Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CENTRO UNIVERSITÁRIO TOCANTINENSE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS DEPARTAMENTO DE MEDICINA MÓDULO: Tecnologia de Informação e Comunicação (TICs) ALUNO: Marcos Felipe Menezes Magalhães TUTOR: Mário PERÍODO: 4° Atividade: Encaminhe uma resenha com o funcionamento do Sistema CRISPR- Cas9, incluindo os tipos possíveis de reparo no DNA. Desenvolvido a partir de mecanismos moleculares do sistema imunológico bacteriano, o sistema CRISPR possibilita a edição do genoma através de clivagem do DNA por uma endonuclease (Cas9) a partir de uma sequência de RNA, que é capaz de se parear com as bases de uma sequência-alvo. A estrutura genética do CRISPR, no sistema bacteriano, é constituída de repetições palindrômicas curtas, agrupadas e interespaçadas. As repetições e os espaçadores, quando transcritos, formam o RNA guia, que serve para direcionar a enzima Cas9 ao alvo (neste caso, a sequência do vírus parasita). A proteína Cas9 e o RNA guia, podem ser introduzidos in vitro em outras células e direcionados a locais específicos do genoma, para que provoquem quebras na fita dupla. Após esta clivagem, a maquinaria molecular intrínseca do organismo, responsável pela correção de erros no genoma, é utilizada para alterar a sequência de DNA, adotando a modificação e fazendo a célula perder sua versão mutada. Desta forma, o sistema pode ser utilizado tanto para reparar mutações e gerar proteínas funcionais. As quebras de duplas fitas podem ser reparadas por duas vias distintas, o HDR (reparo direcionado à homologia) ou a NHEJ (junção final não homóloga). Geralmente, o mecanismo mais acionado é a NHEJ, predominante na fase G1, S e G2 do ciclo celular. Ele faz incorporação de nt aleatórios na região de quebra, sendo um sistema propenso a erros devido às inserções aleatórias que frequentemente causam mutações indels (inserções e deleções). Por esse motivo, esse sistema pode ser empregado para a eliminação de expressão gênica. Por causa das mutações indels, a NHEJ promove alterações na fase de leitura da sequência. Por outro lado, o sistema de reparo HDR utiliza um DNA doador projetado como molde para a síntese de um segmento de DNA novo na região de quebra, caracterizando seu mecanismo de recombinação homóloga. Esse sistema pode ser usado para introdução de transgenes ou na edição extremamente precisa do genoma, uma vez que o DNA molde é projetado com uma sequência genética específica. Dessa forma, quando um DNA molde é inserido junto ao sistema CRISPR, o HDR é ativado e pode servir de base para a inserção de uma sequência homóloga; mas, na ausência desse modelo, o sistema NHEJ se encontra operante. Essa estratégia pode ser fundamental quando a neoplasia é originada de um oncogene, que pode ser deletado pelo sistema CRISPR-Cas9. CORRELAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA A partir desses conhecimentos é possível inferir que o sistema imune bacteriano possui mecanismos moleculares que possibilitam a edição do genoma através de clivagem do DNA e reparo de erros genéticos, por meio do sistema CRISPR. Essas informações são úteis na prática a fim de que o médico possa aplicar essas descobertas em terapias e tratamentos em neoplasias e outras patologias. Para nós estudantes de medicina, esse conhecimento é relevante para nosso aprendizado, uma vez que permite uma melhor compreensão sobre o sistema imunológico bacteriano e suas aplicações na engenharia genética. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Amanda SR; SOUZA, Cleide B. Sistema CRISPR-Cas9: uma alternativa terapêutica para neoplasia pulmonar. J Bras Patol Med Lab, v. 57, p. 1-9, 2021. AREND, Marcela Corso; PEREIRA, Jessica Olivaes; MARKOSKI, Melissa Medeiros. O Sistema CRISPR/Cas9 e a possibilidade de edição genômica para a cardiologia. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 108, p. 81-83, 2017.
Compartilhar