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Introdução ao Direito Processual do Trabalho

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Direito Processual do Trabalho
Prof. Marcos Dias de Castro
INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Prof. Marcos Dias de Castro
Juiz do Trabalho do TRT/1ª Região
3
1. Introdução ao Direito Processual do Trabalho: 
1.1. Direito processual do trabalho e sua evolução histórica; 
1.2. Conceito; 
1.3. Autonomia; 
1.4. Fontes; 
1.5. Interpretação e aplicação das normas processuais;
4
I – CONCEITO DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Modos de Conceituar
SUBJETIVOS – quando frisam os agentes a quem se referem as normas processuais trabalhistas, que delas farão uso;
OBJETIVOS – quando priorizam o tipo de conflito ao qual se aplicam as normas processuais trabalhistas;
FUNCIONAIS – quando enfatizam o fim, a finalidade da norma processual trabalhista. 
5
Exemplo 1: (SUBJETIVO)
EDUARDO GABRIEL SAAD: “É chamado Direito Processual do Trabalho o complexo de princípios e normas legais que regula: a) o processo; b) as atividades das partes; c) o órgão jurisdicional e seus agentes”. (Curso de Direito Processual do Trabalho, página 40).
6
Exemplo 2: (OBJETIVO)
SÉRGIO PINTO MARTINS: “Direito Processual do Trabalho é o conjunto de princípios, regras e instituições destinado a regular a atividade dos órgãos jurisdicionais na solução dos dissídios, individuais ou coletivos, pertinentes à relação de trabalho”. (Direito Processual do Trabalho, página 18).
7
Exemplo 3: (FUNCIONAL)
MAURO SCHIAVI: “Conjunto de princípios, normas e instituições que regem a atividade da Justiça do Trabalho, com o objetivo de dar efetividade à legislação trabalhista e social e assegurar o acesso do trabalhador à Justiça”. (Manual de Direito Processual do Trabalho, página 75).
8
Melhores conceitos (MISTOS)
RENATO SARAIVA: “Direito Processual do Trabalho é o ramo da ciência jurídica, dotado de normas e princípios próprios para a atuação do Direito do Trabalho e que disciplina a atividade das partes, juízes e seus auxiliares, no processo individual e coletivo do trabalho”. (Curso de Direito Processual do Trabalho, página 27).
BEZERRA LEITE: “Ramo da ciência jurídica, constituído por um sistema de normas, princípios, regras e instituições próprios, que tem por objeto promover a pacificação justa dos conflitos individuais, coletivos e difusos decorrentes direta ou indiretamente das relações de emprego e de trabalho, bem como regular o funcionamento dos órgãos que compõem a Justiça do Trabalho”. (Curso de Direito Processual do Trabalho).
9
NOSSO CONCEITO: 
“Direito Processual do Trabalho é o conjunto de princípios e normas destinados a regular a atuação jurisdicional da Justiça do Trabalho, visando reger a solução de conflitos de interesses individuais ou coletivos que lhe são constitucionalmente atribuídos, com objetivo de obter a pacificação social” 
10
II - AUTONOMIA DO PROCESSO DO TRABALHO
Três correntes doutrinárias distintas se apresentam:
MONISTAS
DUALISTAS
MONISTAS MODERADOS 
11
D) MONISTAS
Defendem que o direito processual do trabalho é simples desdobramento do processo civil, não possuindo princípios e institutos próprios. 
Constituição pareceu consagrar tal posição:
Artigos 22, I da CR e 24, XI da CR: SE REFEREM A DIREITO PROCESSUAL (unitariamente considerados);
Adeptos: Tostes Malta, Valentin Carrion, Jorge Pinheiro Castelo, Jorge Luiz Souto Maior
12
B) DUALISTAS
Advogam a existência de autonomia do direito processual do trabalho em relação do direito processual civil. 
É a posição majoritária.
Entre os dualistas destacam-se: MOZART RUSSOMANO; WAGNER GIGLIO; COQUEIJO COSTA; RODRIGUES PINTO; BEZERRA LEITE; RENATO SARAIVA; MAURO SCHIAVI; AMAURI MASCARO NASCIMENTO; SÉRGIO PINTO MARTINS. 
13
B) DUALISTAS
ALFREDO ROCCO propõe três critérios para que a autonomia de um ramo seja alcançada, quais sejam: 
1) Campo temático específico;
2) Elaboração de teorias próprias; 
3) Metodologia específica.
14
B) DUALISTAS
Matéria Legislativa própria: Direito Processual do Trabalho possui título próprio na CLT, que, inclusive, confere ao direito processual civil o papel de mero coadjuvante. Além de possuir legislação esparsa própria (Lei 5584/70 e Lei 7701/88).
Princípios peculiares ao direito processual do trabalho: princípios da gratuidade, normatização coletiva...
Institutos específicos: DISSÍDIO COLETIVO (que resulta no Poder Normativo); JUS POSTULANDI da Parte; PETIÇÃO INICIAL VERBAL; FACTUM PRINCIPIS (intervenção de terceiros específica).
Estrutura Orgânica própria: Justiça do Trabalho, com seus órgãos e agentes, responsáveis pela aplicação das normas processuais trabalhistas.
15
C) DUALISTAS MODERADOS (AUTONOMIA RELATIVA)
Existem ainda autores que sustentam que a autonomia do Processo do Trabalho é relativa, citando como fundamento desta circunstância o disposto nos artigos 769 da CLT e 889 da CLT.
Wilson Campos Batalha:
“O Direito Processual do Trabalho tem características próprias que lhe asseguram autonomia relativa. Basta uma referência ao artigo 769 da nossa CLT para tornar fora de dúvida a relatividade da autonomia do Direito Processual do Trabalho. Autonomia, como obtempera De Litala, de uma disciplina jurídica não significa independência absoluta em relação às outras disciplinas. Assim, não obstante dotado de autonomia, o direito processual do trabalho está em situação de interdependência com as ciências processuais particulares, notadamente com o direito processual civil, com o qual tem muitíssimos pontos de contato”. (Tratado de Direito Judiciário do Trabalho, página 139)
16
III – POSIÇÃO ENCICLOPÉDICA
Basicamente a doutrina tem divido o estudo do Direito em dois ramos:
Direito Privado = Na interpretação das normas que compõem determinado ramo do Direito se leva em conta a POSIÇÃO DE COORDENAÇÃO entre os sujeitos da relação jurídica;
Direito Público = Na interpretação das normas que compõem determinado ramo do Direito se leva em conta a POSIÇÃO DE SUPREMACIA de um dos sujeitos (o ESTADO).
Direito Processual do Trabalho => ramo do Direito Público
Artigo 191 do CPC (Negócio Processual) x Inaplicável ao Direito Processual do Trabalho (IN 39/2016)
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IV – FONTES
1. CONCEITO
O termo “fontes” possui vários significados: 
A) Origem do direito – pedra fundamental de todos os estudos jurídicos; 
b) Fundamento da validade das normas jurídicas; 
c) Exteriorização do direito.
CÂNDIDO DINAMARCO: “São os canais pelos quais as normas vêm ao mundo jurídico, oriundas da vontade do ente capaz de ditá-las e impô-las ou exigir sua observância. São, por esse aspecto, as formas de expressão do direito positivo”. (Instituições de Direito Processual Civil, página 70).
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2. TIPOLOGIA DAS FONTES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
Artigo 140 do CPC: “O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico”.
Parágrafo único:  ”O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei”.
Artigo 8º da CLT: “As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público”.
19
2. TIPOLOGIA DAS FONTES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
A) LEI
Norma geral e abstrata emanada do poder competente e provido de forma obrigatória;
FONTES DIRETAS
Lei 7783/89
Lei 7.701/88
Dec. 779/69
Lei 5584/70
CLT
CONSTITUIÇÃO
20
FONTES DIRETAS EXTRA-TRABALHISTAS
CPP
Habeas Corpus
Lei 12016
MS
Lei 9507/97
Habeas Data
LC 75/93
MPT
ACP
Ação Analutória
CPC
Con. Pag.
Ação Rescisória
Monitória
Prestação de Contas
Lei 7347/85 e CDC
ACP
Ação Civil Coletiva
Lei 6830/80
Execução Fiscal Trabalhista
(multas impostas pela DRT)
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B) COSTUMES
Costumes: forma reiterada e única de comportamento, caracterizando-se pela sua continuidade, publicidade e generalidade
ELEMENTO OBJETIVO– Uso reiterado de determinada conduta processual;
ELEMENTO SUBJETIVO – Convicção de sua obrigatoriedade;
Pode ser:
Praeter legem: supletivo, só intervêm na ausência ou omissão da lei;
Secundum legem: autorizado pela norma, é reconhecido e admitido com eficácia obrigatória;
Contra legem: norma contraria à lei, não é reconhecido pelo ordenamento jurídico brasileiro.
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C) JURISPRUDÊNCIA
É a reiterada interpretação conferida pelos Tribunais às normas jurídicas.
Pode ser classificada como: i) em sentido amplo; ii) em sentido restrito.
Não há consenso doutrinário quanto à possibilidade da jurisprudência ser considerada fonte do Direito Processual do Trabalho.
Existem duas posições básicas acerca da Jurisprudência como fonte (ou não) do Direito, no sistema romano-germânico:
CORRENTE POSITIVA
CORRENTE NEGATIVA
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1ª VERTENTE: NÃO É FONTE
Em sentido técnico estrito não se pode compreender a Súmula como fonte de direito. 
De Page: a interpretação que os Tribunais dão à lei não vale jamais senão para o caso que lhes é submetido. Constitui uma decisão de espécie, e não tem nunca, em si, valor de regra geral.
A manifestação jurisprudencial não se pode qualificar como fonte criadora da norma do Direito, porque não passa de um processo de aplicação da Lei (tendo em vista a clássica divisão tripartite dos Poderes do Estado).
BEZERRA LEITE: Seria uma FONTE DE EXPLICITAÇÃO (por que daria o alcance da norma, mas não poderia ser contra legem)
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2ª VERTENTE: É FONTE DO DIREITO
MAURÍCIO GODINHO: As decisões singulares não são, por certo, FONTES DE DIREITO, por lhes faltar impessoalidade, abstração e generalidade. Contudo, as posições judiciais adotadas similar e reiteradamente pelos tribunais ganharia autoridade de ATO-REGRA na ordem jurídica, e seriam FONTES NORMATIVAS;
MAURO SCHIAVI: “Em havendo Súmula Vinculante do Supremo Tribunal em matéria da competência da Justiça do Trabalho, os órgãos da Justiça do Trabalho (juízes do Trabalho, TRTs e TST) terão que observá-la. Portanto, as Súmulas Vinculantes em matéria processual, são fontes do Direito Processual do Trabalho”. (Manual de Direito Processual do Trabalho, página 89).
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Artigo 8º da CLT: “As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público”. 
Artigo 103-A da CR = Súmulas Vinculantes
Artigo 896 da CLT: Jurisprudência como fonte para a admissibilidade do Recurso de Revista.
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2ª VERTENTE: É FONTE DO DIREITO
EXEMPLO CONCRETO:
SÚMULA 268 do c. TST: a simples propositura da ação interrompe a prescrição; (CPC exige a citação válida para interrupção da prescrição). 
SÚMULA 293 do c. TST: ultrapetição no adicional de insalubridade/periculosidade;
Embora contrariem o princípio da legalidade estrita, possuem absoluta força jurídica, ainda mais diante da adoção de institutos como a súmula vinculante e a súmula impeditiva de recursos.
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D) EQUIDADE
A norma jurídica é geral, impessoal e abstrata. O Juiz é o intermediário entre a Lei e a vida, e o “pecado original” da Lei (expressão de LOPES DA COSTA), é ser uma regra geral a aplicar-se a casos particulares. 
A equidade é, assim, a justiça do juiz, em contraposição à Lei, justiça do legislador;
MAURÍCIO GODINHO ensina que existem duas concepções:
A) DE MATRIZ GREGA: a equidade consiste em um critério de aplicação das leis, que permite adaptá-las ao caso particular, e temperar-lhes o rigor. (Epiqueia)
DE PAGE: a função da Equidade consistiu em abrandar e completar o direito estrito;
B) DE MATRIZ ROMANA: a equidade aproxima-se de um processo de criação de regras jurídicas, sendo neste caso, FONTE NORMATIVA; Veja-se que o juiz romano podia abrir mão do Direito Positivo para aplicar o Direito Natural. O Fato daquele ser contrário a este, não bastava para que o Direito Natural fosse abolido. (Aequitas)
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A equidade pode ser tomada em dois sentidos:
Decidir com equidade: Deve o Juiz levar em conta, na aplicação da lei, as circunstâncias do caso concreto, ajustar a Lei à espécie, aplicar a lei humanamente, porém sempre dentro dos limites da norma.
A equidade, aqui, funciona como um guia do Juiz na interpretação e aplicação da lei. Não é fonte de Direito;
X
Decidir por equidade: Existem casos, no entanto, em que a própria Lei autoriza o Juiz a decidir por equidade;
Artigo 140, parágrafo único do CPC:“O Juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em Lei”.
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Artigo 8º da CLT: cita expressamente a equidade
As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito (...)”.
Artigo 766 da CLT: NOÇÃO DE JUSTO SALÁRIO
Justiça do Trabalho dita uma sentença em dissídio coletivo de natureza econômica (sentença normativa). A CLT fala, a respeito, em “justo salário” (artigo 766, CLT), que é uma noção de equidade. 
Art. 852-I da CLT: RITO SUMARÍSSIMO
“A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório. 
§ 1º O juízo adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e as exigências do bem comum”. 
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E) PRINCÍPIOS 
1 - CONCEITO
PRINCÍPIO = “começo”, “início”, “primeiro momento da existência de algo”;
Américo PLÁ RODRIGUEZ, apresenta elementos consistentes para uma definição do que seriam princípios:
LINHAS DIRETRIZES QUE INFORMAM NORMAS,
INSPIRAM DIRETA OU INDIRETAMENTE SOLUÇÕES;
EMBASAM APROVAÇÃO DE NOVAS NORMAS;
ORIENTAM A INTERPRETAÇÃO DAS EXISTENTES.
RESOLVEM OS CASOS NÃO PREVISTOS
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2) FUNÇÕES DOS PRINCÍPIOS
A - FUNÇÃO INFORMATIVA
B – FUNÇÃO INTERPRETADORA
C – FUNÇÃO NORMATICA
Artigo 8º da CLT: “As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, (...)”.
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V - HERMENÊUTICA DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Origem do termo hermenêutica: Hermes, deus grego, que era o mensageiro cuja tarefa consistia em explicitar e interpretar as mensagens enviadas aos mortais.
Objeto da hermenêutica: É o estudo e a sistematização dos processos aplicáveis à DETERMINAÇÃO do SENTIDO e ALCANCE das expressões do Direito e forma de aplicá-las.
Compreende, portanto, a interpretação, a integração e a aplicação do Direito.
33
1) INTERPRETAÇÃO DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Cuida da determinação do sentido da lei.
Precede à aplicação da lei, pois na há como saber o sentido, o alcance das normas jurídicas sem antes desvendar-lhes o conteúdo. 
Interpretar é descobrir o sentido e o alcance das expressões contidas nas normas jurídicas.
AMAURI MASCARO NASCIMENTO: 
“Interpretar significa, portanto, observar as intencionalidades objetivadas na norma jurídica que é aplicada aos casos concretos”.
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Métodos de interpretação:
A) MÉTODO GRAMATICAL OU LITERAL (semântico, filológico) 
Interpretar gramaticalmente significa descobrir o sentido literal das palavras contidas nas normas jurídicas.
Funda-se nas regras da gramática e da lingüística, possibilitando ao intérprete o exame de cada texto normativo, isolada ou sintaticamente, observando a pontuação, etimologia das palavras, etc.
TÉRCIO SAMPAIO FERRAZ JR.: parte-se do pressuposto de que a ordem das palavras e o modo como elas estão conectadas são importantes para obter-se o correto significado da norma.
Ex. Artigo 896, “c” da CLT: violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição. Não cabe qualquer outra interpretação a não ser a gramatical.
35
B) MÉTODOLÓGICO 
Objetiva desvendar o sentido e o alcance da norma, estudando-a por meio de raciocínios lógicos, analisando os períodos da lei e combinando-os entre si, com o escopo de atingir perfeita compatibilidade.
É método que permite ao intérprete o uso das técnicas da lógica comum e da lógica jurídica, em especial, como o silogismo e o raciocínio dialético.
CARLOS MAXIMILIANO –> consiste em descobrir o sentido e o alcance de expressões do Direito sem o auxílio de nenhum elemento exterior, de modo a examinar um dado dispositivo legal em face da lógica geral.
Ex. Caso da preclusão lógica.
Argumentos e regras de relativa aceitação: “quem pode o mais, pode o menos”, “o que rege o principal, rege também os acessórios”, “a menção ao gênero abrange todas as espécies”; o raciocínio a fortiori.
36
C) MÉTODO HISTÓRICO (histórico-evolutivo, sociológico ou progressista): 
O intérprete, para chegar à inteligência do preceito, perquire as causas que ditaram a sua formação.
Investiga-se os motivos sociológicos que deram origem à edição de determinada norma processual, buscando as principais discussões que se travaram para a edição da norma jurídica.
MANOEL ANTÔNIO: é o método que busca encontrar o sentido da norma mediante o estudo não somente de sua tramitação legislativa, mas também, pelo cotejo com as legislações do passado. Busca-se a ratio legis. 
A interpretação do artigo 799, caput da CLT é um exemplo de interpretação histórica.
37
MÉTODO SISTEMÁTICO: 
Este método parte da premissa de que as normas não existem isoladamente. 
A coerência do sistema, pois, não permite que haja antinomias entre as normas que o compõem. 
Quando isso ocorre, é preciso solucionar o problema mediante a utilização dos critérios da especialidade, da hierarquia e da cronologia entre as normas em conflito. 
“Método que consiste em comparar o dispositivo sujeito a exegese, com outros do mesmo repositório ou de leis diversas mas referentes ao mesmo objeto”. (CARLOS MAXIMILIANO)
UNIDADE DO SISTEMA JURÍDICO DO ORDENAMENTO (antinomias precisam ser equacionadas pelo método sistemático).
Exemplo: Caso da subsistência do interrogatório e do depoimento pessoal no Processo do Trabalho (cotejo do artigo 848 da CLT com o artigo 820 da CLT e também com os princípios do contraditório e da ampla defesa).
38
MÉTODO TELEOLÓGICO ou sociológico:
A atenção do interprete volta-se para os fins sociais a que a norma jurídica se propõe.
Visa a adaptar a finalidade da norma à realidade social em que vai viger.
Para CARLOS HENRIQUE BEZERRA LEITE, “o método sociológico é o que mais se identifica com a gênese do direito processual do trabalho, a fim de que este possa, efetivamente, constituir-se em instrumento de realização da justiça social no campo das relações laborais”.
39
Artigo 5º da Lei de Introdução de NDB (ex LICC)
“Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”.
Artigo 8º da CLT
“As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público”.
Artigo 852-I, §1º da CLT:
“A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)
§ 1º O juízo adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e as exigências do bem comum.  (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)”
40
OBS 1: Métodos RESTRITIVO e EXTENSIVO
MANOEL ANTÔNIO TEIXEIRA FILHO: ressalta que não existem métodos restritivos ou extintivos, mas que estes resultados seriam decorrentes dos outros métodos de interpretação acima mencionados. 
RESTRITIVO
Restringe-se o alcance de determinada lei processual para que a regra somente incida nas hipóteses taxativas que disciplina.
EXTENSIVO
Dilata-se o alcance de determinada regra processual, para disciplinar hipóteses não descritas expressamente na lei.
41
OBS 1: Métodos RESTRITIVO e EXTENSIVO
Ex. O artigo 876, parágrafo único faculta a possibilidade de outros títulos executivos extrajudiciais serem aplicáveis ao Processo do Trabalho?
EC 45/2004 (interpretação sistemática, conforme a constituição, que geraria uma interpretação extensiva).
42
2) INTEGRAÇÃO DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
Tem o sentido de completar, inteirar. 
A integração diz respeito ao suprimento das lacunas dos sistemas jurídicas.
É o fenômeno que mantém a plenitude da ordem jurídica, ainda que inexistente norma jurídica específica a ser utilizada diante de determinado caso concreto a ser decidido.
Constitui uma autorização do sistema jurídico para que o intérprete possa valer-se de certas técnicas para solucionar um caso concreto, mesmo nos casos de lacuna da lei.
43
SUBSIDIARIEDADE DO CPC
Artigo 769 da CLT:
“Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título”.
Artigo 889 da CLT:
“Aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis, naquilo em que não contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal”.
44
TEORIA CLÁSSICA
Existem dois requisitos cumulativos para integração do DPT por normas do direito processual comum:
1º - OMISSÃO 
Inclui o sistema processual trabalhista próprio, Leis 5.584/70, Dec. 779/69 e Lei 7.701/88);
2º - COMPATIBILIDADE PRINCIPIOLÓGICA
Adequação da norma processual civil (ou da Lei 6.830/80) aos Princípios e regras do Direito Processual do Trabalho.
Súmula nº 82 do TST
ASSISTÊNCIA (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. 
A intervenção assistencial, simples ou adesiva, só é admissível se demonstrado o interesse jurídico e não o meramente econômico. 
OJ 310 da SDI-1 do TST 
LITISCONSORTES. PROCURADORES DISTINTOS. PRAZO EM DOBRO. ART. 229, CAPUT E §§ 1º E 2º, DO CPC DE 2015. ART. 191 DO CPC DE 1973. INAPLICÁVEL AO PROCESSO DO TRABALHO  (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016
Inaplicável ao processo do trabalho a norma contida no art. 229, caput e §§ 1º e 2º, do CPC de 2015 (art. 191 do CPC de 1973), em razão de incompatibilidade com a celeridade que lhe é inerente.
INCIDENTE DE RECURSO DE REVISTA REPETITIVO. TEMA Nº 0004. MULTA. ARTIGO 523, § 1º, CPC/2015 (ARTIGO 475-J, CPC/1973). INCOMPATIBILIDADE. PROCESSO DO TRABALHO
A multa coercitiva do art. 523, § 1º, do CPC de 2015 (art. 475-J do CPC de 1973) não é compatível com as normas vigentes da CLT por que se rege o Processo do Trabalho, ao qual não se aplica.
PROCESSO Nº TST-IRR-1786-24.2015.5.04.0000
47
TEORIA MODERNA (Sistemático-Evolutiva):
Teoria das Lacunas do Direito
LACUNAS NORMATIVAS: quando se tem ausência de norma sobre determinado caso; 
LACUNAS ONTOLÓGICAS: quando se tem a norma, mas ela não corresponder aos fatos sociais, quando, p. ex., o grande desenvolvimento das relações sociais e o progresso acarretarem o ancilosamento da norma positiva.
LACUNAS AXIOLÓGICAS: a ausência de norma justa, isto é, existe um preceito normativo, mas se for aplicado, sua solução será insatisfatória ou injusta.
INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA e TELEOLÓGICA
Decreto-Lei 1237/1939 (normas de Direito Processual do Trabalho => extremamente avançadas, progressistas, inovadoras)
Regulamentado pelo Decreto 6596/1940 (não adotou o CPC de 1939) e manteve a regra de contenção: Quais as Razões?
CPC de 1939 (só surge em setembro de 1939): Evolução Mínima
Direito Processual Civil (Regulamento 737 de 1850 + Ordenações Filipinas x Códigos Processuais Civis Estaduais)
Execuções (Artigo889 da CLT) = em 1938, Lei de Execução Fiscal tinha regras avançadas (daí a remessa subsidiária).
Artigo 769 da CLT => já traz uma regra de contenção para regras não efetivas.
49
OBS: PROBLEMA DO ARTIGO 15 DO CPC:
Art. 15 do Novo CPC: “Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente”.
X
Âncora do Processo do Trabalho => Artigo 769 da CLT
Supletiva x Subsidiária?
Problema da Incompatibilidade Principiológica
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 39/2016 do TST
Dispõe sobre as normas do Código de Processo Civil de 2015 aplicáveis e inaplicáveis ao Processo do Trabalho, de forma não exaustiva.
Art. 1° Aplica-se o Código de Processo Civil, subsidiária e supletivamente, ao Processo do Trabalho, em caso de omissão e desde que haja compatibilidade com as normas e princípios do Direito Processual do Trabalho, na forma dos arts. 769 e 889 da CLT e do art. 15 da Lei nº 13.105, de 17.03.2015.
APLICAÇÃO SUPLETIVA: Lei processual possui a norma, mas de forma incompleta. CPC será aplicado para complementar, aperfeiçoar ou dar maior efetividade ao Processo do Trabalho
Exemplos: a) impedimento/suspeição do Juiz (artigo 802 da CLT; b) casos de incapacidade/impedimento/suspeição da testemunha (Artigo 829 da CLT)
APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA: Aplica-se o CPC quando a CLT e as leis processuais trabalhistas extravagantes não disciplinarem determinado instituto processual.
Exemplos: intervenção de terceiros, tutelas provisória, ação rescisória, ordem preferencial de penhora, hipóteses legais de impenhorabilidade, etc...
	
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