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https://www.biologiatotal.com.br/medio/cursos/extensivo-enem-e-vestibulares 1/11 Português Lista de Exercícios Extensivo ENEM e Vestibulares SEMANA 25 Ex. 15 Interpretação de Músicas TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Família Família Família, família Papai, mamãe, titia Família, família Almoça junto todo dia Nunca perde essa mania Mas quando a �lha quer fugir de casa Precisa descolar um ganha pão Filha de família se não casa Papai, mamãe não dão nenhum tostão Família ê Família a Família Família, família Vovô, vovó, sobrinha Família, família Janta junto todo dia Nunca perde essa mania Mas quando o nenê �ca doente Procura uma farmácia de plantão O choro do nenê é estridente Assim não dá pra ver televisão Família ê Família a Família Família, ... Disponível em: <mhttps://www.google.com.br/search? ei=FT2HW52XC6uRmgXr65OICw&q=familia+de+titas+letra&o q=a+família+titas&gs_l>Acesso em: 02 de set de 2018. (G1 - ifsul 2019) No verso: Precisa descolar um ganha pão (linha 8) a palavra que MENOS se aproxima do termo destacado é Ex. 22 Interpretação de Músicas TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES: Chiquinho Azevedo (Gilberto Gil) Chiquinho Azevedo Garoto de Ipanema Já salvou um menino Na Praia, no Recife Nesse dia Momó também estava com a gente Levou-se o menino Pra uma clínica em frente E o médico não quis Vir atender a gente Nessa hora nosso sangue �cou bem quente Menino morrendo Era aquela agonia E o doutor só queria Mediante dinheiro Nessa hora vi quanto o mundo está doente Discutiu-se muito Ameaçou-se briga Doze litros de água Tiraram da barriga Do menino que sobreviveu �nalmente Muita gente me pergunta Se essa estória aconteceu Aconteceu minha gente Quem está contando sou eu Aconteceu e acontece Todo dia por aí Aconteceu e acontece Que esse mundo é mesmo assim (GIL, Gilberto. Quanta. CD Warner Music, 1997. Faixa 6.) (Ufjf-pism 1 2019) No verso “Nessa hora vi quanto o mundo está doente”, do texto, pode-se inferir que a doença do mundo está relacionada à predominância de valores: Ex. 19 Interpretação de Músicas TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Xote Ecológico Não posso respirar, não posso mais nadar A terra está morrendo, não dá mais pra plantar a) achar. b) encontrar. c) conseguir. d) arrancar. a) Humanistas. b) Democráticos. c) Filantrópicos. d) Financeiros. e) Políticos. https://www.biologiatotal.com.br/medio/cursos/extensivo-enem-e-vestibulares 2/11 E se plantar não nasce, se nascer não dá Até pinga da boa é difícil de encontrar Não posso respirar, não posso mais nadar A terra está morrendo, não dá mais pra plantar E se plantar não nasce, se nascer não dá Até pinga da boa é difícil de encontrar Cadê a �or que estava aqui? Poluição comeu E o peixe que é do mar? Poluição comeu E o verde onde é que está? Poluição comeu Nem o Chico Mendes sobreviveu GONZAGA, Luiz. Disponível em: <https://www.letras.mus.br/luiz- gonzaga/295406/>. Acesso em: 08 maio 2019. (G1 - ifpe 2019) Em relação ao texto Xote Ecológico, é CORRETO a�rmar que Ex. 10 Interpretação de Músicas (G1 - cftrj 2019) Leia os textos com atenção e, em seguida, responda à questão proposta. . TEXTO I Memória, cultura e poder na sociedade do esquecimento Olga Rodrigues de Moraes Von Simson Memória é a capacidade humana de reter fatos e experiências do passado e retransmiti-los às novas gerações através de diferentes suportes empíricos (voz, música, imagem, textos etc.). Existe uma memória individual, que é aquela guardada por um indivíduo e se refere às suas próprias experiências, mas que contém também aspectos das memórias do grupo social onde ele se formou, isto é, onde esse indivíduo foi socializado. Há também aquilo que denominamos de memória coletiva, que é aquela formada pelos fatos e aspectos julgados relevantes e que são guardados como memória o�cial da sociedade mais ampla. Ela geralmente se expressa naquilo que chamamos de lugares da memória, que são monumentos, hinos o�ciais, quadros e obras literárias e artísticas que expressam a versão consolidada de um passado coletivo de uma dada sociedade. Como contrapartida, existem memórias subterrâneas ou marginais, que correspondem a versões sobre o passado dos grupos dominados de uma dada sociedade. Estas memórias geralmente não estão monumentalizadas, nem gravadas em suportes concretos como textos, obras de arte e só se expressam quando con�itos sociais as evocam ou quando os pesquisadores que se utilizam do método biográ�co ou da história oral criam as condições para que elas emerjam e possam, então, ser registradas, analisadas e passem a fazer parte da memória coletiva de uma dada sociedade. Elas geralmente se encontram muito bem guardadas no âmago de famílias ou grupos sociais dominados nos quais são cuidadosamente passados de geração a geração. Na sociedade ocidental atual, o ritmo acelerado do trabalho urbano, somado à facilidade e à rapidez dos meios de comunicação, coloca o homem comum frente a uma quantidade avassaladora de informações. Tais fatos criam para o homem contemporâneo quase a obrigação de consumir a informação de forma acrítica, perdendo-se, portanto, uma das mais importantes funções da memória humana – a capacidade seletiva –, que é o PODER de escolher aquilo que deve ser preservado como lembrança importante e aqueles fatos e vivências que podem e devem ser descartados. A perda do exercício desse poder de seleção constitui o fator fundamental para a formação do que os pro�ssionais da informação chamam de sociedades do esquecimento. É verdade, nós não nos lembramos de tudo o que aconteceu ou que nos foi ensinado ao longo de nossa vida. Descartamos a maioria das experiências vivenciadas e só retemos aquelas que possuem signi�cado, que são funcionais para nossa existência futura. Yuri Lotman [...] já dizia que cultura é memória, pois é a cultura de uma sociedade que fornece os �ltros através dos quais os indivíduos que nela vivem podem exercer o seu poder de seleção. [...] Nas sociedades da memória, que existiram no passado e ainda subsistem em locais isolados da África e da América do Sul, por exemplo, [...] a memória é organizada e retida pelo conjunto de seus membros, os quais se incumbem de transmiti-las às novas gerações, cabendo aos mais velhos o importante papel social de guardiões da memória. [...] Esse papel social dos idosos foi sendo gradativamente perdido ao longo da história das sociedades ocidentais, mas muito mais intensamente na contemporaneidade, quando cada vez mais se diversi�cam e se so�sticam os suportes para o registro e os suportes da memória (escrita, imprensa, fotogra�a, vídeos, discos, CDs, DVDs, disquetes etc.). Assim, o enorme volume de informações fez surgir instituições especialmente voltadas ao trabalho de seleção, coleta, organização, guarda e manutenção adequada e divulgação da memória de grupos sociais ou da sociedade em geral nessas novas sociedades do esquecimento. Essas instituições realizam, portanto, hoje, de forma pro�ssional, uma tarefa social anteriormente exercida pelos idosos. São elas os museus, arquivos, bibliotecas e centros de memórias, que, de alguma forma e segundo critérios previamente estabelecidos, realizam o trabalho de coletar, tratar, recuperar, organizar e colocar a disposição da sociedade a memória de uma região especí�ca ou de um grupo social retida em suportes materiais diversos. [...] a) seu objetivo é permitir a re�exão acerca dos danos que o homem causa ao ambiente em que vive. b) critica o fato de o homem ser impedido de realizar suas atividades normais em virtude de o ambiente negar-lhe as condições. c) responsabiliza a poluição existente pelos danos causados à vida humana, visto que o homem não é responsável por ela, embora seja o principal prejudicado. d) a repetição de perguntas demonstra que o eu lírico busca encontrar as respostas que ainda não tem. e) trata a questão levantada demonstrando esperança em relação à mudança no tratamento destinado ao meio ambiente. https://www.biologiatotal.com.br/medio/cursos/extensivo-enem-e-vestibulares3/11 (Adaptado de Augusto Guzzo Revista Acadêmica, São Paulo, n. 6, p. 14-18, maio 2003. Disponível em: http://�cs.edu.br/index.php/augusto_guzzo/article/view/57. Acesso em 23 de setembro de 2018.) TEXTO II O Brasil queimou – e não tinha água para apagar o fogo Eu vim ao Rio para um evento no Museu do Amanhã. Então descobri que não tinha mais passado. Eliane Brum Eu vim ao Rio para um evento no Museu do Amanhã. Então descobri que não tinha mais passado. Diante de mim, o Museu Nacional do Rio queimava. O Crânio de Luzia, a “primeira brasileira”, entre 12.500 e 13 mil anos, queimava. Uma das mais completas coleções de pterossauros do mundo queimava. Objetos que sobrevivem à destruição de Pompeia queimavam. A múmia do antigo Egito queimava. Milhares de artefatos dos povos indígenas do Brasil queimavam. Vinte milhões de memórias de alguma coisa tentando ser um país queimavam. O Brasil perdeu a possibilidade da metáfora. Isso já sabíamos. O excesso de realidade nos joga no não tempo. No fora do tempo. O Museu Nacional em chamas. Um bombeiro esguichando água com uma mangueira um pouco maior do que a que eu tenho na minha casa. O Museu Nacional queimando. Sem água em parte dos hidrantes, depois de quatro horas de incêndio ainda chegaram caminhões-pipa com água potável. O Museu Nacional queimando. Uma equipe tentava tirar água do lago da Quinta da Boa Vista. O Museu Nacional queimando. Outras pessoas tentavam furtar o celular e a carteira de quem tentava entrar para ajudar ou só estava imóvel diante dos portões tentando compreender como viver sem metáforas. Brasil, é você. Não posso ser aquele que não é. O Museu Nacional queimando. O que há mais para dizer agora que as palavras já não dizem e a realidade se colocou além da interpretação? Diante do Museu Nacional em chamas, de costas para o palácio, de frente para onde deveria estar o povo, Dom Pedro II em estátua. Sua família tinha tentado inventar um país e o fundaram sobre corpos humanos. Seu Avô, Dom Pedro VI, criou aquele museu no Palácio de São Cristóvão. Dom Pedro II está no centro, circunspecto, um homem feito de pedra, um imperador. Diante da parte da esquerda do museu, indígenas de diferentes etnias observam as chamas como se mais uma vez fossem eles que estivessem queimando. Estão. É o maior acervo de línguas indígenas da América Latina, diz Urutau Guajajara. É a nossa memória que estão apagando. É o golpe, é o golpe. Poderiam ter salvo, e não salvaram, ele grita. Nunca salvaram. Há 500 anos não salvaram. As costas de Pedro ferviam. Quando soube que o museu queimava, eu dividi um táxi com um jornalista britânico e uma atriz brasileira com uma câmera na mão. “Não é só como se o British Museum estivesse queimando, é como se junto com estivesse queimando também o Palácio de Buckingham”, disse Jonathan Watts. “Não há mais possibilidade de fazer documentário”, a�rmou Gabriela Carneiro da Cunha. “A realidade é 1Science Fiction.” Eu, que vivo com as palavras e das palavras, não consigo dizer. Sem passado, indo para o Museu do Amanhã, sou convertida em muda. Esvazio de memória como o Museu Nacional. Chamas dentro de todo ele, uma casca do lado de fora, Sou também eu. Uma casca que anda por um país sem país. Eu, sem Luzia, uma não mulher em lugar nenhum. A frase ecoa em mim. E ecoa. Fere minhas paredes em carne viva. “O Brasil é um construtor de ruínas. O Brasil constrói ruínas em dimensões continentais.” A frase reverbera nos corredores vazios do meu corpo. Se a primeira brasileira incendiou-se, que brasileira posso ser eu? O que poderia expressar melhor este momento? A história do Brasil queima. A matriz europeia que inventou um palácio e fez dele um museu. Os indígenas que choram do lado de fora porque suas línguas se incendiaram lá dentro. E eu preciso alcançar o Museu do Amanhã. Mas o Brasil já não é o país do futuro. O Brasil perdeu a possibilidade de imaginar um futuro. O Brasil está em chamas. O Museu Nacional sem recursos do Governo Federal. Os funcionários do Museu Nacional fazendo vaquinha na Internet para reabrir a sala principal. O Museu Nacional morrendo de abandono. O Museu Nacional sem manutenção. O Rio de Janeiro. Flagelado e roubado e arrancado Rio de Janeiro. Entre todos os Brasis, tinha que ser o Rio. Ouço então o chefe de bombeiros dar uma coletiva diante do Museu Nacional, as labaredas lambem o cenário atrás dele. O bombeiro explica para as câmeras de TV que não tinha água, ele conta dos caminhões-pipa. E ele declara: “Está tudo sob controle”. Eu quero gargalhar, me botar louca, queimar junto, ser aquela que ensandece para poder gritar para sempre a única frase lúcida que agora conheço: “O Museu Nacional está queimando! O Museu Nacional está queimando!”. O Brasil está queimando. E o meteoro estava dentro do museu. (El País Brasil: O Jornal Global. Opinião. 3 de setembro de 2018. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/03/opinion/1535975822_77458 Acesso em 14 de setembro de 2018.) Nota: 1Ficção Cientí�ca. TEXTO III Por que temos poucos memoriais de abolição da escravidão? Lilia Schwarcz Lembrar é uma forma de não deixar esquecer. O Brasil foi destino de mais de 40% de africanos e africanas por aqui escravizados, e precisa cuidar, de maneira crítica, da sua memória. Bem no meio da pacata cidade de Nantes, na França, uma calçada reluz estranhamente ao Sol. São centenas de pequenas placas retangulares, feitas de um vidro translúcido e de cor azul celeste, espalhadas por uma via onde passam mães levando seus carrinhos de bebê, rapazes andando de bicicleta, moços e moças https://www.biologiatotal.com.br/medio/cursos/extensivo-enem-e-vestibulares 4/11 fazendo 1jogging, senhores e senhoras apressados a caminho do trabalho. Somente apurando bem os olhos é possível notar que há sempre um título gravado por debaixo desses delicados sinais brilhantes, dispostos simetricamente ao chão. Le Saint Jean Baptiste, Le Juste, L’Union, La Valeur, La Felicité, Le Bien Aimée e Brásil2 são alguns dos muitos nomes de navios negreiros que, desde o século 16 e até o �nal do 19, partiram de porto de Nantes ou lá aportaram. Os apelidos dados aos barcos parecem denotar uma certa culpa, tamanha a desproporção entre eles e a tarefa que buscavam descrever. Essas eram embarcações que transportavam de tudo um pouco: tecidos, produtos agrícolas, azulejos, minérios, especiarias, mas, acima de tudo, pessoas. Eles eram tumbeiros, navios negreiros que faziam o comércio de almas no contexto moderno, quando o mundo ocidental reinventou uma nova escravidão; uma escravidão mercantil. Os navios vinham e voltavam cheios de “mercadorias”. Não havia espaço ocioso ou lugar nas embarcações que deixassem de auferir lucro: de uma ponta saíam produtos agrícolas, de outra, metais preciosos, de outra, ainda, africanos e africanas transformados em valiosos objetos de comércio. Foram recenseadas mais de 27.233 expedições marítimas que partiram de portos europeus durante esses quatro longos séculos em que perdurou o sistema escravocrata. No total, mais de 12 milhões e meio de mulheres, homens e crianças foram arrancadas à força da África e deportados para as Américas e para o caribe. Mais de um milhão e meio dessas pessoas morreram durante a travessia. Só de Nantes saíram em torno de 1.800 expedições negreiras, tendo elas apresado mais 550 mil africanos e africanas. Os números são fortes, de�nitivos, e explicam o motivo da criação, em Nantes, de um impressionante “Memorial da abolição da escravidão”, inaugurado no dia 25 de março de 2012. A edi�cação é discreta e ao mesmo tempo tocante. Na verdade, é preciso conhecer o lugar, ou ser previamente informado, para saber que na cidade existe um memorial e, ademais, um museu basicamente dedicadoao tema. Andar por aquela estranha calçada, agachar para ler os nomes dos navios, observar as datas em que cada uma destas embarcações circulou, olhar para o mesmo mar, acaba sendo um exercício muito doloroso. Difícil sair de lá da mesma maneira como se chegou. É impossível deixar de anotar a inacreditável quantidade de naus dedicadas a esse comércio de almas, que gerou a maior 3diáspora desde a época romana. Mais difícil ainda é tentar visualizar a maneira como se “armazenavam” os bens importados, sem discriminação de pessoas ou produtos. Esse talvez seja o motivo de o memorial continuar numa espécie de subsolo, onde se encontra uma cronologia da escravidão e uma série de frases retiradas de textos de ativistas, literatos e �lósofos que lutaram pela abolição desse sistema. [...] Memória e história nem sempre andam juntas. A�nal, muitas vezes, quando é difícil lembrar, o melhor caminho parece ser ignorar. Fico me perguntando, no entanto, se esquecer ou descuidar não são maneiras de dar espaço à incredulidade e de construir o pouco caso diante de uma realidade tão brutal e tão presente em nossa história nacional contemporânea. Em maio de 2018 faremos 130 anos de abolição da escravidão mercantil no Brasil. Que a data vire cicatriz. Como escreveu Caio Fernando Abreu: “Menos pela cicatriz deixada, uma ferida antiga mede-se mais exatamente pela dor que provocou, e para sempre perdeu-se no momento em que cessou de doer, embora lateje louca nos dias de chuva”. (Adaptado de Nexo Jornal Ltda. Coluna. 9 de abril de 2018. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/colunistas/2018/Por- que-temos-poucos-memoriais-de-aboli%C3%A7%C3%A3o-da- escravid%C3%A3o. Acesso em 17 de setembro de 2018.) Notas: 1Corrida 2São João Batista, O Justo, A União, O Valor, A Felicidade, O Bem- Amado e Brasil. 3Dispersão de um povo em consequência de preconceito ou perseguição política, religiosa ou étnica. TEXTO IV Pequena memória para um tempo sem memória (A legião dos esquecidos) Gonzaguinha Memória de um tempo onde lutar Por seu direito É um defeito que mata São tantas lutas inglórias São histórias que a história Qualquer dia contará De obscuros personagens As passagens, as coragens São sementes espalhadas nesse chão De Juvenais e de Raimundos Tantos Júlios de Santana Uma crença num enorme coração Dos humilhados e ofendidos Explorados e oprimidos Que tentaram encontrar a solução São cruzes sem nomes, sem corpos, sem datas Memória de um tempo onde lutar por seu direito É um defeito que mata E tantos são os homens por debaixo das manchetes São braços esquecidos que �zeram os heróis São forças, são suores que levantam as vedetes Do teatro de revistas, que é o país de todos nós São vozes que negaram liberdade concedida Pois ela é bem mais sangue Ela é bem mais vida São vidas que alimentam nosso fogo da esperança O grito da batalha Quem espera nunca alcança Ê ê, quando o Sol nascer É que eu quero ver quem se lembrará Ê ê, quando amanhecer É que eu quero ver quem recordará Ê ê, não quero esquecer https://www.biologiatotal.com.br/medio/cursos/extensivo-enem-e-vestibulares 5/11 Essa legião que se entregou por um novo dia Ê eu quero é cantar essa mão tão calejada Que nos deu tanta alegria E vamos à luta. (Luiz Gonzaga e Gonzaguinha. A vida do viajante. Faixa 4. EMI- Odeon, 1981.) Ao abordarem o tema “memória” em seus variados aspectos, os textos acima apresentam pontos em comum, mas também diferenças. Assim, após uma leitura comparativa, é possível a�rmar que: Ex. 21 Interpretação de Músicas TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES: Chiquinho Azevedo (Gilberto Gil) Chiquinho Azevedo Garoto de Ipanema Já salvou um menino Na Praia, no Recife Nesse dia Momó também estava com a gente Levou-se o menino Pra uma clínica em frente E o médico não quis Vir atender a gente Nessa hora nosso sangue �cou bem quente Menino morrendo Era aquela agonia E o doutor só queria Mediante dinheiro Nessa hora vi quanto o mundo está doente Discutiu-se muito Ameaçou-se briga Doze litros de água Tiraram da barriga Do menino que sobreviveu �nalmente Muita gente me pergunta Se essa estória aconteceu Aconteceu minha gente Quem está contando sou eu Aconteceu e acontece Todo dia por aí Aconteceu e acontece Que esse mundo é mesmo assim (GIL, Gilberto. Quanta. CD Warner Music, 1997. Faixa 6.) (Ufjf-pism 1 2019) A letra da canção de Gilberto Gil, apresentada acima, caracteriza-se, predominantemente, por: Ex. 18 Interpretação de Músicas TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: VILAREJO Há um vilarejo ali Onde areja um vento bom Na varanda quem descansa Vê o horizonte deitar no chão Pra acalmar o coração Lá o mundo tem razão Terra de heróis, lares de mãe Paraíso se mudou para lá Por cima das casas cal Frutas em qualquer quintal Peitos fartos, �lhos fortes Sonhos semeando o mundo real Toda a gente cabe lá Palestina, Shangri-lá Vem andar e voa Vem andar e voa Vem andar e voa Lá o tempo espera Lá é primavera Portas e janelas �cam sempre abertas Pra sorte entrar Em todas as mesas pão Flores enfeitando Os caminhos, os vestidos Os destinos e essa canção Tem um verdadeiro amor Para quando você for a) quanto à tipologia, enquanto o Texto I mostra-se predominantemente argumentativo, o Texto II revela-se mais expositivo. b) tanto o Texto I quanto o Texto IV, ao evidenciarem o esquecimento, valem-se de variados recursos poéticos em prol de uma linguagem expressiva. c) tanto o Texto III quanto o Texto IV defendem a importância de preservarmos, pela memória, experiências dolorosas do passado. d) os quatro textos inserem a discussão do tema “memória” na esfera jornalística de comunicação, priorizando a linguagem objetiva. a) Descrever. b) Narrar. c) Dissertar. d) Argumentar. e) Simbolizar. https://www.biologiatotal.com.br/medio/cursos/extensivo-enem-e-vestibulares 6/11 Compositores: Marisa Monte/Pedro Baby/Carlinhos Brown/Arnaldo Antunes (G1 - ifpe 2019) Com relação aos tipos textuais, em VILAREJO, predominam sequências tipológicas Ex. 12 Intepretação de Músicas TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Diáspora "Acalmou a tormenta; pereceram Os que a estes mares ontem se arriscaram; Vivem os que, por um amor, temeram E dos céus os destinos esperaram."1 Atravessamos o Mar Egeu o barco cheio de fariseus com os cubanos, sírios, ciganos como romanos sem Coliseu Atravessamos pro outro lado no Rio Vermelho do mar sagrado nos center shoppings superlotados de retirantes refugiados Where are you?2 where are you? where are you? where are you? Onde está meu irmão sem irmã o meu �lho sem pai minha mãe sem avó dando a mão pra ninguém sem lugar pra �car os meninos sem paz onde estás meu senhor onde estás? Onde estás? "Deus! Ó, Deus, onde estás que não respondes? Em que mundo, em qu’estrela tu t’escondes Embuçados3 nos céus? Há dois mil anos te mandei meu grito Que embalde4 desde então corre o in�nito Onde estás, senhor Deus?... "5 (ANTUNES, Arnaldo; BROWN, Carlinhos; MONTE, Marisa. Diáspora. In.: Tribalistas. Rio de Janeiro: Som Livre, 2017) Vocabulário 1 Primeira estrofe do Canto 11, do livro O Guesa (1878), de Joaquim de Sousa Andrade (Sousândrade). 2 Tradução da frase em inglês: "Onde está você?". 3 Embuçado: encoberto, escondido. 4 Embalde: inutilmente. 5 Primeira estrofe do poema "Vozes d’África" (1868), de Castro Alves. (G1 - cftrj 2020) A palavra "Diáspora" vem do grego e signi�ca "dispersão". Na Antiguidade, designava a migração e colonização, por parte dos gregos, de diversos locais ao longo da Ásia Menor e do Mediterrâneo; mais tarde, passou a indicar o deslocamento, normalmente forçado ou incentivado, de grandes massas populacionais. No texto, uma música contemporânea, o termo "diáspora" está associado a uma visão: Ex. 11 Interpretação de Músicas (Fuvest 2013) São Paulo gigante, torrão adorado Estou abraçado com meu violão Feito de pinheiro da mata selvagem Que enfeita a paisagem lá do meu sertão Tonico e Tinoco, São PauloGigante. Nos versos da canção dos paulistas Tonico e Tinoco, o termo “sertão” deve ser compreendido como a) argumentativas. b) injuntivas. c) descritivas. d) expositivas. e) narrativas. a) desoladora, enfatizada pela repetição da preposição "sem". b) revolucionária, incitada pelas perguntas "onde está?", "onde estás?". c) encorajadora, expressa na repetição da forma verbal “atravessamos”. d) esperançosa, anunciada pelo verso "Acalmou a tormenta". a) descritivo da paisagem e da vegetação típicas do sertão existente na região Nordeste do país. b) contraposição ao litoral, na concepção dada pelos caiçaras, que identi�cam o sertão com a presença dos pinheiros. https://www.biologiatotal.com.br/medio/cursos/extensivo-enem-e-vestibulares 7/11 Ex. 13 Interpretação de Músicas TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: LADO BOM Ferréz Periferia tem seu lado bom Manos, vielas, e futebol no campão. Meninas com bonecas e não com �lhos Planejando assim um futuro positivo Sua paz é você que de�ne. Longe do álcool, longe do crime. A escola é o caminho do sucesso Pro pobre honrar desde o começo E dizer bem alto que somos a herança De um país que não promoveu as mudanças Sem atrasar ninguém rapaz Fazendo sua vida se adiantar na paz Jogando bolinha, jogando peão Vi nos olhos da criança a revolução Que solta a pipa pensando em voar Para não ver o barraco que era o seu lar Periferia lado bom o que você me diz Alguns motivos pra te deixar feliz Longe do álcool, longe do crime. Sua paz é você que de�ne. E nessa pipa no céu eu vi planar A paz necessária para se avançar Ânimo, positivismo em ação. Hip-Hop cultura de rua e educação Foi assim que criaram e assim que tem que ser O mestre de cerimônia rimando pra você Enquanto o DJ troca as bases O gra�teiro pinta todo contraste Da favela pro mundo O caminho do rap pelo estudo Por isso eu não me iludo Roupa de marca não é meu escudo Detentos já te disse no começo E estudar do sucesso é o preço Porque a fama não cabe num coração pequeno Então positivismo pra vencer vai vendo (...) (http:/www.misixmatch.com - acesso em: 11/05/2018) (G1 - epcar (Cpcar) 2019) Segundo a canção, só NÃO é apontado como indicador de intranquilidade nas favelas a/o Ex. 16 Interpretação de Músicas TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Ideologia Meu partido É um coração partido E as ilusões Estão todas perdidas Os meus sonhos Foram todos vendidos Tão barato que eu nem acredito Ah! Eu nem acredito Que aquele garoto Que ia mudar o mundo Mudar o mundo Frequenta agora As festas do Grand Monde Meus heróis Morreram de overdose Meus inimigos Estão no poder Ideologia! Eu quero uma pra viver Ideologia! Eu quero uma pra viver [...] CAZUZA. Ideologia. Rio de Janeiro: Polygram do Brasil Ltda, 1988. 1 disco (G1 - ifsul 2019) Conforme de�nição do Dicionário Houaiss, ideologia é uma ciência “que atribui a origem das ideias humanas às percepções sensoriais do mundo externo”. Com base nessa de�nição do dicionário, é correto deduzir-se do texto de Cazuza que a palavra foi utilizada com a intenção de c) analogia à paisagem predominante no Centro-Oeste brasileiro, tal como foi encontrada pelos bandeirantes no século XVII. d) metáfora da cidade-metrópole, referindo-se à aridez do concreto e das construções. e) generalização do ambiente rural, independentemente das características de sua vegetação. a) gravidez na adolescência. b) uso de álcool c) busca pela fama. d) falta de estudo. a) questionar as próprias atitudes do sujeito lírico, que não se sente parte do mundo. https://www.biologiatotal.com.br/medio/cursos/extensivo-enem-e-vestibulares 8/11 Ex. 1 Interpretação de Músicas (Ufjf-pism 1 2020) Leia a letra da canção abaixo e responda: Joia Beira de mar Beira de mar Beira de maré na América do Sul Um selvagem levanta o braço Abre a mão e tira um caju Um momento de grande amor De grande amor Copacabana Copacabana Louca total e completamente louca A menina muito contente Toca a coca-cola na boca Um momento de puro amor De puro amor. VELOSO, Caetano. Letra Só. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. A letra da canção Joia, de Caetano Veloso, tem o poder de representar algumas das aproximações que o Tropicalismo procurou promover entre espaços, tempos e referenciais culturais distintos, com o intuito de provocar uma re�exão acerca do caráter híbrido da formação cultural brasileira. Marque a única alternativa em que a a�rmação sobre as funções dos elementos da linguagem da canção esteja INCORRETA: Ex. 14 Interpretação de Músicas TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Observe a imagem e leia o texto para responder à(s) questão(ões) a seguir. Ela desatinou Ela desatinou, viu chegar quarta-feira Acabar brincadeira, bandeiras se desmanchando E ela inda está sambando Ela desatinou, viu morrer alegrias, rasgar fantasias Os dias sem sol raiando e ela inda está sambando Ela não vê que toda gente Já está sofrendo normalmente Toda a cidade anda esquecida, da falsa vida, da avenida Onde Ela desatinou, viu chegar quarta-feira Acabar brincadeira, bandeiras se desmanchando E ela inda está sambando Ela desatinou, viu morrer alegrias, rasgar fantasias Os dias sem sol raiando e ela inda está sambando Quem não inveja a infeliz, feliz No seu mundo de cetim, assim Debochando da dor, do pecado Do tempo perdido, do jogo acabado. BUARQUE, Chico. Ela desatinou. In: Todas as canções. Rio de Janeiro: Record, 2004. p. 210. (Ueg 2019) Tanto a pintura quanto a letra de música apresentadas b) encontrar ideais que alicercem as escolhas de vida que o sujeito lírico fará. c) expor os problemas da sociedade que foram originados de escolhas duvidosas. d) criticar as próprias escolhas do sujeito lírico, que percebe seus erros e tenta consertá-los. a) Existe uma oposição entre os termos “caju” e “coca-cola”. O primeiro é um elemento natural, nacional e autóctone. O segundo é arti�cial, produto da sociedade de consumo moderna. b) Os termos “selvagem” e “menina contente” representam, respectivamente, o lado primitivo, histórico e natural do país, e o lado moderno e civilizado, sujeito às in�uências estrangeiras. c) A letra da canção pode ser dividida em duas partes, cada uma representativa de um espaço distinto, identi�cadas pelas expressões “Beira mar” e “Copacabana”. d) “Beira mar” e “Copacabana” podem representar um deslocamento temporal no mesmo espaço, já que a “beira mar”, séculos depois, transformou-se em “Copacabana”. e) Na letra da canção �ca evidente que a caracterização da modernidade não leva em consideração e nem dialoga com os elementos que representam o passado, uma vez que, ao aceitar a primeira, torna-se obrigatório negar o segundo. a) veiculam uma preocupação oriunda do universo do trabalho e da ordem. b) deixam-se pautar por uma abordagem estética da alegria e da festividade. c) explicitam a ideia de que o carnaval causa uma emoção sempre passageira. d) ironizam o contentamento dos que são felizes apenas em tempos de festa. https://www.biologiatotal.com.br/medio/cursos/extensivo-enem-e-vestibulares 9/11 Ex. 17 Interpretação de Músicas TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o texto abaixo para responder à(s) questão(ões). Triste, louca ou má Triste louca ou má Será quali�cada Ela quem recusar Seguir receita tal A receita cultural Do marido, da família Cuida, cuida da rotina Só mesmo rejeita Bem conhecida receita Quem não sem dores Aceita que tudo deve mudar Que um homem não te de�ne Sua casa não te de�ne Sua carne não te de�ne Você é seu próprio lar Um homem não te de�ne Sua casa não te de�ne Sua carne não te de�ne Ela desatinou Desatou nós Vai viver só Ela desatinou Desatou nós Vai viver só Eu não me vejo na palavra Fêmea: Alvo de caça Conformada vítima Pre�ro queimar o mapa Traçar de novo a estrada Ver cores nas cinzas E a vida reinventar E um homem não me de�ne Minha casa não me de�neMinha carne não me de�ne Eu sou meu próprio lar Ela desatinou Desatou nós Vai viver só https://www.vagalume.com.br/francisco-el-hombre/triste-louca-ou- ma.html. Acesso em: 22/08/2018. (G1 - cotuca 2019) Assinale a alternativa que melhor interpreta a música “Triste, louca ou má”, escrita por Juliana Strassacapa, compositora e vocalista da banda “Francisco, El Hombre”. Ex. 2 Interpretação de Músicas TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia a letra da canção “Bom conselho”, de Chico Buarque, composta em 1972. Ouça um bom conselho Que eu lhe dou de graça Inútil dormir que a dor não passa Espere sentado Ou você se cansa Está provado: Quem espera nunca alcança Venha, meu amigo Deixe esse regaço Brinque com meu fogo Venha se queimar Faça como eu digo Faça como eu faço Aja duas vezes antes de pensar Corro atrás do tempo Vim de não sei onde Devagar é que não se vai longe Eu semeio vento na minha cidade Vou pra rua e bebo a tempestade (www.chicobuarque.com.br) (Unesp 2021) Na canção, o eu lírico modi�ca uma série de provérbios bastante conhecidos. A maioria das formulações originais desses provérbios contém um apelo Ex. 20 Interpretação de Músicas TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES: Chiquinho Azevedo (Gilberto Gil) Chiquinho Azevedo Garoto de Ipanema Já salvou um menino Na Praia, no Recife Nesse dia Momó também estava com a gente Levou-se o menino Pra uma clínica em frente E o médico não quis Vir atender a gente Nessa hora nosso sangue �cou bem quente e) abordam a vivência de pessoas que se negam a enfrentar o cotidiano. a) “Triste”, “louca” e “má” são quali�cações usualmente atribuídas a mulheres que não se inserem em famílias tradicionais e rompem com preceitos sociais atuais. b) A “receita cultural”, por ser “do marido, da família”, está no âmbito do familiar, portanto, não se refere à sociedade. Dessa forma, romper com essa receita é algo indolor, como a�rmam os versos “Quem não sem dores / Aceita que tudo deve mudar”. c) Nos versos 13 e 14 (repetidos em 17 e 18), os termos “casa” e “carne” são metáforas que representam os papéis sociais atribuídos às mulheres. d) Nos versos 19, 22 e 36, a construção “ela desatinou” é paradoxal em relação à música, já que o eu lírico critica a mulher que rompe com essa “receita” por perder o juízo. e) A expressão “Desatou nós” é polissêmica, assim como a expressão “queimar o mapa”, e ambas podem ser lidas, inclusive, de modo denotativo na música. a) ao livre-arbítrio. b) ao otimismo. c) à solidariedade. d) ao conformismo. e) à transgressão. https://www.biologiatotal.com.br/medio/cursos/extensivo-enem-e-vestibulares 10/11 GABARITO Menino morrendo Era aquela agonia E o doutor só queria Mediante dinheiro Nessa hora vi quanto o mundo está doente Discutiu-se muito Ameaçou-se briga Doze litros de água Tiraram da barriga Do menino que sobreviveu �nalmente Muita gente me pergunta Se essa estória aconteceu Aconteceu minha gente Quem está contando sou eu Aconteceu e acontece Todo dia por aí Aconteceu e acontece Que esse mundo é mesmo assim (GIL, Gilberto. Quanta. CD Warner Music, 1997. Faixa 6.) (Ufjf-pism 1 2019) A experiência da cidade (Fernando Sabino) A coisa que mais o impressionou no Rio foram os bondes. Não pode ver um bonde, �ca maravilhado: nunca pensou que existisse algo de tão fantástico. Se ele quiser andar de fasto, ele pode? Andar de fasto, na sua linguagem de menino do interior de Minas, é andar para trás. Tem outras expressões esquisitas: sungar é levantar; pra riba é pra cima; pramode é para, por causa, etc. Mas eu também sou mineiro: Pramode o bonde andar de fasto tem que sungar os bancos e tocar para riba. Ele �ca olhando. Olha tudo com atenção. Tem oito anos mas bem podia ter cinco ou seis, de tal maneira é pequenino. Bem que a cozinheira dizia: Tenho um �lho que é deste tamaninho. E levava a mão à altura do joelho. Chama-se Valdecir. Ninguém acerta com seu nome, nem ele próprio: Vardici, diz, mostrando os dentes. No dia em que chegou �quei sabendo que nunca tivera ao menos notícia da existência de uma cidade, além do arraial onde nascera. Nunca vira luz elétrica ou água corrente, ainda mais telefone ou elevador. Abria a torneira e �cava olhando. Quando tinha água era capaz de inundar o edifício. Quando não tinha, divertia-se tocando a campainha da porta da rua – e para alcançá-la precisava arrastar uma cadeira. As da sala de estar têm a marca de seus pés até hoje. A cozinheira atendia ao chamado, dava-lhe um safanão, arrastava-o para a cozinha. Ele �cava olhando: nunca vira um fogão a gás. [...] Arranjei-lhe um lugar num colégio interno, a pedido da mãe. Ele concordou em ir, desde que fosse de bonde. E lá se foi, certa manhã, na beirada do banco, descobrindo maravilhas em cada esquina. [...] Não sei por quê, saiu do colégio; acabou indo morar com os tios em Santa Teresa, numa casa de cômodos. Um dia, abro o jornal e leio a notícia: um homem matara o vizinho do quarto, que tentara violentar um menino. Foi arrolado como testemunha! Voltou para minha casa e já trazia nos olhos a perplexidade dos escandalizados pela vida. Agora regressa à sua terra. Vai crescer, tornar-se homem como os que aqui conheceu, ou apenas envelhecer e morrer apoiado no cabo de uma enxada, como seus ancestrais. Leva da cidade a notícia de meia dúzia de coisas fantásticas – bonde, televisão, elevador, telefone – cuja lembrança irá talvez se apagando com o tempo. Esquecerá depressa este homem que aqui viu, cercado de mecanismos, moderno e civilizado, que o abrigou alguns dias e a quem devolveu a infância. Apenas não esquecerá tão cedo seu primeiro conhecimento do homem, animal feroz. (SABINO, Fernando. A companheira de viagem. Rio de Janeiro: Record, 1984. p. 71-74.) Analisando comparativamente os desfechos da canção Chiquinho Azevedo, de Gilberto Gil, e A experiência da cidade, de Fernando Sabino, pode-se concluir que a visão que eles apresentam sobre o ser humano é: Ex. 15 Interpretação de Músicas Ex. 22 Interpretação de Músicas a) Idealista. b) Resignada. c) Revoltada. d) Con�ante. e) Otimista. d) arrancar. https://www.biologiatotal.com.br/medio/cursos/extensivo-enem-e-vestibulares 11/11 Ex. 19 Interpretação de Músicas Ex. 10 Interpretação de Músicas Ex. 21 Interpretação de Músicas Ex. 18 Interpretação de Músicas Ex. 12 Intepretação de Músicas Ex. 11 Interpretação de Músicas Ex. 13 Interpretação de Músicas Ex. 16 Interpretação de Músicas Ex. 1 Interpretação de Músicas Ex. 14 Interpretação de Músicas Ex. 17 Interpretação de Músicas Ex. 2 Interpretação de Músicas Ex. 20 Interpretação de Músicas d) Financeiros. a) seu objetivo é permitir a re�exão acerca dos danos que o homem causa ao ambiente em que vive. c) tanto o Texto III quanto o Texto IV defendem a importância de preservarmos, pela memória, experiências dolorosas do passado. b) Narrar. c) descritivas. a) desoladora, enfatizada pela repetição da preposição "sem". e) generalização do ambiente rural, independentemente das características de sua vegetação. c) busca pela fama. b) encontrar ideais que alicercem as escolhas de vida que o sujeito lírico fará. e) Na letra da canção �ca evidente que a caracterização da modernidade não leva em consideração e nem dialoga com os elementos que representam o passado, uma vez que, ao aceitar a primeira, torna-se obrigatório negar o segundo. b) deixam-se pautar por uma abordagem estética da alegria e da festividade. c) Nos versos 13 e 14 (repetidos em 17 e 18), os termos “casa” e “carne” são metáforas que representam os papéis sociais atribuídos às mulheres. d) ao conformismo. b) Resignada.