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2 Sistema Estadual de Redes em Direitos Humanos FORTALECENDO A POLÍTICA DA CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE Belo Horizonte 2021 3 Ficha técnica Governador do Estado de Minas Gerais Romeu Zema Neto Secretária de Estado de Desenvolvimento Social Elizabeth Jucá de Melo e Jacometti Subsecretário de Direitos Humanos Duílio Silva Campos Coordenadora do SER-DH Bárbara Amelize Costa Elaboração técnica Mariana Ferreira Bicalho Revisão técnica Bárbara Amelize Costa Pâmela Guimarães Silva Ilustração da capa e diagramação Juliana Nunes de Alcântara 4 Fortalecendo a política da CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE Sumário Apresentação .............................................................................................................................5 1. A política de proteção e promoção da criança e do adolescente ...........................................6 1.1 A doutrina da proteção integral ........................................................................................ 6 1.2 Do sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente (SGD) ............................. 7 1.2.1 Da defesa dos direitos humanos .............................................................. 8 1.2.2 Da promoção dos direitos humanos ....................................................... 12 1.2.3 Do controle da efetivação dos direitos humanos ......................................13 2. A política de proteção e promoção da juventude ...................................................................15 2.1 Das diretrizes das políticas públicas de juventude .......................................................... 15 2.2 Do Sistema Nacional de Juventude - SINAJUVE ............................................................ 16 2.3 Dos Conselhos de Juventude ......................................................................................... 17 3. O papel da escola na proteção e promoção dos direitos da criança, do adolescente e da juventude ...................................................................................................................................19 3.1 O SIMA nas escolas ......................................................................................................... 20 Referências bibliográficas .........................................................................................................23 5 Fortalecendo a política da CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE Apresentação A presente apostila foi construída para ser uma ferramenta de consulta prática e, também, um local de primeiras noções sobre as políticas de proteção e promoção de direitos da criança, do adolescente e da juventude. Nesses termos, não preten- de esgotar e nem, tampouco, apresentar todos os níveis de complexidades e deba- tes dialógicos atualmente envolvidos nas políticas vinculadas a essas temáticas. A linguagem aqui adotada priorizará a fluidez, apresentando-se menos tecnicista, principalmente para servir como um material de apoio àquelas e aqueles que vão se deparar com o tema pela primeira vez. Por isso, o material está organizado da seguinte maneira: na primeira e segunda parte, serão apresentadas as principais características das políticas de proteção e promoção dos direitos da criança e do adolescente e da juventude. Em seguida, será detalhado o papel da escola na rede de proteção e promoção de direitos e os benefícios do uso do SIMA pelas escolas. Esperamos que as informações possam ser úteis e que abram caminhos para pes- quisas cada vez mais aprofundadas sobre o assunto. Equipe SER-DH 6 Fortalecendo a política da CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE 1. A política de proteção e promoção da criança e do adolescente 1.1 A doutrina da proteção integral A doutrina da proteção integral nasceu, politicamente, com a Declaração dos Direitos da Criança de 1959. De acor- do com essa doutrina, a criança goza de todos os direitos, sem distinção ou discriminação por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição, quer sua ou de sua fa- mília. No Brasil, a Constituição da República de 1988 ratificou os valores políticos consagrados na Declaração dos Direi- tos da Criança, especialmente nos arti- gos 227 e 228, que dispõem que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionaliza- ção, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discrimi- nação, exploração, violência, crueldade e opressão, e que são penalmente inim- putáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação espe- cial. Em 1989, com a Convenção sobre os Di- reitos da Criança das Nações Unidas, a doutrina da proteção integral passou a ganhar força coercitiva. A partir da Con- venção, os Estados signatários passa- ram a ser responsáveis por assegurar os direitos fundamentais da criança. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de 1990, regulamentou os precei- tos constitucionais, a partir de três pila- res centrais (AMIN, 2021, p. 67): 1. Criança e adolescente são sujei- tos de direito; 2. Afirmação de sua condição pecu- liar de pessoa em desenvolvimen- to, e, portanto, sujeita a uma legis- lação especial e protetiva; 3. Prioridade absoluta na garantia de seus direitos fundamentais. A Constituição da República de 1988 e o Estatuto da Criança e do Adolescente, inauguraram um novo paradigma nas políticas públicas para crianças, ado- lescentes e jovens. Antes, prevalecia a doutrina da situação irregular, que en- xergava e atuava apenas com crianças, adolescentes e jovens em situação irre- gular, ou seja, limitava a atuação públi- ca a questões de carência e/ou delinqu- ência: privação de saúde ou educação em virtude da ação ou omissão dos 7 Fortalecendo a política da CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE pais; menores vítimas de maus-tratos; autores de infração penal ou “desvio de conduta” (AMIN, 2021, p. 71). Na doutrina da situação irregular, a rede de atendimento era restrita aos órgãos da justiça e da assistência social. Era comum a adoção de práticas segrega- tivas, com a condução dos menores a internatos ou institutos de detenção mantidos pela Febem. Não havia preo- cupação em manter os vínculos fami- liares e comunitários. Na maioria dos casos, a família ou as relações comuni- tárias, ambientes ou atividades contrá- rias aos “bons costumes”, eram vistos como as causas da situação irregular do menor. Em outras palavras, a atua- ção pública estava centrada nos resul- tados e não nas causas dos problemas enfrentados por crianças e adolescen- tes (AMIN, 2021, p. 71). A partir da Constituição de 1988, do ECA e dos tratados e convenções interna- cionais que o país se tornou signatário, politicamente, a criança e o adoles- cente passaram a ser compreendidos como sujeitos de direitos, detentores de direitos fundamentais e destinatá- rios diretos das políticas públicas. Essas legislações asseguram que a criança e o adolescente gozem de to- dos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo competência da família, da sociedade e do Estado exercício desses direitos. 1.2 Do sistema de garantia de di- reitos da criança e do adolescente (SGD) O Sistema de Garantias e Direitos da Criança e do Adolescente (SGD) tem como objetivo efetivar a Doutrina da Proteção Integral, garantindo o exercí- cio por todas as crianças e adolescen- tes dos direitos assegurados nas legis- lações nacionais e internacionais. A Resolução nº 113, de 19 de abril de 2006, do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – CONAN- DA, dispõe sobre os parâmetros para a institucionalização e fortalecimento do SGD. O SGD visa articular e integraras diver- sas áreas das políticas públicas, essen- ciais para o exercício dos direitos huma- nos das crianças e dos adolescentes, como saúde, educação, assistência so- cial, trabalho e segurança pública. Por isso, integra vários subsistemas, como, por exemplo, os Sistema Único de Saú- de – SUS, Sistema Único de Assistência Social – SUAS, Sistema Educacional e o Sistema Nacional de Atendimento So- cioeducativo – Sinase. Conforme as legislações vigentes, os órgãos públicos e as organizações da sociedade, que integram o SGD, devem exercer suas funções, a partir de três eixos estratégicos de ação: • defesa dos direitos humanos; • promoção dos direitos humanos; • controle da efetivação dos direi- tos humanos. 8 Fortalecendo a política da CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE 1.2.1 Da defesa dos direitos huma- nos No eixo defesa dos direitos humanos, busca-se a garantia do acesso à justiça. Neste eixo, destaca-se a atuação dos: • Órgãos judiciais, especialmente as varas da infância e da juventu- de, as varas criminais especiali- zadas, os tribunais do júri, comis- sões judiciais de adoção, tribunais de justiça e as corregedorias; • Órgãos público-ministeriais, es- pecialmente as promotorias de justiça, centros de apoio opera- cional, procuradorias de justiça, procuradorias gerais de justiça e corregedorias do Ministério Públi- co; • Defensorias públicas, serviços de assessoramento jurídico e assis- tência judiciária; • Advocacia geral da união e as pro- curadorias gerais dos estados; • Polícia civil judiciária; • Polícia militar; • Conselhos tutelares; • Ouvidorias; • Entidades sociais de defesa de di- reitos humanos. Importante destacar que o acesso à justiça deve ser assegurado por qual- quer dos órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pú- blica, sendo assegurado a assistência judiciária integral e gratuita às crianças e adolescentes que necessitarem. Poder Judiciário O Poder Judiciário é responsável por exercer a jurisdição, isto é, é responsá- vel por aplicar o direito no caso concre- to. O sistema judiciário é dividido em duas grandes esferas: federal e estadual. A Justiça da Infância e Juventude (Título VI, Capítulo II, ECA) pertence à esfera estadual. Entre as competências da Justiça da Infância e da Juventude, destaca-se: • conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes; • aplicar penalidades administrati- vas nos casos de infrações contra norma de proteção à criança ou adolescente; • conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as medidas cabíveis; • conhecer de pedidos de guarda e tutela; • conhecer de ações de destituição do poder familiar, perda ou modifi- cação da tutela ou guarda; • conhecer de ações de alimentos; • fiscalizar as instituições de aten- dimento às crianças e adolescen- tes. Ministério Público O Ministério Público é o órgão respon- sável por assegurar à criança e ao ado- lescente a proteção de todos os seus direitos. 9 Fortalecendo a política da CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE O art. 201 do ECA dispõe de uma série de atribuições judiciais e extrajudiciais para defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes pelo Ministério Públi- co, entre elas: • promover e acompanhar os pro- cedimentos relativos às infrações atribuídas a adolescentes; • promover e acompanhar as ações de alimentos e os procedimentos de suspensão e destituição do po- der familiar, nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães; • promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos interesses individuais, difusos ou coletivos relativos à infância e à adolescência; • zelar pelo efetivo respeito aos di- reitos e garantias legais assegu- rados às crianças e adolescentes, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis; • inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e os programas previstos no ECA; • requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços médi- cos, hospitalares, educacionais e de assistência social, públicos ou privados, para o desempenho de suas atribuições. Conselho Tutelar O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarre- gado pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente (art. 131, ECA), ou seja, o órgão não pode ser extinto e não está subordinado politicamente a qualquer órgão do Poder Público. Ressalta-se que a autonomia do órgão não impede a fiscalização das ativida- des pelo Ministério Público e/ou a análi- se ou revisão das atividades pelo Poder Judiciário. O Conselho Tutelar é formado por pes- soas escolhidas pela sociedade e tem competência de adotar providências concretas para defesa dos direitos in- dividuais das crianças e dos adoles- centes. Importante destacar que é um órgão colegiado, em que as decisões coletivas se sobrepõem aos interesses isolados de cada conselheiro tutelar. Diferente dos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente, os Conse- lhos Tutelares não têm competência de deliberação de políticas públicas, mas de promoção de ações efetivas de pro- teção dos direitos das crianças e dos adolescentes, em medidas não jurisdi- cionais. Diante de um caso concreto de violação de direitos, cabe ao Conselho Tutelar decidir a melhor forma de prote- ger a criança ou o adolescente. Ressalta-se que o Conselho Tutelar é um órgão de natureza administrativa e, por isso, não exerce jurisdição, não ten- do competência para apreciar ou jul- gar conflitos de interesse. Quando for o caso, compete ao Conselho Tutelar encaminhar os casos para autoridade judiciária (TAVARES, 2021B). De acordo com art. 136 do ECA, são atri- buições do Conselho Tutelar: 10 Fortalecendo a política da CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE A. Aplicação de medidas de proteção Cabe ao Conselho Tutelar, a partir da análise de cada caso concreto, aplicar as medidas protetivas para que cessem as ameaças ou violações de direitos da criança ou do adolescente em situação de violência. As medidas podem ser aplicadas de forma isolada ou cumula- tivamente. As medidas previstas no art.101 do ECA são: • encaminhamento aos pais ou res- ponsável, mediante termo de res- ponsabilidade; • orientação, apoio e acompanha- mento temporários; • matrícula e frequência obrigatória em estabelecimento oficial de en- sino fundamental; • inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de prote- ção, apoio e promoção da família, da criança e do adolescente; • requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; • inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxi- cômanos; • acolhimento institucional. Ressalta-se que o Conselho Tutelar não pode incluir ou alocar crianças e adolescentes em programas de acolhi- mento familiar ou famílias substitutas. Essas medidas competem à autoridade judiciária. Se, no exercício das suas atri- buições, o Conselho Tutelar compreen- der pela necessidade de afastamento da criança ou adolescente do convívio familiar, deverá encaminhar o caso ao Ministério Público. A única exceção é no caso de crimes em flagrante ou de risco iminente à vida ou à integridade fí- sica da criança ou do adolescente. Nes- ses casos, qualquer um pode afastar a criança e o adolescente do convívio fa- miliar, incluindo o Conselho Tutelar (TA- VARES, 2021b). Compete ao Conselho Tutelar também aplicar as medidas específicas de pro- teção às crianças que praticam ato infracional. Não cabe ao Conselho Tu- telar repreender ou punir a criança ou adolescente ou praticar atividades de cunho investigatório, mas protegê-la (TAVARES, 2021b). B. Atendimento e aconselhamento aos pais ou responsável Aos Conselhos Tutelares também com- pete atender e aconselhar pais ou res- ponsáveis, com aplicação, nos casos necessários, das seguintes medidas: • encaminhamento a serviços eprogramas oficiais ou comunitá- rios de proteção, apoio e promo- ção da família; • inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxi- cômanos; • encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; • encaminhamento a cursos ou pro- gramas de orientação; 11 Fortalecendo a política da CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE • obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua frequên- cia e aproveitamento escolar; • obrigação de encaminhar a crian- ça ou adolescente a tratamento especializado; • advertência. Questões referentes à perda da guarda, destituição da tutela, suspensão e a ex- tinção do poder familiar são de compe- tência do Poder Judiciário. C. Promoção da execução de suas deci- sões Para execução de suas decisões, o Con- selho Tutelar pode requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança e representar junto à auto- ridade judiciária nos casos de descum- primento injustificado de suas delibe- rações. Encaminhamento ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direi- tos da criança ou adolescente e enca- minhamento à autoridade judiciária os casos de sua competência Providências sobre medida estabele- cida pela autoridade judiciária, para o adolescente autor de ato infracional. D. Expedição de notificações O Conselho Tutelar pode notificar que algo ocorreu. Por exemplo, expedir no- tificação ao Diretor ou Coordenador da Escola que foi determinada medida de proteção ao aluno A ou notificar os pais para que cumpram e monitorem a frequência escolar dos filhos. Notificar quer dizer dar ciência de determinado ato ou fato que tenha gerado ou gere consequências jurídicas (TAVARES, 2021b). Todavia, não compete ao Conselho Tu- telar convocar pessoas para compare- cer na sua sede e/ou diante do não com- parecimento do convocado, executar atividade com caráter de penalidade. E. Requisição de certidões de nasci- mento e de óbito de criança ou adoles- cente quando necessário. F. Assessoramento do Poder Executivo local na elaboração da proposta orça- mentária para planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente. G. Representação, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direi- tos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal. H. Oferecimento ao Ministério Público de representação, para efeito das ações de perda ou suspensão do poder familiar quando esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adoles- cente na família natural. I. Promoção e incentivo, na comunida- de e nos grupos profissionais, de ações de divulgação e treinamento para o re- conhecimento de sintomas de maus-tra- tos em crianças e adolescentes. 12 Fortalecendo a política da CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE J. Fiscalização das entidades de aten- dimento. K. Deflagração de procedimento visan- do à apuração da prática de infração administrativa às normas de proteção à criança e ao adolescente. No caso de constatação de infrações administrativas, o Conselho Tutelar deve realizar representação direta à autoridade judiciária ou encaminhar a notícia de fato ao Ministério Público. L. Aplicação de medidas a qualquer pessoa que se utilize de castigo físico ou tratamento cruel ou degradante contra crianças ou adolescentes, como forma de correção, disciplina, educação ou sob qualquer outro pretexto. Ressalta-se que as medidas podem ser aplicadas a qualquer pessoa, isto é, pais, responsáveis, integrantes da fa- mília ampliada, agentes públicos, entre outros. As medidas possíveis são: • encaminhamento a programa ofi- cial ou comunitário de proteção à família; • encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; • encaminhamento a cursos ou pro- gramas de orientação; • obrigação de encaminhar a crian- ça a tratamento especializado; • advertência. 1.2.2 Da promoção dos direitos hu- manos O eixo da promoção dos direitos huma- nos é operacionalizado pela política de atendimento dos direitos da criança do adolescente, prevista no art. 86 do ECA. A política de atendimento da criança e do adolescente pode ser compreendi- da como um conjunto de instituições, objetivos e princípios dirigidos para efetivação dos direitos da população infanto-juvenil (TAVARES, 2021A) e atua de maneira transversal e intersetorial, integrando todas as políticas públicas, a favor da garantia integral dos direitos de crianças e adolescentes. De acordo com ECA, a política de aten- dimento dos direitos da criança e do adolescente, deve ser realizada através de um conjunto articulado de ações go- vernamentais e não governamentais, da União, dos Estados, do Distrito Fe- deral e dos Municípios (art. 86, ECA) e operacionaliza-se através de três tipos de programas, serviços e ações públi- cas (art. 15, Resolução n. 113/2006, do CONANDA): • Serviços e programas de políticas públicas, especialmente das po- líticas sociais, afetos aos fins da política de atendimento dos direi- tos humanos de crianças e ado- lescentes; • Serviços e programas de execu- ção de medidas de proteção de di- reitos humanos; e 13 Fortalecendo a política da CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE • Serviços e programas de execu- ção de medidas socioeducativas e assemelhadas. Dos serviços e programas da política de atendimento dos direitos humanos de crianças e adolescentes Dos programas em geral das políticas pú- blicas De acordo com art. 16 da Resolução n. 113/2006 do CONANDA, as políticas pú- blicas devem assegurar o acesso de to- das as crianças e todos os adolescen- tes a seus serviços, especialmente as crianças e os adolescentes com seus direitos violados ou em conflito com a lei. Dos serviços e programas de execução de medidas de proteção de direitos hu- manos De acordo com art. 17 da Resolução n. 113/2006 do CONANDA, os serviços e programas de execução de medidas de proteção de direitos humanos tem ca- ráter de atendimento inicial, integrado e emergencial, desenvolvendo ações que visem prevenir a ocorrência de amea- ças e violações de direitos humanos de crianças e adolescentes e atender às vítimas imediatamente após a ocorrên- cia dessas ameaças e violações. Os programas e serviços de execução de medidas de proteção de direitos hu- manos ficam à disposição dos órgãos competentes do Poder Judiciário e dos conselhos tutelares. Dos programas de execução de medidas socioeducativas e assemelhadas De acordo com art. 19 da Resolução n. 113/2006 do CONANDA, os programas de execução de medidas socioeduca- tivas são destinados ao atendimento dos adolescentes autores de ato infra- cional, em cumprimento de medida ju- dicial socioeducativa. Os programas se estruturam e organizam por meio do Sistema Nacional de Atendimento So- cioeducativo – SINASE. 1.2.3 Do controle da efetivação dos direitos humanos O controle das ações públicas de pro- moção e defesa dos direitos humanos da criança e do adolescente é exercido pelas instâncias públicas colegiadas próprias, devendo ser assegurado a pa- ridade da participação de órgãos gover- namentais e de entidades sociais, tais como conselhos dos direitos de criança e adolescente, conselhos setoriais de formulação e controle de políticas pú- blicas e os órgãos e os poderes de con- trole interno e externos constitucional- mente instituídos. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente são órgãos públicos, que exercem atividade administrativa e que têm capacidade decisória em rela- ção à infância e à juventude. Entretan- to, diferente dos demais órgãos da Ad- 14 Fortalecendo a política da CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE ministração Pública, os Conselhos têm independência e autonomia em relação ao Poder Executivo. Os Conselhos dos Direitos da Criança e doAdolescente são deliberativos e con- troladores, em todos os níveis federati- vos, das ações relacionadas às políticas públicas de atendimento infanto-juve- nil. Os Conselhos discutem e definem as políticas públicas para população infan- to-juvenil. Não compete ao administra- dor público, discutir o mérito, oportu- nidade e/ou conveniência das decisões dos Conselhos, apenas executar as me- didas administrativas necessárias para seu cumprimento. Além de deliberar e controlar as ações governamentais relacionadas à criança e ao adolescente, os Conselhos também organizam campanhas de promoção de direito e, em alguns casos, na esfera municipal, julgam procedimentos admi- nistrativos-disciplinares de irregulari- dades funcionais de conselheiro tutelar (TAVARES, 2021C). Por outro lado, não compete aos Con- selhos realizar procedimentos com a finalidade de apurar irregularidades em entidades de atendimento ou legislar sobre o funcionamento, composição ou remuneração dos seus membros (TA- VARES, 2021C). 15 Fortalecendo a política da CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE 2. A política de proteção e promoção da juventude • garantir meios e equipamentos públicos que promovam o acesso à produção cultural, à prática es- portiva, à mobilidade territorial e à fruição do tempo livre; • promover o território como espa- ço de integração; • fortalecer as relações institucio- nais com os entes federados e as redes de órgãos, gestores e con- selhos de juventude; • estabelecer mecanismos que am- pliem a gestão de informação e produção de conhecimento sobre juventude; • promover a integração interna- cional entre os jovens, preferen- cialmente no âmbito da América Latina e da África, e a cooperação internacional; • garantir a integração das políticas de juventude com os Poderes Le- gislativo e Judiciário, com o Minis- tério Público e com a Defensoria Pública; e • zelar pelos direitos dos jovens com idade entre 18 (dezoito) e 29 (vinte e nove) anos privados de liberdade e egressos do sistema prisional, formulando políticas de educação e trabalho, incluindo estímulos à sua reinserção social e laboral, bem como criando e estimulando 2.1 Das diretrizes das políticas pú- blicas de juventude De acordo com o Art. 3º do Estatuto da Juventude, os agentes públicos ou privados envolvidos com políticas pú- blicas de juventude devem observar as seguintes diretrizes: • desenvolver a intersetorialidade das políticas estruturais, progra- mas e ações; • incentivar a ampla participação juvenil em sua formulação, imple- mentação e avaliação; • ampliar as alternativas de inser- ção social do jovem, promovendo programas que priorizem o seu desenvolvimento integral e parti- cipação ativa nos espaços decisó- rios; • proporcionar atendimento de acordo com suas especificidades perante os órgãos públicos e pri- vados prestadores de serviços à população, visando ao gozo de di- reitos simultaneamente nos cam- pos da saúde, educacional, políti- co, econômico, social, cultural e ambiental; 16 Fortalecendo a política da CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE oportunidades de estudo e traba- lho que favoreçam o cumprimento do regime semiaberto. 2.2 Do Sistema Nacional de Ju- ventude - SINAJUVE O Estatuto da Juventude instituiu o Sis- tema Nacional de Juventude - SINAJU- VE. O sistema é composto por órgãos e serviços nos âmbitos nacional, estadu- al e municipal. Compete ao poder público federal: • formular e coordenar a execução da Política Nacional de Juventude; • coordenar e manter o Sinajuve; • estabelecer diretrizes sobre a or- ganização e o funcionamento do Sinajuve; • elaborar o Plano Nacional de Po- líticas de Juventude, em parceria com os Estados, o Distrito Fede- ral, os Municípios e a sociedade, em especial a juventude; • convocar e realizar, em conjunto com o Conselho Nacional de Ju- ventude, as Conferências Nacio- nais de Juventude, com intervalo máximo de 4 (quatro) anos; • prestar assistência técnica e su- plementação financeira aos Esta- dos, ao Distrito Federal e aos Mu- nicípios para o desenvolvimento de seus sistemas de juventude; • contribuir para a qualificação e ação em rede do Sinajuve em to- dos os entes da Federação; • financiar, com os demais entes fe- derados, a execução das políticas públicas de juventude; • estabelecer formas de colabora- ção com os Estados, o Distrito Fe- deral e os Municípios para a exe- cução das políticas públicas de juventude; e • garantir a publicidade de informa- ções sobre repasses de recursos para financiamento das políticas públicas de juventude aos conse- lhos e gestores estaduais, do Dis- trito Federal e municipais. Compete aos Estados: • coordenar, em âmbito estadual, o Sinajuve; • elaborar os respectivos planos estaduais de juventude, em con- formidade com o Plano Nacional, com a participação da sociedade, em especial da juventude; • criar, desenvolver e manter pro- gramas, ações e projetos para a execução das políticas públicas de juventude; • convocar e realizar, em conjunto com o Conselho Estadual de Ju- ventude, as Conferências Estadu- ais de Juventude, com intervalo máximo de 4 (quatro) anos; • editar normas complementares para a organização e o funciona- mento do Sinajuve, em âmbito es- tadual e municipal; • estabelecer com a União e os Mu- nicípios formas de colaboração para a execução das políticas pú- blicas de juventude; e 17 Fortalecendo a política da CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE • cofinanciar, com os demais entes federados, a execução de progra- mas, ações e projetos das políti- cas públicas de juventude. Compete aos Municípios: • coordenar, em âmbito municipal, o Sinajuve; • elaborar os respectivos planos municipais de juventude, em con- formidade com os respectivos Planos Nacional e Estadual, com a participação da sociedade, em especial da juventude; • criar, desenvolver e manter pro- gramas, ações e projetos para a execução das políticas públicas de juventude; • convocar e realizar, em conjunto com o Conselho Municipal de Ju- ventude, as Conferências Munici- pais de Juventude, com intervalo máximo de 4 (quatro) anos; • editar normas complementares para a organização e funciona- mento do Sinajuve, em âmbito municipal; • cofinanciar, com os demais entes federados, a execução de progra- mas, ações e projetos das políti- cas públicas de juventude; e • estabelecer mecanismos de coo- peração com os Estados e a União para a execução das políticas pú- blicas de juventude. 2.3 Dos Conselhos de Juventude De acordo com art. 45 do Estatuto da Juventude, os conselhos de juventude são órgãos permanentes e autônomos, não jurisdicionais, encarregados de tra- tar das políticas públicas de juventude e da garantia do exercício dos direitos do jovem. O Conselhos tem os seguintes objeti- vos: • auxiliar na elaboração de políticas públicas de juventude que promo- vam o amplo exercício dos direitos dos jovens estabelecidos nesta Lei; • utilizar instrumentos de forma a buscar que o Estado garanta aos jovens o exercício dos seus direi- tos; • colaborar com os órgãos da ad- ministração no planejamento e na implementação das políticas de juventude; • estudar, analisar, elaborar, discu- tir e propor a celebração de ins- trumentos de cooperação, visan- do à elaboração de programas, projetos e ações voltados para a juventude; • promover a realização de estudos relativos à juventude, objetivando subsidiar o planejamento das polí- ticas públicas de juventude; • estudar, analisar, elaborar, discu- tir e propor políticas públicas que permitam e garantam a integra- ção e a participação do jovem nos 18 Fortalecendo a política da CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE processos social, econômico, po- lítico e cultural no respectivo ente federado; • propor a criação de formas de par- ticipação da juventude nos órgãos da administração pública; • promover e participar de seminá- rios, cursos, congressos e even- tos correlatos para o debate de temasrelativos à juventude; • desenvolver outras atividades re- lacionadas às políticas públicas de juventude. Conforme art. 47 do Estatuto da Juven- tude, são atribuições dos conselhos de juventude: • encaminhar ao Ministério Públi- co notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direitos do jovem garan- tidos na legislação; • encaminhar à autoridade judiciá- ria os casos de sua competência; • expedir notificações; • solicitar informações das autori- dades públicas; • assessorar o Poder Executivo local na elaboração dos planos, programas, projetos, ações e pro- posta orçamentária das políticas públicas de juventude. 19 Fortalecendo a política da CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE 3. O papel da escola na proteção e promoção dos direitos da criança, do adolescente e da juventude Os professores estão constantemen- te lidando com os relatos de violações de direitos e abusos que as crianças, adolescentes e jovens sofrem em suas relações e, por isso, são peças-chave para identificar as situações de risco de violência no cotidiano escolar. Ressalta-se que, de acordo com art. 56 do ECA, os dirigentes de estabeleci- mentos de ensino fundamental deverão comunicar ao Conselho Tutelar os ca- sos de: • maus-tratos envolvendo seus alu- nos; • reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares; • elevados níveis de repetência. Além dos relatos individuais dos alunos aos professores e educadores, as de- núncias de violações de direitos podem partir de entidades estudantis, como grêmio escolar ou organizações esta- duais e nacionais que representam os estudantes. Nesse sentido, é essencial que as escolas mantenham contato di- reto com as entidades estudantis e am- plie sempre que possível os espaços de diálogo e representação dos estudan- tes. Conforme demonstrado anteriormen- te, as políticas de proteção e promoção dos direitos da criança, do adolescente e da juventude preveem uma articula- ção intersetorial, que integra órgãos, serviços, atores públicos e privados na promoção, defesa e controle dos direi- tos humanos das crianças e dos adoles- centes. Nesse sentido, assim como os demais órgãos e atores que atuam na proteção e promoção de direitos, as escolas de- vem trabalhar em rede com órgãos e serviços da assistência social, da saú- de, conselhos tutelares e sociedade ci- vil, na garantia dos direitos de crianças e adolescentes. Ressalta-se que os profissionais da rede de educação fazem parte do SGD e, como os demais atores, têm respon- sabilidades pela efetivação dos direitos humanos da criança e do adolescente e da juventude. Por um lado, os profissionais das esco- las, especialmente os professores, de- vem trabalhar a sensibilidade para de- tectar as alterações comportamentais e compreender as relações familiares sensíveis em que os alunos estão inse- ridos. 20 Fortalecendo a política da CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE Desde a Constituição de 1988, o papel da escola não é apenas de transmitir os conhecimentos básicos das disciplinas, mas também de colaborar na constru- ção da cidadania e do respeito aos di- reitos humanos. Nesse sentido, o pró- prio plano pedagógico deve ter como base a transmissão e conscientização dos direitos humanos assegurados nos tratados internacionais e nas legisla- ções nacionais. Além disso, o papel das escolas na rede de proteção e promoção de direitos também é preventivo. Cabe à rede de educação disseminar a cultura da paz e o respeito à diversidade, bem como orientar e atuar em conjunto com os pais ou responsáveis nesse sentido. Destaca-se que a escola não deve exer- cer suas funções de forma isolada, de- vendo atuar em conjunto com a socie- dade, com os Conselhos Municipais e com os Conselhos Tutelares. As escolas podem, inclusive, mobilizar e organizar a comunidade para propor pautas e de- liberações nos Conselhos. 3.1 O SIMA nas escolas O SIMA é uma ferramenta desenvolvida para entidades governamentais e não governamentais que atuam em Direi- tos Humanos que dispõe de metodo- logias de colhimento e monitoramento de casos de violência e de violações de direitos e metodologias de gestão de projetos para ações de promoção em Direitos Humanos. Com o uso do SIMA, a escola poderá re- gistrar e monitorar os casos de violên- cia e de violações de direitos cadastra- dos, possibilitando melhor integração na rede de proteção e promoção de di- reitos e resultando no maior controle e responsividade pelos órgãos e serviços do Estado. Além do monitoramento dos casos ca- dastrados no sistema, o SIMA possibili- ta, através das tecnologias disponíveis, a produção de relatórios e dados que subsidiarão as ações e as estratégias de atuação de promoção, proteção e defesa de direitos. As metodologias de colhimento, mo- nitoramento e avaliação dos casos de violência utilizadas são baseadas nos parâmetros internacionais de moni- toramento em Direitos Humanos de- finidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) e moldados com as espe- cificidades da América Latina, do Brasil e de Minas Gerais. Inicialmente, os dados socioeconômi- cos e da violência são separados e sis- tematizados. A partir da análise dos da- dos, definiram-se os tipos de violações, os grupos temáticos e os direitos siste- maticamente violados. Os grupos temáticos ou sistematica- mente vulnerabilizados são grupos e sujeitos que historicamente foram sub- metidos às relações de dominação e à condição de invisibilidade e que, por isso, apresentam uma agenda de mobi- lização política, além de subjetividades e identidades que, de forma emergen- 21 Fortalecendo a política da CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE te ou histórica, são invisibilizados ou desqualificados em discursos por não apresentarem características hegemô- nicas. Os tipos de violação são violências, pro- priamente ditas, recorrente e sistema- ticamente cometidas contra os grupos temáticos – tipificadas a partir das ex- periências de privação e exclusão de direitos. Os direitos violados, por sua via, são tipificações das garantias constitucio- nais e internacionalmente previstas e normatizadas. São os grupos temáticos, os tipos de violação e os direitos violados que nor- teiam todo os processos de cadas- tramento, monitoramento e referen- ciamento, garantindo uma gestão de informação, ocorrência, avaliação e in- tegração eficaz. O cadastramento, monitoramento e referenciamento dos casos, via SIMA, pode contribuir com: • a qualidade do atendimento pres- tado às crianças, aos adolescen- tes e aos jovens pelas escolas; • a maior responsividade dos ór- gãos integrantes do SGD nos ca- sos concretos de violência; • a não revitimização das crianças, dos adolescentes e dos jovens em situação de violência; • a reparação dos danos sofridos; • a criação de diagnósticos sobre as violências e violações de di- reitos humanos mais recorrentes na territorialidade da escola e os problemas reiterados da rede de atendimento na região. Para além do monitoramento e avalia- ção dos casos de violação de direitos, o SIMA é uma ferramenta de comparti- lhamento e gestão de ações de promo- ção em direitos humanos, com objetivo de deslocar a culturalidade para formu- lações de juízos morais mais inclusivos e democráticos. Em consonância com o eixo promoção em direitos humanos do SGD, parte-se do pressuposto de que para diminuir as violações de direitos das crianças, dos adolescentes e dos jovens, é necessá- rio tanto maior responsividade dos ór- gãos públicos nos casos concretos de violência, quanto a promoção de valo- res, ideias e convenções sociais mais inclusivas e menos discriminatórias, a partir de ações de promoção. O SIMA tem o objetivo de aperfeiçoar a realização e o desenvolvimento das ações de promoção. Para tanto, dispo- nibiliza o cadastro e a gestão das ações realizadas, desde o planejamento aos resultados alcançados, de modo a pro- piciar uma gerênciaeficaz dos proces- sos e das atividades realizadas. Para o cadastro da ação no SIMA, im- prescindível descrever os dados gerais da ação, como o nome, o público de in- teresse, se é uma data importante em Direitos Humanos, a justificativa para execução, os objetivos específicos - conscientizar sobre direitos, comba- ter o alto índice de violação verificado, 22 Fortalecendo a política da CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE qualificar profissionais, prevenir e/ou trabalhar com potenciais violadores -, e a modalidade da ação - presencial, semipresencial, educação à distância, telepresencial, videoconferência e/ou divulgação online. Após o cadastro dos dados gerais, iden- tificam-se as violações combatidas, os grupos temáticos abordados e os direi- tos promovidos. Além disso, é necessá- rio cadastrar a metodologia utilizada na ação, as entidades parceiras, os locais de atuação e, especialmente, o cadas- tro do tipo de ação e grupos de ação. Ao final, é possível cadastrar os resultados da ação. Portanto, o sistema possibilita às es- colas a gestão de todos os processos inerentes à realização da ação, desde a criação aos resultados, permitindo um maior controle das atividades e, con- sequentemente, maior domínio sobre o processo, cronograma e resultados. As ações abertas ao público e os mate- riais desenvolvidos pelas escolas tam- bém podem ser enviadas para possível disponibilização para o Portal SER-DH. Em síntese, o Portal SER-DH disponibi- liza conteúdo de aprimoramento técni- co aos profissionais e dissemina con- teúdos qualificados e experiências que fomentem as discussões em Direitos Humanos, contribuído diretamente no eixo promoção em direitos humanos do SGD. 23 Fortalecendo a política da CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE Referências bibliográficas AMIN, Andréa Rodrigues. Doutrina da proteção integral. Em: MACIEL, Katia Regina Ferreira Lobo Andrade (Coord.). Curso de Direito da Criança e do Adolescente - 13ª Edição. Saraiva jur. Edição do Kindle, 2021. BORDALLO, Galdino Augusto Coelho. Ministério Público. Em: MACIEL, Katia Regina Ferreira Lobo Andrade (Coord.). Curso de Direito da Criança e do Adolescente - 13ª Edição. Saraiva jur. Edição do Kindle, 2021. BORDALLO, Galdino Augusto Coelho. O poder judiciário. Em: MACIEL, Katia Regina Ferreira Lobo Andrade (Coord.). Curso de Direito da Criança e do Adolescente - 13ª Edição. Saraiva jur. Edição do Kindle, 2021a. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasí- lia, DF: Centro Gráfico, 1988. _______. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 16 jul. 1990. _______. Lei no 12.852, de 5 de agosto de 2013. Institui o Estatuto da Juventude e dispõe sobre os direitos dos jovens, os princípios e diretrizes das políticas de juven- tude e o Sistema Nacional SINAJUVE. _______. Resolução n.o 113, de 19 de abril de 2006, dispõe sobre os parâmetros para a institucionalização e fortalecimento do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente, Brasília, SEDH/CONANDA, 2006. ONU. Convenção sobre os Direitos da Criança das Nações Unidas. 1989 ____. Declaração Universal dos Direitos da Criança. 1959. TAVARES, Patrícia Silveira. A política de atendimento. Em: MACIEL, Katia Regina Ferreira Lobo Andrade (Coord.). Curso de Direito da Criança e do Adolescente - 13ª Edição. Saraiva jur. Edição do Kindle, 2021a. TAVARES, Patrícia Silveira. O Conselho Tutelar. Em: MACIEL, Katia Regina Ferreira Lobo Andrade (Coord.). Curso de Direito da Criança e do Adolescente - 13ª Edição. Saraiva jur. Edição do Kindle, 2021b. TAVARES, Patrícia Silveira. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescen- te. Em: MACIEL, Katia Regina Ferreira Lobo Andrade (Coord.). Curso de Direito da Criança e do Adolescente - 13ª Edição. Saraiva jur. Edição do Kindle, 2021c. 24 Fortalecendo a política da CRIANÇA, ADOLESCENTE E JUVENTUDE Acesse o Portal SER-DH: serdh.mg.gov.br https://serdh.mg.gov.br/ Apresentação 1. A política de proteção e promoção da criança e do adolescente 1.1 A doutrina da proteção integral 1.2 Do sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente (SGD) 1.2.1 Da defesa dos direitos humanos 1.2.2 Da promoção dos direitos humanos 1.2.3 Do controle da efetivação dos direitos humanos 2. A política de proteção e promoção da juventude 2.1 Das diretrizes das políticas públicas de juventude 2.2 Do Sistema Nacional de Juventude - SINAJUVE 2.3 Dos Conselhos de Juventude 3. O papel da escola na proteção e promoção dos direitos da criança, do adolescente e da juventude 3.1 O SIMA nas escolas Referências bibliográficas