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Lei de Ohms .............................................................................. 3 
Potência Elétrica .................................................................... 13 
Formas de energia ................................................................. 16 
Usina hidrelétrica ................................................................... 18 
Corrente alternada ................................................................. 21 
Triângulo de potência ............................................................. 23 
Referências Bibliográficas ....................................................... 30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
Lei de Ohms 
Aula 02 
Olá alunos, sejam bem-vindos à segunda aula de eletricidade 
básica, nela será ensinado a respeito de uma grandeza sempre 
presente nos circuitos de distribuição elétrica, a resistência elétrica. 
Será relacionado também a resistência elétrica com a tensão elétrica, 
tema visto na aula anterior. 
A resistência elétrica é largamente utilizada nos circuitos 
elétricos em todos os níveis, desde as coisas mais simples até as 
grandes aplicações industriais, na Figura 1 é possível observar vários 
tipos de resistências disponibilizadas no mercado consumidor, além de 
modelos específicos para uso industrial, utilizados em eletrônica, por 
exemplo. 
 
Figura 1 – Tipos de resistências 
 
 
Temos, por exemplo, a resistência variável que possui três 
pontos de conexão. 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Figura 2 – Resistência variável 
 
 
Há também as resistências para fogões, que são largamente 
utilizadas em pequenos apartamentos e flats. Há também a resistência 
para ferro de solda e por fim uma muito conhecida por todos, a 
resistência usada nos chuveiros elétricos residenciais. 
A resistência elétrica na verdade é a oposição que um 
determinado material oferece a passagem da corrente elétrica. Essa 
oposição é maior ou menor, de acordo com o tipo de material, se ele é 
bom condutor ou se é mau condutor de eletricidade. 
Os materiais isolantes, por exemplo, têm uma resistência alta e 
em função disso oferecem maior dificuldade a passagem de corrente 
elétrica. 
Na Figura 3 é possível observar dois condutores e a indicação de 
uma corrente na entrada em ambos. 
Vale a pena dizer que quando um material é isolante, a sua 
resistência a passagem de energia elétrica pode ser traduzida em calor, 
até mesmo bons condutores apresentam esta característica quando 
sobrecarregados. Por isso é comum observar casos de incêndios 
relacionados ao aquecimento de condutores em instalações elétricas. 
 
 
 
5 
 
 
Figura 3 – Condutores e indicação de corrente elétrica 
 
 
Com a análise da Figura 4 é possível compreender melhor porque 
os cabos aquecem. Na figura é possível observar duas imagens, com 
indicações de corrente representadas com a mesma capacidade. No 
primeiro caso a corrente será conduzida por um cabo adequado com 
capacidade (diâmetro do cabo) suficiente para suportá-la na sua forma 
normal. Somente assim o cabo não irá aquecer e a corrente irá circular 
livremente. 
Figura 4 – Resistência e aquecimento de cabo 
 
 
Primeiro Caso Segundo caso 
 
No segundo caso a mesma corrente irá circular por um cabo com 
capacidade insuficiente, de diâmetro menor. A corrente terá então que 
forçar a sua passagem, essa força que ela faz para circular é que gera 
o aquecimento do cabo. 
6 
 
 
Agora vamos conhecer uma propriedade da resistência elétrica, 
que será detalhada com maior precisão no estudo da lei de Ohm, a 
capacidade de controlar a circulação de corrente em um circuito. 
Como exemplo, pode ser observada a Figura 5, nela são 
demonstrados dois circuitos, ambos com tensão aplicada de 220V. A 
corrente variou no circuito A e no circuito B, ou seja, foi aplicada uma 
tensão igual e a corrente não foi a mesma nos dois circuitos, isso 
aconteceu porque as resistências das duas cargas apresentam valores 
diferentes; sendo que a primeira é de 100 Ohm e a segunda de 50 
Ohm. 
Figura 5 – Variação da corrente elétrica nos circuitos A e B 
 
 
Observe que quando a resistência aumenta a corrente diminui. 
Em uma resistência de 50 Ohm a corrente é 4,4 A; em uma resistência 
de 100 Ohm a corrente diminuiu para 2,2 A. Essa é a propriedade de 
controlar a corrente elétrica que a resistência apresenta nos circuitos 
elétricos. 
Como observado em aulas anteriores, a unidade de medida da 
corrente elétrica é o Ampère, representado pela letra A; a unidade de 
medida da tensão é o Volt representado pela letra V. Da mesma forma 
que a corrente e a tensão, a resistência também pode ser medida com 
equipamentos e a sua unidade de medida padrão é o Ohm, 
representado pela letra grega ômega Ω. Como nas outras unidades 
padrão ela também possui múltiplos e submúltiplos. 
 
7 
 
 
 
 KiloOHM 1KΩ = 1000Ω 
 Múltiplos MegaOHM 1MΩ = 1 000 000Ω 
 GigaOHM 1GΩ = 1 000 000 000Ω 
OHM 
 miliOHM 1mΩ = 0,001Ω 
 Submúltiplos microOHM 1µΩ = 0,000001Ω 
 nanoOHM 1ηΩ = 0,000000001Ω 
 
Para fazer o registro da resistência elétrica em um circuito é 
necessário ter um equipamento chamado Ohmímetro. 
 
Figura 6 - Ohmímetro 
 
 
Agora você já conhece as principais grandezas elétricas que serão a 
base do estudo de eletricidade, são elas: 
 Tensão elétrica. 
 Corrente elétrica. 
 Resistência elétrica. 
8 
 
 
Essas grandezas estão relacionadas entre si por uma das leis 
mais importantes e fundamentais da eletricidade que é conhecida como 
a lei de Ohm. 
 
Figura 7 – Lei de Ohm 
 
 
Na Figura 8 temos um exemplo de como a Lei de Ohm relaciona 
a corrente elétrica com a tensão e com a resistência de um circuito. 
 
Figura 8 – As relações na Lei de Ohm 
 
 
Em outro exemplo, Figura 9, é possível observar que quando a 
resistência é de 5 Ohm e a tensão é variável, se ela for aumentada a 
corrente tende a aumentar na mesma proporção. 
9 
 
 
 
Figura 9 – Circuitos com resistência de 5 Ohm 
 
 
Assim é possível afirmar que a corrente elétrica é diretamente 
proporcional à tensão elétrica e que quando ela é aumentada a 
corrente também será aumentada na mesma proporção, isso é válido 
quando a resistência é mantida constante. 
No exemplo da Figura 10, é mantida uma tensão de 30 volts e 
os valores da resistência elétrica são diferentes; nesse circuito temos 
uma resistência de 5Ω e uma resistência de 10Ω. Perceba que ao 
aumentar a resistência a corrente do circuito tende a diminuir na 
mesma proporção. 
Figura 10 – Circuitos com resistências de 5 e 10 Ohm, respectivamente 
 
 
Dessa forma, podemos afirmar que a corrente é inversamente 
proporcional à resistência do circuito, ou seja, se mantivermos a 
10 
 
 
tensão constante e aumentarmos o valor da resistência à 
corrente tende a diminuir. 
Diante do que foi ensinado em relação a tensão, corrente e 
resistência elétrica, nós vamos utilizar a Figura 11 para fazer uma 
analogia da ação de cada um dos componentes em um circuito elétrico. 
Nesta figura temos representado o condutor, que é o caminho da 
corrente elétrica, que por sua vez será impulsionada pela tensão 
elétrica (Volt), que tem como função gerar o deslocamento da corrente 
(Amp) pelo condutor. O deslocamento pode ocorrer com maior ou 
menor facilidade, tudo depende da força da resistência elétrica(Ohm). 
Em outras palavras, a tensão impulsiona a corrente que terá que 
enfrentar a força da resistência para conseguir seguir o seu caminho. 
 
Figura 11 – Componentes de um circuito elétrico 
 
 
Os valores dessa relação podem ser calculados utilizando a Lei 
de Ohm, como já foi visto anteriormente essa lei faz a relação entre a 
corrente elétrica, a tensão elétrica e a resistência elétrica. 
A fórmula da Lei de Ohm afirma que a corrente elétricaé igual 
ao valor da tensão elétrica dividida pelo valor da resistência elétrica do 
circuito, é necessário saber manipulá-la para calcular qualquer uma 
dessas grandezas, desde que duas dessas grandezas sejam 
conhecidas. 
 
11 
 
 
Figura 12 – Usando a lei de Ohm 
 
 
O cálculo de qualquer uma dessas grandezas é bastante simples, 
basta utilizar o triângulo da Lei de Ohm. Para isso você deve cobrir com 
a sua mão a unidade que deseja calcular e observar no triângulo se 
será necessário multiplicar ou dividir valores. 
Por exemplo, se você deseja calcular a corrente elétrica, basta 
cobrir a unidade da corrente elétrica(I), e você terá a fórmula que 
estabelece a divisão da tensão elétrica(V) pela resistência (R) do 
circuito. Em outro caso, por exemplo, suponha que você queira calcular 
a resistência (R), basta que cubra esta unidade, então você terá a 
fórmula que divide a tensão elétrica (V) pela corrente elétrica (I). E por 
fim, caso o seu desejo seja realizar o cálculo da tensão elétrica(V), 
você precisa cobrir esta variável no triângulo para perceber que deverá 
realizar a multiplicação da resistência elétrica (R) pelo valor da corrente 
elétrica (I). 
Esta regra básica pode ser usada para a resolução de grande 
parte dos exercícios desta aula. 
Verifique a seguir a funcionalidade da Lei de Ohm, no exemplo a 
seguir foi mantido o valor da tensão e variado o valor da resistência. 
12 
 
 
Você pode perceber que quando é aumentado o valor da 
resistência, os valores da corrente elétrica diminuem, dessa maneira 
pode-se concluir que a corrente elétrica é inversamente proporcional à 
resistência elétrica. Caso seja feito o contrário, for diminuído o valor 
da resistência, os valores da corrente aumentam e o princípio continua 
sendo o mesmo. 
Figura 13 – Calculando a corrente elétrica com o valor da tensão mantido 
 
 
Por fim, segue a relação da corrente elétrica com a tensão 
elétrica, neste cálculo é possível observar que se for mantida uma 
resistência com valor constante e for aumentado o valor da tensão 
elétrica, a corrente irá aumentar de maneira proporcional de acordo 
com o aumento da tensão. Da mesma maneira, se for diminuído o valor 
da tensão elétrica, a corrente irá diminuir de forma proporcional. Assim 
é possível afirmar que a corrente elétrica é diretamente proporcional à 
tensão elétrica. 
 
 
 
 
13 
 
 
Figura 14 – Calculando a corrente elétrica com valores diferentes de tensão 
 
 
Potência Elétrica 
Com todo os conhecimentos adquiridos até aqui é possível 
conhecer outro componente importante nos circuitos elétricos, a 
potência elétrica, que age diretamente com as demais grandezas 
citadas anteriormente. 
Na natureza nada se cria tudo se transforma, esta frase de 
Lavoisier, famoso químico francês do século XVII, pode também ser 
usada quando o assunto é energia elétrica. Há diversos exemplos 
práticos da transformação de energia elétrica em outras formas de 
energia, por exemplo, quando ligamos um ventilador a energia elétrica 
faz o motor girar, criando energia mecânica, capaz de impulsionar a 
hélice, que realiza a circulação do ar. 
Outro exemplo, bastante comum, é o aquecimento do ferro de 
passar roupa. Nesse tipo de transformação é possível verificar a 
transformação de energia elétrica em energia térmica. Assim como ao 
acender uma lâmpada, a energia elétrica está sendo transformada em 
energia luminosa. 
Os exemplos citados anteriormente, são apenas alguns dentre os 
muitos relacionados a capacidade de trabalho que as cargas possuem. 
14 
 
 
Porém, essa transformação de energia não ocorre sem os componentes 
citados anteriormente nesta aula, já que a potência depende 
diretamente da tensão elétrica aplicada à corrente e do valor da 
resistência elétrica. 
 
Potência Elétrica 
Pela Lei de Ohm: V = R · I 
Vimos que: P = V · I 
 
Então podemos escrever: 
P = (R · I) · I P = R · I2 
𝐏 = 𝐕 ∙
(𝐕)
𝐑
 𝐏 = 𝐕
𝟐
𝐑
 
 
Colocando a equação de potência no triângulo, utilizado 
anteriormente para o cálculo da lei de Ohm, podem ser usados os 
mesmos critérios para o cálculo das grandezas solicitadas e da 
potência, desde que se tenha os valores de tensão elétrica e corrente 
elétrica. 
 
Figura 15 – Cálculo de potência com o uso do triângulo 
 
 
Na fórmula exibida na Figura 15 é possível perceber que o valor 
da resistência não está presente. Isso ocorre porque há outra forma de 
15 
 
 
determinar a potência, com o valor da resistência. O cálculo consiste 
na multiplicação da resistência pela correte elétrica elevada ao 
quadrado. 
 
 
A potência, assim como outras grandezas, possui um 
equipamento específico para o registro das suas medidas, seu nome é 
wattímetro. 
Figura 16 – Wattímetro 
 
 
O wattímetro possui características específicas, ele utiliza a 
tensão elétrica e a corrente elétrica para o cálculo da potência. Pode-
se dizer então que é como se houvesse, ao mesmo tempo, um 
amperímetro e um voltímetro ligados internamente neste aparelho, 
realizando essas duas leituras simultaneamente e retornando o valor 
dessa relação para o visor do aparelho. 
Isso acontece, porque dentro do wattímetro existem bobinas de 
corrente ligadas em série com rede e bobinas de tensão ligadas em 
paralelo com a rede, da mesma maneira que ocorre com um 
amperímetro e um voltímetro. 
 
16 
 
 
Formas de energia 
O foco dessa aula é a energia elétrica, porém é necessário ter 
conhecimento que há outras formas de energia na natureza e o que é 
feito para transformar essa energia em produção de trabalho. A seguir, 
nesta apostila, vamos demonstrar alguns exemplos de energia 
facilmente encontradas na natureza. 
Há, por exemplo, a energia solar, captada por células 
fotovoltaicas e enviada para baterias onde é armazenada e 
posteriormente transformada em energia elétrica. 
 
Figura 17 – Células fotovoltaicas para a captação de energia solar 
 
 
A energia hidráulica também é bastante conhecida. Como pode 
ser visto na Figura 18, uma represa possui uma imensa energia 
hidráulica, que por sua vez é utilizada em usinas hidrelétricas para a 
produção de energia elétrica. 
 
 
 
 
17 
 
 
Figura 18 – Represa de usina hidrelétrica 
 
 
A energia mecânica está presente em diversos momentos do 
nosso dia a dia, como por exemplo no funcionamento de motores de 
ventiladores ou geradores de energia elétrica. 
 
Figura 19 – Gerador de energia elétrica 
 
 
Por último, e não menos importante, há também a energia eólica 
produzida pelo vento; conhecida pelo seu método limpo e sustentável. 
 
 
18 
 
 
Figura 20 – Energia eólica 
 
 
 
A seguir você poderá conhecer melhor um grande exemplo de 
transformação de energia muito comum no Brasil, a energia 
hidrelétrica, já citada anteriormente. 
Usina hidrelétrica 
 
Figura 21 – Esquema de usina hidrelétrica 
 
 
19 
 
 
Neste tipo de usina, a energia é gerada a partir da água 
armazenada em represas, esta água é conduzida através de um duto 
que vai até as turbinas, a força da água é responsável pela rotação das 
turbinas, que por sua vez aciona os geradores de energia. 
Como pode ser observado as transformações de energia se 
sucedem. Primeiro se tem a energia hidráulica, quando há a força da 
vazão da água para os dutos da usina, depois a energia mecânica 
necessária para a rotação das turbinas e por último a energia elétrica 
quando os geradores são acionados. 
Após a geração da energia elétrica ela é distribuída, isso pode ser 
observado na Figura 22. 
Como foi visto anteriormente, o início de tudo é a criação de uma 
represa, onde a água é armazenada e a força da sua vazão é capaz de 
movimentar os turbogeradores, que por sua vez produzem energia 
elétrica. 
Essa energia possui elevados níveis de tensão que é adequada 
através do uso de transformadores de transmissão. Após isso, a 
energia é conduzida pelas linhas de transmissão,disponibilizadas em 
torres de aço, até o seu destino que são as subestações de 
transmissão. 
Nessas subestações, a energia é direcionada para outras 
subestações que irão alimentar os transformadores responsáveis por 
levar a energia elétrica para os consumidores comerciais, residenciais 
e industriais. 
Toda a energia fornecida e consumida é calculada por medidores 
específicos, lembrando que o registro dessa energia é realizado em kW 
hora(quilowatt), sendo que 1 kW: 1000w. 
 
 
 
20 
 
 
Figura 22 – Geração e transmissão de energia através de usinas hidrelétricas 
(1) 
 
 
 
 
O consumo de energia é o tempo que a carga permanece ligada. 
Por exemplo, uma carga de 6000 W mantida ligada por 30 minutos 
(0,5h). Lembre-se que a medida é feita em KW/h, então 6.000 W são 
6kW, esse valor deve ser multiplicado pelo tempo que a carga ficou 
ligada, meia hora. Assim é possível obter P= 6 x 0,5 = 3 Kw/h, que foi 
o consumo de carga. 
 
 
 
 
 
21 
 
 
Figura 23 - Geração e transmissão de energia através de usinas hidrelétricas (2) 
 
 
Corrente alternada 
As aulas anteriores são todas voltadas para a corrente contínua, 
porém a partir de agora é importante aprender a diferenciar esse tipo 
de corrente da corrente alternada. 
A Figura 24 mostra uma corrente contínua versus o tempo. É fácil 
perceber que ela se mantém constante e não vai ter o seu sentido 
alterado independente do tempo decorrido. Isso quer dizer que a 
corrente sempre vai ter uma polaridade fixa, com um polo positivo e 
outro negativo. 
Figura 24 – Tensão contínua e corrente contínua 
 
A corrente contínua é largamente utilizada e pode ser encontrada 
em pilhas, baterias e na maioria dos circuitos eletrônicos de 
equipamentos elétricos. 
22 
 
 
Agora que já foi compreendido o que é corrente contínua é 
necessário aprender a respeito de corrente alternada. 
A corrente alternada está sempre presente no nosso dia a dia, 
após a sua geração ela é transformada e distribuída por todas as partes 
da cidade. A corrente alternada também é utilizada nas pequenas e 
grandes indústrias para a alimentação de motores de pequeno e 
grande porte. Além disso, esse tipo de corrente é responsável pelo 
funcionamento de grande parte dos eletrodomésticos utilizados em 
residências. 
 
Figura 24 – Corrente alternada 
 
 
Na Figura 26 é possível observar o deslocamento da corrente nos 
circuitos de corrente alternada na relação e tempo versus a corrente 
alternada. Veja que a corrente partiu de um ponto com valor igual a 0, 
foi até o valor máximo positivo, retornou ao valor 0, foi até o valor 
mínimo negativo e novamente retornou a 0. 
23 
 
 
Figura 26 – Tensão alternada e corrente alternada 
 
 
Essa alternância de polaridade positiva para negativa sempre 
será constante, o que justifica o uso do termo corrente alternada. Para 
completar um ciclo a corrente leva determinado tempo, que recebe o 
nome de período de onda, que pode ser medido em segundos. 
No Brasil usamos a corrente alternada de 60 ciclos por segundo. 
De forma bem explicada, isso significa que o período que o ciclo leva 
para se completar é de 1 segundo dividido por 60, que por sua vez é a 
frequência dessa corrente alternada. Isso mostra também que cada 
ciclo leva aproximadamente 16 milésimos de segundo para acontecer. 
 
Figura 27 – Variações de uma corrente alternada 
 
 
 
Triângulo de potência 
Agora é preciso entender como funciona a potência em corrente 
alternada. Quando o assunto era direcionado para a corrente contínua, 
foi possível observar que a potência ativa em circuitos de corrente 
24 
 
 
contínua era igual a tensão multiplicada pela corrente e esse produto 
oferecia um resultado medido em Watts. 
 
Figura 28 – Cálculo da potência de corrente alternada 
 
 
Pode- se dizer que na corrente contínua nós temos apenas um 
tipo de potência, chamada de potência real, porém nos circuitos de 
corrente alternada a potência possui diversas particularidades, sendo 
composta por três tipos diferentes com características específicas cada 
um. São elas: 
 A potência aparente. 
 A potência ativa. 
 A potência reativa. 
Elas podem ser relacionadas trigonometricamente no chamado 
triângulo das potências. 
Figura 29 – Triângulo das potências 
 
25 
 
 
A potência aparente é a potência total disponibilizada na rede 
por uma concessionária. Essa potência pode ser calculada através da 
multiplicação da tensão versus a corrente, o resultado é oferecido em 
quilovolt-ampere. 
Figura 30 – Potência aparente 
 
 
Pap = V · I (S = V · I) 
 
Um exemplo prático do uso dessa denominação são os 
transformadores, equipamentos especificados em KVA, a potência total 
disponível. Como já observado em aulas anteriores um KVA equivale a 
1.000 VA, assim podemos adquirir transformadores de 15 KVA, 30 
KVA, 75 KVA, etc. 
A potência ativa é a potência real utilizada pelas cargas, é a 
energia que está sendo convertida em trabalho pelo equipamento. Ela 
pode ser calculada pela fórmula potência igual a resistência vezes a 
corrente elevada ao quadrado. 
 
 
O resultado deste cálculo é oferecido na unidade de Watts. 
Para compreender a potência reativa é preciso conhecer antes 
o fator potência. 
26 
 
 
Este fator é a relação entre os dois tipos de potências citados 
anteriormente, a potência aparente e a potência ativa. Para o cálculo 
do fator é necessário dividir o valor da potência ativa pelo valor da 
potência aparente. 
Fp = P / Pap 
 
O resultado dessa relação é capaz de nos mostrar o quanto de 
potência total está sendo efetivamente transformada em trabalho. 
O valor conforme podemos ver aqui pode ser representado de 
forma decimal variando de 0 - 0,3 - 0,5 e 0,9 ou de forma percentual 
sendo 10%, 40%, 50%, 90% etc. 
No triângulo das potências o fator de potência é representado 
pela letra grega “fi”, ele é o cosseno do ângulo formado entre a 
potência ativa e a potência aparente. 
 
Figura 31 – Fator potência 
 
 
Quando é estudado trigonometria, é ensinado que no plano 
cartesiano o eixo horizontal é correspondente ao eixo dos cossenos e 
o eixo vertical corresponde ao eixo dos senos. Então de acordo com 
posicionamento das potências no triângulo nós podemos afirmar que a 
potência ativa é igual a potência aparente multiplicada pelo cosseno do 
ângulo formado entre as duas potências. 
Mas aqui nós vemos P igual a V vezes o cosseno “fi”. 
27 
 
 
P = V x I x Cosφ 
 
Isso porque a potência aparente é igual a V vezes I. 
Se por acaso a potência for trifásica, deve ser acrescentada a raiz 
de 3 a essa equação. 
Como pode ser observado, nesta fórmula é necessário o valor da 
potência aparente, ou seja, ela pode ser calculada desde que se saiba 
que a potência ativa é igual a V vezes I vezes a raiz de 3 vezes o 
cosseno “fi”. 
P = Pap x √3x Cosφ 
 
Ainda de acordo com o triângulo das potências, é possível afirmar 
que a potência reativa vai ser igual a potência aparente vezes o seno 
do ângulo “fi”. 
Pr = Pap x Senφ 
 
Pr = V x I x Senφ 
 
A potência reativa é dada em var (Volt-Ampère reativo). 
Novamente temos o triângulo das potências, agora para a análise 
da relação entre seno, cosseno e as potências. 
 
Figura 32 – Seno e cosseno da potência reativa 
 
28 
 
 
Na Figura 32 é possível perceber como é realizada a relação 
trigonométrica entre o seno, cosseno e as potências. Observe que é 
usado o seno e cosseno em potências diferentes, nesse caso há a 
potência real igual a potência aparente vezes o cosseno do ângulo “fi”; 
mas por que o cosseno do ângulo “fi”? 
Porque a potência real está formando o vértice com a potência 
aparente e esse é o eixo dos cossenos. Assim pode se afirmar que a 
potência real, que está nos eixos dos cossenos, é igual a potência 
aparente que forma um vértice com ela, multiplicada pelo cosseno do 
ângulo que as duas formam. Então a potência real é iguala potência 
aparente vezes o cosseno do ângulo “fi”. 
A mesma coisa ocorre com a potência reativa, observe que o seu 
eixo forma um vértice com a potência ativa e com a potência real, mas 
o que importa é o que vem até o ângulo. Assim pode-se afirmar que a 
potência reativa é igual a potência aparente, que formou o vértice com 
ela, multiplicada pelo seno do ângulo “fi”, porque a potência reativa 
está no eixo dos senos. 
Essas são as informações que precisam ser conhecidas e fixadas 
para o cálculo de potência com qualquer valor. 
 
Após essas considerações é possível afirmar que a potência 
reativa representa a potência da energia utilizada para a produção de 
campos magnéticos, necessários para o funcionamento de diversos 
tipos de carga, tais como transformadores, motores e outras cargas 
não lineares. 
Para facilitar ainda mais o seu entendimento, a seguir vamos 
utilizar uma analogia clássica e bastante conhecida. 
Observe um copo de cerveja, a potência ativa pode ser 
representada pela porção líquida, que será usada para matar a sede, 
ou seja é a potência ativa que será usada realmente pelas cargas. A 
espuma não possui função nenhuma, ela não serve para matar a sede, 
29 
 
 
mas ocupa espaço, nesta analogia ela representa a potência perdida 
durante o funcionamento de um circuito, em outras palavras é a 
potência reativa. O copo todo é a soma da cerveja, potência ativa; com 
a espuma, potência reativa, resultando na potência aparente. 
Com essa analogia conseguimos claramente entender os três 
tipos de potência. Lembrando que a potência ativa é o que realmente 
utilizado, a potência reativa é o que é perdido, e a potência aparente 
é a soma das duas. 
 
Figura 33 – Analogia das potências com um copo de cerveja 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
Referências Bibliográficas 
 
ALBUQUERQUE, R. Análise de circuitos em corrente contínua. 
15.ed., São Paulo: Érica, 1998. 
 
BOYLESTAD, R. Introdução à análise de circuitos. 10.ed.São Paulo: 
Pearson Prentice-Hall, 2004. 
 
CAPUANO, F.; MARINO, M. Laboratório de eletricidade e 
eletrônica. 15.ed. São Paulo: Érica, 1998. 
 
GUSSOW, M. Eletricidade básica. 2.ed., São Paulo: Pearson Makron 
Books, 1997. 
 
LOURENÇO, A.; CRUZ, E.; CHOUERI JR., S. Circuitos em corrente 
contínua. 4.ed., São Paulo: Érica, 1998. 
 
MAHMOOD, N. Teoria e problemas de circuitos elétricos. 4 ed. 
Porto Alegre: Bookman, 2005. 
 
MENDONÇA, R.; SILVA, R. Eletricidade básica. Curitiba: Editora do 
Livro Técnico, 2010. 
 
WOLSKI, B. Circuitos e medidas elétricas. Curitiba: Base Editorial, 
2010.

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