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QUESTÕES Música Brasileira

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1@professorferretto @prof_ferretto
História da Arte
Música Brasileira
IT0219 - (Enem)
Ó Pátria amada.
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
— “Paz no futuro e glória no passado.”
Mas, se ergues da jus�ça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gen�l,
Pátria amada, Brasil!
Hino Nacional do Brasil. Letra: Joaquim Osório Duque
Estrada.
Música: Francisco Manuel da Silva (fragmento).
 
O uso da norma-padrão na letra do Hino Nacional do
Brasil é jus�ficado por tratar-se de um(a) 
a) reverência de um povo a seu país. 
b) gênero solene de caracterís�ca protocolar. 
c) canção concebida sem interferência da oralidade. 
d) escrita de uma fase mais an�ga da língua
portuguesa. 
e) artefato cultural respeitado por todo o povo
brasileiro. 
IT0220 - (Enem)
As atrizes
 
Naturalmente
Ela sorria
Mas não me dava trela
Trocava a roupa
Na minha frente
E ia bailar sem mais aquela
Escolhia qualquer um
Lançava olhares
Debaixo do meu nariz
Dançava colada
Em novos pares
Com um pé atrás
Com um pé a fim
Surgiram outras
Naturalmente
Sem nem olhar a minha cara
Tomavam banho
Na minha frente
Para sair com outro cara
Porém nunca me importei
Com tais amantes
 
[...]
 
Com tantos filmes
Na minha mente
É natural que toda atriz
Presentemente represente
Muito para mim
CHICO BUARQUE. Carioca. Rio de Janeiro: Biscoito Fino,
2006 (fragmento).
 
Na canção, Chico Buarque trabalha uma determinada
função da linguagem para marcar a subje�vidade do eu
lírico ante as atrizes que ele admira. A intensidade dessa
admiração está marcada em: 
a) “Naturalmente/ Ela sorria/ Mas não me dava trela”. 
b) “Tomavam banho/ Na minha frente/ Para sair com
outro cara”. 
c) “Surgiram outras/ Naturalmente/ Sem nem olhar a
minha cara”. 
d) “Escolhia qualquer um/ Lançava olhares/ Debaixo do
meu nariz”. 
e) “É natural que toda atriz/ Presentemente represente/
Muito para mim”. 
IT0221 - (Enem)
TEXTO I
Terezinha de Jesus
De uma queda foi ao chão
2@professorferretto @prof_ferretto
Acudiu três cavalheiros
Todos os três de chapéu na mão
 
O primeiro foi seu pai
O segundo, seu irmão
O terceiro foi aquele
A quem Tereza deu a mão
BATISTA, M. F. B. M.; SANTOS, I. M. F. (Org.). Cancioneiro
da Paraíba. João Pessoa: Grafset, 1993 (adaptado).
 
TEXTO II
Outra interpretação é feita e par�r das condições sociais
daquele tempo. Para a ama e para a criança para quem
cantava a can�ga, e música falava do casamento como
um des�no natural na vida da mulher, na sociedade
brasileira do século XIX, marcada pelo patriarcalismo. A
música prepara a moça para o seu des�no não apenas
inexorável, mas desejável; o casamento, estabelecendo
uma hierarquia de obediência (pai, irmão mais velho,
marido), de acordo com a época e circunstâncias de sua
vida.
Disponível em: h�p://provsjose.blogspot.com.br. Acesso
em: 5 dez. 2012.
 
O comentário do Texto II sobre o Texto I evoca a
mobilização da língua oral que, em determinados
contextos, 
a) assegura existência de pensamentos contrários à
ordem vigente. 
b) mantém a heterogeneidade das formas de relações
sociais. 
c) conserva a influência sobre certas culturas. 
d) preserva a diversidade cultural e comportamental. 
e) reforça comportamentos e padrões culturais. 
IT0222 - (Enem)
Fim de semana no parque
 
Olha o meu povo nas favelas e vai perceber
Daqui eu vejo uma caranga do ano
Toda equipada e o �ozinho guiando
Com seus filhos ao lado estão indo ao parque
Eufóricos brinquedos eletrônicos
Automa�camente eu imagino
A molecada lá da área como é que tá
Provavelmente correndo pra lá e pra cá
Jogando bola descalços nas ruas de terra
É, brincam do jeito que dá
[...]
Olha só aquele clube, que da hora
Olha aquela quadra, olha aquele campo, olha
Olha quanta gente
Tem sorveteria, cinema, piscina quente
[...]
Aqui não vejo nenhum clube poliespor�vo
Pra molecada frequentar nenhum incen�vo
O inves�mento no lazer é muito escasso
O centro comunitário é um fracasso
RAClONAlS MCs. Racionais MCs. São Paulo: Zimbabwue,
1994 (fragmento).
 
A letra da canção apresenta uma realidade social quanto
à distribuição dis�nta dos espaços de lazer que 
a) retrata a ausência de opções de lazer para a
população de baixa renda, por falta de espaço
adequado. 
b) ressalta a irrelevância das opções de lazer para
diferentes classes sociais, que o acessam à sua
maneira. 
c) expressa o desinteresse das classes sociais menos
favorecidas economicamente pelas a�vidades de
lazer. 
d) implica condições desiguais de acesso ao lazer, pela
falta de infraestrutura e inves�mentos em
equipamentos. 
e) aponta para o predomínio do lazer contempla�vo, nas
classes favorecidas economicamente; e do prá�co, nas
menos favorecidas. 
IT0277 - (Enem)
No tempo da independência do Brasil, circulavam nas
classes populares do Recife trovas que faziam alusão à
revolta escrava do Hai�:
 
Marinheiros e caiados
Todos devem se acabar,
Porque só pardos e pretos
O país hão de habitar.
AMARAL, F. P. do. Apud CARVALHO, A. Estudos
pernambucanos. Recife: Cultura Acadêmica, 1907.
 
O período da independência do Brasil registra conflitos
raciais, como se depreende 
3@professorferretto @prof_ferretto
a) dos rumores acerca da revolta escrava do Hai�, que
circulavam entre a população escrava e entre os
mes�ços pobres, alimentando seu desejo por
mudanças. 
b) da rejeição aos portugueses, brancos, que significava a
rejeição à opressão da Metrópole, como ocorreu na
Noite das Garrafadas. 
c) do apoio que escravos e negros forros deram à
monarquia, com a perspec�va de receber sua
proteção contra as injus�ças do sistema escravista. 
d) do repúdio que os escravos trabalhadores dos portos
demonstravam contra os marinheiros, porque estes
representavam a elite branca opressora. 
e) da expulsão de vários líderes negros independen�stas,
que defendiam a implantação de uma república negra,
a exemplo do Hai�. 
IT0224 - (Enem)
Carta ao Tom 74
 
Rua Nascimento Silva, cento e sete
Você ensinando pra Elizete
As canções de canção do amor demais
Lembra que tempo feliz
Ah, que saudade,
Ipanema era só felicidade
Era como se o amor doesse em paz
Nossa famosa garota nem sabia
A que ponto a cidade turvaria
Esse Rio de amor que se perdeu
Mesmo a tristeza da gente era mais bela
E além disso se via da janela
Um can�nho de céu e o Redentor
É, meu amigo, só resta uma certeza,
É preciso acabar com essa tristeza
É preciso inventar de novo o amor
MORAES, V.; TOQUINHO. Bossa Nova, sua história, sua
gente. São Paulo: Universal: Philips, 1975 (fragmento).
 
O trecho da canção de Toquinho e Vinícius de Moraes
apresenta marcas do gênero textual carta, possibilitando
que o eu poé�co e o interlocutor 
a) compar�lhem uma visão realista sobre o amor em
sintonia com o meio urbano. 
b) troquem no�cias em tom nostálgico sobre as
mudanças ocorridas na cidade. 
c) façam confidências, uma vez que não se encontram
mais no Rio de Janeiro. 
d) tratem pragma�camente sobre os des�nos do amor e
da vida citadina. 
e) aceitem as transformações ocorridas em pontos
turís�cos específicos. 
IT0225 - (Enem)
Yaô
 
Aqui có no terreiro
Pelú adié
Faz inveja pra gente
Que não tem mulher
 
No jacutá de preto velho
Há uma festa de yaô
 
Ôi tem nêga de Ogum
De Oxalá, de lemanjá
 
Mucama de Oxossi é caçador
Ora viva Nanã
Nanã Buruku
 
Yô yoo
Yô yooo
 
No terreiro de preto velho iaiá
Vamos saravá (a quem meu pai?)
Xangô!
VIANA, G. Agó, Pixinguinha! 100 Anos. Som Livre, 1997.
 
A canção Yaô foi composta na década de 1930 por
Pixinguinha, em parceria com Gastão Viana, que
escreveu a letra. O texto mistura o português com o
iorubá, língua usada por africanos escravizados trazidos
para o Brasil. Ao fazer uso do iorubá nessa composição, o
autor 
4@professorferretto @prof_ferretto
a) promove uma crí�ca bem-humorada às religiões afro-
brasileiras,destacando diversos orixás. 
b) ressalta uma mostra da marca da cultura africana, que
se mantém viva na produção musical brasileira. 
c) evidencia a superioridade da cultura africana e seu
caráter de resistência à dominação do branco. 
d) deixa à mostra a separação racial e cultural que
caracteriza a cons�tuição do povo brasileiro. 
e) expressa os rituais africanos com maior auten�cidade,
respeitando as referências originais. 
IT0228 - (Enem)
Óia eu aqui de novo xaxando
Óia eu aqui de novo para xaxar
 
Vou mostrar pr'esses cabras
Que eu ainda dou no couro
Isso é um desaforo
Que eu não posso levar
Que eu aqui de novo cantando
Que eu aqui de novo xaxando
Óia eu aqui de novo mostrando
Como se deve xaxar
 
Vem cá morena linda
Ves�da de chita
Você é a mais bonita
Desse meu lugar
Vai, chama Maria, chama Luzia
Vai, chama Zabé, chama Raque
Diz que eu tou aqui com alegria
BARROS, A. Óia eu aqui de novo. Disponível em:
www.Iuizluagonzaga.mus.br. Acesso em: 5 maio 2013
(fragmento).
 
A letra da canção de Antônio de Barros manifesta
aspectos do repertório linguís�co e cultural do Brasil. O
verso que singulariza uma forma caracterís�ca do falar
popular regional é: 
a) “Isso é um desaforo”. 
b) “Diz que eu tou aqui com alegria”. 
c) “Vou mostrar pr'esses cabras”. 
d) “Vai, chama Maria, chama Luzia”. 
e) “Vem cá morena linda, ves�da de chita”. 
IT0229 - (Enem)
Por onde houve colonização portuguesa, a música
popular se desenvolveu basicamente com o mesmo
instrumental. Podemos ver cavaquinho e violão atuarem
juntos aqui, em Cabo Verde, em Jacarta, na Indonésia, ou
em Goa. O caráter nostálgico, sen�mental, é outro ponto
comum da música das colônias portuguesas em todo o
mundo. O kronjong, a música �pica de Jacarta, é uma
espécie de lundu mais lento, tocado comumente com
flauta, cavaquinho e violão. Em Goa não é muito
diferente.
 
De acordo com o texto de Henrique Cazes, grande parte
da música popular desenvolvida nos países colonizados
por Portugal compar�lha um instrumental, destacando-
se o cavaquinho e o violão. No Brasil, são exemplos de
música popular que empregam esses mesmos
instrumentos: 
a) Maracatu e ciranda. 
b) Carimbó e baião. 
c) Choro e samba. 
d) Chula e siriri. 
e) Xote e frevo. 
IT0230 - (Enem)
Aqui é o país do futebol
 
Brasil está vazio na tarde de domingo, né?
Olha o sambão, aqui é o país do futebol
[...]
No fundo desse país
Ao longo das avenidas
Nos campos de terra e grama
Brasil só é futebol
Nesses noventa minutos
De emoção e alegria
Esqueço a casa e o trabalho
A vida fica lá fora
Dinheiro fica lá fora
A cama fica lá fora
A mesa fica lá fora
Salário fica lá fora
A fome fica lá fora
A comida fica lá fora
A vida fica lá fora
E tudo fica lá fora
SIMONAL, W. Aqui é o país do futebol. Disponível em:
www.vagalume.com.br. Acesso em: 27 out. 2011
(fragmento).
 
Na letra da canção Aqui é o país do futebol, de Wilson
Simonal, o futebol, como elemento da cultura corporal
de movimento e expressão da tradição nacional, é
apresentado de forma crí�ca e emancipada devido ao
fato de 
5@professorferretto @prof_ferretto
a) reforçar a relação entre o esporte futebol e o samba. 
b) ser apresentado como uma a�vidade de lazer. 
c) ser iden�ficado com a alegria da população
brasileira. 
d) promover a reflexão sobre a alienação provocada pelo
futebol. 
e) ser associado ao desenvolvimento do país. 
IT0232 - (Enem)
Não tem tradução 
 
[...]
Lá no morro, se eu fizer uma falseta 
A Risoleta desiste logo do francês e do inglês 
A gíria que o nosso morro criou 
Bem cedo a cidade aceitou e usou 
[...]
Essa gente hoje em dia que tem mania de exibição 
Não entende que o samba não tem tradução no idioma 
francês 
Tudo aquilo que o malandro pronuncia 
Com voz macia é brasileiro, já passou de português
Amor lá no morro é amor pra chuchu 
As rimas do samba não são I love you
E esse negócio de alô, alô boy e alô Johnny
Só pode ser conversa de telefone 
 
ROSA, N. In: SOBRAL, João J. V. A tradução dos
bambas. Revista Língua Portuguesa. Ano 4, n.54. São
Paulo: Segmento, abr. 2010 (fragmento).
 
As canções de Noel Rosa, compositor brasileiro de Vila
Isabel, apesar de revelarem uma aguçada preocupação
do ar�sta com seu tempo e com as mudanças polí�co-
culturais no Brasil, no início dos anos 1920, ainda são
modernas. Nesse fragmento do samba Não tem
tradução, por meio do recurso da metalinguagem, o
poeta propõe 
a) incorporar novos costumes de origem francesa e
americana, juntamente com vocábulos estrangeiros. 
b) respeitar e preservar o português padrão como forma
de fortalecimento do idioma do Brasil. 
c) valorizar a fala popular brasileira como patrimônio
linguís�co e forma legí�ma de iden�dade nacional. 
d) mudar os valores sociais vigentes à época, com o
advento do novo e quente ritmo da música popular
brasileira. 
e) ironizar a malandragem carioca, aculturada pela
invasão de valores étnicos de sociedades mais
desenvolvidas. 
IT0233 - (Enem)
Pequeno concerto que virou canção 
 
Não, não há por que men�r ou esconder 
A dor que foi maior do que é capaz meu coração 
Não, nem há por que seguir cantando só para explicar 
Não vai nunca entender de amor quem nunca soube
amar 
Ah, eu vou voltar pra mim 
Seguir sozinho assim 
Até me consumir ou consumir toda essa dor 
Até sen�r de novo o coração capaz de amor 
VANDRE, G. Disponível em:
h�p://www.letras.terra.com.br. Acesso em 29 jun. 2011.
 
Na canção de Geraldo Vandré, tem-se a manifestação da
função poé�ca da linguagem, que é percebida na
elaboração ar�s�ca e cria�va da mensagem, por meio de
combinações sonoras e rítmicas. Pela análise do texto,
entretanto, percebe-se, também, a presença marcante
da função emo�va ou expressiva, por meio da qual o
emissor 
a) imprime à canção as marcas de sua a�tude pessoal,
seus sen�mentos. 
b) transmite informações obje�vas sobre o tema de que
trata a canção. 
c) busca persuadir o receptor da canção a adotar um
certo comportamento. 
d) procura explicar a própria linguagem que u�liza para
construir a canção. 
e) obje�va verificar ou fortalecer a eficiência da
mensagem veiculada. 
IT0234 - (Enem)
TEXTO 1 
Onde está a hones�dade? 
Você tem palacete reluzente 
Tem joias e criados á vontade 
Sem ter nenhuma herança ou parente 
Só anda de automóvel na cidade... 
 
E o povo pergunta com maldade: 
Onde está a hones�dade? 
Onde está a hones�dade? 
 
O seu dinheiro nasce de repente 
E embora não se saiba se é verdade 
Você acha nas ruas diariamente 
Anéis, dinheiro e felicidade... 
 
Vassoura dos salões da sociedade 
Que varre o que encontrar em sua frente 
6@professorferretto @prof_ferretto
Promove fes�vais de caridade 
Em nome de qualquer defunto ausente... 
ROSA. N Disponível em: h�p://www.mpbnet.com.br.
Acesso em: abr. 2010 
 
TEXTO II 
Um vulto da história da música popular brasileira,
reconhecido nacionalmente, é Noel Rosa. Ele nasceu em
1910, no Rio de Janeiro; portanto, se es�vesse vivo,
estaria completando 100 anos. Mas faleceu aos 26 anos
de idade, ví�ma de tuberculose, deixando um acervo de
grande valor para o patrimônio cultural brasileiro. Muitas
de suas letras representam a sociedade contemporânea,
como se �vessem sido escritas no século XXI. 
Disponível em: h�p://www.mpbnet.com.br. Acesso em:
abr. 2010
 
Um texto pertencente ao patrimônio literário-cultural
brasileiro é atualizável, na medida em que ele se refere a
valores e situações de um povo. A atualidade da
canção Onde está a hones�dade?, de Noel Rosa,
evidencia-se por meio 
a) da ironia, ao se referir ao enriquecimento de origem
duvidosa de alguns. 
b) da crí�ca aos ricos que possuem joias, mas não têm
herança. 
c) da maldade do povo a perguntar sobre a
hones�dade. 
d) do privilégio de alguns em clamar pela hones�dade. 
e) da insistência em promover eventos beneficentes. 
IT0235 - (Enem)
Carnavália
 
Repique tocou
O surdo escutou
E o meu corasamborim
Cuíca gemeu, será que era meu, quando ela passou por
mim?
[…]
ANTUNES, A.; BROWN, C.; MONTE, M. Tribalistas, 2002
(fragmento).No terceiro verso, o vocábulo “corasamborim”, que é a
junção coração + samba + tamborim, refere-se, ao
mesmo tempo, a elementos que compõem uma escola
de samba e a situação emocional em que se encontra o
autor da mensagem, com o coração no ritmo da
percussão.
 
Essa palavra corresponde a um(a) 
a) estrangeirismo, uso de elementos linguís�cos
originados em outras línguas e representa�vos de
outras culturas. 
b) neologismo, criação de novos itens linguís�cos, pelos
mecanismos que o sistema da língua disponibiliza. 
c) gíria, que compõe uma linguagem originada em
determinado grupo social e que pode vir a se
disseminar em uma comunidade mais ampla. 
d) regionalismo, por ser palavra caracterís�ca de
determinada área geográfica. 
e) termo técnico, dado que designa elemento de área
específica de a�vidade. 
IT0236 - (Enem)
Cuitelinho
 
Cheguei na bera do porto
Onde as onda se espaia.
As garça dá meia volta,
Senta na bera da praia.
E o cuitelinho não gosta
Que o botão da rosa caia.
 
Quando eu vim da minha terra,
Despedi da parentaia.
Eu entrei em Mato Grosso,
Dei em terras paraguaia.
Lá �nha revolução,
Enfrentei fortes bataia.
 
A tua saudade corta
Como o aço de navaia.
O coração fica aflito,
Bate uma e outra faia.
E os oio se enche d´água
Que até a vista se atrapaia.
Folclore recolhido por Paulo Vanzolini e Antônio Xandó.
BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna.
São Paulo: Parábola, 2004.
 
Transmi�da por gerações, a canção Cuitelinho manifesta
aspectos culturais de um povo, nos quais se inclui sua
forma de falar, além de registrar um momento histórico.
Depreende-se disso que a importância em preservar a
produção cultural de uma nação consiste no fato de que
produções como a canção Cuitelinho evidenciam a 
7@professorferretto @prof_ferretto
a) recriação da realidade brasileira de forma ficcional. 
b) criação neológica na língua portuguesa. 
c) formação da iden�dade nacional por meio da tradição
oral. 
d) incorreção da língua portuguesa que é falada por
pessoas do interior do Brasil. 
e) padronização de palavras que variam regionalmente,
mas possuem mesmo significado. 
IT0237 - (Enem)
A música pode ser definida como a combinação de sons
ao longo do tempo. Cada produto final oriundo da
infinidade de combinações possíveis será diferente,
dependendo da escolha das notas, de suas durações, dos
instrumentos u�lizados, do es�lo de música, da
nacionalidade do compositor e do período em que as
obras foram compostas.
 
 
Das figuras que apresentam grupos musicais em ação,
pode-se concluir que o(os) grupo(s) mostrado(s) na(s)
figura(s) 
a) 1 executa um gênero caracterís�co da música
brasileira, conhecido como chorinho. 
b) 2 executa um gênero caracterís�co da música clássica,
cujo compositor mais conhecido é Tom Jobim. 
c) 3 executa um gênero caracterís�co da música
europeia, que tem como representantes Beethoven e
Mozart. 
d) 4 executa um �po de música caracterizada pelos
instrumentos acús�cos, cuja intensidade e nível de
ruído permanecem na faixa dos 30 aos 40 decibéis. 
e) 1 a 4 apresentam um produto final bastante
semelhante, uma vez que as possibilidades de
combinações sonoras ao longo do tempo são
limitadas. 
IT0238 - (Enem)
O movimento "hip-hop" é tão urbano quanto as grandes
construções de concreto e as estações de metrô, e cada
dia se torna mais presente nas grandes metrópoles
mundiais. Nasceu na periferia dos bairros pobres de
Nova lorque. É formado por três elementos: a música (o
rap), as artes plás�cas (o grafite) e a dança (o "break").
No "hip-hop" os jovens usam as expressões ar�s�cas
como uma forma de resistência polí�ca.
Enraizado nas camadas populares urbanas, o "hip-hop"
afirmou-se no Brasil e no mundo com um discurso
polí�co a favor dos excluídos, sobretudo dos negros.
Apesar de ser um movimento originário das periferias
norte-americanas, não encontrou barreiras no Brasil,
onde se instalou com certa naturalidade - o que, no
entanto, não significa que o "hip-hop" brasileiro não
tenha sofrido influências locais. O movimento no Brasil é
híbrido: rap com um pouco de samba, "break" parecido
com capoeira e grafite de cores muito vivas.
(Adaptado de Ciência e Cultura, 2004)
 
De acordo com o texto, o "hip-hop" é uma manifestação
ar�s�ca �picamente urbana, que tem como principais
caracterís�cas 
8@professorferretto @prof_ferretto
a) a ênfase nas artes visuais e a defesa do caráter
nacionalista. 
b) a alienação polí�ca e a preocupação com o conflito de
gerações. 
c) a afirmação dos socialmente excluídos e a combinação
de linguagens. 
d) a integração de diferentes classes sociais e a exaltação
do progresso. 
e) a valorização da natureza e o compromisso com os
ideais norte-americanos. 
IT0240 - (Enem)
Texto I
Mama África
 
Mama África (a minha mãe)
é mãe solteira
e tem que fazer
mamadeira todo dia
além de trabalhar
como empacotadeira
nas Casas Bahia
Mama África tem tanto o que fazer
além de cuidar neném
além de fazer denguim
filhinho tem que entender
Mama África vai e vem
mas não se afasta de você
quando Mama sai de casa
seus filhos se olodunzam
rola o maior jazz
Mama tem calos nos pés
Mama precisa de paz
Mama não quer brincar mais
filhinho dá um tempo
é tanto contratempo
no ritmo de vida de Mama
CHICO CÉSAR. Mama África. São Paulo: MZA Music, 1995.
 
Texto II
 
 
A pesquisa, realizada pelo IBGE, evidencia caracterís�cas
das famílias brasileiras, também tema�zadas pela
canção Mama África. Ambos os textos destacam o(a) 
 
a) preocupação das mulheres com o mercado de
trabalho. 
b) responsabilidade das mulheres no sustento das
famílias. 
c) comprome�mento das mulheres na recons�tuição do
casamento. 
d) dedicação das mulheres no cuidado com os filhos. 
e) importância das mulheres nas tarefas diárias. 
IT0242 - (Enem)
Eu não tenho hoje em dia muito orgulho do Tropicalismo.
Foi sem dúvida um modo de arrombar a festa, mas
arrombar a festa no Brasil é fácil. O Brasil é uma pequena
sociedade colonial, muito mesquinha, muito fraca.
VELOSO, C. In: HOLLANDA, H. B.; GONÇALVES, M.
A. Cultura e par�cipação nos anos 60.
São Paulo: Brasiliense, 1995 (adaptado).
 
O movimento tropicalista, consagrador de diversos
músicos brasileiros, está relacionado historicamente 
9@professorferretto @prof_ferretto
a) à expansão de novas tecnologias de informação, entre
as quais, a Internet, o que facilitou imensamente a sua
divulgação mundo afora. 
b) ao advento da indústria cultural em associação com
um conjunto de reivindicações esté�cas e polí�cas
durante os anos 1960. 
c) à parceria com a Jovem Guarda, também considerada
um movimento nacionalista e de crí�ca polí�ca ao
regime militar brasileiro. 
d) ao crescimento do movimento estudan�l nos anos
1970, do qual os tropicalistas foram aliados na crí�ca
ao tradicionalismo dos costumes da sociedade
brasileira. 
e) à iden�ficação esté�ca com a Bossa Nova, pois ambos
os movimentos �nham raízes na incorporação de
ritmos norte-americanos, como o blues. 
IT0243 - (Enem)
Texto I
Chão de esmeralda
 
Me sinto pisando
Um chão de esmeraldas
Quando levo meu coração
À Mangueira
Sob uma chuva de rosas
Meu sangue jorra das veias
E �nge um tapete
Pra ela sambar
É a realeza dos bambas
Que quer se mostrar
Soberba, garbosa
Minha escola é um cata-vento a girar
É verde, é rosa
Oh, abre alas pra Mangueira passar
BUARQUE, C.; CARVALHO, H. B. Chico Buarque de
Mangueira. Marola Edições Musicais
Ltda. BMG. 1997. Disponível
em: www.chicobuarque.com.br. Acesso em: 30 abr. 2010.
 
Texto II
Quando a escola de samba entra na Marquês de Sapucaí,
a plateia delira, o coração dos componentes bate mais
forte e o que vale é a emoção. Mas, para que esse
verdadeiro espetáculo entre em cena, por trás da cor�na
de fumaça dos fogos de ar��cio, existe um verdadeiro
batalhão de alegria: são costureiras, aderecistas,
diretores de ala e de harmonia, pesquisador de enredo e
uma infinidade de garantem que tudo esteja perfeito na
hora do desfile.
AMORIM, M.; MACEDO, G. O espetáculo dos
bas�dores. Revista de Carnaval2010:
Mangueira. Rio de Janeiro: Estação Primeira de
Mangueira, 2010.
 
Ambos os textos exaltam o brilho, a beleza, a tradição e o
compromisso dos dirigentes e de todos os componentes
com a escola de samba Estação Primeira de Mangueira.
Uma das diferenças que se estabelece entre os textos é
que 
a) o ar�go jornalís�co cumpre a função de transmi�r
emoções e sensações, mais do que a letra de música. 
b) a letra de música privilegia a função social de
comunicar a seu público a crí�ca em relação ao samba
e aos sambistas. 
c) a linguagem poé�ca, no Texto I, valoriza imagens
metafóricas e a própria escola, enquanto a linguagem,
no Texto II, cumpre a função de informar e envolver o
leitor. 
d) ao associar esmeraldas e rosas às cores da escola, o
Texto I acende a rivalidade entre escolas de samba,
enquanto o Texto II é neutro. 
e) o Texto I sugere a riqueza material da Mangueira,
enquanto o Texto II destaca o trabalho na escola de
samba. 
IT0244 - (Enem)
Epitáfio
 
Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer
 
Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração
 
[...]
 
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor
BRITTO, S. A melhor banda de todos os tempos da úl�ma
semana.
Rio de Janeiro: Abril Music, 2001 (fragmento).
 
O gênero epitáfio, palavra que significa uma inscrição
colocada sobre lápides, tem a função social de
homenagear os mortos. Nesse texto, a apropriação desse
gênero no �tulo da letra da canção cria o efeito de 
10@professorferretto @prof_ferretto
a) destacar a importância de uma pessoa falecida. 
b) expressar desejo de reversão de a�tudes. 
c) registrar as caracterís�cas pessoais. 
d) homenagear as pessoas sepultadas. 
e) sugerir notações para lápides. 
IT0245 - (Enem)
Vaca Estrela e Boi Fubá
 
Seu doutô, me dê licença
Pra minha história contar
Hoje eu tô em terra estranha
É bem triste o meu penar
Eu já fui muito feliz
Vivendo no meu lugar
Eu �nha cavalo bão
Gostava de campear
Todo dia eu aboiava
Na porteira do currá
 
[...]
 
Eu sou fio do Nordeste
Não nego meu naturá
Mas uma seca medonha
Me tangeu de lá pra cá
PATATIVA DO ASSARÉ. Intérpretes: PENA BRANCA;
XAVANTINHO; TEIXEIRA, R.
Ao vivo em Tatuí. Rio de Janeiro: Kuarup Discos, 1992
(fragmento).
 
Considerando-se o registro linguís�co apresentado, a
letra dessa canção 
a) exalta uma forma específica de dizer. 
b) u�liza elementos pouco usuais na língua. 
c) influencia a maneira de falar do povo brasileiro. 
d) discute a diversidade lexical de um dado grupo
social. 
e) integra o patrimônio linguís�co do português
brasileiro. 
IT0246 - (Enem)
TEXTO I
Por “complexo de vira-latas” entendo eu a inferioridade
em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face
do resto do mundo. Isto em todos os setores e,
sobretudo, no futebol. Dizer que nós nos julgamos “os
maiores” é uma cínica inverdade. Em Wembley, por que
perdemos? Porque, diante do quadro inglês, louro e
sardento, a equipe brasileira ganiu de humildade. Jamais
foi tão evidente e, eu diria mesmo, espetacular o nosso
vira-la�smo [...]. É um problema de fé em si mesmo. O
brasileiro precisa se convencer de que não é um vira-
latas.
RODRIGUES, N. À sombra das chuteiras imortais. São
Paulo: Cia. das Letras, 1993.
 
TEXTO II
A melhor banda de todos os tempos da úl�ma semana
 
As músicas mais pedidas
Os discos que vendem mais
As novidades an�gas
Nas páginas dos jornais
 
Um idiota em inglês
Se é idiota, é bem menos que nós
Um idiota em inglês
É bem melhor do que eu e vocês
 
A melhor banda de todos os tempos da úl�ma semana
O melhor disco brasileiro de música americana
O melhor disco dos úl�mos anos de sucessos do passado
O maior sucesso de todos os tempos entre os dez
maiores fracassos
TITÃS. A melhor banda de todos os tempos da úl�ma
semana. São Paulo: Abril Music, 2001 (fragmento).
 
O verso do Texto II que estabelece a adequada relação
temá�ca com “o nosso vira-la�smo”, presente no Texto I,
é: 
a) “As novidades an�gas”. 
b) “Os discos que vendem mais”. 
c) “O melhor disco brasileiro de música americana”. 
d) “A melhor banda de todos os tempos da úl�ma
semana”. 
e) “O maior sucesso de todos os tempos entre os dez
maiores fracassos”. 
IT0247 - (Enem)
Frevo Nino Pernambuquinho
 
É o frevo
Arrastando a mul�dão, fervendo.
É na ponta do pé e no calcanhar
É no calcanhar e na ponta do pé com a direita
É na ponta do pé e no calcanhar com a esquerda
Saci-pererê, saci-pererê com a direita
Saci-pererê com a esquerda
Girando, girando, girando no girassol
É o frevo no pé e a sombrinha no ar.
É na ponta do pé e no calcanhar
Pisando em brasa
Pisando em brasa porque o chão está pegando fogo
11@professorferretto @prof_ferretto
Na Avenida Guararapes
Arrastando o Galo da Madrugada
Olha a tesoura, para cortar todos os males.
É o frevo no pé e a sombrinha no ar.
DUDA. Perré-bumbá. Recife: Gravadora Independente,
1998 (fragmento).
 
A letra da canção apresenta o frevo como uma expressão
da cultura corporal que pode ser reconhecida por meio
da descrição de
a) diversos ritmos. 
b) diferentes passos. 
c) dis�ntos adereços. 
d) vários personagens. 
e) uso de instrumentos. 
IT0250 - (Enem)
Entrevista – Tony Bello�o
 
A língua é rock
Guitarrista do Titãs e escritor completa dez anos à frente
de programa televisivo em que discute a língua
portuguesa por meio da música
 
O que o atraiu na proposta de Afinando a Língua?
No começo, em 1999, a ideia era fazer um programa que
falasse de língua portuguesa usando a música como
atra�vo, principalmente, para os jovens. Com o passar do
tempo, ele foi se transformando num programa sobre a
linguagem usada em letras de música, no jornalismo, na
literatura de ficção e na poesia. Como não sou um cara
de TV, trago a experiência de escritor e músico, e sempre
par�cipo de forma mais a�va do que como um mero
apresentador. Estou nas reuniões de pauta e faço
sugestões nos roteiros. Mas o conteúdo é feito pelo
pessoal do Futura.
 
Quais as vantagens e desvantagens do ensino da língua
por meio das letras de música?
Não sou pedagogo ou educador, então só vejo vantagens,
porque as letras de música usam uma linguagem que é a
do dia a dia, principalmente, dos jovens. A música é algo
que lhes dá prazer e, dida�camente, pode fazer as vezes
de algo que o aluno tem a noção de ser entediante –
estudo da língua, sentar e abrir um livro. Ao ouvir uma
música, os exemplos surgem. É a grande vantagem e
sempre foi a ideia do programa.
Disponível em: h�p://revistalingua.uol.com.br. Acesso
em: 8 ago. 2012 (fragmento).
 
Os gêneros textuais são definidos por meio de sua
estrutura, função e contexto de uso. Tomando por base a
estrutura dessa entrevista, observa-se que 
a) a organização em turnos de fala reproduz o diálogo
que ocorre entre os interlocutores. 
b) o tema e o suporte onde foi publicada jus�ficam a
ausência de traços da linguagem informal. 
c) a ausência de referências sobre o entrevistado é uma
estratégia para induzir à leitura do texto na íntegra. 
d) o uso do destaque gráfico é um recurso de edição para
ressaltar a importância do tema para o
entrevistador. 
e) o entrevistado é um especialista em abordagens
educacionais alterna�vas para o ensino da língua
portuguesa. 
IT0252 - (Enem)
Sambinha 
 
Vêm duas costureirinhas pela rua das Palmeiras. 
Afobadas braços dados depressinha 
Bonitas, Senhor! que até dão vontade pros homens da
rua. 
As costureirinhas vão explorando perigos... 
Ves�do é de seda. 
Roupa-branca é de morim. 
 
Falando conversas fiadas 
As duas costureirinhas passam por mim. 
—Você vai? 
—Não vou não? 
Parece que a rua parou pra escutá-las. 
Nem trilhos sapecas 
Jogam mais bondes um pro outro. 
E o Sol da tardinha de abril 
Espia entre as pálpebras sapiroquentas de duas nuvens. 
As nuvens são vermelhas. 
A tardinha cor-de-rosa. 
 
Fiqueiquerendo bem aquelas duas costureirinhas... 
Fizeram-me peito batendo 
Tão bonitas, tão modernas, tão brasileiras! 
Isto é... 
Uma era ítalo-brasileira. 
Outra era áfrico-brasileira. 
Uma era branca. 
Outra era preta. 
ANDRADE, M. Os melhores poemas. São Paulo: Global,
1988. 
 
Os poetas do Modernismo, sobretudo em sua primeira
fase, procuraram incorporar a oralidade ao fazer poé�co,
como parte de seu projeto de configuração de uma
iden�dade linguís�ca e nacional. No poema de Mário de
Andrade, esse projeto revela-se, pois 
12@professorferretto @prof_ferretto
a) o poema capta uma cena do co�diano — o caminhar
de duas costureirinhas pela rua das Palmeiras — mas
o andamento dos versos é truncado, o que faz com
que o evento perca a naturalidade. 
b) a sensibilidade do eu poé�co parece captar o
movimento dançante das costureirinhas —
depressinha — que, em úl�ma instância, representam
um Brasil de “todas as cores”. 
c) o excesso de liberdade usado pelo poeta ao
desrespeitar regras grama�cais, como as de
pontuação, prejudica a compreensão do poema. 
d) a sensibilidade do ar�sta não escapa do viés machista
que marcava a sociedade do início do século XX,
machismo expresso em “que até dão vontade pros
homens da rua”. 
e) o eu poé�co usa de ironia ao dizer da emoção de ver
moças “tão modernas, tão brasileiras”, pois faz
questão de afirmar as origens africana e italiana das
mesmas. 
IT0255 - (Enem)
Piraí, Piraí, Piraí
Piraí bandalargou-se um pouquinho
Piraí infoviabilizou
Os ares do município inteirinho
Com certeza a medida provocou
Um certo vento de redemoinho
 
Diabo de menino agora quer
Um ipod e um computador novinho
Certo é que o sertão quer virar mar
Certo é que o sertão quer navegar
No micro do menino interne�nho
GIL, G. Banda larga cordel. Geleia Geral. 2008.
Disponível em: h�p://www.gilbertogil.com.br. Acesso
em: 24 abr. 2010 (fragmento).
 
No texto, encontram-se as expressões "bandalargou-se",
"infoviabilizou" e "interne�nho", que indicam a influência
da tecnologia digital na língua. Em relação à
dinamicidade da língua no processo de comunicação,
essas expressões representam 
a) a expansão vocabular influenciada pelo uso co�diano
de ferramentas da cultura digital. 
b) o desconhecimento das regras de formação de
palavras na língua. 
c) a derivação de palavras sob a influência de falares
arcaicos. 
d) a incorporação de palavras estrangeiras sem
adaptações à língua portuguesa. 
e) a apropriação de conceitos ultrapassados
disseminados pelas influências estrangeiras. 
IT0257 - (Enem)
Som de preto
O nosso som não tem idade, não tem raça
E não tem cor.
Mas a sociedade pra gente não dá valor.
Só querem nos cri�car, pensam que somos animais.
Se exis�a o lado ruim, hoje não existe mais,
porque o ‘funkeiro’ de hoje em dia caiu na real.
Essa história de ‘porrada’, isto é coisa banal
Agora pare e pense, se liga na ‘responsa’:
se ontem foi a tempestade, hoje vira a bonança.
É som de preto
De favelado
Mas quando toca ninguém fica parado
Música de Mc’s Amilcka e Chocolate.
In: Dj Marlboro. Bem funk. Rio de Janeiro, 2001
(adaptado).
 
À medida que vem ganhando espaço na mídia, o funk
carioca vem abandonando seu caráter local, associado às
favelas e à criminalidade da cidade do Rio de Janeiro,
tornando-se uma espécie de símbolo da marginalização
das manifestações culturais das periferias em todo o
Brasil. O verso que explicita essa marginalização é: 
a) “O nosso som não tem idade, não tem raça”. 
b) “Mas a sociedade pra gente não dá valor”. 
c) “Se exis�a o lado ruim, hoje não existe mais”. 
d) “Agora pare e pense, se liga na ‘reponsa’”. 
e) “se ontem foi a tempestade, hoje vira a bonança”. 
IT0259 - (Enem)
Aquarela do Brasil 
 
Brasil! 
Meu Brasil brasileiro 
Meu mulato inzoneiro 
Vou cantar-te nos meus versos 
 
O Brasil, samba que dá 
Bamboleio que faz gingar 
13@professorferretto @prof_ferretto
O Brasil do meu amor 
Terra de Nosso Senhor 
Brasil! Pra mim! Pra mim, pra mim! 
 
Ah! Abre a cor�na do passado 
Tira a mãe preta do Cerrado 
Bota o rei congo no congado 
Brasil! Pra mim! 
 
Deixa cantar de novo o trovador 
A merencória luz da lua 
Toda canção do meu amor 
Quero ver a sá dona caminhando 
Pelos salões arrastando 
O seu ves�do rendado 
Brasil! Pra mim, pra mim, pra mim! 
ARY BARROSO. Aquarela do Brasil, 1939 (fragmento).
 
Muito usual no Estado Novo de Vargas, a composição de
Ary Barroso é um exemplo �pico de 
a) música de sá�ra. 
b) samba exaltação. 
c) hino revolucionário. 
d) propaganda eleitoral. 
e) marchinha de protesto. 
IT0261 - (Enem)
Mesmo tendo a trajetória do movimento interrompida
com a prisão de seus dois líderes, o tropicalismo não
deixou de cumprir seu papel de vanguarda na música
popular brasileira. A par�r da década de 70 do século
passado, em lugar do produto musical de exportação de
nível internacional prome�do pelos baianos com a
“retomada da linha evolutória”, ins�tuiu-se nos meios de
comunicação e na indústria do lazer uma nova era
musical.
TINHORÃO, J. R. Pequena história da música popular: da
modinha ao tropicalismo. São Paulo: Art, 1986
(adaptado).
 
A nova era musical mencionada no texto evidencia um
gênero que incorporou a cultura de massa e se adequou
à realidade brasileira. Esse gênero está representado pela
obra cujo trecho da letra é: 
a) A estrela d’alva / No céu desponta / E a lua anda tonta
/ Com tamanho esplendor. (As pastorinhas, Noel Rosa
e João de Barro) 
b) Hoje / Eu quero a rosa mais linda que houver / Quero
a primeira estrela que vier / Para enfeitar a noite do
meu bem. (A noite do meu bem, Dolores Duran) 
c) No rancho fundo / Bem pra lá do fim do mundo /
Onde a dor e a saudade / Contam coisas da cidade.
(No rancho fundo, Ary Barroso e Lamar�ne Babo) 
d) Baby Baby / Não adianta chamar / Quando alguém
está perdido / Procurando se encontrar. (Ovelha
negra, Rita Lee) 
e) Pois há menos peixinhos a nadar no mar / Do que os
beijinhos que eu darei / Na sua boca. (Chega de
saudade, Tom Jobim e Vinicius de Moraes) 
IT0262 - (Enem)
O rap cons�tui-se em uma expressão ar�s�ca por meio
da qual os MCs relatam poe�camente a condição social
em que vivem e retratam suas experiências co�dianas.
SOUZA, J.; FIALHO, V. M.; ARALDI, J. Hip hop: da rua para
a escola. Porto Alegre: Sulina, 2008.
 
O “relato poé�co” é uma caracterís�ca fundamental
desse gênero musical, em que o 
a) MC canta de forma melodiosa as letras, que retratam
a complexa realidade em que se encontra. 
b) rap se limita a usar sons eletrônicos nas músicas, que
seriam responsáveis por retratar a realidade da
periferia. 
c) rap se caracteriza pela proximidade das notas na
melodia, em que a letra é mais recitada do que
cantada, como em uma poesia. 
d) MC canta enquanto outros músicos o acompanham
com instrumentos, tais como o contrabaixo elétrico e
o teclado. 
e) MC canta poemas amplamente conhecidos,
fundamentando sua atuação na memorização de suas
letras. 
IT0263 - (Enem)
Good-bye
 
"Não é mais boa noite, nem bom dia
Só se fala good morning, good night
Já se desprezou o lampião de querosene
Lá no morro só se usa a luz da Light
Oh yes!"
 
A marchinha "Good-bye", composta por Assis Valente há
cerca de 50 anos, refere-se ao ambiente das favelas dos
14@professorferretto @prof_ferretto
morros cariocas. A estrofe citada mostra 
a) como a questão do racionamento da energia elétrica,
bem como a da penetração dos anglicismos no
vocabulário brasileiro, iniciaram-se em meados do
século passado. 
b) como a modernidade, associada simbolicamente à
eletrificação e ao uso de anglicismos, a�ngia toda a
população brasileira, mas também como, a despeito
disso, persis�a a desigualdade social. 
c) como as populações excluídas se apropriavam aos
poucos de elementos de modernidade, saindo de uma
situação de exclusão social, o que é sugerido pelo
�tulo da música. 
d) os resultados benéficos da polí�ca de boa vizinhança
norte-americana, que permi�a aos poucos que o
Brasil se inserisse numa cultura e economia
globalizadas.e) o desprezo do compositor pela cultura e pelas
condições de vida atrasadas caracterís�cas do
"morro", isto é, dos bairros pobres da cidade do Rio
de Janeiro. 
IT0266 - (Enem)
Chegança
 
Sou Pataxó,
Sou Xavante e Carriri,
Ianomâmi, sou Tupi
Guarani, sou Carajá.
Sou Pancaruru,
Carijó, Tupinajé,
Sou Po�guar, sou Caeté,
Ful-ni-ô, Tupinambá
 
Eu atraquei num porto muito seguro,
Céu azul, paz e ar puro...
Botei as pernas pro ar.
Logo sonhei que estava no paraíso,
Onde nem era preciso dormir para sonhar.
 
Mas de repente me acordei com a surpresa:
Uma esquadra portuguesa veio na praia atracar.
Da grande-nau
Um branco de barba escura,
Ves�ndo uma armadura me apontou pra me pegar.
E assustado dei um pulo da rede,
Pressen� a fome, a sede,
Eu pensei: “vão me acabar”.
Levantei-me de Borduna já na mão.
Aí, sen� no coração,
O Brasil vai começar.
NÓBREGA, A.; FREIRE, W. CD Pernambuco falando para o
mundo, 1998.
 
A letra da canção apresenta um tema recorrente na
história da colonização brasileira, as relações de poder
entre portugueses e povos na�vos, e representa uma
crí�ca à ideia presente no chamado mito 
a) da democracia racial, originado das relações cordiais
estabelecidas entre portugueses e na�vos no período
anterior ao início da colonização brasileira. 
b) da cordialidade brasileira, advinda da forma como os
povos na�vos se associaram economicamente aos
portugueses, par�cipando dos negócios coloniais
açucareiros. 
c) do brasileiro recep�vo, oriundo da facilidade com que
os na�vos brasileiros aceitaram as regras impostas
pelo colonizador, o que garan�u o sucesso da
colonização. 
d) da natural miscigenação, resultante da forma como a
metrópole incen�vou a união entre colonos, ex-
escravas e na�vas para acelerar o povoamento da
colônia. 
e) do encontro, que iden�fica a colonização portuguesa
como pacífica em função das relações de troca
estabelecidas nos primeiros contatos entre
portugueses e na�vos. 
IT0267 - (Enem)
A gente não sabemos escolher presidente
A gente não sabemos tomar conta da gente
A gente não sabemos nem escovar os dentes
Tem gringo pensando que nóis é indigente
Inú�l
A gente somos inú�l
MOREIRA, R. Inú�l. 1983 (fragmento).
 
O fragmento integra a letra de uma canção gravada em
momento de intensa mobilização polí�ca. A canção foi
censurada por estar associada 
a) ao rock nacional, que sofreu limitações desde o início
da ditadura militar. 
b) a uma crí�ca ao regime ditatorial que, mesmo em sua
fase final, impedia a escolha popular do presidente. 
c) à falta de conteúdo relevante, pois o Estado buscava,
naquele contexto, a conscien�zação da sociedade por
meio da música. 
d) a dominação cultural dos Estados Unidos da América
sobre a sociedade brasileira, que o regime militar
pretendia esconder. 
e) à alusão à baixa escolaridade e à falta de consciência
polí�ca do povo brasileiro. 
IT0269 - (Enem)
15@professorferretto @prof_ferretto
O meu lugar,
Tem seus mitos e seres de luz,
É bem perto de Oswaldo Cruz,
Cascadura, Vaz Lobo, Irajá.
O meu lugar,
É sorriso, é paz e prazer,
O seu nome é doce dizer,
Madureira, ia, Iaiá.
Madureira, ia, Iaiá
 
Em cada esquina um pagode um bar,
Em Madureira.
Império e Portela também são de lá,
Em Madureira.
E no Mercadão você pode comprar
Por uma pechincha você vai levar,
Um dengo, um sonho pra quem quer sonhar,
Em Madureira.
CRUZ, A. Meu lugar. Disponível em:
www.vagalume.uol.com.br. Acesso em: 16 abr. 2010
(fragmento).
 
A análise do trecho da canção indica um �po de
interação entre o indivíduo e o espaço. Essa interação
explícita na canção expressa um processo de 
a) autossegregação espacial. 
b) exclusão sociocultural. 
c) homogeneização cultural. 
d) expansão urbana. 
e) pertencimento ao espaço. 
IT0279 - (Enem)
A cidade
 
E a situação sempre mais ou menos,
Sempre uns com mais e outros com menos.
A cidade não para, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce.
CHICO SCIENCE e Nação Zumbi. In: Da lama ao caos. Rio
de Janeiro: Chaos; Sony Music, 1994 (fragmento).
 
A letra da canção do início dos anos 1990 destaca uma
questão presente nos centros urbanos brasileiros que se
refere ao(à) 
a) déficit de transporte público. 
b) estagnação do setor terciário. 
c) controle das taxas de natalidade. 
d) elevação dos índices de criminalidade. 
e) desigualdade da distribuição de renda. 
IT0284 - (Enem)
"Águas de março definem se falta luz este ano".
 
Esse foi o �tulo de uma reportagem em jornal de
circulação nacional, pouco antes do início do
racionamento do consumo de energia elétrica, em 2001.
No Brasil, a relação entre a produção de eletricidade e a
u�lização de recursos hídricos, estabelecida nessa
manchete, se jus�fica porque 
a) a geração de eletricidade nas usinas hidrelétricas exige
a manutenção de um dado fluxo de água nas
barragens. 
b) o sistema de tratamento da água e sua distribuição
consomem grande quan�dade de energia elétrica. 
c) a geração de eletricidade nas usinas termelétricas
u�liza grande volume de água para refrigeração. 
d) o consumo de água e de energia elétrica u�lizadas na
indústria compete com o da agricultura. 
e) é grande o uso de chuveiros elétricos, cuja operação
implica abundante consumo de água. 
IT0285 - (Enem)
Grileiro de terra
 
O jagunço falou com o caboclo
Conversando na sua varanda
Meu patrão vai tomar suas terras
Tá cercado por todas as bandas
Acho bom sair quanto antes
Pegue a sua família e se manda
Porque saibas que um mal acordo
É melhor do que boa demanda
TAVIANO & TAVARES. Disponível em:
www.kboing.com.br.
Acesso em: 16 abr. 2015 (fragmento).
 
A situação de conflito descrita é caracterís�ca de espaços
rurais onde ocorre o processo de 
a) formação de sistema de parceria. 
b) homologação de reservas extra�vistas. 
c) falsificação de �tulos de propriedades. 
d) terceirização de mão de obra empregada. 
e) desagregação de organizações coopera�vistas. 
IT0275 - (Ime)
Leia o texto a seguir para responder às questões IT0272,
IT0273, IT0274, IT0275 e IT0276.
Fernando Pessoa (1888-1935) foi um dos mais
importantes poetas da literatura portuguesa. Criou uma
obra de natureza filosófica sobre a consciência e as suas
mais profundas inquietações existenciais. Expressou uma
personalidade esté�ca mul�facetada por meio dos
16@professorferretto @prof_ferretto
heterônimos, os quais consis�am em várias iden�dades
que de�nham biografia e caracterís�cas psicológicas
dis�ntas: Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Bernardo Soares e
Álvaro de Campos, um engenheiro naval, a quem se deve
a “Ode triunfal”. Esse heterônimo apresenta uma
personalidade esté�ca marcada pelas concepções
futuristas e pela intenção de assimilar ao eu lírico a
realidade exterior, considerada em suas manifestações
mais prosaicas, ao mesmo tempo em que aquele se
projeta no mundo.
 
ODE TRIUNFAL
 
1À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da
fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, 2fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos an�gos.
 
3Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo re�do dos maquinismos em fúria!
Em fúria 4fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!
5Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um
excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!
 
Em febre e olhando os motores como a uma Natureza
tropical –
Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força –
Canto, e canto o presente, e também o passado e o
futuro,
Porque o presente é todo o passado e todo o futuro
6E há Platão e Virgílio dentro das máquinas e das luzes
eléctricas
Só porque houve outrora e foram humanos Virgílio e
Platão,
E pedaços do Alexandre Magno do século talvez
cinquenta,
Átomos que hão-de ir ter febre para o cérebro do Ésquilo
do século cem,
7Andam por estas correias de transmissão e por estes
êmbolos e por estesvolantes,
Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando,
Fazendo-me um acesso de carícias ao corpo numa só
carícia à alma.
 
Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!
8Ser completo como uma máquina!
Poder ir na vida triunfante como um automóvel úl�mo-
modelo!
Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto,
Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me
passento
9A todos os perfumes de óleos e calores e carvões
10Desta flora estupenda, negra, ar�ficial e insaciável!
 
Fraternidade com todas as dinâmicas!
Promíscua fúria de ser parte-agente
Do rodar férreo e cosmopolita
Dos comboios estrênuos,
Da faina transportadora-de-cargas dos navios,
Do giro lúbrico e lento dos guindastes,
Do tumulto disciplinado das fábricas,
E do quase-silêncio 11ciciante e monótono das correias
de transmissão!
 
12Horas europeias, produtoras, entaladas
Entre maquinismos e afazeres úteis!
Grandes cidades paradas nos cafés,
Nos cafés – oásis de inu�lidades ruidosas
Onde se cristalizam e se precipitam
13Os rumores e os gestos do 14Ú�l
E as rodas, e as rodas-dentadas e as chumaceiras
do 15Progressivo!
16Nova Minerva sem-alma dos cais e das gares!
Novos entusiasmos de estatura do Momento!
PESSOA, Fernando. Poesias de Álvaro de Campos. Lisboa:
Á�ca, 1944 (imp. 1993), p. 144 (texto adaptado). 
 
Enunciado da questão IT0275:
Em relação ao texto, considere as expressões em negrito
e assinale a alterna�va que evidencia a construção de
analogias entre as máquinas e os entes da natureza: 
a) “Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
de vos ouvir demasiadamente de perto.” (ref. 5) 
b) “Horas europeias, produtoras, entaladas entre
maquinismos e afazeres úteis! Grandes cidades
paradas nos cafés [...]” (ref. 12) 
c) “Os rumores e os gestos do Ú�l e as rodas, e as rodas-
dentadas e as chumaceiras do Progressivo!” (ref. 13) 
d) “A todos os perfumes de óleos e calores e carvões
desta flora estupenda, negra, ar�ficial e insaciável!”
(ref. 9) 
e) “E há Platão e Virgílio dentro das máquinas e das luzes
eléctricas só porque houve outrora e foram humanos
Virgílio e Platão.” (ref. 6) 
IT0215 - (Enem)
Seu delegado
17@professorferretto @prof_ferretto
 
Eu sou viúvo e tenho um filho homem
Arrumei uma viúva e fui me casar
A minha sogra era muito teimosa
Com o meu filho foi se matrimoniar
Desse matrimônio nasceu um garoto
Desde esse dia que eu ando é louco
Esse garoto é filho do meu filho
E o filho da minha sogra é irmão da minha mulher
Ele é meu neto e eu sou cunhado dele
A minha nora é minha sogra
Meu filho meu sogro é
Nessa confusão já nem sei quem sou
Acaba esse garoto sendo meu avô.
TRIO FORROZÃO. Agitando a rapaziada. Rio de Janeiro:
Natasha Records, 2009.
 
Nessa letra da canção, a suposição do úl�mo verso
sinaliza a intenção do autor de 
a) ironizar as relações familiares modernas. 
b) reforçar o humor da situação representada. 
c) expressar perplexidade em relação ao parente. 
d) atribuir à criança a causa da dúvida existencial. 
e) ques�onar os lugares predeterminados da família. 
IT0211 - (Enem)
Hino à Bandeira
 
Em teu seio formoso retratas
Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par destas matas,
E o esplendor do Cruzeiro do Sul.
 
Contemplando o teu vulto sagrado,
Compreendemos o nosso dever,
E o Brasil por seus filhos amado,
Poderoso e feliz há de ser!
 
Sobre a imensa Nação Brasileira,
Nos momentos de festa ou de dor,
Paira sempre sagrada bandeira
Pavilhão da jus�ça e do amor!
BILAC, O.: BRAGA, F. Disponível em:
www2.planalto.gov.br. Acesso em: 10 dez. 2017
(fragmento).
 
No Hino à Bandeira, a descrição é um recurso u�lizado
para exaltar o símbolo nacional na medida em que 
a) remete a um momento futuro. 
b) promove a união dos cidadãos. 
c) valoriza os seus elementos. 
d) emprega termos religiosos. 
e) recorre à sua história. 
IT0214 - (Enem)
Caminhando contra o vento,
Sem lenço e sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou
 
O sol se reparte em crimes
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou
 
Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bombas e Brigi�e Bardot
O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta no�cia
Eu vou
VELOSO, C. Alegria, alegria. In: Caetano Veloso. São
Paulo: Phillips, 1967 (fragmento).
 
É comum coexis�rem sequências �pológicas em um
mesmo gênero textual. Nesse fragmento, os �pos
textuais que se destacam na organização temá�ca são 
a) descri�vo e argumenta�vo, pois o enunciador detalha
cada lugar por onde passa, argumentando contra a
violência urbana. 
b) disserta�vo e argumenta�vo, pois o enunciador
apresenta seu ponto de vista sobre as no�cias
rela�vas à cidade. 
c) exposi�vo e injun�vo, pois o enunciador fala de seus
estados �sicos e psicológicos e interage com a mulher
amada. 
d) narra�vo e descri�vo, pois o enunciador conta sobre
suas andanças pelas ruas da cidade ao mesmo tempo
que a descreve. 
e) narra�vo e injun�vo, pois o enunciador ensina o
interlocutor como andar pelas ruas da cidade
contando sobre sua própria experiência. 
IT0286 - (Enem)
O progresso
 
Eu queria não ver todo o verde da terra morrendo
18@professorferretto @prof_ferretto
E das águas dos rios os peixes desaparecendo
Eu queria gritar que esse tal de ouro negro
Não passa de um negro veneno
E sabemos que por tudo isso vivemos bem menos.
ROBERTO CARLOS; ERASMO CARLOS. Roberto Carlos. Rio
de Janeiro: CBS, 1976 (fragmento).
 
O trecho da letra da canção avalia o uso de combus�veis
fósseis com base em sua potencial contribuição para
aumentar o(a) 
a) base da pirâmide etária. 
b) alcance da fronteira de recursos. 
c) degradação da qualidade de vida. 
d) sustentabilidade da matriz energé�ca. 
e) exploração do trabalho humano. 
IT0218 - (Enem)
Um amor desse
Era 24 horas lado a lado
Um radar na pele, aquele sen�mento alucinado
Coração ba�a acelerado
 
Bastava um olhar para eu entender
Que era hora de me entregar pra você
Palavras não faziam falta mais
Ah, só de lembrar do seu perfume
Que arrepio, que calafrio
Que o meu corpo sente
Nem que eu queira, eu te apago da mente
 
Ah, esse amor
Deixou marcas no meu corpo
Ah, esse amor
Só de pensar, eu grito, eu quase morro
AZEVEDO, N; LEÃO, W. QUADROS, R. Coração pede
socorro. Rio de Janeiro: Som Livre, 2018 (fragmento).
 
Essa letra de canção foi composta especialmente para
uma campanha de combate à violência contra as
mulheres, buscando conscien�zá-las acerca do limite
entre relacionamento amoroso e relacionamento
abusivo. Para tanto, a estratégia empregada na letra é a 
a) revelação da submissão da mulher à situação de
violência, que muitas vezes a leva à morte. 
b) ênfase na necessidade de se ouvirem os apelas da
mulher agredida, que con�nuamente pede socorro. 
c) exploração de situação de duplo sen�do, que mostra
que atos de dominação e violência não configuram
amor. 
d) divulgação da importância de denunciar a violência
domés�ca, que a�nge um grande número de
mulheres no país. 
e) naturalização de situações opressivas, que fazem
parte da vida de mulheres que vivem em uma
sociedade patriarcal. 
IT0287 - (Enem)
O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Vou na estrada há muitos anos
Sou um ar�sta brasileiro
CHICO BUARQUE. Paratodos. 1993. Disponível em:
www.chicobuarque.com.br. Acesso em: 29 jun. 2015
(fragmento).
 
A caracterís�ca familiar descrita deriva do seguinte
aspecto demográfico: 
a) Migração interna. 
b) População rela�va. 
c) Expecta�va de vida. 
d) Taxa de mortalidade. 
e) Índice de fecundidade. 
IT0212 - (Enem)
Sou o coração do folclore nordes�no
Eu sou Mateus e Bas�ão do Boi-bumbá
Sou o boneco de Mestre Vitalino
Dançando uma ciranda em Itamaracá
Eu sou um verso de Carlos Pena Filho
Num frevo de Capiba
Ao som da Orquestra Armorial
Sou Capibaribe
Num livro de João Cabral
Sou mamulengo de São Bento do Una
Vindo no baque solto de maracatu
Eu sou um auto de Ariano Suassuna
No meio da Feira de Caruaru
Sou Frei Caneca do Pastorildo Faceta
Levando a flor da lira
Pra Nova Jerusalém
Sou Luiz Gonzaga
19@professorferretto @prof_ferretto
E sou do mangue também
Eu sou mameluco, sou de Casa Forte
Sou de Pernambuco, sou o Leão do Norte
LENINE; PINHEIRO, P.C. Leão do Norte. In: LENINE;
SUZANO, M. Olho de peixe. São Paulo: Vetas. 1993
(fragmento).
 
O fragmento faz parte da canção brasileira
contemporânea e celebra a cultura popular nordes�na.
Nele, o ar�sta exalta as diferentes manifestações
culturais pela 
a) valorização do teatro, música, artesanato, literatura,
dança, personagens históricos e ar�stas populares,
compondo um tecido diversificado e enriquecedor da
cultura popular como patrimônio regional e
nacional. 
b) iden�ficação dos lugares pernambucanos,
manifestações culturais, como o bumba meu boi, as
cirandas, os bonecos mamulengos e heróis locais,
fazendo com que essa canção se apresente como uma
referência à cultura popular nordes�na. 
c) exaltação das raízes populares, como a poesia, a
literatura de cordel e o frevo, misturadas ao erudito,
como a Orquestra Armorial, compondo um rico tecido
cultural, que transforma o popular em erudito. 
d) caracterização das festas populares como iden�dade
cultural localizada e como representantes de uma
cultura que reflete valores históricos e sociais próprios
da população local. 
e) apresentação do Pastoril do Faceta, do maracatu, do
bumba meu boi e dos autos como representação da
musicalidade e do teatro popular religioso, bastante
comum ao folclore brasileiro. 
IT0223 - (Enem)
Querido diário
 
Hoje topei com alguns conhecidos meus
Me dão bom-dia, cheios de carinho
Dizem para eu ter muita luz, ficar com Deus
Eles têm pena de eu viver sozinho
[...]
Hoje o inimigo veio me espreitar
Armou tocaia lá na curva do rio
Trouxe um porrete a mó de me quebrar
Mas eu não quebro porque sou macio, viu
HOLANDA, C. B. Chico. Rio de Janeiro:
Biscoito Fino, 2013 (fragmento).
 
Uma caracterís�ca do gênero diário que aparece na letra
da canção de Chico Buarque é o(a) 
a) diálogo com interlocutores próximos. 
b) recorrência de verbos no infini�vo. 
c) predominância de tom poé�co. 
d) uso de rimas na composição. 
e) narra�va autorreflexiva. 
IT0253 - (Enem)
Agora eu era herói 
E o meu cavalo só falava inglês. 
A noiva do cowboy 
Era você, além das outras três. 
Eu enfrentava os batalhões, 
Os alemães e seus canhões. 
Guardava o meu bodoque 
E ensaiava o rock para as ma�nês. 
CHICO DUARQUE. João e Maria, 1977 (fragmento). 
 
Nos terceiro e oitavo versos da letra da canção, constata-
se que o emprego das palavras cowboy e rock expressa a
influência de outra realidade cultural na língua
portuguesa. Essas palavras cons�tuem evidências de 
a) regionalismo, ao expressar a realidade sociocultural de
habitantes de uma determinada região. 
b) neologismo, que se caracteriza pelo
aportuguesamento de uma palavra oriunda de outra
língua. 
c) jargão profissional, ao evocar a linguagem de uma
área específica do conhecimento humano. 
d) arcaísmo, ao representar termos usados em outros
períodos da história da língua. 
e) estrangeirismo, que significa a inserção de termos de
outras comunidades linguís�cas no português. 
IT0271 - (Enem)
Canto dos lavradores de Goiás 
 
Tem fazenda e fazenda 
Que é grande perfeitamente 
Sobe serra desce serra 
Salta muita água corrente 
Sem lavoura e sem ninguém 
O dono mora ausente. 
Lá só tem caçambeiro 
Tira onda de valente 
Isso é que é grande barreira 
Que está em nossa frente 
Tem muita gente sem terra 
Tem muita terra sem gente. 
MARTINS, J. S. Ca�veiro da terra. São Paulo: Ciências
Humanas, 1979. 
 
20@professorferretto @prof_ferretto
No canto registrado pela cultura popular, a caracterís�ca
do mundo rural brasileiro no século XX destacada é a
a) atuação da bancada ruralista. 
b) expansão da fronteira agrícola. 
c) valorização da agricultura familiar. 
d) manutenção da concentração fundiária. 
e) implementação da modernização conservadora.
IT0278 - (Enem)
No Brasil, após a eclosão da Bossa Nova, no fim dos anos
1950 – quando efe�vamente a canção popular começou
a ser objeto de debate e análise por parte das elites
culturais – desenvolveram-se duas principais vertentes
interpreta�vas da nossa música: a vertente da tradição e
a vertente da modernidade, dualismo que não surgiu
nesta época e nem se restringe ao tema da produção
musical. Desde pelo menos 1922, a tensão entre
“tradicional” e “moderno” ocupa o centro do debate
polí�co-cultural no país, refle�ndo o dilema de uma elite
em busca da iden�dade brasileira.
ARAÚJO, P. C. Eu não sou cachorro, não. Rio de Janeiro:
Record, 2013.
 
A manifestação cultural que, a par�r da década de 1960,
pretendeu sinte�zar o dualismo apresentado no texto
foi: 
a) Jovem Guarda, releitura do rock anglófono com letras
em português. 
b) Samba-canção, combinação de ritmos africanos com
tons de boleros. 
c) Tropicália, junção da música pop internacional com
ritmos nacionais. 
d) Brega, amostra do dia a dia dos setores populares com
temas român�cos. 
e) Cancioneiro caipira, retrato do co�diano do homem
do campo com melodias tristes. 
IT0288 - (Enem)
Sozinho vai descobrindo o caminho
O rádio fez assim com seu avô
Rodovia, hidrovia, ferrovia
E agora chegando a infovia
Para alegria de todo o interior
GIL, G. Banda larga cordel. Disponível em:
www.uol.vagalume.com.br. Acesso em: 16 abr. 2010
(fragmento).
 
O trecho da canção faz referência a uma das dinâmicas
centrais da globalização, diretamente associada ao
processo de 
a) evolução da tecnologia da informação. 
b) expansão das empresas transnacionais. 
c) ampliação dos protecionismos alfandegários. 
d) expansão das áreas urbanas do interior. 
e) evolução dos fluxos populacionais. 
IT0290 - (Enem)
TEXTO I
Ouve o barulho do rio, meu filho
Deixa esse som te embalar
As folhas que caem no rio, meu filho
Terminam nas águas do mar
Quando amanhã por acaso faltar
Uma alegria no seu coração
Lembra do som dessas águas de lá
Faz desse rio a sua oração.
MONTE, M. et al. O rio. In: Infinito par�cular. Rio de
Janeiro: Sony: Universal Music, 2006 (fragmento).
 
TEXTO II
O atra�vo ecoturís�co não é somente o banho de
cachoeira, sentar e caminhar pela praia, cavalgar, mas
conhecer a biodiversidade, às vezes supostamente em
ex�nção. Observar baleias, nadar com o golfinho, tocar
em corais, sair ao encontro de dezenas de jacarés em seu
habitat natural são símbolos que fascinam um ecoturista.
A natureza é transformada em espetáculo diferente da
vida urbana moderna.
SANTANA, P. V. Ecoturismo: uma indústria sem chaminé?
São Paulo: Labur Edições, 2008.
 
São iden�ficadas nos textos, respec�vamente, as
seguintes posturas em relação à natureza: 
a) Exploração e roman�zação. 
b) Sacralização e profanação. 
c) Preservação e degradação. 
d) Segregação e democra�zação. 
e) Idealização e mercan�lização. 
IT0216 - (Enem)
Blues da piedade
 
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem
CAZUZA. Cazuza: O poeta não morreu. Rio de Janeiro:
Universal Music, 2000 (fragmento).
 
21@professorferretto @prof_ferretto
Todo gênero apresenta elementos cons�tu�vos que
condicionam seu uso em sociedade. À letra de canção
iden�fica-se com o gênero ladainha, essencialmente,
pela u�lização da sequência textual 
a) exposi�va, por discorrer sobre um dado tema. 
b) narra�va, por apresentar uma cadeia de ações. 
c) injun�va, por chamar o interlocutor à par�cipação. 
d) descri�va, por enumerar caracterís�cas de um
personagem. 
e) argumenta�va, por incitar o leitor a uma tomada de
a�tude. 
IT0283 - (Enem)
SOBRADINHO
 
O homem chega, já desfaz a natureza
Tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar
O São Francisco lá pra cima da Bahia
Diz que dia menos dia vai subir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a profecia do beato que
dizia que o Sertão ia alagar.
SÁ E GUARABYRA. Disco Pirão de peixe com pimenta.
Som Livre,1977 (adaptado).
 
O trecho da música faz referência a uma importante obra
na região do rio São Francisco. Uma consequência
socioespacial dessa construção foi 
a) a migração forçada da população ribeirinha. 
b) o rebaixamento do nível do lençol freá�co local. 
c) a preservação da memória histórica da região. 
d) a ampliação das áreas de clima árido. 
e) a redução das áreas de agricultura irrigada. 
IT0226 - (Enem)
Essa pequena
 
Meu tempo é curto, o tempo dela sobra
Meu cabelo é cinza, o dela é cor de abóbora
Temo que não dure muito a nossa novela, mas
Eu sou tão feliz com ela
Meu dia voa e ela não acorda
Vou até a esquina, ela quer ir para a Flórida
Acho que nem sei direito o que é que ela fala, mas
Não canso de contemplá-la
Feito avarento, conto os meus minutos
Cada segundo que se esvai
Cuidando dela, que anda noutro mundo
Ela que esbanja suas horas ao vento, ai
Às vezes ela pinta a boca e sai
Fique à vontade, eu digo, take your �me
Sinto que ainda vou penar com essa pequena, mas
O blues já valeu a pena
CHICO BUARQUE. Disponível em:
www.chicobuarque.com.br. Acesso em: 31 jun. 2012.
 
O texto Essa pequena registra a expressão subje�va do
enunciador, trabalhada em uma linguagem informal,
comum na música popular. Observa-se, como marca da
variedade coloquial da linguagem presente no texto, o
uso de 
a) palavras emprestadas de língua estrangeira, de uso
inusitado no português. 
b) expressões populares, que reforçam a proximidade
entre o autor e o leitor. 
c) palavras polissêmicas, que geram ambiguidade. 
d) formas pronominais em primeira pessoa. 
e) repe�ções sonoras no final dos versos. 
IT0227 - (Enem)
Assum preto
 
Tudo em vorta é só beleza
Sol de abril e a mata em frô
Mas assum preto, cego dos óio
Num vendo a luz, ai, canta de dor
 
Tarvez por ignorança
Ou mardade das pió
Furaro os óio do assum preto
Pra ele assim, ai, cantá mio
 
Assum preto veve sorto
Mas num pode avuá
Mil veiz a sina de uma gaiola
Desde que o céu, ai, pudesse oiá
GONZAGA, L.; TEIXEIRA, H. Disponível em:
www.luizgonzaga.mus.br. Acesso em: 30 jul. 2012
(fragmento).
 
As marcas da variedade regional registradas pelos
compositores de Assum preto resultam da aplicação de
um conjunto de princípios ou regras gerais que alteram a
pronúncia, a morfologia, a sintaxe ou o léxico. No texto, é
resultado de uma mesma regra a 
a) pronúncia das palavras “vorta” e “veve”. 
b) pronúncia das palavras “tarvez” e “sorto”. 
c) flexão verbal encontrada em “furaro” e “cantá”. 
d) redundância nas expressões “cego dos óio” e “mata
em frô”. 
e) pronúncia das palavras “ignorança” e “avuá”. 
IT0231 - (Enem)
22@professorferretto @prof_ferretto
 
A capa do LP Os Mutantes, de 1968, ilustra o movimento
da contracultura. O desafio à tradição nessa criação
musical é caracterizado por
a) letras e melodias com caracterís�cas amargas e
depressivas. 
b) arranjos baseados em ritmos e melodias
nordes�nos. 
c) sonoridades experimentais e confluência de
elementos populares e eruditos. 
d) temas que refletem situações domés�cas ligadas à
tradição popular. 
e) ritmos con�dos e reservados em oposição aos
modelos estrangeiros. 
IT0239 - (Enem)
O hip hop tem sua filosofia própria, com valores
construídos pela condição das experiências vividas nas
periferias de muitas cidades. Colocando-se como um
contraponto à miséria, às drogas, ao crime e à violência,
o hip hop busca interpretar a realidade social. Seu
obje�vo é justamente encontrar saídas e fornecer uma
alterna�va à população excluída.
SOUZA, J.; FIALHO, V. M.; ARALDI, J. Hip hop: da rua para
a escola.
Porto Alegre: Sulina, 2008.
 
As autoras abordam no texto um movimento cultural que
também tem caracterís�cas reconhecidas 
a) nos traços e formas que representam personagens de
olhos desproporcionalmente maiores e expressivos,
conhecidos como mangá. 
b) nas formas de se ves�r e de cortar os cabelos com
obje�vos contestadores à ordem social, próprios do
movimento punk. 
c) nas frases e dizeres de qualquer espécie, rabiscados
sobre fachadas de edi�cios, que marcam a pichação. 
d) nos movimentos leves e sincronizados com os pés que
deslocam o dançarino, denominado moonwalk. 
e) nas declamações rápidas e ritmadas de um texto, com
alturas aproximadas, caracterís�cas do rap. 
IT0241 - (Enem)
An�ga viola
 
A minha an�ga viola
Feita de pau de pinhero
É minha eterna lembrança
Do meu tempo de violero
A saudade dos fandango
Do meu sertão brasilero.
O recortado e ca�ra
Faiz lembrá dos mu�rão
O xote alembro as gaúchas
O churrasco no galpão
As moda de viola é triste
Faiz chorá quem tem paixão.
O baião é lá do Norte
Paulista é o cateretê
Quando escuto Cana-Verde
Alembro de Tietê
Numa festa do Divino
Que me encontrei com você.
A valsa é uma serenata
Na janela das morena
O rasqueado faiz lembrá
O cantar das siriema
Do tempo de boiadero
Nas madrugada serena.
Cantei muitos desafio
Já fui cabra fandanguero
Na congada já fui rei
Em todo sertão minero
Hoje só canto a saudade
Do folclore brasilero.
TONICO E TINOCO. Cantando para o Brasil, 1963.
Disponível em: h�p://letras.terra.com.br. Acesso em: 24
set. 2011.
 
A letra da música de Tonico e Tinoco revela que, entre
tantas funções da língua, ela contribui para a preservação
23@professorferretto @prof_ferretto
da iden�dade nacional sertaneja. No texto, o que
caracteriza linguis�camente essa iden�dade? 
a) O uso de adje�vos qualificadores das experiências do
enunciador. 
b) O emprego de palavras contrárias à destruição da
natureza. 
c) As escolhas lexicais caracterizadoras da fala
coloquial. 
d) As palavras suges�vas do caráter român�co do
homem sertanejo. 
e) A marca pronominal indica�va de um interlocutor
feminino. 
IT0256 - (Enem)
TEXTO I
Cinema Novo
 
O filme quis dizer: “Eu sou o samba”
A voz do morro rasgou a tela do cinema
E começaram a se configurar
Visões das coisas grandes e pequenas
Que nos formaram e estão a nos formar
Todas e muitas: Deus e o diabo, vidas secas, os fuzis,
Os cafajestes, o padre e a moça, a grande feira, o desafio
Outras conversas, outras conversas sobre os jeitos do
Brasil
VELOSO, C.; GIL, G. In: Tropicália 2. Rio de Janeiro:
Polygram, 1993 (fragmento).
 
TEXTO II
O cinema brasileiro par�u da consciência do
subdesenvolvimento e da necessidade de superá-lo de
maneira total, em sen�do esté�co, filosófico, econômico:
superar o subdesenvolvimento com os meios do
subdesenvolvimento. Tropicalismo é o nome dessa
operação; por isso existe um cinema antes e depois do
Tropicalismo. Agora nós não temos mais medo de
afrontar a realidade brasileira, a nossa realidade, em
todos os sen�dos e a todas as profundidades.
ROCHA, G. Tropicalismo, antropologia, mito, ideograma.
In: Revolução do Cinema Novo. Rio de Janeiro: Alhambra;
Embrafilme, 1981 (adaptado).
 
Uma das aspirações do Cinema Novo, movimento
cinematográfico brasileiro dos anos 1960, incorporadas
pela letra da canção e detectáveis no texto de Glauber
Rocha, está na 
a) retomada das aspirações antropofágicas pela prá�ca
intertextual. 
b) problema�zação do conceito de arte provocada pela
geração tropicalista. 
c) materialização do passado como instrumento de
percepção do contemporâneo. 
d) síntese da cultura popular em sintonia com as
manifestações ar�s�cas da época. 
e) formulação de uma iden�dade brasileira calcada na
tradição cultural e na crí�ca social. 
IT0260 - (Enem)
 
O grupo O Teatro Mágico apresenta composições
autorais que têm referências esté�cas do rock, do pop e
da música folclórica brasileira. A originalidade dos seus
shows tem relação com a ópera europeia do século XIX a
par�r da 
a) disposição cênica dos ar�stas no espaço teatral. 
b) integração de diversas linguagens ar�s�cas. 
c) sobreposição entre música e texto literário. 
d) manutenção de um diálogo com o público. 
e) adoção de um enredo como fio condutor. 
IT0270 - (Enem)
Ô ô, com tanto pau no mato
Embaúba* é coroné
24@professorferretto @prof_ferretto
Com tanto pau no mato, ê ê
Com tanto pau no mato
Embaúbaé coroné
 
*Embaúba: árvore comum e inú�l por ser podre por
dentro, segundo o historiador Stanley Stein.
STEIN, S. J. Vassouras: um município brasileiro de café,
1850-1900. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990
(adaptado).
 
Os versos fazem parte de um jongo, gênero poé�co-
musical cantado por escravos e seus descendentes no
Brasil no século XIX, e procuram expressar a 
a) exploração rural. 
b) bravura senhorial. 
c) resistência cultural. 
d) violência escravista. 
e) ideologia paternalista. 
IT0282 - (Enem)
O cân�co da terra
 
Eu sou a terra, eu sou a vida.
A �, ó lavrador, tudo quanto é meu.
Teu arado, tua foice, teu machado.
O berço pequenino de teu filho.
O algodão de tua veste
e o pão de tua casa.
E um dia bem distante
a mim tu voltarás.
E no canteiro materno de meu seio
tranquilo dormirás.
Plantemos a roça.
Lavremos a gleba.
CORALINA, C. Textos e contextos: poemas dos becos de
Goiás e estórias mais. São Paulo: Global, 1997
(fragmento).
 
No contexto das dis�ntas formas de apropriação da terra,
o poema de Cora Coralina valoriza a relação entre 
a) grileiros e controle territorial. 
b) meeiros e divisão do trabalho. 
c) camponeses e uso da natureza. 
d) indígenas e manejo agroecológico. 
e) la�fundiários e fer�lização do solo. 
IT0274 - (Ime)
Leia o texto a seguir para responder às questões IT0272,
IT0273, IT0274, IT0275 e IT0276.
Fernando Pessoa (1888-1935) foi um dos mais
importantes poetas da literatura portuguesa. Criou uma
obra de natureza filosófica sobre a consciência e as suas
mais profundas inquietações existenciais. Expressou uma
personalidade esté�ca mul�facetada por meio dos
heterônimos, os quais consis�am em várias iden�dades
que de�nham biografia e caracterís�cas psicológicas
dis�ntas: Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Bernardo Soares e
Álvaro de Campos, um engenheiro naval, a quem se deve
a “Ode triunfal”. Esse heterônimo apresenta uma
personalidade esté�ca marcada pelas concepções
futuristas e pela intenção de assimilar ao eu lírico a
realidade exterior, considerada em suas manifestações
mais prosaicas, ao mesmo tempo em que aquele se
projeta no mundo.
 
ODE TRIUNFAL
 
1À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da
fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, 2fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos an�gos.
 
3Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo re�do dos maquinismos em fúria!
Em fúria 4fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!
5Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um
excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!
 
Em febre e olhando os motores como a uma Natureza
tropical –
Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força –
Canto, e canto o presente, e também o passado e o
futuro,
Porque o presente é todo o passado e todo o futuro
6E há Platão e Virgílio dentro das máquinas e das luzes
eléctricas
Só porque houve outrora e foram humanos Virgílio e
Platão,
E pedaços do Alexandre Magno do século talvez
cinquenta,
Átomos que hão-de ir ter febre para o cérebro do Ésquilo
do século cem,
7Andam por estas correias de transmissão e por estes
êmbolos e por estes volantes,
Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando,
Fazendo-me um acesso de carícias ao corpo numa só
carícia à alma.
 
25@professorferretto @prof_ferretto
Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!
8Ser completo como uma máquina!
Poder ir na vida triunfante como um automóvel úl�mo-
modelo!
Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto,
Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me
passento
9A todos os perfumes de óleos e calores e carvões
10Desta flora estupenda, negra, ar�ficial e insaciável!
 
Fraternidade com todas as dinâmicas!
Promíscua fúria de ser parte-agente
Do rodar férreo e cosmopolita
Dos comboios estrênuos,
Da faina transportadora-de-cargas dos navios,
Do giro lúbrico e lento dos guindastes,
Do tumulto disciplinado das fábricas,
E do quase-silêncio 11ciciante e monótono das correias
de transmissão!
 
12Horas europeias, produtoras, entaladas
Entre maquinismos e afazeres úteis!
Grandes cidades paradas nos cafés,
Nos cafés – oásis de inu�lidades ruidosas
Onde se cristalizam e se precipitam
13Os rumores e os gestos do 14Ú�l
E as rodas, e as rodas-dentadas e as chumaceiras
do 15Progressivo!
16Nova Minerva sem-alma dos cais e das gares!
Novos entusiasmos de estatura do Momento!
PESSOA, Fernando. Poesias de Álvaro de Campos. Lisboa:
Á�ca, 1944 (imp. 1993), p. 144 (texto adaptado). 
 
Enunciado da questão IT0274:
Considere o excerto abaixo do texto:
 
“À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da
fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos
an�gos.” (ref. 1)
 
I. Nos versos acima, constata-se a u�lização recorrente
da figura de linguagem do quiasmo, no intuito de
enfa�zar sen�dos e de obter assonâncias.
II. No verso “À dolorosa luz das grandes lâmpadas
eléctricas da fábrica...” o poeta se refere aos
procedimentos usados para elaborar seus versos.
III. O vocábulo “fera” (ref. 2) é um substan�vo que
exprime a ideia de eficiência e excelência no
desempenho de uma a�vidade.
 
Está(ão) correta(s) a(s) asser�va(s): 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) III, apenas. 
d) I e II, apenas. 
e) I e III, apenas. 
IT0280 - (Enem)
Par�cipei de uma entrevista com o músico Renato
Teixeira. Certa hora, alguém pediu para listar as
diferenças entre a música sertaneja an�ga e a atual. A
resposta dele surpreendeu a todos: “Não há diferença
alguma. A música caipira sempre foi a mesma. É uma
música que espelha a vida do homem no campo, e a
música não mente. O que mudou não foi a música, mas a
vida no campo”. Faz todo sen�do: a música caipira de raiz
exalava uma solidão, um certo distanciamento do país
“moderno”. Exigir o mesmo de uma música feita hoje,
num interior conectado, globalizado e rico como o que
temos, é impossível. Para o bem ou para o mal, a música
reflete seu próprio tempo.
BARCINSKI. A. Mudou a música ou mudaram os
caipiras? Folha de São Paulo, 4 jun. 2012 (adaptado).
 
A questão cultural indicada no texto ressalta o seguinte
aspecto socioeconômico do atual campo brasileiro: 
a) Crescimento do sistema de produção extensiva. 
b) Expansão de a�vidades das novas ruralidades. 
c) Persistência de relações de trabalho compulsório. 
d) Contenção da polí�ca de subsídios agrícolas. 
e) Fortalecimento do modelo de organização
coopera�va. 
IT0213 - (Enem)
TEXTO I
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
É peroba-do-campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o ma�ta-pereira
TOM JOBIM. Águas de março. O Tom de Jobim e o tal de
João Bosco (disco de bolso). Salvador: Zen Produtora,
1972 (fragmento).
 
TEXTO II
A inspiração súbita e certeira do compositor serve ainda
de exemplo do lema an�go: nada vem do nada. Para
ninguém, nem mesmo para Tom Jobim. Duas fontes são
razoavelmente conhecidas. A primeira é o poema O
caçador de esmeraldas, do mestre parnasiano Olavo
26@professorferretto @prof_ferretto
Bilac: “Foi em março, ao findar da chuva, quase à
entrada/ do outono, quando a terra em sede
requeimada/bebera longamente as águas da estação
[...]”. E a outra é um ponto de macumba, gravado com
sucesso por J. B. Carvalho, do Conjunto Tupi: “É pau, é
pedra, é seixo miúdo, roda a baiana por cima de tudo”.
Combinar Olavo Bilac e macumba já seria bom; mas o
que se vê em Águas de março vai muito além: tudo se
transforma numa outra coisa e numa outra música, que
recompõem o mundo para nós.
NESTROVSKI, A. O samba mais bonito do mundo. In: Três
canções de Tom Jobim. São Paulo: Cosac Naify, 2004.
 
Ao situar a composição no panorama cultural brasileiro,
o Texto II destaca o(a)

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