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1 T4 Intoxicação ( migração pela embalagem)

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20
Universidade Federal Fluminense
Escola de Engenharia Industrial Metalúrgica de Volta Redonda
Departamento de Engenharia de Agronegócios
Embalagem de Produtos Agroindustriais
INTOXICAÇÃO POR MATERIAIS DE EMBALAGENS PARA O ALIMENTO
Fernanda de Oliveira
Jéssica Raquel
	 Ramon Barros
Volta Redonda, 29 de fevereiro de 2016.
Sumário
	Introdução...............................................................................................03
	Migração.................................................................................................04
	Legislação..............................................................................................05
	Materiais para embalagens.....................................................................06
4.1. Celulósicos.......................................................................................08
4.2. Elastoméricos...................................................................................10
4.3. Plásticos...........................................................................................10
4.4. Vidro e Cerâmica..............................................................................16
4.5. Metálicos...........................................................................................17
	Conclusão...............................................................................................19
Referências.............................................................................................20
	Introdução
Atualmente, vem crescendo a preocupação do consumidor com os alimentos em relação aos reflexos sobre a saúde e o meio ambiente. Cada vez mais produtos que exploram atributos ligados a estas preocupações vêm ganhando espaço no mercado e a preferência dos consumidores (GONÇALVES; PASSOS; BIEDRZYCKI, 2008).
A segurança de alimentos se refere a pratica de medidas que permitem controlar da entrada de qualquer agente que promova risco à saúde e integridade física do consumidor, ou seja, resulta do controle de todas as etapas da cadeia produtiva. Dessa forma as embalagens estão diretamente relacionadas a esse tema, uma vez que estão presentes desde o acondicionamento do produto na indústria, o transporte, o armazenamento, até a mesa do consumidor. (1)
Os materiais utilizados nas embalagens devem ser especificados para assegurar a compatibilidade com o alimento em contato, não sendo um veículo de contaminação, tendo-se em conta que os materiais de embalagens não são totalmente inertes, podendo transferir seus componentes para o alimento. Esta compatibilidade da embalagem com o alimento refere-se à segurança de que as substâncias que venham a migrar da embalagem para o alimento não causem alterações nas características sensoriais dos alimentos ou a incorporação de agentes tóxicos que possam tornar os produtos impróprios para o consumo (FERNANDES; GARCIA; PADULA, 1987).
	Migração
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), migração é a transferência de componentes do material em contato com alimentos para estes produtos. A migração depende de inúmeros fatores, dentre eles: composição e processo de fabricação do material de embalagem, concentração da substância no material, composição do alimento, afinidade dos componentes do alimento pela substância e tempo e temperatura de contato.
A ANVISA também estabelece outras definições a cerca de migração, são eles:
	Migração total ou global é a quantidade de componentes transferida dos materiais em contato com alimentos, nas condições usuais de emprego, na elaboração e no armazenamento ou nas condições equivalente de ensaio; 
Migração específica é a quantidade de um componente não polimérico particular de interesse toxicológico transferida dos materiais em contato com alimentos para os alimentos ou seus simulantes, nas condições equivalentes de ensaio; 
Limite de migração total ou global é a quantidade máxima admissível de componentes do material em contato com os alimentos transferidos aos simulantes sob as condições de ensaio; 
	Limite de migração específica é a quantidade máxima admissível de um componente específico do material em contato com alimentos transferidos aos simulantes, nas condições de ensaio;
	Limite de composição é a quantidade máxima permitida de um componente particular de interesse toxicológico no material em contato com alimentos.
O processo de migração não ocorre igualmente com todos os materiais de embalagens para alimentos, como a transferência dos componentes presentes na monocamada da superfície interna do plástico para os alimentos. Neste caso, o coeficiente de migração se aproxima de zero, ou seja, a migração do componente da embalagem para o alimento é mínima, não ocorrendo alteração nas características do produto (FERNANDES; GARCIA; PADULA, 1987). O que determinará o potencial dessa migração de contaminantes é da concentração do contaminante, tempo de contato entre alimento e o material e as propriedades físico-químicas dos componentes do sistema.
	Legislação
De acordo com o artigo 8º da Lei n. 9782/99 é atribuída à Anvisa a competência de regulamentar, controlar e fiscalizar os produtos e serviços que envolvam risco à saúde pública, dentre eles, embalagens para alimentos, e ainda as instalações físicas e tecnologias envolvidas no processo de produção.Os regulamentos relacionados às embalagens incluem as embalagens e materiais que entram em contato direto com alimentos e são destinados a contê-los, desde a sua fabricação até a sua entrega ao consumidor, com a finalidade de protegê-los de agente externos, de alterações e de contaminações, assim como de adulterações.
A legislação sanitária de embalagens está organizada por tipo de material, ou seja: plástico, celulósico, metálico, vidro, têxtil e elastomérico. Além disso, algumas normas estabelecem princípios gerais referentes a materiais em contatos com alimentos e requisitos específicos que se aplicam a alguns materiais.
A resolução referida específica os materiais que podem entrar em contato direto com o alimento e as quantidades máximas de substâncias que podem migrar da embalagem para o alimento acondicionado, por meio da Lista Positiva. O objetivo dessa regulamentação está na restrição ao uso de componentes potencialmente tóxicos na composição do material e no controle de migração. 
A Lista Positiva é uma relação dos componentes das embalagens que não apresentam riscos no contato com os alimentos, desde que sejam observadas as restrições, como limites de migração específica e limite de composição, quando existente. Estes componentes são incluídos nessa lista positiva quando documentos técnicos e científicos asseguram que não existe risco para a saúde, caso venham a migrar para o produto alimentício (PADULO; ITO, 2006).
Os regulamentos sobre embalagens são harmonizados no Mercosul e, portanto, qualquer alteração nestes regulamentos requer discussão e consenso naquele âmbito. Para fins de regulamentação de embalagens, o Mercosul utiliza como referências regulamentos de embalagens e materiais para contato com alimentos da Comunidade Européia, do Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos da América e do Instituto Alemão de Avaliação de Risco (BfR), entre outras.
	Materiais
As embalagens e equipamentos que entrem em contato direto com os alimentos devem ser fabricados em conformidade com as boas práticas de fabricação (BPF) e nas condições normais ou previsíveis de emprego que não produzam migração para os alimentos de componentes indesejáveis, tóxicos ou contaminantes em quantidades que superem os limites máximos estabelecidos de migração total ou específica e que possam representar risco à saúde humana ou ocasionem uma modificação indesejável na composição dos alimentos ou nas características sensoriais dos mesmos.
	De acordo com a resolução RDC 91- 2001 são reconhecidos os seguintes tipos de materiais que compõe as embalagens e equipamentos para alimentos:
	Materiais plásticos, incluídos os vernizes e revestimentos;Celulose regenerada;
Elastômeros e borrachas;
Vidro;
Metais e suas ligas;
Madeira, incluindo a cortiça;
Produtos têxteis;
	Ceras de parafina e microcristalinas;
Outros.
É necessário destacar que os materiais mencionados anteriormente ou combinações dos mesmos estão sujeitos a regulamentos específicos bem como as regras básicas de amostragem, métodos de análise e aos princípios estabelecidos.
É possível também que alguns tipos de materiais reciclados sejam reutilizados como embalagens para alimentos em contato direto. Abaixo segue a tabela que os indica.
É importante ressaltar que somente os materiais que tiverem contato direto com o alimento devem atender à legislação sanitária. 
	Para a avaliação da migração dos contaminantes para os materiais são utilizados simulantes. Produtos que imitam o comportamento de um grupo de alimentos que tem características semelhantes. 
	Do ponto de vista da interação com o alimento com embalagens e equipamentos, os alimentos são classificados de acordo com o quadro 1.
Quadro 1: Tipos de alimentos.
Fonte:ANVISA
	O quadro 2 representa os simulantes de alimento, com a finalidade de realizar ensaios de migração de embalagens. 
Quadro 2: Composição de cada simulante.
Fonte:ANVISA
	No quadro 3 podem ser vistos os simulantes indicados para cada tipo de alimento.
Quadro 3: Tipo de alimento e o respectivo simulante. 
Fonte:ANVISA
	
	
	As condições de tempo e temperatura dos ensaios com os simulantes são padronizados de forma a simular a condição real de uso da embalagem testada.
4.1. Celulósicos
Responsável por materiais celulósicos está a Portaria 177/99. Esta portaria se aplica a embalagens e equipamentos de materiais celulósicos destinados a entrar em contato com alimentos e matérias primas. Aplica-se também a embalagens compostas por vários materiais, sempre que a face em contato com o alimento seja celulósica, devendo cumprir com os limites de migração específica para os elementos: Cádmio (Cd), Arsênio (As), Cromo (Cr), Mercúrio (Hg) e Chumbo(Pb). Além dos elementos Antimônio (Sb) Boro (B) Bário (Ba) Cobre (Cu) Estanho (Sn) Fluor (F) Prata (Ag) Zinco (Zn), quando estes formem parte da composição das embalagens e equipamentos.
Quadro 4: Elementos e enfermidades associadas
Elemento
Limites em mg/kg
Enfermidades associadas
Arsênio
3
Câncer de pele e fígado, feridas na pele.
Chumbo
10
Mudança de personalidade, dores de cabeça, convulsões, coma.
Mercúrio
2
Falha de memória, tremores, depressão, levar a vida vegetativa, anemia.
Cádmio
2
Cancerígeno, causa hipertensão e problemas associados ao coração. 
Zinco
25
Convulsões, vômitos, erupções na pele podendo levar a morte.
Zinco e cobre somados
50
Fonte: ANVISA
Excluem-se aquelas embalagens e equipamentos celulósicos destinados a entrar em contato com alimentos que necessariamente são descascados para seu consumo (ex: frutas, nozes com cascas etc) sempre e quando se assegure que não modifiquem as características organoléticas do alimento e não cedam substâncias prejudiciais para a saúde.
Não se aplica às embalagens secundárias fabricadas com produtos celulósicos (papel, papelão, cartão) sempre que se assegure que não entram em contato com alimentos.
Nessa portaria temos de maneira geral os requisitos necessários para fabricação das embalagens e equipamentos celulósicos em contato com alimentos e suas características, tais como: lista positiva; métodos de ensaios de migração e detecção de substâncias para verificação do atendimento às substâncias e limites estabelecidos na portaria e suas atualizações.
 RDC 130/02 modificou a Portaria 177/99 no subitem 2.10, alterando os níveis máximos de bifenilas policloradas e pentaclorofenol e incluiu a sentença além de não poder apresentar migração de compostos antimicrobianos. Isso se fez devido à necessidade de harmonização com o Regulamento Mercosul GMC 20/00.
A RDC 129/02 determina os requisitos para Regulamento técnico sobre material celulósico reciclado.
A RDC 218/02 surgiu para compatibilização dos regulamentos brasileiros ao regulamento Mercosul GMC 68/00, e abrange os requisitos do “Regulamento Técnico sobre Tripas Sintéticas de celulose regenerada em contato com alimentos” incluindo lista positiva de sustâncias permitidas com ou sem restrição e seus limites, quando aplicável.
Vale ressaltar que, nesse tipo de embalagem, por ser constituída de um material de características fibrosas, se estabelece um contato muito íntimo entre o material de sua composição e o alimento e se estabelece um equilíbrio com as substâncias de formulação que poderia permitir a migração de muitos desses componentes ao alimento.  Portanto, é muito importante a formulação correta do material celulósico e que seja assegurada a qualidade e a adequação sanitária de cada uma das matérias primas e aditivos empregados, bem como também da embalagem final.
4.2. Elastoméricos
	
O eslastômero se trata de material macromolecular que retorna rapidamente a, aproximadamente, suas dimensões e formas inicias após a deformação.
Responsável por materiais elastoméricos está a RDC 123/01. Esta portaria se aplica a embalagens e equipamentos de materiais Elastoméricos destinados a entrar em contato com alimentos e matérias primas. Aplica-se também a embalagens compostas por vários materiais, sempre que a face em contato com o alimento seja elastomérica.
Nessa resolução temos de maneira geral os requisitos necessários para fabricação das embalagens e equipamentos elastoméricos em contato com alimentos e suas características, tais como: lista positiva dos polímeros, agentes de reticulação, aditivos, de substâncias de adesivos; métodos de ensaios de migração e detecção de substâncias para verificação do atendimento às substâncias e limites estabelecidos na portaria e suas atualizações.
4.3. Plásticos
A contaminação dos alimentos por meio da migração de substâncias químicas provenientes das embalagens plásticas pode não somente alterar as características sensoriais dos produtos, como também causar a exposição do consumidor a substâncias com potencial tóxico (ARVANITOYANNIS & BOSNEA, 2004). 
Às embalagens plásticas, aplicam-se a Resolução n. 105/99 (disposições gerais); a Resolução RDC n. 56/12 (lista positiva de monômeros); a Resolução RDC n. 17/08 (aditivos para materiais plásticos). Além disso, existem outros regulamentos relacionados a materiais plásticos como a Portaria n. 987/98 (RT para embalagens descartáveis de PET multicamada destinadas ao acondicionamento de bebidas não alcóolicas carbonatadas); a Resolução n. 124/01 (RT sobre preparados formados de películas à base de polímeros e/ou resinas destinadas ao revestimento de alimentos); a Resolução n. 146/01 (aprova o processo de deposição de camada interna de carbono amorfo em garrafas de PET virgem); a Resolução RDC n. 20/08 (RTs obre embalagens de PET-PCR) e a Resolução RDC n. 51/10 (migração); a RDC n. 52/10(Corantes).
A lista positiva da Resolução RDC n. 56/12 é uma lista principalmente de monômeros, que formam os polímeros para saber se estão aprovados. 
Todas as substâncias usadas na produção de plásticos para aplicações em contato com alimento devem estar nas listas positivas definidas nas Regulações RDC n.56/2012 e RDC n.17/2008.
Entre outros, os plásticos mais utilizados como recipientes de alimentos são: polietileno, polipropileno, poliestireno, policloreto de vinila, acetato de polivinila, cloreto de polivilinideno, poliésteres, acetatos de celulose e outros.
4.3.1. Bisfenol
A proibição de bisfenol aplica-se somente a mamadeiras e artigos similares destinados à alimentação de lactentes. Para as demais aplicações, existem limites de migração para essa substância definidos nas Resoluções RDC n. 56/2012 e 17/2008, que devem ser observados para qualquer material que se destine ao contato com alimentos (embalagens, equipamentos e utensílios), frente a incertezas relacionadas ao nível seguro de exposição a esta substância, pois não existem no Brasil dados que permitam avaliar os impactos imediatos desta medida na saúde infantil. Após a ingestão,essa substância pode provocar uma série de alterações no metabolismo humano, favorecendo o ganho de peso, o desenvolvimento de alguns tipos de câncer, e outras consequências relacionadas à obesidade. O acúmulo dessa substância no organismo, além de outras toxinas, pode ainda favorecer a ocorrência de sintomas largamente ignorados ou não atribuídos à alimentação, tais como cansaço, sonolência, dores de cabeça freqüentes, hiperatividade ou agressividade, alteração do crescimento infantil e maturação sexual precoce.
4.3.2. PET
Não há restrições quanto ao uso do PET para bebidas alcoólicas. A verificação dos requisitos de segurança (limites de migração e composição) previstos nas Resoluções RDC n.56/2012 e RDC n.17/2008 para materiais plásticos se aplicam, também, às bebidas alcoólicas. Estes requisitos devem ser determinados de acordo com os critérios estabelecidos nas Resoluções RDC n.51/2010 e RDC n.52/2010. A escolha do material de embalagem é uma opção do fabricante em função das especificações de qualidade do seu produto.
4.3.3. PVC
Os filmes comercializados para acondicionar alimentos são constituídos do polímero de policloreto de vinila (PVC). Estes aditivos são usados para conferir ao filme flexibilidade, porém, quando estes se encontram em contato direto com o alimento poderão migrar do filme para o alimento, sendo incorporados na concentração de até 40%, já que estes plastificantes não são totalmente ligados ao plástico. Os alimentos podem se contaminar após 30 minutos de contato com o PVC.  Estudos comprovam que este material é classificado como prováveis carcinogênicos humanos. Ratos e camundongos alimentados com ftalatos mostraram um aumento de cânceres de fígado em comparação com animais que não foram alimentados com estas substâncias, também aos rins e ao pulmão bem como anormalidades no sistema reprodutivo e o desenvolvimento sexual. Já seus efeitos tóxicos são pouco conhecidos. 
  
4.3.4. Estireno
O contato com o estireno ocorre no momento em que se bebe um líquido quente, como o café. Pesquisas indicam que a quantidade de estireno liberada pelos copos, em 10 minutos de contato, está em torno de 13,6 e 49,3ng/ml-I. A norma do ministério da Saúde restringe a 20ng/ml-I o índice.
4.3.5. Acrilonitrila
O monômero acrilonitrila, usado na obtenção de embalagens flexíveis de poliacrilonitrila e de copolímeros, é uma substância altamente tóxicas. Os efeitos à exposição de acrilonitrila não são específicos e estão relacionados principalmente a problemas respiratórios e gastro-intestinal, ao sistema nervoso central, fígado e ao rim. A contaminação por acrilonitrila em alimentos embalados em resinas de ABS (copolímero de acrilonitrila, butadieno e estireno) ou de AS (acrilonitrila e estireno) foi verificada e sendo encontrado até 0,05 mg/kg. Estudos posteriores com solventes simulando alimentos demonstram que a migração desse monômero ocorre com ácido acético a 4%; álcool a 20%, entre outros compostos. De acordo com os estudiosos, resinas com mais de 10 ppm de acrilonitrila não devem ser usadas para recipientes de alimentos contendo álcool.
4.3.6. Dioxina 
A substância química dioxina pode causar câncer, especialmente câncer do seio, são altamente venenosas para as células dos nossos corpos.
A tabela 1 apresenta o teor dos materiais permitidos e seus respectivos limites de acordo com a legislação.
Tabela 1: Limite de migração em embalagens plásticas
Fonte: ANVISA
4.4. Vidro e Cerâmica
A portaria n.º 27, de 18 de março de 1996 regulamenta as normas técnicas que se aplicam se a embalagens e equipamentos de vidro ou cerâmica (esmaltada ou vitrificada) que entram em contato direto com alimentos durante sua produção, elaboração, fracionamento, armazenamento, distribuição, comercialização e consumo.
De acordo com o Ministério da Saúde, os vidros são materiais sólidos que possuem uma estrutura atômica molecular não cristalina, obtidos, de modo geral, pelo resfriamento de uma massa fundida em condições controladas que impeçam sua cristalização. Podem ser incolores ou coloridos. Apenas alguns tipos de vidros podem entrar em contato com alimentos como embalagens ou equipamentos fabricados sendo eles: vidro borossilicato; vidro sódio-cálcico e cristal.
As embalagens e equipamentos de cerâmica, vidro ou metal, esmaltados ou vitrificados na face em contato com alimentos, nas condições previsíveis de uso, não podem ceder para os alimentos substâncias indesejáveis, tóxicas ou contaminantes que representem um risco para a saúde humana, em quantidades superiores aos limites de migração específica estabelecidos.
Os elementos destacados neste regulamento são os metais pesados cádmio e chumbo. A portaria 27/96 indica os limites de migração específica estabelecida de acordo com as categorias:
Categoria 1: objetos que não possam ser preenchidos e objetos que possam ser preenchidos cuja profundidade interna entre o ponto mais baixo e o ponto mais horizontal que passe pela borda superior seja inferior ou igual a 25 mm:	
	chumbo: 0,8 mg/dm²;
cádmio: 0,07 mg/dm².
	Categoria 2: todos os demais objetos que possam ser preenchidos:
	chumbo: 4,0 mg/kg;
cádmio: 0,3 mg/kg.
	Categoria 3: utensílios de cozinha, embalagens e recipientes de armazenamento que tenham capacidade superior a 3 litros:
	 chumbo: 1,3 mg/kg;
 cádmio: 0,1 mg/kg.
4.5. Metálicos
	A legislação regulamenta aspectos técnicos pela RDC nº. 20, de 22 de março de 2007 as embalagens, revestimentos, utensílios, tampas e equipamentos elaborados com materiais metálicos, revestidos ou não, que entram em contato com alimentos e suas matérias primas durante sua produção, elaboração, transporte, distribuição e armazenamento.
	De acordo com a resolução, na elaboração de embalagens e equipamentos metálicos, podem ser empregados os seguintes materiais (Lista Positiva):
	Matérias-primas metálicas;
Revestimentos poliméricos;
Coadjuvantes de fabricação;
Cimentos termoplásticos.
	O quadro 4 apresenta os limites de migração específica (LME) dos elementos a determinar para embalagens metálicas seguindo as normas da RDC n 52.
Quadro 4: Permissão de uso de materiais de embalagem reciclados para entrar em contato com alimento, com regulamentações pertinentes
Fonte: ANVISA
A determinação do conteúdo de metais e metalóides nos extratos deve ser realizada utilizando técnicas espectrométricas de quantificação com sensibilidade adequada para verificar o cumprimento dos limites estabelecidos. As embalagens devem cumprir com os limites estabelecidos no regulamento.
	Conclusão 
A grande variedade de materiais empregados como materiais de embalagem para contato com alimentos proporcionam à indústria e ao mercado consumidor produtos de alta qualidade e maior vida-de-prateleira, com grande alcance de distribuição.
 No entanto a garantia da segurança dos alimentos relacionada à embalagem, não depende somente se a mesma acondicionará o produto, garantirá sua conservação e qualidade, pois ela pode ser via de contaminação por migração por agentes da sua composição. Estes agentes podem apresentar em sua constituição substâncias químicas de potencial tóxico sendo assim sua utilização controlada por órgãos regulamentadores.
Conclui-se então a importância de respeitar tais normas, pois para cada tipo de alimento há uma embalagem especifica que possibilitará que o mesmo chegue de forma segura aos consumidores.
Referências
VIEIRA, A. “A importância do comportamento do consumidor e a segurança dos alimentos“ Disponível em:<http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=3102> Acesso em 11 de fevereiro de 2016. (1)
“Embalagens” Disponível em:< http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/Anvisa+ Portal/Anvisa/Inicio/Alimentos/Assuntos+de+Interesse/Embalagens > Acesso em 11 de fevereiro de 2016.
“Perguntas e Respostas sobre Materiais em contato com alimentos “ Disponível em:< http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/90666300462 a38a5ba4abfec1b28f937/Embalagens.pdf?MOD=AJPERES> Acesso em 11de fevereiro de 2016.
FABRIS, S, et al “Embalagens plásticas: tipos de materiais,contaminação de alimentos e aspectos de legislação “ Disponível em:< http://www.sbtox.org.br/Revista_SBTox/V19%5B2%5D%202006/V19%20n%202%20Pag%20059-070.pdf

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