que "Seguindo na mesma
direção, a contribuição da preservação da história será muito limitada para a cidade como um
todo, se a intervenção nos centros for somente física e direcionada ao turismo. Essa
preservação não será histórica, pois re�etirá somente a arquitetura e não o ambiente urbano
ou sua memória. A qualidade arquitetônica é apenas um dos itens que devem ser considerados
na preservação histórica”.
Para a preservação de um bem cultural, segundo a Secretária do Estado e Cultura (2006), é
importante saber da existência desse bem, se uma manifestação cultural é praticada pela
população local, se não, por qual motivo, de que forma essa tradição é transmitida, se
transmitida que mudanças causa nas pessoas que trabalham na manutenção dessa tradição,
ter essas questões trabalhadas e ajudadas é o que ajuda a manter a existência desse
determinado bem cultural.
Conforme exposto anteriormente, a preservação do patrimônio cultural, de bens culturais
materiais e imateriais depende de entidades públicas que são destinadas a este trabalho para
justamente cuidar da Educação Patrimonial, do Inventário, da Salvagar e do Tombamento, que
segue posteriormente as manutenções diárias, dependo do local.
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4. Turismo, globalização e
hospitalidade
A globalização pode ser de�nida como o processo de interação e integração entre as pessoas, as empresas
e os diversos governos. É, pois, um processo promovido pelo comércio internacional, pelas movimentações
do capital e acelerado pelas tecnologias de informação. A conjugação destas variáveis torna o processo
uma realidade incontornável e imparável. Como qualquer ação dinâmica, esta tem impactos nos sistemas
ambientais, culturais, políticos, assim como ao nível do desenvolvimento e da prosperidade económico-
social e do bem-estar humano no planeta. ( DUARTE; FONTES; FRANCO; ALMEIDA et al., 2009) .
Se pensarmos no Brasil como um exemplo, temos um país em desenvolvimento constante e
crescimento expressivo no setor turístico, não somente devidos as suas belezas naturais ou
culturais, mas também pela marca registrada do brasileiro: a hospitalidade.
O brasileiro tem por característica marcante a arte de receber bem. É amistoso, convidativo e
com isso os turistas estrangeiros sempre voltam, não apenas pelas belezas do país mas
também pela hospitalidade brasileira.  Segundo o Ministério do Turismo (2015)...”Tida pelos
estudiosos como um traço cultural genuíno do povo brasileiro, ela (a arte de receber bem) é
hoje uma das principais motivações dos estrangeiros que escolhem o Brasil como destino de
viagem”.
Ainda segundo o Ministério do Turismo (2015) “A hospitalidade pode ser notada em todas as
atividades relacionadas ao setor, desde a facilitação ao ingresso e permanência no país, até a
educação e capacitação dos pro�ssionais. Para o turismo, a hospitalidade é um item capaz de
aumentar a competitividade dos destinos e dos serviços. Esta é uma das razões pelas quais as
três maiores redes de hotéis internacionais com presença no Brasil elegeram a boa recepção
como um dos itens de maior valor da companhia e premissa institucional”.
Mas não devemos simpli�car o signi�cado de hospitalidade a apenas receber bem o turista.
Devemos entender que hospitalidade é algo complexo e varia o entendimento de uma cultura
para outra.
4.1. Hospitalidade e turismo
De acordo com a história, o termo hospitalidade pode ser identi�cado em meados de século
XVIII, na Europa, quando viajantes eram acolhidos de forma caridosa e gratuita por pessoas de
vilarejos. Com o aumento do troca de produtos, aumenta-se a necessidade de viagens e
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também de estabelecimentos que recebam esses viajantes. Temos na Grécia e em Roma, a
construção de tavernas e estalagens para abrigar os viajantes.
Houve um avanço da hospitalidade na Idade Média pois crescem os números de hospedarias e
a Inglaterra se destaca com pousadas de melhor qualidade. Na Idade Média também surgem os
restaurantes, e o meio de transporte mais rápido da época era a carruagem.
A origem da hospitalidade surge, pois, não de alguém que convida, mas de pessoas que necessitam de
abrigo e buscam calor humano ao receber o estranho. A hospitalidade, como resultado de um convite, é
provavelmente uma inovação mais tardia da civilização e suas primeiras manifestações são registradas
entre os gregos, para quem visitar e ser visitado constituía uma obrigação, carregada de rituais, de alguma
forma coordenados pela sombra de Héstia. De qualquer forma, seja num caso ou no outro, a expectativa
de resgate do calor humano ao receber o outro é o substrato de uma ética especial, a ética da
hospitalidade. Esta talvez seja uma pista importante para os estudos de ética nos cursos de lazer, turismo e
hotelaria. Mais que uma ética aplicada, dever-se-ia falar da hospitalidade e suas leis não escritas como
uma ética em si mesma. ( CAMARGO, 2004, p.30 ).
Na idade Moderna, as viagens passam a fazer parte da vida pro�ssional, surgem orientações
sobre viagens, o Grand Tour como rito de passagem e com isso temos algumas mudanças no
cenário: enquanto a revolução francesa in�uência na hospitalidade através da culinária a
Europa passa a ter hospedarias que desempenham o papel social e político da sociedade igual a
Inglaterra.
Atualmente, um estudo do Ministério do Turismo (2015), reforça essa teoria. A hospitalidade é
hoje o item mais bem avaliado pelos visitantes estrangeiros que visitam o Brasil, com 97,4% de
aprovação…[ ] o dia 29/01, dia em que se comemora a hospitalidade, o MTur(Ministério do
Turismo) saúda camareiras, garçons, monitores, recepcionistas de meios de hospedagem e
tantos outros pro�ssionais intimamente ligados ao setor e ao turista. Na linha de frente, eles
são responsáveis pela boa imagem que se tem do país e pela alta taxa de intenção de retorno
(95,3%).
Saiba mais
“Filha de Cronos e Reia, Héstia era, na mitologia grega, a deusa virgem do lar, da família e
da arquitetura. Era uma das 12 divindades gregas que habitava o Monte Olimpo. Era irmã
de Zeus, Hades, Hera e Deméter. Héstia representava o fogo que ficava acesso nos lares
dos gregos. O símbolo desta deusa grega era o fogo de uma lareira. Este fogo sagrado
simbolizava a luz e a paz que deveria reinar nos lares gregos”. Para saber mais acesse
aqui .
https://www.suapesquisa.com/mitologiagrega/hestia.htm
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4.2. Caracterização da hospitalidade
Para ingressarmos no assunto hospitalidade, se faz necessário de�nir o termo. Conforme nos
descreve os autores Dalpiaz; Dagostini; Giacomini e Giustina (2019)...”Hospitalidade é uma
palavra originária do Latim hospitalitate e signi�ca o ato de hospedar; a qualidade de quem é
hospitaleiro; a liberalidade que se pratica, alojando gratuitamente alguém; e por extensão
acolhimento afetuoso”.
A hospitalidade no Turismo evidencia-se muito mais ampla do que primeiramente se imaginava, ela deverá
estar presente em todas as atividades relacionadas com o turismo, desde a facilitação (ingresso,
permanência, deslocamentos internos e saída dos visitantes), o desenvolvimentoda infraestrutura
(rodovias, portos, aeroportos, obras viárias, saneamento, energia, equipamentos sociais), os transportes e
comunicações (terrestres, aéreos, marítimos, �uvial e telecomunicações), a educação e capacitação
(formação de recursos humanos para o setor em níveis distintos) e prestação de serviços (alojamentos
hoteleiros, transportadores, restaurantes e similares, diversão e entretenimento, agências de viagens e
locadoras). ( DALPIAZ; DAGOSTINI; GIACOMINI; GIUSTINA et al., 2019 ).
Segundo Lashley; Morrison (2004), se faz necessário uma amplitude na de�nição de
hospitalidade, é preciso ampliar os campos onde a hospitalidade atua de forma que possam ser
pontuados e de�nidos de forma mais didática. Segundo o autor, as atividades relacionadas com
a hospitalidade seriam separadas por "social", "privado" e "comercial".
Colocando de modo simples, cada domínio representa um aspecto da oferta de hospitalidade, que é tanto
independente como sobreposto. O domínio social da hospitalidade considera os cenários sociais em que
hospitalidade e os atos ligados à condição de hospitalidade ocorrem junto com os impactos sociais sobre a
produção e o consumo de alimentos, bebidas e acomodação. O domínio privado considera o âmbito das
questões associadas à oferta de trindade no lar, assim como em consideração ao impacto do
relacionamento entre an�trião e hóspede. O domínio comercial diz respeito à oferta de hospitalidade
enquanto atividade econômica e inclui as atividades dos setores tanto privado quanto público. ( LASHLEY;
MORRISON, 2004, p.6 ).
Portanto conforme proposto, falar sobre hospitalidade sem detalhá-la em sua complexidade se
torna inapropriado, pois podemos confundir o seu real signi�cado. É necessário um estudo
mais aprofundado sobre o tema uma vez que este é um dos grandes atrativos de se planejar
uma viagem é ser tratado com hospitalidade.
Síntese
Por todos esses aspectos apresentados ao longo da matéria, é possível concluirmos que o
estudos do turismo é mais complexo do que se imagina. Entender sobre a cultura do outro é se
aprofundar na história humana, escolhendo os aspectos com os quais se deseja trabalhar. O
estudo do patrimônio não é apenas um fator isolado, envolve política, economia, e
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principalmente respeito. Existe grande facilidade hoje na busca de materiais pois devido a
globalização, hoje temos acesso rápido a informações.
Através do conhecimento que adquiridos, é possível, hoje pesquisarmos sobre um país,
conhecer seu idioma e estudar sua língua em cursos online , fazer amizades através de redes
sociais, estudar uma cidade e até suas ruas por mapas virtuais, conhecer um museu via internet
, saber sobre a comida e as festividades locais tudo sem sair de casa. Porém, para o pro�ssional
de turismo, já não é tão simples, pois ele vai além desses conhecimentos, ele tem mais
sensibilidade, pois sabe o que é um patrimônio e reconhece o valor que ele representa,
conhece a complexidade de sua manutenção – o que faz com que seja responsável, não
somente pela diversão do seu cliente, mas também responsável indiretamente pela
manutenção do local ao desenvolver um tour responsável.
Portanto, dentro do tema abordado nesta unidade, podemos concluir que compreendemos
sobre:
● Os impactos do turismo sobre o patrimônio. 
● Entender o que signi�ca a Globalização no geral e para o turismo. 
● Identi�car as características da preservação do Patrimônio Cultural. 
● Compreender o funcionamento dos instrumentos de Preservação do Patrimônio Cultural. 
● Compreender como se deu a história da hospitalidade e sua importância no processo de
turismo.
Download do PDF da unidade
Bibliografia
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